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AVIAÇÃO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: A

IMPORTÂNCIA DA INSERÇÃO DE SEGMENTOS SOCIAIS


NA FORÇA ÁREA

Autor: Fernanda Sayão Lobato Teixeira


Professor orientador: Carla Xavier
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
História (FLX0612) – Trabalho de Graduação
07/07/2020

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo abordar sobre a inserção de minorias sociais na
Aeronáutica, utilizando fontes especificas que se aprofundam neste tema que será dividido em
quatro tópicos; iniciando pelo primeiro que será exclusivamente sobre o desenvolvimento da
aviação em seu modo geral, sendo a base dos tópicos seguintes, pelos quais serão sobre a
presença negra e feminina na força aérea, apresentando suas realidades; desde dificuldades,
organização e conquistas, nos deixando claro como sua presença deve ser valorizada pela
historiografia e apresentada para a sociedade, assim mostrando a importância desses
segmentos como sujeitos atuantes da História.

Palavras-chave: Segmentos sociais. Aviação. Segunda Guerra Mundial.

1 INTRODUÇÃO

Estando inserida na linha Grupos Sociais e Civilizações em Perspectivas


Históricas, esta pesquisa tem como propósito falar a respeito de minorias sociais
que devido a mudanças políticas no mundo, foram escolhidas para participar
efetivamente no maior conflito armado da História da humanidade: A Segunda
Guerra Mundial. Todavia, é notoriamente extenso abordarmos sobre as ações de
todas as forças militares, portanto, iremos debater a respeito da inclusão destas
minorias especificamente na aviação, mostrando o papel importante que tiveram
neste ramo.

No primeiro tópico desta pesquisa, iremos abordar sobre a história da aviação


de modo geral, citando brevemente de início sobre os irmãos Wright, suas ideias e
invenções, em seguida, sobre a importante contribuição de conhecimento do pai da
aviação, Santos Dumont. Logo após, faremos uma ponte ligando a colaboração do
mesmo à criação da aviação civil brasileira, com o surgimento do Aeroclube do
Brasil para depois discutir sobre a entrada do Brasil na Primeira Grande Guerra.
Posteriormente, iremos falar sobre as Forças Aéreas dos principais países
envolvidos no confronto, começando pelo nosso país.

No segundo tópico, irei abordar sobre a presença dos pilotos negros norte-
americanos do Instituto Tuskegee, que ficaram conhecidos como Red Tails (Caudas
Vermelhas), evidenciando como sua inserção foi polêmica perante um Estados
Unidos da América que perpetuava uma política segregacionista extremamente
profunda pela qual imperava a muito tempo. Falarei sobre sua formação, aviões
utilizados em batalhas, missões, feitos e dificuldades vindas tanto por razão da
guerra, como também pelo racismo.

Já no terceiro tópico, sobre as aviadoras soviéticas que ficaram conhecidas


como Bruxas da Noite. Iremos entender os motivos pelos quais resultaram a sua
entrada na Força Aérea Soviética, até então um ambiente onde apenas homens
eram bem vindos e capazes de contribuir militarmente para o seu país. Além disto,
iremos abordar sobre suas missões, aeronaves utilizadas, feitos, dificuldades
militares e o machismo tanto dentro quanto fora do âmbito militar.

E no quarto e ultimo tópico, será abordado sobre a FAB, a Força Aérea


Brasileira. Iremos conhecer alguns dos pilotos, suas missões, aviões usados,
realizações, o preconceito que havia, mesmo que de forma camuflada, dentro das
forças armadas e os motivos pelo qual estes mesmos foram convocados.

2 CORPO DO TRABALHO

2.1 AVIAÇÃO GERAL

2.1.1 – A AVIAÇÃO DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

O ser humano desde muito antes de nossa década, sempre teve fascínio pela
ideia de voar. Acredita-se que este fascínio iniciara com o homem observando os
pássaros e imaginando como seria se pudesse ter a mesma capacidade. Foi a partir
do século XIX, que este desejo se tornara real, através da invenção dos irmãos
Wilbur e Orville Wright, dos Estados Unidos. Inspirados em seus antecessores,
começaram a estudar planadores para projetar um avião e acreditavam que era
possível que a criação de um motor movido a gás geraria impulso suficiente para um
avião levantar vôo. Todavia, o motor e a estrutura do projeto devia ser igualmente
forte e leve, assim utilizaram o alumínio fino para construir o motor, e a madeira de
pinheiro, ideal para a estrutura. Em 1903, Orville realiza o primeiro voo, percorrendo
37 metros em 12 segundos, sobrevoando a área de sua cidade natal, Dayton, em
Ohio. Um ano depois, foi a vez de seu irmão. Com o sucesso da invenção
continuaram aprimorando-a, e em um voo em 1905, permaneceu por cerca de 40
minutos no ar.

