Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
do
Feudal. as reform. religiosas.
Aula 1: A invenção da modernidade.
Objetivos: Propiciar uma introdução ao estudo da primeira época moderna, discutindo a
questão do poder e da religião; Trabalhar em torno de conceitos estruturantes, como os de
Estado, Monarquia e Império, assim como os fenômenos conhecidos como Renascimento e
Reformas;Discutir as continuidades e rupturas associadas a essa fronteira entre o medievo e o
moderno;
Transição:
Segundo Falcon, a ideia de idade Moderna nos remete a uma concepção tripartida do
tempo histórico(...) conforme tradição do século XVII, temos a existência de três
tempos: Antiguidade, Idade Média e Idade Moderna.
Na busca por características distintas que constituem-se como marcos dos tempos
modernos temos algumas discussões que distinguem alguns recortes históricos:
Grandes Navegações- séculos XV/XVI
Grandes Invenções ( bússola, imprensa)- século XV
A tomada de Constantinopla pelos Turcos Otomanos- Século XV
O começo da Reforma Protestante na Alemanha- século XVI
Deslocamento do eixo econômico da Europa do Mediterrâneo para o Atlântico.
Parece lícito supor que nesta discussão, segundo Falcon, nem a modernidade
propriamente dita, tal como nós hoje a identificamos instaurou-se naquela época, nem
se processou uma ruptura completa e abrupta entre a cultura medieval e a moderna.
Atividades econômicas, estruturais e relações sociais, formas políticas, ideologias,
manifestações culturais, tudo afinal modificou-se em menor ou maior grau, embora
em ritmos e proporções bastante diferenciadas.
Segundo Peter Burke, " O que as pessoas sabiam estava relacionado ao lugar em que viviam".
Práticas oriundas da China, Japão e Índia e demais regiões são lidas e discutidas por
toda a Europa;
A função das cidades como encruzilhadas e pontos de encontro ao final da Idade
Média marcam essa circulação, porque o conhecimento não se distribuía igualmente
por toda a Europa;
Novos espaços de conhecimento surgem, como as bibliotecas, cafés,
anfiteatros;saindo dos espaços tradicionais de conhecimento como os mosteiros. Os
espaços públicos das cidades facilitaram a interação entre os homens da época;
Os habitantes dos pontos dirigiam-se regularmente ao cais para obterem informação
daqueles que voltavam de expedições. Havia comércio de astrolábios, cartas e mapas.
Como pensar essa sociedade do Antigo regime em termos de mobilidade social ? De que forma
devemos pensar essa relação de poder?
As alterações nas "formas" de exploração feudal desde o final da época medieval estavam
longe de serem desprezadas. Foram essas mudanças que modificaram a forma do Estado. O
Estado absolutista era uma "nova roupagem" política. Não devendo ser pensada como
unicamente um aparelho da burguesia nascente
Vimos que a historiografia por muito tempo privilegiou as estruturas econômicas para explicar
os diferentes períodos da História.
O que é o mercantilismo?
" é a forma como a sociedade se organiza, visando solucionar os seus problemas de produção,
circulação e distribuição de riquezas."
Aula 4: O estado.
Objetivo: Identificar os diversos modelos de absolutismo europeu; Reconhecer a importância
da religião para a formação dos estados nacionais; Analisar comparativamente a estrutura
política da península Ibérica com a da Inglaterra e da França.
Noção de Estado:
A concepção de Estado que se tem hoje não é a mesma das Monarquias
Renascentistas.
Segundo o historiador espanhol José Antonio Maravall "(...) se o Estado absolutista,
com a relativa novidade de seu poder soberano é, em certa medida, criação
moderna, produz-se sobre um complexo de circunstâncias herdadas, sobre a
sobrevivência de formas políticas tradicionais".
As alterações nas formas de exploração feudal no final da época medieval estavam
longe de serem insignificantes(...).Foram precisamente essas mudanças que
modificaram as formas de Estado. O Absolutismo era apenas isto: um aparelho de
dominação feudal recolocado e reforçado. (Anderson, 2004).
As diversas casas reais da Europa eram todas aparentadas entre si. A prática do
casamento servia para a formação de alianças.
