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CACC/APR I 22/04/02

INTRODUÇÃO
CONCEITOS E FUNÇÕES

Antes da década de 80, a grande preocupação empresarial era vender, produzir e


faturar. Então vieram dois grandes problemas: o trabalhista e as despesas financeiras elevadas.
Poucas empresas estavam preparadas para enfrenta-los, principalmente as familiares, mais
inclinadas a se autofinanciarem. Houve um esquecimento geral quanto aos estoques, de sua
parcela de contribuição na redução do capital de giro, de sua eficácia, de seus elevados custos
e os enormes riscos de usa-los como fator especulativo.

Academicamente, a meta principal de uma empresa é, sem dúvida, maximizar o lucro


sobre o capital investido, seja em fábricas, equipamentos, financiamentos de vendas, reserva
de caixa ou em estoques. Para atingir o lucro máximo, ela deve usar o capital para que não
permaneça inativo, caso haja maior necessidade, ela emprestará ou tirará dinheiro de um dos
cinco itens acima mencionados. Espera-se, então, que o dinheiro investido em estoques seja o
lubrificante necessário para a produção e o bom atendimento das vendas.

O objetivo, portanto, será otimizar o investimento em estoque, aumentando o uso


eficiente dos meios de planejamento e controle, minimizando as necessidades de capital para
o estoque. Os estoques de produto acabado, matéria-prima e material em processo não podem
ser vistos independentemente. Seja qual for a decisão tomada sobre qualquer um desses tipos,
ela deverá ter influências sobre os demais. Esta regra é esquecida nas estruturas de
organização tradicionais.

Descobrir fórmulas, modelos matemáticos de redução de estoques, sem um colapso da


produção e sem um aumento de custos, é o grande desafio. Todas as antigas e clássicas teorias
de estoques foram abandonadas. Formulas como a do Lote Econômico de Compra, que já
tiveram seus anos dourados, hoje são totalmente inviáveis diante dos recursos financeiros
cada vez mais escassos e da elevada taxa de inflação. Medidas de emergência não resolvem,
são apenas paliativos. Como as reduções e cancelamentos de compras, o problema sempre
retorna, e a maioria das vezes com maior gravidade, deixando óbvia a necessidade de medidas
definitivas e eficazes. Um profissional da área já afirmou que podemos compara? la com a
dieta dos gordos: fazem regime de segunda a sexta e no sábado almoçam feijoada regada a
bastante chope.
LEC 1
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Dentro de uma empresa, Vendas e Produção sempre foram vistas como mais
importantes que Materiais, porquê estas realmente funcionam como um lubrificante para
atingir um objetivo final. Contudo, quem informa ao empresário de que em muitos casos é
mais econômico ficar sem estoque e parar uma linha de produção do que, para cada
eventualidade ocorrida, aumentar o estoque?
Quem fornece o critério da impossibilidade de vendas devido à inexistência de
estoque de produto acabado?

O que ocorre na realidade, é que a grande maioria das empresas, não aceita essas
medidas; não suporta perda de vendas ou parada de produção. Elas trabalham sempre com um
grau de serviço em 100% e com o índice de volume de vendas. Realmente é quase impossível
deixar de vender quando se têm os menores preços, e condições de pagamento bastante
elásticas. Dessa maneira, as vendas aumentam, mas pode ocorrer um resultado final
desastroso, impondo o risco de uma redução do capital de giro e de impedimento da reposição
dos estoques.

Um sistema logístico que começa no planejamento das necessidades de materiais e


termina com a colocação do produto acabado no mercado já pode ser desenvolvido com os
meios mecanizados, e dentro de uma realidade de vendas. Esse sistema deve preocupar-se
com um dos fatores básicos para o dimensionamento de estoques e com a eficácia do processo
produtivo, que é o "quando" repor os estoques, ao contrário do 'tradicional "quanto"
comprar. Possuir a quantidade certa no tempo errado não resulta em nada.

