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Grupo iPED – Curso de Contabilidade na Prática

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Grupo iPED – Curso de Contabilidade na Prática

iPED – Instituto Politécnico de Ensino à Distância.


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Sumário

Introdução ............................................................................................................ Pág. 7


A contabilidade no dia a dia ................................................................................. Pág. 7
A contabilidade e sua evolução ............................................................................ Pág. 10
O profissional de contabilidade ............................................................................ Pág. 18
O sistema contábil ................................................................................................ Pág. 28
Conceitos sobre receitas e despesas na contabilidade ....................................... Pág. 31
Abertura e encerramento de empresas ................................................................ Pág. 39
Tipos de empresas ............................................................................................... Pág. 40
Regime tributário .................................................................................................. Pág. 46
Formas de tributação ........................................................................................... Pág. 49
Certificação Digital ............................................................................................... Pág. 52
Passo a passo para abertura da empresa junto aos órgãos públicos .................. Pág. 54
Passo a passo para encerramento da empresa junto aos órgãos públicos ......... Pág. 65
Escrituração contábil ............................................................................................ Pág. 69
O que é Patrimônio em contabilidade .................................................................. Pág. 69
Métodos das Partidas dobradas ........................................................................... Pág. 71
As contas e Lançamentos contábeis .................................................................... Pág. 71
Os livros contábeis ............................................................................................... Pág. 78
Balancete de Verificação...................................................................................... Pág. 85
Relatórios Contábeis ............................................................................................ Pág. 86
Escrituração na prática......................................................................................... Pág. 97
Serviços Complementares ................................................................................... Pág.112
Folha de pagamento ............................................................................................ Pág. 113
Alvarás ................................................................................................................. Pág.128
Declarações anuais de Imposto de renda para Pessoa Física ............................ Pág. 130
Encerramento....................................................................................................... Pág. 135
Bibliografia ........................................................................................................... Pág. 136

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Institucional

O iPED, Instituto Politécnico de Ensino a Distância, é um centro de


educação on-line que oferece informação, conhecimento e treinamento para
profissionais, educadores e qualquer um que queira evoluir
profissionalmente e culturalmente.

Nosso objetivo é torná-lo uma base forte de conhecimento e expandir cada


vez mais o seu nível intelectual e cultural.

Oferecemos uma quantidade enorme de informação, além de diversos


cursos on-line, onde você se mantém atualizado em qualquer lugar e a
qualquer hora.

Educação à Distância

Aulas online ou a prática de aprendizagem à distância, através de ambientes


virtuais e redes de computadores interligadas para fins educacionais e
culturais, nada mais é do que o meio mais prático e inteligente de
proliferação de conhecimento.

Através de ambientes virtuais e sistemas inteligentes, é possível adquirir


conhecimento de forma total ou gradativa.

Esse é nosso conceito de educação, em tempo real, total ou gradativo,


quando quiser e onde quiser e acima de tudo, da forma que quiser!

Nossa Missão

O Grupo iPED foi lançado com o intuito de aprimorar e disseminar o conceito


de ensino a distância.

Com a implantação do ensino a distância, pesquisas recentes registram que


as pessoas alavancam os resultados dos módulos de treinamento em até
70%, eliminando as distâncias geográficas e proporcionando a melhoria da
gestão do conhecimento e dos recursos humanos por competências.

Pensando nisso o iPED presta esse serviço a todos, para que a exclusão
digital seja cada vez menor e com o passar do tempo ela desapareça
completamente.

Esse é nosso objetivo, essa é nossa missão, e esteja certo que vamos
conseguir!

Fabio Neves de Sousa


Diretor Geral - Grupo iPED

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Certificação

O conceito de reconhecimento virtual é concedido através de avaliação feita


pelo sistema inteligente, que do inicio até o fim do curso está avaliando cada
aluno em suas atitudes individuais e em comparação as atitudes do coletivo.
Ao termino do conteúdo avaliado o aluno é submetido a uma avaliação final
que nada mais serve do que comprovar a avaliação do desempenho dele ao
longo de toda a trajetória do curso.

 Nosso sistema garante 100% de segurança.


 Empresas poderão confirmar a autenticidade do certificado, pois
temos o que existe de melhor em tecnologia disponível no mercado.
 Confira o grande diferencial de nosso certificado:

Certificado Especial

- Tramas em linhas personalizadas


- Tarja de Segurança
- Tinta Luminescente
- Selo de Segurança
- Numeração Intransferível

Detalhes sobre o selo

Ao término do curso solicite o seu!

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Introdução

Olá,

Bem vindo ao Curso Contabilidade na prática.

A contabilidade tem papel preponderante na organização e


administração de qualquer empresa ou negócio, principalmente quando a
avaliamos mais pela sua importância estratégica para as tomadas de
decisões e menos por sua importância técnico-operacional.

Sabemos também que a contabilidade, assim como outras áreas


importantes de uma empresa, vem sofrendo alterações constantes em sua
forma de apuração das informações onde as apurações de valores
realizadas de forma mecânica, evoluíram para a apuração através de
sistemas e softwares complexos que realizam toda a operação contábil, de
maneira rápida e eficiente.

No entanto, nenhuma evolução teria sentido se não houvesse um


profissional de contabilidade que conhecesse as técnicas e conceitos para
operar toda essa estrutura.

Assim, trazemos a você um curso prático que lhe permita conhecer a


estrutura de um escritório de contabilidade, mas com bases técnicas e
conceituais que te permitam entender toda a estrutura.

Bom curso

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Unidade 1 – Conceituação Contábil

Olá,

Nesta unidade você vai receber informações conceituais sobre a


prática da contabilidade que lhe permita prosseguir nas questões mais
práticas que veremos ao longo do curso.

Portanto, ao longo dessa unidade, você aprenderá a história da


contabilidade e sua evolução. Conhecerá a formação de um contabilista com
destaque para sua formação profissional.

Por fim, terá seu primeiro contato com os termos contábeis,


conhecendo de maneira bem simples e direta, o sistema contábil e os
conceitos sobre receita e despesa, base para uma contabilidade eficiente.

Bom estudo.

1.0 – Contabilidade no dia a dia

Para muitos, principalmente empresários e microempresários, a


palavra contabilidade pode causar calafrios, pânico e pavor, mais por seu
desconhecimento do que pela sua dificuldade de interpretação. Grande parte
desse empresariado prefere deixar sua estrutura contábil-financeira nas
mãos de empresas terceirizadas, evitando inclusive, falar sobre o assunto
com muita frequência.

No entanto, mal sabem que praticam contabilidade diariamente e não


se dão conta disso. Apenas para elucidar, apresentaremos a seguir uma
situação simples e de fácil interpretação, mas que em termos contábeis seria
definida como um balanço patrimonial desenvolvido a partir do método das
partidas dobradas de Frei Lucca Paccioli.

Difícil de dizer, mas muito simples na prática. Vejamos:

Você verá ao longo do curso que um balanço patrimonial é dividido


em dois lados onde, do lado esquerdo encontra-se o ATIVO e no lado direito
encontra-se o PASSIVO. Importante salientar que os lados são mera
formalidade contábil. Observe a figura:

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ATIVO PASSIVO

Seguindo a linha de raciocínio, quando pensamos em ativo,


imaginamos, por exemplo, uma pessoa disposta e com vontade, logo, é uma
coisa boa, positiva. Já quando pensamos em passivo, logo vem à mente
uma pessoa desanimada, que aceita tudo sem lutar, uma coisa ruim,
negativa.

Em termos financeiros, quando pensamos em coisas boas,


imaginamos, nossos bens como casa e carro, nosso dinheiro na poupança,
o salário no final do mês, entre outras coisas. Da mesma forma, quando
pensamos em coisas ruins, imaginamos as contas do mês, as dívidas
acumuladas e outras. Assim, poderíamos demonstrá-las da seguinte forma:

ATIVO PASSIVO
(coisas boas) (coisas ruins)
Bens e direitos Obrigações e dívidas

Pronto! Acredito que conseguimos, de modo simples e resumido,


passar um pouco do conceito de contabilidade que veremos com mais
profundidade ao longo do curso. Vamos à prática:

Imagine a sua vida financeira hoje e o que você tem de coisas boas e
coisas ruins. Apenas para exemplificar, imagine que sua vida financeira
estivesse constituída da seguinte forma:

Dinheiro em mãos R$ 50,00


Dinheiro no banco R$ 3.500,00
Casa própria quitada R$ 150.000,00
Carro quitado R$ 35.000,00
Salário do mês a receber R$ 5.000,00
Plano de saúde a pagar R$ 400,00
Cartões de crédito R$ 1.100,00
Escola do filho R$ 700,00
Crediário no magazine R$ 450,00
Contas diversas R$ 180,00

Contabilmente, essas informações divididas entre bens e direitos de


um lado e dívidas do outro, demonstrariam sua situação patrimonial que,
graficamente, estaria disposta da seguinte forma:

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ATIVO PASSIVO

Dinheiro em mãos – R$ 50,00 Plano de saúde a pagar – R$ 400,00


Dinheiro no banco – R$ 3.500,00 Cartões de crédito – R$ 1.100,00
Casa própria quitada – R$ 150.000,00 Escola do filho – R$ 700,00
Carro quitado – R$ 35.000,00 Crediário no magazine – R$ 450,00
Salário do mês a receber – R$ 5.000,00 Contas diversas – R$ 180,00

Total: R$ 2.830,00

Total: R$ 193.550,00

Ao observar os valores, verá que sua situação financeira é


extremamente confortável uma vez que possui R$ 193.550,00 em ATIVO e
apenas R$ 2.830,00 em PASSIVO. A diferença positiva é de R$ 190.720,00
que a qualquer momento, pode ser transformada em dinheiro vivo. Desta
forma, poderíamos defini-la como lucro ou PATRIMÔNIO LÍQUIDO. Esse
valor está, até este momento implícito, mas devemos demonstrá-lo no
balanço.

Aqui entra um dos conceitos mais importantes em contabilidade e do


qual falamos no início desse exemplo que é o método das partidas
dobradas. Por esse conceito, os dois lados do balanço precisam estar iguais,
ou seja, precisam apresentar os mesmos valores de forma que a soma do
ATIVO seja igual a somatória do PASSIVO mais o PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

Assim, a demonstração gráfica passa a ser apresentada da seguinte


maneira:

ATIVO PASSIVO

Dinheiro em mãos – R$ 50,00 Plano de saúde a pagar – R$ 400,00


Dinheiro no banco – R$ 3.500,00 Cartões de crédito – R$ 1.100,00
Casa própria quitada – R$ 150.000,00 Escola do filho – R$ 700,00
Carro quitado – R$ 35.000,00 Crediário no magazine – R$ 450,00
Salário do mês a receber – R$ 5.000,00 Contas diversas – R$ 180,00

Total: R$ 2.830,00

PATRIMÔNIO LÍQUIDO – R$ 190.720,00

Total: R$ 193.550,00 Total: R$ 193.550,00

Agora que você percebeu que a contabilidade não é nenhum monstro,


vamos conhecer um pouco das questões mais teóricas.

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1.1 – A contabilidade e sua evolução

Pare por um instante e pense na forma como uma contabilidade deve


agir dentro de uma empresa. Ou seja, para você, como essa área deve
funcionar?

Para muitos que nunca tiveram contato com a área e a conhecem


apenas pelo nome, imaginam pessoas trabalhando com calculadoras o dia
inteiro e realizando atividades extremamente burocráticas para atender às
exigências do Governo quanto a documentos e tributos. Na verdade, o
trabalho realizado pela área de contabilidade é muito mais profundo.

Podemos afirmar que contabilidade, trata-se de uma ciência como


economia ou administração que registra, demonstra e analisa todas as
situações que podem, por um motivo ou por outro, afetar o patrimônio de
uma empresa. Entre vários atributos, é a área que atesta a veracidade de
todos os dados e números de uma empresa, de forma a oferecer a seus
administradores, informações suficientes para realizar tomadas de decisão.

Apenas para reforçar, observe alguns conceitos propostos por


especialistas na área:

Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e


avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e
análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade,
com relação à entidade objeto de contabilização. (Conceito dado em
pronunciamento do Instituto Brasileiro de Contadores – IBRACON, aprovado
pela Comissão de Valores Mobiliários – Deliberação CVM 29/86).

Contabilidade é a ciência (ou técnica, segundo alguns) que


estuda controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das
entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a
revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a

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composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico


decorrente da gestão da riqueza patrimonial. (Hilário Franco,
Contabilidade Geral, Editora Atlas).

Contabilidade é uma arte. É a arte registrar todas as transações


de uma companhia que possam ser expressas em termos monetários.
E é Também a arte de informar os reflexos dessas transações na
situação econômico-financeira dessa companhia. (Nelson Gouveia,
Contabilidade, Editora McGraw-Hill do Brasil).

Contabilidade é a ciência que permite, através de suas técnicas,


manter um controle permanente do patrimônio da empresa. (Osni Moura
Ribeiro, Contabilidade Básica, Editora Saraiva).

Como dissemos, entre as principais funções da contabilidade, estão


registrar, demonstrar e analisar as informações financeiras de uma empresa,
no entanto, podemos incluir aqui ainda, organizar e acompanhar as
modificações ocorridas no patrimônio da organização em virtude de sua
atividade econômica. De forma mais objetiva, classificamos as funções da
contabilidade, da seguinte forma:

Registrar – A contabilidade deve registrar todos os fatos que ocorrem


na organização e que possam ser representados em valores monetários.

Demonstrar – Com base em todos os registros realizados, a


contabilidade deve apresentar periodicamente, através de demonstrativos, a
situação econômica, patrimonial e financeira da empresa.

Analisar – Tais demonstrativos podem e devem ser analisados tanto


para a apuração dos resultados obtidos pela empresa, quanto para possíveis
tomadas de decisão do corpo diretivo em relação ao futuro do negócio.

Organizar – Para que tudo isso seja realizado com eficiência e


eficácia, é preciso organizar um sistema de controle que atenda aos
interesses da empresa.

Acompanhar – A contabilidade deve acompanhar os planos


econômicos da empresa, prevendo os pagamentos a serem realizados e as
quantias a serem recebidas, alertando a direção na ocorrência de eventuais
problemas.

Apenas para se ter uma ideia da importância da área contábil em uma


organização, observe algumas das situações em que as informações
emitidas por ela podem ser extremamente úteis:

Relação com investidores – Através dos relatórios contábeis os


investidores deverão tomar a decisão sobre aplicar ou não recursos
financeiros em um negócio. Com estes relatórios em mãos, poderão

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observar se a empresa possui capacidade de gerar lucros e se manter no


mercado.

Relação com fornecedores – Os fornecedores que negociam a


crédito com a empresa, ou seja, que vendem hoje para pagamento em 30,
60 ou 90 dias, usam estes relatórios contábeis para analisar a saúde
financeira da empresa e garantir que não sofrerão um calote.

Relação com bancos – Com a mesma finalidade dos investidores, os


bancos utilizam os relatórios contábeis para aprovar créditos, empréstimos,
autorizar diversos tipos de financiamentos, entre outros.

Relação com o governo – Além da óbvia arrecadação de tributos, o


governo utiliza os relatórios contábeis com a finalidade de gerar dados
estatísticos que deverão ser analisados e divulgados pelo IBGE, por
exemplo.

Relação com sindicatos – Utilizam os relatórios contábeis para


determinar a produtividade do setor e, dependendo da situação, brigar com
seus associados, por um reajuste de salário da categoria, pagamento de
premiações, participação nos lucros, entre outros.

Objetivos da contabilidade

Vimos até agora, que as funções da contabilidade são registrar,


demonstrar, analisar, organizar e acompanhar toda movimentação financeira
e econômica realizada pela empresa. No entanto, não detalhamos quais são
seus objetivos. Porque ter uma área contábil, se faz tão importante.

Observem a posição do Conselho Federal de Contabilidade no que


tange aos objetivos da contabilidade:

“O objetivo científico da Contabilidade manifesta-se na correta


apresentação do Patrimônio e na apreensão e análise das
causas das suas mutações. Já sob ótica pragmática, a aplicação
da Contabilidade a uma Entidade particularizada, busca prover
os usuários com informações sobre aspectos de natureza
econômica, financeira e física do Patrimônio da Entidade e suas
mutações, o que compreende registros, demonstrações,
análises, diagnósticos e prognósticos, expressos sob a forma de
relatos, pareceres, tabelas, planilhas, e outros meios”.

Desta forma, podemos concluir que os objetivos da contabilidade é


atuar como uma verdadeira gestora do patrimônio de uma empresa,
aglutinando informações que possam transmitir sua real situação financeira
e possíveis mutações que podem ser usadas para tomadas de decisões.

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Apenas para relembrar, tais tomadas de decisões podem ser


adotadas por investidores que queiram aplicar recursos no negócio, por
parceiros e fornecedores que precisam conhecer a situação atual do negócio
para continuar ou não a manter um relacionamento comercial ou
simplesmente para informar os órgãos governamentais para que possam
realizar as cobranças de tributos. Neste caso, mais do nunca é preciso
oferecer informações corretas e transparentes de forma a evitar fiscalizações
e aplicações de multas e penalidades.

História da contabilidade

Falar da história da contabilidade é falar do inicio da civilização.


Podemos afirmar que ela surgiu com as primeiras manifestações de
proteção e controle de bens materiais. Porém, para que fique mais
compreensível, vamos dividir a evolução contábil em quatro períodos:

1) Mundo Antigo – Consideramos esse período com início nas primeiras


civilizações, chegando até 1.202 d.C.. Destacamos os seguintes
acontecimentos mais relevantes:

- A contabilidade era realizada de maneira empírica, ou seja, não


havia técnica ou conhecimento científico, apenas a sensibilidade para
administrar o patrimônio formado por rebanhos e outros bens.

- Não se fazia cálculos escritos. Era tudo realizado de forma mental,


através de contagens, fossem de rebanhos, escravos, metais, entre outros.
Com o tempo e a evolução da civilização, o indivíduo buscou formas mais
seguras de registrar as informações.

- Escavações realizadas na região da Mesopotâmia, demonstram que


há 5.000 anos antes de Cristo, já existiam documentos contábeis que
comprovavam o registro de contas referentes à mão de obra e materiais.

- Os gregos, 2000 anos antes de Cristo, escrituravam Contas de custo


e receitas de forma a compará-las para poderem apurar o saldo. Da mesma
forma, aprimoraram este modelo e a estenderam às várias atividades como
administração pública, privada e bancária.

2) Período Medieval – Esse período tem início em 1202 e vai até 1494
quando surge um dos principais documentos referentes à Contabilidade.
Trata-se do “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et
Proportionalita” de Frei Luca Pacioli, publicado em 1494, que vincula a teoria
contábil do débito e do crédito com a teoria dos números positivos e
negativos.

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Outros eventos também ocorreram neste período, como poderemos


observar a seguir:

- O estudo de técnicas matemáticas permite ao homem um avanço


nos conhecimentos comerciais e financeiros;

- Surge na Itália o método das partidas dobradas, o que contribuiu


fortemente para o desenvolvimento da contabilidade no mundo. Da mesma
forma, obrigou a adoção de outros livros que tornassem a contabilidade mais
analítica. Surge então o livro da contabilidade de custos;

- Com os navegadores, o comércio passa a ser exercido de forma


mais profissional, tendo como consequência a criação do livro caixa,
responsável por anotar os registros de recebimentos e pagamentos em
dinheiro. Neste período ainda surgem os termos débito e crédito, oriundos
das relações entre direitos e obrigações.

- O advento do capitalismo favoreceu em muito a expansão da


contabilidade. O processo de produção gerou acúmulo de capital, alterando
completamente as relações de trabalho.

- Ainda neste período, mais precisamente no início do século XIV, os


registros de custos passaram a ser separados e nomeados como custo de
aquisição, custo de transportes, tributos, mão de obra direta, entre outros.
Da mesma forma, a escrita já se fazia nos moldes em que é realizada nos
dias atuais, separando os gastos com matérias primas, mão de obra direta e
custos indiretos de fabricação.

3) Período Moderno – Esse período inicia-se em 1494 e vai até 1840,


quando é publicada por Franscesco Villa, a obra "La Contabilità Applicatta
alle Amministrazioni Private e Pubbliche", um marco na história da
Contabilidade.

- Como vimos no período anterior, a obra “Summa de Arithmetica,


Geometria, Proportioni et Proportionalita” de Frei Luca Pacioli, publicado em
1494, encerra uma fase e dá início a contabilidade no período moderno. Frei
Luca Pacioli, teólogo e matemático, apesar de não ter criado o método das
partidas dobradas, foi o que melhor conseguiu desenvolvê-la, sistematizando
a contabilidade.

- Nasce o Novo Mundo e com ele, a contabilidade passou a ser peça-


chave para registrar e organizar riquezas que estavam por vir;

- Neste período também, a contabilidade passa a ser utilizada em


negócios privados, trazendo mais transparência nas informações e,
consequentemente, mais segurança para credores e investidores que

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concediam empréstimos e para a relação dos comerciantes com seus


clientes e empregados;

4) Mundo Científico – Período que se inicia em 1840 e continua até os dias


atuais.

- A obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e


Pubbliche" de Francesco Villa é o marco inicial para esta nova fase da
contabilidade;

- Três escolas do pensamento contábil são responsáveis pelo


desenvolvimento da contabilidade nesse período:

- Escola Lombarda, chefiada por Francesco Villa;


- Escola Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni;
- Escola Veneziana, chefiada por Fábio Bésta.

- Ainda não havia uma definição conceitual entre ciência contábil e


ciência da administração, fazendo com que o patrimônio, segundo
postulados jurídicos, ainda fosse tratado como um direito;

- Na Itália, a contabilidade passa a ser lecionada na universidade com


a aula de comércio da corte.

- Francesco Villa elabora o pensamento patrimonialista, no qual


entende que para se desenvolver a contabilidade era necessário conhecer a
natureza, os detalhes, as normas, as leis e as práticas que regiam o
patrimônio.

- Já Fábio Bésta, seguidor de Francesco Villa, superou seu mestre ao


demonstrar os elementos fundamentais da conta;

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- O grande problema da escola europeia é que esta se preocupou


apenas com a teoria da contabilidade, não dando muita importância para a
prática da contabilidade gerencial;

- Assim, a partir de 1920, a escola Norte-americana passou a se


destacar em função do surgimento das grandes corporações. Desta forma,
esta nova escola precisou implementar tanto a teoria quanto a prática da
contabilidade de forma que permitisse a correta interpretação dos números
por qualquer acionista ou outro interessado nos resultados das empresas.

Contabilidade no Brasil

O Brasil também sofreu os efeitos da evolução da contabilidade e teve


algumas influências que passamos a destacar a seguir:

- Inicialmente, o Brasil foi influenciado pelas escolas italianas,


defendidas por Vicenzo Mazi no qual se destacava o patrimônio.

- Em 1850, com o advento do Código Comercial Brasileiro, tornou-se


obrigatório a manutenção e escrituração de livros pelos comerciantes.
Assim, foi necessário desenvolver uma disciplina que preparasse os
comerciantes para realizar o registro contábil. Surge então, em 1863, a
disciplina de Escrituração Mercantil, no Instituto Comercial do Rio de
Janeiro.

- Por volta de 1870 ocorre, por meio de decreto, a primeira


regulamentação da profissão contábil no Brasil e que passa a reconhecer a
primeira profissão liberal regulamentada no país.

- Em 1946, são criados os Conselhos Federal e regionais de


contabilidade, com o objetivo de realizar a fiscalização do exercício da
profissão.

- Em 1964 o Brasil adota o método norte-americano onde a tendência


era padronizar a contabilidade de forma a torná-la mais prática.

- Em 2004, com o objetivo de aperfeiçoar o curso superior de


contabilidade, são instituídas as diretrizes curriculares nacionais.

- Atualmente, além do SPED, sigla para Sistema Público de


Escrituração Digital, que determina a transferência para o meio eletrônico de
todas as obrigações contábeis e fiscais de uma empresa, o que simplifica e
padroniza muitos processos tributários, reduz o interminável processo de
preenchimento de livros e formulários e permite um maior controle e efetivo
combate a informalidade, entrou em vigor também o padrão International
Financial Reporting Standart (IFRS) para demonstrações contábeis, ou
seja, todas as empresas seguirão normas internacionais de contabilidade.

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Simbologia da Contabilidade: O Caduceu

Como símbolo dos profissionais de contabilidade, foi escolhido o


Caduceu. Trata-se de um bastão entrelaçado por duas serpentes e em sua
parte superior um elmo com asas. Mitologicamente, é a representação de
Mercúrio (na mitologia, o deus do comércio, lucro), intervindo com seu
bastão em uma disputa entre duas serpentes.

O caduceu era utilizado pelos romanos como símbolo da moral e da


boa conduta. Destacamos abaixo, o significado de cada uma de suas partes:

O Bastão – Expressa o poder;

As Serpentes – Expressam a sabedoria;

As Asas – Expressam a diligência;

O Elmo – Expressa os pensamentos elevados.

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Curiosidade

Mercúrio era filho de Zeus com uma ninfa chamada Maia e irmão de
Apolo. Desde muito jovem, tinha facilidade em se relacionar com outras
pessoas, conseguindo realizar muitas permutas, por isso, sendo considerado
o Deus do Comércio. Inteligente e perspicaz inventou a Lira, um instrumento
de cordas feito com o casco de uma tartaruga com o qual presenteou seu
irmão Apolo que, em retribuição, lhe deu de presente o Caduceu.

O Caduceu era considerado um objeto mágico capaz de transformar


em ouro tudo que tocasse. Assim, pelo fato da Contabilidade ser
considerada uma garantidora da gestão eficiente de negócios e de Mercúrio
ser o Deus propiciador das fortunas, é que se escolheu esta entidade para
representar o papel exercido pelos contabilistas nas empresas.

1.2 – O profissional de contabilidade

Chamamos de Contabilista o profissional que se dedica à atividade


contábil. E, como brincamos no início do curso sobre como você imaginária
a área de contabilidade, não pense que o profissional deva se comportar da
mesma forma, ou seja, como uma pessoa que passa o dia inteiro com uma
calculadora, fazendo conta e anotando papéis.

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Hoje, para se tornar um contabilista, é preciso muito estudo e


dedicação e estar antenado com as novas tecnologias. As empresas não
querem mais um fazedor de contas, como este profissional foi
pejorativamente chamado durante muitos anos. As empresas querem um
profissional que saiba desenvolver seu trabalho com raciocínio, lógica,
planejamento e estratégia.

O título contabilista se deve ao fato de a profissão, ao ser


regulamentada pelo Decreto-lei no. 9.295/46, ficar definido que para exercer
a contabilidade, o indivíduo poderia escolher entre duas categorias:

1) Técnico em Contabilidade – São os contabilistas que se formam


em nível médio, ou seja, nos cursos técnicos de contabilidade.

2) Contador – São os contabilistas que se formam em nível superior,


como bacharel em Ciências Contábeis.

Tanto um quanto o outro, só poderão exercer a profissão, se


estiverem devidamente registrados em seu Conselho Regional de
Contabilidade, sob pena de serem punidos por exercício ilegal da profissão.

Conforme o Decreto, entre as prerrogativas para exercício da


atividade, estes profissionais podem exercer a profissão na condição de:

- Profissional Liberal ou Autônomo;


- Empregado Celetista (registrado pelo regime da CLT);
- Servidor Público;
- Sócio de qualquer tipo de sociedade;
- Diretor ou Conselheiro de quaisquer entidades.

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Quanto à suas atribuições privativas, podemos destacar:

Principais atribuições dos técnicos em contabilidade:

1) Abertura e encerramento de escritas contábeis;

2) Elaboração de balancetes e de demonstrações do movimento por contas


ou grupos de contas, de forma analítica ou sintética;

3) Levantamento de balanços de qualquer tipo ou natureza, para quaisquer


finalidades;

4) Tradução, em moeda nacional, das demonstrações contábeis


originalmente em moeda estrangeira e vice-versa;

5) Integração de balanços, inclusive consolidações, também de subsidiárias


do exterior;

6) Elaboração de orçamentos de qualquer tipo, tais como econômicos,


financeiros, patrimoniais e de investimentos;

7) Declaração de Imposto de Renda, pessoa jurídica.