Várias famílias podem reivindicar o trono, já que são parentes em algum grau. O
quadro fica mais acirrado quando o rei morre sem deixar herdeiros.
Portugal:
Durante a idade média, não havia ma identidade nacional. O que havia era o
compartilhamento de uma mesma crença, a fé católica. Dessa forma, podemos dizer
que os reinos Ibéricos foram unificados tendo como base o catolicismo.
As cartas de foral foram a base da administração portuguesa entre os séculos XII e XVI.
Regulava a sua administração, limites e privilégios. Era a base do império português.
Em razão da morte precoce de Dom Sebastião e, por consequência, com o fim da
dinastia de Avis, o trono foi reivindicado por vários nobres. Entre 1580 e 1640 Portugal
e Espanha são unificados: A União Ibérica.
Sebastianismo: o mito do rei oculto
O exemplo de Portugal nos mostra que a anexação territorial não é sinônimo de
absolutismo.
Espanha:
O Estado Francês:
Entre os séculos XVI e XVIII a "era dos reis" controlada as crises e instabilidades
políticas. Na França, após a vitória na Guerra dos Cem Anos, consolida-se o poder
monárquico.
Católicos e protestantes protagonizam guerras religiosas, a doutrina protestante, em
especial o calvinismo, faz muitos adeptos na Paris do século XVI.
Tal qual em outras monarquias absolutistas, o Estado Francês se vê obrigado a
conciliar interesses entre burguesia e nobreza. Concede aos chamados huguenotes
alguns privilégios, como o direito de celebrar cultos em alguns pontos específicos da
frança.
A dinastia dos Valois encontrou evidente dificuldade administrativa de gerir um Estado
do tamanho da França, com os instrumentos do governo ue contava tal dinastia. Com
a morte do último Valois, o trono foi entregue a um protestante, Henrique IV, que,
para assumi-lo, tem que se converter ao catolicismo.
Com Henrique IV inaugura-se a dinastia Bourbon, que a princípio estava sob forte
influência da igreja católica, representados por ministros reais.
Embora o rei exercesse o poder de direito, quem o exercia de fato era o seu ministro,
o cardeal Richelieu. Ele e seus sucessores deram início à construção de uma máquina
administrativa capaz de executar o controle e a intervenção dos direitos da monarquia
em toda a França.
Luís XIV é a melhor representação do absolutismo, modelo que concentra todas as
decisões do Estado em sua figura. Uma prática de governo personalista que ignora as
necessidades da população, buscando integralmente manter o equilíbrio entre nobres
e a alta burguesia.
Na França do século XVI identificamos as transformações mais evidentes nas maneiras
de se conceber as tarefas e oa afazeres do dia-a-dia dos príncipes europeus. A corte
francesa era numerosa e a vida na corte era um luxo,
Segundo Norbert Elias, o poder de Luís XVI era demonstrado através de atos
simbólicos, presentes tanto nos assuntos políticos quanto nos particulares
"O seu despertar, o momento de ir dormir e os amores de Luís XVI eram tão
importantes quanto a assinatura de um acordo governamental e eram configuradas
com o mesmo nível de organização"
O Estado Inglês.
Aula 5: Renascimento.
Objetivo: Identificar a importância do pensamento medieval para o mundo moderno; Avaliar o
sentido do termo idade das trevas para designar a Idade média; Relacionar o conceiro de
humanismo aos diversos renascimentos.
As universidades:
A palavra original universitas quer dizer corporação. De origem latina, ela também tem
o sentido de universalidade, já que nele eram estudados diversos saberes;
Como uma instituição do seu tempo, a Universidade exerceu a função de espaço para
treinamento para o clero, assim como local de estudo para o exercício de alguns
ofícios. Os Estados modernos privilegiam-se de turistas, burocratas, teólogos e demais
funcionários que iriam compor o aparelho burocrático.
Na idade média, a maioria dos professores e alunos das Universidades era constituída
por membros do clero(sobretudo, as ordens religiosas). Era comum circularem de
universidade em universidade. Os professores eram intitulados como "homens das
letras", mestres ou filósofos.