Atualmente, uma empresa manufatureira é bem sucedida na proporção de sua


habilidade de rapidamente reunir, transmitir e interpretar todas as informações que descrevem
as suas atividades. A complexidade e a quantidade de dados necessários para uma gestão
eficaz aumentaram consideravelmente; contudo, a maioria das companhias não modificou
apreciavelmente seu sistema de controle de fabricação. Muitos gerentes, inclusive o de
Materiais, estão tentando controlar atividades mais complexas com informações que, de modo
crescente, se tornam incompletas e desatualizadas. Um sistema logístico deve trazer uma
abordagem para esse problema, empregando a capacidade de comunicações ao nível tático
(para auxiliar a comunicação da política da gerência) e ao nível operacional (para
supervisionar e controlar as próprias atividades operacionais).
LEC 2
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Podemos afirmar que muitas empresas continuam bem sucedidas não por causa de
seus sistemas, mas a despeito deles. Seus sistemas são estáticos, visto que não são renovados,
expandidos ou aperfeiçoados, apesar das mudanças no ambiente da empresa e de surgirem
novos problemas. É altamente recomendável ver que o sistema de Materiais, ou seja, de
planejamento de materiais e produção, compras, estoques e distribuições sejam modificados
com a alteração das condições. Caso contrário, deterioram a ponto de se tornarem inúteis.
Admite-se que é muitas vezes difícil e dispendioso mudar os sistemas de hoje, mas isto em
parte é devido ao modo como os sistemas atuais foram projetados.

Para exemplificarmos como o bom funcionamento de um sistema logístico afeta as


atividades da empresa como um todo, podemos levar em consideração pesquisas segundo as
quais umas mudanças na taxa de demanda, ao nível de varejo, eventualmente se refletirá,
temporariamente ampliada, ao nível da fábrica. A amplitude da flutuação da demanda na
fábrica é proporcional à demora da comunicação do evento na cadeia consumidor-
varejista-distribuidor-fabricante.

No caso, se a procura do consumidor cai 5%, o sistema de controle de estoque


convencional do varejista será lento em reagir a esta queda. Suas técnicas de previsão e
suprimento continuarão as mesmas até que ocorra excesso de estoque. Para compensar, ele
terá de reduzir as quantidades de sua nova encomenda, mas, até lá, uma simples redução de
5% não será suficiente para a absorção do excesso acumulado. Ele terá, então, como única
solução reduzir seus pedidos de reposição.

A esta altura, o distribuidor está sentindo redução na procura, mas de maior amplitude.
Antes que seu sistema de materiais reaja à alteração, ele estará acumulando excesso de
estoque. Normalmente, terá de fazer uma compensação, diminuindo seus pedidos aos
fabricantes, numa porcentagem maior que a redução que acabava de sofrer.

A fábrica passa agora pela experiência de uma grande redução na demanda. Se ela
mantém um estoque de produtos acabados, terá de se livrar dos excedentes e diminuir a
produção. Uma redução de 5% teria sido suficiente, se tivesse sido providenciada na ocasião
em que a procura dos consumidores diminuiu. Mas enquanto a procura se manteve em 95%, a
fábrica continuou produzindo na proporção de 100%, por causa de um atraso no sistema de
LEC 3
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materiais da empresa. Atualmente, com o fantasma da inflação, não se pode dar a esses
"requintes" de sistemas ineficientes. Esse tempo de resposta deverá ser o menor possível.

Um sistema de materiais deve estabelecer uma integração desde a previsão de vendas,


passando pelo planejamento de programa-mestre de produção, até a produção e a entrega do
produto final. Deve estar envolvido na alocação e no controle da maior parte dos principais
recursos de uma empresa: fabricação, equipamento, mão-de-obra e materiais.

Quando o volume de dinheiro é pequeno ou quando existe restrição financeira, a


utilização de um sistema integrado de Administração de Materiais, visando à
operacionalização, de forma eficaz, das necessidades reais da empresa e adaptando-a a
variações e restrições do mercado, é fundamental para a manutenção de sua performance.
Pode-se com isso dividir o "bolo" em quantas fatias forem necessárias e, mais importante
ainda, definir a espessura de suas fatias.

LEC 4
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ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA

Uma tradicional organização de um sistema de Materiais pode ser dividida nas


seguintes áreas de concentração:

Controle de Estoques;
Compras;
Almoxarifado.
Planejamento e Controle da Produção;
Importação;
Transportes e Distribuição.

CONTROLE DE ESTOQUES

O estoque é necessário para que o processo de produção - vendas da empresa opere


com um número mínimo de preocupações e desníveis. Os estoques podem ser de:
matéria-prima, produtos em fabricação e produtos acabados. O setor de Controle de Estoque
acompanha e controla o nível de estoque e o investimento financeiro envolvido.

