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Lei tutelar educativa

Lei n.º 166/99 de 14 de Setembro


Considerações:

• Consagra um modelo de “terceira via” para as crianças que cometem


factos qualificados pela lei como crime: não é um modelo de proteção
nem um modelo de “justiça puro”.

• Procura compatibilizar a necessidade de salvaguarda dos direitos do


menor e satisfazer as expectativas comunitárias de segurança e paz
social.

• É um modelo que visa a educação da criança para o direito, no sentido


de o conquistar para o respeito das normas, prevenindo-se ulteriores
infrações, nomeadamente quando o menor revele uma personalidade
hostil ao dever ser jurídico básico.
Pressupostos da intervenção
tutelar educativa:
• a) a prova da prática de um facto ilícito qualificado pela lei como
crime ( 1, 72, 75, 87, 110 e 120 LTE)
• b) por menor entre os 12 e os 16 anos (aquando da prática do crime)
• c) necessidade de educação do menor para o direito (2 LTE)
• d) necessidade subsistente no momento da decisão (princípio da
atualidade) (7 LTE)

• Exclusão: menores portadores de anomalia psíquica que o impeça


de compreender o sentido da intervenção: (49 LTE)
As medidas tutelares
educativas (MTE): artigo 4 LTE
Não institucionais Institucionais
a) A admoestação;
i) O internamento em
b) A privação do direito de conduzir
ciclomotores ou de obter permissão centro educativo, segundo
para conduzir ciclomotores;
c) A reparação ao ofendido;
um dos seguintes regimes
d) A realização de prestações de execução:
económicas ou de tarefas a favor da
comunidade; • a) Regime aberto;
e) A imposição de regras de
conduta; • b) Regime semiaberto;
f) A imposição de obrigações; • c) Regime fechado
g) A frequência de programas
formativos;
h) O acompanhamento educativo;
Notas:
- a nomenclatura nstitucional é errónea: pois a MTE de
acompanhamento educativo pode ser executado numa instituição.

- as medidas são descritas por ordem crescente de gravidade em


termos de restrição dos direitos fundamentais da criança (da menos
grave para a mais grave)
Princípio da legalidade ou tipicidade:
a) apenas se aplicam MTE a menor que cometa um crime punível por lei
anterior ao momento da sua prática (e que continue a ser crime), sendo
aplicado o regime que concretamente se mostrar mais favorável ao menor, no
caso de sucessão de leis no tempo (3 LTE)

b) só podem aplicar-se a menor as MTE previstas em lei anterior ao momento


da prática do facto e não outras, sendo aplicado o regime que concretamente
se mostrar mais favorável ao menor, no caso de sucessão de leis no tempo
(3 LTE)
Critério de escolha das medidas e da sua duração (6 e 7 LTE)

Princípio de flexibilidade:
- não há uma ligação de um crime a determinada MTE
- apenas quanto à medida de internamento se exige que o crime praticado assuma
certa gravidade: 17

- o tribunal deve dar preferência, entre as MTE que se mostrem adequadas e


suficientes ao cumprimento das concretas finalidades educativas, à MTE que
represente menor intervenção na autonomia de decisão e de condução da vida do
menor que vá de encontro aos seus interesses e que sejam suscetíveis de obter a
maior adesão dos menores, dos seus pais, RL ou pessoa com a guarda de facto
(artigo 22)
- O tribunal deve dar preferência às MTE não institucionais e
dentro destas às medidas reparadoras e consensuais.

- As MTE devem ser proporcionais à gravidade do facto cometido


e à necessidade de educação para o direito revelada na prática
do crime e subsistente no momento da decisão.

- A duração da MTE de internamento não pode, em caso algum,


exceder o limite máximo da pena de prisão prevista para o crime
correspondente ao facto.
Outras regras:

- A cada facto criminoso só pode aplicar-se uma MTE, com as seguintes exceções:
• a medida de proibição de direito de conduzir
• a medida de acompanhamento educativo, a qual se pode constituir como
um “cocktail” de MET que se vão cumular.

- Todas as MTE estão sujeitas a revisão, durante a sua execução, nos termos dos
artigo 136 a 139.º

- O tribunal e os serviços de reinserção social devem procurar de adesão dos pais


à execução da medida: artigo 20

- Todas as MTE são sujeitas a registo:210


Se num único PTE, se o menor for julgado por vários
crimes pode ser-lhe aplicada uma única ou várias MTE?

