Você está na página 1de 42

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2

2 CONCEITO DE AUDITORIA AMBIENTAL ................................................. 3

2.1 Origem e evolução da Auditoria Ambiental .......................................... 5

3 OBJETIVOS DA AUDITORIA AMBIENTAL ................................................ 7

3.1 Classificação de Acordo com os Objetivos da Auditoria....................... 9

4 ISO 19011 E OS SEUS SEIS PRINCÍPIOS DE AUDITORIA ................... 10

5 REFERÊNCIAS NORMATIVAS DA AUDITORIA ..................................... 13

6 TIPOS DE AUDITORIA ............................................................................. 14

7 PROCESSO DE AUDITORIA AMBIENTAL .............................................. 16

7.1 Principais Etapas da Auditoria Ambiental ........................................... 17

8 GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIA ...................................... 19

8.1 Auditoria Ambiental - Vantagens e Desvantagens ............................. 20

9 AUDITOR AMBIENTAL............................................................................. 22

9.1 Papel do Auditor Ambiental e do Auditado ......................................... 26

9.2 Avaliação de riscos e responsabilidade civil ....................................... 27

9.3 Concorrência ...................................................................................... 28

9.4 Estratégicas........................................................................................ 28

9.5 Protocolo da auditoria......................................................................... 29

9.6 Programando o tempo dos trabalhos de campo ................................. 31

10 DIFERENÇA ENTRE PERÍCIA E AUDITORIA AMBIENTAL................. 32

10.1 O relatório de não conformidade ..................................................... 34

11 AUDITORIA AMBIENTAL COMPULSÓRIA .......................................... 34

12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 40

13 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 41
1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O grupo educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao


da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta,
para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse
aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta.
No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão
ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!
2 CONCEITO DE AUDITORIA AMBIENTAL

Fonte: blog.synchro.com.br

A auditoria ambiental é considerada uma das ferramentas da gestão ambiental


de muita importância. Competições internacionais e o processo acelerado de fusões
e aquisições de empresas passaram a requerer verificações rigorosas, para que
passivos ambientais existentes pudessem ser avaliados e seu valor levado em
consideração nos negócios, surgindo assim a necessidade de auditorias ambientais.
Além de necessitarem de grandes custos para sua remediação, passivos e
danos ambientais podem ferir a imagem de uma empresa, o que levou as
organizações a estabelecerem processos sistemáticos de verificação dos cuidados
com o meio ambiente, como a auditoria ambiental, em suas matrizes e filiais.

“Um processo sistemático e formal de verificação, por uma parte auditora, se


a conduta ambiental e/ou desempenho ambiental de uma entidade auditada
atendem a um conjunto de critérios especificados.” Philippi Jr. & Aguiar (2004
por colunista portal da educação)

A Norma Internacional ISO 14.010 orienta organizações, auditores e seus


clientes quanto aos princípios gerais comuns para a execução de auditorias
ambientais. Ela oferece uma definição de auditoria ambiental e termos relacionados,
e também identifica diferentes tipos de auditorias ambientais para os propósitos das
Normas.
Fonte: ambientes.ambientebrasil.com.br

Para os propósitos da Norma 14.010, aplicam-se as seguintes definições:

Fonte: ambientes.ambientebrasil.com.br
2.1 Origem e evolução da Auditoria Ambiental

Fonte: 8idea.com.br

A auditoria ambiental surgiu no final da década de 70 nos Estados Unidos da


América, com o objetivo principal de verificar o cumprimento da legislação onde as
empresas passaram a adotar voluntariamente como uma ferramenta de
gerenciamento para identificar antecipadamente os problemas causados por suas
operações. As auditorias eram vistas como uma forma de reduzir custos com
eventuais correções onerosas.

“A grande maioria da literatura sobre auditoria ambiental aponta os Estados


Unidos como o país pioneiro no seu desenvolvimento. Apesar de haver
alguma controvérsia na literatura norte-americana a respeito do início dos
primeiros programas de auditoria ambiental, alguns trabalhos indicam que a
auditoria ambiental já estava sendo praticada voluntariamente naquele país
por alguma grande corporação no início e meados da década de 70.” SALES
(2001, p. 25 apud LUIZA PIVA, 2007)

Na Europa ocidental as primeiras iniciativas das empresas realizarem a


auditoria ambiental tiveram início na década de 80 pelas filiais de grandes corporações
norte-americanas.
A Holanda no ano de 1985, foi o primeiro país da Europa onde as empresas
passaram a adotar as auditorias na gestão ambiental. A iniciativa, partiu de filiais de
empresas estadunidenses. A seguir outros países como Reino Unido, Alemanha,
Escandinávia adotaram esse mesmo procedimento.
Apesar das auditorias ambientais terem sido criadas nos EUA, a primeira norma
de sistema de gestão ambiental que estabeleceu parâmetros para a execução de
auditorias, foi após a Conferência, o Reino Unido e a França foram os primeiros
Estados europeus que criaram normas de sistema de gestão ambiental; a BS 7750
(BSI, 1994) e a NF X30-200, respectivamente
Iniciativa semelhante aconteceu na França e posteriormente a Comunidade
Econômica Europeia adotou regulamento que entrou em vigor em 1995 criando
o Environmental Management and Auditing Scheme - EMAS.
Internacionalmente a normalização de auditorias ambientais ocorreu no âmbito
da International Organization for Standardization - ISO.
No Brasil a auditoria ambiental ainda é incipiente e foi implantada de acordo
com os padrões estabelecidos na maior parte do mundo. Os primeiros programas de
auditoria foram iniciados no final da década de 80 e início da década de 90 por
empresas multinacionais de grande porte, a normalização se deu em 1996 por meio
da apresentação, pela ABNT, das NBR ISO 14010, 14011 e 14012. Atualmente está
em vigor a NBR ISO 19011, de 2002.
Em 2002, os Comitês ISO TC 176 da Qualidade e ISO TC 207 do Meio
Ambiente, após vários anos de discussão e apresentação de comentários, publicaram
por meio do Comitê ISO TC 176, a norma ISO 19011-Diretrizes para auditorias de
sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental. Em 2008 teve início o processo de
revisão da ISO 19011 para contemplar outras normas de sistemas de gestão da ISO,
além da ISO 9001 e ISO 14001, a exemplo da ISO 22000, da ISO IEC 27001 e da ISO
28000.
Pode-se afirmar que praticamente em todo o mundo as auditorias ambientais
são voluntárias. As empresas que delas se utilizam costumam adotar o chamado
“marketing verde” e precisam demonstrar aos seus consumidores e clientes que
realmente dispõem de um processo produtivo que atende às conformidades
ambientais e respeita o meio ambiente.
As auditorias independentes funcionam de forma a comprovar aquilo que elas
divulgam em sua publicidade. As relações com as instituições governamentais
fiscalizadoras consequentemente, evita ou reduz as sanções administrativas ou
penais e as reparações por danos causados ao meio ambiente e a terceiros.
Nenhuma das normas internacionais, bem como aquelas surgidas inicialmente
na Europa nunca obrigaram as empresas a realizarem auditorias ambientais. Apenas
estabeleciam parâmetros a serem seguidos, de como proceder no caso de optarem
pela realização das auditorias.

Atualmente a preocupação com o dano ambiental ultrapassa as fronteiras de


um estado que antes agia isoladamente, passando a ser uma preocupação
de nível global, onde se compreende como dano ambiental uma alteração
indesejável ao meio-ambiente; onde poderíamos citar a como exemplo a
poluição atmosférica como uma lesão ao direito fundamental e natural que
todos devem ter de usufruir um meio-ambiente apropriado, ou seja, respirar
o ar puro essencial para a vida BRAGA, (2009, p.27 apud MARIA SEIBERT
et al., 2012).

3 OBJETIVOS DA AUDITORIA AMBIENTAL

Fonte: genjuridico.com.br

A auditoria ambiental possui como objetivo principal, avaliar de modo


sistemático, documentado e periódico, fundamentos da matéria no sentido de buscar
conformidades e tomar como referência normas ambientais dentro da empresa, na
administração pública ou dentro do processo como um todo.
Ou seja, caracterizar a situação da empresa para fornecer um diagnóstico atual
no que diz respeito a poluição do ar, águas e resíduos sólidos, favorecendo a definição
das ações de controle e de gerenciamento que deverão ser tomadas para
proporcionar a sua melhoria ambiental. A auditoria fornece recomendações de ações
emergenciais, de curto, médio e longo prazo que deverão ser tomadas para
proporcionar a melhoria ambiental da empresa.