COMPRAS

O setor de Compras preocupa-se sobremaneira com o estoque de matéria prima. É da


responsabilidade de Compras assegurar que as matérias-primas exigidas pela Produção
estejam à disposição nas quantidades certas, nos períodos desejados. Compras não é somente
responsável pela quantidade e pelo prazo, mas precisa também realizar a compra em preço
mais favorável possível, já que o custo da matéria-prima é um componente importante no
custo do produto.

ALMOXARIFADO

O Almoxarifado é o responsável pela guarda física dos materiais em estoque, com


exceção dos produtos em processo. É o local onde ficam armazenados os produtos, para
atender a produção e os materiais entregues pelos fornecedores.

LEC 5
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PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (PCP)

O PCP é o responsável pela programação e pelo controle do processo produtivo. Em


algumas empresas ele não se encontra subordinado à área de Materiais, e sim à de Produção.
Atualmente, porém, já se encontra em evolução a idéia de que o PCP deve ficar subordinado à
área de Materiais. É um setor bastante específico e bem técnico dependendo do tipo de
produção.

IMPORTAÇÃO

Todo processo de importação também compreende a realização de uma compra, só


que no exterior. Devido a todos os excessos de legislação e por ser uma atividade compradora,
o setor de Importação subordina-se à área de Materiais. Ele é o responsável por todo o
processo de importação de mercadorias para a empresa e, em alguns casos, acompanha e
realiza o processo burocrático de exportação, que é uma venda; não realiza, porém, a venda, e
sim o trâmite legal da exportação.

TRANSPORTES E DISTRIBUIÇÃO

A colocação do produto acabado nos clientes e as entregas das matérias-primas na


fábrica são de responsabilidade do setor de Transportes e Distribuição.
É nesse setor que se executa a Administração da frota de veículos da empresa, e onde
também são contratadas as transportadoras que prestam serviços de entrega e coleta.
Como a melhor adequação da estrutura e a importância encontrada pelo PCP nas
empresas se tornaram mais compacta, dando-se mais realce no PCP, algumas empresas
passaram também a dotar o termo suprimentos pára sua área de Materiais.
A relação de subordinação da área de Materiais passou também por fases de
mudanças. Encontram-se atualmente empresas em que o Gerente de Materiais é subordinado
ao Diretor Industrial. Dependendo do porte da empresa, porém, encontramos também a área
de Materiais em nível de Diretoria, como Diretor de Suprimentos ou Diretor de Materiais.

LEC 6
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LOTE ECONÔMICO

Introdução

A decisão de estocar ou não determinado item é básico para o volume de estoque em


qualquer momento. Ao tomar tal decisão, há dois fatores a considerar:
É econômico estocar a item?
É Interessante estocar um item indicado como antieconômico a fim de satisfazer um
cliente e, portanto, melhorar as relações com ele?
0 primeiro fator pode ser analisado matematicamente. Em geral, obviamente não é
econômico estocar um item se isso excede o custo de compra-lo ou produzi-lo de acordo com
as necessidades. Também pode ser demonstrado que não é econômico estocar itens quando as
necessidades médias dos clientes, ou a média de consumo da produção, tenham um excesso
correspondente à metade da quantidade econômica do pedido.
A questão de saber se devemos estocar um item, embora seja antieconômico faze-lo, a
fim de prestar melhor serviço ao cliente, representa uma decisão mais difícil, porquê
freqüentemente é impossível atribuir um exato valor em dinheiro à satisfação do cliente. O
problema é que o tempo necessário para comprar e/ou fabricar pode ser maior do que ele
deseja esperar. Neste caso a decisão terá de ser tomada numa base de item por item sobre o
custe de fabricação na base de pedido por pedido.
Quanto deve ser comprado ou produzido de cada vez? Dois tipos básicos de custo
afetam a decisão sobre o quanto deve ser comprado ou produzido de cada vez. Existem custos
que aumentam à medida que a quantidade do material pedido aumenta, porquê em média,
considerando consumo uniforme, metade da quantidade pedida estará em estoque. Tais custos
são aqueles vinculados à armazenagem dos materiais, incluindo espaço. seguro, juros etc..
Existem, também, os custos que diminuem à medida, que a quantidade de material pedida
aumenta, com a distribuição dos custos fixos por quantidades maiores.