Entre as atribuições dos Contadores, além das previstas para o


técnico de contabilidade, também se destacam como sua exclusividade:

1) Regulações judiciais e extrajudiciais;

2) Análise de balanços;

3) Auditoria interna e operacional;

4) Auditoria externa independente;

5) Perícias contábeis, judiciais e extrajudiciais;

6) Magistério das disciplinas compreendidas na Contabilidade, em qualquer


nível de ensino, inclusive no de pós-graduação;

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Perfil profissional

“Aqueles profissionais que, hoje, ainda ficam presos ao


passado e só conhecem, exclusivamente, a contabilidade, em
termos de partidas dobradas, debitando e creditando sem
agregar nenhum valor à empresa, estarão com seus dias
condenados.” (José Paulo Cosenza – RBC – p. 61)

Nada mais direto que esta frase do Prof. Cosenza para definir a
importância de se manter atualizado na profissão. É importante sempre frisar
que o contabilista não é apenas um controlador de dados. Não está restrito a
realizar conciliação e reconciliação de contas nem a apuração e
recolhimento de impostos.

Para ter sucesso em sua profissão, deve desenvolver uma série de


competências e habilidades que o ajudarão a crescer dentro de sua
atividade. Dentre as principais, podemos destacar:

Educação permanente – Qualquer que seja a profissão, os indivíduos


devem estar dispostos a aprender continuamente para aprimorar cada vez
mais a sua prática profissional.

Boa comunicação – A comunicação é a área mais sensível em


qualquer tipo de atividade seja ela profissional ou social. Ao contabilista não
basta ter todas as informações técnicas, é preciso exercitar o poder da
comunicação sempre respeitando as adversidades, procurando ser claro,
assertivo, convincente e ter a pré-disposição de esclarecer exaustivamente
para todos os envolvidos até que estes tenham entendimento das
demonstrações contábeis e financeiras que serão a base para as tomadas
de decisão.

Equilíbrio Emocional – Manter o equilíbrio profissional é condição para se


exercer a profissão de contabilidade. O profissional de contabilidade, seja
como líder ou membro de uma equipe, deve ter em mente que, manter um
ambiente equilibrado, pode proporcionar condições favoráveis para o
desenvolvimento de um bom planejamento, harmonização de decisões e
operacionalização das atividades.

Conhecimento técnico – Como dissemos, os avanços da tecnologia e a


ampliação cada vez maior da globalização, obriga o profissional de
contabilidade a reciclar seus conhecimentos e buscar outros novos que

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permitam desenvolver seu trabalho com mais qualidade, eficiência e


eficácia.

Planejamento Profissional – O profissional contábil, a exemplo de qualquer


outra profissão não pode apenas resolver problemas e apagar incêndios em
sua área. Precisa adotar uma postura preventiva, adotando práticas de
planejamento, organizando sua atividade de forma a não ser surpreendido
ao ter que cumprir certas ações sem a devida previsão de ocorrência. Um
planejamento bem elaborado, além de solucionar problemas com mais
eficiência e cumprir prazos com mais tranquilidade, permite ao profissional
trabalhar com sobra de tempo para realizar outras atividades.

Domínio de uma Língua Estrangeira – Com o grande aumento de


empresas multinacionais vindas para o Brasil e o avanço de empresas
nacionais para territórios estrangeiros, combinada com a unificação dos
padrões de procedimentos contábeis (IFRS), o profissional de contabilidade
precisa se dedicar a aprender e dominar uma língua estrangeira, de
preferência o inglês.

Relacionamento interpessoal – Uma das bases para alcançar o sucesso


profissional, é conseguir conviver harmoniosamente com a diversidade,
respeitando as individualidades e estimulando a busca do
autodesenvolvimento de todos, visando um alinhamento de nível, o que
necessariamente favorecerá a compreensão e convivência entre os
desiguais, fazendo com que a eficácia seja atingida com menos esforço e
mais naturalidade.

Conhecimento de Informática – Hoje a tecnologia é parte de nosso dia a


dia. Seu papel é tão importante que levaríamos semanas para realizar um
trabalho que, com sua contribuição, podemos fazer em horas. Da mesma
forma, muitos dos trabalhos de escrituração são realizados através de
sistemas e softwares próprios que facilitam ainda mais todo o processo.
Internamente, deve o profissional ser capaz de conciliar e trabalhar com os
registros contábeis, gerando relatórios diversos, de acordo com as
necessidades da administração da empresa e demais áreas relacionadas.

Pró-atividade – Pró-atividade, em outras palavras, é estar à frente. Deve o


profissional trabalhar com conjunto com as áreas de negócios da empresa,
sempre buscando alternativas legais e viáveis para que as operações
comerciais a serem realizadas sejam sempre as mais rentáveis para a
empresa, clientes e fornecedores.

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Áreas de atuação

Para se ter uma breve ideia de áreas em que um profissional de


contabilidade possa atuar, podemos afirmar que, onde houver
movimentação financeira e patrimônio, deverá existir um contabilista. Ou
seja, desde um pequeno lojista de bairro até uma imensa multinacional, será
preciso contar com um profissional de contabilidade, seja ele exercendo sua
atividade interna ou externamente.

Apenas para ratificar o que estamos afirmando, sugerimos a seguir,


com base na obra “Contabilidade Empresarial” de José Carlos Marion,
algumas funções que podem ser exercidas pelos profissionais de
contabilidade:

Funções de contabilidade que podem ser exercidas em Empresas:

Planejador Tributário – Atua na área financeira de forma a estruturar e


orientar a empresa sobre seus processos tributários, procurando identificar
os melhores caminhos para a empresa reduzir sua carga tributária. Seu
papel é de fundamental importância em situações como fusões,
incorporações e cisões entre empresas.

Analista Financeiro – Utilizando-se de relatórios contábeis, o analista


financeiro vai avaliar a situação econômico-financeira da empresa com o
objetivo de atender diversas finalidades.

Contador Geral – Atua especificamente na área contábil e deve estar


presente interna ou externamente em todas as empresas, uma vez que é
fundamental para o cumprimento das obrigações fiscais. Dentro de sua área,
pode especializar-se em vários segmentos da contabilidade como
contabilidade bancária, aplicada aos bancos, contabilidade comercial,
aplicada ao comércio, contabilidade industrial, aplicada às indústrias, entre
outras.

Cargos Administrativos – O contador poderá exercer também cargos


administrativos como assessoria, postos de chefia e gerência, inclusive
cargos de diretoria. Sua capacidade para atuar como gestor se deve ao fato
de, no exercício de suas funções, manter contato com praticamente todos os
setores da empresa.

Auditor Interno – É o profissional, contratado pela empresa, que realiza


auditorias em diversas áreas como auditoria de sistemas, auditoria de
gestão, entre outras.

Contador de Custos – Este profissional realiza cálculos e interpretações


dos custos dos bens fabricados ou comercializados, ou dos serviços
prestados pela empresa.

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Contador Gerencial – Procura suprir os gerentes com informações


suficientes para realizarem tomadas de decisão. Conhecido também como
Controller, diferencia-se dos outros modelos de contabilidade por não se
prender a princípios tradicionais. Geralmente é responsável pela
controladoria, contabilidade internacional, balanço social, accountability,
entre outros.

Atuário – É o profissional especializado em previdência privada, previdência


social e seguros.

Funções de contabilidade que podem ser exercidas em Órgãos


Públicos:

Contador Público – Auxilia no gerenciamento das finanças públicas.

Agente Fiscal de Rendas – Exerce a fiscalização direta dos tributos


estaduais e as funções relacionadas com a coordenadoria, direção, chefia,
assessoramento, assistência, planejamento de ação fiscal, consultoria e
orientação tributária, representação e participação junto a órgãos julgadores,
bem como outras atividades ou funções que venham a ser criadas.

Concursos Públicos – Pode prestar concurso para diversas funções como


controlador de arrecadação, contador do Ministério Público da União, entre
outros.

Tribunal de Contas – Neste órgão público, o contador está apto para


exercer as funções de controladoria, fiscalização, analista contábil, auditoria
pública e contabilidade orçamentária.

Oficial Contador – Pode ingressar nas forças armadas podendo alcançar a


patente de general de divisão através dos cargos de contador e auditor.

Funções de contabilidade que podem ser exercidas no Ensino:

Professor – Pode ministrar aulas tanto em faculdade quanto para cursos


técnicos, treinamentos, entre outros. Não se restringe apenas a área
contábil, podendo ministrar aulas para os cursos de Ciências Econômicas,
Administração, entre outros.

Pesquisador – Este é um campo pouco explorado no Brasil e que possui


um amplo espaço para desenvolvimento. O profissional pode realizar
pesquisas para sindicatos, instituições de ensino, órgãos de classes ou
mesmo em Fundações de Pesquisa como a Fipecafi, FIA ou FIPE, por
exemplo.

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Escritor – Apesar de parecer estranho, existem boletins que remuneram


escritores contábeis. Pode atuar produzindo livros técnicos, escrevendo
colunas sobre contabilidade para revistas e jornais ou mesmo trabalhando
como revisor de livros de outros autores.

Parecerista – Para ingressar neste segmento, o profissional deve ser um


docente e pesquisador com um currículo notável. Vai desenvolver pareceres
sobre laudos periciais, causas judiciais envolvendo empresas, questões
contábeis, entre outros.

Conferencista – O contabilista conferencista realiza palestras em


universidades, empresas, órgãos de classes, convenções, entre outros. Para
tanto, o profissional precisa ter uma boa oratória e se expressar de forma
clara e inteligível.

Funções de contabilidade que podem ser exercidas de forma


Autônoma:

Auditor Independente – Trata-se de um profissional liberal que realiza


trabalhos de auditoria contábil em vários segmentos.

Consultor – É o profissional que oferece assistência ou consultoria às


empresas, em assuntos como avaliação de empresas, tributos, comércio
exterior, controladoria e demais assuntos relacionados com a sua área de
atuação.

Empresário Contábil – É o profissional que abre seu próprio negócio para


prestar serviços a outras empresas. Pode montar um escritório de
contabilidade, despachante, centros de treinamento e desenvolvimento,
entre outros.

Perito Contábil – É o profissional que se coloca à disposição da justiça para


ajudar a analisar registros contábeis de disputas judiciais.

Investigador de Fraudes – É o profissional contratado geralmente por


investidores e empresas que negociam fusões e incorporações, para
descobrir informações que foram ocultadas ou fraudadas.

Ética na contabilidade

Podemos conceituar ética como um conjunto de valores morais e


princípios que norteiam a conduta humana na sociedade e devem ser
analisados conforme a cultura, crenças, ideologias e tradições de cada
sociedade.

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O mais importante neste conceito é que a ética deve ser usada na


busca do equilíbrio e bom funcionamento social. Contudo, ninguém deve ser
obrigado a ser ético. O que se pode fazer é deixar muito claro o que é certo
e o que não é, cabendo a cada indivíduo escolher o caminho a seguir.

De posse dessas informações, podemos concluir então que Ética


Profissional é uma série de normas com direitos e deveres que devem incutir
no profissional hábitos para viver harmonicamente com seus colegas de
trabalho. As empresas devem apresentar com clareza suas regras morais,
ou seja, princípios básicos de conduta que devem nortear seus
relacionamentos.

Assim, destacamos a seguir os principais pontos presentes no Código


de Ética dos profissionais de contabilidade:

São DIREITOS e DEVERES dos profissionais de contabilidade:

1) Exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade,


resguardando os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem
prejuízo da dignidade e independência profissionais;

2) Guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício


profissional lícito, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado
por autoridades competentes;

3) Comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento


reservado, eventual circunstância adversa que possa influir na decisão
daquele que lhe formular consulta ou lhe confiar trabalho;

4) Inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre


qualquer caso;

5) Renunciar às funções que exerce, caso haja falta de confiança por


parte do cliente ou empregador;

6) Caso seja substituído em suas funções, informar o substituto sobre


fatos que devam chegar ao conhecimento dele, a fim de habilitá-lo para o
bom desempenho das funções a serem exercidas;

7) Manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para o


exercício da profissão.

É VEDADO aos profissionais de contabilidade:

1) Anunciar, em qualquer modalidade ou veículo de comunicação,


conteúdo que resulte na diminuição de colega, da Organização Contábil ou
da classe;

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2) Assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza,


com prejuízo moral ou desprestígio para a classe;

3) Auferir qualquer provento em função do exercício profissional que


não decorra exclusivamente de sua prática lícita;

4) Assinar documentos ou peças contábeis elaborados por outrem,


alheio à sua orientação, supervisão e fiscalização;

5) Exercer a profissão, quando impedido, ou facilitar, por qualquer


meio, o seu exercício aos não habilitados ou impedidos;

6) Concorrer para a realização de ato contrário à legislação ou


destinado a fraudá-la ou praticar, no exercício da profissão, ato definido
como crime ou contravenção;

7) Solicitar ou receber do cliente ou empregador qualquer vantagem


que saiba para aplicação ilícita;

8) Prejudicar, culposa ou dolosamente, interesse confiado a sua


responsabilidade profissional;

9) Recusar-se a prestar contas de quantias que lhe forem,


comprovadamente, confiadas;

10) Reter abusivamente livros, papéis ou documentos,


comprovadamente confiados à sua guarda;

11) Aconselhar o cliente ou o empregador contra disposições


expressas em lei ou contra os Princípios Fundamentais e as Normas
Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de
Contabilidade;

12) Exercer atividade ou ligar o seu nome a empreendimentos com


finalidades ilícitas;

13) Iludir ou tentar iludir a boa-fé de cliente, empregador ou terceiros,


alterando ou deturpando o exato teor de documentos, bem como fornecendo
falsas informações ou elaborando peças contábeis inidôneas;

14) Publicar ou distribuir, em seu nome, trabalho científico ou técnico


do qual não tenha participado.

São OBRIGAÇÕES do profissional de contabilidade em relação aos colegas


de profissão:

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1) Abster-se de fazer referências prejudiciais ou de qualquer modo


desabonadoras;

2) Jamais apropriar-se de trabalhos, iniciativas ou de soluções


encontradas por colegas, que deles não tenha participado, apresentando-os
como próprios;

3) Evitar desentendimentos com o colega a que vier substituir no


exercício profissional.

São OBRIGAÇÕES do profissional de contabilidade em relação à sua classe


profissional:

1) Zelar pelo prestígio da classe, pela dignidade profissional e pelo


aperfeiçoamento de suas instituições;

2) Acatar as resoluções votadas pela classe contábil, inclusive quanto


a honorários profissionais;

3) Zelar pelo cumprimento deste Código;

4) Não formular juízos depreciativos sobre a classe contábil;

5) Jamais utilizar-se de posição ocupada na direção de entidades de


classe em benefício próprio ou para proveito pessoal.

1.3 – O sistema contábil

A terminologia contábil não é uma das coisas mais fáceis de se


aprender. Com termos próprios você pode ter certa dificuldade em guardar
os nomes e par5a que ele é usado.

Assim, para tentar facilitar ao máximo seu aprendizado a partir da


próxima unidade vamos apresentar de forma resumida e didática, alguns
termos e informações que o ajudarão a compreender melhor as operações e
conceitos que estão por vir.

As contas de registro

As contas de registro servem para registrar tudo o que acontece


financeiramente numa empresa. Para ficar mais claro, imagine a sua conta
do banco onde todas as transações bancárias são lançadas no seu extrato e

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visualizadas por você. Com algumas ressalvas, podemos considerar que as


contas de registro realizam procedimento semelhante.

Como regra geral, o nome da conta indica o tipo de transação que a


empresa realizou ou vai realizar. Assim, a conta que registra todas as
entradas e saídas de dinheiro é chamada de “caixa”; da mesma forma, os
bens adquiridos pela empresa, como móveis, costumam ser registrados em
uma conta chamada: “móveis”. No mesmo sentido, as obrigações da
empresa são registradas em contas chamadas “contas a pagar” ou
“empréstimos a pagar”, entre outros.

Importante salientar também que é necessário indicar se a conta é


ativo, passivo exigível ou patrimônio líquido, mas isso veremos com mais
calma e profundidade em um momento apropriado.

Os lançamentos

Lançamento é o termo utilizado para definir o registro de uma


transação em uma conta de registro. De forma prática é a inserção das
informações nos registros adequados. Comparando novamente com os
bancos, podemos afirmar que um DOC será lançado pelo banco em sua
conta.

Convenções: Débito e Crédito

Para indicar o aumento ou diminuição do ativo, passivo exigível ou


patrimônio líquido, são usadas as palavras “débito” e “crédito”. Esses termos
foram convencionados de forma a parametrizar as operações contábeis.

Desta forma, com o que aprendemos até aqui, podemos concluir que:
as transações são registradas nas contas, através de lançamentos de débito
e crédito.

Livro Diário Geral

O registro oficial das transações de uma empresa é realizado em um


livro chamado Livro Diário Geral.

As informações básicas que este livro deve registrar são:

1) Data da transação;
2) Nome das contas que estão sendo debitadas e creditadas;
3) Valor dos débitos e créditos em cada conta;
4) Histórico resumido da transação.

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O razão

O razão controla a movimentação ocorrida individualmente em cada


conta. A sua escrituração pode ser realizada através de um livro ou pela
utilização de fichas.

Apesar de muito parecidos, o livro diário geral e o razão se


diferenciam no fato do primeiro registrar as transações em todas as contas,
enquanto que o segundo demonstra os registros efetuados em cada conta
individualmente.

As informações básicas que o razão deve registrar são:

1) Nome da conta que está sendo representada;


2) Data da transação;
3) Histórico resumido da transação;
4) Colunas para débitos e créditos, com o registro dos valores
representativos de cada transação e uma coluna de saldo para demonstrar a
diferença entre os totais de débito e crédito;
5) Coluna para indicar se o saldo da conta é credor ou devedor.

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1.4 – Conceitos sobre receitas e despesas na contabilidade

Ainda nesta unidade, se faz importante destacarmos a conceituação


de recitas, despesas, custos e depreciação, uma vez que estas informações
serão a base para a continuidade de nosso curso.

Desta forma, destacamos a seguir as informações mais relevantes


sobre esses temas:

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O que são receitas?

Podemos considerar como receita de uma empresa todo o dinheiro


recebido por ela ou crédito a receber pela realização de suas operações.
Geralmente, esses valores correspondem à venda de seus bens ou serviços.

As receitas podem ser classificadas de duas formas: Receitas


Operacionais e Receitas Não Operacionais.

Receitas Operacionais

São as receitas geradas pelo objeto de venda das empresas.


Classificam-se em:

1) Receita da Atividade Principal – Como o próprio nome diz, trata-se da


receita gerada pela atividade principal da empresa, ou seja, pela venda de
seus produtos, mercadorias ou serviços.

2) Receita Complementar – São rendimentos que complementam a receita


principal. Faz parte da receita complementar, os rendimentos, aluguéis,
juros, recuperações financeiras, entre outros. Em termos contábeis, esse
grupo costuma ser classificado como “outras receitas operacionais”.

Receitas Não-Operacionais

Já as receitas não operacionais são valores recebidos pela empresa


oriundos de situações atípicas ou extraordinárias, provenientes de atividades
diferentes da atividade principal, como a venda de um imóvel que fazia parte
do patrimônio da organização.

Entre os tipos de receitas não operacionais, podemos destacar:

1) Receitas do Exercício – São receitas geradas dentro de


determinado exercício, independente de terem sido recebidas ou não.

2) Receitas a Receber – São receitas geradas dentro do período


contábil, mas que ainda não foram recebidas.

3) Receitas Diferidas – São receitas representadas por recebimentos


adiantados que vão gerar um passivo para uma prestação de serviços
futuros ou entrega posterior do bem.

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O que são despesas?

Por outro lado, podemos considerar despesas, os gastos utilizados


para administrar e manter uma empresa em atividade, de forma a suportar
suas operações. Ou seja, são todos os gastos para vender o produto ou
serviço, administrar o negócio e suportar a operação.

Para deixar mais claro, podemos citar como exemplo:

- Salários dos empregados;


- Aluguel de estrutura;
- Gastos com material de limpeza;
- Gastos com material de escritório;
- Juros sobre empréstimos;
- Comissões de vendedores;

Importante destacar também que despesa não significa simplesmente


desembolsar dinheiro. Nem sempre, o desembolso de dinheiro se refere à
despesas. Assim, o desembolso de dinheiro para a compra de um veículo
para a empresa, não é despesa, mas sim a aquisição de um ativo, porém, o
desembolso de dinheiro para colocar combustível nesse veículo, significa
despesa.

Podemos dividir as despesas operacionais em três grupos distintos:

- Despesas com Vendas: São todos os gastos relacionados diretamente


com o processo de venda dos produtos ou serviços da empresa. Como
exemplo, podemos citar as comissões sobre vendas, divulgação dos
produtos ou serviços, aluguéis de veículos, provisão para devedores
duvidosos, entre outros.

- Despesas Administrativas: São os gastos realizados para administrar e


manter a empresa funcionando. Como exemplo, podemos citar a folha de
pagamento, material de expediente, seguros, combustíveis, manutenção de
veículos, assinatura de jornais, depreciação de equipamentos, entre outros.

- Despesas Financeiras: São os gastos para remunerar os capitais de


terceiros, tais como juros pagos, comissões bancárias, correção monetária
pré-fixada, juros de mora pagos, entre outros.

O que são custos?

Os custos, assim como as despesas, são gastos. No entanto, os


custos estão relacionados com a fabricação ou revenda de produtos e
prestação de serviços. Desta forma, podemos concluir que custo é todo
desembolso financeiro que a empresa tem para colocar seu produto à

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disposição de seus clientes, fabricando-o ou apenas revendendo-o ou ainda,


de prestar seu serviço oferecido com qualidade.

Apenas como observação importante, vale reafirmar que o conceito


de custo está relacionado diretamente com o processo produtivo. Assim,
qualquer gasto que não esteja relacionado com a produção, não deve ser
considerado custo, mas sim despesa.

Podemos apurar os custos de uma empresa da seguinte forma:

Custos Diretos – São os custos que estão ligados diretamente a cada


serviço ou produto, ou seja, tem seu valor definido na produção ou no
desenvolvimento do serviço, de forma a não necessitarem de rateio para
serem atribuídos ao produto, uma vez que são incluídos diretamente no
cálculo do produto.

Exemplos:

- Mão de obra direta


- Matéria prima usada na fabricação do produto.

Custos Indiretos – São os custos que dependem da adoção de algum critério


de rateio. Trata-se de um custo comum a diferentes tipos de bens, sem que
se possa separar ou identificar especificamente a parcela referente a cada
um deles, no momento de sua ocorrência.

Exemplos:

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- Mão de obra indireta, representada pelos empregados de


departamentos auxiliares.
- Materiais indiretos utilizados nas atividades auxiliares de produção
como graxas, lixas e lubrificantes.

Custos Fixos – São os custos que não variam ao longo do tempo. Qualquer
que seja o volume de produção ou de venda, os custos fixos serão os
mesmos.

Exemplos:

- Limpeza e Conservação.
- Aluguéis de Equipamentos e Instalações.
- Salários fixos (sem comissões).

Custos Variáveis – Como o próprio nome já diz, são os custos que variam
do aumento ou diminuição da produção ou atividade. Seus valores
dependerão do volume produzido ou vendido num determinado período.

Exemplos:

- Matérias-Prima
- Comissões de Vendas
- Insumos produtivos (Água, Energia)
- Embalagens
- Frete de entrega
- Impostos diretos de vendas

A seguir destacamos outros custos que são menos usuais, mas nem
por isso, menos importantes:

São os custos identificados com as diferentes funções


da empresa e se originam da utilização de Custeio por
Custos Responsabilidade. São os custos demonstrados após
Funcionais o Lucro Bruto Operacional na Demonstração de
Resultados do Exercício.
Custo Primário Representado pela soma do custo de mão de obra
direta e de material direto ou matéria-prima.
É o valor do benefício que se deixa de receber,
Custo quando em um processo de decisão, se opta por
Oportunidade determinado investimento em detrimento de outro,
sendo os benefícios das alternativas rejeitadas o custo
oportunidade da alternativa escolhida.
Conceito de custo ligado à Economia que significa a
Custo Marginal parcela de acréscimo no custo total por cada unidade
adicional produzida.
Fonte: http://pt.shvoong.com/exact-sciences/1669381-custos/

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Vale novamente atentar para as diferenças entre custos e despesas.


Apesar de muitas pessoas ainda acharem que são palavras sinônimas, na
verdade, como já dissemos, são termos completamente diferentes.

Apenas para ressaltar a importância de se compreender a fundo essa


diferença, para o sucesso na continuidade do curso, observe a tabela
abaixo:

DESPESA CUSTO

Despesas devem ser Já os custos representam os


interpretadas como o gasto com a gastos necessários para atender
atividade-meio, ou seja, são uma necessidade da atividade-fim,
gastos relativos à administração ou seja, todos os gastos relativos
do negócio e não geram nenhuma ao processo de produção ou
receita ou lucro para a empresa. fabricação.

O que são depreciação, amortização e exaustão?

Assim como receitas custos e despesas, esses três temas também


são importantes para o estudo da contabilidade. Vamos a eles:

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Depreciação

Podemos conceituar depreciação como a perda de valor que os bens


sofrem ao longo do tempo, por força de seu uso, ou seja, é a diminuição do
valor dos bens corpóreos que integram o ativo permanente de uma empresa,
em decorrência de desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza
ou obsolescência.

Se a depreciação ocorre em bens utilizados no processo de produção,


ela será considerada um custo e, quando ocorre com os demais bens do
patrimônio, deve ser considerada despesa operacional.

Apenas para reforçar o entendimento, apresentaremos a seguir


alguns exemplos de bens que podem ser depreciáveis:

- Edifícios e construções (a partir da conclusão e início de utilização, o


valor da edificação deve ser destacado do valor do terreno);

- Bens móveis e imóveis utilizados no desempenho de atividades de


contabilidade;

- Os bens imóveis utilizados como estabelecimento da administração;

- Os bens móveis utilizados nas atividades operacionais, instalados


em estabelecimento da empresa;

- Os veículos do tipo caminhão, caminhonete de cabine simples ou


utilitários utilizados no transporte de mercadorias e produtos adquiridos para
revenda, de matéria-prima, produtos intermediários e de embalagem
aplicados a produção;

- Os veículos do tipo caminhão, caminhonete de cabine simples ou


utilitário, as bicicletas e motocicletas utilizadas pelos cobradores,
compradores e vendedores, nas atividades de cobrança, compra e venda,
bem como os utilizados nas entregas de mercadorias;

- Os veículos utilizados no transporte coletivo de empregados;

Destacamos também, alguns exemplos de bens não depreciáveis:

- Terrenos, salvo em relação a melhoramentos ou construções;

- Prédios ou construções não alugados nem utilizados pelo


proprietário na produção dos seus rendimentos ou destinados a revenda;

- Bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como as


obras de arte ou antiguidades;

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- Bens para os quais sejam registradas cotas de exaustão.

Amortização Contábil

Não se trata aqui daquela amortização financeira em que se extingue


uma dívida com pagamentos periódicos. A amortização que iremos
conceituar é a contábil, ou seja, aquela em que ocorre uma eliminação
gradual e periódica do ativo de uma empresa.

Conforme a Receita Federal a amortização contábil Consiste na


"recuperação contábil" do capital aplicado na aquisição de direitos, cuja
existência ou exercício tenha duração limitada, ou de bens, cuja utilização
pelo contribuinte tenha o prazo limitado por lei ou contrato, e dos custos,
encargos ou despesas, registrados no ativo diferido, que contribuirão para a
formação do resultado de mais de um período de apuração.

Porém, algumas hipóteses impedem que haja esta recuperação


como:

a) Bens intangíveis ou direitos de uso;

b) Investimento em bens que, nos termos da lei ou contrato que


regule a concessão de serviço público, devem reverter ao poder concedente,
ao final do prazo de concessão;

c) Direitos autorais, licenças, autorizações para exploração de


determinada atividade econômica, concessões para exploração de serviços
públicos, bem como o custo de aquisição, prorrogação ou modificação de
contratos de qualquer natureza, inclusive de exploração de fundos de
comércio;

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d) Custo das construções e benfeitorias em bens locados, arrendados


ou cedidos por terceiros;

e) O valor dos direitos contratuais de exploração de florestas.

DEPRECIAÇÃO AMORTIZAÇÃO

A depreciação incide sobre os A amortização relaciona-se com a


bens físicos de propriedade do diminuição de valor dos direitos (ou
próprio contribuinte. despesas diferidas) com prazo
limitado (legal ou contratualmente).

Exaustão

Exaustão é a perda de valor de imobilizações suscetíveis de


exploração que se esgotam ao longo do tempo. Como exemplo, destacamos
as reservas vegetais e minerais.

DEPRECIAÇÃO AMORTIZAÇÃO

A depreciação causa a perda de A exaustão causa a perda de valor


valor pelo uso. pela exploração.

Unidade 2 – Abertura e encerramento de empresas

Olá,

Para que um escritório contábil tenha sucesso, é preciso que tenha


clientes. Para poder formalizar esse cliente, em muitos casos, o escritório de
contabilidade deverá cuidar da abertura do negócio.

