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Camilo Castelo Branco nasceu a 16 de março de 1825 (século XIX) numa casa nobre de
Lisboa. A família era da aristocracia, mas a sua mãe abandonou-o muito cedo, com dois
anos de idade, e o seu pai 8 anos mais tarde, deixando a sua educação com a tia e mais
tarde uma irmã mais velha. Toda esta perda criou um caráter de grande insatisfação com a
vida, característica que mais tarde o inspirou a escrever no ramo do romantismo trágico.
A sua morte foi marcada por uma dor e sofrimento para além do suportável. Castelo Branco
sofria de sífilis, mas foram os problemas de visão, diplopia e cegueira noturna, que
trouxeram a maior dor. Era dessa forma a leitura ou a escrita, ambas as coisas que
tornavam a vida de um escritor como a de Camilo mais suportável, e por isso, a 1 de junho
de 1890, cometeu o suicídio através do disparar de um revólver.
Camilo, depois de ter a irregular infância dada por sua tia e pela igreja, casou-se logo muito
cedo aos seus 16 anos com Ribeira de Pena, mas não durou muito tempo até que esse
relacionamento acaba por terminar.
Durante o resto da sua vida, teve diversos relacionamentos tumultuosos que acabam por
lhe dar muitas experiências que inspiraram as suas obras.
Mesmo assim acaba por ter 5 filhos, o primeiro com a primeira mulher, o segundo com uma
amante e os últimos três com a segunda mulher.
Camilo trabalhou muito durante a sua vida, especialmente como escritor, escrevendo mais
de 70 obras com o seu nome, ou com pseudónimos. Ainda assim estaria também no seu
currículo as ocupações de tradutor, dramaturgo e historiador, caracterizando-se como um
claro homem das ciências humanas.
Castelo Branco teve, como referido, uma infância difícil, que lhe marcou até o dia onde tirou
a sua própria vida. Era um homem trabalhador, mas alguém de difícil caráter. Demonstra
ser alguém fechado e dramático, preferindo expressar os seus sentimentos e posições
através da escrita e do teatro. Por isso, pensa-se ser essa a razão das diversas relações
que teve e a sua pouca duração, pois seria alguém onde de feitio complicado.
Questionava o mundo, o que juntamente com a sua tendência de dramatizar o mundo e os
sentimentos, levava-o a experienciar uma vida cheia de angústias e desgostos.
Manual, página 166
1. No texto conseguimos tirar várias informações sobre a vida de Camilo, começando pela
sua educação, que foi repleta de contacto com as obras consolidadas portuguesas, que lhe
permitiram formar-se como cidadão mesmo sendo órfão desde muito novo. Em termos do
seu temperamento rebelde, podemos comprovar isso através da fuga do mesmo com Ana
Plácido, acabando por ser preso por adultério, o que pode ser conectado com as suas
condicionantes de criação literária, pois foram estas aventuras que permitiram a este
escritor a tempo inteiro produzir obras que lhe dessem o seu ganha-pão. Por fim, este autor
acaba com o final trágico, cometendo suicídio, que pode ser explicado pelos problemas de
dinheiro, amor, falta de família e principalmente o intenso espírito crítico, visível nas obras.