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RESUMO
Este trabalho tem como objetivo abordar sobre a inserção de minorias sociais na
Aeronáutica, utilizando fontes especificas que se aprofundam neste tema que será dividido em
quatro tópicos; iniciando pelo primeiro que será exclusivamente sobre o desenvolvimento da
aviação em seu modo geral, sendo a base dos tópicos seguintes, pelos quais serão sobre a
presença negra e feminina na força aérea, apresentando suas realidades; desde dificuldades,
organização e conquistas, nos deixando claro como sua presença deve ser valorizada pela
historiografia e apresentada para a sociedade, assim mostrando a importância desses
segmentos como sujeitos atuantes da História.
1 INTRODUÇÃO
No segundo tópico, irei abordar sobre a presença dos pilotos negros norte-
americanos do Instituto Tuskegee, que ficaram conhecidos como Red Tails (Caudas
Vermelhas), evidenciando como sua inserção foi polêmica perante um Estados
Unidos da América que perpetuava uma política segregacionista extremamente
profunda pela qual imperava a muito tempo. Falarei sobre sua formação, aviões
utilizados em batalhas, missões, feitos e dificuldades vindas tanto por razão da
guerra, como também pelo racismo.
2 CORPO DO TRABALHO
O ser humano desde muito antes de nossa década, sempre teve fascínio pela
ideia de voar. Acredita-se que este fascínio iniciara com o homem observando os
pássaros e imaginando como seria se pudesse ter a mesma capacidade. Foi a partir
do século XIX, que este desejo se tornara real, através da invenção dos irmãos
Wilbur e Orville Wright, dos Estados Unidos. Inspirados em seus antecessores,
começaram a estudar planadores para projetar um avião e acreditavam que era
possível que a criação de um motor movido a gás geraria impulso suficiente para um
avião levantar vôo. Todavia, o motor e a estrutura do projeto devia ser igualmente
forte e leve, assim utilizaram o alumínio fino para construir o motor, e a madeira de
pinheiro, ideal para a estrutura. Em 1903, Orville realiza o primeiro voo, percorrendo
37 metros em 12 segundos, sobrevoando a área de sua cidade natal, Dayton, em
Ohio. Um ano depois, foi a vez de seu irmão. Com o sucesso da invenção
continuaram aprimorando-a, e em um voo em 1905, permaneceu por cerca de 40
minutos no ar.
O grande apoio que o futuro Aeroclube do Brasil teve por civis, militares,
professores e políticos, foi impulsionada devido a falta de modernização das forças
armadas e o desejo de uma nova geração de militares que seria enviados para o
exterior, principalmente a Europa, para serem treinados pela França, berço da
aviação mundial. Então, em dezembro de 1912, no Campo dos Afonsos, era
fundada a pioneira escola de aviação brasileira. Todavia, pela da falta de
investimento governamental, foi preciso adiar por um ano. Inicialmente, o Aeroclube
contava com cerca de 35 alunos, entre eles integrantes da Marinha e do Exército.
Os primeiros aviões foram adquiridos com o apoio dos populares e em seguida
cedidos ao Exército. No mesmo ano, o Exército se responsabilizou pela Escola, para
criar a sua própria instituição de ensino de aviação militar, que foi nomeada como
Escola de Aviação Militar (EAM), que contou com o apoio de um grupo de pilotos
italianos e muitos dos aviadores brasileiros foram enviados para exterior para
receber treinamento. Todavia, devido a eclosão da Grande Guerra, não foi possível
a continuação das atividades por razão do envolvimento da Itália na tríplice aliança,
então assim, a presença do grupo poderia causar prejuízo ao país que até aquele
momento se mantinha neutro diante no conflito.
Diante do novo cenário mundial, medidas precisaram ser tomadas para a
segurança territorial e econômica do país. Após navios brasileiros terem sido
atingidos pela Alemanha, o Brasil corta aliança com o país e se une aos seus outros
dois aliados, a Inglaterra e a França. Através da Missão Médica, muitos profissionais
foram enviados para unidades da França e da Inglaterra para cuidar dos feridos,
também foram pilotos para integrar a Força Aérea Real Britânica e um grupo de
oficiais brasileiro para fazer parte do exército francês com o objetivo de aprender
novos conhecimentos militares e aprimorar o nosso. Apesar da modesta participação
na guerra, o Brasil se via diante de um impulsionamento industrial e econômico,
facilitando a modernização da aviação brasileira que seria extremamente importante
para a sua efetiva participação na Segunda Guerra Mundial, assunto que veremos
melhor no último tópico.