Apesar da conquista realizada pelos irmãos americanos, a história da aviação


contou com outro importante inventor, o brasileiro Alberto Santos Dumont. Vindo de
uma família abastada, estudou Física, Química, Mecânica e Eletricidade em París,
através de aulas particulares. Grande parte de seus feitos foram na Europa devido a
falta de condições de tecnologia no Brasil nesta época. Em 1898, criou seu próprio
exemplar de balão, após muito estudo a respeito da arte do voo livre. No mesmo
ano, criou o balão ‘’Amérique’’, porém, apesar do balão apresentar o uso de um
motor a combustão interna – algo que representou uma inovação da tecnologia
naquele período -, o projeto não teve sucesso devido a falta de rigidez necessária
para se deslocar no ar. Anos após esta criação, em outubro de 1901, Dumont
realizou o primeiro voo com sua mais nova invenção voadora, o dirigível 6, em torno
da torre Eiffel e tornando-o no vencedor do prêmio Deutsch. Anos a frente, após
ouvir que o rumo da aeronáutica seria o aeroplano, sabia que seria impossível uma
disputa justa entre um balão contra um avião, e decidiu criar o seu próprio, o 14 Bis,
deixando os observadores atentos ao céu admirados com sua apresentação.
Dumont encerrou sua carreira após sofrer um acidente de avião, mas sua vida e
seus feitos foram marcados na história, assim tornando-se o pai da Aviação
brasileira e presidente de honra da primeira escola de aviação civil do Brasil.
O berço da aviação civil brasileira se deu com a fundação da escola de
formação de pilotos no país que ficou conhecida como Aeroclube Brasileiro
(Posteriormente, Aeroclube do Brasil) em 1911 no Rio de Janeiro, que tinha apoio de
militares da Marinha e do Exército. Com as notícias vindas da Europa sobre o
desenvolvimento da indústria aeronáutica e a proliferação de cursos de pilotagem na
França, o jornal A Noite criticou a falta de investimento e apoio do governo em
relação à aviação do Brasil: ‘A instituição do aeroplano no Brasil é urgente e
necessária, e já que o governo não quer auxiliar o Aero-Club Brasileiro, auxilie o
povo que pratica a acção meritória ditada pelo patriotismo” (ATÉ EM TORNO...,
1912, p. 1), todavia, apesar da falta de auxílio do Estado, se soube sobre a vinda do
piloto francês Edmond Plau Chut, para a realização de uma exibição de voo no Rio
de Janeiro. Sem dúvida nenhuma, a presença do piloto trouxe esperança de
empreendimentos ao país já que não possuíamos uma frota aérea satisfatória, muito
menos para a integração aérea nacional.

O grande apoio que o futuro Aeroclube do Brasil teve por civis, militares,
professores e políticos, foi impulsionada devido a falta de modernização das forças
armadas e o desejo de uma nova geração de militares que seria enviados para o
exterior, principalmente a Europa, para serem treinados pela França, berço da
aviação mundial. Então, em dezembro de 1912, no Campo dos Afonsos, era
fundada a pioneira escola de aviação brasileira. Todavia, pela da falta de
investimento governamental, foi preciso adiar por um ano. Inicialmente, o Aeroclube
contava com cerca de 35 alunos, entre eles integrantes da Marinha e do Exército.
Os primeiros aviões foram adquiridos com o apoio dos populares e em seguida
cedidos ao Exército. No mesmo ano, o Exército se responsabilizou pela Escola, para
criar a sua própria instituição de ensino de aviação militar, que foi nomeada como
Escola de Aviação Militar (EAM), que contou com o apoio de um grupo de pilotos
italianos e muitos dos aviadores brasileiros foram enviados para exterior para
receber treinamento. Todavia, devido a eclosão da Grande Guerra, não foi possível
a continuação das atividades por razão do envolvimento da Itália na tríplice aliança,
então assim, a presença do grupo poderia causar prejuízo ao país que até aquele
momento se mantinha neutro diante no conflito.
Diante do novo cenário mundial, medidas precisaram ser tomadas para a
segurança territorial e econômica do país. Após navios brasileiros terem sido
atingidos pela Alemanha, o Brasil corta aliança com o país e se une aos seus outros
dois aliados, a Inglaterra e a França. Através da Missão Médica, muitos profissionais
foram enviados para unidades da França e da Inglaterra para cuidar dos feridos,
também foram pilotos para integrar a Força Aérea Real Britânica e um grupo de
oficiais brasileiro para fazer parte do exército francês com o objetivo de aprender
novos conhecimentos militares e aprimorar o nosso. Apesar da modesta participação
na guerra, o Brasil se via diante de um impulsionamento industrial e econômico,
facilitando a modernização da aviação brasileira que seria extremamente importante
para a sua efetiva participação na Segunda Guerra Mundial, assunto que veremos
melhor no último tópico.

Diante de um longo tempo seguindo as normas da Escola Francesa, o Brasil


após oferecer solidariedade aos Estados Unidos devido aos ataques em Pearl
Harbor, decide cobrar o país parceiro com ajuda de reforço para as Forças Armadas
brasileiras, proteção territorial e evitar possível desentendimento político a respeito
da criação da Siderúrgica de Volta Redonda, em troca da aliança contra o eixo. Em
20 de janeiro de 1941 por meio do Decreto-Lei n° 2.961, o então presidente Getulio
Vargas permite a criação do Ministério da Aeronáutica, que impulsionou a aviação
civil e militar. Graças ao então ministro Joaquim Pedro Salgado Filho, a ideia de
enviar uma força militar brasileira para o conflito seria consequentemente favorável
para o país, devido ao reconhecimento que teria pela sociedade. Após o encontro
entre os representantes das duas nações, foi deliberado que militares brasileiros
seriam enviados a missões na Europa, todavia, era necessário o reaparelhamento
bélico do país, não apenas os materiais que seriam usado no exterior, mas também
para a proteção do território brasileiro, a partir de então os Estados Unidos ajudou o
Brasil a se reaparelhar. Pouco tempo depois foi criada a Força Expedicionária
Brasileira (FEB), que seria enviada para a Europa, especificamente a Itália, onde o
1° Grupo de Aviação de Caça teve maior reconhecimento.
Foram criadas, inicialmente, duas Unidades Aéreas. Cronologicamente, a
primeira a ser instituída, através do Decreto-Lei 6.123, de 18 de dezembro de
1943, assinado pelo Presidente Getúlio Vargas, foi o 1º Grupo de Aviação de
Caça (1º Gp Av Ca). Sete meses mais tarde, com base no Aviso Ministerial
57, de 20 de julho de 1944, assinado pelo Ministro Salgado Filho, foi ativada a
1ª Esquadrilha de Ligação e Observação (INCAER, p.519, 1991).