LEC 7
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Estoque Médio

Estoque Médio é o nível médio de estoque em torno do qual as operações de compra e


consumo se realizam
Q
Em = sendo Q a quantidade comprada para ser consumida.
2

Se considerarmos o Estoque Mínimo ou de segurança agregado ao Estoque Médio


teremos a seguinte expressão:

Q
Em = Emn +
2

LEC 8
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Lote Econômico de Compra (sem falta)

Com a finalidade de obtermos a determinação do Q mínimo (Quantidade do Lote) e


substituir na equação de Custo Total vários valores de Q até achar o CT Custo Total Mínimo.
Porém esta maneira é muito trabalhosa o outro método é derivar a equação em relação
a Q e igualar a derivada a 0 (zero).
Mas, vejamos, o objetivo é tornar CT Custo Total o menor possível e o termo (Custo
de Compra), D * Cunit., é uma constante, ele não irá variar em função do valor de Q logo:

CT = Custo de Obter (ano) + Custo de Manter (ano) + Custo de compra do Item (ano)

D Q
CT = Co * + Cm * + D * Cunit.
Q 2

desta forma eliminando o Custo de Compra ficará:

D Q
CT = Co * + Cm *
Q 2

LEC 9
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A matemática diz-nos que:

“O mínimo da soma de duas variáveis, cujo produto é constante, ocorre para valores
iguais de variáveis”
então:
Custo de Obter = Custo de Manter
Ou seja;
D Q
Co * = Cm *
Q 2

2 * Co * D = Cm * Q 2

portanto

2 * Co * D
Q2 =
Cm

logo;

2 * Co * D
Q =
Cm

O Custo de Manter (ou armazenagem) Cm pode ser indicado de duas maneiras:


1. em percentual;
2. em valor unitário.
Esta fórmula apresentada é para quando Cm for dado como valor unitário.Para valor
percentual, teríamos a seguinte alteração:

D Q
Co * = Cm% * (Cunit. * )
Q 2

LEC 10
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logo;

2 * Co * D = Cm% * Q 2 * Cunit.

portanto;

2 * Co * D
Q2 =
Cm% * Cunit.

finalmente;

2 * Co * D
Q=
Cm% * Cunit.

LEC 11
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Exercício:
Cunit. = R$ 100,00
D = 125 peças/ano
Co = R$ 18,00/pedido
Cm = R$ 20,00 peças/ano
Pergunta-se:
1. O lote econômico de compra?
2. O custo total anual?
3. O número de pedidos por ano?

LEC 12
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Exercício
O consumo de determinada peça é de 20.000 unidades/ano. O custo de armazenagem por peça
e por ano é de R$ 1,90 e o custo de pedido é de R$ 500,00.
O preço unitário de compra é de R$ 2,00. Determine:
1. O lote econômico de compra?
2. O custo total anual?
3. O numero de pedidos por ano?
4. A duração entre pedidos?

LEC 13
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Exercício
Uma empresa compra componentes no mercado a R$ 5,00/unidade. Esperam - se usar cerca
de 4.000 unidades no ano seguinte. A empresa calcula que custa R$ 30,00 para colocar um
pedido e R$ 1,50 o custo por unidade/ano de manutenção.
Pergunta-se:
1. Qual a quantidade econômica de compra?
2. Quantos pedidos por ano devem ser feitos?
3. Qual o custo anual total associado?

LEC 14
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Exercício
Uma empresa compra 10.000 peças/ano para seu processo de montagem. Se o preço unitário
for de R$ 8,00, o custo de armazenagem for de R$ 0,50 mensais, e o custo de cada pedido R$
200,00. Qual será o Lec, CT, Nº de pedidos emitidos por ano?

LEC 15
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Exercício:
Uma fábrica de bicicletas adquire no mercado o par de pedais, que tem uma demanda anual
de 50.000 peças. Os dados estatísticos da empresa indicam que os custos de preparação de
pedidos são de R$ 10,00 por pedido e os custos de manutenção e armazenagem atingem R$
1,00 unidade/ano.
Os custos de compra obedecem ao ajuste da escala de desconto abaixo:
Até 899 peças o custo é igual a R$ 1,00
De 900 até 1999 peças será igual a R$ 0,60
Mais de 2.000 peças será de R$ 0,10
Calcular a melhor alternativa e desenvolva todas as informações possíveis.