O surgimento das cidades e Universidades foi simultâneo em toda a Europa, a partir do
século XIII.No século XV já totalizavam mais de 50. Eram corporações com privilégios
legais. Dentre tantas, havia as instituições-modelo, como Bolonha, Paris, Salamanca,
Nápoles, Praga e Cracóvia.
Nessa época, admitia-se como indiscutível que as universidades deviam se concentrar
na TRANSMISSÃO do conhecimento e não em sua descoberta. Ali interpretavam os
grandes pensadores, como Aristóteles ou Tomás de Aquino.
Aristóteles tornou-se a base do ensino universitário, essa oesença assumiu várias
definições: tomismo e escolaticismo.
O sistema das disciplinas fixas
oTeologia: incluía o estudo da Bíblia.
oDireito: compreendia o estudo do corpo jurídico
oMedicina: envolvia as artes e a filosofia, incluindo também ética e metafísica.
A herança do oriente...
Como vimos em muitas outras aulas, o termo idade das trevas foi apropriado pelos
iluministas como uma analogia a época de misticismo, regida ainda, pelas sagradas
escrituras. No entanto, a historiografia no século XX, rediscute essas noções e permite
vários trabalhos que ressaltam a importância das ideias e práticas medievais para a
formação da Idade Moderna;
É inegável a contribuição desses espaços (Universidades, bibliotecas, dentre outros)
para a expansão do ensino e da cultura. Por isso que o termo Idade das trevas não
representa a importância desse período da história para o mundo moderno que vê aí
seus primeiros contornos.
Renascimento: um ou muitos?
Leonardo da Vinci
Nicolau Copérnico
No século XV, Nicolau Copérnico desenvolve o modelo heliocêntrico, que mudaria por
completo a astronomia. Antes de Copérnico, vigorava o modelo geocêntrico de
universo, como já vimos.
A igreja recusa a descoberta, apesar de Copérnico ser, dentre outras funções, cônego
da Igreja Católica. A inquisição irá imprimir um controle maior da Igreja sobre novas
descobertas e as produções que circulavam por toda a Europa.
Suas principais obras são incluídas na lista INDEX (índice dos livros proibidos) da Igreja.
Galileu Galilei
Foi perseguido e questionado diversas vezes pela igreja por sua cosmologia.
Deixou importantes contribuições para a matemática e a física. Suas ideias circularam
por toda a Europa.
Seus Tratados mais conhecidos
o Tratado (1610) informando os avanços com as descobertas a
partir do uso do telescópio.
o Compilação de cartas (1613) sobre as manchas solares
o Diálogo (1632) apresenta uma defesa do sistema de Copérnico.
O pensamento medieval não foi simplesmente substituído por uma nova mentalidade.
Ele, na verdade, surgiu como base para o pensamento moderno. Mesmo no interior da
Igreja Católica, existiam pensadores que procuravam conciliar as novas
transformações e descobertas com a ideologia católica.
O pensamento tomista...
São Tomás de Aquino foi um dos principais representantes da filosofia conhecida como
escolástica. Esse filósofo viveu no século XIII, mas sua influencia chega até a idade
moderna.
A escolástica é uma corrente filosófica muito disseminada na Idade Média, sobretudo
a partir do século X) e que serviu como ponto de partida para a filosofia moderna.
São Tomás também recupera um filósofo da antiguidade, Aristóteles.
A concepção que temos hoje sobre filosofia nos encaminha para o entendimento
dessa disciplina como algo ligado ao "mundo das ideias", e, aparentemente, descolado
do mundo físico e das ciências exatas. Essa concepção é em si, um equívoco, já que a
filosofia constituiu o fundamento da maior parte das ciências e os grandes cientistas
eram, também, filósofos.
Ao retomar Aristóteles, São Tomás destaca o MÉTODO de observação de mundo desse
filósofo, na qual todos os eventos e todos os indivíduos tem um propósito implícito.
Há, portanto, uma ordem universal nas coisas que, para São Tomás, era dada pela
vontade divina.
Dessa forma, a partir do pensamento tomista, a igreja adquire um fundamento
teológico baseado na Bíblia e um fundamento racional baseado na filosofia. Assim, não
haveria contradição ou separação entre fé e ciência.
A cultura popular....