A última etapa do treinamento dos pilotos foi de extrema importância devido


ao contato direto ao maquinário que veria a ser utilizado na batalha, neste caso se
tratava de um dos caças aliados mais caro e resistente da Segunda Guerra Mundial,
o Republic P-47 Thunderbollt, conhecido por sua ótima manobrabilidade e
extremamente rápido para o período.

FAJER (2009) explica que a importância do desenvolvimento aeronáutico


trouxe para a guerra uma nova cara, com uma tecnologia superior nunca antes vista,
propiciando uma imensa transformação militar aos países envolvidos:

A conquista da superioridade aérea marcou definitivamente um


novo panorama para a guerra, foi determinante nos combates e
no controle do espaço aéreo, tornou possível desde o
bombardeio estratégico ate o reconhecimento e o apoio as
tropas em terra, revelando-se também um veiculo para armas
capazes de um extermínio devastador. (FAJER, 2009, p. 24).

A exemplo de superioridade aérea, podemos citar a Lufftwaffe, a Força Aérea


Alemã criada em 1935, sem aviso prévio. A Alemanha participou de diversas
operações no conflito, como a invasão a Polônia (1939), a Guerra Civil Espanhola,
pela qual surgiu a tática militar de ataque relâmpago chamado Blitzkrieg; a
Campanha da Dinamarca e Noruega, participando também da operação Leão
Marinho que foi realizada na batalha da Inglaterra (1940), guerra Anglo-Iraquiana, a
invasão a cidade russa de Sevastopol (1942) e a Batalha de Stalingrado (1943).
Apesar de sua força tática ser excelente, a Luftwaffe se via diante de uma
especifica falha: a falta de bombardeiros pesados que pudessem ser eficientes para
as operações mais estratégicas no conflito. A partir de então, resolveram
desenvolver aeronaves mais fortes e duráveis para um desempenho de sucesso,
como Messerschimitt Me 262, muito utilizado na época, sendo capaz de alcançar
cerca de 850 km, Messerschmitt Me 410 Hornisse, Heinkel He 177, o bombardeiro
de mergulho Junkers Ju 87D- I conhecido como Stuka, que era possível carregar
bombas de cerca de 1,800 kg. Os principais aviões de caça mais utilizadoS foram:
Dornier Do 335, Focke-Wulf Fw 190D-9, e o Messerschmitt Bf 109, um caça
multiuso, com armamento de dois canhões e duas metralhadoras. Inicialmente, a
Luftwaffe tinha quatro frotas aéreas, uma delas era a Luftlotte 5, que contava com 5
divisões, as quais eram a Fliegerkorps (corpos aéreo), Fliegerdivision (divisões
aéreas), Jagdkorps (corpos de combate), Jagdivision (divisões aéreas) e
Jagdfliegerführer (comandos de combate aéreo).

A Força Aérea Real (RAF) da Inglaterra, contava com aviões como o


Supermarine Spitfire MK IX, um dos mais famosos do conflito, era possível carregar
quatro metralhadoras e dois canhoes de 22 mm, além deste, havia também o MK I
Hurricane, que podia carregar oito metralhadoras. A maioria dos seus bombardeiros
tinham diversos modelos e quanto mais a guerra se agravava, mais era preciso
haver novos aviões mais resistentes, como o Hawker Typhoon e o Gloster Meteor, a
partir daí a Inglaterra tinha capacidade o suficiente para sobrevoar acampamentos e
indústrias alemãs e assim destruí-las.

Em comparação aos outros países ativos na guerra, a Regia Aeronáutica da


Itália era a que menos estava preparada para um conflito destas proporções, sua
aviação era excessivamente defensiva, apresentando uma falta de porta-aviões e
bombardeiros estratégicos, todavia, após um período de neutralidade, o país se une
as forças alemãs em 1940. A Força Aérea Italiana contava com mais de 2000
aeronaves, todavia nem metade estava em condições para uso em batalhas, assim
diminuindo suas atividades no conflito. As principais aeronaves usadas pelos
italianos foram o bombardeiro S.M.79 Sparviero, que era um avião robusto e de
excelente desempenho, afundando diversos navios de guerra dos Aliados; o caça
MC.202 Folgore era um bom caça, porém seu armamento era insuficiente para
abater as forças inimigas e o MC.205 Velcro, que se comparava ao P-51D Mustang,
dos Estados Unidos.

O Império Japonês possuía uma excelente força aérea e aeronaval, com


aviões que apresentam ótimas manobrabilidades devido a sua superior tecnologia,
assim o país oriental se apoderava dos céus do Pacífico. Todavia, depois do
fracasso que teve na batalha de Midway, o Japão perde o posto de tecnologia
superior para os Estados Unidos. Os aviões do Império Japonês mais usadas na
guerra foram o Aichi D3 Val que era um bombadeiro de mergulho, que foi
extremamente importante na batalha de Midway em 1941, causando uma enorme
reviravolta. O Ki 100 era o mais moderno avião do Japão que apresentava uma
enorme potência e capacidade de manobra, e o Mitsubishi AM6 Zero, o principal
caça usado na batalha das ilhas americanas no Pacífico. Além destes aviões,
devemos lembrar da existência dos Kamikazes que foram usados três anos depois,
na batalha de Samos. Eram pilotados por homens em que treinavam por cerca de
cinco anos para atingir seus inimigos e trazer a glória ao seu país, mesmo que isso
significasse botar em jogo sua própria vida.

