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Instituto de Química
Química Industrial
Uberlândia
2021
1. INTRODUÇÃO
A quantidade parcial molar de um elemento em uma solução é definida a partir da
propriedade extensiva da solução e relacionada com o número de mols deste
elemento. A definição é abstrata mas possível de compreensão quando examinamos o
volume parcial molar. Em uma mistura, esta propriedade é definida pela variação do
volume total do meio quando se adiciona um mol de um substância à uma grande
quantidade dessa mistura. Pode ser também definido como o volume ocupado por 1
mol de uma substância pura.
Ao estudarmos uma mistura de etanol e água, por exemplo, sua aplicação fica ainda
mais clara pois ao misturar volumes iguais desses compostos puros o volume total final
não será a soma dos volumes dos compostos isolados. Isso ocorre devido às interações
intermoleculares das moléculas de água com as moléculas de álcool. Assim é possível
notar que essas moléculas ocupam um volume diferente em mistura do que quando
estão puros. [2]
2
É interessante notar que os volumes molares são sempre positivos, mas as
grandezas parciais molares nem sempre são positivas Por exemplo, o volume parcial
molar do MgSO4 em água, quando sua concentração tende à zero, é -1,4
cm3/mol, indicando que a adição de 1 mol de MgSO 4 a um grande volume de água
provoca uma diminuição de 1,4 cm 3 do volume total. Neste caso, a contração da
mistura é provocada pelo rompimento da estrutura da água no processo de
hidratação do sal.
2. OBJETIVOS
Calcular os volumes reais das misturas assim como os volumes molares médios das
misturas de etanol e água, real e ideal, e os volumes parciais molares de ambos os
componentes das misturas. Investigar a validade dos volumes parciais molares da água
e do etanol comparando o volume calculado para a mistura (experimental) com o
volume medido (teórico).
3. METODOLOGIA
1.1. MATERIAIS
● água destilada
3
● 2 pipetas graduadas de 10 mL
● 2 béqueres de 250 mL
● 01 picnômetro de 10 mL;
● pêra de borracha;
● papel higiênico;
● termostato.
4
Figura 1. Imagem do picnômetro utilizado para calcular as densidades das soluções.
Tabela 1. Tabela referente às massas de água e etanol que deverão ser adicionadas
em cada frasco.
5
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
m picnômetro
ρ= (1)
v real picnômetro
mreal picnômetro
v real picnômetro = (2)
ρ
26,843 g
v real picnômetro = =26,944 mL
0,996232 g/mL ❑
6
Frasco Massa da água / Massa do etanol Massa da mistura /
g /g g
1 1,379 30,445 31,824
2 2,888 29,326 32,214
3 4,807 27,902 32,709
4 7,061 26,190 33,251
5 9,457 24,590 34,047
6 12,685 21,603 34,288
7 16,775 18,357 35,132
8 22,087 14,171 36,258
9 26,415 8,357 37,772
Utilizou-se então as massas molares da água (18,02 g/mol) e do etanol (46,08 g/mol)
para calcular o número de mols de água, de etanol e da mistura de água e etanol
utilizados em cada frasco, conforme mostra a Tabela 3.
7
3 0,2668 0,6055 0,8723
4 0,3918 0,5684 0,9602
5 0,5248 0,5336 1,058
6 0,7039 0,4688 1,173
7 0,9309 0,3984 1,329
8 1,226 0,3075 1,533
9 1,632 0,1814 1,813
n H 2O
X água= (3)
nT
n ETANOL
X água= (4)
nT
8
7 0,7004 0,2998
8 0,7997 0,2006
9 0,9002 0,1000
m solução
ρ solução= (5)
v real picnômetro
mmistura
v realmistura = (6)
ρ solução
9
solução no solução / mistura / g da mistura /
picnômetro / g.mL-1 mL
g
1 21,426 0,79517 31,824 40,022
2 21,708 0,80567 32,214 39,984
3 22,154 0,82222 32,709 39,781
4 22,555 0,83711 33,251 39,721
5 23,000 0,85362 34,047 39,885
6 23,560 0,87441 34,288 39,213
7 24,145 0,89612 35,132 39,205
8 24,995 0,92766 36,258 39,085
9 25,795 0,95736 37,772 39,454
Já o volume molar ideal médio (⊽id) considera que não há interação entre
as moléculas de água e de etanol. Para calcular o volume molar ideal médio (Eq. 8)
utiliza-se o valores tabelados de volume molar puro da água (18,073 mL/mol) e volume
molar puro do etanol (58,277 mL/mol).
