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3V

Tropa do SCMB - DEPA

Professor Vinícius Vanir Venturini


professor.venturini@gmail.com
Fortaleza, 23 de setembro de 2021
Professor Vinícius Vanir Venturini
3V

Sistema Capitalista
(gênese e evolução)

Professor Vinícius Vanir Venturini


3V
Fases do Sistema Capitalista

Capitalismo Comercial Capitalismo Industrial


●Absolutismo poder centralizado, rei ●Revolução industrial (Clássica), sec. XVIII -
●Expansão marítima Inglaterra/RU
●Colonialismo (na América) / ●Afirmação da burguesia, classe dominante - como
Mercantilismo (modelo econômico Ruptura
Ruptura dona dos meios de produção
que sustentava o absolutismo) ●Neocolonialismo (África e Ásia) / Liberalismo
●Intervencionismo Estatal (na Rev. Industrial (Adam Smith, que dizia que a “mão invisível” do
economia) Transição da Idade mercado permitiria a manutenção do equilibro da
●Balança comercial favorável (ideia Moderna para Idade economia)
de riqueza de um país atrelada ao Contemporânea. ●Afastamento do Estado da economia
superávit comercial) Afirmação da ●Independência das colônias americanas
●Protecionismo comercial (tarifas burguesia (donos dos ●Mão de obra assalariada (proletariado)
comerciais) meios de produção). ●Aprofundamento da Divisão Internacional do
●Metrópole versus Colônia Trabalho - DIT
Obs.: exclusivo metropolitano ou ●Crescimento urbano e o desenvolvimento
pacto colonial (subordinação da tecnológico (Belle Époque)
colônia a metrópole); ●Controle da economia pelos bancos e grandes
●Mão de obra escrava corporações
Professor Vinícius Vanir Venturini
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Fases do Sistema Capitalista

Capitalismo Industrial Capitalismo Monopolista / Financeiro


●Revolução industrial (Clássica), sec. ●Integração da indústria ao mercado consumidor
XVIII - Inglaterra/RU ●Período entre Guerras, 1918 - 1939
●Afirmação da burguesia, classe Ruptura ●Antiga Ordem Mundial, 1945 - 1989, bipolaridade
dominante - como dona dos meios de Ruptura ●Intervencionismo Estatal / Keynesianismo (John
produção Maynard Keynes) - Estado do Bem Estar Social -
●Neocolonialismo (África e Ásia) / Quebra da Bolsa de “Welfare State” (O Estado deve garantir o emprego,
Liberalismo (Adam Smith, que dizia que Nova York, controlar a inflação e o consumo)
a “mão invisível” do mercado permitiria a a superprodução ●Elevada concorrência internacional
manutenção do equilibro da economia) leva ao colapso o ●Fortalecimento de monopólios / oligopólios, ocorrência de
●Afastamento do Estado da economia Liberalismo, sendo cartel (acordo entre empresas), de truste (fusão de
●Independência das colônias americanas empresas do mesmo ramo) e de holding (empresa que
●Mão de obra assalariada (proletariado)
necessário o retorno
controla as ações).
●Aprofundamento da Divisão da intervenção ●Elevadas taxas de urbanização, especialmente na Europa
Internacional do Trabalho - DIT Estatal na e na América
●Crescimento urbano e o economia. ●Teoria dos 3 Mundos (Antiga Ordem Mundial)
desenvolvimento tecnológico (Belle Obs.: desconcentração industrial/industrialização do
Époque) Centro para Periferia, como exemplo para América Latina
●Controle da economia pelos bancos e (especialmente Argentina, México e Brasil);
grandes corporações
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Fases do Sistema Capitalista
Capitalismo Monopolista / Capitalismo Informacional (técnico-científico)
Financeiro
●Integração da indústria ao mercado Ruptura
Ruptura ●Internacionalização da economia com flexibilização da
consumidor “fronteira” econômica dos países / Globalização
●Período entre Guerras, 1918 - 1939 Crises do Petróleo: ●Nova Ordem Mundial - Tríade, composta por Estados Unidos,
●Antiga Ordem Mundial, 1945 - 1989, de 1973 e de 1979 União Europeia (Alemanha) e Japão (Multipolar)
oposição entre EUA versus URSS (bipolar) ●Afastamento do Estado da economia / Neoliberalismo1,
●Intervencionismo Estatal /
Queda do Muro de destacando Margareth Thatcher - RU, e Ronald Reagan - EUA (o
Keynesianismo (John Maynard Keynes) - Berlim: desenvolvimento econômico será alcançado sem a interferência
Estado do Bem Estar Social - “Welfare em 1989 do Estado na economia)
State” (O Estado deve garantir o emprego, Consenso de ●Consolidação dos blocos econômicos (processo de
controlar a inflação e o consumo) Washington regionalização, em oposição a globalização)
●Elevada concorrência internacional ●Empresas supranacionais (superior a orientação
●Fortalecimento de monopólios /
em 19891 política/territorial nacional) / transnacionais
oligopólios, ocorrência de cartel (acordo Fragmentação da ●Centro versus Periferia - Países do Sul versus Países do
entre empresas), de truste (fusão de URSS Norte
empresas do mesmo ramo) e de holding com a formação da Obs1: a DIT apresenta processos industriais em ambos dos
(empresa que controla as ações). CEI, em 1991 países, porém os Países do Norte, detém a tecnologia,
●Elevadas taxas de urbanização, produtos industriais de 3º geração, serviços e o setor bancário,
especialmente na Europa e na América 1Condicionalidades
bem como empresas de alto faturamento, agravando a
●Teoria dos 3 Mundos (Antiga Ordem dependência dos Países do Sul, em relação ao Países do
Mundial) do FMI (base das Norte;
ações neoliberais) 1característicasdo neoliberalismo: disciplina fiscal, redução dos
gastos públicos e sociais, reforma tributária, juros de mercado,
câmbio de mercado, flexibilização dos direitos trabalhistas
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Evolução da Divisão Internacional do Trabalho (DIT) e a


