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Escola Secundária de Ponte da Barca

Limites
entre
o publico
e o privado

Dinis Peixoto Nº7 Ensaio Filosófico


10ºAno Turma A 2020/2021
Escola Secundária de Ponte da Barca

Excerto livro “ Anarchy, State and Utopia” de Robert Nozick

O Estado mínimo é o mais extenso que se pode justificar. Qualquer outro mais ampla viola os
direitos da pessoa. Ainda assim muitas delas apresentam razões que alegadamente justificam
o Estado mais amplo. É impossível, dentro dos limites deste livro, examinar todas as que
foram formuladas. Por isso mesmo concentrar-me-ei nas que são em geral reconhecidas como
as mais ponderáveis e influentes, a fim de examinar no que elas fracassam. Neste capítulo
estudaremos a alegação de que o Estado mais amplo se justifica, porque é necessário (ou é o
melhor instrumento) para se conseguir justiça distributiva. No capítulo seguinte analisaremos
várias outras alegações.
A expressão “justiça distributiva” não é neutra. Ouvindo a palavra “distribuição”, a maioria
das pessoas supõe que alguma coisa ou mecanismo utiliza algum critério para parcelar um
suprimento de coisas. Nesse processo de distribuir parcelas – ou quinhões-, algum erro deve
ter-se insinuado. De modo que é pelo menos uma questão tão aberta se a redistribuição, se
devemos fazer mais uma vez o que foi feito, embora mediocremente. Contudo não estamos
na situação de crianças que receberam fatias de bolo das mãos de alguém que, nesse
momento, faz ajustes de última hora para corrigir o corte igual de guloseima. Não há
distribuição central, nenhuma pessoa ou grupo tenha direito de controlar todos os recursos
como devem ser repartidos. O que cada pessoa recebe de outros, que o dão em troca de
alguma coisa ou como presente. Na sociedade livre pessoas diferentes podem controlar
recursos de diferentes e novos títulos de propriedade surgem das trocas e ações voluntárias de
pessoas. Não há essa distribuição (ou de distribuição de parcelas do que há para distribuir) os
companheiros em sociedade na qual as pessoas escolhem com quem casar. O resultado total é
produto de muitas decisões individuais que o diferente indivíduo envolvido tem o direito de
tomar. Alguns usos do termo “distribuição”, é bem verdade, não implicam uma distribuição
prévia corretamente julgada por algum critério (como, por exemplo, “distribuição de
probabilidades”).

Dinis Peixoto Nº7 Ensaio Filosófico


10ºAno Turma A 2020/2021
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A Intervenção do Publico no meio Privado

Neste ensaio filosófico é abordado o tema “Os limites entre o publico e o privado”,
especificamente a intervenção do público no privado. Até que ponto a intervenção do público
invade o privado? Será positivo para o privado a penetração do público no seu meio? Este
tema assume agora um papel ativo nas reflexões de diversos pensadores, por sua vez os
pensamentos destes influenciam a nossa sociedade sendo assim um tema relevante para
qualquer um de nós
A intervenção do público no privado tem diversas faces para a mesma moeda, ou seja, à
diversos pensamentos entorno deste tema como, por exemplo, John Rawls considera que para
a existência de uma sociedade melhor o Estado (o publico) deve assumir um papel pró-ativo
de forma ajudar os mais desfavorecidos. Este processo está associado ao termo “maximin”
frequentemente usado por Rawls, que consiste em procurar o máximo de bem-estar possível
de todos aqueles que se encontram em desvantagens relativamente aos outros. Contudo a
ideologia de Rawls é refutada por Robert Nozick que afirma que a intervenção do Estado
deve ser a menor possível de forma a não transcender a liberdade e acrescenta que a ideia de
ajuda para com os mais desfavorecidos através da distribuição de recursos tem vários erros
que dificilmente podem ser contornados, pois de acordo com Nozick ninguém deve decidir o
que os outros receberam, caso contrário resultará num erro na distribuição.
Discordo com o pensamento de Nozick que afirma que o Estado deve interferir o menos
possível com a vida das pessoas, evitando assim qualquer tipo de ajuda para com os mesmos
tendo assim eles a sua liberdade assegurada como é descrito no excerto acima retirado de um
livro do mesmo, contudo a minha linha de pensamento coincide com a Rawls. Tal facto deve-
se a interferência do Estado teria um alcance positivo acima de todo, dado que estaria a
ajudar quem condições precárias tem, podendo estar a salvar vidas. Associando estes dois
pensamentos a este presente momento em que decorre a pandemia da Covid-19 num país
baseado entorno do pensamento de Rawls aquele que se necessita de tratamentos intensivos
sairia do hospital sem necessitar de realizar um pagamento, visto que este era assegurado pelo
Estado. No lado oposto temos um país baseado na ideologia de Nozick no qual entrava
alguém a necessitar de tratamentos contra a mesma doença se o sujeito tivesse uma elevada
quantia de dinheiro seria tratado, caso não tivesse essas possibilidades teria de retornar para
casa aguardando pela sua morte.

Dinis Peixoto Nº7 Ensaio Filosófico


10ºAno Turma A 2020/2021
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Para além disso não consideramos plausível o erro apresentado por Nozick na distribuição
de recursos para com mais desfavorecidos, sendo facilmente refutado quando temos em conta
dois termos que Rawls utiliza é percetível que na presença dos mesmos esse erro não
ocorreria em qualquer situação, enquanto que Nozick afirma que tal aconteceria de forma
sistemática. Sendo os dois termos “equidade” que neste caso em geral distribuiria os
recursos de forma a que todos membros da sociedade tivessem em pé de igualdade , o “véu
da ignorância” que absteria qualquer um que se encontrasse debaixo desse “manto” de ver
características partículas, impossibilitando dessa mesma forma uma escolha de forma a
favorecer os interesses pessoais.
Em suma, após a releitura da tese observamos que estes dois pensamentos influenciam a
nossa sociedade e a forma como vemos o mundo. Nós que vivemos sobre uma perspetiva
semelhante à sociedade ideal Rawls identificamo-nos mais facilmente com o seu pensamento
e associamos o seu pensamento ao pensamento correto e em países em que o pensamento de
Nozick serve como base verificasse o mesmo pensamento. Contudo esta visão tem vindo a
sofrer alterações com o decorrer dos anos em que cada vez mais se verifica uma veia de
Nozick a espalhar-se pelo mundo ocidental. Assim sendo concluo que estes dois pensadores
influenciam de forma intermitente os nossos dias mesmo que não seja de forma de direta,
dado que estes estão presentes na base de inúmeras sociedades.

Web/Bibliografia
Borges, J. F. e outros (2013). "Novos contextos 10" (1ª ed.). Porto: Porto Editora.

Anarquia, Estado e Utopia de Robert Nozick

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