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Administração

Em
Enfermagem

(SAE)

Professor: Silas
Aluno: Aurilene L. Barbosa da Silva
Período: Tarde
SAE
O que é a sistematização da assistência de enfermagem:
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma metodologia desenvolvida a
partir da prática do enfermeiro para sustentar a gestão e o cuidado no processo de
enfermagem. O método é organizado em cinco etapas, que ajudam a fortalecer o julgamento e
a tomada de decisão clínica assistencial do profissional de enfermagem. Dessa forma, o
profissional consegue agir de acordo com a priorização, a delegação, gestão do tempo e
contextualização do ambiente cultural do cuidado prestado. Com a utilização dessa
metodologia, é possível analisar as informações obtidas, definir padrões e resultados
decorrentes das condutas definidas. Lembrando que, todos esses dados deverão ser
devidamente registrados no prontuário do paciente. O processo é organizado em cinco etapas
relacionadas, interdependentes e recorrentes. Para entender melhor, vamos explicar a seguir
como funciona a metodologia.

Conheça as cinco etapas do processo de enfermagem dentro da Sistematização da


Assistência de Enfermagem 
1. Coleta de dados de Enfermagem ou Histórico de Enfermagem
O primeiro passo para o atendimento de um paciente é a busca por informações básicas que
irão definir os cuidados da equipe de enfermagem. A etapa faz parte de um processo
deliberado, sistemático e contínuo, na qual haverá a coleta de dados. As informações podem
ser passadas pelo próprio paciente, pela família ou então, por outras pessoas
envolvidas. Assim, as informações proporcionarão maior precisão de dados ao Processo de
Enfermagem dentro da abordagem da SAE. Nesse momento, são abordadas as informações
sobre alergias, histórico de doenças e até mesmo questões psicossociais, como, por exemplo, a
religião, que pode alterar de forma contundente os cuidados prestados ao paciente. O
processo pode ser otimizado com a utilização de Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), com
formulários específicos que direcionam o questionamento da enfermeira e o registro online
dos dados, que podem ser acessados por todos da instituição, inclusive de forma remota.
Dessa forma, é possível realizar as intervenções necessárias para prestação dos
cuidados ao paciente, com maior segurança e agilidade.
2. Diagnóstico de Enfermagem O diagnóstico de enfermagem é o processo de interpretação e
agrupamento dos dados coletados. Essa etapa conduz a tomada de decisão sobre os
diagnósticos de enfermagem, que irão representar as ações e intervenções, para alcançar os
resultados esperados. 

Para isso, utilizam-se bibliografias específicas que possuem a taxonomia adequada, definições
e causas prováveis dos problemas levantados no histórico de enfermagem. Dessa forma, se faz
a elaboração de um plano assistencial adequado e único para cada pessoa. Portanto, tudo que
for definido deve ser registrado no prontuário do paciente, revisitado e atualizado sempre que
necessário.
3. Planejamento de Enfermagem
De acordo com a SAE, que organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e
instrumentos, a ideia é que os enfermeiros possam atuar para prevenir, controlar ou resolver
os problemas de saúde.  No planejamento de enfermagem, são determinados os resultados
esperados e quais ações serão necessárias. Isso será realizado a partir dos dados coletados e
diagnósticos de enfermagem com base dos momentos de saúde do paciente e suas
intervenções. São informações que, igualmente, devem ser registradas no prontuário do
paciente, incluindo as prescrições checadas e o registro das ações que foram executadas, por
exemplo.
4. Implementação
Em seguida, a partir das informações obtidas e focadas na abordagem da SAE, a equipe
realizará as ações ou intervenções determinadas na etapa do Planejamento de Enfermagem. 
São atividades que podem ir desde uma administração de medicação até auxiliar ou realizar
cuidados específicos, como os de higiene pessoal do paciente, ou mensurar sinais vitais
específicos e acrescentá-los no prontuário, por exemplo. Outro aspecto relevante é o uso de
dispositivos que otimizam o registro destas informações para dentro no Prontuário Eletrônico
do Paciente (PEP), tal como o uso do aplicativo Beira-Leito.
O aplicativo permite que os dados sejam registrados assim que mensurados ou executados
ainda à beira leito do paciente. Dessa forma, o recurso ajuda na coleta de dados, aferir dados
vitais do paciente, checar prescrições e medicações etc. Isso tudo e outras atividades, via
smartphones e tablets.
5. Avaliação de Enfermagem (Evolução)
Por fim, a equipe de enfermagem irá registrar os dados no Prontuário Eletrônico do
Paciente de forma deliberada, sistemática e contínua. Nele, deverá ser registrado a evolução
do paciente para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o
resultado esperado.  Com essas informações, a enfermeira terá como verificar a necessidade
de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem. Além de proporcionar 
na tomada de decisão de condutas, como no próprio processo de alta.