formação de tecnopolos

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Divisão Internacional do Trabalho (DIT) 3V

- o aprofundamento da DIT e o desenvolvimento de tecnopolos -


São cidades que agregam centro tecnológico, que reúne,
num mesmo lugar, diversas atividades de pesquisa e
desenvolvimento (P&D), em áreas de alta tecnologia,
como institutos e centros de pesquisa, empresas e
universidades. Na tecnopolo, através das infovias, e meios
telemáticos, são facilitados os contatos pessoais e
institucionais entre esses meios (empresa integrada a uma
universidade, ou instituto de pesquisa), produzindo uma
economia de aglomeração ou de concentração espacial
voltada ao desenvolvimento tecnológico.
As tecnopolos geralmente concentram grande quantidade
de mão de obra altamente qualificada.
Exemplos de tecnopolos no mundo: Palo Alto, São Francisco
e Santa Clara (cidades do Vale do Silício na Califórnia,
EUA), Boston (no estado de Massachusetts, EUA),
Cambridge e Londres - na Inglaterra, Kansai e Tsukuba no
Japão, Taedok - na Coreia do Sul, Munique - na região
sudeste da Alemanha, Paris Axe Sud - região metropolitana
de Paris (França); e no Brasil, destacam-se São José dos
Campos (interior de São Paulo) pela presença importante do
ITA (Instituto de Tecnologia Aeronáutica).
Professor Vinícius Vanir Venturini
Divisão Internacional do Trabalho (DIT) 3V

- aprofundamento da dependência dos Países do Sul em relação aos Países do Norte


- e a diversificação das atividades das transnacionais nos Países
Após a industrialização tardia (pós-2ª Guerra Mundial, posterior a 1945)
do Sul, agrava-se a dependência tecnológica (pelo não investimento no desenvolvimento de tecnologia nacional, e pelo não
investimento em educação/qualificação da mão de obra brasileira), e a dependência financeira (adquiridas pela implementação de
obras de infraestrutura, ou pela má gestão do erário), especialmente, junto a organismo internacionais, destacando o Banco Mundial -
BIRD, e ao Fundo Monetário Mundial - FMI.
●exportam produtos industriais, de terceira geração, produtos e serviços de alta
tecnologia, serviços financeiros e serviços bancários.
Obs.: ocorre, nesses países, a concentração de empresas de alto faturamento e alta
tecnologia (setor quaternário/tecnopolos), bem como as sedes dos principais bancos mundiais
e das prestadoras de serviços financeiros nos Países do Norte;
Países do Sul Países do Norte

periferia centro
●exportam produtos primários: como commodities minerais e do agropecuários, como
exemplo;
●exportam ainda, os Países do Sul mais industrializados (com forte presença de
transnacionais), produtos industriais de 1ª e de 2ª geração, como tecidos, aço, alumínio,
celulose, montagem de eletroeletrônicos (destacando as maquiladoras), e apresentam,
geralmente, atividades indústrias que exigem maior mão de obra, ou com maior consumo da
natureza, e ou impacto ambiental.
●devolvem também os lucros (das transnacionais), os royalties (direito de patente), o
pagamento dos juros dos empréstimos nacionais ou privados junto a organismo
internacionais,
Obs.: sofrem com perda de mão de obra especializada para os Países do Norte (migração
de cérebros); Professor Vinícius Vanir Venturini
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Revoluções Industriais