“Uma das principais aplicações da auditoria ambiental é o seu uso como


instrumento de controle ambiental, ou seja, como uma medida utilizada pelas
autoridades ambientais no cumprimento de suas políticas e obrigações legais
de fomento, fiscalização e implementação de normas e políticas ambientais
que um dos principais objetivos desse tipo de auditoria consiste na
fiscalização e implementação das normas ambientais por meio do controle,
promovido pelas autoridades ambientais, do cumprimento das políticas
ambientais e obrigações legais das empresas. As formas possíveis dessa
aplicação são variadas e se estendem desde atividades de cunho informativo
e educacional destinadas a esclarecer e fomentar a adoção de auditoria até
medidas de controle que impõe a sua adoção compulsória, passando por
medidas de incentivos indireto” SALES (2001, p. 101 2001, p. 25 apud LUIZA
PIVA, 2007)

A concepção de auditoria ambiental, como instrumento de gestão ambiental,


passou a ter significado marcante no plano dos novos instrumentos para a tutela
ambiental, sob a égide de normas internacionais de qualidade ISO 1001/1990 e sua
versão ISO 9000. O objetivo da auditoria ambiental foi estabelecido em decorrência
da necessidade de:
• Facilitar o controle da gestão das práticas com eventual impacto ambiental;
• Avaliar a observância das políticas de ambiente da empresa.
O objetivo da auditoria deve ser transparente e definido de maneira a alcançar
as expectativas e necessidades do cliente evitando interpretações duvidosas que
possam interferir no resultado final.
O conteúdo deve ser facilmente compreensível e definido pelo auditor líder em
harmonia com o cliente. Na delimitação do escopo deve-se considerar: a localização
geográfica, os limites organizacionais, o objeto da auditagem, o período e o tema
ambiental.
Auditorias Ambientais têm como objetivo detectar problemas ou oportunidades
em áreas ou atividades como:
• Fontes de poluição e medidas de controle e prevenção; uso de energia e água
e medidas de economia; processos de produção e distribuição; pesquisas e
desenvolvimentos de produtos; uso, armazenagem, manuseio e transporte de
produtos controlados; subprodutos e desperdícios; estações de tratamento de
águas residuárias (esgoto); sítios contaminados; reformas e manutenções de
prédios e instalações; panes, acidentes e medidas de emergência e mitigação;
saúde ocupacional e segurança do trabalho;
As legislações Estaduais estabeleceram a abrangência da Auditoria, sendo em
comum das Unidades Federais, as empresas que manejam com derivados de
petróleo, e que estocam substâncias perigosas e tóxicas, que causam danos
ambientais, muitas das vezes irreversíveis, no Estado do Rio de Janeiro a Lei 1.898/91
(estabelece os ditames da auditoria), deve realizar auditorias ambientais anuais: nas
refinarias, oleodutos e terminais de petróleo e seus derivados; nas instalações
destinadas a estocagem de substancias tóxicas e perigosas.
Há no Estado do Espírito Santo, pela Lei 4.802, de 2/08/2008, publicada no
DOE (Diário Oficial do Estado) de 16/08/1993, tem as exigências na Lei fluminense,
acrescentando as indústrias de papel e celulose, lixo hospitalar e mineração.

3.1 Classificação de Acordo com os Objetivos da Auditoria

Auditoria ambiental de certificação: Este tipo de auditoria deve ser conduzido


por uma organização comercial independente e credenciada para emitir a certificação
por um organismo competente. É responsável por avaliar a conformidade da empresa
com os princípios estabelecidos pelas normas nas quais a empresa deseja se
certificar. O principal exemplo é a auditoria de certificação ambiental pela série de
normas NBR ISO 14.000. Em geral as empresas contratam este tipo de auditoria
quando desejam obter uma certificação específica.
Auditoria ambiental de acompanhamento: Visa verificar se as condições da
certificação continuam sendo cumpridas.
Auditoria ambiental de follow-up ou de verificação de correções: objetiva
verificar se problemas e não-conformidades detectadas em auditorias anteriores
foram corrigidas.
Auditoria de decomissioning ou descomissionamento: ocorre quando há a
paralisação definitiva de uma atividade (geralmente pela desativação da unidade) e
objetiva avaliar possíveis danos ambientais causados a população e área do entorno
de alguma unidade empresarial em consequência dessa desativação.
Auditoria ambiental de due dilligence ou de responsabilidade: utilizada em
aquisições ou fusões de operações, pois serve para indicar ao futuro proprietário ou
sócio os possíveis investimentos, riscos e responsabilidades monetárias decorrentes
da recuperação de possíveis passivos ambientais existentes. Este tipo de auditoria
objetiva avaliar o passivo ambiental das empresas, e suas responsabilidades
ambientais efetivas e potenciais. Na condução deste tipo de auditoria é recomendável
que o auditor entreviste a população do entorno para identificar potenciais
reclamações sobre a atividade.
Auditoria ambiental de sítio: objetiva avaliar o estágio de contaminação de uma
área específica.
Auditoria compulsória: aquela cuja condução é obrigatória por exigência legal.
Auditoria ambiental pontual: objetiva otimizar um aspecto pontual da operação,
por exemplo: melhorar a gestão dos recursos, melhorar a eficiência do processo
produtivo, o uso de energia ou de outros insumos, minimizar geração de resíduos e
etc.
Para que a aplicação da auditoria ambiental seja bem-sucedida, e para garantir
a eficiência na sua execução, alguns itens são essenciais, ou seja, a auditoria
ambiental só deve ser executada casos esses itens estejam contemplados:
• A operação deve possuir recursos suficientes para apoiar a auditoria;
• Deve ser feita uma definição clara, objetiva e bem documentada do objetivo e
do escopo da auditoria; em função do objetivo e do escopo da auditoria são
definidos os seus critérios e também a abrangência do processo;
• Planejamento da auditoria, com a definição de um plano para sua aplicação;
• Cooperação da operação que será auditada de expor os seus problemas e
riscos ambientais; que a equipe de auditores seja independente da operação e
qualificada para executar o processo;
• Comprometimento da alta direção da empresa com o controle dos critérios e
medidas corretivas estipuladas para evitar a degradação e prevenir riscos
ambientais.

4 ISO 19011 E OS SEUS SEIS PRINCÍPIOS DE AUDITORIA

A ISO 19011 é uma norma criada para fornecer orientações para a realização
de auditorias dos sistemas de gestão, e também:
• Os princípios de auditoria;
• Gestão do programa e realização de auditorias;
• Avaliação dos envolvidos no processo de auditoria e equipe de
auditores;
• Contribuição na melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade
da empresa.
Segundo a Norma Brasileira ABNT NBR ISSO 19011, a auditoria é
caracterizada pela confiança em diversos princípios. Convém que estes princípios
ajudem a tornar a auditoria uma ferramenta eficaz e confiável, em apoio às políticas e
controles de gestão, fornecendo informações sobre as quais uma organização pode
agir para melhorar seu desempenho. Aderência a estes princípios é um pré-requisito
para serem fornecidas conclusões de auditoria que sejam pertinentes e suficientes, e
para permitir que auditores trabalhando independentemente entre si cheguem a
conclusões similares em circunstâncias similares.