LEC 16
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Lote Econômico de Produção (sem falta)

As hipóteses básicas que devem ser obedecidas neste modelo são as mesmas do lote
econômico de compra com uma única exceção. A quantidade produzida é finita e maior que o
consumo como se vê graficamente.

Neste caso também existe uma diferença em um tipo de custo, que é o custo de
preparação Cp que substitui o custo de pedido Co para o lote econômico de compra e o preço
P que é o custo de fabricação.

t = Tempo de produção
T= Tempo de consumo restante
Tt = Tempo total de consumo do lote econômico
Emax = Estoque Máximo
D = Demanda
W = Taxa de produção (Capacidade Produtiva)

LEC 17
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O custo total neste caso para um período seria:

Emax
CT = Cp + Cm * (t + T) * +P*Q
2

Emax Q
em que = que é igual ao estoque médio.
2 2

Pelo gráfico podemos ver que a duração entre o tempo de produção (t) e o tempo de
consumo (T), t + T é:

Q
t+T =
D

Q = Lecf = Quantidade do lote a ser fabricado.

D = Demanda anual (consumo)

Verificamos também que, à medida que as peças são fabricadas, estão sendo
consumidas para produção; então o Emax é o tempo t, multiplicado pela quantidade
acumulada, em que a quantidade acumulada é a taxa de produção W menos o consumo,
sendo:

Emax = t * (W − D)

O tempo de produção é o tempo necessário para fabricar Q unidades ou

Q
t=
W
Substituindo as fórmulas 3 em 2 teremos:

Q D
Emax = * (W − D) que é igual a Q * (1− )
W W

LEC 18
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O custo total com as equações 1 e 3 ficariam:

D Q  D
CT = Cp* + Cm* * 1 −  + D* P
Q 2  W

Utilizando-se os mesmos princípios do lote econômico de compras (sem falta) no


sentido de encontrarmos o lote econômico de fabricação ao mínimo custo o método para
derivarmos a equação é a seguinte:

D Q  D
Cp * = Cm * *  1 − 
Q 2  W

D Q Cm * Q * D
Cp * = Cm * −
Q 2 2*W

2 * Cp * D * W = Cm * Q 2 * W − Cm * Q 2 * D

2 * Cp * D * W = Q 2 * [Cm * W − Cm * D]

2 * Cp * D * W
Q2 =
Cm * W − Cm * D

2 * Cp * D * W Onde se dividindo por W


Q2 =
Cm * (W − D)

2 * Cp * D 2 * Cp * D
Q2 = =
Cm − Cm * D  D
Cm *  1 − 
W  W

LEC 19
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Logo temos a fórmula final do lote econômico de fabricação ao mínimo custo


conforme apresentada abaixo:

2 * Cp * D
Q=
 D
Cm *  1 − 
 W

LEC 20
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Exercício

O consumo de um fabricante de máquina de escrever, para uma determinada peça, é de


9.000 unidades por ano. A capacidade de produção desta peça é de 1500 unidades por mês.
Sendo o custo de preparação de R$ 200,00 e o custo de armazenagem desta peça R$ 24,00 por
ano. Calcule o lote econômico de produção e o custo total, sabendo-se que o custo de
produção é de R$ 4,00.

LEC 21
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Exercício

Uma firma moldadora de plásticos produz e usa 24.000 peças de teflon por ano. O
custo de preparação para produção é de R$ 85,00 e a cadência da produção semanal é de
1.000 unidades. Se o custo de produção for de R$ 2,50 por unidade e o custo anual de
armazenagem e execução de R$ 0,50 por unidade, quantas unidades deve a firma produzir
durante cada período de produção?

Obs: As taxas de demanda e produção devem estar nas mesmas unidades, e assim,
arbitrariamente, colocamos ambas em termos anuais, admitindo um ano de 52 semanas.

LEC 22
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Exercício:

Um fabricante deseja calcular o lote econômico para um dado artigo que produz. O
lote é entregue, de uma só vez, ao almoxarifado. Ademais, o produto é despachado para os
clientes da empresa, a uma taxa uniforme por dia. As estimativas do fabricante, para os
fatores que julga devam ser levados em consideração, são os seguintes:

Unidades despachadas por dia 70 peças considerando 365 dias úteis por ano.