Uma ou várias MTE


Não há aqui cúmulo jurídico, com a seguinte exceção:
- Haverá cúmulo jurídico (artigo 77 e 78 do CP) quando for aplicada + do que
1 medida de internamento ao mesmo menor e nenhuma delas se encontre
integralmente cumprida.

- Nota: Na elaboração do cúmulo há que ter em conta as seguintes


regras:
a) sendo aplicáveis medidas de internamento com diferentes regimes
de execução, o tempo total de duração não pode ultrapassar o dobro
do tempo de duração da medida mais grave aplicada, cessando, em
qualquer caso, o cumprimento na data em que seu destinatário completar
21 anos.
Ex1: Jovem são aplicadas
- 2 medidas de internamento em regime aberto, um ano cada;
- 1 medida de internamento em regime semiaberto de 1,5 anos
- 1 medida de internamento em regime fechado de 2 anos

Qual o máximo do cúmulo?


quatro anos (dobro do tempo da medida mais grave)
b) sendo aplicáveis medidas de internamento com iguais regimes de
execução, o tempo total de duração não pode ultrapassar o dobro do tempo
de duração da medida de maior duração, cessando, em qualquer caso, o
cumprimento na data em que seu destinatário completar 21 anos.

Ex2: Jovem é aplicada


- 3 medidas de internamento em regime fechado uma de 1 ano, outra de 2
anos e outra de 2,5.

Qual o máximo do cúmulo?


O máximo do cúmulo é de internamento em regime fechado por 5 anos.
- Regras de execução de várias MTE aplicadas ao mesmo menor:

- Quando forem aplicadas várias MTE ao mesmo menor, no mesmo processo:

- se forem compatíveis: são cumpridas em simultâneo, isto é, durante o mesmo período


de tempo.

- se não forem compatíveis:


a) são substituídas todas ou algumas medidas por outras;

ou

b) são cumpridas sucessivamente, da mais grave/restritiva para a menos


grave/restritiva, nos termos do artigo 133
Nota: se as MTE, aplicadas em diferentes processos, não puderem ser
cumpridas em simultâneo, não há substituição, mas cumprimento sucessivo.

Limite para o caso de cumprimento sucessivo:


O tempo total de duração não pode ultrapassar o dobro do tempo de duração da
medida mais grave aplicada, cessando, em qualquer caso, o cumprimento na data em
que seu destinatário completar 21 anos.
ANÁLISE DAS MEDIDAS TUTELARES
EDUCATIVAS:
1.ª Admoestação: 9 e 140 LTE

Noção:
 consiste na advertência solene feita pelo juiz ao menor,
 exprimindo o carácter ilícito da conduta e o seu desvalor
e consequências e
 exortando-o a adequar o seu comportamento às normas e
valores jurídicos e a inserir-se, de uma forma digna e
responsável, na vida em comunidade
Notas de regime:

• É executada imediatamente, se houver renúncia ao recurso, ou no


prazo de 8 dias contados do trânsito em julgado da decisão.

• A admoestação é feita na presença do defensor do menor e do MP,


podendo o juiz autorizar a presença de outras pessoas nomeadamente
dos pais ou RL ou PGF, se a considerar conveniente.

• É de aplicação residual: apenas será de aplicar se:


- houver necessidade de educação para o direito (senão: arquivamento)
e
- não tenha sido possível a aplicação da suspensão do processo, nos
termos do artigo 84
2.º Privação do direito de conduzir ciclomotores: 10.º

Noção: consiste na cassação ou na proibição de obtenção da licença, por período


entre 1 mês e 1 ano.

Notas de regime:

- Será adequada para punição de factos relacionados com crimes facilitados por
este meio,
- Pode ser aplicada em cumulação com outra MTE.
- É de aplicação inexistente, mas foi mantida apesar da revisão da lei em 2015.
- Faria mais sentido enquadrá-la na MTE de imposição de regras de conduta
3.ª Reparação ao ofendido: Artigo 11.º

Modalidades:

a) Apresentar desculpas ao ofendido:


• Deve exprimir arrependimento sincero e genuíno
• Não carece de consentimento do ofendido
• Raramente é utilizada
b) Compensar economicamente o ofendido, no todo ou em
parte, pelo dano patrimonial, exclusivamente através de bens ou
verbas que estejam na disponibilidade do menor (e não dos pais);