1) Integridade: O fundamento do profissionalismo convém que os auditores e a(s)


pessoa(s) que gerenciam um programa de auditoria: Desempenhem seu
trabalho eticamente, com honestidade e responsabilidade; somente realizem
atividades de auditoria se forem competentes para isso; realizem seu trabalho
de uma maneira imparcial, isto é, mantenham-se justos e sem tendenciosidade
em todas as suas interações; desempenhem sensíveis a quaisquer influências
que possam ser exercidas sobre o seu julgamento enquanto estiverem
realizando uma auditoria.
2) Apresentação justa: a obrigação de reportar com veracidade e exatidão
convém que as constatações de auditoria, conclusões de auditoria e relatórios
de auditoria reflitam com veracidade e precisão as atividades de auditoria.
Convém que os obstáculos significativos encontrados durante a auditoria e não
resolvidos por divergência de opiniões entre a equipe de auditoria e o auditado
sejam reportados. Convém que a comunicação seja verdadeira, precisa,
objetiva, em tempo hábil, clara e completa.  
3) Devido cuidado profissional: a aplicação de diligência e julgamento em auditoria
convém que os auditores exerçam o devido cuidado de acordo com a
importância da tarefa que eles executam e com a confiança neles depositada
pelo cliente de auditoria e por outras partes interessadas. Um fator importante
na realização do seu trabalho com devido cuidado profissional é ter a
capacidade de fazer julgamentos ponderados em todas as situações de
auditoria.
4) Confidencialidade: segurança de informação convém que os auditores tenham
discrição no uso e proteção das informações obtidas no curso de suas
obrigações. Convém que a informação de auditoria não seja usada de forma
inapropriada para ganhos pessoais pelo auditor ou pelo cliente de auditoria, ou
de uma maneira prejudicial para os legítimos interesses do auditado. Este
conceito inclui o manuseio apropriado de informação sensível ou confidencial.
5) Independência: a base para a imparcialidade da auditoria e objetividade das
conclusões de auditoria convém que os auditores sejam independentes da
atividade que está sendo auditada quando for praticável, e convém que ajam
em todas as situações de um tal modo que estejam livres de tendenciosidade
e conflitos de interesse. Para auditorias internas, convém que os auditores
sejam independentes da função que está sendo auditada, se praticável.
Convém que os auditores mantenham objetividade ao longo do processo de
auditoria para assegurar que as constatações e conclusões de auditoria sejam
baseadas apenas nas evidências de auditoria. Para pequenas organizações,
pode não ser possível que auditores internos tenham total independência da
atividade que está sendo auditada, porém convém que seja feito todo o esforço
para remover a tendenciosidade e encorajar a objetividade.
6) Abordagem baseada em evidência: o método racional para alcançar
conclusões de auditoria confiáveis e reprodutíveis em um processo sistemático
de auditoria. Convém que a evidência de auditoria seja verificável. Convém que
no geral ela seja baseada em amostras da informação disponíveis, uma vez
que uma auditoria é conduzida durante um período de tempo finito e com
recursos limitados. Convém que o uso apropriado de amostras seja aplicado,
uma vez que esta situação está intimamente relacionada à confiança que pode
ser depositada nas conclusões de auditoria.  
7) Abordagem baseada em risco: uma abordagem de auditoria que considera
riscos e oportunidades.
Convém que a abordagem baseada em risco influencie substancialmente o
planejamento, a condução e o relato de auditorias, para assegurar que as auditorias
sejam focadas em assuntos que sejam significativos para o cliente de auditoria e para
alcançar os objetivos do programa de auditoria.
5 REFERÊNCIAS NORMATIVAS DA AUDITORIA

Fonte: www.8idea.com.br

O Comité Técnico TC 207 da ISO, criado em 1993 com o objetivo de


desenvolver e atualizar a série de normas ISO 14 000 (Ambiente), formou, entre
outros, o Subcomitê 2 (SC2), designado Auditorias Ambientais, publicando as normas
ISO 14 010 a 14 019.
O SC2 teve o ponto alto do seu trabalho em 1996, com a publicação das normas
ISO 14 010 - “Linhas de Orientação para Auditorias Ambientais – Princípios Gerais”,
ISO 14 011 – “Auditoria aos Sistemas de Gestão Ambiental” e ISO 14 012 – “Critérios
de Qualificação para Auditores do Ambiente”.
NBR ISO 14001: 1996, Sistemas de gestão ambiental - Especificação e
diretrizes para uso. NBR ISO 14010: 1996, Diretrizes para auditoria ambiental -
Princípios Gerais. NBR ISO 14011: 1996, Diretrizes para auditoria ambiental -
Procedimentos de auditoria - Auditoria de sistemas de gestão ambiental.
Em termos de aplicação destas normas ao nível da organização, a ISO14 010
estabelece os princípios gerais para condução de auditorias ambientais, a ISO 14 011
fornece os procedimentos para a condução de auditorias ao sistema de gestão
ambiental, incluindo os critérios para a seleção e composição das equipes auditoras,
enquanto que a norma ISO 14 012 fornece orientação para a qualificação de auditores
internos, externos e coordenadores.
Com base na norma ISO 14001 “Sistemas de Gestão Ambiental”
Especificações e Linhas de Orientação para a sua Utilização”, as auditorias
ambientais constituem o requisito 4.5.4. Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental.
Segundo este requisito, a organização deve estabelecer e manter programas e
procedimentos para efetuar auditorias periódicas ao SGA, de modo a:
• Determinar se o SGA está ou não conforme as especificações previstas para
a gestão ambiental, incluindo os requisitos da norma ISO 14 001 e, se está ou
não adequadamente implementado e mantido;
• Fornecer informação à Direção relativamente aos resultados das
auditorias. O programa de auditoria da organização, incluindo a respectiva
calendarização, deve ser baseado na importância ambiental da atividade a
auditar e nos resultados de auditorias anteriores. Para que sejam abrangentes,
os procedimentos de auditoria devem abarcar o âmbito da auditoria, frequência
e metodologias, bem como as responsabilidades e requisitos para a conduzir e
reportar os resultados

6 TIPOS DE AUDITORIA

O termo auditoria ambiental é usado constantemente para cobrir uma gama


enorme de atividades baseadas numa avaliação formal de uma organização, para
verificar sua performance em relação aos objetivos ambientais. Uma auditoria consiste
em um exercício, para obtenção de informações, as quais permitem que a
necessidade de melhoria ambiental seja avaliada e ações corretivas sejam tomadas.
Existem muitas definições que refletem diretamente sobre a ênfase e o objetivo de
uma auditoria ambiental. No entanto, uma auditoria precisa ser um processo objetivo,
sistemático e baseado em critérios definidos. Vários tipos de auditorias ambientais
podem ser citados, como por exemplo:
1) Auditoria de Diagnóstico Ambiental: Também denominado de Auditoria
Ambiental Preliminar, consiste em avaliar as facilidades e dificuldades
existentes numa determinada organização, de forma objetiva e consistente, em
relação às suas principais questões ambientais. Poderá ser utilizado para
fundamentar um projeto de implantação, um Sistema de Gestão Ambiental –
SGA. Atualmente, em todo o mundo, o SGA mais reconhecido é aquele
baseado nas normas da série ISO 14000. Normalmente, nessa auditoria são
analisados previamente:
• As políticas existentes de meio ambiente, de segurança e da qualidade;
• As responsabilidades das funções principais e o organograma atualizado da
organização e
• Os relatórios e registros das iniciativas já implantadas visando ao
gerenciamento ambiental.
O produto principal dessa auditoria é um relatório de diagnósticos contendo a
descrição dos pontos fracos e dos elementos existentes em relação aos requisitos da
política ambiental da organização, da legislação em vigor, e aos requisitos da norma
ISO 14001.
2) Auditoria de Passivo Ambiental: Tipo de auditoria muito utilizada por
organizações que desejam fazer aquisições de novas áreas e
empreendimentos ou desinvestimentos. É uma auditoria mais detalhada,
geralmente realizada por pessoal especializado na caracterização de fontes
potenciais de contaminação ambiental, tanto para os meios físico e biológico
quanto para o meio social. Envolve também a avaliação de responsabilidades
civis decorrentes de atividades presentes e passadas.
3) Auditoria de Conformidade Legal: É uma auditoria focada unicamente nos
critérios de atendimento aos requisitos da legislação ambiental em vigor.
Geralmente, a maioria das empresas que iniciam um processo de
implementação de melhorias ambientais ou mesmo um SGA tem pouca ou
quase nenhuma familiaridade e conhecimento dos requisitos ambientais legais
e outros pertinentes ao seu negócio. Essa lacuna de conhecimento eleva o grau
de insegurança da organização com relação a vulnerabilidades jurídicas, como
também existe a possibilidade de haver interpretações rigorosas de leis
ambientais que não fazem parte da prática dos órgãos oficias de controle
ambiental. Em alguns casos, tais lacunas detectadas demandam ações
específicas imediatas por parte da organização.
4) Auditoria de Desempenho Ambiental: É uma auditoria que tem como objetivo
geral a avaliação do desempenho ambiental de uma organização baseada em
critérios anteriormente definidos. As exigências legais ambientais aplicáveis às
organizações, as recentes mudanças nas demandas de mercado e a crescente
conscientização da sociedade sobre a questão têm levado as empresas a uma
necessidade de reavaliar as tecnologias de controle de poluição e incorporar
novas práticas e tecnologias de prevenção. Tal reavaliação provoca discussões
sobre o nível adequado de desempenho ambiental a ser adotado pelas
organizações. A demanda de melhoria do desempenho ambiental das
empresas tem decorrido também em função da implantação de SGA.
5) Auditoria Pós-acidente: acontece após acidentes ambientais, verificando as
causas e consequências, bem como determinando as medidas mais eficazes
para reduzir os danos observados.