O Processo de Enfermagem (PE)

O Processo de Enfermagem (PE) tem por diferença essencial do Método de Solução de


Problemas ser proativo, destacando-se pela necessidade de investigação contínua dos
fatores de risco e de bem-estar, mesmo quando não houver problemas. Então, deve
existir de forma inequívoca a intenção e consciência em reconhecer o objeto de
trabalho, para que a transformação do indivíduo, família e comunidade possam
acontecer e para que se tenha um produto.

Essa condição poderá proporcionar ao enfermeiro o desenvolvimento do trabalho


sustentado por modelos de cuidados, que o levará a utilizar o pensamento crítico,
formando a base para a tomada de decisão. Esses pressupostos alinham se com
conceitos que serão desenvolvidos neste capítulo, para a reflexão e realização do
trabalho em Enfermagem. Reafirma-se, então, que o processo de trabalho deve ser
desenvolvido de forma intencional, deliberada, sendo este também um dos princípios
para a utilização desta valiosa ferramenta metodológica, o PE, na prática clínica
assistencial.

Portanto, para o PE ser utilizado deve haver a compreensão e a decisão clara do


enfermeiro, não devendo ser a resolução COFEN 358/2009 a principal motivação para
o uso dessa ferramenta. Durante a graduação em Enfermagem, este conteúdo teórico-
prático foi apresentado, embora se perceba que o refinamento e a execução ocorrem
de fato durante a vida profissional. Esta ponte entre a teoria e a prática é uma
trajetória que deve ser percorrida; espera-se que a graduação aprimore estas questões
e ofereça metodologias ativas, onde os conteúdos possam ser construídos de maneira
a facilitar a aplicação na assistência. O ideal é termos a vivência profissional da práxis,
que é a prática eivada de teoria.

As variáveis que interferem na adequada execução do PE, desde o planejamento à


execução, são conhecidas e descritas na literatura. O déficit de recursos humanos, os
limites em aplicar o conhecimento à prática e a realização do PE de forma que não
ofereça sentido ao trabalho, têm contribuído para o distanciamento e a real utilização
desse método científico. Faz parte dos objetivos deste guia reapresentar alguns
conceitos, sua relação com a prática profissional e, em especial, reforçar a necessidade
da utilização desta ferramenta metodológica, relativa aos resultados dos cuidados à
pessoa, família e comunidade. Com isto, pode-se ter a prática clínica assistencial
planejada, executada e registrada pelo enfermeiro e demais membros da equipe de
enfermagem. Para tanto, faz-se necessário destacar que o fundamento para o trabalho
está posto nos recursos humanos; na equipe interdisciplinar, com destaque aqui para a
equipe de enfermagem, com profissionais enfermeiros, técnicos e auxiliares de
enfermagem.

Esse é o maior capital (Capital Humano) que uma empresa ou instituição de toda
ordem podem ter, pois, por meio do trabalho dessas pessoas, com competências
distintas, é possível apreciar e medir o produto desse processo, que seriam as pessoas
saudáveis ou com processo de morte digna. Ao se pensar na trajetória histórica, tem-
se como referência mais antiga a organização proposta por Florence Nightingale, em
1854, em sua atuação na Guerra da Criméia e nos vários feitos atribuídos a ela, o que a
levou a ser considerada precursora da enfermagem moderna. Não cabe aqui explorar
o que há de verdade nas diferentes versões, porém pretende-se revisitar o conceito de
Enfermagem na atualidade.

Hoje, reconhecendo e respeitando o que foi construído perante a história, faz-se


necessário reafirmar a necessidade de ter por base a enfermagem como profissão
capaz de contribuir com as transformações sociais e a clareza de sua sustentação é a
ciência, sem que haja necessidade de abdicar da compaixão e da ética. Para tanto, ao
considerar o trabalho de enfermagem como processo, pode-se atrelar a este
pensamento a teoria marxista como suporte teórico, que entende trabalho como
transformação da matéria pela mão do ser humano, num continuum dinâmico no qual
ambos sofrem alterações.

