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Quem fez o desaparecimento virar

morte?
Isabella Carolina Panegassi

Letícia Leme da Rocha

Eu sou um jornalista e hoje contarei um caso surpreendente que


aconteceu no meu trabalho. Era mais um dia normal em um jornal
londrino quando recebemos a noticia de um homem desaparecido.
Ele mora sozinho em um apartamento e ele é um eletricista. Seu
nome é Marcos, ele tem 45 anos e desapareceu misteriosamente
no último feriado.

Como de costume, fizemos a ficha de desaparecimento dele, e


mandamos para o revisor, Derik, com o intuito de publica-la.

Porem, quando o jornal chegou as mãos das pessoas, havia algo


de errado: o nome de Marcos estava na seção de mortos, e não na
de desaparecidos.

Curiosamente, a mesma coisa aconteceu em um segundo caso, de


uma mulher.

Como todos acharam isso estranho, e as pessoas desaparecidas


não estavam sendo encontradas, a policia contratou duas detetives
para a investigação.

Eu já gostei delas quando Às vi entrar na sala principal pela


primeira vez. A primeira, uma mulher alta e relativamente magra.
Ela usava um hijab azul claro e luvas, que deixavam amostra seu
belo rosto. Um rosto sério, para uma mulher inteligente e de poucas
palavras.

A segunda é alta, tem a pele preta, cabelos longos e crespos e


olhos verdes. Trajava um vestido azul bebê que realçava seu belo
corpo. Tinha uma bolsa de couro preta bem gordinha(parecia estar
cheia de fichas criminais). Extremamente elegante, com um
semblante simpático.

A segunda mulher empurrou a porta para a primeira mulher com um


sorriso brincalhão. As duas entraram na sala principal e analisaram
cada detalhe como se soubessem que iriam demorar muito mais
tempo do que elas imaginavam. A primeira  mulher , cujo não
imagino o nome, se aproximou dizendo:
-Bom dia. Eu sou a detetive contratada. Meu nome é Aiyra. 
-Bom dia, meu nome é John, um prazer conhecê -la. Espero que
seja tão inteligente quanto é bonita, e eu aposto que estou certo,
Srta. Aiyra. 
-Agradeço pelo elogio, se foi um elogio. Um prazer conhecê-lo
também, John, mas tenho que voltar ao trabalho. -Aiyra respondeu.
 A segunda mulher me observava atentamente tentando prever
meus movimentos com a maior cautela possível. Depois que a
Detetive Aiyra se apresentou, sua companheira disse:
-Bom dia John, eu sou a detetive Sophia. Muito prazer.
Eu estava extasiado com aqueles olhos extremamente verdes.
Rapidamente me recompus e disse:
-O prazer é meu Sophia, saiba que seu nome é encantador. 
Obrigada John- disse a mesma com um sorriso sincero no rosto.
Nesse tempo da investigação, mais um desaparecimento ocorreu.
Uma senhora idosa, que morava com seu neto, saiu para caminhar
e nunca mais voltou. E, novamente, apesar de eu ter escrito a
notícia como desaparecimento, quando publicada, o nome dela
estava na sessão de mortos. Ayira e Sophia nem sabiam que
investigar ou interrogar, pois nada ali se encaixava, nada fazia
sentido. Elas desconfiavam até de mim. Até que alguém começou a
levantar suspeitas: nosso revisor. Ele era quem via essas notícias
antes de publica-las. Mas elas praticamente o descartaram após
interroga-lo. 
As duas acharam isso muito estranho e decidiram averiguar melhor
essa situação toda. Como as pessoas que elas interrogaram
estavam liveres de suspeitas  decidiram esperar algo mais
acontecer. 
Depois de dois dias um novo caso se fez presente . Dessa vez a
vítima foi uma criança. Uma doce e inocente criança. Aquilo já
estava passando dos limites  e as Detetives estavam extremamente
irritadas. Elas resolveram procurar possíveis pistas nos arredores
do último lugar em que a criança  foi vista.
Após muito procura elas encontram uma casinha semelhante a um
chalé.
Intrigadas com a mínima  distância entre chalé e o último lugar em
que a criança foi vista decidiram interrogar o sujeito que morava lá
dentro.
As informações que obteram foram:

NOME: José Pereira da Silva 

IDADE: 57 anos

PROFISSÃO: Comerciante 

FAMÍLIA: Todos mortos :( 


 
Elas tinham o homem como principal suspeito porém não podiam
simplesmente prende-lo então decidiram esperar até que
encontrassem  alguma prova concreta.
 Até que uma manhã recebemos a notícia que as detetives e a
polícia haviam encontrado um lugar onde os corpos das pessoas
desaparecidas estavam escondidos. Uma sala em um lugar meio
isolado, sem muita gente por perto. Eles descreveram tudo
detalhadamente. 
O primeiro corpo, de Marcos, estava com o pescoço cortado,
indícios de que o haviam torturado antes de mata-lo. Além disso, no
organismo dele ainda haviam provas de que ele havia ingerido, à
força, muitos remédios. 
O corpo da segunda vítima estava sem um dos dedos das mãos e
amordaçada. Suas pernas estavam muito machucadas, com
pequenos pedaços de vidro nelas. Ela também estava com indícios
de que havia ingerido remédios, até drogas. 
E o corpo da senhora estava com os cabelos totalmente raspados,
e a pele da cabeça um pouco esfolada. 
Estava com ferimentos sérios nos pés, e o pior: um dos pulsos dela
estava ATRAVESSADO por uma faca de cozinha. 
O corpinho da criança... É até difícil falar. Estava muito machucado,
com os olhos vendados e tudo aponta que havia sido asfixiada. 
O assassino não estava presente no momento, mas o que chamou
um pouco a atenção foi que as versões que deveriam ter sido
publicadas nos jornais, as de desaparecimento, estavam guardadas
em uma mala nessa mesma sala.
Uma outra suspeita surgiu. Uma farmacêutica, que havia acabado
de se mudar para Londres. O nome dela é Hanna, e havia feito uma
grande compra de remédios pouco tempo antes dos assassinatos.
E todos haviam sinais de intoxicação por remédio ou veneno... no
mínimo suspeito. 
Quando interrogada, ela parecia muito nervosa. 
-Senhoras, preço perdão, porém acho que isso foi um enorme
desentendido. Eu me mudei aqui pra Inglaterra a bem pouco tempo,
eu sou Argentina. Eu fiz essa compra de remédios para mandar pro
meu irmão, que está muito doente e precisa deles, senhoras. Mas
jamais faria uma maldade dessas, tem que confiar em mim. Eu
juro. 
Ela parecia com tanto medo... Mas também tão suspeita...
Ainda meio perdidas as detetives resolveram analisar o jornal com
mais calma. Enquanto Aiyra lia  novamente o jornal extremamente
brava por não encontrar nada, Sophia analisava a coluna de óbitos.
Por um segundo ela pensou ter visto uma assinatura em um dos
"lembretes" de óbito. Ao chamar Aiyra para confirmar suas
suspeitas, recebeu uma péssima notícia que a enfureceu: O
ASSASINO ESTAVA LITERALMENTE CONVIVENDO COM ELAS. 
Com a maior rapidez possível as duas entraram em um táxi e
correram para a delegacia. Ao chegar lá chamaram diversas
viaturas para acompanhá-las até o destino final.
Chegando na Editora, Sophia grita :
- PRECISO URGENTEMENTE DO ENDEREÇO DESSA PESSOA :
( FOTO DO SUSPEITO). 
Todos olharam espantados mas rapidamente compartilharam o
endereço que elas precisavam.
Depois de um caminho longo e silencioso elas chegam  ao mesmo
local onde os corpos haviam sido encontrados. Elas entraram no
cômodo e começaram a bater com um martelo no chão. Os policiais
observam horrorizados e com um olhar estranho como se as
Detetives fossem loucas.
Logo é possível ouvir um estrondo e algumas madeiras que
seguram uma parte do chão caem. Ao observar o buraco formado
é  possível avistar uma escada de aço que ,provavelmente, daria
entrada a uma casa subterrânea.
 Ao entrar nessa casa subterrânea, eles encontraram o criminoso
sentado em uma cadeira: o assassino é o nosso editor! Ele editava
as reportagens, para brincar conosco e dar leves pistas sobre ele
ser um serial Killer. Depois que o algemarem e levarem pra
delegacia, as detetives analisaram mais a casa subterrânea.
Descobriram que o assassino havia instalado câmeras em lugares
estratégicos da cidade. Ele tinha muitas foto e vídeos das vítimas, e
diários onde continham informações confidenciais sobre elas. Lá
tinha instrumentos e técnicas que surpreendida até mesmo a
polícia. 
Derik(o assassino) pegou prisão perpétua. Eu continuei trabalhando
nesse jornal, e as detetives continuaram a exercer a profissão
delas. Infelizmente só vejo-as aproximadamente uma vez no mês.
Mas olhar pra aqueles rostos bonitos já alegra o mês por inteiro. 
Se a história tivesse uma moral, é que os piores inimigos podem
estar do nosso lado. Mas essa, sem dúvida, foi a maior "historia"
que eu já presenciei, foi. 

           FIM

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