7 PROCESSO DE AUDITORIA AMBIENTAL

Fonte: portaldeauditoria.com.br

A auditoria ambiental é uma importante ferramenta para melhorar o desempenho


da gestão ambiental, ela serve como suporte para a tomada de decisões, dá ciência aos
gestores da melhor maneira de gerenciar as empresas para que não incorram em
agressões contra o meio ambiente, além de evitar o aumento de despesas e custos
relacionados às normas de proteção ambiental que possam vir a impactar negativamente
nos resultados das organizações.
Dessa forma, a auditoria ambiental não tem apenas caráter corretivo e preventivo,
mas também, a função de orientar, sendo capaz de avaliar a melhor forma das empresas
atenderem as normas e legislações ambientais, sem que para isso tenham que
comprometer sua rentabilidade ou até mesmo a sua saúde financeira.

Auditoria ambiental pode ser definida como uma ferramenta que possibilita
um “retrato” instantâneo do processo produtivo. Com esta ferramenta, passa
a ser possível identificar os pontos “fortes” e “fracos” da organização com
relação ao meio ambiente. La Rovere et. al. (2001 apud Campos e Lerípio
2009, p.7)

A auditoria é um processo ordenado, que deve estar sempre documentado e


que visa avaliar evidências encontradas no processo com o intuito de verificar se está
tudo em conformidade, e assim demonstrar um parecer de acordo com o que foi
auditado sugerindo melhorias se necessário, para um melhor desenvolvimento da
empresa auditada.

7.1 Principais Etapas da Auditoria Ambiental

Planejamento
Para se ter um bom processo de planejamento da auditoria deve-se ter
conhecimento, tanto por parte do auditor, quanto da empresa auditada que a mesma
serve como processo de fiscalização e não de punição, sendo assim um processo
voluntário que sugere melhorias para área auditada e de acordo com a realidade de
cada situação.
No caso da auditoria ambiental de início a sugestão seria entrar em contato
com a pessoa ou empresa auditada a fim de ter uma visão mais apurada da realidade
do trabalho para facilitar assim a realização do mesmo e a melhor ciência para o
desfecho do relatório.
• Definição dos objetivos e scopo
• Definição dos critérios;
• Definição dos recursos necessários

Preparação
É composta pelas atividades que englobam a formação da equipe de auditoria.
• Definição da equipe de auditoria;
• Análise preliminar de documentos;
• Plano de Auditoria;
• Elaboração, adaptação dos instrumentos de trabalho;
• Estudo das legislações e normas;

Execução
A execução da auditoria tem como objetivo a obtenção, análise e avaliação de
evidencias em relação ao cumprimento dos critérios estabelecidos na auditoria.
• Reunião de abertura;
• Coleta e avaliação de evidências;
• Constatações;
• Reunião de encerramento e apresentação de resultados;

Elaboração do relatório final de auditoria


E por fim, a última etapa da auditoria refere-se à elaboração do relatório de
auditoria.

As atividades relacionadas com confecção do relatório final de auditoria


ambiental contemplam a definição de seu conteúdo o formato e a definição
do relatório o qual deve ser previamente discutido nas etapas de
planejamento e na de preparação da auditoria bem como a definição do plano
de ação que deve estar acordado no escopo. CAMPOS E LERÍPIO (2009,
p.44, apud MARIA SEIBERT et al., 2012).

Para finalizar os trabalhos de auditoria sugere-se que seja apresentado


formalmente à empresa, o relatório elaborado pelos auditores.
8 GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIA

Fonte: bs10500-audit.com

Atualmente a preocupação com o dano ambiental ultrapassa as fronteiras de


um estado que antes agia isoladamente, passando a ser uma preocupação
de nível global, onde se compreende como dano ambiental uma alteração
indesejável ao meio-ambiente; como por exemplo a poluição atmosférica
como uma lesão ao direito fundamental e natural que todos devem ter de
usufruir um meio-ambiente apropriado, ou seja, respirar o ar puro essencial
para a vida BRAGA (2009, p.27 apud MARIA SEIBERT et al., 2012).

Podemos perceber o envolvimento cada vez mais intenso das pessoas e das
organizações no sentido de aumentar os seus índices de satisfação em relação aos
cuidados com o meio ambiente. Assim, a gestão ambiental torna-se de grande
relevância tendo o intuito de mobilização das organizações para se adequar à
promoção de um meio ambiente ecologicamente equilibrado, sendo ela encarada
como um assunto estratégico, porque além de estimular a qualidade ambiental
também possibilita a redução de custos diretos (redução de desperdícios com água,
energia e matérias-primas) e indiretos (por exemplo, indenizações por danos
ambientais). Por este motivo que, além de colaborar com o meio em que estão
inseridas, as empresas ainda podem lucrar mais.
A gestão ambiental é considerada como o sistema que inclui a estrutura
organizacional na área de planejamento, responsabilidades, práticas processos e
recursos para o desenvolvimento da política socioambiental.
Deste modo o desenvolvimento sustentável deve considerar, de maneira
harmônica, o crescimento econômico, com uma maior percepção dos impactos sociais
decorrentes e o equilíbrio ecológico na utilização dos recursos naturais.
A sociedade vem enfatizando de forma genérica, fazendo-se representar por
meio de órgãos politicamente orientados (organizações de defesa ambiental, grupos
observadores, partidos verdes, etc.). Essas pressões e a representatividade da
sociedade vêm fazendo com que os governos criem novas leis ambientais com o
objetivo de proteger o patrimônio natural da humanidade; O crescente
desenvolvimento tecnológico causou um aumento significativo na geração de
resíduos, em suas mais variadas formas, que necessitam de acondicionamento,
transporte e disposição final específico para cada classe de material. A falta de um
gerenciamento adequado de resíduos, especialmente por parte das empresas, é um
problema ambiental extremamente grave em virtude dos diferentes compostos
químicos oriundos deste meio.
Um programa de auditoria é conjunto de uma ou mais auditorias planejadas
para um período de tempo determinado e direcionadas a um propósito especifico.

Segundo a sub-clausula 8.2.2 na NBR ISO 9001:2008 um programa de


auditoria deve ser planejado, levando em consideração a situação e a
importância dos processos e áreas a serem auditadas, bem como os
resultados de auditorias anteriores.

8.1 Auditoria Ambiental - Vantagens e Desvantagens

Fonte: visualmonterey.com.br
Vantagens

• Identificação e registro das conformidades e das não conformidades com a


legislação, com regulamentações e normas e com a política ambiental da
empresa (caso exista);
• Prevenção de acidentes ambientais; Auditoria Ambiental
• Melhor imagem da empresa junto ao público, à comunidade e ao setor público;
• Provisão de informação à alta administração da empresa, evitando lhe
surpresas;
• Assessoramento aos gestores na implementação da qualidade ambiental na
empresa; Auditoria Ambiental (Vantagens)
• Assessoramento à alocação de recursos (financeiro, tecnológico, humano)
destinados ao meio ambiente na empresa, segundo as necessidades de
proteção do meio ambiente e as disponibilidades da empresa, descartando
pressões externas;
• Avaliação, controle e redução do impacto ambiental da atividade; Auditoria
Ambiental (Vantagens)
• Minimização dos resíduos gerados e dos recursos usados pela empresa;
• A promoção do processo de conscientização ambiental dos empregados;
• Produção e organização de informações ambientais consistentes e atualizadas
do desempenho ambiental da empresa, que podem ser acessadas por
investidores e outras pessoas físicas ou jurídicas envolvidas nas operações de
financiamento e/ou transações da unidade auditada;
• Facilidade na comparação e intercâmbio de informações entre as unidades da
empresa.

Desvantagens:

• Necessidade de recursos adicionais para implementar o programa de auditoria


ambiental;
• Possibilidade de incorrer em dispêndio inesperado e expressivo de recursos
para atender às não-conformidades detectadas na auditoria ambiental;
• Indicar falsa sensação de segurança sobre os riscos ambientais caso a
auditoria o seja conduzida de forma inexperiente ou incompleta;
• Possibilidade de que as indústrias sofram pressões de órgãos governamentais
e de grupos ambientais para demonstrar os resultados da auditoria ambiental.

