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O primeiro aspecto das mulheres na Idade Média concerne seu status legal na
sociedade. De acordo com o Professor Philip Daileader, a mulher, após atingir uma
certa idade, chamada de capacitação, e não casada, podia livremente assinar
documentos comerciais e civis, assim como possuir profissão ou comércio próprios. A
mulher, no entanto, se se casasse, tinha seu estado jurídico alterado para subguarda do
marido, tornando-se relativamente capaz. Esse estado jurídico implicava na proteção do
guardião legal, ou seja, seu marido, na assinatura de documentos em geral ou
disposição de bens, como exemplos. No entanto, se a mulher possuísse uma profissão
diferente da de seu marido, ela era considerada independente, podendo continuar sua
vida como se fosse solteira. Nesse caso, recebia o nome de femme sole. Caso o marido
dessa mulher fosse civilmente processado, os bens da mulher não poderiam ser
atingidos pela sentença judicial. Era a estabilização do regime de comunhão parcial de
bens. Cabe a nota de que, no Brasil, somente através da Lei do Divórcio, da Constituição
de 1988 e, finalmente, do Código Civil de 2002, as mulheres ganharam novamente seu
estado de plenamente capazes.
1 Como a língua tinha fonemas que permitiam aproximação vocálica, a noção de rima foi introduzida na
literatura poética, noção que seria aperfeiçoada na Divina Comédia de Dante e na criação do soneto por
Petrarca.
2 Como expoentes dessa vertente poética, cita-se Bertrand de Born e a própria Eleonor de Aquitânia.
Como romances dessa época se pode citar Tristão e Isolda e a Balada da bela Rosamund. Como exemplos
vivos desse tipo de cortesia, que por vezes resultava em brigas e mortes, pode-se citar a história de Eloisa
e Abelardo, cujas cartas foram transformadas em poesia por Alexander Pope em 1717.
terrenos, criados pela força do mal, representada por Satã, para que seu espírito
alcançasse o reino dos céus. As mulheres Perfecti eram consideradas puras e essenciais
para a humanidade por ser aquelas que possuíam a dávida essencial do ser humano: a
capacidade de gerar filhos. Não se deve confundir a visão da mulher como mero ser
reprodutor; o dar à luz era percebido como o milagre que Deus havia dado ao ser
feminino, que completa o homem e não deve se submeter a ele.
Dentro da religião cristã, a Alta Idade Média viu a freira se tornar governanta de
monastérios, especialmente beneditinos. Esses cargos seriam tomados exclusivamente
por monges somente séculos depois, quando a religião católica se tornasse
definitivamente predominante.
Esses são os aspectos mais importantes do papel da mulher na Alta Idade Média.
É de se notar com certa curiosidade que, apesar da expansão da religião cristã, que
produziu aforismos como o de São Gerônimo: "a mulher é o portal do demônio, o
caminho da loucura, a picada da serpente, um objeto perigoso no mundo," e, na filosofia
de Tomás de Aquino: "fazer uso de um objeto necessário, a mulher, que é precisa para
preservar a espécie ou para prover comida e bebida," a mulher da Alta Idade Média
passou por um período de influência na sociedade em que vivia, adquirindo um grau
de importância que somente seria retomado na segunda metade do século XX.
BIBLIOGRAFIA
Daileader, Philip. Lecture 8: Women in Medieval Society. The Learning Company. Video.
Heer, Friedrich. The Medieval World. Europe 1100-1350. Phoenix Books, 1998.