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CAPÍTULO PRIMEIRO

Alimentação sã

Conselhos práticos, truques e segredos

A s combinações dos elementos que os alimentos contêm


proporcionam benefícios terapêuticos ou causam danos
ao organismo, por isso devemos ter um especial cuidado
em seleccionar os alimentos nos ciclos que usamos para os
consumir e ter sempre presente que cada ser humano é
único no ciclo de vida; temos então de aprender a conhecer
e a ouvir o nosso próprio organismo para sabermos o que
nos convém e o que não nos convém.

• Beber pouca água às refeições, pois a água dilui os


sucos digestivos.
• Não tome alimentos demasiado quentes nem dema-
siado frios.
• Não abuse de molhos, comida muito condimentada,
nem de especiarias excitantes.
• Não abuse do sal comum.
• Para guisar, use apenas óleos vegetais: oliveira, giras-
sol, sésamo, milho, etc., e manteiga.

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• Para adoçar os alimentos não abuse do açúcar refinado;


use principalmente mel, que é glucose (ou açúcar natu-
ral), que é fabricado pela natureza, e que nutre o cére-
bro e os músculos; para as crianças não há melhor ali-
mento de desenvolvimento. Também pode usar açúcar
mascavado e melaço.
• Todas as refeições devem incluir um prato cru.
• As saladas são básicas; devem servir-se como primeiro
prato, pois isso melhora o apetite, favorece a digestão
e evita a sede durante a refeição.
• Não coza demasiado as verduras; o cozimento deve
fazer-se a fogo lento e sem excesso de água para evitar
que percam propriedades.
• As águas de decocção não devem tirar-se; aproveitam-
-se para sopas.
• É muito conveniente consumir produtos da estação ou
colheita, são os mais abundantes e baratos, desenvol-
vem-se plenamente e são aqueles de que o organismo
necessita nesse momento.
• É muito conveniente variar nos alimentos diários, pois
dessa forma obtêm-se com segurança todos os nutrien-
tes equilibrantes e em quantidade suficiente.
• Devem combinar-se os pratos de uma refeição de modo
a que os elementos que a compõem se compensem uns
aos outros, por exemplo, não servir dois pratos com
fécula: lentilhas e feijões, grão-de-bico e alfarroba, etc.
Não coma mais de duas farinhas, mais de dois citrinos,
mais de dois óleos.
• Procure apresentar os pratos na mesa de forma atraente
e ter em conta a sua distribuição, combinação de cores,
limpeza, ordem, etc.

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• A hora da refeição é uma cerimónia; comer em paz,


sem cólera e sem desgostos sentimentais é muito reco-
mendável para evitar transtornos digestivos.
• Não coma depois de um choque emocional; os cho-
ques emocionais fazem com que a transformação dos
alimentos entre em desequilíbrio.
• Os ingredientes que sobram ao fazer pastéis, doces ou
guisados não devem guardar-se em sacos de papel
ou em latas, pois oxidam-se facilmente; devem ser con-
servados em frascos de vidro ou de plástico.
• O cheiro desagradável que a couve-flor e o repolho exa-
lam, evita-se mergulhando na água em que se cozem
uma fatia de pão.
• Para não chorar ao cortar a cebola, corte-as dentro de
um recipiente com água.
• Para desinfectar as hortaliças, as frutas e as verduras,
há vários métodos especiais:

– Para eliminar ovos de vermes ou de insectos basta


uma solução salina: uma colherada de sal para litro
de água. O sal, ao dissolver a camada de albumina que
fixa os ovos aos vegetais, permite que a água cor-
rente arraste esse ovos durante a lavagem.
– Depois de lavar os tubérculos e os frutos das hortali-
ças colocam-se num coador e escaldam-se com água a
ferver, depois passam-se por água fria, e outra vez
água a ferver e água fria, e assim a camada exterior
fica liberta de germes, mantendo-se o seu interior no
estado cru.
– Todas as bactérias (de verduras e frutas) podem
também ser eliminadas com uma solução de ácido

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cítrico (compram-se nas farmácias ou lojas de maté-


rias-primas); num litro de água colocam-se 60 gra-
mas e mergulham-se as hortaliças ou as verduras,
etc., durante 15 minutos, depois lavam-se com água
corrente.
– Nos sumos de hortaliças e frutas eliminam-se os ger-
mes sem seguir este conselho, ao juntar-se uma quinta
parte de sumo de limão.