RESOLUÇÃO COFEN-358/2009

Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo


de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de
Enfermagem, e dá outras providências. O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), no uso
de suas atribuições legais que lhe são conferidas pela Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, e
pelo Regimento da Autarquia, aprovado pela Resolução COFEN nº 242, de 31 de agosto de
2000;

CONSIDERANDO o art. 5º, Inciso XIII, e o art. 196 da Constituição da República Federativa do
Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988;

CONSIDERANDO a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e o Decreto nº 94.406, de 08 de junho


de 1987, que a regulamenta;

CONSIDERANDO os princípios fundamentais e as normas do Código de Ética dos Profissionais


de Enfermagem, aprovado pela Resolução COFEN nº 311, de 08 de fevereiro de 2007;

CONSIDERANDO a evolução dos conceitos de Consulta de Enfermagem e de Sistematização da


Assistência de Enfermagem; CONSIDERANDO que a Sistematização da Assistência de
Enfermagem organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos,
tornando possível a operacionalização do processo de Enfermagem;

CONSIDERANDO que o processo de Enfermagem é um instrumento metodológico que orienta


o cuidado profissional de Enfermagem e a documentação da prática profissional;

CONSIDERANDO que a operacionalização e documentação do Processo de Enfermagem


evidencia a contribuição da Enfermagem na atenção à saúde da população, aumentando a
visibilidade e o reconhecimento profissional;

CONSIDERANDO resultados de trabalho conjunto havido entre representantes do COFEN e da


Subcomissão da Sistematização da Prática de Enfermagem e Diretoria da Associação Brasileira
de Enfermagem, Gestão 2007-2010;

e CONSIDERANDO tudo o mais que consta nos autos do Processo nº 134/2009;

RESOLVE:

Art. 1º O Processo de Enfermagem deve ser realizado, de modo deliberado e sistemático, em


todos os ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de
Enfermagem.

§ 1º – os ambientes de que trata o caput deste artigo referem-se a instituições prestadoras de


serviços de internação hospitalar, instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde,
domicílios, escolas, associações comunitárias, fábricas, entre outros.

§ 2º – quando realizado em instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde,


domicílios, escolas, associações comunitárias, entre outros, o Processo de Saúde de
Enfermagem corresponde ao usualmente denominado nesses ambientes como Consulta de
Enfermagem. Art. 2º O Processo de Enfermagem organiza-se em cinco etapas inter-
relacionadas, interdependentes e recorrentes:

I – Coleta de dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem) – processo deliberado,


sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas variadas, que tem por
finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre
suas respostas em um dado momento do processo saúde e doença.

II – Diagnóstico de Enfermagem – processo de interpretação e agrupamento dos dados


coletados na primeira etapa, que culmina com a tomada de decisão sobre os conceitos
diagnósticos de enfermagem que representam, com mais exatidão, as respostas da pessoa,
família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; e que
constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva alcançar
os resultados esperados.

III – Planejamento de Enfermagem – determinação dos resultados que se espera alcançar; e


das ações ou intervenções de enfermagem que serão realizadas face às respostas da pessoa,
família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença,
identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem.

IV – Implementação – realização das ações ou intervenções determinadas na etapa de


Planejamento de Enfermagem.

V – Avaliação de Enfermagem – processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de


mudanças nas respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do
processo saúde doença, para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem
alcançaram o resultado esperado; e de verificação da necessidade de mudanças ou adaptações
nas etapas do Processo de Enfermagem.

Art. 3º O Processo de Enfermagem deve estar baseado num suporte teórico que oriente a
coleta de dados, o estabelecimento de diagnósticos de enfermagem e o planejamento das
ações ou intervenções de enfermagem; e que forneça a base para a avaliação dos resultados
de enfermagem alcançados.

Art. 4º Ao enfermeiro, observadas as disposições da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986 e do


Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, que a regulamenta, incumbe a liderança na
execução e avaliação do Processo de Enfermagem, de modo a alcançar os resultados de
enfermagem esperados, cabendo-lhe, privativamente, o diagnóstico de enfermagem acerca
das respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo
saúde e doença, bem como a prescrição das ações ou intervenções de enfermagem a serem
realizadas, face a essas respostas.