Custo de emissão de pedidos R$ 12,00

Custo unitário das peças produzidas R$ 7,00

Custo de armazenagem por peça R$ 0,40

Capacidade de produção por mês 4.000 peças

Calcule: TUDO QUE FOR POSSÍVEL...

LEC 23
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Exercício:

Uma fábrica produz sorvetes e tem uma demanda anual de 72.000 unidades. Ela tem
capacidade de produzir 400 unidades por dia. São precisos apenas alguns minutos para a
emissão das ordens de fabricação com um custo avaliado em R$ 7,50 por ordem, e a firma
esta relutante em produzir muito de uma vez em virtude do custo de armazenagem
(refrigeração) ser relativamente alto R$ 1,50 por unidade/ano. A fábrica supre os
revendedores durante os 360 dias do ano.

1. Qual o lote econômico de produção de sorvetes?


2. Em quantos dias serão demandados os sorvetes produzidos no lote?
3. Qual a duração do período de produção em dias?

LEC 24
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Exercício:

Uma empresa deixa de adquirir do mercado, passando a fabricar internamente, peças


cujo consumo é de 1350 unidades por mês, sendo seu custo de fabricação de R$ 2,30 por
unidade. A estocagem destas peças no almoxarifado custam R$ 1,50 por unidade. Esta
empresa tem a capacidade de produção desta peça de 400 unidades por semana, lembrando
que para cada emissão de ordem de fabricação tem o custo de R$ 200,00. Calcule:

1. O número de pedidos de fabricação emitidos em um ano.


2. A duração entre os pedidos
3. O custo médio armazenado anualmente?
4. O custo total
5. A quantidade econômica de fabricação LECf.

LEC 25
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Lote Econômico de Compra (admitindo falta)

Este modelo tem os mesmos princípios que o Lote Econômico de Compra (sem falta),
entretanto existe uma diferença, pois este admite haver ruptura do estoque, ou seja, faltas. Em
decorrência desse pressuposto, passamos a acrescentar um novo custo, o custo de falta.
O gráfico nos mostrará essa situação.
Com a inclusão do custo de falta teríamos a seguinte formulação:

CT = Custo de Obter/ano + (Custo de armazenagem/ano + Custo de Falta/ano) + Custo de Compra/ano

Emax F
CT = Co + Cm * Tx * + Cf * Ty * + D * C.unit.
2 2

Co = Custo de Obter ou Custo do pedido.

Cm = Custo de Manter ou Custo de Armazenagem.

Tx = Tempo de Consumo Normal.

Emax = Estoque Máximo.

Cf = Custo de Falta no Período.

Ty = Tempo Decorrido da Falta.

F = Quantidade Faltante.

Q = Lote Econômico ou Quantidade de lote ou Consumo no Período.

Cunit. = Preço Unitário de Compra.

LEC 26
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Onde:

Cf = Custo de Falta no Período.

F = Quantidade Faltante.

Ty = Tempo Decorrido da Falta.

Tx = Tempo do Consumo Normal.

Podemos considerar pelo Emax = Q − F gráfico que:

Pela semelhança de triângulos podemos considerar que:

T * Emax T * (Q − F) T *F
Tx = = assim como Ty =
Q Q Q

LEC 27
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Q
Sendo o tempo de um período T = , as equações acima ficariam:
D

Q −F Q
Tx = * onde D significa o Consumo Anual.
Q D

Substituindo então as equações de Tx e Ty na fórmula CT inicial (1 período), teríamos;

Q− F Q Q− F F Q F
CT = Co + Cm* * * + CF* * * + D* C . unit .
Q D 2 Q D 2

D
Multiplicando pelo número de períodos anuais, ficaria da seguinte forma:
Q

D (Q − F) 2 Cf* F 2
CT = Co* + Cm* + + D* C . unit .
Q 2*Q 2*Q

Existindo duas variáveis na equação do CT, deveremos agora calcular as derivadas


parciais em relação a cada variável e igualar a zero.

