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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS I


CURSO DE LICENCIATURA EM FILOSOFIA
2019.2 – TURMA 1

DISCIPLINA: Laboratório do Ensino de Filosofia III


DOCENTE: Ivana Libertadoira Carneiro
DISCENTES: Antonio Samuel Cardoso Nascimento

INTOLERÂNCIA RELIGOSA
Breve Análise no Contexto Brasileiro

Trabalho apresentado como requisito parcial para


aprovação na Disciplina Laboratório do Ensino de
Filosofia III, ministrada pela professora Ivana Libertadoira
Carneiro, no curso de Licenciatura em Filosofia.

Salvador-Ba
2020
Introdução

O tema da intolerância é de fundamental importância no momento atual onde o Brasil se


vê mais polarizado que em todos os tempos. No caso da intolerância religiosa há uma
série de equívocos que pretendo discorrer neste texto.
O foco no islamismo é uma necessidade tanto pelo engano promovido quanto pela
confusão com o maior credo brasileiro. Um que promove os maiores abusos religiosos
do planeta, e outro que tem suas mazelas historicamente conhecidas e amplamente
divulgadas. Por isso o destaque e o alerta, como o Mestre sugeriu há dois mil anos,
sobre o discernimento do joio e do trigo, mas só Deus irá fazer a separação definitiva no
dia do juízo, conforme as sagradas escrituras.
O olhar pessoal se fez inevitável após diversas leituras bíblicas e uma vivência de
décadas no evangelho e pesquisas particulares pré-acadêmicas através de
relacionamentos com adeptos do espiritismo, candomblé e ramificações evangélicas
diversas. Não seria, portanto, honesto nem autoral tratar do assunto com o conceito de
terceiros apenas, nem tratar do tema excluindo a bíblia sagrada, mas utilizá-los como
arcabouço cultural na elaboração do pensamento. Ser propositivo é uma prática
recorrente da qual não me furtarei em qualquer discussão.
Este trabalho está dividido em introdução, evangelho, islamismo e conclusão.

O Contexto Brasileiro

Colonizado por católicos romanos, o respeito às diferentes formas de culto nunca foi
uma tradição no Brasil. Desde o início o Padre Manoel desconsiderou as práticas dos
nativos e impôs o catolicismo romano, inclusive renomeando o território com um nome
cristão e batizando os nativos. Com a importação dos trabalhadores africanos à força,
novamente o modelo da minimização do credo alheio foi repetido chegando a
criminalizar as práticas de matriz africana. Em 1882 a missão batista teve a coragem de
abrir as portas após a conversão do ex-padre Antônio Teixeira de Albuquerque,
reduzindo assim a dominação católica sobre a capacidade humana de crença no
território nacional. Lembro aqui que minha avó abrigou e protegeu missionários da
Assembleia de Deus, isso em Bomfim de Feira, na década de 1940. Em meados de 1960
meu genitor foi recebido com pedradas em Alagoinhas. Até esta época os padres
perdoavam previamente os capangas que matassem os protestantes e mandava jogar
creolina na calçada a fim de purificar do “sangue maldito”. Vemos até aqui a tradição de
intolerância perpetrada pelos gestores políticos e religiosos, ação imitada pela
população até nossos dias em que a constituição garante a liberdade de culto. Tenho
inclusive um amigo que confessa o ódio a mim antes de sua conversão. Sua confissão se
assemelha à de um ex-traficante que também me confessou odiar minha passagem com
a bíblia na mão, isso na década de 1980. Vemos até aqui uma mescla de conteúdo
conhecido e histórias que não constam em livros didáticos provavelmente por não
interessar aos poderes constituídos. O mesmo ocorre com a tradição dos nativos e
afrodescendentes. A intolerância para com os evangélicos no Brasil sempre foi abafada
pelos governantes católicos. A história é sempre contada pelos vencedores ou
sobreviventes, os vencedores as cunham oficialmente e os sobreviventes pela tradição
oral. O melhor do que conhecemos da história oficial não advém de narrativas de
brasileiros mas de holandeses e franceses.
A intolerância, praticada por um dito ex-traficante, recém-chegado ao
neopentecostalismo no Rio de Janeiro, foi minimizada na ação de um famoso artista
gospel que reuniu pastores para ajudar a recuperar um terreiro de candomblé atingido
pela loucura. Cabe lembrar que o termo recém-chegado substitui propositadamente o
termo convertido, que por sua vez vem de metanóia, termo encontrado no livro de Atos
dos apóstolos. Convertidos ao evangelho não praticam intolerância. O
neopentecostalismo nos dias atuais abusa da liberdade cristã e da tolerância dos cristãos
tradicionais, não ensinando fundamentos apostólicos e, num contexto de analfabetismo
funcional, os evangélicos sequer conhecem o evangelho. Citar as falas de Cristo para os
crentes do Brasil é algo bastante esquisito. Isso causa dependência cognitiva aos pseudo
pastores e a intolerância nas mais diversas formas termina por acontecer.
Há, porém, uma esperança tanto no estudo do evangelho quanto na prática da amizade
civil, como nos recomendou Aristóteles. Na década de 1970 tínhamos uma vizinhança
no condomínio que mesclava todas as crenças numa harmonia muito saudável. Uma ilha
de respeito diferente do que víamos ao redor. A amizade, por exemplo, de lideranças
como Nilson Fannini, pastor batista que era amigo do Papa João Paulo II, abriu portas
junto aos governantes brasileiros entre as décadas de 1970 a 1990 minimizou os
entraves ao evangelho descendente dos protestantes. A amizade de Mãe Menininha do
Gantois com o velho ACM garantiu a sobrevivência dos terreiros no mesmo período.
Atualmente temos ações de pequeno porte onde, longe do ecumenismo, cidadãos de
diversos credos realizam manifestações de clamor pelo respeito às diferenças. O
ecumenismo tem evidente valor fraternal, mas suprime fundamentos de cada credo
envolvido. Logo não me parece o caminho mais adequado na perspectiva religiosa mas
uma ação política. No estudo do evangelho, também como sugestão pacificadora, os
ânimos são reduzidos aos ensinos do Mestre e dos apóstolos. Afinal o fundamento
ensinado no sermão da montanha não admite perfis intolerantes (Mateus 5:9).