Art. 5º O Técnico de Enfermagem e o Auxiliar de Enfermagem, em conformidade com o


disposto na Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e do Decreto 94.406, de 08 de junho de
1987, que a regulamenta, participam da execução do Processo de Enfermagem, naquilo que
lhes couber, sob a supervisão e orientação do Enfermeiro.

Art. 6º A execução do Processo de Enfermagem deve ser registrada formalmente, envolvendo:

a) um resumo dos dados coletados sobre a pessoa, família ou coletividade humana em um


dado momento do processo saúde e doença;

b) os diagnósticos de enfermagem acerca das respostas da pessoa, família ou coletividade


humana em um dado momento do processo saúde e doença;

c) as ações ou intervenções de enfermagem realizadas face aos diagnósticos de enfermagem


identificados;

d) os resultados alcançados como consequência das ações ou intervenções de enfermagem


realizadas.

Art. 7º Compete ao Conselho Federal de Enfermagem e aos Conselhos Regionais de


Enfermagem, no ato que lhes couber, promover as condições, entre as quais, firmar convênios
ou estabelecer parcerias, para o cumprimento desta Resolução.
Art. 8º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições
contrárias, em especial, a Resolução COFEN nº 272/2002.

Brasília-DF, 15 de outubro de 2009.

Histórico de Enfermagem – Investigação

O histórico de enfermagem ou investigação clínica é a primeira etapa constituída de anamnese


e exame físico de enfermagem. Considera-se a coleta de informações do cliente no sentido de
avaliar as evidências e os fatores de risco que possam agregar-se ao problema de saúde atual
do cliente.

A descrição da anamnese e do exame físico estão relacionados à saúde do idoso, mas que
poderá ser aplicada em outra fase do ciclo evolutivo do homem.
Timby (2001, p. 36) acrescenta que o histórico de enfermagem constitui-se na “etapa inicial do
processo de enfermagem é a coleta sistemática de informações, ou dados, com o objetivo de
identificar problemas reais ou potenciais de saúde”. Esta etapa inicia-se com o primeiro
contato do enfermeiro com o cliente, devendo ser o contato contínuo durante a
hospitalização, ou no acompanhamento domiciliar, ou em consultório de enfermagem.

O histórico de enfermagem tem o embasamento científico da teoria de motivação humana de


Maslow, que posteriormente, foi enriquecida por João Mohana, e publicada e divulgada por
Wanda Horta, em 1979. (GEORGE et al., 2000).

No entanto, diversas instituições em nosso país, utilizam a teoria das necessidades humanas
básicas (NHB), que foi aprimorada à luz de Maslow para estruturar a primeira etapa do
processo de enfermagem. A teoria NHB descreve as necessidades que garante ao indivíduo o
equilíbrio saúde-doença, sendo considerada a saúde física e mental. (GEORGE et al., 2000).

As NHB são classificadas como psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais. Entre as


necessidades psicobiológicas, destacam-se: a oxigenação; a hidratação; a nutrição; a
eliminação; o sono e repouso; o exercício e as atividades físicas; a sexualidade; o abrigo; a
mecânica corporal; a motilidade; o cuidado corporal; a integridade cutâneo-mucosa; a
integridade física; a regulação térmica; a regulação hormonal; a regulação neurológica; a
regulação hidrossalina; a regulação eletrolítica; a regulação imunológica; o crescimento
celular; a regulação vascular; a locomoção; a percepção olfativa; a percepção visual; a
percepção auditiva; a percepção tátil; a percepção gustativa; a percepção dolorosa; o
ambiente; e a terapêutica”. (HORTA, 1979).

As necessidades psicossociais são descritas a partir do entendimento de que o homem é


essencialmente gregário, e que surge de uma série de atitudes com o fim de satisfazer suas
necessidades como ser social, são elas: a segurança, o amor, a liberdade, a comunicação, a
criatividade, a aprendizagem – educação à saúde, a gregária, a recreação, o lazer, o espaço, a
orientação no tempo e espaço, a aceitação, a auto-realização, a autoestima, a participação, a
autoimagem e a atenção. (HORTA, 1979). Já as necessidades psicoespirituais estão
relacionadas à religiosidade, a fé ou a filosofia de vida, podendo o indivíduo ser também, um
incréu.