• Consuma tanto quanto possível alimentos frescos e


naturais, pelo menos 50% crus.
• Evite alimentos que tenham aditivos químicos, como
colorantes, conservantes, saborizantes e água carbona-
tada dos refrescos.
• Consuma os alimentos o mais integrais possível, evi-
tando os produtos refinados.
• Minimize o uso de combinações de alimentos e, sobre-
tudo, evite as combinações incorrectas.
• Minimize o uso de alimentos pesados, como gorduras,
em especial se são de origem animal, carne, ovos e
queijo.
• Tente que as suas refeições tenham cerca de 80% de
alcalinizantes como: frutas e seus sumos, vegetais crus e
seus sumos, vegetais cozidos, sementes, como a amên-
doa e o sésamo.
• Levante-se da mesa ao chegar ao ponto de saciedade;
nunca chegue a ponto de ficar enfartado.

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Truques e segredos

• Não misture nunca manteiga derretida e azeite.


• Os feijões não devem ser consumidos crus, pois con-
têm faseína, uma substância altamente tóxica.
• As folhas de ruibarbo e de cenoura são tóxicas.
• Cada organismo tem as suas peculiaridades; se não se
sente bem com um alimento, deite-o fora.
• Recorde que mesmo que deixemos de consumir muitos
produtos animais, muitas toxinas contidas no que já
comemos permanecem nos nossos órgãos. Para facili-
tar a sua eliminação, devemos ter em conta:

– Ao consumir cebolas, eliminaremos toxinas da carne.


– Ao consumir rabanetes eliminaremos toxinas de peixes.
– Ao consumir cogumelos eliminaremos toxinas de ovos
e aves.
– Ao consumir alface, eliminaremos toxinas do queijo.
– Ao consumir cenouras, eliminaremos toxinas do porco.

• Às pessoas com estômago delicado aconselha-se con-


sumir legumes (feijões, lentilhas, favas, grão-de-bico)
em forma de puré.
• As infusões devem ser preparadas em recipientes de
vidro, porcelana ou aço inoxidável, nunca em alumí-
nio.
• As infusões não devem ser reaquecidas.
• A beterraba sacarina contém oxalatos e ácido úrico,
pelo que não é apropriada a quem sofre de cálculos
renais e níveis elevados de ácido úrico no sangue.

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• Recomenda-se que se consumam espinafres sem se mis-


turar com leite ou qualquer dos seus derivados, pois não
serão bem assimilados, devido à incompatibilidade
digestiva do ferro e cálcio.
• Se um guisado ficou demasiado gorduroso, juntam-se
duas folhas de alface e deixa-se aquecer durante dois
minutos; ao retirar as folhas de alface, a gordura exce-
dente adere às folhas.
• Para fritar sem que se forme espuma, colocam-se no
fundo da frigideira, debaixo do azeite, umas folhas de
alface.
• Se um guisado ficou demasiado salgado, junta-se-lhe
uma rodela de batata e deixa-se cozinhar.
• Para limpar as verduras deixam-se a demolhar num
balde, com água fresca, juntando um pouco de vinagre
(3 colheres de chá de vinagre) e uma colher de chá de
sal. Depois lavam-se bem.
• Quando se cozinha qualquer tipo de massa, pode juntar-
-se um raminho de salva, que é a erva mais perfumada.
• O tomilho e o alecrim são excelentes nos temperos.
• As folhas de laranjeira e valeriana são relaxantes.
• Para transtornos hormonais e circulatórios, tome 2 ou
3 taças diárias de uma infusão de salva.
• A cenoura possui antioxidantes que atrasam o enve-
lhecimento da pele.
• Para evitar picadas de mosquitos, leve nos bolsos ou
coloque ao lado da almofada sementes de eucalipto
ligeiramente moídas.
• Óleo: recomenda-se que se utilize sempre óleo limpo e
novo. Se não for possível, no óleo usado podem fritar-

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-se rodelas de batata até que estejam bem doiradas (elas


absorverão o odor e sabor anterior) e, para que o óleo
não salpique, aconselha-se que se lhe junte uma rodela
de cenoura.
• Se o arroz apanha fumo, podemos juntar-lhe umas fatias
de pão e tapa-se para que o pão absorva o mau sabor.
• O alho-porro limpa o intestino e regenera a flora intes-
tinal.
• O alcaçuz, chupado lentamente, cura a acidez do estô-
mago e as más digestões.
• No caso de ficarem na garganta pequenos objectos (co-
mo espinhas de peixe, etc.), pode comer-se uma batata
cozida, ou espargos ligeiramente moídos, pois arras-
tam o corpo estranho.
• A banana (em rodelas) é um potente anti-séptico, anti-
-hemorrágico e calmante (aplicado sobre a pele afec-
tada).
• A infusão de folhas de laranjeira alivia as palpitações
nervosas.
• As folhas frescas de salsa contêm apiol, uma substân-
cia activa que desinflama; esfregadas sobre picadas de
insectos, aliviam rapidamente a inflamação.
• Para produzir insónias, o café.
• Para produzir sono, o coentro e o figo.
• Para aliviar a obstipação, como laxativo, sene-da-índia.
• Como adstringentes, goiaba, mandioca e romã.
• Depurativos, cavalinha, orégão.
• Digestivas, aloés, urtiga.
• Broncodilatadores, rabanete, eucalipto, cabaceira.
• Harmonizadora, salva, arruda.