Assim, será seu papel, em parceria com o dono do negócio, avaliar


qual o tipo de empresa a ser aberto, qual regime tributário seguir para
reduzir a carga tributária desse cliente, cuidar de sua certificação digital e
por fim, deixar a empresa funcionando corretamente.

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Por outro lado, poderão ocorrer situações em que um cliente busque o


escritório de contabilidade apenas para ajudá-lo a formalizar o fechamento
de um negócio que não deu certo.

Portanto, além de todos os cuidados para realizar a abertura do


negócio, também apresentaremos um passo a passo para que o contabilista
consiga realizar o encerramento da empresa junto aos órgãos competentes
para isso.

Bom estudo.

2.1 – Tipos de empresas

Para realizar a contabilidade de um negócio, é importante conhecer o


tipo de empresa de seu cliente. Neste sentido, passamos a apresentar os
tipos de empresas previstos pelo Novo Código Civil.

É importante ressaltar que empresa é uma organização econômica


que pode ser exercida tanto individualmente como de forma coletiva,
oferecendo produtos ou serviços ao mercado, com o objetivo de gerar
lucros.

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Como dissemos, o novo Código Civil trouxe uma nova distribuição


mudando a classificação que se baseava na atividade desenvolvida e nos
aspectos econômicos de sua atividade. Assim, se seu cliente não possuir
sócios, deverá ser enquadrado como Empresário ou Autônomo, por outro
lado, caso prefira se reunir com outras pessoas, nestes casos chamados de
sócios, deverá ser enquadrado como sociedade, seja ela Sociedade
Empresária ou Sociedade Simples.

1) Empresário

Segundo o novo Código Civil, o termo Empresário recebe a seguinte


definição:

“Art. 966. Considera-se empresário quem exerce


profissionalmente atividade econômica organizada para
a produção ou a circulação de bens ou de serviços.”

Logo, podemos concluir que todos os indivíduos que não queiram


estabelecer sociedade, mas que queiram exercer profissionalmente uma
atividade econômica devem ser considerados como empresários e devem
ter sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis.

Da mesma forma, por ser equiparado à pessoa jurídica, deve realizar


sua inscrição no CNPJ e recolher os tributos existentes, como qualquer outro
tipo de empresa.

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2) Autônomo

A lei não traz uma definição expressa do que seja o autônomo, no


entanto, podemos concluir que os profissionais que não se enquadram como
empresários, mas que trabalham individualmente de forma organizada e
legal são classificados como autônomos.

Desta forma, definimos autônomo como sendo uma pessoa física que
presta serviços de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou
mais empresas, sem relação de emprego.

Por não estabelecer vínculo de emprego e prestar os serviços por


conta própria, este tipo de profissional assume todos os riscos de sua
atividade. Se por um lado não se subordina a qualquer empresa, não tem
horário fixo e muito menos patrão, por outro lado, sofre prejuízos por não ter
direito ao recebimento de gratificações como 13º. Salário ou férias e nem a
verbas rescisórias, no caso de um encerramento de trabalho.

No entanto, ainda é comum esses profissionais trabalharem de


maneira informal, completamente desprotegido dos benefícios oferecidos
pelo governo. Para mudar essa visão e tirar esses profissionais da
informalidade, criou-se a figura do Empreendedor Individual, como veremos
a seguir.

3) Empreendedor Individual

Esta é uma figura recente, mas que já começa a ganhar espaço nos
escritórios de contabilidade. O empreendedor individual pode ser definido
como uma pessoa, considerada autônoma ou que trabalhava de maneira
informal, mas que gostaria de trabalhar de maneira formal dentro dos
preceitos legais. Assim, passa a atuar como um pequeno empresário.

Porém, há alguns requisitos que devem ser observados para se tornar


um empreendedor individual:

- Ter faturamento anual de no máximo R$ 36.000,00, ou seja, R$


3.000,00 por mês.

- Não ser sócio em outras empresas.

- Ter no máximo um empregado contratado recebendo um salário


mínimo ou o piso da categoria.

Atendendo a esses requisitos, a pessoa poderá emitir o CNPJ, de


forma gratuita, tornando-se assim, uma empresa e participando de todos os
benefícios oferecidos pela Lei Complementar nº. 128/2008.

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Entre os principias benefícios, podemos destacar:

Documentação sem burocracia – Tanto emissão de CNPJ quanto


liberação de alvarás de funcionamento, poderão ser conseguidos de forma
mais rápida e gratuita. O que levaria em média 120 dias pode ser
conseguido na hora através do cadastro no Portal do empreendedor. Claro
que esse documento emitido na hora é provisório e servirá até a emissão do
alvará definitivo em aproximadamente 80 dias, caso não haja impedimentos.

Benefícios fiscais – Além de pagar menos taxas que uma empresa normal,
o empreendedor individual, não precisa contar com um contador para
organizar o negócio. Existe a possibilidade de assessoria gratuita de um
profissional credenciado pelo governo.

Encargos trabalhistas – Os custos de encargos trabalhistas são muito


menores se comparados com empresas. Deve recolher apenas o FGTS e
INSS, ficando isento dos tributos federais como IRPJ, COFINS, entre outros.

Proteção previdenciária – Ao formalizar o negócio, o empreendedor passa


a ficar protegido pela previdência social, no caso de acidentes, doenças,
aposentadoria ou morte.

Controle simplificado – Não há necessidade de elaboração de livro caixa


mensal para comprovar o faturamento da empresa. Basta um relatório
mensal com a apuração das notas fiscais emitidas para comprovar que não
ultrapassou o limite de R$ 36 mil.

4) Sociedade Empresária

Diferente do Empresário ou Autônomo, a Sociedade Empresária é


uma pessoa jurídica de direito privado que se constitui quando duas ou mais
pessoas se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de
atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados (art. 46 e art. 981
do Novo Código Civil).

Na prática, nada mais é do que a união de duas ou mais pessoas com


os mesmos propósitos e objetivos para montar um negócio e buscar o lucro,
dividindo entre si tanto as obrigações quanto seus direitos.

Importante ressaltar que nesta nova modalidade, não existe mais a


figura do sócio-gerente ela foi substituída pelo administrador que continua
sendo o representante legal da empresa.

Seu registro é obrigatório e deve ser realizado no Registro Público de


Empresas Mercantis (Junta Comercial) de cada Estado, antes do início das
atividades.

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Os tributos são os mesmos como de qualquer outra sociedade,


podendo variar de acordo com o regime estipulado para o ramo de atividade
e com o faturamento da empresa, na esfera federal, estadual e municipal.

Tanto as sociedades empresárias quanto as sociedades simples,


dividem-se ainda em várias espécies, como veremos a seguir:

Sociedade em Nome Coletivo

É o tipo de sociedade que aceita apenas pessoas físicas como sócias,


ou seja, não é permitido que outras empresas façam parte de seu quadro
societário. Neste tipo de comunidade os sócios respondem solidária e
ilimitadamente pelas dívidas da sociedade de forma pessoal (com seu
próprio patrimônio), subsidiária (a responsabilidade dos sócios é sempre em
grau subsidiário), solidária (os credores podem exigir a integralidade de seus
créditos de qualquer um dos sócios) e ilimitada.

Sociedade em Comandita Simples

Este tipo de sociedade é composta por dois tipos de sócios:

Comanditados – pessoas físicas que respondem solidária e


ilimitadamente pelas obrigações da empresa. É a figura do dono que
administra o negócio e se associa tanto com capital quanto com trabalho.

Comanditários – são pessoas físicas ou jurídicas que respondem


somente pelo valor de suas quotas. Estes sócios entram apenas com a
integralização do capital e não desenvolvem qualquer atividade na empresa
e muito menos qualquer direito de opinar sobre a administração do negócio.
Por este motivo, respondem apenas até o limite de suas quotas.

Importante ressaltar que a discriminação de cada classe de sócios


deverá estar presente no contrato social da empresa.

Sociedade Limitada

É o modelo de sociedade empresária mais tradicional e o mais


utilizado por empreendedores que estão iniciando um negócio. Como o
próprio nome diz, a responsabilidade é restringido até o limite das cotas de
cada sócio. Porém, todos devem integralizar o capital social.

A sociedade será administrada por uma ou mais pessoas, podendo


ser sócios ou não. Em qualquer uma das opções, os administradores
deverão ser designados no contrato social ou em ato separado.

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Sociedade Anônima

A sociedade anônima, também chamada de companhia, é regida por


lei específica (Lei no. 6.404/76). Neste tipo societário, o capital é dividido em
ações e a responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço da
emissão das ações subscritas ou adquiridas.

Sociedade em Comandita por Ações

Assim como a sociedade anônima, a sociedade em comandita por


ações também tem seu capital dividido, regendo-se pelas mesmas normas
da sociedade anônima.

Porém, existem algumas diferenças como:

1) A sociedade adotará como nome empresarial firma ou denominação;


2) Somente o sócio (acionista) tem qualidade para administrar a
sociedade;
3) Como diretor, o sócio responderá subsidiariamente e de forma
ilimitada pelas obrigações sociais;
4) Se houver dois ou mais diretores, estabelecer-se-á a solidariedade
entre eles;
5) A nomeação dos diretores se materializa no estatuto social;
6) O prazo de gestão é indeterminado;

5) Sociedade Simples

O Novo Código Civil define Sociedade Simples como sendo aquelas


organizações formadas por pessoas que exercem profissão intelectual, de
natureza científica, literária ou artística.

Muito parecida com a sociedade empresária, tendo como principal


diferença o fato de ter como objetivo, apenas a prestação de serviços
relacionados à habilidade profissional e intelectual de seus sócios. Ou seja,
este tipo de sociedade não admite o enquadramento de atividades de
comércio e indústria.

Como exemplo de sociedades simples, podemos citar as


cooperativas, certas sociedades dedicadas a atividades agrícolas ou pastoris
e sociedades de advogados.

Diferente da Sociedade Empresária, o registro da Sociedade Simples deve


ser realizado no Cartório de Registro de Títulos e Documentos das Pessoas

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Jurídicas do local de sua sede e não na Junta Comercial como as


sociedades empresárias.

Porém, os tributos seguem o mesmo padrão das sociedades empresárias,


podendo variar de acordo com o regime estipulado para o ramo de atividade
e com o faturamento da empresa, na esfera federal, estadual e municipal.

As sociedades simples, além das espécies Sociedade em Nome


Coletivo, Sociedade em Comandita Simples e Sociedade Limitada, já
observadas na sociedade empresária, poderão estabelecer também a
Cooperativa.

Cooperativa

Trata-se de uma sociedade de pessoas, regida por lei específica (Lei


no. 5.764/71), de natureza civil, não sujeita à falência, constituída para
prestar serviços aos seus associados.

Entre as suas características, destacamos:

1) Variabilidade ou dispensa de capital social;


2) Limitação do valor das quotas do capital social que cada sócio
poderá deter;
3) Direito de cada cooperado a um só voto nas deliberações;
4) Indivisibilidade do fundo de reserva;

2.2 – Regime Tributário

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No Brasil, podemos observar três tipos de regimes tributários: o Lucro


Real, o Lucro Presumido e o Simples.

Apresentaremos a seguir alguns detalhes de cada uma dessas


opções, cabendo ao contador, junto com o empresário, decidirem pelo
regime que melhor atenda o negócio de seu cliente.

Empresa optante pelo Lucro Real

O termo “Lucro Real” significa que o lucro gerado pela empresa, será
tributado. Para a legislação do imposto de renda, é o lucro líquido apurado
dentre de determinado período, ajustado por adições, exclusões ou
compensações autorizadas pela legislação fiscal. De maneira mais didática,
é o lucro obtido pela empresa, já descontados os custos e despesas do
negócio.

Entre as vantagens podemos destacar que, se a empresa sofrer


prejuízo, não haverá tributação, uma vez que não houve lucro. Já como
desvantagens, se houver alguns picos de lucros, os impostos serão maiores.

Um ponto que pode ser considerado por alguns como vantagem e por
outros como desvantagem é que na tributação pelo lucro real, há uma
exigência enorme nos controles e na contabilidade da empresa, uma vez
que algumas despesas não são consideradas como dedutíveis para o
cálculo dos impostos.

Empresa optante pelo Lucro Presumido

O termo “Lucro Presumido”, como o próprio nome sugere, é um


regime de tributação, onde o valor a ser tributado é calculado de forma
presumida, ou seja, não se leva em consideração o lucro gerado pelo
negócio. Desta forma, os impostos incidirão sobre uma porcentagem pré-
definida pelo governo.

Importante salientar que para ser enquadrada neste regime, a


empresa não poderá ter receita bruta anual superior a R$ 48.000.000,00
(quarenta e oito milhões de reais).

Importante lembrar também que nem todas as empresas estão aptas


a serem enquadradas no regime por lucro presumido. Há uma categoria de
empresas que são obrigadas a seguirem o lucro real, ainda que sua receita
bruta esteja dentro desse limite, entre elas, podemos destacar empresas
cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos,
bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito,
financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, entre outras,
empresas que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do

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exterior e empresas que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de


benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto.

Como dissemos, as porcentagens pré-definidas pelo governo são as


seguintes:

- 1,6%, no caso de revenda de combustíveis derivados de petróleo, álcool


etílico carburante e gás natural;

- 8%, no comércio, indústria, serviços hospitalares e de transporte de carga


e atividades imobiliárias;

- 16%, nos demais serviços de transporte ou para a empresa exclusivamente


prestadora de serviços com receita bruta anual até R$ 120.000,00, exceto os
de profissão regulamentada;

- 32%, nos serviços em geral.

Entre suas vantagens, podemos destacar as empresas que


apresentam margens de lucro superiores às definidas. Já como
desvantagem, esta modalidade não permite a recuperação de crédito do PIS
e COFFINS no sistema não cumulativo.

Empresa optante pelo Simples Nacional

Simples - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e


Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – é o
nome dado ao sistema de tributação simplificada criado em 1996, chamado
de Simples Federal, substituído em 2007 pelo Simples Nacional criado
pela Lei Complementar 123/06, com o objetivo de facilitar o recolhimento de
contribuições das microempresas e empresas de pequeno porte, tanto no
âmbito federal (como era o Simples Federal) quanto no estadual, através do
(ICMS) e municipal (através do ISS).

Para ter o benefício desse regime tributário, a microempresa não


pode ter faturamento superior a R$ 240 mil reais ao ano e as empresas de
pequeno porte não podem ter faturamento superior a R$ 2,4 milhões ao ano.

A grande vantagem do Simples Nacional é que apenas um


documento de arrecadação permite o recolhimento de vários impostos, entre
eles:

 Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);


 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS);

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 Contribuição para o PIS/PASEP;


 Contribuição Patronal Previdenciária (CPP);
 Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e
Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS);
 Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

Como desvantagem, as empresas enquadradas no Simples podem


ter dificuldade em realizar negócios com empresas de grande porte, uma vez
que estas, não terão os créditos gerados pelo ICMS.

Vale lembrar ainda que estão previstas para os próximos meses,


alterações na legislação do Simples. Como um bom contabilista, temos
certeza que você estará ligado nesses acontecimentos.

2.3 – Formas de tributação

De acordo com o Código Tributário Nacional Brasileiro, podemos


conceituar tributação da seguinte forma:

"toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou


cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente
vinculada".

De forma mais simples, a palavra tributo parte do radical latino


“tribuire” que significa “distribuir”. Assim, tributar é repartir entre os entes da
comunidade os ônus da satisfação das necessidades coletivas. Em outras
palavras, são valores pagos a União, Estados e Municípios, em moeda
corrente (dinheiro), de forma compulsória, ou seja, sem disposição de
vontade do contribuinte, por pessoas físicas e jurídicas, para atender os
custos de manutenção do Estado.

Classificação dos tributos

Os tributos recebem a seguinte classificação:

Tributo Direto – São aqueles em que o contribuinte é o único responsável


pelo pagamento do tributo, ou seja, uma única pessoa é responsável pelo
cumprimento de todas as obrigações tributárias previstas em lei. Exemplo:
Imposto de Renda por declaração.

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Tributo Indireto – Trata-se da relação jurídico-tributária que se estabelece


entre o Estado e o contribuinte, no qual este paga o tributo correspondente e
pode se ressarcir cobrando de terceiros, através da inclusão do valor pago
de imposto, no preço final de seu produto ou serviço. Exemplo: IPI e ICMS.

Tributo Real – É o tributo que incide sobre bens e serviços. Exemplo: IPVA
e ISS

Tributos Proporcionais – São caracterizados pela incidência de uma única


percentagem sobre o valor da matéria. Exemplo: ITBI

Tributos Progressivos – São caracterizados pelos impostos de alíquotas


fixadas em percentagens variáveis e crescentes. Exemplo: IRPF

Tipos de tributos

A grande maioria da população brasileira acredita que tributo é


sinônimo de “impostos”. Contudo, é o gênero do qual o imposto é espécie,
ou seja, o imposto é apenas uma espécie de tributo do qual ainda fazem
parte as taxas e as contribuições, como veremos a seguir:

Impostos – Trata-se de um tributo não vinculado, ou seja, é devido pelo


contribuinte e deve ser pago de forma compulsória independente de
qualquer contraprestação por parte do Estado. Exemplo: O pagamento do
IPVA que é um imposto sobre a posse de automóvel, não garante que este
valor seja revertido para melhorias das ruas ou rodovias.

Taxas – São tributos pagos em contrapartida a execução de serviços


públicos prestados ou colocados à disposição do contribuinte. As taxas
também estão relacionadas ao poder de polícia exercido pela administração
pública. Exemplo: taxa de bombeiro ou taxa do lixo que era cobrada na
cidade de São Paulo.

Contribuições Sociais – Trata-se de contribuições que tem por finalidade


garantir a seguridade social. Exemplo: PIS, COFINS, CSLL.

Contribuições de Melhoria – São tributos cobrados de contribuintes que,


em razão de obras e serviços públicos, acarretem uma valorização de seus
imóveis. Em outras palavras, trata-se de uma contribuição para custear
obras públicas que venham a valorizar os imóveis daquela região.

Empréstimo Compulsório – São valores cobrados de contribuintes,


mediante lei complementar para realização de obras de caráter emergencial

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decorrentes de calamidade pública ou guerra externa, que demande


relevante interesse nacional.

Tributos cobrados de empresas

A seguir destacamos os principais tributos cobrados de empresas no


Brasil. O contabilista deve estar atento para acompanhar o enquadramento
das empresas de seus clientes, de forma a buscar a melhor opção para
redução desses encargos.

Tributos de âmbito federal

Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ)

Trata-se de um imposto cobrado sobre o produto do capital produzido


pelas empresas, dividindo-se em três tipos básicos:

Lucro Real – Apura-se um balanço contábil e sobre o lucro, se houver,


aplica-se a alíquota de 15%. É mais usado nas empresas de maior porte.

Lucro Presumido – Sobre o faturamento, aplica-se uma alíquota que varia de


1,6% a 32%. Aplicando esta alíquota você obtém o lucro presumido e, em
seguida aplica outra alíquota, de 15%, obtendo então o imposto que deve
pagar.

Lucro Arbitrado – É usado quando não se pode provar o faturamento da


empresa. Ex.: documentos destruídos por causa de incêndios, inundações,
entre outros.

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)

É uma contribuição destinada ao financiamento da Seguridade Social.


É uma contribuição disciplinada pela Lei nº. 7.689/88 e que incide sobre as
empresas optantes pelo sistema de Lucro Presumido ou Lucro Real.

Programa de Integração Social (PIS/PASEP)

Trata-se de uma contribuição social devida pelas empresas, que tem


por finalidade financiar o pagamento do seguro-desemprego e do abono
para os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos. Foi instituído
sob a égide de promover a integração do empregado na vida e no
desenvolvimento das empresas.

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Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)

É uma contribuição que incide sobre a receita bruta das empresas


para garantir e financiar a seguridade social.

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

Trata-se de um imposto que incide sobre produtos nacionais e


importados e tem o poder de fiscalizar e controlar a sua venda, como no
caso de redução para aumentar a venda de veículos zero quilometro e
eletrodomésticos ou no caso de aumento para dificultar a venda de cigarros.

Tributos de âmbito estadual

Imposto sobre Circulação de Mercadorias e serviços (ICMS)

É um imposto que incide sobre a circulação de mercadorias,


prestações de serviços de transporte interestadual, ou intermunicipal, de
comunicações e de energia elétrica.

Tributos de âmbito municipal

Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)

É um imposto municipal que incide sobre a prestação de serviços de


atividades especializadas, desempenhadas por empresas ou profissionais
autônomos.

Importante ressaltar que destacamos apenas os tributos que


entendemos serem os mais importantes. A carga tributária cobrada das
empresas é muito maior que outros impostos e contribuições que, devido a
sua complexidade, devem ser estudados em momento apropriado.

2.4 – Certificação Digital

Hoje, todas as empresas precisam apresentar certificado digital para


poderem funcionar adequadamente e dentro da legislação vigente. O
Certificado Digital é uma credencial que identifica a empresa e permite que
ela se comunique e efetue transações na internet de forma mais rápida,
sigilosa e com validade jurídica.

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O que de fato nos interessa, são os certificados digitais da Receita


Federal.

O e - CPF e o e - CNPJ são os principais certificados digitais que


podem ser usados para acessar todos os serviços online que envolvem
sigilo fiscal no Brasil e que estão disponíveis no e-CAC, Centro Virtual de
Atendimento ao Contribuinte desde 2002 e sua função principal é identificar
o contribuinte em transações via Internet.

Através dos certificados digitais, é possível obter cópia de


declarações e de pagamentos, realizar retificação de pagamentos, negociar
parcelamento de dívidas fiscais, pesquisar a situação fiscal, realizar
transações relativas ao Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex)
e alterar dados cadastrais.
Observe na tabela abaixo os serviços disponíveis através dos
certificados da Receita Federal:

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O que é possível fazer com o e-CPF e o e-CNPJ


Área Serviço disponível
Atendimento Agendamento online
Dados cadastrais: consulta,
Cadastros CPF
alterações gerais e de endereço.
Consulta integral da declaração,
Declaração de IR
cópia da declaração.
Declarações e
Relação de declarações entregues.
demonstrativos - PF
Declarações e
Relação de declarações entregues.
demonstrativos - PJ
Opção pelo recebimento da
Legislação
legislação diária do Sijut.
Retificação de Darf
Pagamentos Cópia de Darf (comprovante de
arrecadação)
Parcelamento Parcelamento geral.
Pesquisa de situação fiscal
Pesquisa dos rendimentos
Pesquisa
informados pelas Fontes Pagadoras
(beneficiário PF e PJ)
Cadastro de representantes legais
Exportação
Mantra
Siscomex
Importação
Trânsito aduaneiro
Internação Zona Franca de Manaus.
Caixa Postal
Outros Termo de opção pelo Recob
Procuração eletrônica

2.5 – Passo a passo para abertura da empresa junto aos órgãos


públicos

Um dos trabalhos mais comuns realizados por contabilistas é a


abertura e encerramento de empresas.

Lembramos que o processo de abertura é muito parecido entre os


vários tipos de empresa, por isso, optamos por apresentar um passo a passo

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que seja o mais próximo entre todos os tipos, podendo apresentar pequenas
variações entre um ou outro caso.

Passo 1 – Ações preliminares.

Sempre que um novo empreendedor identifica uma oportunidade para


montar um negócio, principalmente aquele que está realizando sua primeira
incursão no campo do negócio próprio, é comum, diante de tamanha
empolgação, se esquecer de pequenos detalhes que podem fazer a
diferença lá na frente.

Por esse motivo, é importante o contabilista estar atento a algumas


precauções como:

a) O contabilista pode ajudar seu cliente com informações importantes


sobre o local em que deseja montar o seu negócio. Assim, pode lembrar seu
cliente de se preocupar com a localização, movimentação de pessoas que
podem se tornar clientes, facilidade de acesso, risco de enchentes e feiras
livres em frente ao local, entre outros.

b) Orientar seu cliente quanto ao imóvel a ser comprado ou alugado.


Nesse sentido, pode ajudá-lo a verificar se esse imóvel possui habite-se, se
a atividade comercial a ser implantada, respeita a lei de zoneamento da
cidade, se o proprietário do imóvel não possui problemas judiciais que
possam levar tal imóvel para uma disputa judicial, entre outros.

c) Se for o caso, orientar o cliente sobre a importância de verificar


junto a órgãos do meio ambiente e vigilância sanitária, se o negócio em
questão pode ser exercido naquele local e quais as exigências para entrar
em funcionamento.

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d) Ajudá-lo a levantar todos os laudos necessários para os alvarás


para funcionamento do negócio.

e) Outras informações que se fizerem importantes para evitar


transtornos quando o negócio já estiver em funcionamento.

Passo 2 – Estabelecer com o cliente o tipo de empresa a ser aberta.

O contabilista deve auxiliar seu cliente a escolher o tipo de empresa


que melhor atenda às suas necessidades. Para tanto, o cliente deverá já ter
decidido de abrirá o negócio sozinho ou se deseja ter sócios. Neste caso,
como vimos anteriormente, o contabilista poderá orientá-lo, sobre a melhor
espécie de empresa, ou seja:

1. Sociedade em Nome Coletivo;


2. Sociedade em Comandita Simples;
3. Sociedade em Comandita por Ações;
4. Sociedade Anônima;
5. Sociedade Limitada.

Vale ainda lembrar que se o cliente optar ou for levado a escolher, por
imposição legal, a Sociedade Simples, não poderá adotar as espécies
Sociedade Anônima ou Sociedade em Comandita por Ações, que são
exclusivas da Sociedade Empresária.

Passo 3 – Definir com o cliente a escolha da Razão Social e Nome


Fantasia.

Não pense que escolher um nome para a empresa é um processo dos


mais simples. É muito comum e ocorre com frequência, levar uma razão
social para registro e acabar descobrindo que aquele nome já existe.

Para evitar maiores transtornos, inclusive de frustrar seu cliente, peça


a ele que escolha entre três e cinco nomes na escala do preferido para o
menos preferido. Você poderá checar na Junta Comercial se a sequencia de
nomes iguais ou semelhantes já tem registro. É bem provável que um ou
outro já tenha, mas você terá opções para apresentar ao seu cliente e ele
definir qual deseja adotar para seu negócio.

Vale lembrar que é preciso orientá-lo também sobre o risco de cópia


de logotipos ou marcas já existentes. Isso é ilegal e pode levá-lo a processos
judiciais com sanções severas.

Lembre-se: A inscrição do nome da empresa no órgão de registro


assegura o seu uso exclusivo nos limites do respectivo estado.

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Passo 4 – Formalização dos documentos.

Para dar início ao processo de abertura da empresa, é preciso que


seu cliente providencie os seguintes documentos:

– Cópia do IPTU do imóvel que sediará o negócio;


– Contrato de locação do imóvel a ser usado para o negócio,
registrado no Registro de Títulos e Documentos (se o imóvel for alugado);
– Cópia autenticada do RG dos Sócios;
– Cópia autenticada do CPF/MF dos Sócios;
– Cópia autenticada do comprovante de endereço dos Sócios;
– Comprovante de entrega das 5 (cinco) últimas Declarações do IRPF
dos Sócios;
– Se a atividade envolver prestação de serviços cuja profissão seja
regulamentada, verificar as exigências e formalidades do Conselho Regional
de referida profissão quanto à elaboração do Contrato Social, formação
societária e responsabilidades técnicas.

Passo 5 – Confecção do Contrato Social

Contrato Social é o documento que rege o funcionamento da


empresa. Nele serão registradas todas as informações referentes à
constituição do negócio bem como as normas e regras a serem observadas
e respeitadas.

Importante salientar que as Sociedades Anônimas ou Sociedades em


Comandita por Ações, não se confecciona um contrato social, mas sim, um
estatuto social.

A seguir, apresentaremos as cláusulas mais importantes que devem


estar previstas em um Contrato Social:

1) Tipo de sociedade;
2) Qualificação completa dos sócios;
3) Nome empresarial (firma ou denominação social);
4) Objeto social;
5) Capital social;
6) Quota de cada sócio no capital social;
7) Responsabilidade dos sócios (Sociedade Limitada);
8) Se os sócios respondem ou não, subsidiariamente, pelas
obrigações sociais (se for Sociedade Simples);
9) Nomeação do administrador e seus poderes (em contrato ou em
ato separado);
10) Participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
11) Sede e foro;
12) Prazo de duração.