Em 1930, a União Soviética contava com a maior força aérea do mundo.


Porém, Joseph Stalin havia dito em 1931, que a indústria soviética se encontrava
‘’50 a 100 anos atrás’’ em relação as das outras nações. O avião de caça Yakovlev
Yak-3 foi um dos principais caças mais utilizados pelo país no conflito, sendo um dos
responsáveis em conter a invasão da URSS pelos alemães. Polikarpov U-2, um
biplano que foi utilizado pelas Bruxas da Noite. O Ilyushin IL-3 era um avião de
ataque ao solo que também foi muito usado na guerra.
Enquanto permanecia neutro, os Estados Unidos auxiliava os países Aliados
com o envio de aeronaves – como foi citado anteriormente sobre a aliança com o
Brasil – reforçando o domínio aéreo contra o Eixo. Porém, em 1941, o país se vê
obrigado a entrar na guerra após o ataque surpresa japonês a base naval Pearl
Harbor no Hawai. Uma das aeronaves mais usadas pelos americanos no conflito foi
o Curtiss P-40 Warhawk, um caça monomotor ágil que podia chegar a 580 km/h.
Apesar de prejudicial, a destruição da base despertou os Estados Unidos a sair da
zona de conforto e não só melhorar a sua aviação para ajudar os aliados, como
também se fortalecer militarmente a si mesma, assim se transformando em uma das
mais poderosas forças militares da História.

2.2. CAUDAS VERMELHAS: OS AVIADORES NEGROS DE TUSKEGEE

Os pilotos afro-americanos, conhecidos como The Tuskegee Airmen


(Aviadores de Tuskegee), não demonstraram apenas patriotismo ao defender seu
país durante o conflito, mas foram os primeiros a quebrar estereótipos de
preconceito durante uma época em que a segregação racial era muito forte. Durante
este período, alegavam que os negros não eram adequados para a carreira militar,
lidar com tecnologias e serem pilotos. A respeito disto, podemos citar a frase que
aparece logo no início do filme Esquadrão RedTails: “Os negros são mentalmente
inferiores, subservientes por natureza e covardes em frente ao perigo. Eles
são, portanto, inadequados para o combate. (Escola Militar de Estudos de
Guerra, 1925)’’ (HEMINGWAY, 2012).

Eles foram alguns dos melhores aviadores da Força Aérea Americana devido
a motivação pessoal e profunda. Porém, estes homens tiveram que enfrentar a
discriminação que vinha de todos os lados, principalmente de outras unidades do
Exército e até mesmo fora. Na época, existia o Instituto Tuskegee, no Alabama, uma
universidade especializada na construção e reparos de aviões e blindados onde os
que estudavam lá eram em sua maioria negros.

Tuskegee refere-se a todos envolvidos na chamada A Experiência de


Tuskegee, idealizada pelo presidente Roosevelt e muito polêmica devido ao racismo
extremamente forte no Exército, principalmente vindo dos generais. Assim, depois
de muitas discussões entre os membros do alto escalão, foram treinados os afro-
americanos (em sua maioria vindos de cidades como Nova York, Washington, Los
Angeles, Chicago, Filadélfia e Detroit) perto do Instituto, a voar em aviões de
combate, servindo como escolta dos aviadores brancos, e a razão de colocar estes
homens a voar foi pelo fato de terem baixas de aviadores na guerra. Além disso,
eram treinados não apenas para serem pilotos, como também ocupar áreas de
manutenção e suporte, instrutores e todos que mantinham os aviões. Esta era a
oportunidade de muitos que queriam mostrar que eram capazes de defender o seu
país e mostrar o seu valor. Porém, nenhum general branco iria permitir que um
oficial negro desse ordens a soldados brancos, então programa Tuskegee foi
expandido e se tornou o centro da aviação afro-americana durante o conflito.
Segundo o CAF RISE ABOVE, dedicado a divulgar a história dos pilotos de
Tuskegee e das WASP, de junho de 1943 a abril de 1945, 450 pilotos treinados no
instituto realizaram mais de 1.500 missões de combate.

Entre os anos de 1942 a 1946, se formaram mais de 900 pilotos na TAAF. Na


Base Aérea de Chanute em Illinois, foram treinados mecânicos, enquanto 452
pilotos foram treinados no esquadrão de perseguição ou 332° Grupo de caça
utilizando caças P-47 warhawk, Liderados pelo capitão Benjamin O Davis Jr, que ao
total liderou 12 missões. Mais tarde, foi formado o 447° Grupo de bombardeiros. O
332º Grupo de Caça consistiu originalmente no 100º Esquadrão de Caça, 301º
Esquadrão de Caça e 302º Esquadrão de Caça.

Os aviões utilizados inicialmente nos treinamentos estavam em péssimas


condições, por isso resolveram solicitar por novos e mais modernos, assim
receberam o caça North American P-51 Mustang, que as caudas foram pintadas de
vermelho, motivo pelo qual ficaram conhecidos como Redmen Airtails ou Caudas
Vermelhas, além disto, as hélices e asas dos aviões também passaram por essa
transformação.

As suas missões constavam praticamente em fazer escoltas a missões de


bombardeamento. Os pilotos do esquadrão de bombardeio treinaram com
bombardeiros B-25, ou conhecido como North American B-25 Mitchell, um
bombardeiro médio bimotor extremamente rápido e com bom armamento defensivo.