Notas:
- prestações
- carece de consentimento do ofendido
- raramente é utilizada
c) Exercer, em benefício do ofendido, uma actividade
- carece de consentimento do ofendido
- a atividade deve ser conexa com o dano,
- não deve implicar esforços excessivos ou desproporcionais, nem deveres humilhantes
lesivos da sua dignidade
- não deve prolongar-se por muito tempo: tem o limite máximo de 12 horas, distribuídas,
no máximo, por 4 semanas.
- não pode ocupar mais de 2 dias/semana e 3h/dia e respeita o período de repouso do
menor, (dia de descanso semanal) e ter em conta a frequência da escolaridade, bem como
outras atividades que o tribunal considere importantes para a formação do menor.

Nota: o tribunal pode encarregar os serviços de reinserção social de acompanhar a


execução da medida.
- Das 3 modalidades é a mais utilizada, mas de aplicação escassa.
4.ª Prestações económicas ou tarefas a favor da comunidade: 12, 20 e 141

a) Pode consistir em o menor entregar uma determinada quantia em benefício


de entidade, pública ou privada, de fim não lucrativo;
- a quantia deve ser fixada com uma intenção reparadora à comunidade e não
já ao ofendido e deve ter uma relação com o facto criminoso imputado ao
menor
- pode ser efetuado em prestações, desde que não desvirtue o significado da
medida, atendendo o juiz, na fixação do montante da compensação ou da
prestação, apenas às disponibilidades económicas do menor.

Tem pouca aplicabilidade


ou

b) Pode consistir em exercer atividade em benefício de entidade, pública ou privada, de fim


não lucrativo.

- Duração máxima: 60 horas, não podendo exceder 3 meses.

- pode ser executada em fins de semana ou dias feriados.

- não pode ocupar mais de 2 dias/semana e 3h/dia e respeita o período de repouso do


menor, (dia de descanso semanal)e ter em conta a frequência da escolaridade, bem
como outras atividades que o tribunal considere importantes para a formação do menor.
Nota de execução:
O tribunal pode deferir aos serviços de reinserção social a definição da forma da
prestação de atividade e o acompanhamento da execução da medida sempre que esse
acompanhamento não possa ser adequadamente assegurado pela entidade destinatária
da prestação ou da tarefa.

- São aplicadas com maior frequência que as anteriores.

- Em estudos de follow up resulta que, do universo dos menores condenados


nesta medida, 94% não voltaram a reincidir: são crimes de menor gravidade, sendo
menor o risco de reincidência.
5.ª Imposição de regras de conduta: 13 e 130

- São proibições de conduta ou obrigações de non facere


- Podem ser impostas, a título exemplificativo, as seguintes regras
de conduta com a obrigação de:
a) Não frequentar certos meios, locais ou espetáculos;
b) Não acompanhar determinadas pessoas;
c) Não consumir bebidas alcoólicas;
d) Não frequentar certos grupos ou associações;
e) Não ter em seu poder certos objetos.
Notas de regime:

- As regras de conduta impostas devem ter uma relação com o facto


criminoso, sob pena de poderem ser consideradas desproporcionais ou
abusivas. (ex: proibição de fumar)

- Pode impor-se mais do que uma proibição pela mesma infração, porque
se trata da mesma medida.

- Têm a duração máxima de 2 anos.


- Na decisão o tribunal fixa a entidade encarregada de acompanhar e assegurar a
execução da medida aplicada: serviço público, instituição de solidariedade social,
organização não-governamental, associação, clube desportivo e qualquer outra
entidade, pública ou privada, ou pessoa, a título individual, considerados
idóneos.

- As entidades encarregadas de acompanhar e assegurar a execução das medidas


informam o tribunal, periodicamente:
- sobre a execução da medida aplicada e sobre a evolução do processo
educativo do menor,
- e sempre que se verifiquem circunstâncias suscetíveis de fundamentar
a revisão das medidas.
6.ª Imposição de obrigações: 14 e 21 130 e 141