O evangelho

Evangelho significa boas notícias. O fundamento é que todos são pecadores e carentes
da graça, favor imerecido, de Deus (Efésios 2:8). Para resolver o problema Deus enviou
Jesus Cristo e é Ele quem tem todo o mérito (Romanos 11:36). Nenhum evangélico
pode se justificar diante de Deus. O evangelho se divulga pelo anúncio dessa notícia por
parte dos cristãos, mas quem convence é o Espírito Santo (João 16:8). Logo nem o
evangelista tem o crédito das conversões (Atos 2:47). A opção de seguir a Cristo
também é uma habilitação divina, logo o convertido deve se sentir privilegiado (Atos
13:52). Desde o início o evangelho sofreu perseguição, porque apregoa liberdade (João
8:32) e isso incomodou muito os dominadores (Mateus 27:18). Também não há
qualquer menção de construção de templos ou instituições (Romanos 16:5), o que
ocorre por volta do ano 100 com o Imperador Constanino. Um dos erros, além da
institucionalização, foi a reunião dos textos direcionados a Israel com os textos do
evangelho e sua expansão. Isso causou uma série de anacronismos que Lutero tentou
corrigir mas o trabalho é árduo até nossos dias. Num dos eventos dos 500 anos da
reforma protestante, que ocorreu no Hotel Fiesta em Salvador, o Reverendo Josafá
Vasconcelos, presbiteriano muito respeitado e querido pelos demais tradicionais do
Brasil desde a década de 1970, lembrou que necessitamos urgentemente de uma nova
reforma. As distorções se exacerbaram tanto que algumas igrejas remontam o
sacerdócio israelita antigo e outras se assemelham a práticas africanas e hinduístas. O
evangelho original cuida dos pobres (Tiago 1:27) e pratica a simplicidade em sua
liturgia (II Coríntios 11:3).
A organização das igrejas locais é uma demanda pós-evangelismo. É a comunidade que
constrói. Na ordem batista, por exemplo, a igreja mãe sustenta a filha até que esta
possua condições de autogestão e é emancipada para a independência absoluta. A gestão
é democrática e os pastores funcionam como um diretor de universidade, alguns como
síndico de condomínio, sendo assim passíveis de substituição, por diversas razões, ao
sabor da membresia. O regimento diz que a assembleia é soberana. A ordem batista
trabalha como cooperativa, não há qualquer papa nas igrejas tradicionais. No
neopentecostalismo a ordem é inversa onde as filiais sustentam a matriz ad aeternum e
seus líderes funcionam como pirâmide corporativa. Uma imitação do catolicismo
romano. A vantagem dos neopentecostais é, por estarem mais ávidos por prosélitos,
muitas denominações operam como filtros, e os que se emancipam biblicamente,
passam a frequentar as tradicionais. As receitas de prosperidade e triunfalismo
funcionam tanto quanto a meritocracia capitalista. A maioria não permanece, circula em
diversas correntes até se estabilizar em algo menos pirotécnico.
Por conta da pirâmide gospel muitos políticos se aproveitam dos líderes interesseiros e
direcionam seu gado a uma candidatura de interesses. Nas igrejas tradicionais há uma
proibição a tal mistura podendo o pastor perder seu posto. O microfone de uma igreja
mais próxima da reforma protestante, e, portanto, que se considera reformada, jamais é
conferido a não representantes do evangelho para tratar dos interesses absolutos do
