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Criciúma
Outubro - 2016
DANNY DA SILVA FORMENTIN
Criciúma
Outubro - 2016
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Mapa de solos simplificado para o estado de Santa Catarina [10]. .......................... 13
Figura 2: Efeito da umidade na resistividade do solo [15]. ...................................................... 17
Figura 3: Hastes cravadas no solo para análise do método de Wenner [12]. ........................... 20
Figura 4: Método das imagens aplicado ao método de Wenner [12]. ...................................... 20
Figura 5: Megger aplicado ao método de Wenner [16]. ........................................................... 22
Figura 6: Disposição das hastes para duas medições [16, adaptado]. ...................................... 23
Figura 7: Estratificação do solo em duas camadas [11, adaptado]. .......................................... 24
Figura 8: Esquemático dos agentes do sistema elétrico de potência [19]. ............................... 27
Figura 9: Modelo de torre de subtransmissão [20]. .................................................................. 28
Figura 10: Topologia de aterramento por cabo contrapeso [21]. ............................................. 29
Figura 11: Topologia de aterramento por haste aterrada [16]. ................................................. 30
Figura 12: Análise de aterramento pelo modelo de linhas de transmissão [16]. ...................... 34
Figura 13: Forma de onda da corrente de uma descarga atmosférica [27]. .............................. 35
Figura 14: Faltas anuais em função da resistência de aterramento da torre [20, adaptado]. .... 37
LISTA DE TABELAS
SIGLAS
SÍMBOLOS
b [m] Largura
in [faltas/100 Número equivalente de faltas devido aos flashovers, por torre
km/ano]
ineq [faltas/100 Número equivalente de faltas devido aos flashovers, para a linha de
km/ano] subtransmissão
ini [faltas/100 Número de faltas por flashovers, para a torre i
km/ano]
to [adim.] Número de torres da linha
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 10
1.1 JUSTIFICATIVA E CONTRIBUIÇÕES ........................................................................ 10
1.2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................ 11
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................................... 11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 12
2.1 SOLOS ............................................................................................................................. 12
2.1.1 Tipos de solos ............................................................................................................... 13
2.1.1.1 Cambissolos................................................................................................................ 14
2.1.1.2 Podzólicos................................................................................................................... 14
2.1.1.3 Latossolos Brunos ...................................................................................................... 15
2.1.1.4 Terra Bruna Estruturada ............................................................................................. 15
2.1.2 Características elétricas do solo ................................................................................. 16
2.1.3 Umidade no Solo .......................................................................................................... 16
2.1.4 Determinação da umidade do solo ............................................................................. 18
2.1.5 Sais minerais no solo ................................................................................................... 18
2.2 RESISTIVIDADE DO SOLO ......................................................................................... 19
2.2.1 Método de Wenner ...................................................................................................... 20
2.2.2 Medição de resistividade do solo ................................................................................ 22
2.2.3 Estratificação do solo .................................................................................................. 23
2.2.4 Resistividade aparente do solo ................................................................................... 25
2.2.4.1 Cabo contrapeso ......................................................................................................... 26
2.2.4.2 Haste aterrada ............................................................................................................. 27
2.3 SISTEMAS DE SUBTRANSMISSÃO ........................................................................... 27
2.3.1 Características estruturais ......................................................................................... 28
2.4 SISTEMA DE ATERRAMENTO ................................................................................... 29
2.4.1 Topologia de aterramento .......................................................................................... 29
2.4.2 Resistência de aterramento ........................................................................................ 31
2.4.2.1 Cabo de contrapeso..................................................................................................... 31
2.4.2.2 Haste aterrada ............................................................................................................. 32
2.4.2.3 Resistência de aterramento da torre ............................................................................ 33
2.4.3 Impedância de aterramento ....................................................................................... 33
2.5 DESCARGAS ATMOSFÉRICAS .................................................................................. 35
2.5.1 Incidência de descargas atmosféricas na linha ......................................................... 36
2.5.2 Faltas em função do aterramento da torre ............................................................... 37
2.6 ANÁLISE ECONÔMICA ............................................................................................... 39
2.6.1 Custos de execução ...................................................................................................... 39
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 41
10
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 SOLOS
profundidades maiores que 50 cm, e menores ou iguais a 100 cm; profundos, para
profundidades maiores que 100 cm e menores ou iguais a 200 cm; ou muito profundos, para
profundidades maiores que 200 cm [9].