- são obrigações de facere

Objectivo:
contribuir para o melhor aproveitamento na escolaridade ou na
formação profissional e para o fortalecimento de condições
psicobiológicas necessárias ao desenvolvimento da
personalidade do menor.
- Podem ser impostas, a título exemplificativo, as seguintes regras de
conduta com a obrigação de:

a) Frequentar um estabelecimento de ensino com sujeição a controlo de


assiduidade e aproveitamento;
b) Frequentar um centro de formação profissional ou seguir uma formação
profissional, ainda que não certificada;
c) Frequentar sessões de orientação em instituição psicopedagógica e
seguir as diretrizes que lhe forem fixadas;
d) Frequentar atividades de clubes ou associações juvenis;
e) Submeter-se a programas de tratamento médico, médico-psiquiátrico, médico-
psicológico ou equiparado junto de entidade ou de instituição oficial ou particular, em regime
de internamento ou em regime ambulatório, nomeadamente para o tratamento das seguintes
situações:

 Habituação alcoólica;
 Consumo habitual de estupefacientes;
 Doença infetocontagiosa ou sexualmente transmissível;
 Anomalia psíquica.
É necessário o consentimento do menor quando tiver idade superior a 16 anos.
Notas de regime:

- As regras de conduta impostas devem ter uma relação com o facto


criminoso, sob pena de poderem ser consideradas desproporcionais ou
abusivas, ainda que nem sempre seja fácil atendendo ao objectivo inerente à
aplicação desta medida.
- Pode impor-se mais do que uma proibição pela mesma infração, porque se
trata da mesma medida.
- Têm a duração máxima de 2 anos.
- O tribunal pode pedir aos serviços de reinserção social para, em prazo não
superior a 20 dias, informarem sobre instituições ou entidades junto das quais
o menor deve cumprir a medida, respetivos programas, horários, condições
de frequência e vagas disponíveis.
- Na decisão o tribunal fixa a entidade encarregada de acompanhar e assegurar a
execução da medida aplicada: serviço público, instituição de solidariedade social,
organização não-governamental, associação, clube desportivo e qualquer outra
entidade, pública ou privada, ou pessoa, a título individual, considerados
idóneos.

- As entidades encarregadas de acompanhar e assegurar a execução das medidas


informam o tribunal, periodicamente:
- sobre a execução da medida aplicada e sobre a evolução do processo
educativo do menor,
- e sempre que se verifiquem circunstâncias suscetíveis de fundamentar
a revisão das medidas.

- Estudos de follow up: do universo dos menores condenados nesta medida 89%
não voltaram a reincidir: são crimes de menor gravidade, sendo o risco de
reincidência menor.
7.ª Frequência de programas formativos: 15, 21, 130 e 141
- consiste na participação do menor em (exemplos) :
a) Programas de ocupação de tempos livres;
b) Programas de educação sexual;
c) Programas de educação rodoviária;
d) Programas de orientação psicopedagógica;
e) Programas de despiste e orientação profissional;
f) Programas de aquisição de competências pessoais e sociais;
g) Programas desportivos.

Nota: estes programas deve, ser especificamente criados para jovens que cometeram crimes
e visar a prevenção criminal daquele tipo de crimes, pelo que deve existir uma relação
entre o crime praticado e o tipo de programa imposto.
Notas de regime:
- Duração máxima de 6 meses, salvo nos casos em que o programa tenha duração
superior, não podendo exceder 1 ano.

- O tribunal pode decidir que o menor resida junto de pessoa idónea ou em instituição de
regime aberto não dependente do Ministério da Justiça que faculte o alojamento
necessário para a frequência do programa.

- O tribunal pode pedir aos serviços de reinserção social para, em prazo não superior a
20 dias, informarem sobre instituições ou entidades junto das quais o menor deve cumprir
a medida, respetivos programas, horários, condições de frequência e vagas disponíveis.
8.ª Acompanhamento educativo: 16, 21 e 142

- Consiste na execução de um projeto educativo pessoal que abranja as áreas de


intervenção fixadas pelo tribunal.
- O tribunal pode impor regras de conduta ou obrigações e a frequência de
programas formativos (medida cocktail) e pode decidir que o menor resida junto de
pessoa idónea ou em instituição de regime aberto não dependente do Ministério da
Justiça que faculte o alojamento necessário para a frequência do programa.

Nota: Se implicar a sujeição a tratamentos, é necessário o consentimento do jovem


quando tiver idade superior a 16 anos.

Duração mínima de 3 meses e a máxima de 2 anos


- No prazo de três dias a contar do trânsito em julgado, o tribunal remete cópia aos
serviços de reinserção social, para que procedem à elaboração do projeto educativo
pessoal e ao seu envio ao tribunal, em prazo não superior a 1 mês, para homologação, a
qual é precedida de parecer obrigatório do MP (40)

- O menor e os seus pais, representante legal ou pessoa que tiver a sua guarda de facto
devem ser motivados para a participação na elaboração do projeto educativo pessoal.