evangelho que tem cunho espiritual, ou seja, testemunhos, orações, leituras bíblicas etc.
A mistura governo e credo sempre foi problemática e os tradicionais sabem disso. Os
neopentecostais misturam tudo e causam o transtorno que temos visto, chegando a dizer
que o presidente Bolsonaro é um homem de Deus. Ora, as sagradas escrituras o
condenam no evangelho pela postura e na tradição judaica pela qualificação. Mas o que
denomino gado gospel desconhece o texto que mostra José do Egito separando seus
irmãos para terras mais distantes porque a criação de gado na capital era abominação
para os deuses egípcios. Desconhecem Daniel, profeta, o mais inteligente da corte de
Nabucodonosor, governador de dez províncias babilônicas e mestre dos magos, ou seja,
ministro das religiões, que conteve o capitão da guarda de matar os demais sacerdotes
por conta de um sonho do rei. Daniel também não impôs sua crença ao império mas
deixou o Deus dos Hebreus cuidar disso. O próprio Nabucodonosor exigiu respeito ao
Deus dos Céus de Daniel como o maior de todos. Não podemos deixar de pontuar que a
extinção de outras crenças realizada pelo rei Saul e alguns outros se relacionava ao
contexto Israel. Já os governantes José e Daniel não estavam em sua terra. Isto serve de
alerta para os evangélicos brasileiros que devem lembrar que a pátria dos cristãos não
está neste mundo (Filipenses 3:20). Anualmente, nos congressos de escatologia
realizados na Igreja Batista Filadélfia, em Salvador, um dos preletores Edinaldo
Carvalho, ressalta a importância de destacar o que tem a ver com os cristãos e o que é
apenas para Israel. Um dos versos que finaliza o Antigo Testamento é muito claro nisso
dizendo: “lembrai-vos da lei de Moisés que Deus deu para seu povo Israel” (Malaquias
4:4). O neopentecostalismo mistura catolicismo romano, tradição judaica e tantas
práticas quantas forem necessárias à expansão denominacional e manutenção do status
quo de seus gestores, causando muita confusão aos não frequentadores.
Como já mencionado, a propagação do evangelho se dá no contato pessoal, discipulado
(Mateus 28:19), um pouco do que fazem as Testemunhas de Jeová (Lucas 10:1-24), e o
trato com os outros credos na neutralidade (Atos 17:23). Todo cristão leitor do
evangelho sabe que é o esclarecimento, como sugere Kant, que faz alguém abandonar
uma prática e adotar outra (Atos 19:19), que faz alguém deixar o xintoísmo e passar
para o evangelho, por exemplo.
Alguns dos textos que todo cristão bíblico conhece diz “não por força, mas pelo
Espírito” (Zacarias 4:6) outro diz “não temos que lutar contra carne ou sangue, mas
contra hostes espirituais da maldade nas regiões celestiais” (Efésios 6:12) e outro que
diz “as armas da nossa milícia não são carnais” (II Coríntios 10:4) e outro que diz “o
fruto do Espírito é amor, paz, bondade, mansidão, domínio próprio...” (Gálatas 5:22).
Quem se relaciona com a doutrina de Cristo e seus apóstolos logo compreende que esses
padrões não são negociáveis e quem tenta se afastar disso está obviamente distante de
uma vida legitimamente bíblica e espiritual (Mateus 7:20). Tudo que a igreja romana fez
em nome de Deus contraria as escrituras que ela considera sagradas e foi com esse
mesmo texto que a igreja foi refutada.