9 AUDITOR AMBIENTAL

Fonte: sionadvogados.com.br

Uma empresa pode executar a cada ano vários tipos de auditorias ambientais.
Estas tarefas variam desde auditorias internas rotineiras; auditorias de conformidade,
exigida auditoria de desempenho; e outras auditorias externas executadas por
autoridades públicas e por clientes.
As auditorias atualmente executadas utilizam uma grande variedade de
protocolos, há pouca consistência nos relatórios, os objetivos são redundantes e são
pequenas as garantias de que ações corretivas apropriadas estão sendo implantadas.
Devido à qualidade variável das auditorias e ao valor limitado de melhoria do
desempenho, resultante dessas auditorias que estão atualmente sendo executadas,
as empresas não estão somente deixando de otimizar os benefícios de um programa
eficaz de auditoria, como se expondo aos riscos identificados, mas inadequadamente
gerenciados.
Mundialmente, os sistemas de avaliação de desempenho atual evoluíram da
área da gestão da conformidade, para a área de responsabilidade corporativa. As
companhias líderes utilizam atualmente a informação gerada pelos programas de
avaliação de desempenho para avaliar os riscos e gerenciar problemas, visando
minimizar futuros riscos e passivos ambientais.
Duas diretrizes internacionalmente reconhecidas ressaltam a necessidade de
auditorias ambientais:
• Princípio de Valdez: “As empresas realizarão um auto avaliação anual, tornarão
públicos os resultados e realizarão uma auditoria independente dos resultados”
• Carta de Negócios para o Desenvolvimento Sustentável do ICC: “Sinceridade
sobre impactos e preocupações” “Assegurar a conformidade por meio de
avaliação do desempenho, de auditorias e da periódica divulgação de
informações aos acionistas”.
Embora os requisitos relativos a auditorias se refiram primeiramente à
avaliação do sistema, como no caso das auditorias de qualidade, as auditorias
ambientais se destinam não apenas a avaliar a conformidade, mas, principalmente, à
melhoria do sistema e do seu desempenho.
A responsabilidade pode ter várias interpretações, de gestos altruístas a
pressões de mercado ou boas práticas. Surgidas do uso de mecanismos de mercado
e do crescente interesse dos acionistas no desempenho ambiental da empresa, as
auditorias têm sido usadas para demonstrar o compromisso, a economia e o maior
controle interno decorrentes de uma gestão empresarial apropriada, bem como, os
benefícios decorrentes disto.
A legislação estabelece alguns requisitos básicos para a qualificação de
auditores ambientais, assim como algumas normas como a ISO 14.012 (Diretrizes
para Auditoria Ambiental - Critérios de Qualificação de Auditores) que foi substituída
pela NBR ISO 19.011 em 2002 (Diretrizes para auditorias de sistema de gestão da
qualidade e/ou ambiental).
Portaria do Ministério do Meio Ambiente Nº 319, de 15 de Agosto de 2003:
Estabelece os requisitos mínimos quanto ao credenciamento, registro, certificação,
qualificação, habilitação, experiência e treinamento profissional de auditores
ambientais para execução de auditorias ambientais que especifica.
Auditor: indivíduo que realiza uma auditoria, ou parte dela (como membro da
equipe de auditoria), e que atende aos critérios especificados nas normas e
legislações pertinentes.
Auditor líder: auditor que lidera uma auditoria específica e que atende aos
critérios especificados nas normas e legislações pertinentes. O auditor líder deve
possuir experiência adicional na condução de auditorias, pois ele será responsável
por conduzir, orientar e supervisionar todo o processo.
As normas e a legislação pertinente requerem que os auditores tenham
completado treinamento formal e prático, visando que desenvolvam as competências
necessárias para a condução de auditorias ambientais. Estes treinamentos formais
podem ser oferecidos pela própria organização do auditor (instituições certificadoras)
ou por entidades externas e, em geral, devem atender:
• Ciência e tecnologia ambiental (conhecer os principais poluentes e seus
impactos ambientais e técnicas como produção mais limpa, prevenção a
poluição e etc);
• Aspectos técnicos e ambientais de instalações operacionais;
• Legislação ambiental, regulamentos e documentos pertinentes;
• Sistema de Gestão Ambiental e principais normas técnicas nacionais e
internacionais;
• Procedimentos, processos e técnicas de auditoria.

Além de possuírem formação técnica e experiência comprovada em auditorias,


os auditores também precisam possuir alguns atributos e habilidades pessoais que
são essenciais para garantir que tenham um desempenho eficiente e eficaz durante a
auditoria, como:
Competência em expressar conceitos e ideias através da escrita e oralmente,
de forma objetiva e clara;
Boa conduta interpessoal e facilidade de trabalho em equipe, por exemplo:
diplomacia, tato e capacidade de ouvir, paciência, cooperação e etc;
Responsabilidade com as suas funções;
Boa organização pessoal e atenção aos detalhes. Também é fundamental ter
boa capacidade de observação e capacidade de realizar julgamentos concretos,
amparados em evidências objetivas;
Manter os cuidados profissionais devidos, como aderir a um código de ética
apropriado. Os resultados observados durante a execução da auditoria são de
interesse apenas às partes interessadas, ou seja, não devem ser divulgados e
comentados para mais ninguém.
Além de buscarem sempre adquirir mais experiência e conhecimentos através
de novas auditorias e treinamentos, os auditores devem se atualizar constantemente
em relação aos seguintes tópicos:
Legislação ambiental, Sistemas de Gestão Ambiental e normas nacionais e
internacionais relacionadas;
Processos, procedimentos e técnicas de auditoria;
Aspectos relevantes da ciência e tecnologia ambiental, como novas
descobertas, e sobre aspectos técnicos e ambientais dos principais processos
produtivos (exemplo: indústrias de alimentos, siderúrgicas, etc).
Já as habilidades do auditor para ISO 9001 e ISO 14001:

• Capacidade de identificar negócios essenciais e de suporte.


• Capacidade de usar mapeamento de processo e diagramas de fluxo.
• Ao invés de auditar para atendimento, olhar para a efetividade e eficiência do
processo.
• Entender o papel da medição em dar suporte a uma abordagem factual para
tomada de decisão e assegurar a melhoria contínua.
• Fazer julgamento sobre como se podem atingir as metas e o cumprimento dos
objetivos da qualidade e ambiental.
• Conhecimento em leis, regulamentos e outros requisitos pertinentes.

Deve-se observar que os processos devem ser identificados, estabelecidos e


documentados, mas não necessariamente definidos na forma de procedimentos.
Já o conhecimento e as habilidades genéricas de líderes de equipe da auditoria
incluem:

• Planejar a auditoria e fazer uso eficaz de recursos durante a auditoria.


• Representar a equipe da auditoria em comunicações com o cliente da auditoria
e o auditado.
• Organizar e dirigir os membros da equipe da auditoria.
• Fornecer a direção e a orientação para auditores em treinamento.
• Conduzir a equipe de auditoria para atingir as conclusões do processo de
trabalho.
• Prevenir e solucionar conflitos.
• Preparar e completar o relatório de auditoria.

9.1 Papel do Auditor Ambiental e do Auditado

Para se tornar um Auditor Ambiental, é preciso estar credenciado junto a um


órgão certificador e possuir graduação maior que o auditor interno.
Isto é, além de ter o conhecimento na área de Gestão Ambiental – algo que
pode ser obtido por meio da graduação em Engenharia Ambiental e pela pós-
graduação em Gestão Ambiental, por exemplo, é fundamental que o profissional se
especialize também no ramo da Auditoria Ambiental.
No processo de avaliação, através de Auditorias, podem ser detectadas pelo
Auditor a ocorrência de falhas relacionadas aos processos ou produtos. Ou seja, o
não atendimento a um requisito, norma ou expectativas dos Clientes ou das
Empresas, relacionadas aos processos ou produtos, que são denominadas
tecnicamente de Não Conformidades.
O papel do auditor é identificar as fontes que podem gerar uma não
conformidade. Entre as principais delas, estão:
Falhas no atendimento aos requisitos de normas, especificações técnicas e
documentos de referência, relacionados aos processos, áreas, serviços ou produtos.
Erros no atendimento aos requisitos de documentos do Sistema de Gestão.
Documentos e dados técnicos insuficientes, incompletos ou com erros, que possam
impedir a demonstração clara da conformidade esperada para produtos e atividades.
Inadequação de materiais e equipamentos especificados que possam interferir
nos objetivos esperados, desempenho seu controle de processos.
Falhas na concepção, instalação e montagem dos projetos.
Como tratar essas falhas?
Primeiramente, o auditor precisa identificar o problema e levantar as
informações sobre; O que foi afetado? Onde ele aconteceu? Quando foi descoberto
esse problema?
A partir daí o auditor deve registrar as evidências objetivas relativas ao
problema detectado, listando documentos, materiais, registros, itens e qualquer outra
informação relevante ao processo, área, serviço ou produto, onde a não conformidade
foi identificada.
O passo seguinte deve ser a comunicação da não conformidade ao auditado.
Uma vez, ciente da Não conformidade, o Auditado deverá iniciar as análises de causas
e os processos para correções e ações corretivas.
Tanto o auditor, quanto o auditado, devem ter em mente que as não
conformidades não têm caráter punitivo. Elas são abertas para os processos e não
para pessoas. Devem ser vistas pelo auditor e pela organização como grandes
oportunidades de melhoria.