- Compete aos serviços de reinserção social supervisionar, orientar, acompanhar e


apoiar o menor durante a execução do projeto educativo pessoal.

Medida bastante aplicada e os casos de reincidência são baixos.


9.ª Internamento em centro educativo: 17, 18 e 143 e seguintes

Objectivo: reeducação do jovem para o direito

Os centros educativos são responsáveis pela execução da medida (144 e 145) e são
classificados consoante o grau de abertura ao exterior, podendo possuir diferentes
unidades residências em função do regime de internamento (206 e 207).

Cada unidade residencial tem uma lotação máxima fixada no artigo 11 do RGCE.
a) Unidades de regime aberto - 14 lugares;
b) Unidades de regime semiaberto - 12 lugares;
c) Unidades de regime fechado - 10 lugares;
d) Unidades especiais - 10 lugares.
Incapacidade prática dos centros educativos para o objectivo

- Utilização de programas pré formatados desadequados aos tipos de criminalidade

- Utilização de um modelo de mera interiorização de normas regulamentares de


funcionamento interno

- Necessidade de configurar uma oportunidade de mudança, com consciencialização e


interiorização de normas e valores conformes ao direito e a aquisição de recursos que
lhe permitam, no futuro, conduzir a sua vida de modo social e juridicamente responsável.
Três tipos de regime, consoante a restrição da liberdade e a executar em CE ou
suas unidades vocacionadas para cada um dos regimes:
- A medida de internamento em regime aberto.

Caraterísticas:
- residem e são educados no estabelecimento,
- frequentam no exterior, preferencialmente, as atividades escolares, educativas ou de
formação, laborais, desportivas e de tempos livres previstas no seu projeto educativo
pessoal.
- Podem ser autorizados a sair sem acompanhamento e a passar períodos de férias ou
de fim de semana com os pais, RL ou PGF ou outras pessoas idóneas.

Duração mínima: 6 meses


Duração máxima: 2 anos.
Notas de regime:

É obrigatória a elaboração de relatório social com avaliação psicológica quando for de


aplicar medida de internamento em regime aberto, sob pena de nulidade do processo. 71
«Relatório social» a informação sobre a inserção familiar e sócio-profissional do arguido
e, eventualmente, da vítima, elaborada por serviços de reinserção social, com o objectivo
de auxiliar o tribunal ou o juiz no conhecimento da personalidade do arguido, para os
efeitos e nos casos previstos nesta lei;

Nota: O relatório social deve ser entregue em 15 dias e deve finalizar com a proposta ou
a visão dos serviços de reinserção social acerca da medida tutelar educativa a aplicar ao
menor ou a sua eventual desnecessidade
- A medida de internamento em regime semiaberto:

Pressupostos:
- crime contra as pessoas a que corresponda pena máxima, abstratamente aplicável,
de prisão superior a 3 anos;
ou
- 2 ou + crimes a que corresponda pena máxima, abstratamente aplicável, superior a
3 anos.
Características:
- é o regime regra.
- residem, são educados e frequentam atividades educativas e de tempos livres no
centro educativo
- podem ser autorizados a frequentar no exterior atividades escolares, educativas ou de
formação, laborais ou desportivas, na medida do que se revele necessário para a
execução inicial ou faseada do seu projeto educativo pessoal

- As saídas são normalmente acompanhadas por pessoal de intervenção educativa,


mas os menores podem ser autorizados a sair sem acompanhamento para a frequência
das atividades referidas no número anterior e a passar períodos de férias com os
pais, RL ou PGF ou outras pessoas idóneas.

Duração mínima: 6 meses


Duração máxima: 2 anos.
Notas de regime:

É obrigatória a elaboração de relatório social com avaliação psicológica quando for


de aplicar medida de internamento em regime aberto, sob pena de nulidade do
processo. 71

Nota: O relatório social deve ser entregue em 15 dias e deve finalizar com a proposta
ou a visão dos serviços de reinserção social acerca da medida tutelar educativa a
aplicar ao menor ou a sua eventual desnecessidade
- A medida de internamento em regime fechado:

Pressupostos cumulativos:
a) crime a que corresponda pena máxima, abstratamente aplicável, de prisão
superior a 5 anos ou
b) ter cometido 2 ou mais factos contra as pessoas qualificados como crimes a
que corresponda pena máxima, abstratamente aplicável, de prisão superior a 3
anos;
e

b) Ter o menor idade igual ou superior a 14 anos à data da aplicação da medida.