O islamismo

Transcrevendo aqui grande parte do texto de Leandro Ruschel, Islã significa


literalmente submissão. Esse é o tema central do islamismo. Um muçulmano deve se
submeter a Alá, o único Deus. Assim fez Maomé, o seu último profeta. Assim faz a
mulher diante do seu marido. Submissão ou morte é a única alternativa que existe para o
Kafir, termo pejorativo que designa o infiel, qualquer sujeito que não acredito em Alá e
no seu profeta. Mais importante, o Islamismo não é apenas uma religião, mas um
sistema político completo. São três livros sagrados do Islã: o Alcorão, Sira e Hadith.
Segundo Bill Warner, 15% da Sira, uma biografia sagrada de Maomé, trata de temas
religiosos. O restante trata da Jihad, a expansão do Islã. 51% da Trilogia é destinada a
como lidar com o Kafir. Segundo esses textos sagrados, o Kafir pode ser enganado,
emboscado, odiado, escravizado, humilhado, torturado e decapitado. O máximo de
tolerância que é oferecido ao Kafir é ser transformado num dhimmi, um semi-escravo.
Ele pode praticar a sua religião em casa e seguir os seus costumes na vida privada,
desde que pague a Jizya, o imposto de 50% sobre o seu salário. Um dhimmi
praticamente não tem direitos civis e deve prestar reverência aos muçulmanos.
O Alcorão representa apenas 14% da Trilogia. Em 91 passagens no Alcorão há a
afirmação que Maomé deve ser o modelo para todos os muçulmanos. Logo, é preciso
estudar a Sira (biografia de Maomé) e o Hadith (pequenos relatos contando passagens
da vida do profeta). Para entender o Islamismo, é preciso estudar a vida de Maomé, tudo
que foi registrado sobre as suas falas ou atos. Sabemos que Maomé era órfão, foi um
negociante de sucesso e sempre foi religioso. Num dos seus retiros para meditar, ouviu
vozes dizendo que ele deveria anunciar que Alá era o único Deus e que Maomé era o
seu profeta. Por 13 anos ele pregou em Meca, mas conseguiu reunir apenas 150
seguidores. Ele era protegido pelo seu tio. Quando o tio morreu, Maomé foi expulso de
Meca e viajou para Medina, onde transformou a mensagem espiritual numa mensagem
política. Como guerreiro e criador do sistema político islâmico, ele atingiu o sucesso.
Em Medina ele matou ou escravizou os judeus que ali residiam e em algum tempo
voltou a Meca para conquistar a cidade. Suas últimas palavras antes de morrer foram:
“Não deixem sobrar nenhum cristão ou judeu na Arábia”.
Exatamente por conta dessa história de vida do profeta, temos uma dualidade no Islã
que se não for compreendida, impede o real entendimento sobre esse sistema político-
religioso. O aspecto religioso do Islã pode ser encontrado na fase onde Maomé pregava
em Meca, ou seja, quando o profeta focava a sua atenção na evolução espiritual
individual. Nessa fase podemos encontrar uma postura menos política e agressiva. O
Corão de Meca oferece uma visão mais pacifista. Quando alguém aponta essa visão
mais tolerante do Islã, com certeza está se referindo a tal fase da vida do profeta.
Já na fase Medina, o Islã toma um caminho político, onde o objetivo é a expansão
militar extramente violenta, usando o caminho da conversão forçada dos infiéis, onde a
alternativa é a escravidão ou a morte.
Mas como compatibilizar essas duas visões completamente opostas, se o Islamismo
seria perfeito, imutável e eterno, segundo o próprio Maomé? Através de um conceito
chamado revogação. Se num texto sagrado, um verso sugere tolerância com os infiéis e
mais a frente, outro verso sugere a morte dos infiéis, os dois estão corretos, mas o
último revoga o primeiro, tendo portante mais força doutrinal. Outro aspecto da
dualidade islâmica é a divisão dos seres humanos entre muçulmanos e kafirs ( o plural
de kafir é “kafur” em árabe, mas usaremos “kafirs” para facilitar a compreensão).
Em quase todas as religiões, o código moral proposto se aplica a toda humanidade. Um
judeu ou cristão não deve matar, roubar, mentir ou causar dano a qualquer ser humano.
Ou seja, o código é universal. Já no Islamismo, há um código para muçulmanos e outro