∂ CT D Cm Cm* F 2 Cf* F 2
= 0 = − Co* 2 + − −
∂Q Q 2 2 * Q2 2 * Q2

∂ CT Co* D Cm F2
=0=− + − * (Cm + Cf )
∂Q Q2 2 2 * Q2

Cm* F Cf* F
∂ CT = 0 = − Cm + + , resolvendo em função de F, teremos:
Q Q

LEC 28
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Cm ∂ CT
F= * Q , substituindo na equação da derivada ficaria :
Cm + Cf ∂Q

2
∂ CT D Cm Cm + Cf  Cm 
= 0 = − Co* 2 + − * * Q
∂Q Q 2 2 * Q2  Cm + Cf 

∂ CT D Cm Cm 2
= 0 = − Co* 2 + − ,
∂Q Q 2 2 * (Cm + Cf)

resolvendo para (Q)

2 * Co * D Cm + Cf
Q= *
Cm Cf

que é o Lote Econômico de Compra (a/f)

Pode-se obter outra fórmula, substituindo a equação do lote Q na equação resultante em


função de F.

2 * Co * D Cm + Cf Cm
F= * *
Cm Cf Cm + Cf

LEC 29
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Exercício:

O consumo de determinada peça é de 20.000 unidades por ano. O custo de


armazenagem por peça e por ano é de R$1,90 e o custo de pedido é de R$ 500,00.Sendo o
preço de compra de R$2,00 e admitindo um custo de falta anual de R$ 15,00 por unidade/ano,
determine:

1. O lote econômico

2. O custo total

3. O nº de pedidos

4. O intervalo entre os pedidos

5. Tempo de consumo normal

6. Tempo de falta

LEC 30
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Lote Econômico de Produção (admitindo falta)

Para esse caso, as condições são as mesmas do que para o modelo visto anteriormente
(Lote Econômico de fabricação (sem falta)), com a diferença de que neste as faltas são
permitidas.
Para ilustrar, vejamos o gráfico abaixo:

Legenda:
D= Demanda
Q = Lecf = Lote econômico de fabricação
Emax = Estoque máximo
W= Taxa de produção ou capacidade produtivas
F= Quantidade Faltante
Ti = Tempo de produção para reposição da falta ou Tempo decorrido da falta no
período de produção
Tx = Tempo de produção normal
Ty = Tempo de consumo restante
Tv = Tempo decorrido da falta no período de consumo
T= Tempo total de consumo

LEC 31
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Os parâmetros de custo para esta condição são os mesmos que os apresentados no Lote
Econômico de Compra (admitindo faltas), considerando também que o custo de pedido é o
custo de preparação. O Custo Total do período é:
Desenvolvimento da Derivada da Fórmula do Custo Total do Período

E.max F
CT = Cp + Cm * (Tx + Ty ) * + CF * (Tv + Ti ) * + D * C.unit (1)
2 2

O objetivo é determinar os valores de Tx , Ty , Tv , Ti , e Emax em função de Q e F.


Analisando o gráfico temos ;

E.max = Tx * [W − D] (2) E.max = Ty.D (3)

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Tx * [W − D] = Ty * D (4)

F = Ti * [W − D] (5) F = Tv * D (6)

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Ti * [W − D] = Tv.D (7)

Somando-se as equações 4 e 7 teremos ;

[Tx + Ti ] * [W − D] = [Ty + Tv ] * D (8)

Do produto da capacidade de produção pelo tempo da produção resulta a quantidade


produzida .

Q = [Tx + Ti ] * W (9)

LEC 32
CACC/APR I 22/04/02

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Q
Tx + Ti =
W
somando 3 e 6 temos;
E.max + F = [Ty + Tv ] * D (10)
ou ,somando 2 e 5 temos;
E.max + F = [Tx + Ti ] * [W − D] (11)
substituindo , 9 em 11 temos ;

Q
E.max + F = * [W − D ]
W

Q
E.max = * [W − D] − F
W

 D
E.max = Q *  1 − −F (12)
 W

Da equação 2 e 3 temos;
E.max E.max
Tx + Ty = +
W−D D
Com a equação 12 temos;

 D  D
Q * 1 −  − F Q * 1 − −F
 W  W
Tx + Ty = + (13)
W−D D
onde;

  D   1 1
Tx + Ty = Q *  1 −  − F *  + 
  W   W − D D

utilizando as equações 5 e 6 temos;