9.2 Avaliação de riscos e responsabilidade civil

As auditorias podem ser utilizadas em várias fases da avaliação de riscos


ligados a questões ambientais, de segurança e de saúde, que podem levar à
responsabilidade civil. Aqui se pode aplicar o risco a sistemas de gestão, tecnologia
de controle e uso de certos materiais, bem como riscos de processo e produto.
Portanto, pode-se usar a auditoria para avaliar e minimizar os riscos. Auditorias mais
especializadas e profundas podem ser usadas para investigar a extensão dos
problemas em potencial.
A responsabilidade civil, em termos ambientais, abrange indivíduos e empresas
onde surja poluição ou não conformidade legal. Podem-se usar as auditorias
ambientais para o entendimento e ação nos casos de responsabilidade civil em
potencial, relacionados a eventos crônicos ou agudos ou ao sistema de gestão.
O campo de avaliação de riscos e o papel das auditorias ambientais podem ser
aplicados a muitas situações, como o planejamento interno de emergência, a fusão
de duas empresas, a realização de parcerias, as renovações ou aquisições de
seguros, as aquisições e o planejamento.
Muitas empresas realizaram auditorias usando o argumento da economia de custos,
em vez das pressões legais. As áreas- chave para as auditorias que visam quantificar
os benefícios financeiros agrupam-se sob o termo genérico “minimização de perdas”,
que se aplica à água, emissões, efluentes, energia, gestão de resíduos e de materiais.
Dependendo da natureza das operações e dos objetivos, o foco das auditorias pode
variar da energia consumida para produção à política de compras.
Em termos financeiros, a auditoria pode ser uma ferramenta de apoio nas
decisões, fornecendo informações sobre os custos ambientais atuais e os benefícios
de ações existentes ou futuras.

9.3 Concorrência

Motivos adicionais para as auditorias é o crescente interesse na incorporação


da questão ambiental na gestão das empresas; como o progresso em relação a
objetivos e o relativo impacto de seus produtos. As auditorias formam parte integral
dos sistemas de gestão, tanto como feedback do controle interno quanto para
contribuir com os objetivos da análise crítica pela administração. A crescente vigilância
sobre as credenciais ambientais das empresas, tanto interna quanto externa, requer
da administração um bom sistema de monitoramento e de informações, que as
auditorias podem fornecer.
Adoção de práticas específicas considerando a variável ambiental pode ser
usada em muitos setores como nicho para a comercialização, apesar do argumento
de que possuir um sistema de gestão que incorpore a questão ambiental como parte
indissociável do negócio vai se tornar uma condição “sine qua non”.
As auditorias são então usadas como ferramentas para atrair a atenção no que
se refere às necessidades e ajustes no gerenciamento.

9.4 Estratégicas

Uma função adicional da auditoria ambiental está no planejamento, no


“benchmarking” e na coleta de informações. A preocupação com o nível de
implementação de uma política ou norma ambiental, a comparação com as melhores
práticas industriais e os níveis internos de conscientização são motivadores típicos
desta categoria de auditoria ambiental.
Uma frase bastante conhecida entre os gerentes e diretores de empresas é que
“Só se controla aquilo que se mede”. Do ponto de vista ambiental, a frase é bastante
verdadeira, onde o conhecimento é fundamental para a tomada de decisão. Um
processo de auditoria ambiental auxilia no acompanhamento das informações e na
verificação da confiabilidade das mesmas, possibilitando uma melhor definição das
metas estratégicas em alinhamento com a visão e missão da empresa.
Independentemente que a auditoria ambiental seja realizada de modo
voluntário ou por atendimento a requisitos legais, os resultados provenientes das
auditorias podem possibilitar alguns ganhos competitivos para o negócio, desde que
se entenda o seu processo como uma oportunidade para a melhoria contínua.

9.5 Protocolo da auditoria

O termo “protocolo” significa lista de verificação utilizada por auditores


ambientais como guia para realizar as atividades de auditoria. Não existe protocolo
padrão, seja em forma ou conteúdo.
Normalmente, as empresas desenvolvem seus próprios protocolos para
atender as suas necessidades específicas de conformidade e sistemas de gestão.
Empresas de auditoria desenvolvem regras gerais que podem ser aplicadas a uma
vasta gama de empresas / operações.
A tecnologia atual suporta muitas versões de computador baseadas em
protocolos com tentativa de simplificar o processo de auditoria, convertendo requisitos
regulamentares de modo qualificado.
Empresas e auditores encontram vários sistemas de protocolo disponíveis de
modo comercial. Outros profissionais (normalmente aqueles com muitos anos de
experiência em auditoria ambiental) usam os regulamentos.
Há um debate de longa data entre os profissionais de auditoria ambiental no
valor de grandes protocolos detalhados e prescritivos.
O uso de protocolos estruturados e prescritivos em auditorias ISO 14001 facilita
a revisão por outros partidos, seja interno ao Organismo de Certificação (por exemplo,
revisores técnicos e gestores de certificação) ou externos (organismos de
acreditação).
Nos EUA, permite que as emissões atmosféricas, descargas de águas
residuais e outros aspectos operacionais estabelecem os principais padrões de
conformidade legal para as empresas.
Nos últimos anos os avanços na tecnologia tiveram grandes impactos na
auditoria. Os computadores portáteis, impressoras portáteis, CD / DVDs, internet, e-
mail e acesso à Internet sem fio têm sido usados para melhorar as auditorias, e
também o acesso à informação, regulamentar e criar relatórios de auditoria no local.
Em experiência realizada na década de noventa do século XX uma grande
empresa investiu recursos significativos no teste de “vídeo”, onde o auditor (localizado
na sede corporativa) utilizava em tempo real a tecnologia de videoconferência para o
pessoal ao local para levar câmeras de vídeo de modo específico. Embora
inicialmente promissora, o conceito não se mostrou aceitável.
São utilizadas diversas nomenclaturas para designar o plano da auditoria. Ele
reúne dois elementos: O plano da auditoria contendo os requisitos da gestão
ambiental que serão considerados pelos auditores e a programação da auditoria, com
a distribuição diária das atividades de cada auditor.
Além do propósito de planejar uma auditoria, o protocolo possui outras
finalidades, como por exemplo: Programar a auditoria, registrar alterações no plano
da auditoria, registrar os procedimentos da auditoria, registro de evidências, exceções,
observações e acompanhamentos, registrar anotações de campo, registrar relatórios
diários, registrar atas de reuniões, registrar o relatório final da auditoria desenvolvendo
o protocolo.
O protocolo de uma auditoria ambiental tem como ponto de partida o sistema
de gestão ambiental existente na organização. Nele são encontrados todos os focos
de uma auditoria: O escopo do sistema, áreas funcionais a serem auditadas,
requisitos do sistema a serem avaliados em cada área funcional a ser visitada,
requisitos legais pertinentes, convênios e contratos subscritos pela organização,
padrões e práticas auto impostos pela organização, aspectos ambientais da
organização, objetivos e metas ambientais estabelecidos no sistema.
A partir destes elementos são desenvolvidos os protocolos das auditorias
ambientais. Mas, complementando o protocolo, também com base nestes elementos,
devem ser estabelecidas três orientações básicas:
Como as técnicas de auditorias serão aplicadas para a compreensão de cada
um dos requisitos do sistema:
I. Observação;
II. Listas de verificação;
III. Questionário;
IV. Testes;
V. Solicitando procedimentos, documentos e registros.
Qual a profundidade mínima de abordagem será utilizada para caracterizar e
avaliar cada um dos requisitos do instrumento de gestão?
Cada auditor possuirá acesso ao protocolo estabelecido, bem como de suas
eventuais alterações, definidas pelo auditor líder, ao longo do processo de auditagem.