para os kafirs. Um muçulmano não pode matar, roubar, mentir ou causar dano a outro
muçulmano, mas eventualmente pode fazer isso com kafirs. Ou seja, o princípio ético
básico que permite a relação entre os seres humanos, o “não faça aos outros aquilo que
você não quer que seja feito com você”, não está presente no Islã. Existe até a mentira
sagrada no Islamismo, a Taqiyaa. Todo muçulmano não só pode como deve mentir se
tal mentira ajudar na expansão do Islã. Isso deixa a relação entre muçulmanos e não-
muçulmanos extremamente complicada. Por exemplo, recentemente o Irã fechou um
acordo nuclear com as potências ocidentais, se comprometendo a não desenvolver
armas nucleares em troca da liberação de recursos bilionários e o fim de sanções
comerciais. Como Estado islâmico, o Irã pode muito bem estar praticando a Taqiyaa, o
que descobriremos apenas quando uma ogiva nucelar atingir Israel ou outra capital
ocidental. Maomé conquistou Meca exatamente dessa forma. Ele assinou o Tratado de
Hudaybiyyah, prevendo dez anos de paz entre Medina e Meca. Por dois anos, Maomé
construiu o seu exército e atacou Meca de maneira sorrateira, conquistando a cidade em
menos de 24 horas, pois Meca não tinha defesas preparadas, acreditando no
cumprimento do tratado.
A Jihad não é apenas uma guerra sagrada, mas o princípio que norteia a vida de todo
muçulmano. É o esforço militar, econômico, político e intelectual para expandir o Islã.
Desde a sua fundação, marcada pela entrada de Maomé em Medina, o Islamismo está
em expansão. De fato, hoje mesmo é a religião que mais cresce no mundo. Só houve
duas oportunidades onde o Islã regrediu: na Reconquista espanhola que culminou com a
expulsão dos muçulmanos em 1492 e na vitória sobre os otomanos em Viena, em 1683.
Tirando esses reveses, o islamismo está sempre em expansão através da Jihad. Quando
um muçulmano se alista numa força militar para combater em nome de Alá, ele está
seguindo o preceito da Jihad. Quando ele ataca um kafir com uma faca, ou com uma
arma, ele está praticando a Jihad. Quando ele amarra bombas ao corpo e mata kafirs, é a
Jihad que ele tem em mente, assim como quando joga um caminhão sobre kafirs, ou um
avião num prédio com mais de três mil kafirs.
Mas há outras formas de Jihad. Quando um bilionário saudita banca ONGs que
defendem a causa islâmica nos EUA, ele está praticando a Jihad. Quando financia lobby
pesado no Congresso americano, é a Jihad que ele tem em mente. Quando professores
islâmicos ensinam de forma enviesada o Islã para ocidentais ingênuos, eles estão
praticando a Jihad. Quando muçulmanos praticam a Zakat, equivalente ao dízimo
cristão, e tais recursos são destinados a viúvas de homens-bomba, ele está praticando a
Jihad. Para constar, a Zakat só pode ser usada para beneficiar muçulmanos. Enfim, o
objetivo da Jihad é a dominação mundial. A paz então seria atingida, quando toda a
humanidade for muçulmana. Antes disse, é obrigação de todo o muçulmanos participar
da Jihad.
Um argumento utilizado para a defesa do Islã é o tratamento especial dado aos “povos
do livro”, basicamente os judeus e cristãos. Eles seriam “povos irmãos” que teriam o
mesmo Deus e formariam as raízes do islamismo. Mas indo um pouco mais a fundo,
percebemos que para Maomé, um judeu só pode ser um povo irmão se aceitar a versão
islâmica do velho testamento: os egípcios foram punidos por Alá porque não aceitavam
Moisés como profeta, Alá puniu o mundo porque Noé não era reconhecido como o seu
profeta. Todos eles teriam anunciado a vinda de Maomé, mas tal fato foi escondido
pelos líderes religiosos. Na versão islâmica, Jesus (Isa para os muçulmanos), não foi
crucificado e não houve ressurreição. A Santíssima Trindade não existiria, pois seria um
conceito politeísta. Jesus teria anunciado a vinda de Maomé como o último dos profetas
de Alá e voltaria no final dos tempos para impor a Sharia (lei islâmica) ao mundo.
A Sharia basicamente é o código de conduta e também o código penal baseado na
trilogia sagrada do Islã. Através da Sharia, no mundo islâmico a mulher é tratada como