Segregam-se os tipos de solo predominantes encontrados na região de Santa
Catarina, objeto de análise desse estudo de caso.
Observa-se que os tipos de solo predominantes para a região de Santa Catarina são
os Cambissolos, Podzólicos, Latossolos Brunos e a Terra Bruna Estruturada. As
características desses estão assentadas conforme a seguir.
14
2.1.1.1 Cambissolos
2.1.1.2 Podzólicos
1,000 PEa
PVa
Ca
Ce
0,100
Resistividade (p.u.)
CBHa
LBRa
TBa
0,010 LRd
HGP
Ra
0,001 Re
10 20 30 40 TRe
Umidade Gravimétrica (%)
Sm
mu ms
U 100 (1)
ms
Onde:
U = umidade gravimétrica, em (%);
mu = massa da amostra úmida, em (g); e
ms = massa da amostra seca, em (g).
Relata-se que, mesmo que um pequeno percentual de sais seja adicionado ao peso
da amostra de solo, a sua influência é significativa na atenuação da resistividade. Contudo, a
partir de um percentual de 1% do peso do solo em sais, o valor da resistividade pouco varia
com o aumento da quantidade de sais adicionada, o que atribui uma saturação ao efeito de
redução da resistividade do solo.
A seguir, destacam-se as questões referentes às práticas adotadas para estimativa
dos valores de resistividade do solo.
A resistividade do solo condiz com uma resistência elétrica entre faces opostas de
um cubo com arestas de valores unitários [11]. Esse valor pode ser estimado por meio do
tratamento analítico e estatístico de dados de medição, onde se realiza a estratificação do solo
em camadas equivalentes.
Dentre as metodologias para estimativa da resistividade do solo, estima-se a
aplicação do método de Wenner ao estudo em questão.
20
É possível estimar a diferença de potencial entre as hastes dois e três, por meio da
integração dos campos elétricos nesses pontos. A tensão obtida entre essas hastes se encontra
na Eq. (2).
I 1 2 2
V23 (2)
4 a a ² (2 p)² (2 a)² (2 p)²
Em vista que:
V23 = diferença de potencial entre as hastes dois e três, em (V);
4 a R
(3)
2a 2a
1
a ² ( 2 p )² ( 2 a )² ( 2 p )²
Sendo que:
R = resistência elétrica, em (Ω).
Ressalta-se que, com base nesse método, calcula-se a resistividade do solo para
uma profundidade de penetração da corrente com um valor aproximado ao espaçamento entre
as hastes. As medições para obtenção das resistividades para as diversas camadas do solo são
realizadas conforme a seguir.
22
2
a/
2
a/
a
p
O Megger insere uma corrente elétrica entre as hastes externas, o que gera uma
diferença de potencial entre as hastes internas. Devido à penetração da corrente no solo, onde
se considera que cerca de 58% dessa corrente circula a uma profundidade igual ao
espaçamento entre as hastes, mede-se um valor equivalente de resistência para essa
profundidade [12].
A realização de medições de resistência para valores diferentes espaçamento,
aplicadas à Eq. (3), permite estimar a resistividade para diferentes camadas do solo.
Embora o ideal seja a realização de medições em diversos pontos e direções, por
fins de praticidade, estima-se um mínimo de duas medições. A disposição das hastes no solo
para a realização de duas medições em direções distintas é demonstrada na Fig. 6.