Sua primeira missão no conflito foi na Itália em 1944, realizando patrulhas


pelo porto de Nápoles e o Mar Mediterrâneo. No mesmo ano, o grupo foi transferido
próximo de Foggia, para realizar escoltas de bombardeiros pesados para a 15°
Força Aérea Estratégica. O grupo se destacou um junho de 1944, após dois de seus
pilotos encontrarem um destróier alemão no porto de Trieste.

Os resultados das ações da formação 332° no conflito foram: 112 aeronaves


inimigas destruídas no ar, 148 aeronaves inimigas danificadas e/ou destruídas no
solo, 1 torpedeiro destruído, 32 prisioneiros e 66 pilotos mortos em batalha.

Diante do sucesso das missões de escolta de bombardeiros dos aviadores do


332°, resultando nos diversos caças inimigos abatidos e destruídos, os alemães se
sentiram desencorajados a enfrentá-los novamente. Essa reação fez com que as
outras equipes de bombardeiros os admirassem.

Graças a sua dedicação, honra e resultados satisfatórios em combate, eles


deram a volta por cima, obtendo reconhecimento dos soldados brancos que
começaram a vê-los com outros olhos, assim sendo solicitados para escolta-los em
suas missões durante a guerra. Todavia, após o retorno dos pilotos negros,
enfrentaram novamente o racismo enraizado na sociedade, mesmo tendo feito o
máximo no conflito pelo seu país.

Apesar deste fato nada agradável da história do exército norte-americano, em


1948, o presidente Truman ordenou o fim da segregação racial dentro do Exército,
mostrando ser uma grande possibilidade para a integração racial no país. Além
desta grande novidade em solo norte-americano, o Campo Aéreo de Tuskegee
continuou treinando novos recrutas, e desta vez, integrando mulheres negras nas
forças armadas, ocupando vários campos de apoio. É sobre a presença feminina na
guerra que iremos abordar a seguir.
2.3 AS PILOTOS SOVIÉTICAS ‘’BRUXAS DA NOITE’’: O PESADELO FEMININO
DO NAZISMO

A ameaça alemã ao território soviético que ficou conhecida como Operação


Barbarrosa, em junho de 1941, pegou de surpresa Stalin, que decidiu investir no
recrutamento de novos soldados após uma perda expressiva de combatentes
durante a invasão a Finlândia. Desta maneira, utilizou a propaganda, como meio de
incentivar o povo a se alistar e derrotar as forças alemãs, resultando um número
expressivo de mulheres que se voluntariaram.

Todavia, devemos ressaltar que apesar do tradicionalismo que desencorajava


as mulheres de pegarem em armas e irem para a guerra, o país se via diante de
uma ameaça gigantesca estando nas condições em que se encontrava,
principalmente se tratando da aviação, portanto, obrigatoriamente foi preciso haver
uma mudança de perspectiva, assim por meio de um decreto firmado em fevereiro
de 1942, todas as mulheres entre 16 e 45 anos foram consideradas passíveis de
participar das mais diferentes áreas do exército soviético. Apesar desta vitória de
inclusão, elas tiveram que enfrentar uma enorme rejeição por parte dos homens e o
assedio moral e sexual. Sob as ordens da Major da Força Aérea Soviética Marina
Kaskova, as futuras pilotos começaram seu treinamento. Em 1931, Raskova entrou
para o Laboratório de Navegação Aérea da Academia da Força Aérea, e três anos
depois, se graduou como a primeira mulher soviética a se tornar uma navegadora de
aviação e condecorada por seus feitos, desta forma adquiriu popularidade e
influência no alto escalão do exército soviético, apesar do tradicionalismo muito
presente neste ambiente.

Houve muita dificuldade para as aviadoras serem aceitas pelos soldados, de


voarem juntas com os mesmos e conseguirem uniformes que servissem, assim
sendo obrigadas a fazerem as suas próprias roupas, já em relação as botas não
houve essa possibilidade, sendo obrigadas a utilizarem as dos homens, colocando
papel de jornais para se adaptarem a um número maior.
Pelo fato do alto número de mulheres voluntárias e por influência de sua
popularidade entre os oficiais, Marina conseguiu convencer Stalin de criar três
regimentos somente formado por mulheres, resultando no 586° Regimento de
Aviação de Combate, 587° Regimento de Bombardeio Diurno e o 588° Regimento
de Bombardeio Noturno. O ultimo citado ficou conhecido por suas ações de combate
durante o período da noite, com o intuito de destruir as linhas inimigas, como
depósitos de munição, combustíveis e alimentos, quartéis generais, acampamentos
e veículos de apoio, etc. Porém, comparadas aos aviões dos outros dois regimentos,
os que elas utilizavam não proporcionavam muita facilidade na realização de suas
missões. O Polikarpov PO-2 era um avião de fertilização de campos de 1928 feito de
compensado de madeira e lona, era muito leve e sua velocidade comparada a dos
outros e principalmente a dos aviões da Luftwaffe era muito inferior, porém sua
manobrabrilidade era muito eficiente. A batalha ocorreu durante o inverno, com
temperaturas muito baixas, típicas da pátria russa. Muitas vezes essas mulheres não
conseguiam treinar mais do que o esperado por conta do frio extremo e as roupas
serem de tecidos muito finos e pelo fato dos aviões não serem revestidos
adequadamente a temperaturas extremas, como é possível ver no filme A Batalha
de Sevastopol do diretor Sergey Mokritskiy, pelo qual retrata a inserção das
soviéticas no exército, mas principalmente da sniper Lyudmila Pavlichenko. Além
disso, por razão da leveza do PO-2, não era possível transportar mais de 300kg de
carga.