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• Com o caldo de grão-de-bico dissolvem-se cálculos


renais.
• Para uma boa digestão, tome um copo de água morna
em goles lentos

(Veja também Alimentos e doenças.)

O que comer?

1. Frutas: de todas as espécies, não só sumos, mas sobre-


tudo comê-las, inclusivamente com sementes, mas-
tigando-as, à excepção das que são amargas. (Veja-se
o livro Frutoterapia, los frutos que dan la vida, do
autor.)
2. Amidos: cereais, que devem ser integrais, e que incluem
farinhas que se preparam com eles e também uma série
de tubérculos, como: batata, mandioca, aipo de raiz,
inhame.
3. Vegetais e hortaliças: tanto cruas como cozidas, e
também os seus sumos. Com estes três grupos (frutas,
amidos e vegetais), consumidos integrais, qualquer pes-
soa pode obter os nutrientes e a energia necessários.
4. Leguminosas: podem consumir-se sempre que sejam
demolhadas, lavadas, frescas, e que sejam acompanha-
das, quando se comem com vegetais de folha. São os
feijões, alfarrobas, lentilhas, grão-de-bico, etc.
5. Sementes de oleaginosas, como amêndoa, sésamo,
girassol, nozes, amendoins, avelãs, castanhas, linhaça,
etc.; este é um grupo muito importante.

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6. Água: ingerir a quantidade suficiente (segundo cada


organismo).

Os sábios mestres do Oriente aconselham-nos: «O teu


alimento deve ser fácil de digerir, o suficiente para recupe-
rar energias e não deve ser estimulante, nem picante, nem
salgado, nem com especiarias. Enche metade do estômago
com alimento, um quarto com água e deixa a outra quarta
parte vazia.»

Alimentos equilibrados

O valor da alimentação não deve calcular-se unicamente


em calorias, mas também em qualidade, no que contém, no
seu grau de acidez, no estado natural, se for possível limi-
tar o consumo de alimentos animais.
O ser humano, por ser uma obra natural, metaboliza
melhor os alimentos naturais, frescos e limpos, porque são
aqueles de que necessita para reparar os tecidos e produ-
zir a energia necessária para proporcionar o bem-estar do
corpo.

Razões que prejudicam a forma


moderna de nos alimentarmos

• Substituição de farinha integral por farinha refinada.


• Substituição de alimentos crus por alimentos cozidos.
• Substituição de comida dura por comida mole.

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• Substituição de alimentos naturais por alimentos arti-


ficiais.
• Excesso de proteínas animais.
• Excesso de gorduras animais.
• Excesso de sal (sódio).
• Uso de produtos químicos que se empregam na conser-
vação e preservação dos alimentos.
• Falta de vitaminas e hormonas vegetais (auxinas).
• Falta de sais minerais.
• Falta de substâncias estimulantes das paredes intestinais.
• Falta de pigmentos vegetais verdes (clorofila).

O que devemos fazer

• Não misturar tomate com limão.


• Tirar a pele do tomate, pois além de ser muito indigesta,
contém uma grande quantidade de agroquímicos.
• Não consumir bananas-prata-anã verdes, pois são in-
digestas.
• Não se devem misturar frutas proteicas, como as nozes,
o amendoim e outras, com produtos com amido, como:
pão, arroz, alfarroba, grão-de-bico.
• Tentar não consumir, na mesma refeição, alimentos
com sal e alimentos doces.
• Não comer quando não se tem fome.
• Bendizer a terra, as mãos que prepararam os alimentos
e dar graças a Deus.
• Consumir só o que o organismo requer, segundo a
constituição física e a idade.