9.6 Programando o tempo dos trabalhos de campo

Há protocolos de auditoria que apenas estabelecem, por auditor, a sequência,


a duração e o horário das entrevistas diárias que irá realizar em campo. Há outros que
apenas detalham o critério da auditoria e o prazo total das atividades a serem
realizadas em campo.
Entende-se que ambos os protocolos estão corretamente desenhados. Mas,
preferimos seguir um procedimento mais abrangente, ou seja, elaborar o
detalhamento do critério da auditoria, bem como definir a quantidade de visitas que
será realizada por cada auditor diariamente. Assim, é possível estimar com mais acuro
o prazo das atividades de campo e as técnicas que serão adotadas.
Duas coisas precisam ser consideradas para minimizar as consequências
eventuais de remarcações de horário de entrevistas. Mesmo antes da reunião de
abertura da auditoria, a organização auditada deve ser informada formalmente da
possibilidade de remarcações de horário ao longo das atividades de campo da
empresa auditora, de forma a que os entrevistados possam programar suas atividades
normais com liberdade de atendimento aos auditores.
Por outro lado, os auditores que tenham a necessidade de remarcar horários
de entrevistas devem procurar recuperar seus horários normais ao longo do dia.
Sobretudo em auditorias de plantas industriais, sugerimos que o tempo diário
na planta de um auditor seja mais reduzido, ou seja, no máximo 8 horas por dia,
mesmo que esta medida amplie o prazo total das atividades de campo.
Recomendamos ainda, sobretudo em plantas industriais com unidades
descentralizadas, que sejam realizadas no máximo cinco entrevistas por dia, por
auditor.
Vários eventos devem ser considerados para o estabelecimento do número e
do horário das entrevistas: A complexidade da planta e de seus processos; A
profundidade dos conhecimentos a serem adquiridos. As ferramentas e técnicas a
serem utilizadas na auditoria (questionários, listas de verificação e etc). O horário de
operação da planta durante o dia e de permanência dos auditados. O tempo
necessário de deslocamento entre duas unidades descentralizadas.
Recomendamos, por fim, que a programação do protocolo considere 10
minutos a mais no tempo de cada entrevista para compensar preventivamente
possíveis atrasos.
Estas atenções sugeridas consideram dois fatos: Auditoria não é gincana, ou
seja, não é melhor auditor aquele que termina mais rápido; Auditorias devem ser
completamente realizadas, conforme o protocolo elaborado.

10 DIFERENÇA ENTRE PERÍCIA E AUDITORIA AMBIENTAL

Fonte:ciflorestas.com.br

A auditoria e a perícia ambiental são ferramentas que possuem finalidades


diferentes. A perícia é um instrumento que está relacionado à prática jurídica, e utiliza
diversas técnicas para esclarecer determinado fato que seja motivo de disputa ou
litígio, a fim de respaldar decisões judiciais. A perícia pode ser solicitada por um juiz,
promotor público ou até mesmo por uma das partes interessadas na questão.
A auditoria, é um processo estruturado e que visa apontar conformidades e não
conformidades nas práticas de uma determinada organização em relação às regras
ou legislação vigente. Em geral, a auditoria é solicitada pela própria empresa, como
mecanismo de controle e gestão.
Outra diferença que pode ser evidenciada nas definições apresentadas é
quanto à obrigatoriedade. As auditorias não são obrigatórias, são feitas normalmente
por empresas ou corporações de forma voluntária. Em algumas situações podem ser
usadas como uma ferramenta de gestão para melhorar seu desempenho ambiental
ou seu Sistema de Gestão Ambiental. Existem vários tipos diferentes de auditorias
ambientais.
As perícias são obrigatórias e normalmente estão atreladas a alguma ação
judicial, a algum litígio, a alguma disputa.
Em relação a habilitação do profissional que irá executar o trabalho, no caso
dos peritos, exige-se nível universitário completo e certidão do órgão profissional em
que estiverem inscritos (CREA, CRB, etc.). Para tornar-se um auditor, faz-se
necessário a realização de cursos, comprovação de conhecimentos e habilidades,
mas não é necessário curso superior. Os cursos recomendados para você se
capacitar como Auditor Ambiental são normalmente: Leitura e Interpretação da NBR
ISO 14.001 e da NBR ISO 19.011.
As documentações de ambas também são realizadas de forma diferenciada.
As auditorias são documentadas por meio de Relatórios de Auditoria. Não há modelo
pré-definido (a não ser que o cliente exija). A língua também é definida pelo cliente
(contratante). Os auditores costumam usar instrumentos como: questionários,
checklists, protocolos de legislação. Mas nenhum instrumento é obrigatório. São
comuns o uso de fotos para auxiliar na explicação das não conformidades. Já as
perícias são documentadas por meio de um Laudo Pericial, que normalmente é
redigido de forma a responder aos quesitos formulados pelo magistrado e seguem um
padrão de acordo com o Novo Código Processual Civil.
Existe protocolos de recusa do trabalho ou serviço? Neste quesito,
as auditorias não exigem formalidades. Até porque o auditor é um profissional
contratado e pago para realizar a auditoria. Por outro lado, nas perícias as recusas
precisam ser bem justificadas e feitas de forma a ficar registrada.
Quem é o responsável para contratar os serviços de cada serviço? O
cliente das auditorias pode ser a própria empresa ou uma empresa interessada em
conhecer as não conformidades e passivos de outra empresa (um fornecedor ou uma
empresa a ser comprada, por exemplo).
As perícias são solicitadas tanto por um juiz, um promotor de justiça ou até
mesmo uma das partes interessada em uma disputa.
Embora haja diferenças, destacamos que tanto as Auditorias, quanto as
Perícias Ambientais são importantes instrumentos de avaliação. De formas distintas,
mas com algumas semelhanças, cumprem um importante papel social, tanto no
âmbito judicial quanto não judicial. Apesar da evolução que já houve, são instrumentos
que precisam ser mais divulgados, sobretudo nos cursos de formação técnica,
superior e de pós-graduação.

10.1 O relatório de não conformidade

Todas essas informações, relacionadas às falhas identificadas farão parte de


um relatório de não conformidade que o auditor deve preencher. Este relatório deve
ser baseado em fatos, evidências e referências aos requisitos não atendidos.
É importante notar que a abertura desse relatório deverá levar em conta a
autonomia e independência atribuída ao auditor e o conjunto de normas utilizadas na
avaliação. Existem normas de Gestão, como as de Qualidade, Ambiental, Segurança
e Saúde, Segurança de Alimentos, entre outras, que já possuem requisitos para
tratativa de não conformidades.

11 AUDITORIA AMBIENTAL COMPULSÓRIA

Fonte: joaquimnabuco.edu.br
O que são auditorias compulsórias?

Considera-se Auditoria Ambiental compulsória a realização de avaliações,


estudos destinados a verificar: o cumprimento das normas legais ambientais em vigor;
os níveis efetivos ou potenciais de poluição ou de degradação ambiental por
atividades de pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas; as condições de
operação e de manutenção dos equipamentos e sistemas de controle de poluição; as
medidas necessárias para: assegurar a proteção do meio ambiente; assegurar a
proteção da saúde humana; minimizar impactos negativos ao meio ambiente e
recuperá-lo.
A capacitação dos responsáveis pela operação e manutenção dos sistemas,
instalações e equipamentos de proteção do meio ambiente e os fatores de riscos
advindos das atividades potencialmente e efetivamente poluidoras
No Brasil, identificamos um histórico de acidentes ambientais, que serviram de
estímulo para que o poder público legislasse sobre o tema e propiciasse uma evolução
nestas legislações. No ano de 2000, ocorrem dois grandes acidentes ambientais
durante o processo de transferência de petróleo. Esses dois acidentes foram
marcantes não só pelo volume de óleo, mas principalmente pelo impacto ambiental
gerado em áreas de alta sensibilidade ambiental.
O primeiro acidente ocorreu no Rio de Janeiro, no mês de janeiro, durante a
transferência de óleo entre a refinaria Duque de Caxias e o terminal de Ilha D’àgua,
quando um vazamento provocou o derrame de 1.300 m3 de óleo para o mangue e o
aparecimento de uma mancha negra superior a 50 Km2 , o que gerou contaminação
em várias praias da baía de Guanabara e nos manguezais da região e a morte de
inúmeros animais marinhos. Este acidente provocou uma comoção nacional e levou
o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) a aprovar a Resolução nº 265,
obrigando a todas as unidades da Petrobras, no estado do Rio de Janeiro, a
realizarem auditorias ambientais compulsórias no prazo máximo de seis meses.
Fonte:oglobo.globo.com

Outro acidente, também ocorreu em área ecologicamente sensível, na cidade


de Araucária-PR, quando da transferência de óleo da refinaria Getúlio Vargas para o
terminal de São Francisco do Sul, ocorreu um vazamento de 4.000 m3 de óleo, que
atingiu os rios Barigui e Iguaçu, tornando-se o maior desastre ambiental provocado
pela Petrobras.