23
90,0°
ρ1 h
ρ2 ∞
2 1
k (4)
2 1
kn kn
( y ) 1 1 4 (5)
n 1
2 2
h h
1 2 n 4 2 n
y y
25
Pondera-se que:
( y ) = resistividade elétrica do solo em uma profundidade y, em (Ω.m); e
h = profundidade da primeira camada do solo, em (m).
Com base nas medições de resistividade do solo obtidas pelo método de Wenner,
que dispõe de valores para determinadas profundidades, aplica-se um método iterativo para
estimar os parâmetros. Utiliza-se uma função de minimização para buscar o menor valor de
desvio entre a medição e o cálculo [12], conforme demonstrado na Eq. (6).
q
kn kn
min ( y i ) med 1 1 4 (6)
i 1 n 1
2 2
1 2 n h h
4 2 n
y i
yi
Determina-se que:
( y i ) med = resistividade medida para uma profundidade yi , em (Ω.m).
Em vista que o solo não é uniforme, deve-se considerar a integração das camadas
estratificadas à produção de uma resistência para cada topologia de aterramento. A
resistividade aparente condiz com a interligação do modelo de solo estratificado ao sistema de
aterramento, onde essa representa uma resistividade elétrica homogênea que, para uma mesma
topologia de aterramento, produz uma resistência de terra equivalente à do modelo de solo
estratificado [11; 12].
26
a [2 M ( ) M (2 )] 1 (7)
Sendo que:
a = resistividade aparente, em (Ω.m).
O termo M(α), presente na Eq. (7), pode ser determinado conforme a Eq. (8).
(k ) n
M ( ) 1 2 (8)
2n
2
n 1
1
É possível estimar o termo α, constituinte da Eq. (8), por meio dos parâmetros de
do sistema de aterramento a ser modelado. Essa condição está exposta na Eq. (9).
LCP
(9)
2h
Considera-se:
LCP = comprimento do cabo contrapeso, em (m).
Estima-se que:
L1 = comprimento da haste cravada na primeira camada do solo, em (m); e
L2 = comprimento da haste cravada na segunda camada do solo, em (m).
à proteção
da rede
Com relação à topologia de haste aterrada, observa-se esse modelo demonstrado
na Fig. 11.
Cabo
0,5 m
Solo
Haste f (mm)
L
A haste fica situada abaixo do solo, a uma profundidade de meio metro. Ressalta-
se que as hastes são constituídas de material condutor, podendo ser de cobre ou arame [16].
Determinadas as topologias de aterramento, estipulam-se as equações que regem o
comportamento da resistência de terra, com base na teoria de campos eletromagnéticos.
31
RCP K CP a (11)
Sendo que:
RCP = resistência de aterramento para cabo contrapeso, em (Ω); e
Onde:
pCP = profundidade do cabo contrapeso, em (m).
32
RH K H a (13)
Em vista que:
R H = resistência de aterramento para a haste aterrada, em (Ω); e
KR 4 LH
KH ln 1 (14)
2 LH dH
Onde:
LH = comprimento da haste, em (m);
d H = diâmetro da haste, em (m); e
K R = 1, para uma haste.
RH RCP
RCC (16)
4 ( RH RCP )
Pondera-se que:
RCC = resistência de aterramento da torre, em (Ω).
L
R
Zin C G
Solo
Figura 12: Análise de aterramento pelo modelo de linhas de transmissão [16].
Z in Z c coth l (17)
Determina-se que:
Z in = impedância de aterramento, em (Ω);
j L
ZC (18)
G j C
j L (G j C ) (19)
35
Onde:
L = indutância, em (H/m);
C = capacitância, em (F/m);
G = condutância, em (S/m); e
= velocidade angular, em (rad/s).
