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CONTO CONTIGO
Definição Programa não formal de literacia familiar, de curta duração e carácter lúdico,
concebido para contextos como bibliotecas municipais, bibliotecas da rede
escolar e associações de base local.
Objectivo Fomentar competências parentais de suporte ao desenvolvimento da literacia
emergente de crianças em idade pré-escolar.
Destinatários Famílias com crianças em idade pré-escolar (5/6 anos) com especial enfoque em
famílias migrantes; famílias oriundas de minorias étnicas; famílias em risco de
exclusão económica, social e cultural.
Racional Literacia Emergente
As crianças estão sempre a aprender, em qualquer altura e em qualquer
contexto, e têm um papel ativo na construção do conhecimento sobre o que as
rodeia; afirmação que também se aplica à linguagem escrita, cuja descoberta
começa muito antes da escolaridade formal. 1
O conceito de literacia emergente resulta de uma extensa investigação sobre os
conhecimentos que as crianças desenvolvem, desde muito cedo, sobre
linguagem escrita2 e designa, precisamente, o processo de desenvolvimento de
competências de literacia (conhecimentos, atitudes e comportamentos),
consideradas precursoras da aprendizagem formal da leitura e escrita.3
Estas competências incluem: consciência fonológica4; conhecimento do nome e
sons das letras5; conhecimento das convenções escritas;6 conhecimento das
funções da linguagem escrita.7
A constatação de que as crianças que desenvolvem estas competências estão
melhor posicionadas para a aprendizagem da leitura e da escrita e o facto de
este desenvolvimento ser mais significativo em contexto familiar do que em
contexto pré-escolar8 fundamenta a existência de programas de literacia
familiar.
Literacia Familiar
Os programas de literacia familiar, quando observadas determinadas condições,
são eficazes para o desenvolvimento de competências de literacia emergente,
têm impacto na aprendizagem formal da leitura e da escrita e contribuem para o
desenvolvimento de competências parentais de suporte ao desenvolvimento e
aprendizagem das crianças por parte das famílias.
O: Oportunidades para ler, não só textos, mas também outros escritos que
estejam presentes no ambiente familiar da criança; para as primeiras tentativas
de escrita e para falar sobre a leitura e a escrita;
R: Reconhecimento e valorização dos primeiros sinais de descoberta,
compreensão e uso da linguagem escrita;
I: Interação com leitores e escritores sendo estes facilitadores da descoberta e
uso da linguagem escrita e não instrutores;
M: Modelos que ilustram para que serve o uso da leitura e da escrita no dia-a-
dia, no uso familiar, social e no trabalho.
2
e escrita e para descobrir aspetos do património cultural e linguístico de
cada família.
2. Leitura/Conto de uma história (15 min):
As histórias são um meio privilegiado para o desenvolvimento da literacia
ao mesmo tempo que estimulam a imaginação da criança e lhe permitem
a construção de sentido(s) para as suas experiências de vida. As histórias
apoiam ainda as crianças na construção de representações sobre si e
sobre os outros e influenciam a sua visão da vida e do mundo que as
rodeia
A leitura de histórias possibilita adquirir conhecimento sobre as
convenções da escrita (mancha escrita; direccionalidade; translineação;
espaço entre palavras...), a expansão de vocabulário, sobretudo
receptivo e, caso se façam referencias a elementos extratextuais,
conhecimentos como o nome das letras, quando é pedido à criança que
encontre, por exemplo, as letras do seu nome...9 e também o
desenvolvimento da consciência fonológica, quando se trata da leitura
de lengalengas, trava línguas e rimas.
3. Jogos sonoros (10 min):
O objectivo dos jogos sonoros é o de desenvolver a consciência
fonológica das crianças, isto é, a sua capacidade de pensar sobre as
unidades sonoras da língua (rimas, sílabas, fonemas) e de as manipular
deliberadamente.10 Esta competência aparece fortemente relacionada
com o desempenho das crianças na aprendizagem formal da linguagem
escrita.11 Nos jogos sonoros as crianças começam por lidar com unidades
sonoras de mais fácil reconhecimento e manipulação, rimas e sílabas, e
só mais tarde realizam tarefas fonémicas.
4. Jogos de escrita (10 min):
O conhecimento das letras (nomes e sons) deve associar-se ao
desenvolvimento da consciência fonológica. Os jogos de escrita em
grupo são eficazes para o conhecimento do nome e sons das letras;
consciência fonológica; conhecimento das convenções da escrita;
descoberta do princípio alfabético12 Nestes jogos, propõe-se às crianças
que em grupo, com a mediação dos adultos, pensem a relação entre o
oral e o escrito e tentem mobilizar as letras corretas para a representação
escrita de determinadas palavras.
5. Conversa com as famílias e até já (15 min)
Momento para conversar com os pais sobre a sessão, esclarecer dúvidas,
realçar ganhos das crianças, pensar em conjunto, seguindo o modelo
ORIM, atividades que em casa possam dar continuidade ao que foi
abordado durante a sessão.
9 Clay, 1993; Tolchinsky- Landsmann, 2003; Scarborough, 1998;
10 Castle & Coltheart, 2004; Hatcher, Hulme & Snowling, 2004; Hulme, Snowling, Caravolas & Carrol,
2005; Lervag, Braten & Hulme, 2009;
11 Alves Martins, 1996; Silva, 2003; Bryant & Bradley, 1987; Bryant et al., 1990; Goswamy & Bryant, 1992.
12 Levin, 2002; Aram & Brion, 2004;
3
Operacionalização • Cada instituição que implemente o programa recebe um Guia de
Implementação composto por orientações teórico-práticas que versam
sobre os 5 momentos de cada sessão. O manual contem, ainda,
planificações de sessões.
• O programa é composto por dois módulos de 4 sessões cada,
perfazendo um total de 8 sessões (a inscrição no segundo módulo é
opcional).
• O programa tem lugar com uma periodicidade semanal ou quinzenal.
Assim, terá a duração mínima de 1 mês e máxima de 4 meses.
• As sessões decorrem durante uma hora, em horário a combinar com as
famílias.
• Cada módulo poderá acolher entre 4 (mínimo) a 8 famílias (máximo).
• A preparação de cada sessão do programa requer, aproximadamente, 2
horas para planificação das sessões e elaboração dos materiais.