uma cidadã de segundo classe, apesar dos muçulmanos ficarem ofendidos com essa
definição. Segundo eles, através da Sharia eles estão “protegendo” e dando “direitos” as
mulheres. De fato, a mulher tem o direito a casa, comida e roupas caso seja obediente ao
seu marido. Caso não obedeça, ela deve apanhar, mas não no rosto e nem com força
suficiente para quebrar algum osso. Meninas de seis anos são obrigadas a casar. O
próprio Maomé casou com Aisha quando ela tinha 6 anos, mas consumou o casamento
apenas quando ela tinha 9 anos. A mulher é obrigada a se cobrir da cabeça aos pés e
deve estar sempre acompanhada do marido, do pai ou do irmão quando estiver fora de
casa. O não cumprimento leva a punição por chibatadas. Um homem pode ter até quatro
mulheres. O testemunho de uma mulher vale menos que o testemunho de um homem. O
adultério é punido com apedrejamento. Detalhe, as pedras não devem ser grandes o
suficiente para matar no primeiro golpe. A pessoa tem que sofrer até morrer.
O homossexualismo é punido com a morte. A apostasia, que é o ato de abandonar a
religião, também é punido com a morte. O roubo é punido com a decepação das mãos.
Não há liberdade de expressão, tampouco liberdade de imprensa ou liberdade de credo.
A tentativa de converter um muçulmano é punida com a morte. Não há separação entre
Igreja e Estado. A mera representação de Maomé é também punida com a morte, como
tragicamente descobriram os chargistas do jornal Charlie Hebdo. A mera ofensa a
Maomé pode ser punida com a morte.
Um kafir tem o direito a conversão ou é punido com a morte. Na melhor das hipóteses,
ele pode virar um dhimmi (semi-escravo). A Sharia deve ser a Lei, estando acima de
qualquer Constituição. Há portanto uma incompatibilidade intransponível entre a
Civilização Ocidental, baseada no Estado de Direito, nas liberdades individuas e na
igualdade perante a Lei, e o Islã, aplicado através da Sharia. Poucos países como a
Arábia Saudita seguem a Sharia em toda a sua extensão, mas podemos dizer que
praticamente todos os países de maioria muçulmana seguem em algum grau tal código.
Se a história serve como guia, fica claro o objetivo do Islã, que na verdade é menos uma
religião e mais um sistema político que defende a expansão violenta e apresenta total
intolerância com outras visões de mundo.
Segundo o próprio Maomé, o Islã é perfeito, completo e universal. Ou seja, a sua
reforma é uma impossibilidade. Num sistema fechado de crenças, a evolução é
praticamente impossível, abrindo espaço para a intolerância e a violência com os
dissidentes. Do ponto de vista da sua expansão, o sistema é perfeito, pois a submissão é
alcançada pela mensagem espiritual ou pela ameaça de sofrimento ou mesmo de morte.
O nível de intolerância é tão grande que o terrorismo de muçulmanos contra
muçulmanos alcança níveis impressionantes. Pois com uma visão tão restrita, é muito
fácil acusar qualquer muçulmano de não ser realmente um muçulmano e tratá-lo como
um kafir.
Muitos usam o argumento que na verdade todas as religiões apresentam ou
apresentaram um alto grau de violência, portanto seria errado condenar os muçulmanos,
mas isso é simplesmente mentira. Não há a menor comparação possível.
Outros justificam a violência islâmica como uma resposta a violência cristã nas
Cruzadas, por exemplo. Novamente uma inverdade. As Cruzadas foram uma resposta a
expansão islâmica e não a sua causa. Maomé e seus descendentes decapitavam kafirs há
séculos antes das Cruzadas começaram, além desse movimento representar uma
resposta quase inócua frente ao nível de expansão islâmica.
Isso não significa que devemos perseguir muçulmanos no Ocidente, mas sim deixar
muito claro para eles que a Jihad não será tolerada. Ou você obedece as leis de cada
país, ou será preso e expulso, simples assim. Além disso, é preciso dar uma basta a
imigração islâmica até que os efeitos desse choque cultural criado por milhões de
pessoas com crenças tão “diferentes”, para dizer o mínimo, possam ser absorvidos.