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MODELO BÁSICO DE CONTRATO SOCIAL DE SOCIEDADE LIMITADA


(de acordo com o Código Civil/2002)

CONTRATO DE CONSTITUIÇÃO DA “EMPRESA EXEMPLO OBJETO LTDA”


(denominação) ou “A & B LTDA” ou “A & CIA LTDA” (exemplo de firma ou razão
social)

Pelo presente Instrumento Particular de Contrato Social:

SÓCIO A, nacionalidade, estado civil (indicar o regime de bens - art. 977, da Lei n°
10.406/2002), data de nascimento (se solteiro), profissão, nº do CPF..................., nº do
RG ........................(se apresentado como documento de identificação: certificado de
reservista, carteira de identidade profissional, carteira de trabalho e previdência social,
carteira de habilitação, devendo ser indicado o seu número, órgão expedidor e a
Unidade da Federação onde foi emitida), residente e domiciliado
na................................... (tipo e nome do logradouro, nº, complemento, bairro/distrito,
município, UF e CEP),

SÓCIO B, nacionalidade, estado civil (indicar o regime de bens - art. 977, da Lei n°
10.406/2002), data de nascimento (se solteiro), profissão, nº do CPF..................., nº do
RG ........................(se apresentado como documento de identificação: certificado de
reservista, carteira de identidade profissional, carteira de trabalho e previdência social,
carteira de habilitação, devendo ser indicado o seu número, órgão expedidor e a
Unidade da Federação onde foi emitida), residente e domiciliado
na................................... (tipo e nome do logradouro, nº, complemento, bairro/distrito,
município, UF e CEP),

Têm entre si justa e contratada a constituição de uma sociedade limitada, nos termos
da Lei n° 10.406/2002, mediante as condições e cláusulas seguintes:

DO NOME EMPRESARIAL, DA SEDE E DAS FILIAIS

CLÁUSULA PRIMEIRA. A sociedade gira sob o nome empresarial................................


(denominação social, firma ou razão social). (art. 997, II, CC/2002)

CLÁUSULA SEGUNDA. A sociedade tem sede na (endereço completo: tipo e nome do


logradouro, número, complemento, bairro ou distrito, CEP, Município e Estado).

CLÁUSULA TERCEIRA. A sociedade poderá, a qualquer tempo, abrir ou fechar filial


ou outra dependência, mediante alteração contratual, desde que aprovado pelos votos
correspondentes dos sócios, no mínimo, a três quartos do capital social, nos termos do
art. 1.076 da Lei n° 10.406/ 2002.

DO OBJETO SOCIAL E DA DURAÇÃO

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CLÁUSULA QUARTA. A sociedade tem por objeto social a (industrialização, comércio,


produção, prestação de serviço etc - de quê?). (art. 997, II, CC/2002)
Declaração precisa e detalhada das atividades a serem desenvolvidas, mencionando gênero e espécie.
(art. 56, II, da Lei nº 8.884, de 11.7.94).Ver Código de Classificação de Atividades – CNAE – FISCAL
(www.cnae.ibge.gov.br)

CLÁUSULA QUINTA. A sociedade iniciará suas atividades na data do arquivamento


deste ato e seu prazo de duração é indeterminado. (art. 997, II, CC/2002)

DO CAPITAL SOCIAL E DA CESSÃO E TRANSFERÊNCIA DAS QUOTAS

CLÁUSULA SEXTA. A sociedade tem o capital social de R$..................................


(............................... reais), dividido em .............. quotas no valor nominal de R$
.............. (................ reais) cada uma, integralizadas, neste ato , em moeda corrente do
País, pelos sócios, da seguinte forma:

Sócio N° de Quotas % Valor R$


A
B
Total 100

CLÁUSULA SÉTIMA. As quotas são indivisíveis e não poderão ser cedidas ou


transferidas a terceiros sem o consentimento do(s) outro(s) sócio(s), a quem fica
assegurado, em igualdade de condições e preço direito de preferência para a sua
aquisição, se postas à venda, formalizando, se realizada a cessão delas, a alteração
contratual pertinente. (art. 1.056, art. 1.057, CC/2002)

CLÁUSULA OITAVA. A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas


quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. (art.
1.052, CC/2002)

DA ADMINISTRAÇÃO E DO PRO LABORE

CLÁUSULA NONA. A administração da sociedade


caberá................................................. com os poderes e atribuições de representação
ativa e passiva na sociedade, judicial e extrajudicialmente, podendo praticar todos os
atos compreendidos no objeto social, sempre de interesse da sociedade, autorizado o
uso do nome empresarial, vedado, no entanto, fazê-lo em atividades estranhas ao
interesse social ou assumir obrigações seja em favor de qualquer dos quotistas ou de
terceiros, bem como onerar ou alienar bens imóveis da sociedade, sem autorização
do(s) outro(s) sócio(s). (arts. 997, Vl; 1.013. 1.015, 1064, CC/2002)

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Parágrafo único. No exercício da administração, o administrador terá direito a uma


retirada mensal a título de pro labore, cujo valor será definido de comum acordo entre
os sócios.

OU

CLÁUSULA NONA. A administração da sociedade será de todos os sócios, em


conjunto ou separadamente, com os poderes e atribuições de representação ativa e
passiva na sociedade, judicial e extrajudicialmente, podendo praticar todos os atos
compreendidos no objeto social, sempre de interesse da sociedade, sendo vedado o
uso do nome empresarial em negócios estranhos aos fins sociais, nos termos do art.
1.064 da Lei n° 10.406/2002.

§ 1º Fica facultada a nomeação de administradores não pertencentes ao quadro


societário, desde que aprovado por dois terços dos sócios, nos termos do art. 1.061 da
Lei n° 10.406/ 2002.

§ 2º No exercício da administração, os administradores terão direitos a uma retirada


mensal, a título de pro labore, cujo valor será definido de comum acordo entre os
sócios.

DO BALANÇO PATRIMONIAL DOS LUCROS E PERDAS

CLÁUSULA DÉCIMA. Ao término de cada exercício social, em 31 de dezembro, o


administrador prestará contas justificadas de sua administração, procedendo à
elaboração do inventário, do balanço patrimonial e do balanço de resultado econômico,
cabendo aos sócios, na proporção de suas quotas, os lucros ou perdas apurados. (art.
1.065, CC/2002)

CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA. Nos quatro meses seguintes ao término do


exercício social, os sócios deliberarão sobre as contas e designarão administrador(es),
quando for o caso. (arts. 1.071 e 1.072, § 2o e art. 1.078, CC/2002)

DO FALECIMENTO DE SÓCIO

CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA. Falecendo ou interditado qualquer sócio, a


sociedade continuará sua atividade com os herdeiros ou sucessores. Não sendo
possível ou inexistindo interesse destes ou do(s) sócio(s) remanescente(s), o valor de
seus haveres será apurado e liquidado com base na situação patrimonial da sociedade,
à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado.

Parágrafo único. O mesmo procedimento será adotado em outros casos em que a


sociedade se resolva em relação a seu sócio. (arts. 1.028 e 1.031, CC/2002)

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DA DECLARAÇÃO DE DESIMPEDIMENTO

CLÁUSULA DÉCIMA TERCEIRA. O(s) Administrador (es) declara(m), sob as penas


da lei, que não está(ão) impedido(s) de exercer(em) a administração da sociedade, por
lei especial ou em virtude de condenação criminal, ou por se encontrar(em) sob os
efeitos dela, a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos,
ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato ou
contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra normas de
defesa da concorrência, contra as relações de consumo, fé pública ou propriedade.
(art. 1.011, § 1º, CC/2002)

DOS CASOS OMISSOS

CLÁUSULA DÉCIMA QUARTA. Os casos omissos no presente contrato serão


resolvidos pelo consenso dos sócios, com observância da Lei n° 10.406/2002.

DO FORO

CLÁUSULA DÉCIMA QUINTA. Fica eleito o foro de............. para o exercício e o


cumprimento dos direitos e obrigações resultantes deste contrato.

E, por estarem assim justos e contratados, lavram este instrumento, em 03 (três) vias
de igual forma e teor, que serão assinadas pelos sócios.
Recife, -- de --------- de 200- .

______________________________________________
SÓCIO A

______________________________________________
SÓCIO B

Visto ______________
Nome: OAB/------ ) (dispensado para o contrato social de microempresa e de empresa de

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pequeno porte)

Testemunhas: opcional

_________________________________________ ______________________________________
Nome, Identidade, Org. Exp. e UF Nome, Identidade, Org.
Exp. e UF

Observações:
1. Inserir cláusulas facultativas desejadas.
2. Assinatura dos sócios ou dos seus procuradores no fecho do contrato social, com a reprodução de seus
nomes: Observação: sócio menor de 16 anos, o ato será assinado pelo representante do sócio; sócio maior
de 16 e menor de 18 anos, o ato será assinado, conjuntamente, pelo sócio e seu assistente;
3. Visto de advogado: visto/assinatura de advogado, com a indicação do nome e o do numero de
inscrição na OAB/Seccional. O visto é dispensado para o contrato social de microempresa e de empresa
de pequeno porte, conforme art. 6º, parágrafo único, da Lei nº 9.841/.99
4. Rubricar as demais folhas não assinadas, conforme art. 1º, I, da Lei 8.934/94).
5. Assinatura das Testemunhas (facultativa): serão grafadas com a indicação do nome do signatário, por
extenso e de forma legível, com o numero da identidade, órgão expedidor e UF.
6. O documento não pode conter rasuras, emendas ou entrelinhas. (deletar)
7. Inserir cláusulas facultativas desejadas.

Fonte: www.jucepe.pe.gov.br

Passo 6 – Registro da empresa

O registro é o momento em que sua empresa ganha forma e corpo,


tornando-a apta para atuar no mercado. Ou seja, o registro é o nascimento
do negócio de seu cliente.

Para realizar o registro é preciso cumprir algumas exigências que


podem variar de acordo com alguns aspectos do negócio, como ramo de
atividade, tipo de empresa, região geográfica e outras situações que podem
acelerar ou retardar todo o processo burocrático de abertura.

De qualquer forma, apresentaremos o processo básico que


geralmente é exigido em todas as situações, no Estado de São Paulo.
Assim, como procedimento você deverá observar:

Na abertura de Sociedade Empresária

1) Registro na Junta Comercial - O Contrato Social deve ser


elaborado em 3 (três) vias, com todas as folhas rubricadas e a última folha
assinada pelos sócios, testemunhas e pelo advogado responsável por sua
elaboração. Este contrato deverá ser entregue na Junta Comercial
juntamente com os demais documentos exigidos pelo órgão.

2) Inscrição na Receita Federal - Todas as pessoas jurídicas,


inclusive as equiparadas como o empresário, estão obrigadas a realizar a

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sua inscrição na Receita Federal com o objetivo de obter o seu Cadastro


Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).

3) Inscrição na Secretaria da Fazenda - O Registro na


Secretaria da Fazenda, destina-se às empresas que deverão contribuir com
o ICMS e que necessitam de inscrição estadual (IE). Constitui-se
contribuinte de ICMS, qualquer pessoa, natural ou jurídica, que de modo
habitual ou em volume que caracterize intuito comercial, realize operações
relativas à circulação de mercadorias ou preste serviços de transporte
interestadual ou intermunicipal ou de comunicação (art. 9º do RICMS).

4) Inscrição na Prefeitura Municipal - Estão sujeitos à inscrição no


Cadastro de Contribuintes Mobiliários do Município de São Paulo:

– As pessoas físicas e jurídicas estabelecidas no Município;


– As pessoas que, embora não estabelecidas, exerçam atividades no
Município, sem relação de emprego (exceto trabalhadores avulsos, diretores
e membros do Conselho Consultivo e Fiscal de sociedades);
– Aqueles que, residentes ou domiciliados no Município, prestam
serviços fora dele, sem estabelecimento no local da prestação;
– Os que fazem qualquer espécie de anúncio ou exploram ou utilizam
a divulgação de anúncios de terceiros.

Registro como Empresário

Se o seu cliente não deseja ter sócios, você deve seguir os mesmos
passos relacionados ao processo de constituição de uma sociedade
empresária, entretanto sem apresentar contrato social, mas uma declaração
própria exigida pela Junta Comercial.

A Junta Comercial do Estado de São Paulo - JUCESP, disponibiliza


em seu site (www.jucesp.sp.gov.br), o programa Cadastro Digital que
permite ao usuário gerar todas as informações cadastrais relativas aos
arquivamentos de constituição ou alterações de sua empresa, com a
emissão dos formulários necessários para entrega na Jucesp.

Na abertura de Sociedade Simples

Importante lembrar e se possível gravar essa informação de que o


registro de Sociedade Simples não se faz na Junta Comercial como a
sociedade empresária, mas adquire a personalidade jurídica com o registro
de seus atos constitutivos no Cartório de Títulos e Documentos das Pessoas
Jurídicas.

1) Registro no Cartório - Para efetuar o registro no Cartório, você


deverá estar munido dos seguintes documentos:

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– Quatro vias do contrato social, com todas as folhas autenticadas


pelos sócios, devendo a última ser assinada por todos os sócios e por duas
testemunhas, com todas as firmas reconhecidas.

– Cópia do RG e CPF dos sócios.


– Pagar taxa de Constituição da sociedade (conforme capital social).

2) Inscrição na Receita Federal - Todas as pessoas jurídicas,


inclusive as equiparadas como o empresário, estão obrigadas a realizar a
sua inscrição na Receita Federal com o objetivo de obter o seu Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).

3) Inscrição na Prefeitura Municipal - Deverá apresentar os


seguintes documentos:

– Guia de Dados Cadastrais - GDC preenchida, que pode ser


adquirida em papelarias;
– Notificação-Recibo do IPTU do Município de São Paulo do exercício
atual, quando a NR do IPTU não contiver o nome do contribuinte, anexar um
dos seguintes documentos: contrato de locação, contas de luz, água,
telefone, gás ou outro documento que ateste a localização do contribuinte no
endereço declarado;
– CNPJ do estabelecimento, dentro do prazo de validade;
– CPF e RG do signatário da guia;
–Instrumento de constituição (Contrato Social, Estatuto, Ata ou
Declaração de Firma Individual) e, se for o caso, suas alterações
posteriores, regularmente registrados no órgão competente;
– Quando o signatário da GDC for procurador, deve ser anexada à
competente procuração, com firma reconhecida, acompanhada dos
documentos pessoais do signatário (CPF e RG).

Registro como Autônomo

O profissional autônomo precisa apenas de registro na Prefeitura


Municipal e na Previdência Social. Como profissional autônomo, não terá
cartão de CNPJ, mas poderá solicitar a confecção de Notas Fiscais que
comprovem a prestação de serviços e que servirão de base para apuração
de tributos.

Os documentos necessários para inscrição na Prefeitura são:

- Guia de Dados Cadastrais – GDC;


- Cópia do IPTU do imóvel com o endereço do interessado;
- Cópia do CPF e RG.

Tributos incidentes sobre a prestação de serviços:

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- Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS);


- Taxa de Fiscalização de Estabelecimento – TFE;
- Taxa de Fiscalização de Anúncios – TFA (caso exista anúncio ou
placas);
- IRPF – Declaração anual.
- INSS – através de GRCI, recolhimento mensal obrigatório, conforme
a tabela publicada em jornais.

Passo 7 – Licenças para funcionamento

Como dissemos, para que qualquer individuo se estabeleça em um


ponto comercial e comece a desenvolver suas atividades profissionais, é
preciso que ele tenha autorização da prefeitura. Esta autorização chama-se
Auto de Licença e Funcionamento e só será expedida com a apresentação
de uma declaração que confirme que o estabelecimento encontra-se de
acordo com o documento de regularidade apresentado e em total condição
de higiene e habitabilidade.

Além dessa licença, é possível que outras sejam exigidas de acordo


com o tipo de atividade que será desenvolvida. Por isso, é preciso apurar
qual a atividade do cliente, como por exemplo, atividades de transporte de
cargas podem requerer o competente registro perante ANTT (Agência
Nacional de Transportes Terrestres); a produção e comércio de produtos
alimentícios pode requerer uma licença especial emitida pela ANVISA
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e assim por diante.

2.6 – Passo a passo para encerramento da empresa junto aos


órgãos públicos

Assim como o contador precisa conhecer os passos para a abertura


de uma empresa, é importante também conhecer as regras para seu
fechamento. Muitos acreditam que basta não emitir mais Nota Fiscal, nem
movimentar mais a empresa financeiramente, que as coisas estão
resolvidas.

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Muito pelo contrário, encerrar uma empresa pode ser tão burocrático
quando abri-la, principalmente, se levarmos em conta todos os
procedimentos a serem cumpridos, com a emissão de Certidões Negativas
de Débitos pelos vários órgãos fiscalizadores e verificação da regularidade
no cumprimento da entrega das diversas declarações econômico-fiscais e no
recolhimento dos diversos impostos e contribuições incidentes nas
atividades da empresa.

De qualquer forma, vamos apresentar, segundo o portal de


contabilidade, os principais passos a serem seguidos para o fechamento de
uma empresa limitada, lembrando sempre que as micro e pequenas
empresas apresentam procedimentos mais simplificados em razão de sua
legislação própria.

Passo 1 – Orientações Preliminares

Os principais obstáculos para conseguir agilidade na baixa de uma


empresa são as dívidas fiscais e a falta de cumprimento de obrigações
acessórias como a entrega da DIPJ, DCTF, DIRF e outros recolhimentos
que são obrigatórios ao longo do período contábil.

Para facilitar esse processo, já é possível obter através da internet,


algumas certidões, evitando assim, passar pela burocracia de repartições

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públicas. Mas lembre-se que talvez seja necessário comparecer nas


repartições para solicitar as baixas de débitos, caso eles existam.

Passo 2 – Distrato Social

Da mesma forma que, para constituir uma empresa é necessário


elaborar o contrato social, para extingui-la, se faz necessário elaborar o
Distrato Social.

O Distrato é um documento que informa os motivos do encerramento


e determina a divisão do patrimônio da empresa entre os sócios. Também
deve constar desse documento, as pessoas que assumiram o ativo ou
passivo e com quem ficará a responsabilidade da guarda dos livros e demais
documentos contábeis e fiscais.

É importante que todos os sócios concordem com os termos


presentes no distrato, caso contrário, será necessário um mediador para
buscar um acordo entre as partes, ou mesmo a Justiça, porém, um processo
judicial pode ser demorado e dispendioso para todos.

Passo 3 – Verificar se há Débitos Previdenciários

Ainda que a empresa não tenha empregados, é preciso retirar uma


Certidão Negativa de Débitos, comprovando que não há pendências nos
recolhimentos previdenciários. Essa Certidão pode ser obtida via internet,
expedida gratuitamente e com prazo de validade de 180 dias.

Se existirem divergências entre a GPS (Guia da Previdência Social) e


a GFIP (Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
e Informações à Previdência Social), será necessário se apresentar na
Receita Federal da localidade da empresa para obter todos os detalhes das
pendências.

Passo 4 – Certificado de Regularidade do Fundo de Garantia do Tempo


de Serviço (CRF)

Não é possível encerrar as operações da empresa sem este


certificado. Isso vale tanto para empresas com empregados como para as
sem empregados registrados. Se a empresa está em dia com os
recolhimentos do Fundo de Garantia, poderá imprimir o certificado no site da
Caixa Econômica Federal. Porém, se houver pendências em recolhimentos,
os valores deverão ser quitados em uma agência da Caixa Econômica
Federal.

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Passo 5 – Realizar a baixa na Prefeitura e no Estado

Se a empresa recolhe impostos cobrados pelo município, como o


Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), deverá ser pedida a
baixa da empresa no banco de dados da prefeitura em que se encontra.
Importante ressaltar que lista de documentos necessários para a baixa, o
tempo que levará para ser realizada e o valor a ser cobrado de taxas, é
responsabilidade de cada prefeitura, por isso, é necessário procurar a
secretaria de finanças do município e levantar todas as informações
necessárias.

Da mesma forma, se a empresa recolhe Imposto sobre a Circulação


de Mercadorias e Serviços (ICMS), será necessário procurar uma unidade
da Secretaria da Fazenda, para dar baixa na inscrição estadual.

Passo 6 – Obter as Certidões do Ministério da Fazenda

Para que a empresa comprove que recolheu corretamente todos os


tributos federais, como o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, o PIS, a
COFINS e a CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido é preciso
solicitar uma Certidão Negativa Conjunta que abrange a Certidão Negativa
de Inscrição de Dívida Ativa da União, emitida pela Procuradoria da Fazenda
Nacional, e a Certidão de Quitação de Tributos e Contribuições Federais,
concedida pela Receita Federal.

Essas Certidões, também podem ser obtidas via internet, pelas


empresas que estiverem em dia, nos sites da Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional e da Receita Federal.

Passo 7 – Arquivamento de documentos na Junta Comercial

Depois de realizar os passos anteriores e em posse de todas as


Certidões Negativas, é necessário pedir o arquivamento de atos de extinção
da empresa na Junta Comercial, através de um pedido protocolado com os
seguintes documentos que comprovam a quitação dos tributos e
contribuições sociais federais:

I - Certidão Conjunta Negativa de Débitos relativos a Tributos Federais e à


Dívida Ativa da União, emitida pela Secretaria da Receita Federal e
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional;

II - Certidão Negativa de Débito - CND, fornecida pela Secretaria da Receita


Previdenciária;

III - Certificado de Regularidade do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço


- FGTS, fornecido pela Caixa Econômica Federal.

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Passo 8 – Solicitar a baixa no CNPJ

Teoricamente esse é o último passo a ser dado para o encerramento


da empresa. Trata-se da baixa no CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoas
Jurídicas. Para realizá-lo é necessário baixar na internet o Programa
Gerador de Documentos do CNPJ (PGD-CNPJ). Esse programa vai gerar a
solicitação de cancelamento do CNPJ e um documento chamado
Documento Básico de Entrada (DBE). O DBE deverá ser assinado e
reconhecido a firma em cartório.

Feito isso, deve-se apresentar o DBE na Receita Federal, em duas


vias ou protocolo de transmissão da Ficha Cadastral de Pessoa Jurídica
(FCPJ), no caso de DBE assinado por procurador, cópia da procuração,
autenticada ou acompanhada da original. Neste caso a FCPJ deverá ser
preenchida com o CPF do responsável; original ou cópia autenticada do ato
de extinção registrado no órgão competente e a cópia do recibo de entrega
da declaração de encerramento, se for o caso. A baixa do CNPJ será dada
em três dias, caso não haja nenhuma pendência.

Unidade 3 – Escrituração Contábil

Olá,

Nessa unidade, entraremos de fato em questões práticas da


contabilidade apresentando a você as principais atividades realizadas por
um contabilista ao longo de sua atividade profissional.

Assim, você aprenderá o que é patrimônio para a contabilidade,


conhecerá a principal ferramenta usada pelos contabilistas de todo o mundo
que é o método das partidas dobradas.

Aprenderá também sobre a importância das contas e seus


lançamentos. Conhecerá os livros, a utilidade do balancete de verificação e,
por fim, os relatórios contábeis mais importantes que servirão de referencia
para tomadas de decisões.

Bom estudo.

3.1 – O que é Patrimônio em contabilidade

O conceito mais comum utilizado para definir o que seja patrimônio é


de que se trata de um conjunto de bens, direitos e obrigações, vinculados a
uma pessoa, seja ela física ou jurídica, num determinado período de tempo,
sujeito a avaliação econômica.

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Discriminando o conceito podemos realizar a seguinte interpretação:

Bens – Todo item material da entidade, como dinheiro, estoques,


equipamentos, entre outros.

Direitos – São os itens incorpóreos, mas que podem ser mensuráveis,


ou seja, que pode se tornar um bem no futuro, como contas a receber,
duplicatas a serem descontadas, seguros, entre outros.

Obrigações – São as dívidas que deverão ser pagas dentro de prazos


estabelecidos. São caracterizadas pelas contas a pagar, empréstimos e
financiamentos.

Porém, do ponto de vista contábil, o patrimônio é visto por outra


perspectiva, ou seja, através de elementos positivos e negativos, onde bens
e direitos representam o polo positivo e as obrigações o polo negativo.
Importante ressaltar que mesmo que as obrigações sejam maiores que os
bens e direitos, o patrimônio não desaparece, ele continua a existir.

Assim, em contabilidade, passamos a analisar o patrimônio sob a


seguinte nomenclatura:

- Os bens e direitos passam a ser classificados como ATIVOS.


- As obrigações se classificam como PASSIVO EXIGÍVEL.
- E a relação entre eles recebe o nome de PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

Dessa relação, surge a seguinte equação:

ATIVO – PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

Uma pergunta que muitos farão é: por que patrimônio líquido e não
apenas patrimônio? Para responder, vamos apresentar um exemplo bem
simples:

Vamos supor que você decida comprar um maquinário para a sua


indústria, onde vá oferecer uma entrada e pagar a diferença de forma
financiada. Assim, teremos:

Valor do maquinário - R$ 10.000,00


Valor pago á vista - R$ 3.000,00
Valor a pagar - R$ 7.000,00

Ter o maquinário em sua empresa vai representar para você um


patrimônio, chamado de ativo. Da mesma forma, o valor a ser financiado
representa uma obrigação chamada de passivo exigível. Se você tem um
patrimônio no valor de R$ 10.000,00, mas ainda resta um saldo de R$
7.000,00 a ser pago, o valor líquido de seu ativo é R$ 3.000,00. Portanto,

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podemos afirmar que seu patrimônio líquido é representado pelo valor de R$


3.000,00, como representado abaixo:

Valor total do patrimônio (ativo) - R$ 10.000,00


Valor da obrigação assumida na compra
do patrimônio (passivo exigível) - R$ 7.000,00

Valor líquido do patrimônio, ou patrimônio líquido - R$ 3.000,00

Você acabou de aprender o que para os especialistas é conhecido


como Componentes Básicos da Contabilidade, ou seja, os conceitos de
ativo, passivo exigível e patrimônio líquido.

3.2 – Método das Partidas Dobradas

O Método das Partidas Dobradas é considerado o sistema universal e


mais eficiente para organizações registrarem suas transações financeiras.
Seu desenvolvimento se deu em 1949 quando Frei Luca Pacioli escreveu
sua obra “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalita” e
nela apresentou uma forma mais adequada para utilizar esse método.
Importante salientar que ele não é o inventor, apenas conseguiu aprimorá-la.

De forma extremamente simples, o método das partidas dobradas


parte da premissa de que para cada lançamento de débito efetuado, deve
existir um lançamento de crédito correspondente, de forma que o valor total
de débitos seja sempre igual ao valor total de créditos em cada lançamento.
Assim, sempre em contabilidade, a soma de todos os valores debitados é
sempre igual à soma de todos os valores creditados. Da mesma forma, esse
método pode ser observado no Balanço Patrimonial, onde o total do Ativo é
sempre igual ao total do Passivo.

Veremos essa demonstração do método ao longo do curso.

3.3 – As Contas e Lançamentos Contábeis

A Contabilidade, um dia já foi conhecida como a “Ciência das Contas”


tamanha a sua importância para a escrituração contábil.

As contas têm como função, registrar as movimentações do livro


diário, de forma monetária, transportando cada acontecimento contábil para
a sua respectiva conta, com datas, históricos e valores. Também é através
delas que os contabilistas conseguem realizar todos os registros e controles
contábeis de seus clientes.

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Você pode criar seu próprio nome de conta, porém existem alguns
títulos de praxe, como os exemplificados a seguir:

Caixa – Talvez a mais usada pelas contabilidades. É a conta que representa


a movimentação de dinheiro realizada dentro da empresa.

Conta de Movimento – É a conta que representa os movimentos bancários,


ou seja, todas as transações bancárias como depósitos, débitos,
empréstimos, financiamentos e outras transações entre a empresa e
determinado banco.

Conta Salários – É a conta que representa as remunerações dos


empregados diretos da empresa.

Conta Capital Social – Conta que cuida do montante aportado pelo titular,
sócios ou acionistas de uma empresa, para formação do respectivo capital
social.

Podemos dividir as contas em dois grupos mais usuais:

1) Contas Patrimoniais

2) Contas de Resultados

1) Contas Patrimoniais

As Contas patrimoniais representam os bens, direitos e obrigações,


sendo identificadas pelo Ativo, Passivo Exigível e Patrimônio Líquido,
representando o patrimônio da empresa no balanço patrimonial.

Observe a seguir a sua representação gráfica:

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BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO

Bens Obrigações

Caixa Fornecedores
Veículos Duplicatas a Pagar

Direitos Patrimônio Líquido

Duplicatas a Receber Capital


Promissórias a Receber Lucros Acumulados

2) Contas de Resultados

Como o próprio nome sugere, são as contas que apresentam os


resultados e se avalia se houve lucro ou prejuízo no decorrer do exercício.
Dividem-se ainda em Contas de Despesas e Contas de Receitas.

Contas de Despesas – Estão vinculadas aos gastos decorrentes do


consumo de bens e serviços, como a energia elétrica, materiais de limpeza,
materiais de expediente, e demais despesas de uma empresa.