10
Calculou-se as diferenças entre os volumes molares real médio e os volumes molares
ideal médio e essa diferença foi chamada de volume molar médio da mistura (Δ M⊽)
(Eq. 9).
Tabela 6. Tabela referente aos dados referente aos volumes molares reais médio,
volumes molares ideias médio e volumes molares médio.
11
4 41,367 41,874 -0,507
5 37,698 38,353 -0,655
6 33,430 34,139 -0,709
7 29,500 30,130 -0,63
8 25,496 26,143 -0,647
9 21,762 22,097 -0,335
Quando as dos volumes molares real e ideal das misturas resultam em um valor
positivo, indica que houve expansão no volume da mistura, ou seja, entre as moléculas
de água e etanol predominam forças intermoleculares repulsivas. Quando essa
diferença resulta em um valor negativo, indica que houve redução/contração no
volume da mistura, ou seja, entre as moléculas de água e etanol predominam forças
intermoleculares atrativas.
Foi feito um gráfico (Figura 1) utilizando-se o volume molar médio da mistura(Δ M⊽)
em função da fração molar de etanol. A equação obtida neste
gráfico (Eq. 10) foi utilizada para o cálculo do volume parcial
molar do etanol e da água.
12
Figura 1. Gráfico do volume molar médio da mistura(Δ M⊽) em função da fração
molar de etanol.
Derivou-se a equação 10 e obteve-se a Equação 11 para que assim pudesse ser utilizada
nos cálculos do volume parcial molar do etanol (Eq.12) e da água (Eq. 13) para cada
frasco.
d ( ΔM ⊽ )
[ d XE ] =7,21002 x −2,79844 (11)
d ( ΔM ⊽ )
V E= Δ M ⊽−
[ d XE ]X A +V molar puro etanol (12)
d ( ΔM ⊽ )
V A =Δ M ⊽−
[ d XE ]
X E +V molar puro água (13)
13
Cálculo-se também o volume real molar experimental da mistura (Eq. 14) a partir dos
valores de volumes parciais molares do etanol e da água.
⊽ r=V A . X A +V E . X E (14)
Tabela 7. Tabela referente aos dados dos volumes parciais molares da água (V A), do
etanol (VE), volume molar real médio da mistura (⊽r), chamado teórico, e
o volume molar real experimental da mistura (⊽r), chamado experimental.
14
Tabela 8. Tabela referente aos erros associados a cada uma das medidas realizadas.
Os volumes parciais molares dos componentes das misturas foram utilizados para
elaboração do gráfico dos volumes parciais molares da água e do etanol em função da
fração molar do etanol (Figura 2) a fim de se realizar uma comparação com o gráfico
dos volumes parciais molares da água e etanol obtido na literatura (Figura 3). O perfil
dos gráficos se diferem devido às diferenças de temperaturas e pressão durante a
realização do experimento e aos erros atribuídos às medidas. O experimento deveria
ser realizado à 25°C, à temperatura e pressão constantes.
15
Figura 2. Gráfico dos volumes parciais molares da água e do etanol à 28°C obtido
experimentalmente.
Figura 3. Gráfico dos volumes parciais molares da água e do etanol à 25°C obtido da
literatura.[4]
5. CONCLUSÃO
16
Calculou-se os volumes reais, volumes molares reais médio e volumes molares ideais
médio de cada uma das misturas contidas nos frascos, e a partir destes os volumes
molares médios (ΔM⊽) das misturas. Calculou-se também os volumes parciais
molares tanto da água quanto do etanol. Realizou-se uma comparação do gráfico de
volumes parciais molares de água e etanol em função da fração molar de etanol obtido
experimentalmente com o da literatura e conclui-se que o experimental não segue o
perfil teórico.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] CHANG, R. Físico-Química para as ciências químicas e biológicas. v.2. 3ª ed. São
Paulo: AMGH Editora, 2010. p. 313-314.
[4] ATKINS, P.; PAULA, J. Atkins: Físico-Química. v.1. 8ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. p.
124.
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