O conceito de cultura popular tora-se mais ambíguo quando se fala das sociedades pré
industriais, atribuindo ora uma passiva adequação aos subprodutos culturais
distribuídos pelas classes dominantes, ora como uma proposta de valores autônomos
em relação às classes dominantes.
Bakhtin propõe uma visão mais enriquecedora sobre cultura popular, trabalhando com
a ideia de uma influência recíproca entre a cultura das classes subalternas e a cultura
dominante.
Dentre outro s trabalhos, analisa as trocas entre a cultura popular e a
cultura erudita através de François Rabelais, entendendo o contexto de seu tempo e a
influência da igreja no período em que Rabelais viveu.
Assim como Bakhtin, Carlo Ginzburg, trabalha com a concepção de uma influência
recíproca entre as culturas das classes abastadas e das classes subalternas . Esse é o
conceito de "circularidade" entre as classes." (...) um relacionamento circular feito de
influências recíprocas, que se movia de baixo para cima, bem como de cima para
baixo..." ( GINZBURG, 2009, pag 12)
Ginzburg, através de um manuscrito de julgamento, analisa o processo de um moleiro
do norte da Itália do século XVI, Menocchio, acusado por ordem do Santo Ofício por
sustentar que o mundo tinha sua origem na putrefação. O queijo e os vermes nos
narra a vida desse homem que saiu do total anonimato.
A impressionante convergência entre o moleiro desconhecido e grupos de intelectuais
conhecedores de seu tempo reacende o problema da circularidade cultural.
As criações de Shakespeare não eram movidas pela vontade divina, mas faziam sas
escolhas certas ou erradas, e sofriam as consequências de seus atos. Como Hamlet e
Romeu e Julieta.
Nas suas peças convivem o real e o sobrenatural, assim como na mentalidade
moderna do homem. Em um sociedade cuja maioria era analfabeta, é através do
teatro que essas ideias que circulam no mundo letrado chegam à população.
Relembrando algumas discussões: O período medieval foi marcado pela importância adquirida
pela igreja católica. Entretanto, essa importância não surge nessa época. Ela é anterior e
remonta ao império Romano. O cristianismo passou a ser a religião do império Romano.
No início do século IV, os cristãos obtém de Roma a liberdade de culto e no final desse
mesmo século, o cristianismo se torna a religião oficial do Império. Isso ocorre a partir
da conversão do imperador Constantino. Não podemos atribuir as razões dessa
conversão a algo puramente espiritual.
De todo modo foi a consolidação de Roma o primeiro momento de afirmação da fé
Cristã. Após a crise do fim do império romano, a igreja católica continua a existir e a
aumentar o seu poder, confundindo-se cada vez mais com o próprio estado.
O fato do cristianismo não ter desaparecido junto com o próprio império romano deu-
se, sobretudo, pela conversão dos povos germânicos a essa religião. Quando ocorrem
as invasões bárbaras que desagregam o império, os germanos adotam o deus dos
cristãos.
Neste sentido, as culturas, sejam elas vencidas ou vencedoras, mantêm um diálogo e
influenciam-se mutuamente.
Aspectos do cotidiano...
O cristianismo é hoje uma religião entre várias outras. Queiramos ou não, o clima de
nossas sociedades ocidentais é sempre profundamente um clima cristão. Outrora, no
século XVI, segundo Febvre, o cristianismo era o próprio ar que se respirava na Europa
" Pois hoje escolhe-se. Ser Cristão ou não. No século XVI, não havia escolha. Era ser
cristão de fato" ( Febvre, 2009)
Do nascimento à morte, havia uma cadeia de cerimônias, de tradições, de costumes e
de práticas que, sendo todos cristãos ou cristianizados, "travavam" o homem
involuntariamente, mesmo que se pretendesse ser livre. Era uma atmosfera na qual o
homem vivia sua vida intelectual, privada, pública e profissional. Eram práticas
religiosas!
O papel da igreja foi fundamental e nele podemos notar a disputa ente os poderes
temporais e espirituais, colocando a igreja de um lado e o estado, do outro.
A colonização da América.
Os jesuítas no projeto de expansão de além mar.
É certo que a igreja moderna não é a mesma igreja que vivenciou o período medieval,
mas sua presença na configuração dos estados nacionais aponta para uma
transformação e adaptação aos novos tempos.