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• Não combinar mal os alimentos. (Ver Combinação de


alimentos.)
• Para adoçar, preferir o mel.
• Não usar vinagres (matam os glóbulos vermelhos); po-
dem ser substituídos por limão.
• Tentar consumir alimentos da época (de colheita), inte-
grais e sem conservantes.
• Hortaliças, frutas e cereais integrais proporcionam-nos
tudo aquilo de que necessitamos.
• Evitar os alimentos frios; nunca usar óleos requentados.
• Evitar mudanças bruscas de alimentação.
• Dar muita importância às verduras cruas, muito ricas
em clorofila e, portanto, em oxigénio.
• Comer muita fruta, mas como comida separada; se a
comemos como sobremesa, produz fermentações e fla-
tulência.

Alimentos desintoxicantes

• Os alhos, cebolas e alhos-porros, pelo seu conteúdo


em sulfuretos de alilo protegem o nosso organismo de
resíduos tóxicos.
• As cenouras e tomates, pelo seu alto conteúdo em
carotenos, têm propriedades anticancerígenas.
• A uva, pelo seu conteúdo de tanino, é desintoxicante
(os diabéticos não devem consumir uvas).
• As alcachofras, pelo seu conteúdo em silimarina, um
antioxidante muito activo, devem ser consumidas fres-
cas; as que não são frescas são tóxicas.

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• Os citrinos, pelo seu conteúdo em vitamina C.


• A infusão de boldo e de sene-da-índia eliminam toxinas.
• O sumo de papaia, por ser altamente digestivo.

O caldo de batata e cebola (como únicos ingredientes), é


especialmente recomendado quando há ressaca ou dores de
cabeça.

Combinação de alimentos

O tubo digestivo tem limitações enzimáticas que não se


podem esquecer sem cair em indigestões, quando se inge-
rem alimentos da natureza com poucas afinidades entre si;
a digestão tende a ser mais lenta e pesada.
As verduras combinam-se entre si, mas não devem ser
ingeridas juntamente com frutas doces nem ácidas (excepto
oleaginosas, como o abacate). As saladas podem ser acom-
panhadas de um alimento proteico, como trigo, milho, soja,
etc., que contêm amido (e por isso devem ser muito bem
mastigadas).
Não devemos misturar alimentos proteicos, pois cada
um deles requer uma diferente concentração de enzimas e
diferentes níveis de pH.
Tanto o professor N. Capo como Shelton destacam que
não se devem consumir conjuntamente as diferentes varie-
dades de melónidos (incluindo a melancia). Diz o doutor
Shelton: «Melões, coma-os sozinhos ou deixe-os sozinhos.»
A respeito das sobremesas, o doutor Shelton afirma: «Es-
queça para sempre as sobremesas», pois habitualmente são
à base de frutas, e estas são incompatíveis com verduras.

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Se consumir frutas, faça-o no mínimo meia hora antes


da refeição.
É necessário fazer uma correcta combinação de alimen-
tos, cujas características sejam compatíveis entre si e relati-
vamente ao nosso organismo.
É importante conhecer os princípios gerais da combina-
ção de alimentos. Experiências realizadas pelo doutor Arthur
Cason evidenciaram que combinações incorrectas levam a
que se sofra desde gases, que causam incomodidade, até
dores intoleráveis.
A pior combinação é a de cereais com carnes (houve
uma digestão incompleta); os alimentos mais difíceis de com-
binar são os amidos que, juntamente com carnes, frutas cítri-
cas, doces e outros amídicos, são muito indigestos. Outra
combinação errónea é café com leite.
Pelo contrário, os amidos combinam-se bem com as hor-
taliças. Os vegetais combinam-se com tudo, à excepção das
frutas.
Os grãos das leguminosas são difíceis de digerir porque
contêm amidos e proteínas, e podem provocar transtornos
digestivos que se podem evitar se se consumirem alimentos
frescos, e além disso devem ser deixados a demolhar na noite
anterior e depois ser muito bem lavados, e ingeridos acom-
panhados de abundantes folhas verdes (aipo, alface, etc.),
cujas enzimas facilitam a digestão.
Aconselha-se a que não se consuma na mesma refeição
feijões, leite ou produtos lácteos; são incompatíveis.
Há alimentos que não devem combinar-se com nenhum
outro: melancia, melão e ananás.

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Misturas correctas de frutas afins:

Para obter uma muito nutritiva e saborosa salada de fru-


tas recomendam-se as seguintes frutas, que se toleram entre
si e que se complementam: papaia, fruta-do-dragão, manga,
pêra, figo, tâmaras, melão, maçã vermelha, banana, guana-
bana, anona, gioaba doce, nectarina, nêsperas, figos-lampos
amadurecidos na árvore e cerejas frescas. Entre elas, escolhe-
remos cinco (5) no máximo, se bem que o melhor e o mais
recomendável seja consumir um prato de uma única espé-
cie de fruta.
Não combinar: frutas com verduras; proteínas com cereais
nem com amidos; proteínas com farináceos; farinhas com
cereais.

