CURSO DE LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS DISCIPLINA: ESTÁGIO EM ED. INFANTIL
José Luiz Ferreira Cavalcanti
Resenha: A importância da imagem no ensino da Arte:
Diferentes metodologias
SÃO LUÍS – MA/ 2021
BARBOSA, Ana Mae. A importância da imagem no Ensino de Arte: Diferentes Metodologias. p. 38 – 82.
O texto discute a importância do uso da imagem como fonte de apreciação estética
para sensibilizar e educar os alunos. Como referência histórica no campo da leitura de imagem a proposta triangular desenvolvida por Ana Mae. Uma metodologia para o ensino da arte desenvolvida inicialmente, nos Estados Unidos, na década de sessenta e, posteriormente, desenvolvida pela Getty Center for Educational in Arts. Esta metodologia visa, segundo Ana Mae, desenvolver a capacidade de crítica da obra de arte por parte do aluno. Propõe alguns procedimentos com base na descrição e análise de obras de arte, na interpretação e julgamento da obra, na investigação de seus significados, com base em dados coletados anteriormente. Discute questões estéticas que tratam diretamente da qualidade expressiva da obra, sem emitir juízos de valor como conceitos de belo ou feio. A autora questiona acerca das aulas de livre expressão em artes, o que nos leva a utilizar as observações de Freinet e ressalva de Ana Mae acerca do assunto. Segundo Freinet (1979), “a livre expressão é a própria manifestação da vida. Praticar a expressão livre é dar a palavra à criança, é dar-lhe meios de se exprimir e de se comunicar”. Contudo, a livre expressão por si só não é suficiente para o desenvolvimento da análise crítica por parte do espectador, tornando- se necessário introduzi-lo nos ”códigos” que traduzem a linguagem visual. Faz-se imprescindível, discutir e descrever a imagem em sala, incentivando continuamente, o hábito de leitura imagética como exercício para a ampliação da capacidade cognitiva e crítica. O que inclui, em todas as instâncias, a análise constante da produção de cada indivíduo em classe. Levando-os a selecionar o que consideram de maior relevância na produção pessoal com base nos exercícios praticados em grupo durante as atividades. O estudante, precisa estar constantemente integrado com seu fazer, o que se dá, quando existe um estímulo adequado por parte do mediador e um interesse pessoal pela temática abordada. No texto, a autora sugere algumas metodologias e utiliza pinturas de artistas famosos como exemplo. Propõe a prática da descrição e interpretação de imagens, biografia do artista, exercícios de aprendizagem e algumas questões sugeridas pelo professor. Trata ainda da questão processual de avaliação e de auto-avaliação dos alunos. Não se alfabetiza fazendo apenas as crianças juntarem as letras. Há uma alfabetização cultural sem a qual a letra pouco significa. O que dá sentido ao mundo da leitura verbal é a leitura social, cultural e estética do meio ambiente. Por outro lado a arte facilita o desenvolvimento psicomotor sem abafar o processo criador. As artes plásticas também desenvolvem a discriminação visual, que é essencial ao processo de alfabetização. Para uma criança de seis anos as palavras lata e bola são muito semelhantes porque têm a mesma configuração (letras altas e baixas). Esta capacidade de diferenciação visual é básica para a apreensão do código verbal que também é visual: só uma visibilidade ativada pode, nesta idade, diferenciar as duas palavras pelo seu aspecto visual.