Fonte: sindipetroprsc.org.br
Atualmente, passados 15 anos do acidente, as consequências ainda são
percebidas. As perícias requisitadas pela Justiça para avaliar as condições
da vegetação, mamíferos, aves, peixes e anfíbios do local, assim como a
qualidade do solo e do ar, serviram de subsídio à condenação da Petrobrás.
“Da leitura da prova pericial realizada, extrai-se que o petróleo derramado
sofreu evaporação e, na verdade, até hoje evapora, causando poluição do ar
e possíveis danos à saúde dos seres vivos”, diz a parte da sentença que
impôs à Petrobrás uma multa bilionária em decorrência do vazamento.
(Segundo SINDIPETRO, Paraná e Santa Catarina, publicou em sua página.)

Em março de 2001, após a explosão na plataforma da Petrobras, P-36, que


provocou a morte de 11 pessoas, houve o derramamento de 1.500 m3 de óleo, por
ocasião de seu afundamento em alto mar, na Bacia de Campos.

Fonte: fnpetroleiros.org.br

A P-36 naufragou a uma profundidade estimada de 1.200 metros e com um


reservatório de 1.500 toneladas de óleo a bordo. Após um período de
investigação, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a Marinha emitiram um
relatório conjunto, em que afirmavam que a principal causa das explosões foi
um problema no fechamento de uma válvula. Os técnicos também apontaram
erros de manutenção e deficiência no projeto da plataforma. (Segundo
divulgado pela fnpetroleiros em sua página)

Algumas legislações setoriais foram implementadas após estes


acontecimentos, como o Decreto-Lei n. 1413/75, que dispõe sobre o controle da
poluição do meio ambiente provocada por atividades industriais; o Decreto n.
76389/75, que dispõe sobre medidas de controle de poluição industrial; e a Lei n.
6803/80, que estabeleceu as diretrizes para o zoneamento industrial; entre outras
A Política Nacional do Meio Ambiente somente foi estabelecida em 31 de
agosto de 1981, pela Lei n. 6938, a evolução da legislação ambiental tem sido muito
rápida, sendo esta lei posteriormente alterada pelas Leis n. 7804, de 18 de julho de
1989, e n. 8028, de 12 de abril de 1990. Através da lei n. 6938, foi instituído o Sistema
Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, posteriormente, através da Lei n. 7735, de
22 de fevereiro de 1989, foi criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, atual órgão executor do SISNAMA.
Em 1981, o estado do Rio de Janeiro publica a primeira lei estadual do país,
referente ao tema do meio ambiente, e esta já contemplava a exigência de auditorias
ambientais anuais, de caráter compulsório, para as atividades de maior potencial
poluidor. Em 1986, a resolução número 001/86, do CONAMA, torna obrigatória o
Estudo de Impactos Ambientais - EIA no País, para algumas atividades específicas,
de maior poder poluidor, que já havia sido mencionado na Política Nacional do Meio
Ambiente, em 1981, como um instrumento no processo de licenciamento ambiental.
Vale ressaltar, que Margulis (1998) declara que o EIA já era usado no estado do Rio
de Janeiro, em data anterior a publicação da resolução 01/86.
Em janeiro de 2000, após o acidente ambiental na baía de Guanabara, o
Conselho Nacional do Meio Ambiente -CONAMA, publicou a Resolução CONAMA nº
265/00, que obrigou a realização de auditorias ambientais compulsórias, em todas as
instalações da Petrobras no estado do Rio de Janeiro, em abril deste mesmo ano, é
promulgada a lei federal nº 9.966, que determina a uma periodicidade bienal para
estas auditorias ambientais compulsórias. A Resolução CONAMA nº 306/02 foi
editada para orientar o disposto na Resolução CONAMA nº 265, no que se refere aos
critérios para a realização das auditorias ambientais compulsória.
Esta prática, de auditorias ambientais compulsórias, já era praticada no estado
do Rio de Janeiro, através da elaboração da Lei 1898/91, onde estabelecia a
necessidade de auditorias ambientais independentes, e pela atuação da FEEMA,
através da emissão de diretrizes específicas em novembro de 1995 (DZ-56), para a
realização destas auditorias ambientais.
Em 2002, o CONAMA estabeleceu a Resolução n° 306 de 05/07/2002,
definindo as exigências para a realização das auditorias ambientais independentes,
incluindo detalhes referentes ao plano de auditoria, a preparação e realização da
auditoria, o conteúdo do relatório, incluindo a exigência do respectivo plano de ação.
Em 2003, passa a vigorar, a Portaria n° 319 de 15/08/2003, do Ministério do Meio
Ambiente, que estabeleceu os requisitos mínimos para a qualificação dos auditores
ambientais. Mais recentemente, saiu a nova resolução da CONAMA 381/06, em
dezembro de 2006, trazendo um maior detalhamento para o anexo II da CONAMA
306/02, ampliando os critérios de auditoria e detalhando a confecção do respectivo
plano de auditoria

Fazendo uma comparação extremista, para melhor visualização, vamos nos


desprender um pouco da precisão técnica para afirmar que na auditoria
ambiental de conformidade legal compulsória, é indiferente se a empresa tem
ou não uma sistemática para identificar, atender, monitorar e tratar não
conformidades referentes ao atendimento à legislação. O que interessa não
é o “como”, mas sim se de fato a empresa está cumprindo a legislação
ambiental aplicável. COUTO, (2004 apud JÚNIOR; COSTA, 2008).

Como pode-se verificar as auditorias compulsórias são muito utilizadas nos


setores que causam maiores impactos ambientais. Não são todos os estados
brasileiros que possuem legislação como essa do Paraná, mas verifica-se a
preocupação geral sobre como melhorar as práticas ambientais nos diversos setores
produtivos a discussão de que quando não há norma, não há cumprimento de padrões
simplesmente para agradar a sociedade.
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAGA, Célia. CONTABILIDADE AMBIENTAL: FERRAMENTA PARA A GESTÃO


DA SUSTENTABILIDADE. São Paulo: atlas, 2009.

CAMPOS, Lucila Maria de S.; LERIPIO, Alexandre de A. AUDITORIA AMBIENTAL:


UMA FERRAMENTA DE GESTÃO. São Paulo: Atlas, 2009

JÚNIOR, Lidinei Arueira; COSTA, Stella Regina Reis da. AUDITORIAS AMBIENTAIS
COMPULSÓRIAS E SUA APLICAÇÃO NO BRASIL: O CASO DA RESOLUÇÃO
CONAMA 306/02. IV Congresso Nacional de Excelência em gestão, [S. l.], p. 1-15,
2 ago. 2008.

PIVA, Ana Luiza. AUDITORIA AMBIENTAL: UM ENFOQUE SOBRE A AUDITORIA


AMBIENTAL COMPULSÓRIA E A APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS. Publicadireito,
[S. l.], p. 1-21, jan. 2007.

SEIBERT, Rosane Maria et al. AUDITORIA AMBIENTAL: UM ESTUDO DE CASO


EM UMA PROPRIEDADE RURAL DA REGIÃO NOROESTE DO RIO GRANDE DO
SUL. Revista de Contabilidade Dom Alberto, [S. l.], p. 1-22, 1 dez. 2012.
13 BIBLIOGRAFIA

MORAES, Clauciana Schmidt Bueno de; PUGLIESI, EÌurica. Auditoria e certificação


ambiental. Curitiba: Intersaberes, 2014. ISBN 9788544300732.

LINS, Luiz Dos Santos. Introdução à gestão ambiental empresarial. São Paulo: Atlas,
2015. ISBN 9788597001082.

NBR ISO 19011:2012 / Normas técnicas / 2. ed.


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 19011: diretrizes
para auditoria de sistemas de gestão. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, maio. 2012. 53 p.
ISBN 978-85-07-03370-7.

Você também pode gostar