Com tantas limitações do avião, as aviadoras tiveram que criar táticas que
facilitassem suas ações e garantisse sua segurança, assim sendo necessário
realizar suas atividades de 6 a 10 vezes por noite, por não poder transportar uma
quantidade excessiva de materiais – devido a baixa capacidade de transportar
cargas, assim sendo impossível de carregar muitas munições, paraquedas e rádios -
, desta maneira obrigando as mecânicas a ficarem na base do esquadrão
aguardando as aviadoras e entregar as armas recarregadas e bombas e abastecer
os aviões e assim poder continuar a missão. Quando as pilotos se aproximavam do
alvo, desligavam o motor para não chamar muito a atenção dos alemães e planavam
o mais próximo que pudessem para atirar as bombas e depois ligavam o motor e
partiam para novos alvos, sucessivamente. Apesar do desligamento do motor,
quando o avião planava fazia um barulho muito parecido com o de vassouras das
bruxas de filmes antigos, e é por essa razão que os alemães as apelidaram de
Nachthexen, ou em português, Bruxas da noite. Como é apresentado na obra de
SAIKADA (2003), o capitão mais conhecido de uma das unidades da Luftwaffe,
Johannes Steinhoff, escreveu a respeito das aviadoras em uma carta após o término
do conflito, dizendo as seguintes palavras:

Nós simplesmente não podíamos compreender que os aviadores


soviéticos que nos causavam os maiores problemas eram, na verdade,
mulheres. Essas mulheres não temiam nada. Elas vinham noite após noite
nos seus aviões muito lentos, e por alguns períodos, elas não nos deixavam
dormir de jeito nenhum. (SAKAIDA, 2003, pg. 18)

Após conhecerem suas táticas, os alemães as apelidaram de forma


pejorativa, porém apesar de entendermos a surpresa da maioria dos soldados e as
apelidarem assim justamente pelo machismo predominante, as mesmas gostaram e
adotaram o apelido, como uma forma de resistência perante as provocações
machistas.

As principais pilotos do 588° grupo foram: a comandante Lydia Litvyak, que


iniciou seus treinamentos usando a aeronave Yak-1. Na batalha de Stalingrado,
Lydia conseguiu abater ao mesmo tempo duas aeronaves da Luftwaffe: um
bombardeiro e um caça Bf 109, sendo esta uma de suas primeiras missões.

De acordo com as lembranças da veterana Maria Smirnova transcritas na


obra A Dance with Death (Uma Dança com a Morte), apesar de cientes das
consequências que as mesmas teriam que encarar, nem sempre era possível
manter o foco nas alturas, devido ao alto risco que sempre tinham durante as noites.
Todavia, mesmo com o medo as acompanhando, seguiam em frente com o objetivo
de lutar pela segurança de seu pais.
É de extrema importância ressaltar que os preconceitos de gênero sempre
estiveram presentes, apesar dessa alteração de perspectiva do governo da URSS,
que na verdade, serviu como uma forma de legitimar o sistema marxista e de apelo
diante dos esforços em que o país teve que tomar perante a ameaça. Após o fim da
guerra, muitas aviadoras não puderam continuar no serviço militar ou pilotar seus
aviões, assim sendo ignoradas. Muitas tiveram dificuldade de formar uma família,
pelo fato de terem participado na guerra.

Apesar da inserção feminina na segunda guerra mundial pela URSS, com


intenção política e militar, as aviadoras diante de todas as dificuldades mostraram
serem capazes de exercer as mesmas atividades que os homens e terem sucesso
em suas ações. O tradicionalismo e preconceito de gênero ainda persistiram após o
fim do conflito, porém as pilotos soviéticas acabaram se tornando uma importante
representação da força feminina no ambiente militar e nos mostram que o machismo
é a maior guerra que enfrentaram, muito além do que contra a ameaça nazista.

2.4 O BRASIL VAI A GUERRA: A UNIÃO DA FAB COM A FEB E SUA ATUAÇÃO
NO CONFLITO

O governo brasileiro começou a campanha de convocação de reservistas,


pois havia poucos oficiais ativos para se unir a missão. Foram chamados mais de 25
mil jovens brasileiros a compor o exército. Em 11 de agosto de 1943 com o apoio
norte-americano, era criada a FEB (Força Expedicionária Brasileira) que contava
também com o Serviço de Saúde totalmente formado por mulheres, e a FAB (Força
Aérea Brasileira) que assim como a FEB, era composta pela primeira vez por
militares de todos os segmentos sociais.

No final de 1943 foi decidido que o destino das tropas brasileiras iria o mar
mediterrâneo, o primeiro escalão foi recebido no porto de Nápoles, na Itália, pelo
então tenente Jacob Devers, comandante das tropas norte-americanos que
operavam no mediterrâneo. Em julho de 1944, o General Mascarenhas de Morais
recebeu autorização para o deslocamento das tropas brasileiras para a região de
Tarquínia, onde foi realizado o recebimento de armamentos e materiais que viriam a
ser usados. Mascarenhas percebia o anseio das tropas em entrar em ação, por essa
razão decidiu ir atrás e conceber essa ajuda bélica.

