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Manuel Correia de Andrade – Geografia Econômica do Nordeste

Partes para estudo (Prova)

1) As sub-regiões e as zonas geoeconômicas do Nordeste  Páginas 26-37 5ç

Subdivisão da região Nordeste em sub-regiões => subdivisão das sub-regiões em zonas

Metodologia de regionalização: características do meio físico => características do meio


biológico => organização do espaço pelo homem

Aspectos a serem considerados: produção, técnicas de exploração da terra e função


polarizadora dos principais centros urbanos em escala regional

Proposta de sub-regiões no Nordeste (ANDRADE, 1987): Guina Maranhense; Meio


Norte; Sertão; Agreste; Mata e Litoral Oriental

Atuais sub-regiões no Nordeste (utilizadas usualmente): Meio-Norte; Sertões; Agreste;


Zona da Mata

Guiana Maranhense: mais próxima à região amazônica do que ao Nordeste; dividida em


duas zonas: uma ao norte, de ocupação mais antiga e uma mais ao sul, de ocupação mais
recente; o cultivo do arroz é preponderante; infraestrutura de transportes precária; níveis
de vida baixíssimos; controle social exercido por meio das atividades comerciais. Suas
características podem ser inseridas na descrição da sub-região Meio-Norte

Meio-Norte: segundo Andrade (1987) distinguisse da Guina Maranhense por ser de


ocupação inteiramente antiga – na prova, adotar apenas a sub-região Meio-Norte; dois
tipos de associações vegetais: floresta de cocais e cerrado; atividades de extrativismo:
óleo de babaçu e cera de carnaúba; pecuária extensiva praticada nas áreas de cerrado;
destaque para o plantio de arroz, cana-de-açúcar e algodão (com especial relevância
para o primeiro) formando ciclos de atividades agrícolas; subdivisão em 4 zonas
baseadas na atividade econômica preponderante: zona do babaçu; zona da carnaúba,
zona da pecuária e do algodão; zona da pecuária ultra-extensiva

Sertão: sub-região mais característica do Nordeste, de acordo com Andrade (1987); é


dominada pelo clima semiárido; abrange aproximadamente a metade do território do
Nordeste; baixa densidade populacional; subdivisão em 6 zonas: zona das caatingas;
zona dos cerrados do oeste da Bahia; zona das várzeas dos grandes rios secos; zona das
serras frescas; zona das margens do rio São Francisco; zona da pecuária semi-intensiva
do sul da Bahia e do norte de Minas Gerais

Agreste: possui elevada densidade populacional; possui pequena extensão territorial;


sub-região de transição entre a Zona da Mata e o Sertão; subdivisão em 3 zonas: brejos;
caatingas; agreste propriamente dito

Mata e Litoral Oriental: na prova, adotar apenas como sub-região da Zona da Mata; a
sub-região mais importante e influente do Nordeste desde a colonização no século XVI;
caracteriza-se por abrigar cinco capitais nordestinas, os mais antigos aglomerados
urbanos da região e as propriedades latifundiárias de plantations; subdivisão em 4
zonas: zona litorânea; zona canavieira; zona do Recôncavo Baiano; zona do cacau; o
autor propõem pensar a elaboração de microzonas no Nordeste afim de possibilitar
políticas de planejamento no âmbito do desenvolvimento regional

2) A SUDENE e a política de industrialização  Páginas 129-132

Políticas de desenvolvimento regional da SUDENE voltadas para a industrialização

Atuação da SUDENE: atração de capitais e elaboração de políticas de planejamento

Concentração dos projetos aprovados pela SUDENE nos estados mais ricos e
industrializados do Nordeste: Ceará, Paraíba, Pernambuco e Bahia (principalmente
Ceará, Pernambuco e Bahia)

Crítica ao modo de efetivação das políticas de atração dos investimentos industriais:


pouca preocupação com a distribuição espacial destes investimentos =: concentração de
aproximadamente 67% dos investimentos em torno das três metrópoles macrorregionais
do Nordeste: Salvador, Recife e Fortaleza

Além das metrópoles macrorregionais


, os investimentos da SUDENE também se concentraram em algumas cidades médias da
região, como Sobral, Mossoró, Caruaru, Campina Grande e Feira de Santana

Adaptação de uma política de polos de desenvolvimento à região Nordeste inserido no


