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O estudo de geometria nos anos inicias é de extrema importância para a formação

da criança. Enquanto manuseia nomeia e compara os blocos ou figuras geométricas as


crianças vão estabelecendo os primeiros conceitos de cor, forma, espessura, tamanho.
Essas habilidades são responsáveis por iniciarem a criança no pensamento matemático.
Através da brincadeira ou de suas vivências dentro e fora da escola, a criança é
capaz de desenvolver conceitos lógicos matemáticos, por exemplo, ao passear na rua a
criança consegue perceber as formas geométricas dos prédios, casas, janelas, dos seus
brinquedos.
Sobre as habilidades que a geometria pode desenvolver nas crianças nos anos
inicias, através de suas brincadeiras e vivências: “[...] construir noções de localização e
movimentação no espaço físico para a orientação espacial em diferentes situações do
cotidiano e reconhecer figuras geométricas presentes no ambiente.” (BRASIL, 2014, p.5).
Chamamos essas habilidades de percepção espacial, ou senso espacial e são importantes
para a criança, porque elas percebem primeiramente as formas, sons, tamanhos e cores dos
objetos, antes mesmo de aprenderem as quantidades. A partir do seu senso espacial, a
criança é capaz de construir noções como: dentro, fora, perto, longe. Além de também
utilizarem o senso, para realizar atividades cotidianas de ler, escrever, correr, pintar,
desenhar, brincar.
Deste modo, a orientação espacial não serve somente para auxiliar na exploração
das formas geométricas, embora seja importante para que quando cresça a criança tenha
um entendimento melhor sobre geometria. O senso espacial infantil é indispensável para
que a criança construa habilidades, como a discriminação visual: que consiste em perceber
semelhanças/diferenças entre figuras ou objetos; a memória visual: quando a criança
consegue lembrar de objetos ou figuras que ela não está vendo no momento; decomposição
e composição de campo: é quando ela consegue focar numa parte diante do todo e, juntar
as partes para montar o todo; conservação de forma e de tamanho: é quando a criança
consegue perceber que mesmo com os objetos em movimentos ou apresentados em
posições diferentes, eles continuam sendo os mesmos; coordenação visual-motora: é
quando durante uma brincadeira, ou atividade, a criança consiga realizar duas ou mais
ações simultaneamente; equivalência por movimento: consiste na habilidade de perceber a
equivalência de forma que as figuras possuem, mesmo estando em diferentes posições.
criar um espaço matemático no espaço físico da escola
Assim como no estudo de geometria, desde muito cedo as crianças possuem contato com
situações de medidas em suas brincadeiras, atividades, ao comparar distâncias, ou tamanho
do corpo, dos objetos, podemos considerar grandezas como atributos dos objetos que são
passiveis de serem medidos. Já a medida, é uma forma de comparar duas grandezas da
mesma espécie, por exemplo, dois comprimentos, duas áreas.

O processo de construção do conceito de grandezas e medidas pelas crianças está dividido


em três fases. Na primeira fase, exige da criança uma observação através da estimativa,
somente através da percepção, em síntese, as crianças executam a medida usando a
percepção visual e sempre por meio da comparação, sem utilizar ainda, qualquer unidade
de medida. Na segunda fase de construção do conceito de medida elas medem utilizando
palmo, passos, ou até mesmo outras maneiras, isso significa um importante avanço na
formação do conceito de medida, pois esse ato demonstra a presença da unidade de
medida. Nesta fase, a unidade de medida que a criança utiliza, a princípio, não precisa ser
padronizada, a medida não é considerada propriedade do objeto que está sendo medido, um
objeto pode ter diferentes medidas, ou seja, ainda não há conservação do tamanho.

Na terceira fase da medida a criança já entende que a medida é propriedade daquilo que é
medido, utilizando das unidades de medida, onde esta é a sucessão de partes iguais. Nesta
fase a medida está ligada com as operações de adição, multiplicação e divisão.

As crianças podem ter contato com a medida sendo ela comprimento, espessura, altura,
largura, tamanho, profundidade, distância, tempo, superfície, espaço, todas elas
demandando uma unidade diferente de medida, todas elas fazem parte do cotidiano das
crianças, deste modo: “[...] as crianças devem vivenciar desde cedo situações que as
ajudem a construir, tanto os conceitos de grandeza, como de medida.” (BRASIL, 2014,
p.4), sendo elas na escola, em casa ou em seus locais de vivência, antes mesmo de
transformar as medidas em números.

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