Mesmo ainda caminhando em busca de seu desenvolvimento, rapidamente a


FAB teve que ingressar na guerra. Em dezembro de 1943, foi criado o Primeiro
Grupo de Aviação de Caça (1° GAVCA) enviando 350 homens com 43 pilotos sob o
comando do major-aviador Nero Moura. No ano seguinte, foi a vez da Primeira
Esquadrilha de Ligação e Observação (1° ELO). Neste momento a aviação de caça
brasileira tivera seu início, pelo qual seria excessivamente necessária para a missão
que viria a ser realizada na Itália. Integrou-se ao 350° Grupo de Caça da Força
Aérea Americana, mas em novembro do mesmo ano, os pilotos brasileiros
começaram a administrar suas próprias operações. Além de se aliarem as tropas do
exército norte americano, se aliaram também aos italianos antifascistas e os Aliados.
As aeronaves mais utilizadas em batalha pelos brasileiros foram: Curtiss P-36 Hawk
e o P-47D Thunderbollt, extremamente robusto, totalmente carregado pesando mais
de 8,000 toneladas e armado com 8 metralhadoras.

O Grupo de Caça da FAB apoiou também diretamente As tropas da FEB na


conquista de Monte Castelo, em fevereiro de 1945 e obtendo um excelente
desempenho. Diversas foram as condições enfrentadas pelas tropas da FEB e a
FAB, como treinamentos em regiões de extremo calor até o frio característico do
inverno europeu.

Como foi citado anteriormente, tanto a FEB como a própria FAB eram
constituídas por soldados de diferentes segmentos sociais, todavia, apesar do Brasil
mostrar uma imagem de país cordial em relação as diversidades, Peter M. Beattie
qualifica os militares brasileiros em fins do séc. XIX e começo do século XX:
A ascensão do nacionalismo militarista encerrava uma ironia para os
soldados brasileiros. Ainda que designados para defender a honra nacional,
muitos praças vinham da mal-afamada classe do desprotegidos. Os
recrutadores, a polícia e os juízes extraiam a maioria dos recrutados das
fileiras dos vadios, ex-escravos, órfãos, criminosos, migrantes, trabalhadores
sem qualificação e desempregados. A maioria dos voluntários se alistava
para escapar da fome, do desabrigo, do desemprego [...] (BEATTIE, 2004, p.
274).

Devemos entender que a partir da entrada do Brasil na Primeira Guerra


Mundial, foi incutido através da propaganda fortemente um sentimento de
nacionalismo na sociedade, pela qual incentivava a necessidade de proteger a pátria
e até mesmo a família através do recrutamento militar.

Podemos citar alguns veteranos da FAB e suas missões: Horácio Monteiro


Machado – 1° Tenente Aviador. Com o decorrer do tempo na guerra, se tornou
comandante. Realizou cerca de 94 missões e em abril de 1945, bombardeou um
alvo na cidade de Vergato, enquanto procurava alvos, ate que aproximadamente 7
min de voo em direção norte, encontrou vários tanques de guerra que apresentavam
ser americanos, que haviam entrado cerca de 60 km dentro do território inimigo.
Todavia, não havia nenhum motivo para eles estarem lá. Até que veio um
comunicado indicando a posição exata dos tanques, mostrando que aqueles
blindados não eram de fato dos Estados Unidos, e assim o coronel deu a ordem de
invasão aos aliados no Vale do pó. Em março do mesmo ano, Horácio foi promovido
capitão.

Leon Roussoulières Lara de Araújo – 2° Tenente Aviador. Realizou 80


missões e foi piloto de combate durante todo o conflito. Deslocou-se para os
Estados Unidos para pilotar um novo avião P-47 e se transladou para o Brasil.
Quando retornou para sua terra natal após a guerra, continuou na Força Aérea como
instrutor de caça, pela Base Aérea de Santa Cruz.

Os resultados das ações militares brasileiras no conflito foram: 85% dos


depósitos de munições, 36% dos depósitos de combustíveis, 28% das pontes e 15%
dos veículos motorizados destruídos. O desempenho dos pilotos brasileiros foi tão
eficiente que em 1986, o grupo de caça receberia uma citação presidencial do
embaixador norte-americano do Brasil.

Muitos soldados retornaram ao Brasil com diversas mutilações e sérios


distúrbios psicológicos devido a guerra. As tropas foram recebidas com desfiles e
evento, além de serem condecoradas. Todavia, apesar da calorosa recepção pela
maioria dos brasileiros, aos olhos de alguns, a volta dos mesmos era um tanto
perigosa, pois um exército que lutou em prol da democracia, agora viria a lutar por
um governo de cunho ditatorial. Após a chegada das tropas, Vargas dissolveu a
FEB, por receio de representarem uma ameaça para a ordem política e social do
país, já a FAB, teve um destino melhor, sendo aprimorada com o conhecimento que
recebeu dos oficiais dos Estados Unidos e havendo uma enorme modernização na
aviação. Mesmo com o preconceito vindo por parte do grande escalão, os soldados
brasileiros deram o seu máximo contra o nazi-fascismo, sendo considerada uma das
formações aéreas que mais tiveram um excelente desempenho na Segunda Guerra
Mundial. Para eles, nada importava suas diferenças, mas sim ir rumo a vitória e
finalmente a liberdade.

3 MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de um projeto na perspectiva histórico-social de cunho descritivo


sobre a presença do segmento negro e o feminino na Aeronáutica. Do ponto de vista
dos procedimentos técnicos foram usados obras de historiadores especialistas sobre
os temas. Entre os autores usados, a que teve influência inicial na pesquisa foi a
historiadora gaúcha Cláudia Musa Fay, especialista sobre a aviação civil brasileira.
Além disto, foram utilizados sites voltados ao tema dos aviadores de Tuskegee, das
Bruxas da Noite, da Força Aérea brasileira e sobre o plano de fundo desta pesquisa,
a Segunda Guerra Mundial.