Contas de Receitas – Por outro lado, as contas de receitas estão vinculadas


às vendas de bens e serviços oferecidos pela empresa. Entre as principais
contas, podemos destacar:

- Aluguéis Ativos
- Descontos Obtidos
- Juros Ativos
- Receitas de Serviços
- Vendas de Mercadorias

O Razonete

A conta nada mais é que uma representação gráfica de um


acontecimento contábil e esta representação se dá por um “razonete” ou
“Conta em T”. É um instrumento didático para desenvolver o raciocínio
contábil e realizar os registros contábeis individuais por conta.

Veja uma ilustração de um razonete:

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Razonete
Balanço Patrimonial Título da Conta
Ativo Passivo Débitos Créditos

O Plano de Contas

O Plano de contas é o planejamento realizado na área contábil, ou


seja, é uma maneira organizada de realizar os lançamentos de forma a não
esquecer ou deixar para trás qualquer informação. Além de nortear todo o
trabalho de registro de atos e fatos inerentes à empresa, também servirá de
parâmetro para a elaboração de futuras demonstrações contábeis.

Não há uma fórmula ou estrutura previamente estabelecida. Cada


contabilista deverá criar sua própria estrutura que melhor lhe atenda,
podendo incluir informações que se tornaram relevantes ou excluir
informações que se tornaram obsoletas.

O que podemos fazer é sugerir algumas orientações que devem estar


presentes em todos os planos, como as listadas abaixo:

1) É preciso levar em consideração que se trata de uma matriz


destinada a orientar a execução de serviços contábeis e que busca uma
padronização de procedimentos e racionalização de tarefas;

2) Deve estar claro que o plano de contas estabelece previamente a


conduta a ser adotada na escrituração;

3) Relaciona as contas em que são registrados os fatos contábeis


pertinentes às atividades de cada empresa, contendo, além dos títulos, as
respectivas funções e as regras de funcionamento;

4) Deve ser estruturado agrupando as contas para que seja viável


realizar análises setoriais e ser flexível para permitir dilatações e reduções
sem prejuízo do conjunto;

5) Deve considerar que é a base para a construção de banco de


dados que alimenta relatórios gerenciais e para uso externo.
Observe a seguir uma estrutura básica de um Plano de Contas
Simplificado:

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DÉBITO CRÉDITO
ATIVO PASSIVO

CIRCULANTE CIRCULANTE
→ Disponível → Obrigações Sociais e Fiscais
→ Contas a Receber → Contas a Pagar
→ Estoques → Lucros a Distribuir
→ Outros Créditos → Empréstimos Bancários
→ Despesas do Exercício Seguinte → Outras Contas a Pagar

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO


→ Contas a Receber → Financiamentos Bancários
→ Estoques
RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS
PERMANENTE → Receitas Diferidas
→ Investimentos → (-) Custos e Despesas Diferidas
→ Imobilizado
→ Intangível PATRIMÔNIO LÍQUIDO
→ Diferido → Capital Social
→ (-) Depreciação Acumulada → Reservas
→ (-) Amortização Acumulada → Ajustes de Avaliação Patrimonial
→ (-) Ações em Tesouraria
→ Lucros ou Prejuízos Acumulados
CUSTOS PRODUÇÃO
→ Insumos → Industrial
→ Mão de Obra Direta → De Serviços
→ Outros Custos Diretos
→ Custos Indiretos de Produção
DESPESAS RECEITAS
→ Custo das Vendas → Receita Bruta de Vendas
→ Despesas com Pessoal → (-) Deduções da Receita Bruta
→ Despesas Administrativas → Receitas Financeiras
→ Despesas de Comercialização → Receitas Diversas
→ Despesas Tributárias → Receitas Não Operacionais
→ Despesas Financeiras
→ Depreciação e Amortização
→ Perdas Diversas
→ Despesas Não Operacionais
CONTAS DE APURAÇÃO DE RESULTADO
→ Balanço de Abertura
→ Balanço de Encerramento
→ Resultado do Exercício
Fonte: http://www.crcsp.org.br/portal_novo/publicacoes/escrituracao_contabil/capitulo_7.htm

Os Lançamentos Contábeis

Imagine a seguinte situação: A empresa de seu cliente cresceu e para


facilitar as vendas, e o atendimento personalizado, o dono da empresa
resolveu comprar um carro no valor de R$ 25.000,00 com pagamento à
vista.

Assim como a compra desse veículo, qualquer outra transação


comercial seja de venda de produtos, pagamento de empregados, compra

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de equipamentos, devem ser analisadas contabilmente por dois aspectos: O


primeiro se resume a compreender onde se originaram os recursos e o
segundo é identificar onde esses recursos foram aplicados.

Aproveitando o exemplo dado, vamos aplicar os dois aspectos


citados:

1) Onde foi aplicado o recurso de R$ 25.000,00? Na compra do veículo.


2) Qual a origem desse recurso? Conta bancária ou dinheiro no bolso.

Com esse exemplo, chegamos ao lançamento contábil que nada mais


é do que o registro dos fatos contábeis, no caso do exemplo acima, a
compra de um veículo, realizado de acordo com o método das partidas
dobradas.

Para não haver erros e risco de falhas, deve ser realizado em ordem
cronológica, obedecendo algumas regras a serem observadas a seguir.

Qualquer lançamento que vier a existir em uma empresa deverá ser


realizado nas Contas Patrimoniais (Ativo, Passivo Exigível e Patrimônio
Líquido) e nas Contas de Resultados (Receitas e Despesas). Aqui nasce um
dos pontos mais conflituosos e de difícil compreensão presentes na
contabilidade: a difícil interpretação do Crédito e Débito

Componentes Aumenta por Diminui por

ATIVO (bens e direitos) Débitos Créditos


PASSIVO EXIGÍVEL Créditos Débitos
(obrigações)
PATRIMÔNIO LÍQUIDO Créditos Débitos

RECEITAS Créditos Débitos


DESPESAS Débitos Créditos

Ativo – Por terem saldo devedor, são aumentadas de valor por DÉBITO e
diminuídas por CRÉDITO.

Passivo Exigível e Patrimônio Líquido – Por apresentarem saldo credor, são


aumentadas de valor por CRÉDITO e diminuídas por DÉBITO.

Receitas – Um aumento nas receitas representa um aumento no Patrimônio


Líquido, portanto, as contas de Receitas aumentam por CRÉDITO.

Despesas – Um aumento nas contas de Despesas representa uma


diminuição no Patrimônio Líquido, portanto, aumentam por DÉBITO.

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Leitura Complementar

Em contabilidade, o débito representa algo que se tem ou adquire,


enquanto crédito é a fonte do débito. Ou seja: em uma transação, onde
uma dada quantia é transferida de um sujeito A para um sujeito B, diz-
se que o sujeito A tem um crédito para com o sujeito B e esse, por sua
vez, um débito para com o sujeito A. O fato de identificarem as origens
(credores) e destinos (devedores) dos recursos faz com que os
conceitos de débito e crédito sejam difíceis de compreender à primeira
vista, já que eles são erroneamente associados a diminuições e
aumentos de capital, respectivamente.

Nos livros contábeis, os débitos se inscrevem no lado esquerdo, e os


créditos, no lado direito.

Débitos Créditos

Existem três grupos de contas:

 Contas de Ativo (bens e direitos) - são debitadas quando


aumentam o seu valor em virtude do fato contábil e diminuem
quando creditadas;
 Contas de Passivo (obrigações) - ao contrário das do ativo
diminuem quando debitadas e aumentam quando creditadas; e
 Contas de Património Líquido (capital, reservas, receitas e
despesas) - possui o mesmo comportamento das contas do
passivo.

É importante lembrar que, dado o fato das contas do ativo


representarem bens ou direitos, ou seja, dívidas de terceiros com
relação à empresa de que se trata o livro contábil a noção de débito do
ativo se torna intuitiva, pois, o débito aumenta a dívida da terceira parte
em relação a empresa, o que aumenta o valor da conta de ativo. O
passivo funciona de forma contrária pois em virtude de sua
característica de ser uma obrigação com terceiros o seu débito diminui
o seu valor, pois a dívida da empresa em relação à terceira parte
diminui.

Por exemplo, quando se compra um carro a prazo, o carro é um débito


na conta de ativos, enquanto a dívida é um crédito nas contas do
passivo. Em outras palavras, o carro comprado um bem adquirido (um
débito), que aumenta a conta de ativos. Por sua vez, o valor
emprestado para a "troca" foi a origem financeira do bem (um crédito)
que também é uma obrigação nova (passivo).

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Confusão comum vem quando pensamos em crédito ou débito bancário


em contas correntes bancárias, onde o crédito aumenta o valor da conta
e o débito o diminui. Isso advém do fato de a conta corrente ser um
passivo da instituição bancária com seu correntista, desta forma a
contabilização se dá seguindo as regras das contas do passivo contábil.

Assim, quando deposita-se dinheiro em uma conta corrente, o banco


marca um débito (o dinheiro que entrou) em seu património líquido, e
um crédito em seu passivo (a dívida que o banco adquiriu). Quando o
correntista solicita o saldo da conta, está visualizando, na verdade, uma
das contas de passivo do banco.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9bito_e_cr%C3%A9dito

Para realizar um Lançamento Contábil, é preciso contar com cinco


informações relevantes:

1) Local e data – É preciso informar corretamente qual o local da empresa e


o dia, mês e ano da ocorrência do registro.

2) Conta devedora – É a conta debitada. Vem sempre em primeiro lugar.

3) Conta credora – É a conta creditada, que vem acompanhada da


preposição acidental “a”.

4) Histórico – É a narração do fato ocorrido, a qual deve ser resumida, mas


identificando bem a operação.

5) Importância ou quantia – É o valor das operações expresso em unidades


monetárias.

3.4 – Os Livros Contábeis

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Os livros contábeis destinam-se à escrituração contábil dos atos e


fatos administrativos que ocorrem na empresa. Os livros e toda a
escrituração deverão ser conservados em local seguro e adequado
enquanto não prescreverem as ações que lhe possam ser relativas.

Entre os vários livros presentes em contabilidade, destacaremos os


dois livros considerados mais importantes: Livro Diário e Livro Razão.

Livro Diário

Como o próprio nome sugere, o livro diário é responsável pelo registro


de todos os fatos contábeis que ocorrem numa empresa, inclusive os de
natureza aleatória que possam provocar alterações no patrimônio da
empresa. Deve ser escriturado em partidas dobradas e em ordem
rigorosamente cronológica de dia, mês e ano.

Atendendo estes requisitos, você pode realizar a escrituração das seguintes


maneiras:

1) A escrituração do livro por meio de partidas mensais;

2) A escrituração resumida ou sintética, com valores totais que não


excedam a operações de um mês, desde que haja escrituração analítica
lançada em registros auxiliares.

3) No caso de a entidade adotar para sua escrituração contábil o


processo eletrônico, os formulários contínuos, numerados mecânica ou
tipograficamente, serão destacados e encadernados em forma de livro.

O contabilista menos experiente pode ter algumas dificuldades para


realizar a escrituração do Livra Diário, uma vez que, por ser obrigado a
seguir uma ordem cronológica, as contas a serem lançadas, acabam ficando
todas misturadas, podendo gerar certa dificuldade no momento de
interpretá-las individualmente.

Veja o modelo:

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Fonte: http://www.frgnet.com.br

Além da ordem cronológica, o livro diário deve obedecer ainda a


algumas formalidades que veremos a seguir:

- O livro diário deve ser encadernado, de preferência com capa dura,


mantendo aparência de limpeza e higiene.

- Deve ser autenticado pelos órgãos competentes do registro do


comércio. Quando for Sociedade Simples ou sem fins lucrativos, deverá ser
autenticado no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede.

- Deve apresentar os Termos de Abertura e Encerramento, de acordo


com a legislação vigente.

- Os lançamentos devem ser realizados sem rasuras, raspaduras ou


borrões, em moeda e idioma nacionais.

Livro Razão

Trata-se de um livro indispensável no processamento das


informações contábeis. É o livro que organiza os valores de contas de
mesma natureza e de maneira racional, ou seja, a escrituração é feita por
conta e não de forma cronológica, proporcionando mais praticidade para
analisá-las numa eventual necessidade.

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Neste livro, cada conta terá sua própria página e os lançamentos


deverão ser realizados na ordem em que forem acontecendo.

Veja o modelo:

Jan a
Empresa: Comercial Jc. Leite Ltda.
Dez/2001
RAZÃO ANALÍTICO Página. 01
Conta: 3.1.1.001.001 - Vendas à vista
Data Histórico Débito Crédito Saldo
Venda à vista conf NF
05/01 380,00 380,00 C
65
Venda à vista conf NF
08/01 1.700,00 2.080,00 C
66
Venda à vista conf NF
09/01 735,00 2.815,00 C
67
Venda à vista conf NF
14/01 357,00 3.172,00 C
68
Venda à vista conf NF
21/01 7.889,00 11.061,00 C
69
Venda à vista conf NF
24/01 279,00 11.340,00 C
70
Fonte: http://www.contabilizando.com/os.livros.cont.html

É importante ressaltar que este livro possui duas maneiras de serem


escriturados. Quando a conta for genérica podemos chamá-lo de Razão
Sintético e quando houver desdobramento, ou seja, quando especificar cada
uma das contas para realizar um controle mais efetivo, se chamará Razão
Analítico.

Observe abaixo a diferença entre eles:

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Razão Sintético Razão Analítico

- Estoque de mercadorias
Estoques - Estoque de produtos acabados
- Estoque de matéria prima
- Cia. nacional de siderurgia
Duplicatas a Receber - Lojas Felicidades
- Depósito Santa-fé
- Banco do Brasil
Bancos Conta Movimento - Banco Bradesco
- Banco Real
- Comércio de ferragens Santa Luzia
Fornecedores - Pedreira São Mateus
- Castor & Andrade Ltda.
- Banco do Brasil
Empréstimos a Pagar - Financeira Credial.
- Banco Unioeste.

Como dissemos, durante a escrituração, não podem existir rasuras,


borrões ou qualquer outro sinal de erro, por isso, há cuidados específicos
que devem ser adotados para corrigir num erro. Vejamos algumas dicas:

Erros de redação: É comum o contabilista inverter lançamentos, ou seja,


lançar crédito como débito e vice-versa. Neste caso, a saída mais adequada
é utilizar o Estorno para corrigir o erro.

Borrões, rasuras, registros nas entrelinhas: Quando ocorrer esse tipo de


acidente, o contabilista deverá ressalvar, datar e assinar a ressalva na
própria escrituração.

Salto de linhas ou de páginas: Assim como os erros de redação, o


contabilista pode se distrair e pular linhas. Neste caso, deverá preencher os
espaços vazios com traços horizontais, ressalvando com data e assinatura.
Se pular uma página inteira, o traço deverá ser na diagonal da página,
cruzando-a de cima a baixo.

Valores lançados a maior: O contabilista poderá realizar um lançamento de


retificação com a diferença ou anular e lançar os valores novamente.

Valores lançados a menor: Da mesma forma que os valores lançados a


maior, o contabilista pode fazer um estorno e lançar novamente o valor
correto ou realizar um lançamento complementar.

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Troca de uma conta por outra: Também um erro padrão, muito comum na
contabilidade. Para solucionar o problema, basta fazer o estorno do valor na
conta errada e realizar o lançamento na conta correta.

Omissão de lançamentos: Quando o contabilista se esquece de realizar o


lançamento na data correta, deverá proceder ao registro do fato no dia em
que verificou a omissão, mencionando, no histórico, o motivo e a data
correta do evento.

Lançamento em duplicata: Quando notada tal ocorrência, basta que se


proceda ao estorno do lançamento que estiver a mais.

SPED Contábil

O Brasil há alguns anos vem substituindo a escrituração no papel pela


escrituração digital. Um exemplo disso é o Sistema Público de Escrituração
Contábil (SPED) que surgiu da necessidade de integrar as informações
prestadas pelos contribuintes ao sistema fiscal brasileiro.

Assim, as empresas que optaram pelo regime tributário baseado no


Lucro Real, deverão transmitir em versão digital, os livros Diário e auxiliares,
Razão e auxiliares e os Balancetes Diários, balanços e fichas de lançamento
comprobatório dos assentamentos neles transcritos.

Por enquanto, para as demais sociedades empresárias a escrituração


contábil digital, ainda é facultativa. Importante ainda ressaltar que as
sociedades simples e as microempresas e as de pequeno porte optantes
pelo Simples Nacional estão dispensadas desta obrigação.

Segundo o site da Receita Federal, o SPED deverá funcionar da


seguinte maneira:

A partir do seu sistema de contabilidade, a empresa gera um


arquivo digital no formato especificado no anexo único à Instrução
Normativa RFB nº 787/07 (disponível no menu Legislação).
Devido às peculiaridades das diversas legislações que tratam da
matéria, este arquivo pode ser tratado pelos sinônimos: Livro
Diário Digital, Escrituração Contábil Digital – ECD, ou Escrituração
Contábil em forma eletrônica.

Este arquivo é submetido ao Programa Validador e Assinador –


PVA fornecido pelo Sped. Faça o download do PVA e do
Receitanet e instale-os em um computador ligado à internet.

Através do PVA, execute os seguintes passos:

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Validação do arquivo contendo a escrituração; Assinatura digital


do livro pela(s) pessoa(s) que têm poderes para assinar, de
acordo com os registros da Junta Comercial e pelo Contabilista;
Geração e assinatura de requerimento para autenticação dirigido
à Junta Comercial de sua jurisdição. Para geração do
requerimento é indispensável, exceto para a Junta Comercial de
Minas Gerais, informar a identificação do documento de
arrecadação do preço da autenticação. Verifique na Junta
Comercial de sua Jurisdição como obter a identificação.

Assinados a escrituração e o requerimento, faça a transmissão


para o Sped. Concluída a transmissão, será fornecido um recibo.
Imprima-o, pois ele contém informações importantes para a
prática de atos posteriores.

Ao receber a ECD, o Sped extrai um resumo (requerimento,


Termo de Abertura e Termo de Encerramento) e o disponibiliza
para a Junta Comercial competente. Na atual estrutura, cabe à
Junta Comercial buscar o resumo no ambiente Sped. Enquanto
ela não adota tal providência, ao consultar a situação, a resposta
obtida será "o livro digital foi recebido pelo Sped Contábil, porém
ainda não foi encaminhado para a Junta Comercial".

Verifique na Junta Comercial de sua jurisdição como fazer o


pagamento do preço para autenticação.

Recebido o preço, a Junta Comercial analisará o requerimento e o


Livro Digital. A análise poderá gerar três situações, todas elas
com o termo próprio:

 Autenticação do livro;
 Indeferimento;
 Sob exigência.

IMPORTANTE: para que um livro colocado sob exigência pela


Junta Comercial possa ser autenticado, depois de sanada a
irregularidade, ele deve ser reenviado ao Sped. Não há
necessidade de novo pagamento do preço da autenticação. Deve
ser gerado o requerimento específico para substituição de livros
não autenticados e colocados sob exigência.

Para verificar o andamento dos trabalhos, utilize a funcionalidade


“Consulta Situação” do PVA. Os termos lavrados pela Junta
Comercial, inclusive o de Autenticação, serão transmitidos
automaticamente à empresa durante a consulta.

O PVA tem ainda as funcionalidades de visualização da


escrituração e de geração recuperação de backup.

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Autenticada a escrituração, adote as medidas necessárias para


evitar a deterioração, extravio ou destruição do livro digital. Ele é
composto por dois arquivos principais: o do livro digital e o de
autenticação (extensão aut). Faça, também, cópia do arquivo do
requerimento (extensão rqr) e do recibo de entrega (extensão
rec). Todos os arquivos têm o mesmo nome, variando apenas a
extensão.

3.5 – Balancete de Verificação

O balancete de verificação é uma ferramenta utilizada na


contabilidade para evitar que falhas de lançamentos contábeis ocorram. Sua
técnica está baseada no método das partidas dobradas, onde se afirma que
não há débito sem que haja um crédito correspondente. Portanto, ao se
somar a coluna dos débitos e a coluna dos créditos, os valores deverão ser
os mesmos.

Com isso, se surgirem diferenças de valores e estas diferenças não


terem como causa um erro de soma das colunas do balancete, certamente
os registros contábeis não estarão corretos, necessitando realizar uma
varredura em todos os lançamentos para se achar o erro.

Para que o risco seja menor, é importante que os balancetes de


verificação sejam realizados com frequência para minimizar o risco de erro e
aumentar a eficiência da contabilidade.

Modelos de balancetes de verificação:

Fonte: www.contabeis.webnode.com.br

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3.6 – Relatórios Contábeis

Conforme conceito do professor José Carlos Marion, “Relatório


Contábil é a exposição resumida e ordenada de dados colhidos pela
contabilidade com o objetivo de relatar às pessoas que se utilizam da
contabilidade os principais fatos registrados pela contabilidade em
determinado período.”

Ao longo desse tópico, daremos destaques às principais


demonstrações, quais sejam:

1) Balanço Patrimonial;
2) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
3) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);
4) Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (DOAR);

1) Balanço Patrimonial

Podemos afirmar que o Balanço Patrimonial é a demonstração


contábil mais importante para uma empresa. Como o nome sugere,
podemos pensar no Balanço Patrimonial, como uma balança onde, no lado
esquerdo encontra-se o ATIVO, representando os elementos positivos (bens
e direitos) e no lado direito o PASSIVO, representando os elementos
negativos (obrigações). Uma ressalva deve ser feita, pois do lado direito
ainda, sob o PASSIVO, encontra-se a representação do PATRIMÔNIO
LÍQUIDO.

Esse demonstrativo tem por objetivo apresentar dentro de


determinado período, a posição financeira de uma empresa. O balanço
permite fazer uma radiografia de todos os bens, valores a receber e valores
a pagar em uma determinada data.

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Observe a representação gráfica de um balanço patrimonial com suas


contas e subcontas:

BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido

Ativo Circulante Passivo Circulante


- Disponível
- Realizável a curto prazo
- Estoques
- Despesas Antecipadas

Ativo Realizável a Longo Prazo Passivo Exigível a Longo Prazo

Ativo Permanente
- Investimento
- Imobilizado
- Diferido
Patrimônio Líquido
- Capital Social
- Reservas de Capital
- Lucros ou Prejuízos
Acumulados

Classificação de contas do Grupo Ativo

Ativo Circulante – No ativo circulante estão agrupadas as contas de bens e


direitos que podem ser revertidos em dinheiro rapidamente, ou seja, são
bens e direitos de alta liquidez. Estão subdivididos em:

Disponível – Conta com liquidez imediata, representada pelas contas


de caixa, banco conta movimento, cheques para cobrança e outras.

Realizável a curto prazo – Sua liquidez está prevista para um


período de até 12 meses, como impostos a recuperar, duplicatas a receber e
outras.

Estoques – Representam os produtos destinados à venda e que


variam de acordo com a atividade da empresa.

Despesas Antecipadas – Compreende as despesas que foram


pagas antes e que serão consideradas como custo ou despesa apenas no
decorrer do exercício seguinte. São elas, os seguros a vencer, aluguéis a
vencer e outras.

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Ativo Realizável a Longo Prazo – Este item já não possui tanta liquidez
como o Circulante, sendo composto por direitos que deverão ser recebidos
após o período de 12 meses.

Ativo Permanente – Trata-se dos bens adquiridos e que dificilmente serão


vendidos, uma vez que praticamente não possuem liquidez. São geralmente
representados pelos bens fixos necessários para o funcionamento da
empresa. Subdivide-se ainda em:

Investimento – São as aplicações de recursos que não se caracteriza


como objetivo da empresa. Podemos destacar renda com aluguel de
imóveis, terrenos para expansão e ações de outras empresas.

Imobilizado – É a aplicação de recursos em bens instrumentais que


permitem à empresa atingir seus objetivos. São eles, veículos, máquinas e
equipamentos, marcas e patentes, entre outros.

Diferido – Representa as aplicações de recursos em despesas, que


irão influenciar o resultado de outro exercício, como gastos de implantação,
gastos pré-operacionais e outros.

Classificação de contas do Grupo Passivo

Passivo Circulante – Assim como o ativo circulante que possui alta liquidez,
o passivo circulante são as obrigações que se renovam com frequência
como salários a pagar, provisões para impostos, entre outros.

Passivo Exigível a Longo Prazo – Neste caso, as obrigações possuem


vencimento após os 12 meses. Podemos citar os empréstimos e
financiamentos.

Classificação do Patrimônio Líquido

Patrimônio Líquido – De forma mais simples, podemos considerar como


sendo a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos. Também
representa o investimento dos sócios no negócio. Subdivide-se em uma
série de contas dentre as quais destacamos:

Capital Social – Discrimina o valor subscrito e o valor que ainda está


por ser realizado pelos sócios ou acionistas.

Reservas de Capital – São as contas que registram o recebimento


de eventuais doações pela empresa.

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Lucros ou Prejuízos Acumulados – Registra os resultados da


empresa, antes da distribuição aos sócios ou acionistas.

MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL


ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
DISPONÍVEL Fornecedores
Caixa Obrigações Fiscais
Bancos c/ movimento Obrigações Sociais e Trabalhistas
Bancos c/ aplicação Outras Contas a pagar
CRÉDITOS
Duplicatas a receber EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
(-) Duplicatas descontadas Fornecedores a pagar
Adiantamentos a fornecedores Empréstimos bancários
Adiantamentos a empregados Outras Contas a pagar
Adiantamentos a sócios
Impostos a recuperar RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS
Outras contas a receber Aluguéis Ativos a vencer
ESTOQUES Outras receitas a vencer
Mercadorias
Matérias primas PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Produtos acabados Capital Social
DESPESAS DO EXERCÍCIO
Lucro do Exercício
SEGUINTE
Prêmios de Seguros a apropriar Lucros Acumulados
Juros Passivos a apropriar (-) Prejuízos acumulados
Reservas de Lucros
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Reserva Legal
Empréstimos a sócios
Investimentos temporários a longo
=
prazo
Despesas antecipadas
Outras contas a receber =

PERMANENTE =
INVESTIMENTOS
Participações permanentes em outras
=
empresas
Participações em fundos de
investimentos

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Outros investimentos =
IMOBILIZADO
Imóveis =
Móveis e Utensílios
Maquinários =
Veículos
Equipamentos de informática =
Instalações
Construção em andamento =
Terrenos

(-) Depreciação acumulada


=
DIFERIDO
Despesas pré-operacionais

TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO


Fonte: http://www.contabilizando.com/

2) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

Contabilmente, o exercício social deve ter duração de um ano onde,


no final, é realizada a apuração do resultado, no qual será verificado de fato
se a empresa teve lucro ou prejuízo. Dentre os principais demonstrativos,
destacamos a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) que pode ser
considerado uma ótima ferramenta para o planejamento estratégico e futuras
tomadas de decisões, uma vez que apresenta dados relativos à performance
da empresa através de dados acumulados das contas de receitas, custos e
despesas.

Para que seu público possa compreender as informações, o


Demonstrativo deve ser ordenado de maneira que permita tanto uma análise
de custos, despesas e projeções de ganhos, quanto uma avaliação fiscal
que permita visualizar rapidamente os impostos devidos e recolhidos durante
o exercício.

Os lançamentos devem ser feitos na seguinte ordem:

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RECEITA BRUTA (de vendas / serviços)


(-) Deduções, descontos concedidos, devoluções
(-) Impostos sobre vendas
RECEITA LÍQUIDA
(-)Custo dos produtos vendidos
LUCRO BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS:
De vendas,
Administrativas
Financeiras
Outras Despesas Operacionais
(+) Outras Receitas Operacionais
LUCRO OPERACIONAL
(-) Despesas Não Operacionais
(+) Receitas Não Operacionais
(±) Resultado da Correção Monetária
LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR)
(-) Provisão Para Imposto de Renda
LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA
(-) Contribuições
(-) Participações
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
LUCRO POR AÇÃO

Observe que destacamos o termo LUCRO por diversas vezes ao


longo do demonstrativo e cada termo com um complemento específico. Para
o professor José Carlos Marion, “a DRE é extremamente relevante para
avaliar desempenho da empresa e a eficiência dos gestores em obter
resultado positivo. O lucro é o objetivo principal das empresas”.

Assim, se faz importante também, esclarecermos qual o significado de


cada termo destacado no Demonstrativo:

1) Lucro Bruto
2) Lucro Operacional
3) Lucro antes do Imposto de Renda
4) Lucro depois do Imposto de Renda
5) Lucro Líquido

Lucro Bruto – Lucro bruto é a diferença entre a Receita Líquida das vendas
realizadas pela empresa e o custo dos produtos vendidos. O Lucro Bruto,
após cobrir os custos de fabricação do produto ou prestação do serviço, será
destinado à remuneração das despesas de vendas, administrativas e
financeiras, além do pagamento de impostos e remuneração dos sócios.