Normas para a utilização de gorduras

Devem preferir-se gorduras líquidas a gorduras consis-


tentes. Entre os óleos deve dar-se preferência aos menos
saturados, isto é, óleos vegetais secos, pois não só se trans-
formam mais rapidamente dentro do corpo como contêm
também glicéridos gordos não saturados, ricos em vita-
minas, de grande eficácia como substâncias calóricas no
metabolismo das gorduras (vitamina F).
Todas as gorduras animais se acumulam facilmente
no corpo (obesidade), por isso não devem ser consumidas
sozinhas, mas com um complemento de óleo natural; se não
se fizer assim, abre-se caminho às doenças hepáticas, bilia-
res e a tumores benignos ou malignos. Os ácidos gordos

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não saturados, pelo contrário, actuam como uma barreira


ao cancro.
O óleo refinado com lixívia, o tratamento com descolo-
rantes e desaromatização das gorduras, bem como o seu
endurecimento artificial, convertem-nas unicamente em por-
tadores de calorias e fazem perder matérias activas necessá-
rias ao metabolismo das gorduras.
Como alimentação sã com gorduras só devem portanto
ser consideradas gorduras nutritivas depuradas por méto-
dos físicos.
Os óleos de maior valor que o reino vegetal proporciona
são os de grãos de cereais, cujo conteúdo em compostos
biológicos excede o dos óleos de sementes quase dez vezes
mais; contêm todas as substâncias activas lipossolúveis, na
mais elevada concentração sobretudo de vitaminas F e E,
essenciais à função metabólica das gorduras.
Actualmente empregam-se óleos de linho, girassol e
outros, processados a frio; devem ser acondicionados em
recipientes metálicos ou em garrafas de vidro escuro, por-
que a vitamina F, com o ar, a luz e o calor, se transforma, de
uma substância biologicamente activa, em substância morta.
(La medicina del siglo XXI. Curaciones naturales, Arcesio
Jaramillo.)
Colesterol: é um esterol e está presente em todos os teci-
dos animais; não é o mesmo que a gordura, se bem que
tenha algumas propriedades similares. Um pouco de coles-
terol não é nocivo, mas níveis elevados causam transtornos
e riscos de sofrer ataques de coração. O colesterol está pre-
sente em muitos alimentos e o organismo também o fabrica
a partir do consumo de gorduras saturadas. Para reduzir o

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colesterol no sangue devemos diminuir o consumo de mio-


leira, caviar, queijo, chocolate, ovos, coração, rins, fígado,
moelas, crustáceos (caranguejo e lagosta), manteiga, nata de
leite, banha, gordura animal.

Alimentos que elevam o nível de colesterol:

Ovos, maionese, saladas com ovo, produtos de padaria,


gelados, vísceras (fígado, rim, etc.), carnes gordas, enchi-
dos, lacticínios gordos, nata de leite, mariscos, chocolate.

O excesso de consumo de gorduras faz aumentar:

– O risco de contrair uma doença de coração.


– A pressão sanguínea.
– Os riscos de acidentes vasculares cerebrais.
– O nível de colesterol no sangue.
– A acumulação nas artérias, e portanto, atrofia as fun-
ções do sangue.

Azeite de oliveira (azeitona).


Evita as doenças de coração e o cancro.
O azeite de oliveira é excelente para as úlceras e as quei-
maduras. Alivia a acidez do estômago e a indigestão; eli-
mina cálculos biliares e alivia a dor dos primeiros dentes
(esfregando azeite nas raízes irritadas). Previne o apareci-
mento de estrias abdominais durante a gravidez.
O azeite de oliveira é recomendado a doentes do coração,
contém colina, flavonóides (luteol e olivol), ácido oleanólico

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e eritrodiol, substâncias químicas que neutralizam o coles-


terol, reduzem a pressão sanguínea, contém substâncias quí-
micas que retardam o cancro e o envelhecimento, tem efei-
tos laxativos. É conhecido desde há mais de quatro mil
anos.
Contém potentes agentes contra outras doenças cardía-
cas, pois actua como anticoagulante.
Em Milão (Itália), uma equipa de médicos receitou qua-
tro a cinco colheres de azeite de oliveira diárias como parte
do seu regime terapêutico no pós-operatório de pacientes
operados ao coração. No decurso de seis meses mostraram
uma melhoria dos seus perfis sanguíneos, tornando-se menos
susceptíveis a futuros ataques cardíacos e síncopes.

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