A anamnese de enfermagem é entendida como um


“... roteiro sistematizado para o levantamento de dados que sejam significativos para o
enfermeiro, do paciente, família ou comunidade, a fim de tornar possível a identificação dos
seus problemas de modo a, em os analisando adequadamente, chegar ao diagnóstico de
enfermagem”. (HORTA apud POSSARI, 2005, p. 92).

Para Daniel apud Possari (2005, p. 92) a anamnese “... consiste no levantamento sistemático
de informações do paciente, família e comunidade e observações adquiridas através do exame
físico do paciente”. E o Conselho Federal de Enfermagem complementa que é “... conhecer
hábitos individuais e biopsicossociais visando à adaptação do paciente à unidade de
tratamento, assim como a identificação de problemas”. (POSSARI, 2005, p. 92).

Portanto, a anamnese de enfermagem é a entrevista que o enfermeiro realiza no momento da


admissão do cliente na unidade hospitalar, numa visita domiciliar ou consulta de enfermagem
com a pessoa idosa e/ou acompanhante. Para o sucesso de uma boa anamnese deve-se
procurar um local tranquilo, sem interrupções de terceiros e que assegure a privacidade do
idoso. Salienta-se que o indivíduo em processo de envelhecimento pode apresentar perdas
auditivas e visuais que podem comprometer essa etapa do processo de enfermagem.
Portanto, averigúe se existe esse declínio sensorial e se o idoso traz com ele próteses que
facilitarão a comunicação. (BARROS et al., 2003).

Lembre-se de falar pausadamente e em bom tom; evite gritar alto; e chame o indivíduo idoso
pelo nome. A entrevista deve ser realizada num local que oportunize a privacidade do cliente,
seja numa sala de avaliação clínica, ou a beira do leito de uma enfermaria, desde que utilize
um biombo para tentar minimizar as interrupções de outro cliente que está na mesma
enfermaria ou quarto. (ANDRIS et al., 2006; BARROS et al., 2003).

A anamnese de enfermagem é a coleta de informações por meio do discurso do idoso e/ou


acompanhante com o enfermeiro. As perguntas surgem a partir das seguintes informações que
necessitam ser questionadas, no que se refere: a identificação da pessoa, de como gostaria de
ser chamada, de avaliar documentos e exames, de utilizar um roteiro sistematizado para obter
informações sobre: a queixa principal; o motivo da internação, a história da doença atual; a
história da doença pregressa da clínica, da cirúrgica e da psiquiátrica; a história de saúde
familiar; o consumo de medicamentos, tabaco, álcool e drogas; a imunização; e o relato dos
sistemas e aparelhos agregando o comportamento social, tais como: o sono e repouso, a
alimentação, a hidratação, as eliminações, entre outros. (BARROS et al., 2004). Salienta-se que
para avaliar os sistemas e aparelhos pode ser utilizada a Teoria das Necessidades Humanas
Básicas (NHB) de Horta (1979) para melhor organização do roteiro sistematizado.
Conforme, o idoso faz o relato de seu processo saúde-doença, o enfermeiro já tem condições
de avaliar o estado mental. Salienta-se que mesmo o idoso acompanhado por um familiar, o
foco da entrevista continua sendo o idoso. E a presença de um acompanhante somente deve
ocorrer se o idoso desejar a permanência dele durante a entrevista. Por sua vez, a família
contribui com informações que possam ser irrelevantes para o idoso, então se faz necessário
também escutar. Ressalta-se que o indivíduo idoso sempre traz diversas queixas, mas acaba
enfatizando as que mais perturbam seu cotidiano e seu estado de saúde. Lembre-se que cabe
a cada pessoa relatar ou omitir sinais e sintomas. Ainda, poderá apresentar sinais atípicos para
as comorbidades instaladas em seu organismo. Dentre as queixas, as mais expressivas são: a
fadiga, o cansaço, a dispneia, os distúrbios do sono, a perda de peso, as quedas e a
constipação.

O exame físico utiliza-se de técnicas propedêuticas que consideramos as habilidades do


enfermeiro, tais como: a inspeção, a palpação, a ausculta e a percussão. O exame físico é um
momento de comprovar evidências que foram relatadas pelo discurso do cliente na entrevista.
Cabe salientar que as peculiaridades dessa faixa etária requerem especial atenção sobre o ato
de despir das vestes, assim como o acesso facilitado ao leito minimizando possíveis quedas por
desequilíbrio.