Características:
- residem, são educados e frequentam atividades formativas e de tempos livres
exclusivamente dentro do estabelecimento,
- saídas, sob acompanhamento, apenas para cumprimento de obrigações judiciais, à
satisfação de necessidades de saúde ou a outros motivos igualmente ponderosos e
excecionais.

Para efeitos de revisão de medida, pode o tribunal autorizar, mediante proposta dos
serviços de reinserção social, saídas sem acompanhamento por períodos limitados.
Duração mínima: 6 meses e
Duração máxima: 2 anos.

Mas pode ter a duração máxima de 3 anos:


crime a que corresponda pena máxima, abstratamente aplicável, de prisão superior a oito
anos, ou 2 ou + factos qualificados como crimes contra as pessoas a que corresponda
a pena máxima, abstratamente aplicável, de prisão superior a 5 anos.

Quando for de aplicar medida de internamento em regime fechado a autoridade


judiciária ordena aos serviços de reinserção social a realização de perícia
sobre a personalidade, sob pena de nulidade do processo, para efeito de
avaliação da personalidade e da perigosidade do menor. (69)
As perícias sobre o menor

Podem ser realizadas em regime ambulatório ou de internamento, total ou parcial.


Em regime de internamento tem de ser autorizada por despacho do juiz e não pode
exceder 2 meses, prorrogáveis por 1 mês, por despacho do juiz.

O internamento para a realização de perícia sobre a personalidade pode ser realizado em


centro educativo de regime semiaberto ou fechado, preferencialmente em unidade
residencial especialmente destinada para esse fim.

A perícia deve ser deferida a serviços especializados, incluindo os serviços de reinserção


social, ou, quando isso não for possível ou conveniente, a especialistas em criminologia,
em psicologia, em sociologia ou em psiquiatria.
- Os centos educativos:
Cada centro educativo, desenvolve um conjunto diversificado de programas educativos e
terapêuticos organizados em função das necessidades dos educandos, visando a ajuda e a
orientação sócio-educativa individualizada bem como a aquisição de recursos facilitadores da
sua inserção na vida em comunidade.
Programas:
a) De formação escolar;(27)
b) De orientação vocacional e de formação profissional;(28)
c) De animação sócio-cultural e desportivos;(29)
d) De educação para a saúde e terapêuticos;(30)
e) De satisfação de necessidades educativas específicas associadas ao comportamento
delinquente.(30)
- Para cada CE existe um projeto de intervenção educativa do centro, especificando
a programação faseada da intervenção, diferenciando os objetivos a realizar em cada
fase e o respectivo sistema de reforços positivos e negativos,

- É obrigatória a existência em cada centro educativo de um regulamento interno que


fixa as normas do funcionamento do centro, como por exemplo:
a) Horários e regimes de funcionamento interno;
b) Regras para o acolhimento dos educandos, fornecimento de roupas, calçado e artigos
de higiene pessoal, bem como guarda e entrega de objectos e valores pessoais;
f) Espaços de utilização comum e espaços reservados;
g) Regime de entradas, saídas e visitas ao centro;
j) Objectos pessoais cuja posse é autorizada, e em que circunstâncias.

Ambos aprovados pelo presidente do DGRSSP, vinculam os educandos e todos os


profissionais que, a qualquer título, desempenhem funções no centro educativo, bem
como as pessoas externas que o visitam.
Notas
- A intervenção em CE (143 A 209): é elaborada num sistema progressivo de
faseamento (162), distinguindo-se 4 fases:
- a primeira fase é igual para todos os regimes e é fechado;
- nas fases seguintes haverá uma abertura progressiva ao exterior com
aquisição gradual de liberdade, atendendo ao progresso educativo dos
jovens.
- Na prática os CE funcionam em regime semiaberto porque, mesmos os
jovens internados em regime aberto, acabam por frequentar actividades no CE e
não no exterior.

- Ainda que o mesmo CE tenha diferentes unidades residências diferenciadas,


acabam por misturar regimes, sendo incapazes de apresentar uma resposta
diferenciada.

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