Conclusão

Pois, ainda que haja também alguns que se chamem deuses


quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores),
todavia para nós há um só Deus, o Pai,
de quem são todas as coisas e para quem nós vivemos;
e um só Senhor, Jesus Cristo
pelo qual existem todas as coisas, e por ele nós também.”
I Coríntios 08:5-6.

Evitar a intolerância passa pela formação educacional no ensino básico e familiar.


Tarefa árdua para quem se propõe a fazê-lo. E mais fácil fingir que não existe e deixar o
trabalho para os poderes constituídos.
A atitude ocidental de avestruz, de simplesmente negar a realidade do aumento brutal do
terror e dos crimes praticados por muçulmanos em nome da “tolerância” e do
politicamente correto é muito perigosa, pois a partir do momento que a visão islâmica
formar uma massa crítica, ela pode usar a democracia ocidental para destruí-la, que é
exatamente o objetivo manifesto de grupos como a Irmandade Muçulmana. Nesse caso,
seria um caminho sem volta. Um mundo pautado pela barbárie para toda a eternidade.
Não tratar do candomblé foi proposital porque há ambiguidade de comportamentos por
parte dos praticantes. Em 1995 fui persuadido, durante um trabalho na UNEB, por ser
negro e não frequentar a religião de matriz africana, mas judaico-cristã. Atribuíram-me
a pecha de traidor dos ancestrais, o que em nada abalou minhas convicções. Amigos do
candomblé jamais me disseram tal coisa. Concorrências internas, um santo não bate
com o do outro e coisas do tipo que pouco afetam a sociedade em geral não são
necessárias no momento.
O posicionamento do Apóstolo Paulo foi decisivo. Era permissivo para com os de fora e
inflexível para com os de dentro. Muito ao contrário do catolicismo romano e tantos
outros credos impositivos ao redor do mundo.
Cabe a nós nos relacionarmos com o Criador sem mediação de religiões cujos
atravessadores sempre trarão os hábitos particulares como orientações divinas,
contrariando o evangelho e trazendo confusão. Jesus Cristo quebrou a lógica religiosa
ensinando a entrar no quarto e orar a Deus em particular. Foi essa atitude de ter um deus
particular que levou à condenação de Sócrates pelos intolerantes que legislavam. Não
creio que venceremos essa guerra da tolerância contra a intolerância, mas podemos
amenizar os efeitos, assim como nos ensinou Francisco de Assis em suas últimas
palavras, fazendo nossa parte.
REFERÊNCIAS:

A VERDADE SOBRE O ISLÃ - Leandro Ruschel – disponível em:


https://jornaldoempreendedor.com.br/destaques/politica-e-economia/voce-realmente-
sabe-alguma-coisa-sobre-o-isla/

A Bíblia Sagrada Open Source – Versão 2.2 - aBíblia Software (C) 2007-2010 Luis
César C. Vasquez - GNU GENERAL PUBLIC LICENSE - Version 2, June 1991 –
disponívem em: https://www.dropbox.com/sh/bhmgo6gts5l66kb/AABGzo4gCFUKo-
xbiSrgpFWca?dl=0

APRESENTADORA MUÇULMANA CORAJOSA DA TV 'AL JAZEERA' -


disponível em: https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=nmv6rq8tY58

Caio Fábio fala sobre a ida de Kleber Lucas ao Centro de Candomblé e a polêmica
gerada - Porção do Programa Papo de Graça - Caio Fábio - Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Y5DfZPzFVQk

Como a intolerância religiosa atingiu um pastor | VEJA.com – Disponível em:


https://veja.abril.com.br/tveja/em-pauta/como-a-intolerancia-religiosa-atingiu-um-
pastor/

Crítica de Nietzsche à moral cristã - Brasil Escola – Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/critica-nietzsche-moral-crista.htm

Espiritualidade cristã - Caio Fábio - Programa Democracia na Teia – Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=xYFf6LPOknQ

É possível um diálogo religioso que não seja marketing? - Ed René Kivitz - Programa
Democracia na Teia – Disponível em: https://youtu.be/zydO9UgvG9o

NIETZSCHE, Friedrich, – Genealogia da Moral (tradução de Paulo César de


Souza). São Paulo: Companhia das Letras , 1999.

Not by power - Ron Kenoly – Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=YQ2wF0ERFUQ

SPINOZA, Benedidus de, - Ettica - Tradução de Tomaz Tadeu, Belo Horizonte,


Autêntica Editora, 2009.

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