Se por um lado é mais fácil identificar a religiosidade nos hábitos da população, é na
esfera do estado que a igreja consolida o seu poder e remodela o seu espaço de
atuação.
Tempos de descobrimentos...
Aspectos Culturais...
Embora, aos nossos olhos contemporâneos, a expansão marítima pareça ser natural,
na verdade representou a superação de uma série de obstáculos, não só políticos e
econômicos, mas também culturais.
A chegada do europeu na América, o contato com os indígenas.
Torna-se necessário também refletirmos sobre as mudanças culturais percebidas no
processo de expansão marítima.
A navegação pelos oceanos era onerosa. Só o Estado centralizado tinha poder e estrutura
econômica suficiente para apoiar e organizar este empreendimento.
Cartógrafos
Missionários
Escriba
Soldados
Outras tripulações ( médicos, carpinteiros...)
Homens do mar
Portugal saiu na frente na formação de um Estado Nacional, com quase dois séculos de
diferença para a Espanha.
A "era dos descobrimentos"deve ser entendida a partir de fatores religiosos,
econômicos, estratégicos e políticos. Nem sempre dosados nas mesmas proporções.
A igreja legitimava Portugal, através de bulas papais, o direito de comércio, posse e
colonização em nome de uma missão cristã. Elas estabelecem diretrizes para o
comportamento Europeu posterior no mundo tropical.
A Igreja, com o efeito cumulativos das bulas, permitiu aos portugueses uma atitude
dominadora com relação a todas as raças que estivessem fora da cristandade
Embora também tenha sido pioneira nas grandes navegações, a Espanha tinha outras
preocupações internas.
A permissão dos reis católicos para a viagem marítima de Colombo só veio após a
expulsão dos muçulmanos em 1492, ainda para estabelecer a unificação.
A exploração dos metais preciosos das minas, em especial a prata do Peru, tornou a
Espanha um dos grandes impérios europeus.
Grande parte dos estudos e pesquisas que foram produzidos, durante bastante tempo,
valorizam o olhar europeu , em detrimento dos outros países.
Mas a modernidade não ocorre somente na Europa, ela atinge também outros países
fora do eixo Inglaterra-França e Península Ibérica.
A ideia de império.
A história do império Russo também se confunde com a história religiosa. Neste caso,
da igreja Ortodoxa.
A região do império russo, muito antes de se organizar como uma estrutura imperial,
foi invadida pelos povos bárbaros, em especial os mongóis e, mais tarde, os tártaros.
A Rússia estava então dividida em principados e os príncipes russos pagavam tributos
aos bárbaros. Esse período é conhecido pelo domínio tártaro-mongol.
O principal centro da fé ortodoxa era Constantinopla, mas com sua queda e tomada
pelos turcos otomanos, a fé russa tornou-se um fator agregador.
A partir do século XIV, os russos começam a se reunir e procuram expulsar os
invasores bárbaros após séculos de dominação. A religião nesse caso funciona como
um motor, proporcionando uma identidade entre etnias muito diversas.
O Estado de Moscou conhece a sua origem no século XIV, ainda sob o domínio dos
tártaros, mas se desenvolve e se expande nos séculos seguintes. Moscou era um ponto
estratégico e privilegiado, pois ficava no cruzamento de diversas rotas comerciais.
A presença bárbara deixou uma forte herança que se fez sentir também do ponto
administrativo. Os príncipes russos compunham o terror e praticavam uma extensa
corança de impostos que enriquecia e favorecia o estado em expansão.
No século III a.C , a China era dividida em reinos, a exemplo da Europa ocidental:mas já
no século seguinte foi unificada por Qin Shihuang.
O imperador começou a centralizar o poder e estabeleceu uma nova administração,
padronizando, por exemplo, a escrita e a moeda. Estabeleceu também uma espécie de
censura, queimando todos os livros que não fossem considerados clássicos.
O autoritarismo que hoje associamos ao estado Chinês também não é nada novo na
sua história.Apesar da cobrança de impostos , o primeiro império passou por crises
econômicas , mas estas não abalaram o desejo de grandeza e imortalidade do
imperador.