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Em função disso, também há uma grande preocupação com o


controle de custos da empresa, dado que, quanto mais baixos e controlados
forem os custos, maior será a fatia do Lucro Bruto.

Lucro Operacional – É o lucro resultante da atividade operacional da


empresa. Importante ressaltar também que conceitualmente este é o lucro
resultante da atividade presente no objeto social da empresa, ou seja, se
vender portas e batentes é o objeto social da empresa, então, todo o lucro
resultante dessa operação de venda, será operacional.

Como pode ser observado no demonstrativo, o Lucro operacional é


resultante da diferença entre o Lucro Bruto e as Despesas Operacionais,
que se caracterizam como sendo as despesas necessárias para vender o
produto, administrar a empresa e financiar as operações.

Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) – Como pode ser observado


também, o LAIR é a diferença entre o Lucro Operacional e as despesas não
operacionais. Tais despesas não estão relacionadas com o objetivo do
negócio, caracterizando-se por ganhos ou perdas secundárias como
despesas com combustível, perdas com casos fortuitos, entre outros.

Lucro depois do Imposto de Renda – Esse lucro é calculado sobre uma


provisão para IR, ou seja, calcula-se um determinado valor a pagar de
Imposto de Renda, sendo esse valor deduzido do LAIR. Essa provisão é
importante para que a empresa não seja pega de surpresa com um valor de
IR inesperado que possa causar danos na saúde financeira da empresa.

Lucro Líquido – Para obter o lucro líquido, é preciso deduzir participações,


que devem estar previstas nos estatutos da empresa. Essas participações
referem-se a debêntures, empregados e partes beneficiárias. Também será
deduzido o valor de contribuições para instituições ou fundos de assistência
ou previdência de empregados.

Realizando todas estas deduções, será encontrado o valor do lucro


líquido, que é o valor disponível para sócios e acionistas. Estes decidirão o
que será dividido entre eles (dividendos) e o que ficará retido para
reinvestimento no negócio.

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Observe um exemplo prático de um relatório preenchido:

Fonte: http://admericksantos.blogspot.com/

3) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)

É comum em empresas de médio e grande porte, a distribuição de


parte do lucro liquido para seus empregados. A outra parte do lucro, na
maioria dos casos, é mantida para ser reinvestida no próprio crescimento do
negócio. Para tonar claro e transparente essa movimentação financeira, é
utilizado o relatório de Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados,
também conhecida como DLPA.

A DLPA está intimamente ligada ao Balanço Patrimonial e a


Demonstração do Resultado do Exercício, uma vez que apurado o lucro
líquido na DRE, este será imediatamente transportado para a DLPA, para
que seja feita a sua distribuição. O que ficar retido na empresa será
transportado para o Balanço Patrimonial, no grupo Patrimônio Líquido. O
mesmo acontece para o prejuízo.

Na prática, deve funcionar da seguinte forma:

1) O saldo da conta de lucros acumulados constante do balanço


patrimonial do ano 1 deve coincidir com o saldo inicial da DLPA do ano 2.
2) O saldo final da conta de lucros acumulados constante do balanço
patrimonial do ano 2 deve coincidir com o saldo final da DLPA do ano 2.
3) E o valor do lucro líquido do exercício constante da DLPA do ano 2
deve ser o mesmo valor apresentado na DRE do ano 2.

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Vamos fazer um exercício para compreender essa demonstração:

Imagine que a empresa Portas S.A. obteve lucro no final dos


exercícios de 2007 e 2008. A DLPA da empresa ficaria da seguinte forma:

DLPA da Portas S.A. (em R$)


Saldo em 31/12/2007 57.000

(+) Ajustes de exercícios anteriores zero

(+) Lucro Líquido 71.000

(-) Reserva legal (3.450)

(-) Reserva estatutária (7.000)

(-) Reservas para contingência (7.000)

(-) Dividendos (35.500)

(-) Parcela para aumento do Cap.Social (12.763)

(=) Lucros Acumulados 31/12/2008 62.287

Vamos supor que no exercício social de 2008 a Portas S.A. tenha


enfrentado um Prejuízo de 30.000 Reais. Nesse caso, a DLPA fica assim:

DLPA da XYZ Ltda. (em R$)


Saldo em 31/12/2008 62.287

(-) Prejuízo Líquido (30.000)

(+) Reserva legal 3.450

(+) Reserva estatutária 7.000

(+) Reserva para contingência 7.000

(-) Dividendos (35.500)

(=) Lucros Acumulados 31/12/2009 14.237

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4) Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (DOAR)

A Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (DOAR) tem


por objetivo apresentar a variação do Capital Circulante Líquido (Capital de
Giro Próprio ou Capital de Giro Líquido) ocorrida de um ano para outro,
propiciando a compreensão do por que e de como a posição financeira se
alterou de um ano para o outro.

Além disse permite:

1) Identificar as fontes de recursos responsáveis por alterações no


capital de giro;
2) Completar a informação sobre a posição financeira e resultados
das operações dentro de um mesmo período;

3) Orientar os profissionais que a utilizam para tomada de decisão de


ordem econômica e financeira;

A DOAR também pode ser usada junto ao Balanço Patrimonial e a


DRE, uma vez que ajuda a determinar qual direção a administração
financeira está seguindo, as fontes para financiar atividades, a velocidade e
as tendências futuras da empresa. Enquanto o Balanço apresenta uma
posição financeira estática, a DRE demonstra o lucro líquido e a DOAR faz
todos os ajustes para demonstrar o que isto representou em termos de
Recursos Financeiros.

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DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

EXERCÍCIO FINDO EM 31.12.20XX (em R$):

ORIGENS DE RECURSOS: Valor R$ Soma:

DAS OPERAÇÕES:
Lucro Líquido do Exercício
46.000,00
Mais: Depreciação e amortização
68.000,00
Variações monetárias de empréstimo a longo prazo
41.500,00
Menos: Participação de R$ 8.000 no lucro da controlada,
menos dividendos recebidos no valor de R$ 1.500 (6.500,00)
Lucro na venda de imobilizado
(29.300,00)
SOMA DAS OPERAÇÕES 119.700,00
DOS ACIONISTAS:
Integralização de capital
91.000,00

SOMA DOS ACIONISTAS 91.000,00


DE TERCEIROS:

Ingresso de novos empréstimos


50.000,00
Baixa do imobilizado (valor de venda)
50.000,00
Venda de investimentos
2.000,00
Resgate de títulos a longo prazo
6.000,00
SOMA DE TERCEIROS 108.000,00
TOTAL DAS ORIGENS 318.700,00

APLICAÇÕES DE RECURSOS: Valor R$ Soma:

Aquisição de imobilizado
203.700,00
Adições ao custo no ativo diferido
21.000,00
Integralização de novos investimentos
5.500,00
Aumento em empréstimos compulsórios
1.000,00 231.200,00
Transferência para o passivo circulante dos empréstimos a
longo prazo 56.500,00 56.500,00
Dividendos propostos e pagos
10.000,00 10.000,00
TOTAL DAS APLICAÇÕES 297.700,00
VARIAÇÃO NO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 21.000,00

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Demonstração do Aumento no Capital Circulante Líquido (em R$):

Saldos em 31.12.2002 31.12.2003 Variação


Ativo Circulante 60.000,00 100.000,00 40.000,00
Passivo Circulante 36.000,00 55.000,00 (19.000,00)
Capital Circulante Líquido 24.000,00 45.000,00 21.000,00
Fonte: http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstorigaplirecursos.htm

3.7 – Escrituração na prática

Depois de aprendermos sobre a estrutura da escrituração contábil, é


importante que a apliquemos na prática para fixar o que aprendemos. Assim,
para melhor compreensão, apresentaremos um exemplo de contabilidade de
uma pessoa física, na qual o procedimento nada difere do procedimento
adotado para a empresa. Ressaltamos ainda que os exemplos aqui
apresentados foram gentilmente cedidos pelo professor João de Carvalho
Leite.
v
Vamos a ele:

Nossa história se inicia em Março de 2011, com Leandro Amaro, um


jovem de 23 anos que acabou de concluir a faculdade de engenharia em
São José dos Campos/SP. Para sua felicidade, foi um dos selecionados num
processo de recrutamento para fazer parte da equipe de trainees de uma
grande empresa na cidade de São Paulo, tendo assim que se mudar para a
capital.

Sendo de uma família humilde, não possuía muitos recursos mas em


sua despedida, seu pai o chamou e lhe presenteou com R$ 2.000,00,
dinheiro este, juntado com muito sacrifício e que serviria para Leandro se
organizar até receber seu primeiro salário.

Com fé e coragem, Leandro iniciou uma nova fase em sua vida,


entrando no ônibus rumo a São Paulo, com a grande vantagem de já estar
empregado com um salário de R$ 3.500,00 mensais. A partir de agora,
seremos o anjo da guarda de Leandro e o vigiaremos o tempo todo e
controlaremos de forma contábil, tudo o que acontecer com ele neste
primeiro mês longe de casa.

Como dissemos, Leandro veio de uma família humilde e como tal, não
possuía muitas roupas adequadas para iniciar no emprego. Portanto, sabia
que ao chegar ao seu destino, teria que usar parte dos R$ 2.000,00 doados
pelo pai, para comprar novas roupas a fim de compor seu vestuário.

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Contabilmente, qual era a condição do Leandro no dia 01/03/2011?

Contabilmente, Leandro possuía R$ 2.000,00 em dinheiro que era o


seu único capital. Como vimos lá no início do curso, coisa boa é ATIVO e
terá sempre saldo devedor e pela lei da contabilidade, sempre que
debitarmos alguma coisa é preciso creditar a contrapartida correspondente.

No caso da doação, vamos debitar a conta “Caixa” que será o nome


para identificar o dinheiro que o Leandro tem em seu poder. A contrapartida,
ou seja, a conta a ser creditada, será chamada de “Capital” representando o
Patrimônio Líquido do Leandro, registrada no lado do PASSIVO.

Assim, o primeiro fato contábil na vida do Leandro, deve ser


representado da seguinte forma no lançamento no Livro Diário:

DIÁRIO GERAL
Empresa: Leandro Amaro MÊS: MARÇO/2011 Pág.
02
Conta Débito Conta Crédito DIA HISTÓRICO VALOR
Caixa Capital 01 Doação recebida do pai 2.000,00

Não podemos nos esquecer que é preciso realizar o lançamento


também no Livro Razão (Fichas “Razão”). Sendo assim, como ficaria esse
lançamento?

Apenas para reforçar o que já aprendemos e para economizar


espaço, uma vez que serão muitas fichas, vamos utilizar apenas “pequenas
tiras” do Livro Diário e das Fichas “Razão”, o suficiente para o lançamento.
Lembre-se que em função do método das partidas dobradas, todo
lançamento envolverá duas Fichas “Razão” distintas. Na escrituração do
Livro Diário não repetiremos os lançamentos efetuados anteriormente, no
entanto, as Fichas “Razão” vamos apresentá-las sempre completas, portanto
para acompanhar melhor os lançamentos atentem para as datas dos
mesmos.
Com isso, este primeiro lançamento no Razão ficaria assim:

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Caixa
Data Histórico Débito Crédito Saldo
01/03 Doação recebida do pai 2.000,00 2.000,00 D

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Capital
Data Histórico Débito Crédito Saldo
01/03 Doação recebida do pai 2.000,00 2.000,00 C

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Olhando com atenção as fichas, podemos perceber que a primeira


ficha pertence a Conta “Caixa” e tem R$ 2.000,00 de saldo devedor e a
segunda ficha pertence a Conta “Capital” e tem R$ 2.000,00 de saldo credor.

Depois de horas de viagem, Leandro chega ao seu destino e precisa


correr para arrumar local para morar e resolver demais assuntos inerentes.
Assim, consegue rapidamente, alugar um apartamento mobiliado por R$
800,00 com vencimento do aluguel sempre no dia 05 de cada mês, sem
precisar deixar valores adiantados. Em seguida dirigiu-se ao centro da
cidade para comprar roupas e sapatos, gastando o montante de R$ 450,00.
Aproveitou e deu uma passadinha no supermercado, realizando sua primeira
compra de alimentos no valor de R$ 200,00 e produtos para limpeza do
apartamento, no valor de R$ 60,00.

Com estas novas informações em mãos, vamos formalizá-las com os


devidos lançamentos no Livro Diário:

DIÁRIO GERAL
Empresa: Leandro Amaro MÊS: MARÇO/2011 Pág.
002
Conta Débito Conta DIA HISTÓRICO VALOR
Crédito
...
Vestuário Caixa 01 Aquisição vestuário NF 1037 450,00
Gêneros Caixa 01 Aquisição alimentos Cupom Fiscal 200,00
alimentícios 323
Materiais de limpeza Caixa 01 Aquisição Mat limpeza C. Fiscal 323 60,00

Se prestar atenção, vai perceber que estamos debitando tudo o que


ele foi adquirindo, pois já dissemos que coisa boa tem que ter saldo devedor
e deve ficar no ATIVO. Vestuário, alimentos e materiais de limpeza, dentro
da nossa lógica, são coisas boas, portanto deverão ser lançadas em suas
contas específicas no Ativo. Com relação à conta que utilizamos como
contrapartida destas aquisições, não teria outra no momento a não ser a
Conta Caixa, pois é lá que estava os R$ 2.000,00 reais doados pelo pai do
Leandro.

Agora, vamos fazer esses lançamentos no RAZÃO.

Note que nesta última escrituração no Livro Diário movimentamos


quatro Contas, sendo elas: Vestuário, Gêneros alimentícios, Materiais de
limpeza e Caixa. Assim, devemos movimentar estas quatro Contas também
no Razão.

Portanto, no Razão ficaria assim:

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Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Vestuário
Data Histórico Débito Crédito Saldo
01/03 Aquisição vestuário NF 978 450,00 450,00 D

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Gêneros Alimentícios
Data Histórico Débito Crédito Saldo
01/03 Aquisição alimentos Cupom Fiscal 200,00 200,00 D
323

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Materiais de Limpeza
Data Histórico Débito Crédito Saldo
01/03 Aquisição Mat limpeza C.Fiscal 323 60,00 60,00 D

Realizamos acima, as movimentações nas Contas debitadas, agora


precisamos realizar as contrapartidas, que no caso foram efetuadas na
Conta “Caixa”, que já existia e tinha um saldo de R$ 2.000,00, por ocasião
da doação recebida. Observe:

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Caixa
Data Histórico Débito Crédito Saldo
01/03 Doação recebida do pai 2.000,00 2.000,00 D
01/03 Aquisição vestuário NF 978 450,00 1.550,00 D
01/03 Aquisição alimentos Cupom Fiscal 200,00 1.350,00 D
323
01/03 Aquisição Mat limpeza C.Fiscal 60,00 1.290,00 D
323

Você percebeu que dos R$ 2.000,00 que o nosso amigo tinha, depois
das aquisições efetuadas, restaram R$ 1.290,00. O Leandro entendendo
que era muito dinheiro para ficar na carteira (em caixa) resolveu ir até o
Banco e abriu uma conta corrente depositando R$ 1.200,00.

Vamos, então, fazer o lançamento contábil deste depósito no Livro


Diário:

DIÁRIO GERAL
Empresa: Leandro Amaro MÊS: MARÇO/2011 Pág.
002
Conta Débito Conta Crédito DIA HISTÓRICO VALOR
...
Banco c/corrente Caixa 02 Depósito conforme recibo 1.200,00

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Vamos fazer agora o lançamento no Razão:

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Banco c/corrente
Data Histórico Débito Crédito Saldo
02/03 Depósito conforme recibo 1.200,00 1.200,00 D

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Caixa
Data Histórico Débito Crédito Saldo
01/03 Doação recebida do pai 2.000,00 2.000,00 D
01/03 Aquisição vestuário NF 978 450,00 1.550,00 D
01/03 Aquisição alimentos Cupom Fiscal 200,00 1350,00 D
323
01/03 Aquisição Mat limpeza C. Fiscal 60,00 1.290,00 D
323
02/03 Depósito conforme recibo 1.200,00 90,00 D

Nós criamos uma ficha razão para a Conta “Banco c/corrente” que
recebeu o depósito de R$ 1.200,00 e a contrapartida foi a Conta de onde
saiu o dinheiro que é a Conta “Caixa” que, como dissemos anteriormente,
tinha um saldo de R$ 1.290,00, e agora ficou com um saldo de R$ 90,00.

Depois de todos esses lançamentos, seria interessante preparar um


balancete de demonstração para verificar sua situação financeira
momentânea. Apenas para relembrar, o balancete é o nome dado ao
demonstrativo de todas as contas utilizadas na escrituração contábil, com a
movimentação ocorrida e seus saldos devedores ou credores. Nos casos de
empresas, esses balancetes costumam ser elaborados mensalmente o que
proporciona maior segurança no gerenciamento do negócio.

Vamos, então, ao nosso Balancete:

BALANCETE
Nº de CONTAS MOVIMENTO SALDO
Ordem
DÉBITO CRÉDITO DEVEDOR CREDOR
01 Caixa 2.000,00 1.910,00 90,00
02 Banco 1.200,00 1.200,00
c/corrente
03 Vestuário 450,00 450,00
04 Gêneros 200,00 200,00
alimentícios
05 Materiais de 60,00 60,00
limpeza
06 Capital 0,00 2.000,00 2.000,00

TOTAL 3.910,00 1.930,00 2.000,00 2.000,00

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Como se percebe no balancete acima o capital continua inalterado, ou


seja, permanece em R$ 2.000,00, mas a conta Caixa que tinha saldo de R$
2.000,00, tem agora apenas R$ 90,00, no entanto, os R$ 1.910,00 que
saíram do caixa foram aplicados de tal forma que a princípio não alteraria o
patrimônio inicial de R$ 2.000,00, pois o saldo em banco e os materiais
vestuário, alimentos e limpeza completariam este valor. Eu digo a princípio
porque como podemos perceber os gastos com vestuário, alimentos e
limpeza tendem a acabar, uns mais rápidos, outros mais demorados, mas
acabam. Vamos ser mais claro ainda: dos R$ 200,00 de alimentos
adquiridos, no dia a dia, o nosso amigo irá consumindo, de tal forma, que no
segundo dia já seriam, talvez, R$ 186,00, no terceiro dia R$ 150,00, e assim
por diante, da mesma forma os materiais de limpeza. Quanto ao vestuário,
demora um pouco, mas também acaba, fica velho, estraga.

Assim, estes gastos devem receber um outro tipo de tratamento.


Portanto, vamos começar perguntando o seguinte: para que serve estes
materiais adquiridos? Eles servem para manter o Leandro alimentado, bem
vestido, limpo, com saúde para desempenhar sua profissão com qualidade a
fim de receber seu salário no final do mês. Correto?

E o que seria o seu salário? Seria a sua receita mensal, não é?


Exato.

Pois bem, para que o Leandro consiga obter sua “Receita” precisa
realizar investimentos e gastar com a sua manutenção pessoal. Desta forma,
estes gastos com vestuário, alimentos e limpeza será chamada de
“Despesas”.

Sendo assim, nós vamos tratar as “Despesas” e as “Receitas” de


forma independente criando um grupo de contas especial para elas que será
o grupo das “CONTAS DE RESULTADOS”, portanto essas contas não
aparecerão como “Contas de Ativo” ou “Contas de Passivo”, pois estas
pertencem ao grupo das “CONTAS PATRIMONIAIS”.

Depois dessas considerações, vamos montar novamente o balancete


das transações do jovem Leandro, pois nós estamos ainda no dia dois de
março/2011. Neste novo Balancete, além da gente colocar as despesas
dentro do seu Grupo específico de Contas de Resultados, elas aparecerão
com a grafia correta de como deverão ser identificadas. Vamos lá:

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BALANCETE
Nº de CONTAS MOVIMENTO SALDO
Ordem
DÉBITO CRÉDITO DEVEDOR CREDOR
CONTAS ATIVO PASSIVO
PATRIMONIAIS
01 Caixa 2.000,00 1.910,00 90,00
02 Banco c/corrente 1.200,00 1.200,00
03 Capital 0,00 2.000,00 2.000,00

CONTAS DE DESPESAS RECEITAS


RESULTADOS
01 Despesas c/ 450,00 450,00
vestuário
02 Despesas 200,00 200,00
c/alimentos
03 Despesas c/mat 60,00 60,00
limpeza

TOTAL GERAL 3.910,00 3.910,00 2.000,00 2.000,00

Antes de seguirmos, eu peço, comparem os dois Balancetes e


observem que este último ficou bem mais adequado, pois separa as Contas
Patrimoniais (Contas dos Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido)
das Contas de Resultados (Contas de Despesas e de Receitas).

Nas empresas, dentro de um determinado período, normalmente no


final do ano civil (31/12), por ocasião da elaboração do Balanço Patrimonial,
é efetuado o encontro das contas de despesas e receitas, onde se apura se
houve lucro ou prejuízo. O resultado encontrado é transferido das Contas de
Resultados para as Contas Patrimoniais, indo para o grupo do Patrimônio
Líquido, aumentando-o se apurado lucro ou diminuindo-o se apurado
prejuízo.

Vamos agora, continuar observando o dia a dia do Leandro.

- Em 15 de março pagou a diarista referente aos serviços de limpeza


executados neste mesmo dia com o cheque nº 001 no valor de R$ 60,00;

- Em 16 de março resolveu ir a uma quermesse ao lado de seu


apartamento e gastou ao todo R$ 12,00 em dinheiro.

- Em 17 de março foi novamente ao Supermercado fazer algumas


compras, pagando em dinheiro, conforme segue: R$ 50,00 em alimentos e
R$ 18,00 em materiais de limpeza.

- Em 18 de março comprou um computador nas Lojas Tem Tudo Ltda,


por R$ 3.000,00 a ser pago em 06 parcelas de R$ 500,00, sendo que a
primeira parcela vencerá em 05/04/2011 e as demais sucessivamente todo
dia 05.

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- Em 30 de março pagou a diarista referente aos serviços de limpeza


executados neste mesmo dia com o cheque nº 002 no valor de R$ 60,00.

Não executou mais nenhuma transação neste mês de março.

Vamos formalizar essas transações:

Os lançamentos no Livro Diário ficariam assim:

DIÁRIO GERAL
Empresa: Leandro Amaro MÊS: MARÇO/2011 Pág.
002
Conta Débito Conta Crédito DIA HISTÓRICO VALOR
...
Desp Serv Banco c/corrente 15 Pgto diarista conforme cheque 60,00
Limpeza 001
Desp com Lazer Caixa 16 Pgto despesas quermesse 12,00
Desp c/ alimentos Caixa 17 Aquisição alimentos Cupom 50,00
Fiscal 317
Desp Mat Caixa 17 Aquisição Mat Limpeza C. Fiscal 18,00
Limpeza 317
Equip. Informática Computador a 18 Aquisição computador conf NF 3.000,00
pagar 4078
Desp Serv Banco c/corrente 30 Pgto diarista conforme cheque 60,00
Limpeza 002

Analisando estes últimos lançamentos, vimos que além das despesas


de manutenção e de lazer do nosso amigo Leandro, houve a aquisição de
um computador. O computador é um bem (Ativo = coisa boa) e não material
de consumo, portanto pertence ao Grupo das Contas Patrimoniais, devendo
ser lançado em uma Conta específica que vamos dar o nome de:
Equipamentos de Informática.

Vocês perceberam também que para comprar o computador o nosso


amigo não utilizou dinheiro do Caixa e nem do Banco, pois comprou o
equipamento a prazo, portanto, apareceu uma obrigação a pagar (Passivo =
coisa ruim).

Finalizando, vocês viram também que para o pagamento das


despesas o Leandro utilizou-se ora de dinheiro do caixa ora de dinheiro do
Banco por intermédio da emissão de cheques.

Vamos ver como ficou o Razão:

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Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Despesas com Serviços de Limpeza
Data Histórico Débito Crédito Saldo
15/03 Pgto diarista conforme cheque 001 60,00 60,00 D
30/03 Pgto diarista conforme cheque 002 60,00 120,00 D

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Despesas com Lazer
Data Histórico Débito Crédito Saldo
16/03 Pgto despesas quermesse 12,00 12,00 D

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Despesas com Alimentos
Data Histórico Débito Crédito Saldo
01/03 Aquisição alimentos Cupom Fiscal 200,00 200,00 D
323
17/03 Aquisição alimentos Cupom Fiscal 50,00 250,00 D
317

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Despesas com Materiais de Limpeza
Data Histórico Débito Crédito Saldo
01/03 Aquisição Mat Limpeza C. Fiscal 60,00 60,00 D
323
17/03 Aquisição Mat Limpeza C. Fiscal 18,00 78,00 D
317

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Equipamentos de Informática
Data Histórico Débito Crédito Saldo
18/03 Aquisição computador conf NF 3.000,00 3.000,00 D
4078

Apresentamos acima as Contas que receberam lançamentos à débitos,


agora faltam às contrapartidas, que no caso foram as Contas “Caixa”,
“Banco c/corrente” e “Computador a pagar”, salientando que a Conta “Caixa”
vem com saldo anterior de R$ 90,00 em 02/03, conforme segue:

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Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Caixa
Data Histórico Débito Crédito Saldo
01/03 Doação recebida do pai 2.000,00 2.000,00 D
01/03 Aquisição vestuário NF 978 450,00 1.550,00 D
01/03 Aquisição alimentos Cupom Fiscal 200,00 1.350,00 D
323
01/03 Aquisição Mat limpeza C.Fiscal 60,00 1.290,00 D
323
02/03 Depósito conforme recibo 1.200,00 90,00 D
16/03 Pgto despesas quermesse 12,00 78,00 D
17/03 Aquisição alimentos Cupom Fiscal 50,00 28,00 D
317
17/03 Aquisição Mat Limpeza C.Fiscal 18,00 10,00 D
317

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Banco c/corrente
Data Histórico Débito Crédito Saldo
02/03 Depósito conforme recibo 1.200,00 1.200,00 D
15/03 Pgto diarista conforme cheque 001 60,00 1.140,00 D
30/03 Pgto diarista conforme cheque 002 60,00 1.080,00 D

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Computador a pagar
Data Histórico Débito Crédito Saldo
18/03 Aquisição computador conf NF 3.000,00 3.000,00 C
4078

Veremos agora, a situação do Leandro em 31 de março de 2011


através de novo Balancete:

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BALANCETE - MARÇO/2011
Nº de CONTAS MOVIMENTO SALDO
Ordem
DÉBITO CRÉDITO DEVEDOR CREDOR
CONTAS PATRIMONIAIS ATIVO PASSIVO
01 Caixa 2.000,00 1.990,00 10,00
02 Banco c/ corrente 1.200,00 120,00 1.080,00
03 Equip. de Informática 3.000,00 3.000,00
04 Computador a pagar 3.000,00 3.000,00
05 Capital 0,00 2.000,00 2.000,00

CONTAS DE DESPESAS RECEITAS


RESULTADOS
01 Despesas c/ vestuário 450,00 450,00
02 Despesas c/ alimentação 250,00 250,00
03 Despesas c/ mat. limpeza 78,00 78,00
04 Despesas c/ serv Limpeza 120,00 120,00
05 Despesas c/ lazer 12,00 12,00

TOTAL GERAL 7.110,00 7.110,00 5.000,00 5.000,00

Destrinchamos contabilmente o primeiro mês de independência do


Leandro, fazendo um acompanhamento de todas as suas transações,
originando esse Balancete final. Neste Balancete podemos perceber que dos
R$ 2.000,00 que recebeu do seu pai, ainda restam R$ 1090,00, sendo R$
10,00 em dinheiro e R$ 1.080,00 em depósito no Banco. O restante ele
gastou com a sua manutenção (despesas com roupas, alimentos, limpeza,
higiene e lazer). Podemos perceber ainda que ele aumentou o seu Ativo
(coisas boas), pois adquiriu um computador no valor de R$ 3.000,00. Por
outro lado, como o computador foi comprado a prazo, o seu Passivo (coisas
ruins) também foi aumentado em R$ 3.000,00.

Podemos afirmar que está encerrada a contabilidade do nosso amigo


Leandro referente ao mês de março/2011?

Não, pois ainda estão faltando alguns lançamentos para podermos


encerrar a escrituração contábil referente às transações do mês.

As normas de contabilidade dispõem que as DESPESAS e


RECEITAS devem ser reconhecidas no período a que pertencerem,
independente da data do seu pagamento ou recebimento. A isso se dá o
nome de REGIME DE COMPETÊNCIA. Sendo assim, vamos em frente.