Inicialmente, quando decidi abordar a respeito dos segmentos sociais neste


momento histórico, percebi a dificuldade que eu teria ao longo do desenvolvimento
deste projeto. Dificuldade essa que será melhor tratada em Resultados e
Discussões.
O desenvolvimento desta pesquisa partiu da hipótese de que os países pelos
quais esses segmentos tiveram como sua pátria mãe, os introduziram no serviço
militar não por enxergarem como pessoas dignos de entrar em aviões e lutar na
guerra já que viviam em um contexto extremamente racista e patriarcal, mas sim por
necessidade, devido as baixas de soldados no conflito e questões políticas, assim
precisando da mão de obra daqueles mesmos pelos quais as leis jurídicas e a
sociedade os discriminavam com total consciência. Servindo para o país
militarmente ao mesmo tempo midiaticamente, assim ocultando uma realidade
totalmente oposta do país e sendo visível após o término do conflito, no momento
em que seu papel foi desprezo e suas ações foram esquecidas.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Por tanto, de acordo com os estudos realizados neste projeto, entendemos


que a aviação é um ramo inovador que apresentou ao mundo sua forte tecnologia,
desenvolvimento e influência, consequentemente transformando o nosso mundo o
que é hoje; desde a aviação civil pela qual nos possibilitou irmos de um continente a
outro em questão de horas, e a aviação militar, proporcionando a cada país o
fortalecimento de sua segurança nacional e política externa. Vale refletir sobre o fato
de haver pouquíssimos debates e artigos a respeito da aviação militar da Segunda
Guerra, pela qual tornou tanto os conflitos armados mais modernos e eficientes,
quanto houvera uma gigantesca mudança no mundo, assim tornando-o como o
conhecemos.

Além disto, e não menos importante, os negros e as mulheres que


notoriamente tiveram uma efetiva participação no front apresentando uma excelente
atuação mesmo enfrentando a discriminação de diversas formas, porém, com o
preconceito enraizado na sociedade e leis pelas quais se estruturaram com base no
forte caráter eurocêntrico e patriarcal, não foi possível haver uma admiração,
respeito e reconhecimento por estes combatentes após o fim da guerra, resultando
no esquecimento dos mesmos e principalmente, a negação de sua presença e
feitos, devemos pensar que não foi apenas através da sociedade, mas também pela
historiografia que é puramente europeia, fazendo com que os historiadores que
documentaram o conflito no pós-guerra, se baseassem na historiografia positivista,
tendo um olhar de cima pela qual é visto nos livros didáticos até os dias atuais a
respeito da Segunda Guerra Mundial, onde apenas homens brancos tiveram
grandes proezas, não apenas por ser sua missão de guerra, mas principalmente por
sentirem ser pertencentes aquele país e fazer o máximo possível pelo seu bem
estar, assim honrando seus iguais. Todavia, esta forma de mostrar a realidade de
um soldado é romantizada, assim deixando de lado as outras realidades presentes
neste acontecimento. As consequências desta visão ao ser transmitida aos
educandos são analisadas por Azevedo e Stamatto em sua obra, pela qual diz que:

“[...] uma abordagem curricular positivista não viabiliza a


compreensão da realidade sociocultural da comunidade escolar
posto que não há espaço para as relações entre presente e
passado e os conteúdos históricos não têm meios para
contextualização” (AZEVEDO e STAMATTO, 2010, p. 713).

Como foi comentado em Materiais e Métodos a respeito da dificuldade que


tive durante a construção do desenvolvimento, a maioria dos materiais encontrados,
apesar de não serem de caráter acadêmico, neste caso me refiro aos sites
específicos sobre os pontos abordados na pesquisa, foram extremamente
essenciais para a concretização da mesma, me possibilitando refletir sobre a
realidade fora da visão acadêmica, sobre o racismo e o machismo que
lamentavelmente ainda se perpetua, por mais moderno e tecnológico que o nosso
mundo esteja, o preconceito racial e de gênero continua forte. Além disto, me
despertou principalmente a refletir também sobre como é necessário haver
pesquisas que explorem especificamente a atuação e impasses destes segmentos
não só na guerra, mas no contexto sócio-político-cultural em que viviam.

Desta maneira, ficou evidente que enquanto pesquisadores e futuros


professores de História, não só devemos pensar sobre a extrema importância de
darmos voz aos ‘’esquecidos’’ da história e evidenciar suas realizações, dificuldades,
traumas, a busca por visibilidade e respeito no seu próprio país e toda a realidade
que havia durante e após o término do conflito, mas principalmente introduzi-las em
discussões, pesquisas, GT’s e nos livros didáticos, assim os tornando públicos e
principalmente proporcionando aos alunos a identificação de si mesmos como
sujeitos atuantes na história, e não como observadores. Por tanto, nos faz refletir a
respeito de tornar a História mais próxima da sociedade, ou em outras palavras,
mostrar a influência destas ‘’minorias’’ sociais em diversos momentos significativos
da história, mostrando que estes grupos são tão importantes para as transformações
que houveram na história humana e que virá outras, quanto a interferência dos
grandes heróis.

5 CONCLUSÃO

Concluo que a presença desses homens e mulheres que lutaram contra dois
inimigos em comum, o nazismo e principalmente o preconceito, além da busca pelo
pertencimento ao seu próprio país, foi extremamente relevante no momento mais
difícil e significativo da história, mostrando serem capazes de ocupar funções pelas
quais são impedidos de fazer parte e lutar pela sua nação. Todavia, o preconceito
contra os negros e mulheres se perpetua, resultando no esquecimento de suas
ações, como se não tivessem participado ativamente na história e assim fazendo
com que muitos não conheçam sua existência e contribuição, nos confirmando que
essas realidades devem ser estudadas, valorizadas e visibilizadas pela historiografia
e a sociedade.

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