A chamada dinastia Qin iniciou a construção de um dos maia famosos monumentos
do mundo, a muralha da China.
Foram descobertas, na década de 70, aproximadamente oito mil estátuas , na cidade
de Xian. O exército de terracota, conhecido também como exército do imperador Qin.
A modernidade chinesa ocorre após a expulsão mongol e durante a mais famosa
dinastia, a Ming, no século XIV. Grande parte do que conhecemos como a China
tradicional foi criada nesse período.
A dinastia investiu na formação de um poderoso exército, ampliou o comércio
marítimo, terminou a construção da grande muralha e iniciou a construção da cidade
proibida ( Pequim, sede do estado Ming)
As rebeliões camponesas não tardaram a acontecer,no século XVII, aproveitando o
enfraquecimento do poder Ming, os Manchus, originários da Manchúria invadem e
tomam o poder, inaugurada a dinastia Qing, a última dinastia chinesa que perdurou
até o fim da monarquia, no século XX.
As reformas religiosas.
Após essa breve análise , podemos considerar que a reforma ocorre não só devido ao
contexto político-econômico , mas também espiritual. É ascensão burguesa, o
renascimento comercial e a centralização dos Estados que criam as condições para
que ela ocorra e se propague.
As críticas ao modo de proceder da igreja católica não começam com os grandes
reformistas como Lutero e Calvino.Suas doutrinas ganharam destaque e adeptos
porque ocorreram em uma conjuntura propícia. Entretanto, a contestação ao
catolicismo não era nova.
A reforma luterana.
A reação da igreja Católica contra a reforma não tardou e a religião perdia adeptos a
cada dia, especialmente entre a classe burguesa.
Os burgueses estavam interessados nas novas doutrinas que se espalhavam pela
Europa. Aderindo assim, ao protestantismo, mais afinado ao modo de vida burguês
( não condenavam o lucro, nem o comércio).
O Concílio de Trento: A remodelação das estratégias da igreja
No século XVI ocorreu o Concílio de Trento que,na prática, estabelecia as estratégias
de reação católicas. Reafirmando : A importância da missa e do celibato eclesiástico; A
transubstanciação do pão e vinho no corpo e sangue da missa, no sacramento da
comunhão; A hierarquia da Igreja e o culto aos santos.
Instituiu0se o Index Proibithorum, uma lista de livros proibidos e cuja posse e leitura
constituíram uma heresia.
A ideia de heresia ganha contornos muito amplos, ultrapassando à práticas de
doutrinas que fossem opostas à Igreja Católica. Bastava a posse de um livro para ser
considerado heresia.
É fundada então, a Companhia de Jesus, também conhecida como ordem jesuíta. Com
a missão de levar a fé católica aos povos pagãos, especialmente no projeto de
expansão Português.
"Será nossa obrigação executar sem desculpas tudo o que Sua Santidade nos ordenar
para o bem das almas ou a propagação da fé, quer ele nos envie junto aos turcos, ao
novo mundo, junto aos Luteranos ou quaisquer outros fiéis ou infiéis(...)Esse voto
pode dispersar em diversas partes do mundo"
Os tribunais do Santo Ofício da Inquisição fortaleciam os preceitos da igreja. Processos,
julgamentos e confiscos cresciam vertiginosamente instaurando o terror no homem
moderno.
Estando a vivência da fé profundamente relacionada com a ordem social, a Inquisição
se torna um sinal de aliança entre o poder eclesiástico e o poder civil na perseguição
aos hereges(...) de tal modo que o Estado via bis movimentos heréticos um berço de
traidores em potencial, que poderiam minar a fé da Cristandade e,
consequentemente, a ordem social.
As mudanças nas mentalidades costumam ser fenômenos de longa duração. Não foi
est da reforma. As mudanças provocadas foram tão intensas e profundas que
ultrapassaram oceanos, chegaram à América e à Ásia e alteraram completamente o
panorama do mundo moderno.
Restringir as reformas religiosas ao campo de uma mudança ideológica ou no plano
das ideias seria simplificá-las, assim como vê-las como fruto da necessidade de uma
nova classe social. Todos os fatores atuaram para que a reforma fosse definitiva e a fé
na modernidade adquirisse novas práticas e novas representações.