Estamos em 31/03 e o Leandro já concluiu o seu primeiro mês de


trabalho, portanto, já tem direito a receber o salário de março, não importa
se o pagamento será apenas no início de abril.

O salário do Leandro no mês de março foi de R$ 3.500,00.

O desconto para a Previdência Social (INSS) foi de R$ 385,00 (11%


sobre R$ 3.500,00).

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O valor do Imposto de Renda Retido na Fonte foi de R$ 167,75


(conforme tabela da Receita Federal).

O Leandro também está devendo um mês de aluguel completo no


valor de R$ 800,00, que também será pago em 05/04.

O nosso amigo também recebeu as contas de água e de energia


elétrica (luz) que vencerão no início do mês, conforme segue:

- Conta de água no valor de R$ 15,50 a vencer dia 07/04/2001


- Conta de Luz no valor de R$ 23,90 a vencer dia 11/04/2001.

Agora, vamos formalizar estes lançamentos no Livro Diário:

DIÁRIO GERAL
Empresa: Leandro Amaro MÊS: MARÇO/2011 Pág. 002
Conta Débito Conta Crédito DIA HISTÓRICO VALOR

Salários a receber Receitas c/ salários 31 Salário de março/2011 3.500,00


Desp Prev. Social Salários a receber 31 Contribuição INSS ref. 385,00
Março/2011
Desp c/ Imp Salários a receber 31 Retenção IR Fonte ref. 167,75
Renda Março/2011
Desp com aluguel Aluguel a pagar 31 Vr ref aluguel de março/2011 800,00
Despesas c/ água Conta de água a 31 Vr ref conta de água de 15,50
pagar março/2011
Despesas c/ luz Conta de luz a 31 Vr ref conta de luz de 23,90
pagar março/2011

E, agora, a escrituração no Livro Razão:

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Salários a receber
Data Histórico Débito Crédito Saldo
31/03 Salário de março/2001 3.500,00 3.500,00 D
31/03 Contribuição INSS ref. 385,00 3,115,00 D
Março/2011
31/03 Retenção IR Fonte ref. 167,75 2.947,25 D
Março/2011

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Despesas com Previdência Social
Data Histórico Débito Crédito Saldo
31/03 Contribuição INSS ref. 385,00 385,00 D
Março/2011

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Despesas com Imposto de Renda

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Data Histórico Débito Crédito Saldo


31/03 Retenção IR Fonte ref. 167,75 167,75 D
Março/2011

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Despesas com Aluguel
Data Histórico Débito Crédito Saldo
31/03 Vr ref aluguel de março/2011 800,00 800,00 D

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Aluguel a pagar
Data Histórico Débito Crédito Saldo
31/03 Vr ref aluguel de março/2011 800,00 800,00 C

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Despesas com água
Data Histórico Débito Crédito Saldo
31/03 Vr ref conta de água de 15,50 15,50 D
março/2011

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Contas de água a pagar
Data Histórico Débito Crédito Saldo
31/03 Vr ref conta de água de 15,50 15,50 C
março/2011

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Despesas com luz
Data Histórico Débito Crédito Saldo
31/03 Vr ref conta de luz de março/2011 23,90 23,90 D

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Contas de luz a pagar
Data Histórico Débito Crédito Saldo
31/03 Vr ref conta de luz de março/2011 23,90 23,90 C

Empresa: Leandro Amaro Mar a Dez/2011


RAZÃO ANALÍTICO Pág. 01
CONTA: Receitas com salários
Data Histórico Débito Crédito Saldo
31/03 Salário de março/2011 3.500,00 3.500,00 C

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Efetuado os lançamentos nos Livros Diário e Fichas “Razão”, agora


sim, nós vamos elaborar o Balancete final do mês de março/2011:

BALANCETE - MARÇO/2011
Nº de CONTAS MOVIMENTO SALDO
Ordem
DÉBITO CRÉDITO DEVEDOR CREDOR
CONTAS PATRIMONIAIS ATIVO PASSIVO
01 Caixa 2.000,00 1.990,00 10,00
02 Banco c/corrente 1.200,00 120,00 1.080,00
03 Salários a receber 3.500,00 552,75 2.947,25
04 Equip. de Informática 3.000,00 3.000,00
05 Computador a pagar 3.000,00 3.000,00
06 Aluguel a pagar 800,00 800,00
07 Contas de água a pagar 15,50 15,50
08 Contas de luz a pagar 23,90 23,90
09 Capital 2.000,00 2.000,00

CONTAS DE RESULTADOS DESPESAS RECEITAS

01 Despesas c/ vestuário 450,00 450,00


02 Despesas c/ alimentação 250,00 250,00
03 Despesas c/ mat. limpeza 78,00 78,00
04 Despesas c/ serv Limpeza 120,00 120,00
05 Despesas c/ lazer 12,00 12,00
06 Despesas c/ Prev. Social 385,00 385,00
07 Despesas c/ Imp. Renda 167,75 167,75
08 Despesas c/ aluguel 800,00 800,00
09 Despesas c/ água 15,50 15,50
10 Despesas c/ luz 23,90 23,90
11 Receitas com salários 3.500,00 3.500,00

TOTAL GERAL 12.002,15 12.002,15 9.339,40 9.339,40

Agora, definitivamente fechamos o mês de março/2011, das contas do


Leandro. Com esse balancete, podemos observar que daqueles R$ 2.000,00
de capital inicial de que dispunha, ainda restam R$ 1.090,00, sendo R$
10,00 em dinheiro e R$ 1.080,00 depositados no Banco. Ele também tem um
direito a receber de R$ 2.947,25 que é o seu salário líquido do mês de
março que deverá ser recebido em 05/04. Têm, ainda, um equipamento de
Informática (computador) no valor de R$ 3.000,00. Todas essas Contas são
de coisas boas, portanto como vocês podem observar, estão no Ativo e tem
saldos devedores (mera convenção contábil).

Por outro lado, percebemos também que o Leandro arrumou algumas


contas a pagar, sendo as dívidas do computador, do aluguel e as contas de
água e luz. Sendo dívida, então é coisa ruim, e como vocês veem estão no
Passivo e tem saldos credores (mera convenção contábil).

Analisando as Contas de Resultados percebemos que houve uma


Receita de R$ 3.500,00 e várias Despesas que se somadas totalizam R$
2.302,15. Deduzindo as Despesas das Receitas teremos um resultado
positivo de R$ 1.197,85. Este é o lucro do nosso amigo no mês de

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março/2011. Fazendo o encontro das contas de despesas e receitas,


zerando-as, sobrará este lucro que então deverá ser transferido para o grupo
das Contas do Patrimônio Líquido a ser demonstrado no Balanço
Patrimonial.

Como vimos nesta unidade do curso, o Balanço Patrimonial é uma


demonstração utilizada tanto pelos proprietários da empresa como por
qualquer outra pessoa que deseja conhecer sua situação financeira. Vamos
ver como ficaria o Balanço Patrimonial do nosso amigo em 31/03/2011,
antes, porém, vamos colocar o Livro Diário com toda a escrituração efetuada
no mês de Março/2011:

DIÁRIO GERAL
Empresa: Leandro Amaro MÊS: MARÇO/2001 Pág. 002
Conta Débito Conta Crédito DIA HISTÓRICO VALOR
Caixa Capital 01 Doação recebida do pai 2.000,00
Vestuário Caixa 01 Aquisição vestuário NF 978 450,00
Gêneros Caixa 01 Aquisição alimentos Cupom Fiscal 200,00
alimentícios 323
Materiais limpeza Caixa 01 Aquisição Mat limpeza C.Fiscal 323 60,00
Banco c/corrente Caixa 02 Depósito conforme recibo 1.200,00
Desp Serv Limpeza Banco c/corrente 15 Pgto diarista conforme cheque 001 60,00
Desp com Lazer Caixa 16 Pgto despesas quermesse 12,00
Desp c/ alimentos Caixa 17 Aquisição alimentos Cupom Fiscal 50,00
317
Desp Mat Limpeza Caixa 17 Aquisição Mat Limpeza C.Fiscal 317 18,00
Equip. Informática Contas a pagar 18 Aquisição computador conf NF 4078 3.000,00
Desp Serv Limpeza Banco c/corrente 30 Pgto diarista conforme cheque 002 60,00
Salários a receber Receitas c/ salários 31 Salário de março/2011 3.500,00
Desp Prev. Social Salários a receber 31 Contribuição INSS ref. Março/2011 385,00
Desp c/ Imp Renda Salários a receber 31 Retenção IR Fonte ref. Março/2011 167,75
Desp com aluguel Aluguel a pagar 31 Vr ref aluguel de março/2011 800,00
Despesas c/ água Conta de água a 31 Vr ref conta de água de março/2011 15,50
pagar
Despesas c/ luz Conta de luz a pagar 31 Vr ref conta de luz de março/2011 23,90

Agora, vamos ao Balanço Patrimonial, porém, vale ressaltar que o


Balanço Patrimonial é elaborado, normalmente, só no final do exercício, ou
seja, no último dia do ano civil (31/12). Aqui nós fechamos somente para
efeito de aprendizagem. Com relação aos Balancetes, estes sim são
elaborados mensalmente no intuito de subsidiar o gerenciamento dos
negócios da empresa.

Então, vamos ao Balanço:

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BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/03/2011


Leandro Amaro
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Caixa 10,00 Computador a pagar 3.000,00
Banco c/corrente 1.080,00 Aluguel a pagar 800,00
Salários a receber 2.947,25 Contas de água a pagar 15,50
Permanente Contas de luz a pagar 23,90
Equipe. de Informática Patrimônio Líquido
3.000,00
Capital Inicial 2.000,00
Lucro Março/2001 1.197,85

TOTAL DO ATIVO 7.037,25 TOTAL DO PASSIVO 7.037,25

Apenas para relembrar o que aprendemos:

Como vocês estão vendo no Balanço acima, já procuramos colocar as


Contas dentro dos seus sub grupos conforme determina as Normas
Contábeis. Tem outros sub grupos, no entanto vamos comentar por
enquanto apenas os que constam no nosso Balanço.

Ativo Circulante: pertencem a este grupo as Contas que poderão ser


transformadas em dinheiro, consumidas ou vendidas dentro de no máximo
um ano. Além das contas ali já demonstradas, poderemos encontrar ainda
neste grupo as contas de estoque de mercadorias para revenda e/ou de
produtos acabados para venda. Podemos encontrar ainda neste grupo
aplicações financeiras de curto prazo.

Permanente: São bens adquiridos para serem utilizados na exploração do


negócio, não se destinando a venda. São conhecidos também como Ativo-
Fixo. Podemos encontrar neste grupo as Contas de Imóveis, Instalações,
Maquinários, Veículos, Móveis e Utensílios, etc.

Passivo Circulante: pertencem a este grupo as Contas a pagar como:


Fornecedores de mercadorias, Impostos, Empréstimos, Salários e outras
dívidas, devendo ser obrigações de curto prazo, ou seja, com vencimento de
no máximo um ano.

Patrimônio Líquido: É representado pelo investimento dos proprietários


(capital inicial) mais os lucros auferidos no decorrer dos negócios.

Unidade 4 – Serviços Complementares

Olá,

Nessa unidade você conhecerá os serviços complementares que


costumam ser oferecidos por escritórios de contabilidade.

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Entre eles, destacamos o serviço de folha de pagamento que se trata


de uma boa estratégia para pequenas empresas conseguirem reduzir seus
custos. Verá também o levantamento de alvarás e licenças para o
funcionamento da empresa e por fim, as declarações de Imposto de Renda
para Pessoa Física que geralmente, geram bons ganhos financeiros para as
contabilidades.

Bom estudo.

4.1 – Folha de pagamento

A maioria das empresas de contabilidade exercem serviços


complementares. Entre eles, podemos destacar o processamento da Folha
de Pagamento.

Geralmente, empresas pequenas, com poucos empregados, não tem


por hábito aumentar seu custo, estabelecendo um departamento de pessoal
interno. Com isso, transferem a responsabilidade para aqueles em quem
confiam e já conhecem toda a estrutura financeira, ou seja, seus contadores.

A contabilidade precisa processar a Folha de Pagamento de maneira


simples e transparente, de forma a permitir que os empregados de seus
clientes, compreendam o que está escrito em seu comprovante de
pagamento, que nada é que a cópia fiel de sua folha de pagamento.

Dito isso, vamos aos detalhes.


Podemos dividir a folha de pagamento em duas partes:

- Vencimentos - Todos os valores pagos ao empregado, sem


qualquer tipo de desconto;

- Descontos - Todas as condições que oneram o recebimento da


remuneração pelo empregado. Os descontos podem ser divididos ainda em:
- Descontos compulsórios, ou seja, descontos exigidos pela
legislação;
- Descontos por autorização, ou seja, descontos geralmente
decorrentes da participação nos custos de benefícios.

Entre os vencimentos mais frequentes, destacamos:

- Salário;
- Abono pecuniário;
- Comissões;
- Horas extras;
- Adicional de insalubridade;

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- Adicional de periculosidade;
- Adicional noturno;
- 13º salário;
- Integração de horas extras ao DSR;
- Salário Família;

Entre os descontos compulsórios mais frequentes, destacamos:

- INSS;
- IRRF;
- Desconto de contribuições ao sindicato;
- Vale Transporte;
- Faltas injustificadas;
- Atrasos injustificados;
- Pensão alimentícia;
- Adiantamento salarial, se concedidos.

E entre os descontos por autorização do empregado mais


frequentes, estão:

- Seguro de vida em grupo;


- Convênio de assistência médica;
- Vale compra supermercado;
- Convênio Farmácia
- Outros convênios.

Visto os vencimentos e descontos mais presentes em uma folha de


pagamento, vamos conhecer sua forma de processá-la.

Para se ter um fechamento de folha de pagamento adequado, sem


erros ou sobressaltos, é preciso estabelecer as datas para o fechamento de
forma a atender as informações fiscais, emissão de holerites, demonstrativos
dos vencimentos, depósitos bancários e efetivação dos pagamentos.

Levando-se em consideração que a grande maioria das empresas


realiza seus pagamentos sempre no 5º dia útil do mês, a data de
fechamento da folha deverá ser o dia 20 de cada mês, ou seja, o mês de
trabalho não será de 01 a 30, mas de 21 a 20, proporcionando tempo
suficiente, para levantar todos os detalhes, inclusive faltas e horas extras
trabalhadas.

Cálculo da Folha

O Cálculo da folha de pagamento deve levar em consideração duas


situações: Os empregados mensalistas e os empregados horistas.
Geralmente, empresas pequenas trabalham apenas com empregados

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mensalistas, mas vamos procurar apresentar aqui as duas formas de se


calcular a folha.

Mensalistas:

Para se calcular a folha de pagamento do pessoal mensalista, deve-


se ter por base o salário do mês, acrescido de horas extras, comissão,
premiação e outros recebimentos que apontará o total de proventos.

Para se calcular as horas extras adicionais para empregados


mensalistas, deverá ser dividido o salário mensal por 220 horas, cujo valor
acrescido dos percentuais correspondentes, deverá ser multiplicado pelo
número de horas que o empregado tenha trabalhado durante o mês.

Os descontos em favor do INSS e Imposto de Renda retido na fonte


serão baseados na relação entre proventos e tabelas de descontos
estabelecidas para estes impostos. Os demais benefícios deverão ser
descontados de acordo com a lei e normas internas. Por fim, deverão ser
descontadas as faltas não justificadas no mês.

O líquido a receber se apura deduzindo-se do total de proventos, o


total de descontos.

Horistas:

O cálculo da folha do empregado horista é baseado sobre o salário


hora, multiplicado pelo número de horas trabalhadas no mês e pelo número
de horas correspondente ao DSR. Da mesma forma, este salário-hora
acrescido dos percentuais de horas extras e adicionais, multiplicado sobre
as horas incidentes, cujos resultados somados ao valor apurado para as
horas trabalhadas e o DSR, totalizarão os proventos.

Com relação aos descontos, serão aplicadas as tabelas


correspondentes do INSS e Imposto de Renda retido na fonte e os demais
descontos correspondentes aos benefícios concedidos pela empresa.

O total de descontos deverá ser deduzido do total de proventos,


apurando-se o líquido a receber.

Abaixo destacamos um modelo de Folha de Pagamento. Este modelo


é um resumo consolidado de toda a folha de pagamento de um determinado
mês:

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Item Proventos no Mês Ref. Ativos Ref. Demitidos Total


003 Salário Mensal (1) 2.222,00 33.332,00 235,00 3.194,67 36.526,67
009 Salário Maternidade 28,00 378,00 0,00 0,00 378,00
011 Salário Família 46,00 1.847,84 31,00 141,58 1.989,42
Descanso Semanal
037 0,00 2.050,67 0,00 0,00 2.050,67
Remunerado
046 Comissão de Cargo 0,00 10.253,22 0,00 0,00 10.253,22
091 Aviso Prévio Indenizado 0,00 0,00 0,00 13.555,00 13.555,00
Aviso Prévio - Média
092 0,00 0,00 0,00 18.984,06 18.984,06
Proventos
094 Indenização Artigo 479 CLT 0,00 0,00 0,00 398,25 398,25
098 Férias Proporcionais 0,00 0,00 0,00 6.523,34 6.523,34
099 Férias Prop.-Média Proventos 0,00 0,00 0,00 9.193,96 9.193,96
100 Férias Prop.-Adicional 1/3 0,00 0,00 0,00 6.093,75 6.093,75
101 Décimo Terceiro Indenizado 0,00 0,00 0,00 7.097,09 7.097,09
13º Indenizado-Média
102 0,00 0,00 0,00 9.227,70 9.227,70
Proventos
103 13º Indenizado-Adicional 1/12 0,00 0,00 0,00 2.711,60 2.711,60
105 Vale transporte em Dinheiro 0,00 13.715,00 0,00 0,00 13.715,00
108 Férias Prop. -Adicional 1/12 0,00 0,00 0,00 2.563,95 2.563,95
122 Vale refeição em dinheiro 0,00 19.649,10 0,00 0,00 19.649,10
123 Complementos de comissões 0,00 28.057,88 30,00 1.620,00 29.677,88
135 Diferença Salarial 0,00 418,50 0,00 0,00 418,50
TOTAL DE PROVENTOS NO
109.702,21 81.304,95 191.007,16
MÊS
Item Descontos no Mês Ref. Ativos Ref. Demitidos Total
271 Adiantamento Salarial 1 0,00 10.253,21 0,00 0,00 10.253,21
272 Adiantamento Salarial 2 0,00 378,74 0,00 0,00 378,74
284 Vale Transporte 0,00 3.618,00 0,00 0,00 3.618,00
286 Ticket Restaurante 0,00 3.763,71 0,00 0,00 3.763,71
288 I.N.S. S 1.151,25 5.828,84 290,70 368,26 6.197,10
291 I.N.S.S 13º Salário Indenizado 0,00 0,00 299,35 1.259,03 1.259,03
295 I.R.R.F 15,00 11,68 0,00 0,00 11,68
299 I.R.R.F Férias (rescisão) 0,00 0,00 15,00 49,74 49,74
304 Pensão Judicial (rescisão) 0,00 0,00 0,00 418,00 418,00
328 Adiantamento 13º Salário 0,00 0,00 0,00 421,15 421,15
365 Desconto Seguro de Vida 0,00 77,38 0,00 0,00 77,38
TOTAL DE DESCONTOS NO 23.931,56 2.516,18 26.447,74

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MÊS

TOTAL LÍQUIDO NO MÊS 85.770,65 78.788,77 164.559,42


Informativos Auxiliares -
Item Ref. Ativos Ref. Demitidos Total
FGTS
483 FGTS 1.197,50 5.953,68 0,00 0,00 5.953,68
483 FGTS (Recolhido) 313,00 2.990,34 2.990,34
485 FGTS 13º Salário (Recolhido) 313,00 1.490,71 1.490,71
FGTS Multa S/ Não
488 0,00 0,00 0,00 2.257,37 2.257,37
Depositado
FGTS Multa S/ Saldo
489 0,00 0,00 0,00 7.923,75 7.923,75
Bancário
Informativos Auxiliares -
Item Ref. Ativos Ref. Demitidos Total
Bases
451 Valor do Salário Mensal 0,00 34.128,50 0,00 14.770,00 48.898,50
452 Valor do Salário Diário 0,00 1.137,64 0,00 492,34 1.629,98
453 Valor do Salário Horário 0,00 155,03 0,00 67,10 222,13
Salário Mensal Sem
454 0,00 34.128,50 0,00 14.770,00 48.898,50
Adc.Ins/Per
455 Base Salário Família 0,00 74.490,27 0,00 4.814,67 79.304,94
457 Base INSS Salário 0,00 74.071,77 0,00 4.814,67 78.886,44
459 Base INSS 13º Salário 0,00 0,00 0,00 16.324,79 16.324,79
460 = Não Cadastrado... 0,00 0,00 0,00 183,00 183,00
461 S/L: Base INSS Salário 0,00 74.071,77 0,00 4.814,67 78.886,44
S/L: Base INSS 13º
464 0,00 0,00 0,00 16.324,79 16.324,79
Indenizado
465 Base IRRF Salário 0,00 42.029,36 0,00 2.653,02 44.682,38
466 Base IRRF Férias 0,00 0,00 0,00 19.590,79 19.590,79
467 Base IRRF 13º Salário 0,00 0,00 0,00 10.530,99 10.530,99
470 S/D: Base IRRF Salário 0,00 64.237,06 0,00 4.798,00 69.035,06
S/D: Base IRRF Férias
471 0,00 0,00 0,00 24.375,00 24.375,00
Ind+Prop
475 S/D: Base IRRF 13º (rescisão) 0,00 0,00 0,00 16.324,79 16.324,79
477 Dedução IRRF Dependentes 132,00 16.679,52 38,00 4.801,68 21.481,20
Dedução IRRF
478 0,00 0,00 38,00 4.801,68 4.801,68
Dep.Fer/13º/Lucro
479 Base FGTS Salário + Férias 0,00 74.071,77 0,00 37.353,73 111.425,50
480 Base FGTS Adto.13º Salário 0,00 25.993,28 0,00 421,15 26.414,43
481 Base FGTS 13º Salário 0,00 0,00 0,00 18.615,24 18.615,24
491 Vale Transporte Sem Limites 0,00 3.618,00 0,00 0,00 3.618,00
495 Rescisão: Pensão Salário 0,00 0,00 0,00 418,00 418,00
498 Rendimentos Tributáveis 0,00 74.071,77 0,00 37.353,73 111.425,50

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499 Rendimentos Não Tributáveis 0,00 33.364,10 0,00 32.937,31 66.301,41


Total de Funcionários 150 39 189

Cálculo das Férias

O gozo de férias é um direito protegido pela legislação e como tal


deve ser respeitado. Férias nada mais é do que um período de descanso de
30 dias que o empregado tem uma vez por ano de trabalho com o objetivo
de se desligar das rotinas profissionais.

Período aquisitivo e período concessivo

Conforme dispõe o artigo 129 da CLT - todo empregado tem direito


anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo de remuneração.
Complementa o aspecto remuneratório, o art. 7º da Constituição Federal, ao
estabelecer que à remuneração normal deverá ser acrescido 1/3 do salário
como provento adicional.

Para efeito de concessão de gozo de férias, é fundamental que haja


um controle de frequência bastante apurado a fim de que os dias de gozo
sejam estabelecidos de forma equânime, na proporção das faltas ocorridas
no período aquisitivo:

Até 5 faltas injustificadas 30 dias corridos de férias


De 06 a 14 faltas injustificadas 24 dias corridos de férias
De 15 a 23 faltas injustificadas 18 dias corridos de férias
De 24 a 32 faltas injustificadas 12 dias corridos de férias
Acima de 32 faltas injustificadas Não tem direito a férias

Somente serão consideradas como faltas aquelas que merecerem


desconto em folha de pagamento, denominadas faltas injustificadas.

Desta forma não serão consideradas faltas:

- Até 2 dias consecutivos ou caso de falecimento de cônjuge,


ascendente, descendente, irmão ou dependente, declarando na CTPS que
vive sob pendência econômica do empregado.
- Até 3 dias consecutivos para casamento.
- Até 5 dias de auxílio paternidade.
- Até 1 dia para registro de nascimento de filho.
- Até 1 dia por ano para doação voluntária de sangue.
- Até 2 dias consecutivos ou não para alistamento eleitoral

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- No período de prestação a exigências do serviço militar (um dia – dia


do reservista).
- Licença maternidade de 120 dias.
- Faltas remuneradas pela empresa durante a suspensão do contrato
para responder a inquérito policial ou prisão preventiva quando for
impronunciável ou absolvido.

O período de gozo de férias deverá ser concedido durante os doze


meses seguintes ao vencimento do período aquisitivo, ou seja, para ter
direito aos 30 dias, deverá trabalhar um ano inteiro.

Nos casos em que tenha mais de um membro da família nas


condições de empregado, terão direito de gozo de férias numa mesma
época, desde que isso comprovadamente não prejudique o empregador. Da
mesma forma, o empregado estudante tem o direito de fazer coincidir o seu
gozo de férias com o período de férias escolares.

A concessão de férias é ato do empregador, podendo programá-la na


época que melhor consulte seus interesses. Porém, se depois de concedida
a empresa alterar, unilateralmente, a data de gozo de férias, o empregado
poderá entrar em férias sem que isto constitua ato de indisciplina.

É importante o controle apurado da concessão de férias antes do


vencimento do segundo período aquisitivo para que a empresa não seja
obrigada a pagar em dobro o primeiro período, o que é conhecido em
administração como “dobra de período”.

Remuneração das férias e terço constitucional – Cálculo das médias

Remuneração do período de gozo - o salário base de cálculo de


concessão de férias é o salário vigente à época do gozo. Nos casos de
remuneração variável deverá considerar a média da remuneração paga nos
últimos doze meses.

Ao salário usado como base de cálculo de férias deverão ser


adicionadas as médias mensais de adicionais pagos a títulos de adicional
noturno, adicional de insalubridade, adicional de periculosidade e adicional
de horas extras.

O cálculo para pagamento deverá destacar:

- Salário base
- Adicional de hora extra
- Adicional de insalubridade
- Adicional de periculosidade
- Total a ser considerado nos dias corridos
- 1/3 de conversão
- 1/3 constitucional

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- 50% do 13º. Salário

O empregado tem direitos de até 15 dias do término do período


aquisitivo solicitar, por escrito, a conversão de 1/3 do número de dias de
gozo em abono pecuniário e, ainda até o último dia do mês de janeiro de
cada ano, requerer, por escrito, o adiantamento de 50% do 13º salário do
ano em curso, a serem pagos por ocasião do gozo de férias.

O abono de férias não integra a remuneração para efeitos de


tributação, desde que não ultrapasse 20 dias, assim como não integra a
remuneração para efeito de pagamento do 13º salário.

O pagamento das férias deverá ser realizado com até 2 dias de


antecedência ao início do período de gozo, com a emissão de respectivo
recibo indicando o início e o término do período, que será assinado pelo
empregado dando quitação.

Pagamento de férias a empregados desligados

- Demitido sem justa causa – recebe férias vencidas e férias


proporcionais na base de 1/12 avos por mês trabalhado ou fração
igual ou superior a 14 dias trabalhados no mês.

- Demitido por justa causa – recebe somente direitos completos. Não há


pagamento de férias proporcionais para o empregado com menos de
1 ano de trabalho.

- Pedido de demissão – recebe os direitos completos e também


proporcional aos meses de trabalho, na base de 1/12 avos para cada
mês ou fração igual ou superior a 14 dias. Empregado com menos de
1 ano de trabalho não recebe proporcional.

Cálculo do 13º Salário

O 13º. Salário surgiu do hábito dos empregadores concederem um


abono de natal para todos os empregados, no mês de dezembro, que
costumava variar entre meio salário e um salário mensal, tendo por base o
salário vigente no mês de pagamento.

A partir da lei 4090/62 essa concessão tornou-se obrigação, fazendo


com que o empregador passasse a pagar a todo empregado e trabalhadores
avulsos, um salário mensal por ano, a título de 13º salário, integral para
quem trabalhou o ano todo e proporcional para quem foi contratado ao longo
do ano.

Estabeleceu ainda que o 13º salário não integra a remuneração. A


folha de pagamento do 13º salário é montada em separado da folha de
pagamento mensal, sofrendo tributação em separado.

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Formas de Apuração do 13º Salário

Como dissemos, aos empregados com um ano ou mais de trabalho, o


13º salário será pago com base no salário vigente no mês, integralmente.
Nos casos dos empregados com menos de um ano de trabalho, este abono
será pago na base de 1/12 avos do salário por mês trabalhado, ou fração
igual ou superior a 14 dias dentro do mês, ou seja, o empregado admitido
até o dia 16 do mês terá direito a somar este mês à contagem do período
proporcional.