Eles foram alguns dos melhores aviadores da Força Aérea Americana devido
a motivação pessoal e profunda. Porém, estes homens tiveram que enfrentar a
discriminação que vinha de todos os lados, principalmente de outras unidades do
Exército e até mesmo fora. Na época, existia o Instituto Tuskegee, no Alabama, uma
universidade especializada na construção e reparos de aviões e blindados onde os
que estudavam lá eram em sua maioria negros.
Com tantas limitações do avião, as aviadoras tiveram que criar táticas que
facilitassem suas ações e garantisse sua segurança, assim sendo necessário
realizar suas atividades de 6 a 10 vezes por noite, por não poder transportar uma
quantidade excessiva de materiais – devido a baixa capacidade de transportar
cargas, assim sendo impossível de carregar muitas munições, paraquedas e rádios -
, desta maneira obrigando as mecânicas a ficarem na base do esquadrão
aguardando as aviadoras e entregar as armas recarregadas e bombas e abastecer
os aviões e assim poder continuar a missão. Quando as pilotos se aproximavam do
alvo, desligavam o motor para não chamar muito a atenção dos alemães e planavam
o mais próximo que pudessem para atirar as bombas e depois ligavam o motor e
partiam para novos alvos, sucessivamente. Apesar do desligamento do motor,
quando o avião planava fazia um barulho muito parecido com o de vassouras das
bruxas de filmes antigos, e é por essa razão que os alemães as apelidaram de
Nachthexen, ou em português, Bruxas da noite. Como é apresentado na obra de
SAIKADA (2003), o capitão mais conhecido de uma das unidades da Luftwaffe,
Johannes Steinhoff, escreveu a respeito das aviadoras em uma carta após o término
do conflito, dizendo as seguintes palavras:
2.4 O BRASIL VAI A GUERRA: A UNIÃO DA FAB COM A FEB E SUA ATUAÇÃO
NO CONFLITO
No final de 1943 foi decidido que o destino das tropas brasileiras iria o mar
mediterrâneo, o primeiro escalão foi recebido no porto de Nápoles, na Itália, pelo
então tenente Jacob Devers, comandante das tropas norte-americanos que
operavam no mediterrâneo. Em julho de 1944, o General Mascarenhas de Morais
recebeu autorização para o deslocamento das tropas brasileiras para a região de
Tarquínia, onde foi realizado o recebimento de armamentos e materiais que viriam a
ser usados. Mascarenhas percebia o anseio das tropas em entrar em ação, por essa
razão decidiu ir atrás e conceber essa ajuda bélica.
Como foi citado anteriormente, tanto a FEB como a própria FAB eram
constituídas por soldados de diferentes segmentos sociais, todavia, apesar do Brasil
mostrar uma imagem de país cordial em relação as diversidades, Peter M. Beattie
qualifica os militares brasileiros em fins do séc. XIX e começo do século XX:
A ascensão do nacionalismo militarista encerrava uma ironia para os
soldados brasileiros. Ainda que designados para defender a honra nacional,
muitos praças vinham da mal-afamada classe do desprotegidos. Os
recrutadores, a polícia e os juízes extraiam a maioria dos recrutados das
fileiras dos vadios, ex-escravos, órfãos, criminosos, migrantes, trabalhadores
sem qualificação e desempregados. A maioria dos voluntários se alistava
para escapar da fome, do desabrigo, do desemprego [...] (BEATTIE, 2004, p.
274).
3 MATERIAL E MÉTODOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5 CONCLUSÃO
Concluo que a presença desses homens e mulheres que lutaram contra dois
inimigos em comum, o nazismo e principalmente o preconceito, além da busca pelo
pertencimento ao seu próprio país, foi extremamente relevante no momento mais
difícil e significativo da história, mostrando serem capazes de ocupar funções pelas
quais são impedidos de fazer parte e lutar pela sua nação. Todavia, o preconceito
contra os negros e mulheres se perpetua, resultando no esquecimento de suas
ações, como se não tivessem participado ativamente na história e assim fazendo
com que muitos não conheçam sua existência e contribuição, nos confirmando que
essas realidades devem ser estudadas, valorizadas e visibilizadas pela historiografia
e a sociedade.
REFERÊNCIAS
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http://seer.cgee.org.br/index.php/parcerias_estrategicas/article/view/239 Acesso em:
12. mai. 2020.
BARROS, Henrique Lins de. Santos Dumont e a Invenção do Avião. Rio de Janeiro,
2006. Disponível em: http://livros01.livrosgratis.com.br/du000003.pdf. Acesso em:
12. mai. 2020.
BEATTIE, Peter. M. “Ser homem pobre, livre e honrado: a sodomia e os praças nas
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