Os sistemas e aparelhos a serem avaliados pelo exame físico são: o neurológico; a pele e
anexos; os olhos; o nariz; a mucosa oral; os pavilhões auditivos; a rede linfática; o pescoço; o
tórax posterior e anterior; o sistema respiratório; o sistema cardiovascular; o abdome; o
sistema gastrintestinal; o sistema geniturinário; as extremidades; e o sistema ósteo-articular.
Portanto, essa primeira etapa busca realizar uma investigação para determinar qualquer
alteração, ou seja, o problema de enfermagem (necessidade humana básica afetada ou
evidência clínica) na situação de saúde do idoso e assegurar que os dados sejam confiáveis e
completos.

Entende-se por necessidade que “são estados de tensões, conscientes ou inconscientes,


resultantes dos desequilíbrios home dinâmicos dos fenômenos vitais”. (HORTA, 1979, p. 39). Já
os problemas de enfermagem como “situações ou condições decorrentes de desequilíbrio das
necessidades básicas do indivíduo, família e comunidade, e que exigem do(a) enfermeiro(a)
sua assistência profissional”. (HORTA, 1979, p. 39). Cabe ressaltar que nesse processo
interativo é necessário a flexibilidade, a criatividade e o bom senso como qualidade do
enfermeiro para que possa ter uma melhor abordagem da pessoa e de seu fazer em
enfermagem.

Exame Físico
O Exame Físico se trata de um conjunto de técnicas para a avaliação física de um paciente.
Essas técnicas são utilizadas por profissionais da saúde que visam diagnosticar algum mau
funcionamento, doença, anormalidades, etc.

O exame começa assim que o profissional avista o paciente, através de uma observação visual
onde ele percebe alguns fatores como alterações na pele (coloração, feridas, manchas, etc ),
deformidades, obesidade, movimentos involuntários e em um segundo momento ele aplica
um conjunto de manobras e também utiliza algumas ferramentas médicas, tais como:
esfigmomanômetro (aparelho de pressão), estetoscópio, termômetro, etc.

O conjunto de manobras é formado pela Palpação, Inspeção, Percussão e Auscutação. Em


alguns casos também pode ser utilizado o olfato para o exame.

A Palpação consiste em utilizar o tato para examinar o paciente, o prossional faz pressões em
diferentes partes do corpo aprofundando de 1 a 2.5 cm; para a melhor interpretação o
profissional deve ser hábil e o paciente deve estar relaxado e confortável.

A Inspeção é feita através da observação visual e a utilização da Palpação.

A Percussão é uma técnica que exige bastante habilidade manual, o profissional executa um
movimento rápido na área a ser examinada e produz um som que é avaliado por sua
intensidade, altura, duração e qualidade.

A Auscutação é o ato de ouvir o som gerado pelos órgãos do corpo humano e através deles
detectar alguma anormalidade.

Existe uma ordem pré-determinada que deve ser obedecida para a realização do exame.

Primeiramente deve-se observer a cabeça do paciente, depois o pescoço, tórax, abdômen e


por fim a genitália; seguindo assim o sentido céfalo-podálico (da cabeça para os pés).

Enquanto examina a cabeça, o profissional deve se atentar em detalhes na parte superior da


cabeça, no nariz, na boca, nos olhos e nas orelhas. No tórax deve se atentar à caixa toráxica, às
mamas, à alterações na pele, ao coração e ao sistema respiratório. No abdômen são
examinados o fígado, o baço, os rins, o ânus, outras regiões internas e até mesmo as fezes do
paciente. Por fim, examina-se a genitália em busca de alguma anormalidade.

Essa série de exames são classificados como a tríade médica e deve ser sempre usada
principalmente pelos clínicos gerais que tem maior contato com vários tipos de pacientes
todos os dias. Essa tríade tem um significado bem simples: " Ver, Sentir e Escutar ".

O Exame físico apesar de parecer simples contribui muito para a detecção de doenças ainda no
início pois qualquer tipo de alteração da normalidade o paciente deve ser encaminhado para
exames mais específicos.

O uso do exame físico por profissionais das áreas de saúde é indispensável principalmente nas
redes públicas que atendem as classes menos favorecidas da população que na maioria das
vezes não possuem serviços especializados e dependem dessas manobras para garantir o
mínimo de saúde para sobreviver.

Fontes: portal.coren.sp.gov.br
telemedicinamorsch.com.br

siteantigo.portaleducacao.com.br

www.infoescola.com

www.cofen.gov.br

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