III Plano Diretor da SUDENE => perspectiva espacial

Desvio da perspectiva espacial no IV Plano Diretor da SUDENE

Proposta de Andrade (1987): investir no crescimento de setores que não possuem


estímulos próprios aos seu crescimento, amparado num planejamento setorial e espacial
estratégico a médio-longo prazo (entre 20 e 30 anos); estabelecimento de uma
hierarquia dos incentivos vinculados à SUDENE e elaboração de uma orientação para a
localização espacial destes investimentos

Aprimoramento das políticas de desenvolvimento regional elaboradas pela SUDENE


afim de evitar que a rápida industrialização seja sucedida por um período de estagnação
econômica (demarragem-aterrisagem)

3) Capítulo 9: Dinâmicas do desenvolvimento do Nordeste  Páginas 162-170

Andrade (1987) classifica o Nordeste como uma região subdesenvolvida

Características do subdesenvolvimento no Nordeste, segundo Andrade (1987):


baixíssima renda per capita; população dominantemente rural; preponderância das
atividades econômicas vinculadas ao setor primário; taxa de natalidade superior à taxa
de mortalidade, o que ocasiona uma elevada taxa de habitantes jovens; baixo nível de
consumo de energia elétrica e aço por habitante/ano; baixo nível de alfabetização; baixo
índice de consumo de alimentos; grande incidência de moléstias endêmicas; economia
dominada pela produção voltada ao mercado externo (economia de exportação)
Foi a região economicamente mais dinâmica durantes os séculos XVI e XVII, sucedida
pela região Sudeste a partir do século XVIII (com a exploração das jazidas minerais em
Minas Gerais) e, posteriormente, pela cultura do café (no século XIX e início do século
XX) e pela industrialização (no século XX) no estado de São Paulo

Formação de desequilíbrios regionais => colonialismo interno exercida pela região


Sudeste (principalmente São Paulo) em relação à região Nordeste

Dois tipos de regiões subdesenvolvidas => superpovoadas (regiões Sul e Nordeste) e


subpovoadas (regiões Norte e Centro-Oeste)

Desequilíbrios existentes entre as sub-regiões do Nordeste => porção oriental (mais


desenvolvida) x porção ocidental (menos desenvolvida)

O processo de concentração do desenvolvimento regional, baseada nos incentivos à


atração de investimentos industriais, tende a acentuar os desequilíbrios existentes entre
estas duas porções do território nordestino, posto que a parte mais desenvolvida
(oriental, em especial a região da Zona da Mata) polarizou a maior parte dos
investimentos

1909 => criação da Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), depois transformada
em Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS)

Após 1945 o IFOCS passa a se denominar Departamento Nacional de Obras Contra as


Secas (DNOCS)

De acordo com Andrade(1987), o grande equívoco do DNOCS foi conceber a seca


enquanto um problema exclusivamente físico, sem levar em consideração os aspectos
econômicos e sociais deste fenômeno

1948 => criação da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF) e da Comissão


do Vale do São Francisco (CVSF), hoje denominada Companhia de Desenvolvimento
do Vale do São Francisco (Codevasf)

1951 => delimitação do denominado Polígono das Secas

1952 => criação do Banco do Nordeste do Brasil (BNB)

1956 => criação do Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste (GTDN)

O GTDN argumentou que os desníveis econômicos, que ocasionavam os problemas


regionais, resultavam da estagnação econômica da região, principalmente ao se analisar
o seu crescimento em comparação à região Sudeste

As principais propostas do GTDN para resolver a problemática socioeconômica do


Nordeste centravam-se na: intensificação do processo de industrialização na região; a
transformação da economia primária da faixa úmida da região, com o intuito de
expandir a oferta de alimentos e sustentar a expansão urbana advinda do processo de
industrialização; promover um aumento da produtividade e da resistência às secas da
agricultura praticada na zona semiárida da região; expansão da fronteira agrícola do
Nordeste em direção ao oeste do Piauí e ao Maranhão, o hinterland úmido
1959 => criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE)

De acordo com Andrade (1987), a SUDENE teve a importância em retirar do campo


estritamente político e elevar ao campo técnico a discussão das problemáticas
vivenciadas pela região Nordeste

Andrade (1987) assevera que a SUDENE teve êxito na implementação de políticas de


desenvolvimento vinculadas às áreas em que a estrutura regional ofereceu menor
resistência (indústria, pesquisa, formação de quadros técnicos) e derrapou na efetivação
de políticas focadas em áreas dominadas pela velha estrutura nordestina (organização
agrária, modificações na agricultura tradicional)

A efetivação da “demarragem” no Nordeste dependerá da consolidação de um mercado


consumidor regional que possibilite o consumo dos produtos industrializados
produzidos na própria região, segundo Andrade (1987)

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