Jurisdição - Resumo
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1 . JURISDIÇÃO
Etimologicamente dizendo, jurisdição significa DIZER DIREITO. A jurisdição é
a atividade do Estado, exercida por intermédio do juiz, que busca a pacificação dos
conflitos em sociedade pela aplicação da lei aos casos concretos. Ao ser acionado,
o Estado-juiz substitui as partes na solução dos conflitos de interesses, garantindo a
imparcialidade.
2.1 AUTOTUTELA
É a solução do conflito pela lei do mais forte pela submissão forçada do mais
fraco (autodefesa).
Remete aquilo que conhecemos como justiça privada, que a princípio é
proibida, mas há resquícios da autotutela no nosso atual ordenamento jurídico
(legítima defesa).
Resumindo, a autotutela remete ao que dizemos: FAZER JUSTIÇA COM AS
PRÓPRIAS MÃOS.
2.2 AUTOCOMPOSIÇÃO
Solução dada por ambas as partes que no caso abrem mão total ou
parcialmente de seu direito em favor do outro (e não pela força)
Ocorre um acordo, por tal é válido ressaltar que para fazer um acordo eu
sempre tenho que abrir mão de algo.
Não há presença de um procedimento jurídico ao certo, é literalmente um real
acordo de vontade entre as partes, imagine-se na seguinte situação: Na BR 364, A
bate seu carro em B, A reconhece a culpa e solicita um acordo para lidar com o
amparo dos danos materiais causados a B.
2.3 MEDIAÇÃO
A mediação é um processo voluntário que oferece àqueles que estão
vivenciando uma situação de conflito a oportunidade e o espaço adequados para
conseguir buscar uma solução que atenda a todos os envolvidos.
Na mediação as partes exporem seu pensamento e terão uma oportunidade
de solucionar questões importantes de um modo cooperativo e construtivo. O
objetivo da mediação é prestar assistência na obtenção de acordos, que poderá
construir um modelo de conduta para futuras relações, num ambiente colaborativo
em que as partes possam dialogar produtivamente sobre seus interesses e
necessidades.
Os mediadores conduzem um diálogo direcionado para as questões em
debate. Os mediadores falarão com as partes em conjunto ou separadamente,
solicitando que cada parte anote por escrito todas as questões que queiram debater.
As sessões têm normalmente duas horas de duração, e um caso, em média, carece
de três a quatro sessões para que se alcance uma solução.
2.4 ARBITRAGEM
A arbitragem é um método de resolução de conflitos, no qual as partes
definem que uma pessoa ou uma entidade privada irá solucionar a controvérsia
apresentada pelas partes, sem a participação do Poder Judiciário. Caracterizada
pela informalidade, embora com um procedimento escrito e com regras definidas
por órgãos arbitrais e/ou pelas partes, a arbitragem costuma oferecer decisões
especializadas.
A sentença arbitral tem o mesmo efeito da sentença judicial, pois é
obrigatória para as partes. Por envolver decisões proferidas no âmbito de um
mecanismo privado de resolução de conflitos, a arbitragem desponta como uma
alternativa célere à morosidade do sistema judicial.
3.0 PRINCÍPIOS
A jurisdição é também informada por alguns princípios, dentre os quais se
destacam:
Inevitabilidade
Indeclinabilidade
Investidura
Indelegabilidade
Inércia
Unicidade
Aderência
3.1 INEVITABILIDADE
Independentemente da vontade das partes, a jurisdição deve alcançar o seu
fim. Significa que o exercício do poder estatal, que se dá através da jurisdição, não
pode ser evitado pelas partes, as quais sujeitam ao cumprimento das decisões.
3.2 INDECLINABILIDADE
Relembrando o princípio do devido processo legal (Direito Processual Civil), é
uma garantia constitucional de que nenhuma lesão deixará de ser apreciada pelo
poder judiciário.
Os órgãos judiciais têm a obrigação de prestar a tutela jurisdicional quando
invocada, ou seja, o juiz não pode deixar de julgar alegando omissão na lei.
3.3 INVESTIDURA
Somente os agentes políticos investidos no poder estatal, podem aplicar o
direito. A investidura se dá mediante concurso público de provas e títulos ou
mediante nomeação direta, por ato do chefe do poder executivo.
Basicamente afirma: A jurisdição só pode ser exercida por quem o Estado
investiu de poder para tanto (os juízes concursados).
3.4 INDELEGABILIDADE
O agente investido exerce a jurisdição com exclusividade, não estando a ela
sujeita a delegação. O juiz não pode delegar o julgamento de um processo a outra
pessoa.
3.5 INÉRCIA
A jurisdição sempre depende da provocação da parte, salvo em algumas
hipóteses previstas em lei.
3.6 ADERÊNCIA
O juiz deve exercer a função jurisdicional dentro de certo território definido
pela lei. Tem a ver com a competência, ou seja, com limites da jurisdição.
3.7 UNICIDADE
Poder é uno e indivisível, sendo que as divisões administrativas entre seus
diversos órgãos, guarda vínculo apenas com a funcionalidade da justiça.
Resumindo, existem diversos órgãos jurisdicionais (STF,STJ,TRE), possuem
tarefas distintas porém são ligados diretamente pela função de manter a justiça em
vigor.
4. JURISDIÇÃO CONTAGIOSA E VOLUNTÁRIA
A jurisdição contenciosa é aquela destinada à solução de conflitos pelo
Estado juiz. É contenciosa porque existe um conflito entre as partes (lide) cabendo
ao juiz resolver o mesmo mediante a uma sentença
Já a jurisdição voluntária é por sua vez aquela que possui caráter de cunho
administrativo exercido pelo poder judiciário após o acordo de vontades entre as
partes interessadas.
As partes não estão litigando, mas sim possuem interesses em comum,
buscando um consenso.