Estudos correlatos [21; 25; 26] sugerem que, para a topologia de aterramento por
cabo contrapeso, a impedância de aterramento passa a se alterar de forma significativa apenas
após uma frequência de 100 kHz. Em frequências menores, seu valor permanece constante,
com um comportamento similar à teoria de campos eletromagnéticos.
Em vista que o aterramento influi no desempenho da linha com relação às
descargas atmosféricas, definem-se os parâmetros de interesse desse fenômeno.
28 h 0, 6 b
N Ng T (20)
10
Sendo que:
N = taxa de coleta de descargas atmosféricas, em (raios/100 km/ano);
N g = densidade de descargas atmosféricas da região, em (raios/km²/ano);
14
12
Faltas/100km/Ano
10
0
0 10 20 30 40 50
Impedância de Pé de Torre (Ω)
Figura 14: Faltas anuais em função da resistência de aterramento da torre [20, adaptado].
38
A Tab. 4 concatena uma estimativa desses dados, para uma resistência de terra de
oito e de quinze ohms.
Tabela 4: Estimativa de faltas anuais por comprimento da linha devido ao aterramento [20].
Faltas/100 km/ano
Resistência de aterramento RCC
Linha 69 kV Linha 138 kV
8Ω 2,0 1,0
15 Ω 5,5 2,8
in p RCC q RCC w
2
(21)
Em vista que:
in = número de faltas devido aos flashovers, por torre, em (faltas/100 km/ano).
Correlação de 0,9975, para 69 kV; e de 0,9961, para 138 kV;
p = 0,0061, para 69 kV; e 0,0029, para 138 kV;
q = 0,5805, para 69 kV; e 0,4129, para 138 kV;
w = 2,1726, para 69 kV; e 2,3546, para 138 kV; e
Se (Rcc < g), in = 0, sendo que: g = 3,65, para 69 kV; e g = 6,00, para 138 kV.
A Eq. (21) representa uma análise da resistência de terra de cada uma das torres.
Em função da diversidade de valores para esse parâmetro, faz-se uma análise da contribuição
da resistência de aterramento de cada torre no número de faltas, de acordo com a Eq. (22).
to
ini
ineq N g (22)
i 1 to
39
Sendo que:
ineq = número equivalente de faltas devido aos flashovers, para a linha de
Esse parâmetro permite, para cada cenário, estimar o número de faltas equivalente
para a totalidade da linha de subtransmissão em análise. Com isso, para cada projeto de
sistema de aterramento, é possível quantificar a melhoria do desempenho da linha devido às
ações tomadas.
A seguir, determina-se a metodologia de análise econômica, para avaliação dos
valores inerentes ao projeto.
REFERÊNCIAS
[2] IEEE. Standard 1410/2010: Guide for Improving the Lightning Performance of Electric
Power Overhead Distribution Lines. New York: IEEE, 2011.
[3] IEEE. Standard 1243/2010: Guide for Improving the Lightning Performance of Electric
Power Overhead Distribution Lines. New York: IEEE, 2011.
[4] COTRIN, A. M. B. Instalações Elétricas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2003.
[6] MACHADO, S. L.; MACHADO, M. F. C.. Mecânica dos Solos: Conceitos Introdutórios.
Salvador: UFBA, 1997.
[8] EMBRAPA. Solos: Manual de métodos de análise de solos. 2ª ed. Rio de Janeiro, 1997.
[11] FILHO, S. V. Aterramentos Elétricos. São Paulo: Artliber Editora Ltda., 2015.
[13] COELHO, V. L et al. The influence of seasonal soil moisture on the behavior of soil
resistivity and power distribution grounding systems. Electric Power Systems Research
118 (2015) 76–82, 2015. (no prelo)
42
[18] MEGABRAS. Terrômetro Digital MTD-20KWe: Folheto Técnico. Disponível em: <
http://www.megabras.com.br/pt-br/produtos/terrometro/terrometro-digital-MTD20KWe.php>
Acesso em: 18 set. 2016.