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21/08/2021 Teatro de revista: Sátira e vedetes - UOL Educação

EDUCAÇÃO

E DU CA ÇÃ O

P E SQ U I S A E SCO L AR

NAVEGAR POR TEMAS

NAVEGAR POR DISCIPLINAS

Teatro de revista - Sátira e


vedetes

Valéria Peixoto de Alencar*, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Chamamos de teatro de revista ao espetáculo teatral composto de números


falados, musicais e coreográficos, humorismo, etc. Esse gênero teatral
alcançou grande popularidade no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro,
pela crítica bem-humorada com que enfocava certos aspectos do cotidiano do
país.

O teatro de revista brasileiro surgiu em 1859, no Teatro Ginásio, no Rio


de Janeiro, com o espetáculo "As Surpresas do Sr. José da Piedade", de
Justiniano de Figueiredo Novaes. A revista recorre a um modelo francês
denominado voudeville: um enredo frágil que serve como ligação entre
os quadros que, independentes, marcam a estrutura fragmentada do
gênero.

eroso é a paródia, recurso do teatro popular que consiste em denegrir um aspecto, fato,apersonage
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cultura erudita ou, em outras palavras, da classe


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dominante.
Outro elemento fundamental do teatro de revista é a música. Contudo,
diferentemente do gênero musical como imaginamos hoje, o teatro de
revista trazia um certo tom de exagero, com bailarinas (as conhecidas
vedetes) vestidas de forma mais ou menos exuberante (com plumas e
lantejoulas).

Cena da Companhia de

teatro Tro-lo-ló na década

de 1920.

Fases

O teatro de revista brasileiro pode ser dividido em três fases.

A primeira, que teve seu auge com as peças de Arthur Azevedo, é


caracterizada pela valorização do texto em relação à encenação e pela
crítica feita com versos e personagens alegóricos. Nas revistas de ano -
apresentadas no início de cada ano, como resumo cômico do período
anterior
-, as cenas curtas e episódicas que parodiavam acontecimentos reais eram
ligadas por uma história conduzida, em geral, por um grupo de personagens
que transita pelo Rio de Janeiro à procura de alguma coisa.

A segunda foi marcada por duas características importantes. Uma delas é a


influência norte-americana na música, com a companhia de Jardel Jércolis
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substituindo a orquestra de cordas pela banda de jazz e a performance


física do maestro, que passou a fazer parte do espetáculo. Outra foi a vinda

da

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companhia francesa Ba-ta-clan, na década de 1920, que trouxe novas
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influências para o gênero: desnudou o corpo feminino, despindo-o das
meias
grossas. O corpo feminino passou então a ser mais valorizado em danças,
quadros musicais e de fantasia, não apenas como elemento coreográfico, mas
também cenográfico.

Nessa fase, a revista foi marcada pela existência de uma "rivalidade


amigável" entre as primeiras estrelas de cada companhia, na disputa pela
preferência dos espectadores.

Virginia Lane, em foto dos

anos 50, a vedete "preferida"

de Getúlio Vargas.

A terceira e última fase foi a do investimento em grandes espetáculos, em


que um elenco formado por numerosos artistas se revezava a cada
temporada.
Havia a ênfase à fantasia, por meio do luxo, grandes coreografias, cenários
e figurinos suntuosos. A maquinaria, a luz e os efeitos passaram a ser tão
importantes quanto os atores.

Aos poucos, contudo, a revista começou a apelar fortemente para o


escracho, para o nu explícito, deixando de lado uma de suas bases: a
comicidade.
Assim, entrou em um período de decadência, praticamente desaparecendo na
década de 1960.

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