Para que verdadeiramente entendamos a redação dos textos hebraicos precisamos fazer uso
do método regressivo, cuja analise parte dos textos da época dos Reis de Judá e da escola
deuteronomista. Não há uma justificativa sólida para relatar o nascimento do judaísmo. O
homem e a história andam juntos, e o desenvolvimento das civilizações se dão a medida que o
registro das mesmas se faz, no caso, este registro, através da escrita. Um povo civilizado é um
povo que possui em suas mãos o poder da comunicação escrita na pré-história e na história
antiga, inicialmente a escrita inicia com a escrita cuneiforme, em forma de cunha, seguido dos
hieróglifos egípcios, posteriormente os fenícios desenvolvem o alfabeto consonantal.
Após o estabelecimento dos israelitas em Canaã, no séc. 13 a. C., adotaram a língua dos
cananeus, o canaanita, o que levou posteirormente ao surgimento do hebraico. Provável que
seus descendentes fossem arameus e falassem anteriormente aramaico.
A língua hebraica está inserida dentro do grupo das línguas semíticas, criado por August S.
Schlozer, relacionado ao personagem Sem, filho de Noé de Gn 10:21-31. São encontradas na
região do Oriente Médio, desde a Mesopotâmia (nordeste) até a Arábia e a Etiópia, no sul,
incluindo a região siro-palestina, no noroeste. Morfologia, fonologia, sintaxe, vocabulário são
elementos em comum dentre as 70 linguas ou dialetos, classificadas em três grandes grupos:
Grupo nordeste (norte-oriental): acádico, assírio e babilônico. Grupo noroeste (norte-
ocidental): hebraico, hebraico samaritano, aramaico, siríaco, ugarítico, fenício, canaanita,
moabita, edomita, púnico e nabateu. Grupo sudoeste: árabe, etíope, sabeu e mineu.
Escrita direta para a esquerda, alfabetos consonantais. A língua hebraica possui evoluções em
sua estrutura, pois sofreu muitas modificações desde de seu período arcaico até o período
moderno. Essas variações sãp percebidas nos escritos bíblicos.
Após o Exílio Babilônico, a língua hebraica sofreu modificações em sua estrutura linguística, e
os livros escritos durante o exilio e pós o exilio refletem um novo estágio da língua, o qual
representaria a maioria dos livros bíblicos. Neste período para comunicação com os
dominadores e nações vizinhas os judeus começaram a falar aramaico, idioma internacional da
época, comércio e relações diplomáticas de domínio assírio, neobabilônico e persa, dando de
maneira gradual a substituição do hebraico pelo aramaico.
Do período bíblico até a Idade Média o texto da Bíblia hebraica era composto apenas de
consoantes. Os massoretas, que eram escribas judeus da época medieval durante a Idade
Média do séc. 7 ao 10 elaboraram três sistemas de vocalização para o texto consonantal da
Bíblia hebraica, que era inserido supralinear, suporalinear e infralinear, que ficou foi o
infalienar ou Tiberiense do século 8 ao 10, e fez com que os dois anteriores, Babilonicos e
Palestinos fossem suplantados. E até hoje os sinais de acentuação desenvolvidos pela família
dos massoretas Bem Acher e Bem Naftali são empregadas e cristalizadas empregadas até hoje
no texto da Bíblia Hebraica.