O 13º salário a ser pago para os empregados que ganham salário


variável ou comissão apenas, corresponde à média das comissões
recebidas durante o ano em curso. Se o salário for composto de fixo e
comissões, deverá ser apurada a média mensal das comissões pagas
durante o ano, que será somada ao salário fixo do mês para constituir a
base sobre a qual será efetivado o pagamento.

No caso de empregado afastado por auxílio doença, a empresa


pagará o período que antecedeu o afastamento, somado ao período de
retorno ao trabalho, no caso do empregado ter tido afastamento e alta dentro
do mesmo ano.

Como exemplo, se uma pessoa se afastou para auxílio doença no


mês de maio do ano, será considerado o período de 1 de janeiro até o dia do
afastamento, ou seja, 5/12 avos. Se o mesmo empregado teve alta no final
de outubro, deverá ser somado os meses de novembro e dezembro, ou seja,
2/12 avos aos 5/12 avos do período que antecedeu o afastamento,
apurando-se o seu direito de receber 7/12 avos de 13º salário.

Usando-se o mesmo exemplo e considerando-se que o empregado


não retornou ao trabalho até o final do ano, o seu direito se resume a 5/12
avos.

No caso de empregado afastado por acidente de trabalho, a lei


estabelece que a empresa deve pagar integralmente o 13º salário. Existem
casos em que o INSS efetua o pagamento do período do afastamento. Se a
empresa constatar a ocorrência desse fato, ela pode apenas complementar
o valor que o Instituto pagou pelo valor que deveria ser pago, uma vez que,
afastando-se do trabalho, o cálculo do salário benefício, poderá ser inferior
ao seu salário mensal.

No caso de afastamento para prestação de serviço militar, o


empregado afastado, não tem direito a receber o pagamento do 13º salário
pela empresa.

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Pagamento da primeira e segunda parcelas

O pagamento do 13º salário deverá ser realizado em duas parcelas. A


primeira entre os meses de fevereiro e dezembro e a segunda até o dia 20
de dezembro do ano corrente.

A primeira parcela corresponde à metade do salário mensal do mês


anterior ao do pagamento e não será tributada, ou seja, se a primeira
parcela for paga em julho, deverá ter por base o salário pago em junho. A
tributação ocorrerá integralmente, no pagamento da segunda parcela,
denominada complemento.

Vale ressaltar que ao empregador, cabe o direito de não efetuar o


pagamento da primeira parcela de 13º. Salário dentro de um único mês,
podendo dividir este pagamento dentro dos meses do ano, de acordo com
as suas possibilidades.

Esta primeira parcela poderá ainda, ser paga juntamente as férias,


desde que o empregado tenha requerido ao empregador, por escrito, até o
final do mês de janeiro do ano corrente.

Ajuste do Valor do 13º Salário

Existem casos em que haverá obrigatoriamente, uma


complementação de pagamento do 13º salário. Esta complementação
deverá ser paga até o quinto dia útil do mês seguinte ao mês do pagamento
da segunda parcela.

Casos mais comuns de complementação:

- Os empregados autorizados cuja comissão do último mês não


estava apurada, podem ter recebido uma média de comissões inferior à
comissão real. A diferença entre o que foi pago e o que deveria ter sido
pago, deverá compor uma folha suplementar de pagamento do 13º salário.

- Os empregados sujeitos a aumentos salariais decorrentes de


convenção coletiva, com data-base em 1º de dezembro do ano corrente, tão
logo seja conhecida a nova base salarial, deverá ser processada a folha
suplementar de 13º salário, pagando-se a diferença entre o que foi pago e o
que deveria ter sido pago. Este pagamento deverá ser realizado até o quinto
dia útil do mês subsequente à determinação do novo salário.

- Os empregados afastados e que tenham tido alta do INSS após a


emissão da folha de pagamento do 13º salário, seguramente, terão direito às
seguintes correções em uma folha de pagamento suplementar de 13º
salário:

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a) Admitindo-se que o seu retorno ocorreu até o dia 17 do mês de


dezembro, ele deixou de receber 1/12 avos de 13º salário;

b) Supondo-se que na época do reajuste salarial pela aplicação da


convenção coletiva, estivesse afastado pelo INSS, o seu salário reajustado
no seu retorno, provocaria uma diferença salarial a ser corrigida na folha de
pagamento suplementar.

Obrigações Legais

Quando a contabilidade se responsabiliza pela folha de pagamento de


uma empresa, deve ter consciência que não basta apenas calcular a folha
de pagamento mensal, bem como as férias e 13º. Salário. É importante
conhecer e cumprir todas as obrigações fiscais e tributárias decorrentes
desse trabalho.

Portanto, apresentaremos a seguir as obrigações decorrentes do


processamento da folha de pagamento. Vamos dividi-las em obrigações
mensais e obrigações anuais.

Obrigações Mensais

- Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS)

O recolhimento ao INSS das contribuições é responsabilidade da


empresa e do empregado.

As duas partes são obrigadas a contribuir, no entanto, cabe à


empresa a obrigação do recolhimento de ambos. Assim, a empresa retém
mensalmente o imposto devido pelo empregado, na folha de pagamento,
deduzindo de seus proventos, de acordo com a tabela específica, aplicando
um percentual que varia conforme o valor do salário.

Observe um cálculo simples:

TABELA VIGENTE
Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e
trabalhador avulso, para pagamento de remuneração
a partir de 1º de julho de 2011
Alíquota para fins de recolhimento
Salário de contribuição (R$)
ao INSS (%)
Até R$ 1.107,52 8,00
De 1.107,53 até 1.845,87 9,00
De 1.845,88 até 3.691,74 11,00

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- Imagine que você tenha um empregado que receba R$ 5.500,00 de


proventos todo mês.

Para calcular o valor do INSS a ser recolhido, deve observar na tabela


acima, a alíquota correspondente do INSS ao valor a ser recolhido. Verá que
para o salário de R$ 5.500,00, a alíquota é de 11%. Portanto, na teoria,
teríamos o seguinte cálculo:

Salário................................................................... 5.500,00
INSS – 11%.......................................................... 605,00

Porém, se observar também a tabela, verá que, em cada uma das


alíquotas, há um limite pré-estabelecido, ou seja, na alíquota de 11%, o valor
limite de recolhimento é R$ 3.691,74. Assim, qualquer valor que estiver
acima de R$ 3.691,74, deverá recolher apenas R$ 406, 09.

Portanto, o recolhimento do INSS deve ficar da seguinte forma:

Salário................................................................... 5.500,00
INSS (11%) mas que deve ser retido.................... 406,09

Para fixar a informação: se os proventos somados desse R$ 7.000,00,


ainda assim, recolheria apenas R$ 406, 09. No entanto, se os proventos
somassem um número dentro do valor de tabela entre R$ 1.845,88 até R$
3.691,74, seria os 11% de alíquota, ou seja, se tivesse R$ 2.500,00 de
proventos, recolheria R$ 275,00 que equivale aos 11%.

- Imposto de Renda Retido na Fonte

A empresa deverá reter na folha de pagamento o valor devido pelo


empregado a título de imposto de renda, multiplicando o rendimento líquido
pelos percentuais estabelecidos na tabela de retenção de IR, observando
sempre o limite de isenção para este recolhimento.

Observa a tabela do IR para o ano de 2011

Tabela Progressiva Mensal

Parcela a Deduzir do IR
Base de Cálculo (R$) Alíquota (%)
(R$)
Até 1.566,61 - -
De 1.566,62 até 2.347,85 7,5 117,49
De 2.347,86 até 3.130,51 15 293,58
De 3.130,52 até 3.911,63 22,5 528,37
Acima de 3.911,63 27,5 723,95

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Para continuar nossa linha de raciocínio, vamos continuar com o


exemplo anterior onde o empregado recebia salário de R$ 5.500,00 por mês.

Note que diferente da tabela do INSS, a de Imposto de Renda, possui


uma coluna chamada “Parcela a Deduzir do IR (R$)” que servirá para
finalizarmos os cálculos do Imposto de Renda. Assim, para acharmos o valor
bruto do IR, teremos que realizar o seguinte cálculo:

(+) Rendimentos Tributáveis (Salário)............... 5.500,00


(-) INSS retido (letra “a”)...................................... 406,09
(=) Base de Cálculo 1........................................ 5.093,91
(x) Alíquota – 27,5%.......................................... 1.400,82

Achamos o valor bruto do IR, agora, vamos utilizar aquela última


coluna da tabela, que trata da dedução. Assim, teremos:

(=) Base de Cálculo 2.......................................... 1.400,82


(-) Parcela a Deduzir.............................................. 723,95
(=) Imposto de Renda a Reter.............................. 976,87

- Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)

A empresa deverá recolher 8% dos proventos, em conta vinculada do


empregado à Caixa Econômica Federal, até o dia 7 do mês seguinte ao mês
de referência.

Importante lembrar que ainda hoje, pode existir na empresa a


condição de empregado não optante, que havia adquirido estabilidade antes
da promulgação da Constituição Federal de 1988 que veio a estabelecer
regime único. Ocorrendo este fato, o empregado com estabilidade
assegurada, se for demitido, deverá ser indenizado pela lei anterior ao
FGTS.

Quanto ao seu cálculo, é o mais simples de se resolver, basta calcular


8% sobre seu salário. Assim, teremos:

Salário.............................................................. 5.500,00
FGTS a Recolher – 8%....................................... 440,00

Realizados os três cálculos principais, teremos a seguinte composição


para a folha de pagamento:

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Folha de Pagamento – Valor líquido a pagar:

(+) Salário.............................................................. 5.500,00


(- ) INSS retido ........................................................ 406,09
(- ) IRRF retido ........................................................ 976,87
(+) Líquido a Pagar............................................. 4.117,04

FGTS a recolher ..................................................... 440,00

- Multa Rescisória

Na ocorrência da rescisão do contrato de trabalho, a empresa deve


recolher em conta vinculada do empregado, o percentual de 40% sobre o
saldo do FGTS. Este recolhimento deve ser realizado sempre antes do dia
de quitação dos direitos.

Assim, deve solicitar junto a Caixa Econômica Federal um extrato do


FGTS do empregado demitido e verificar quanto há de valor disponível.
Sobre este valor, recolher os 40%.

- Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED)

Mensalmente, a empresa deve informar ao Ministério do Trabalho, a


movimentação de pessoal, seja por admissão, transferência entre unidades
ou por desligamentos.

As informações serão fornecidas em dois grupos:

Entradas – A empresa deverá informar o número de empregados


admitidos no mês, registrando separadamente por classificação como
primeiro emprego, reemprego, entrada por transferência ou reintegração.
Cada um desses tipos de entradas serão registrados em espaço próprio do
CAGED.

Desligamentos – A empresa deve informar o número de empregados


desligados no mês corrente, indicando as suas razões, dentre as quais
podemos destacar: Demissão sem justa causa, demissão a pedido do
empregado, por aposentadoria, por morte, saída por transferência ou
término de contrato de trabalho.

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Obrigações Anuais

- Declaração de Informações de Rendimentos na Fonte (DIRF)

Anualmente, as empresas deverão informar à Receita Federal, mês a


mês, os nomes e respectivas retenções de Imposto de Renda na Fonte de
todos os empregados contribuintes, através de sistema indicado pela própria
Receita Federal, até o último dia de fevereiro do ano seguinte ao ano de
referência.

Declaração Retificadora – A receita permite à empresa entregar


declaração retificadora, alterando a declaração entregue na data correta,
substituindo integralmente a declaração original.

- Relação Anual de Informações Sociais (RAIS)

A empresa é obrigada a informar ao Ministério do Trabalho, até o mês


de março do ano subsequente ao ano base, inúmeras condições sociais dos
seus empregados, preenchendo em sua totalidade o formulário requerido
pelo Ministério do Trabalho.

RAIS negativa – A empresa que não manteve empregados no ano


base deve fazer uma declaração negativa, informando o Ministério do
Trabalho sobre sua condição.

Multas – Não havendo entrega da RAIS ou RAIS negativa, a entrega


fora do prazo, a empresa será punida com multa administrativa pelo
Ministério do Trabalho.

- Informe de Rendimentos

Até o último dia de fevereiro do ano seguinte ao ano base, a empresa


deverá emitir e entregar aos seus empregados, ou ainda, por ocasião da
rescisão do contrato de trabalho, quando o empregado desligado solicitar o
Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção do Imposto de Renda
na Fonte, para fins de declaração do Imposto de Renda pelo empregado ou
ex-empregado.

As declarações de empregados que deixaram a empresa serão


emitidas e colocadas à disposição destes para que possam ser retiradas. Há
empresas que enviam estes informes pelo correio, assumindo todo o custo.

Os informes de rendimentos não sujeitos à retenção de Imposto de


Renda devem ser também fornecidos no mesmo prazo, desde que o

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beneficiário o tenha solicitado até o dia 15 de janeiro do ano em que a


obrigação é determinante.

- Livro de Inspeção e Fiscalização do Trabalho

As empresas e empregadores são obrigados por lei a manterem livro


específico para registro de fiscalizações do trabalho.

Pela legislação atual, o livro será autenticado pelo próprio fiscal do


trabalho, em sua primeira visita à empresa, substituindo a exigência anterior
de autenticação do livro no próprio Ministério do Trabalho.

4.2 – Alvarás

Outro trabalho importantíssimo e que, na maioria dos casos, sobra


para as contabilidades, são os pedidos de licenças e alvarás para
funcionamento do negócio.

É comum os clientes que estão abrindo um negócio, já pedirem para a


contabilidade cuidar de todo o processo e documentação. Neste caso, com
base nas informações da Revista Pequenas Empresa & Grandes Negócios,
vamos apresentar alguns desses documentos que talvez sejam necessários
para seu cliente ter tranquilidade quando o negócio for inaugurado.

Licença ou Alvará de Funcionamento


Quem expede: Prefeituras ou secretarias municipais de habitação.
Quem necessita: Todas as empresas.
Prazo para obtenção: Vai variar de acordo com o município, no entanto,
empresas com negócios de baixo risco podem conseguir licenças
provisórias.
Taxas: Varia de acordo com município. Usando São Paulo como exemplo, o
licenciamento eletrônico pode ser conseguido de forma gratuita.

Vistoria e observância às Normas de Segurança


Quem expede: Corpo de Bombeiros.
Quem necessita: Todas as empresas, dependendo do local, podem existir
exceções.
Prazo para obtenção: Vai variar de acordo com o município. Em São Paulo,
o prazo previsto para análise é de 30 dias e mais 30 dias para a vistoria.
Taxas: Varia de acordo com município. Em São Paulo a análise custa R$
19,02 para construções de até 750 m² e 0, 003 UFESPs por m² para
construções com mais de 750 m². Para a vistoria, é cobrada taxa de 2
UFESPs para construções de até 750 m² e 0,004 UFESPs por m² para
construções com mais de 750 m2.

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Licença Ambiental
Quem expede: IBAMA e órgãos municipais e estaduais de meio ambiente.
Quem necessita: As indústrias de metalúrgica, mecânica, de material de
transporte, têxtil, de vestuário, de calçados, de madeira, química, de
produtos alimentares e bebidas, obras civis, turismo, atividades
agropecuárias, entre outras.
Prazo para obtenção: Máximo de seis meses. Nos casos em que houver
EIA/RIMA e/ou audiência pública, o prazo será de até 12 meses.
Taxas: No IBAMA, os valores dependem do nível de impacto do negócio
(pequeno, médio ou grande), do porte da empresa e do tipo de licença
(prévia, de instalação e de operação). As taxas variam de R$ 2, 000,00 a R$
44.800,00.

Licença Sanitária
Quem expede: Órgãos municipais, estaduais e federais de vigilância
sanitária (ANVISA).
Quem necessita: Setores de alimentos, cosméticos, produtos para higiene,
perfumes, medicamentos e / ou insumos farmacêuticos, saneantes e
produtos para a saúde.
Prazo para obtenção: A ANVISA tem um prazo de 90 dias para fazer a sua
primeira manifestação.
Taxas: Os custos variam de R$ 100,00 a R$ 100.000,00, dependendo do
tipo de licença. Os valores podem ser reduzidos de 30% a 90%,
condicionados ao porte da empresa.

Registro de produtos químicos controlados


Quem expede: Polícia Federal.
Quem necessita: Atividades relacionadas a produtos controlados.
Prazo para obtenção: A partir do momento em que chega a Brasília, o
pedido é expedido em até 48 horas.
Taxas: São R$ 500,00 para emissão e alteração de Certificados de Registro
Cadastral; R$ 1.000,00 para emissão do Certificado de Licença de
Funcionamento; R$ 50,00 para emissão de Autorização Especial. Os valores
são reduzidos de 40% a 70%, dependendo do porte da empresa.

Produtos de origem animal


Quem expede: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Quem necessita: Empresas que fabricam produtos de origem animal,
principalmente para consumo humano e comercializados entre estados ou
no mercado internacional.

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Prazo para obtenção: A autorização de funcionamento pode levar de 90 a


365 dias.
Taxas: Não há custo.

Cadastur
Quem expede: Ministério do Turismo.
Quem necessita: Prestadores de serviço que exerçam atividades
relacionadas à cadeia produtiva do turismo: agências de turismo.
Prazo para obtenção: O cadastro fica pronto na hora.
Taxas: Não há custo.
Fonte:http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI97121-17155,00-
PRECISO+DE+QUE+TIPO+DE+LICENCA+PARA+ABRIR+MEU+NEGOCIO.html

4.3 – Declarações anuais de Impostos de Renda para Pessoa


Física

Algo também muito comum que muitas contabilidades oferecem como


serviço complementar, são as declarações do Imposto de Renda para
Pessoa Física (IRPF).

Como realizar uma declaração de Imposto de Renda sozinho pode


ser um momento de terror para o contribuinte, as pessoas preferem transferir
esta responsabilidade para seus contadores ou amigos contabilistas,
pagando uma determinada taxa para ter essa tranquilidade. Este serviço
costuma gerar ótimas receitas complementares para os contabilistas.

A seguir, veremos com mais detalhes desse imposto:

Conceito de Imposto de Renda

O Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza,


popularmente conhecido como Imposto de Renda ou apenas IR é um tributo
federal, de competência exclusiva da União, que incide sobre o produto do
capital e / ou do trabalho das pessoas.

Este tributo deve ser enquadrado na modalidade de homologação, ou


seja, o contribuinte é quem vai dizer quanto deve pagar de imposto, através
de uma declaração anual e os valores serão homologados ou não pela
autoridade competente, neste caso, a Receita Federal.

Importante ressaltar que tal imposto não se limita apenas a salários


seja de celetistas (profissionais com carteira assinada), seja de profissionais
autônomos ou liberais. Qualquer rendimento que uma pessoa tenha e que

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possa ser tributado como, por exemplo, renda de aluguel de imóveis, torna-
se uma contribuinte e deve pagar Imposto de Renda.

Principais características:

Fato Gerador – O Código Tributário Nacional define o fato gerador do


Imposto de Renda como sendo “a aquisição da disponibilidade econômica
ou jurídica de renda. De Renda, assim entendido o produto do capital, do
trabalho ou da combinação de ambos; de proventos de qualquer natureza,
assim entendidos os acréscimos patrimoniais.” Em outras palavras, fato
gerador é o motivo que gera a sua ocorrência, significando na prática,
qualquer tipo de rendimento ou proventos, podendo ser salários, rendas de
aluguéis e heranças.

Contribuintes Equiparados – Além das pessoas físicas (IRPF) e das


pessoas jurídicas (IRPJ), existe ainda um grupo de contribuintes conhecidos
como “equiparados a pessoas jurídicas”. Esta equiparação se deve ao fato
de apesar de serem “pessoas físicas” para o ramo do direito privado, para o
direito tributário, possuem status de “pessoa jurídica”. Neste sentido, a
tributação é feita como pessoa jurídica e não pessoa física. Como exemplo,
podemos citar as firmas individuais, atualmente conhecidos como
“empresários individuais”.

Base de cálculo:

Em Direito Tributário, base de cálculo é o montante real, arbitrado ou


presumido sobre o qual se aplica a alíquota para calcular o valor do imposto
que deve ser recolhido. Como exemplo, na venda de um imóvel, a base de
cálculo do Imposto de Renda é a diferença entre o valor da venda e o valor
declarado do imóvel.

Pessoa Física – A base de cálculo para cobrança do Imposto de


Renda de pessoas físicas são todos os seus rendimentos, ou seja, tudo
aquilo que recebeu durante o ano. No entanto, há alguns tipos de despesas
que podem ser abatidos, como despesas com saúde, despesas com
educação e dependentes.

Alíquotas:

Como dissemos o Imposto de Renda no Brasil, segue o princípio da


progressividade, ou seja, quem ganha mais, paga mais. Para oficializar
quanto cada contribuinte deveria pagar, a Receita Federal criou uma tabela,
que sofre alterações constantes, contendo faixas de contribuição e cada
faixa com seu respectivo redutor, como veremos a seguir:

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Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto de Renda de


Pessoa Física.

Parcela a deduzir do imposto em


Base de cálculo mensal em R$ Alíquota %
R$
Até 1.566,61 - -
De 1.566,62 até 2.347,85 7,5 117,49
De 2.347,86 até 3.130,51 15,0 293,58
De 3.130,52 até 3.911,63 22,5 528,37
Acima de 3.911,64 27,5 723,95

Primeira faixa: Vamos imaginar que seu salário seja de R$ 1.300,00. Nesse
caso, você não é obrigado a recolher o Imposto de Renda, uma vez que se
encontra abaixo do limite da primeira faixa, que é isenta de recolhimento.

- salário: R$ 1.300,00
- alíquota: isento (0%)
- desconto: R$ 0,00
- redutor da faixa: não há
- IR a recolher (desconto - redutor da faixa): R$ 0,00

Segunda faixa: Imagine agora que você tenha sido promovido e seu salário
tenha subido para R$ 2.000,00. Por se encontrar na segunda faixa de
contribuição, a alíquota é de 7,5%, o que totaliza R$ 150,00. Deste valor,
subtrai-se o redutor da faixa (R$ 112,43), obtendo-se o valor devido de IR.
Neste caso, o recolhimento é de R$ 37,57.

- salário: R$ 2.000,00
- alíquota: 7,5%
- desconto: R$ 150,00
- redutor da faixa: R$ 117,49
- IR a recolher (desconto - redutor da faixa): R$ 32,51

Terceira faixa: Considere agora que seu salário seja R$ 2.500,00. Ele
encontra-se na terceira faixa de contribuição, cuja alíquota é de 15%, o que
corresponde a R$ 375,00. Subtrai-se deste valor o redutor da faixa (R$
293,58) e tem-se o total a ser recolhido: R$ 81,42.

- salário: R$ 2.500,00
- alíquota: 15%
- desconto: R$ 375,00
- redutor da faixa: R$ 293,58

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- IR a recolher (desconto - redutor da faixa): R$ 81,42

Quarta faixa: Considere seu salário como sendo de R$ 3.300,00. Ele está
na quarta faixa de contribuição, cuja alíquota é de 22,5%, o que corresponde
a R$ 742,50. Subtrai-se deste valor o redutor da faixa (R$ 528,37) e tem-se
o total a ser recolhido: R$ 214,13.

- salário: R$ 3.300,00
- alíquota: 22,5%
- desconto: R$ 742,50
- redutor da faixa: R$ 528,37
- IR a recolher (desconto - redutor da faixa): R$ 214,13

Quinta faixa: Considere agora seu salário como sendo de R$ 5.500,00. Ele
está na quinta e última faixa de contribuição, cuja alíquota é de 27,5%, o que
corresponde a R$ 1.512,50. Subtrai-se deste valor o redutor da faixa (R$
723,95) e tem-se o total a ser recolhido: R$ 788,55.

- salário: R$ 5.500,00
- alíquota: 27,5%
- desconto: R$ 1.512,50
- redutor da faixa: R$ 723,95
- IR a recolher (desconto - redutor da faixa): R$ 788,55

Quem deve declarar:

Devem declarar aqueles que:

- Receberam durante o ano de 2010, rendimentos brutos tributáveis


superiores a R$ 22.487,25 ou rendimentos não-tributáveis, exclusivamente
na fonte e isentos, acima de R$ 40 mil;

- Realizaram, em qualquer mês, venda de bens ou direitos na qual foi


apurado ganho de capital sujeito à incidência de imposto, mesmo nos casos
em que o contribuinte optou pela isenção através do uso do dinheiro ganho
para comprar imóvel residencial no prazo de 180 dias;

- Realizaram negócios em Bolsa de Valores, de mercadorias, de futuros e


assemelhadas;

- Tiveram posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de


valor total superior a R$ 300 mil durante o ano de 2010;

- Passaram à condição de residente no Brasil durante o ano de 2010 e


nessa condição se encontravam em 31 de dezembro;

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- Tiveram receita bruta superior a R$ 112.436,25 através de atividade rural,


ou que estejam compensando prejuízos de anos anteriores ou do ano a que
se refere a declaração (nesse caso, é vedada a declaração pelo modelo
simplificado).
Fonte: InfoMoney.

Como fazer a declaração:

Houve um tempo em que fazer a declaração do imposto de renda, era


necessário retirar um formulário na Receita Federal, preenchê-lo a mão e
entregá-lo, enfrentando filas intermináveis, nas agências da própria Receita
Federal, Caixa Econômica Federal ou Correios.

Com a chegada da tecnologia tudo melhorou. Dos volumes enormes


de papel, o contribuinte passou a entregar um disquete contendo sua
declaração, mas ainda era obrigado a enfrentar filas, até que surgiu a
internet e tudo ficou mais fácil.

Atualmente, a Declaração pode ser entregue da seguinte forma:

Formas de
Locais e horários de apresentação
entrega

A apresentação deve ser feita a partir de um computador


conectado à internet e com o programa Receitanet
instalado. O serviço é gratuito.
Internet Horário de transmissão: durante todo o dia, exceto no
período de 1h às 5h da manhã (horário de Brasília). No
último dia, a recepção termina às 23h59mim59s (horário de
Brasília).

A Mídia removível deve ser apresentada nas agências do


Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal,
Mídia
localizadas no Brasil. O serviço é gratuito.
removível
Horário de apresentação: no horário de atendimento das
agências.

A partir do exercício 2011, não há mais possibilidade de apresentar


a declaração em formulário.

Restituição ou recolhimento:

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Depois de entregue a declaração, será apurado se terá imposto a


restituir, ou seja, se o governo deverá devolver algum valor que foi recolhido
a mais ou se ainda terá de complementar o recolhimento com um valor
referente a alguma informação (bem) que não foi declarada.

Tudo vai depender dos rendimentos (rendimentos tributáveis, não


tributáveis, isentos e tributados na fonte) e de suas despesas (valor que
pode ser dedutível do IR e que poderá gerar um valor a ser restituído).

Na prática, a restituição ocorre quando as despesas dedutíveis não


são computadas durante o período anual, ou seja, ao longo do ano, teve
gastos com educação e despesas médicas que só será considerado quando
fizer a declaração, só assim, saberá se vai receber algum valor de volta.

Já o recolhimento ocorre quando o contribuinte fica devendo ao fisco,


ou seja, deixa de declarar alguma coisa que é apurada na homologação da
declaração. Neste caso, o contribuinte poderá recolher o valor que faltou à
vista ou parcelado.

Malha fina:

Todo contribuinte, ao entregar sua declaração, está sujeito a uma


fiscalização realizada pela Receita Federal. Essa ação gera dois resultados:
ou a declaração do contribuinte é homologada, sinal de que está correta ou
cairá na malha fina, que se trata de uma segunda instância de fiscalização
em que o contribuinte deverá esclarecer os problemas identificados em sua
declaração. Por ser mais rigorosa, podem ser pedidas novas informações
sobre os rendimentos e quando necessário, poderá ser encaminhada para
analistas especializados.

Encerramento

Olá,

Encerramos aqui o curso de Contabilidade na prática.

Nosso desejo é que tenhamos conseguido transmitir informações


importantes que deverão servir de base para a tomada de decisão referente
a ser um contabilista ou como apenas material de reciclagem para aqueles
que já atuam no segmento contábil.

De qualquer forma, é importante ressaltar que esse curso não


capacita ou habilita seus alunos ao exercício da profissão. Trata-se apenas
de um apanhado geral sobre os principais aspectos que envolvem esse tipo
de trabalho. Sucesso e Boa Sorte.

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Bibliografia

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Paulo. Editora Atlas S.A., 2006

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McGraw-Hill do Brasil Ltda.

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contabilidade.html>. Acesso em 10 de novembro de 2011.

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