 1 1
Tv + Ti = F *  +  (14)
 W − D D

LEC 33
CACC/APR I 22/04/02

INFORMAÇÃO

F = Ti * (W − D) (5) ⇔ Ti =
F
W −D

F
F = Tv * D (6) ⇔ Tv =
D

F F
Ti + Tv = +
W−D D

 1 1
Ti + Tv = F *  +  (14)
 W − D D

Substituindo na equação 1 as equações 12 , 13 , e 14 , teremos ;

INFORMAÇÃO PARA A SUBSTITUIÇÃO

E . max F
CT = Cp + Cm* (Tx + Ty ) * + CF* (Tv + Ti ) * + D* C . unit (1)
2 2
 D
Q*1 − −F
  D   1 1  W  1 1 F
CT = Cp+ Cm*Q*1 −  − F *  + * + CF*F*  +  * + D*C . unit .
  W    W− D D 2  W− D D  2

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2
Cm   D   1 1  CF*F 2  1 1
CT = Cp + * Q* 1 −  − F *  + + * +  + D* C . unit (15)
2   W    W− D D  2  W− D D 

LEC 34
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D
Multiplicando a equação 15 pelo número de períodos anuais e simplificando
Q
teremos ;

2
D Cm   D  1 CF * F 2 1 (16)
CT = Cp * + * Q *  1 −  − F  * + * + D * C.unit.
Q 2*Q   W  D 2*Q D
1− 1−
W W

Para acharmos Q , devemos calcular as derivadas parciais em relação a Q e F .


D
Para simplificarmos , podemos fazer : K = 1 − (17) , onde K é uma constante.
W
As derivadas parciais são :

∂ CT D Cm* K Cm* F 2 CF* F 2


= 0 = − Cp* + − − (18)
∂Q Q2 2 2 * Q 2* K 2 * Q 2* K

∂ CT Cm * F CF * F
= 0 = − Cm + + (19)
∂F K * Q K * Q

Resolvendo a equação 19 para F teremos ;

Cm Cm  D
F = *Q*K = * Q * 1 −  (20)
Cm + CF Cm + CF  W

e substituindo a equação 20 na equação 18 teremos :

2 2
∂ CT D Cm* K Cm  Cm  2 2 CF  Cm  2 2
= 0 = − Cp* + − *  *Q *K − *  *Q *K
2 2
∂Q Q 2 2 * Q * K  Cm + CF 
2 2 * Q * K  Cm + CF 

LEC 35
CACC/APR I 22/04/02

∂ CT D CF
= 0 = − 2 * Cp* + Cm* K* (21)
∂Q Q2 Cm + CF

Isolando Q e substituindo a equação 17 teremos :

2 * Cp * D Cm + CF
Q = *
 D  CF (22)
Cm *  1 − 
 W 

que é o LOTE ECONÔMICO DE PRODUÇÃO

substituindo a equação 22 na equação 20 obteremos ;

2 * Cp * D Cm + CF  D  Cm
F = * * 1 − *
 D  CF  W  Cm + CF
Cm *  1 − 
 W

LEC 36
CACC/APR I 22/04/02

Exercício:
O consumo de um fabricante de máquina de escrever, para uma determinada peça, é de
9000 unidades/ano. A capacidade de produção desta peça é de 1500 unidades por mês. Sendo
o custo de preparação de R$ 200,00 e o custo de armazenagem desta peça por mês de R$
2,00, calcule:
1. O lote econômico de produção e o custo total sabendo-se que o custo de
produção por peça é de R$ 4,00 e o custo de falta de R$ 30,00 por ano.
2. A quantidade faltante
3. O tempo total de produção (TX + TI).
4. O tempo faltante Ti
5. O tempo de produção Tx
6. O tempo faltante Tv
7. Qual o tempo total de consumo do lote econômico (Tt).

LEC 37
CACC/APR I 22/04/02

Exercício:
O consumo de um fabricante de máquina de escrever, para uma determinada peça, é de
9.000 unidades por ano. A capacidade de produção desta peça é de 1500 unidades por mês.
Sendo o custo de preparação de R$ 200,00 e o custo de armazenagem desta peça R$ 24,00 por
ano. Calcule o lote econômico de produção e o custo total, sabendo-se que o custo de
produção é de R$ 4,00. Utilizando-se estes dados porém com um custo de falta por unidade de
R$ 30,00 por ano teremos qual quantidade de lote econômico, qual será o CT deste exercício,
qual a quantidade faltante, qual o tempo de Tx e Ty.

LEC 38

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