Professor Vinícius Vanir Venturini


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Revoluções Industriais
1ª Revolução Industrial ou Clássica (indústrias, produtos de 1ª geração)
• Quando: meados do Século XVIII.
• Onde: Inglaterra, destaque para a cidade de Londres.
• Como: desenvolvimento da máquina a vapor, destaque para máquina de tear (indústria têxtil) e para o, posterior, avanço dos
meios de transporte, como o barco a vapor e o trem.
• Energia: carvão mineral
• Contexto: houve a ampliação tanto da escala territorial quanto do aparato tecnológico empregados nas novas indústrias, o que refletiu
diretamente na produção e produtividade, na organização do trabalho nas unidades fabris e na forma de acumulação do capital.
• Processo: a acumulação primitiva de capital potencializa a evolução da manufatura promovendo o desenvolvimento
industrial, a política do “cercamento dos campos” (que ao exigir certificados de propriedade) determina o êxodo-rural, formando o
potencial mercado consumidor e a força de trabalho (relação com a mais valia*) para a atividade industrial; soma-se a esse
processo a expansão urbana, o crescimento e concentração demográfica, bem como o contínuo incentivo ao desenvolvimento
tecnológico (manifestado por exemplo na Belle Époque).
• Necessidades: aumento do mercado consumidor e ampliação da oferta de matéria-prima.
• Forma de suprir as necessidades: abolição da mão de obra escrava (necessidade da formação de mercado
consumidor/assalariado), incentivar a independência das colônias (rompimento do exclusivo metropolitano) e afastar o Estado da
economia (menor intervenção).
• Resultado: surgimento do Liberalismo (de Adam Smith que dizia que a “mão invisível” do mercado permitiria a manutenção do
equilibro da economia)
• Consequências: aprofundamento da Divisão Internacional do Trabalho (DIT), controle da economia pelos bancos e grandes
corporações financeiras, formando oligopólios e monopólios que rivalizam pelo mercado consumidor.
Obs.: surgimento da *teoria socialista, como crítica, ou alternativa ao Capitalismo Industrial, sendo o Socialismo Utópico/Saint-Simon,
Charles Fourier, e Robert Owen, o Socialismo Científico/ Friedrich Engels e *Karl Marx (Comuna de Paris/Primeira Internacional), e o
Socialismo Real/Vladimir Lênin, Josef Stalin e Antônio Gramsci (implementado na União das Repúblicas Soviéticas, China, Cuba,
Coréia do Norte, Vietnã e Laos, entre outros); Professor Vinícius Vanir Venturini
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Revoluções Industriais
- exemplos de inventos da 1ª Rev. Industrial (Clássica) -

Obs.: entre os inventos


da 1º Revolução
Industrial destacam-se o
tear mecânico, o trem a
vapor (semelhante ao
que transporta Harry
Porter a Hogwarts), o
barco a vapor
(semelhante ao Titanic);

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Revoluções Industriais
2ª Revolução Industrial ou Fordista (indústrias, produtos de 2ª geração)
• Quando: final do Século XIX, início do Século XX.
• Cronologia: os primeiros países a iniciarem sua industrialização depois dos ingleses foram a França, após a Revolução
de 1789, e a Bélgica, que se tornou independente dos Países Baixos em 1830. Logo depois foi a vez de Alemanha e Itália,
países que tiveram seus processos de unificação ainda no século XIX. Fora da Europa, a industrialização foi mais intensa nos
Estados Unidos, após a Guerra da Secessão, e no Japão, após a restauração Meiji. Embora estivesse concentrada nesses
países, outros Estados passaram por processos mais tímidos de industrialização, caso da Rússia, impulsionado
principalmente pelo capital estrangeiro.
• Onde: na França, na Holanda, na Bélgica, na Itália, no Japão e em destaque a Alemanha e os Estado Unidos.
• Como: a 2ª Revolução Industrial teve como principais causas fatores relacionados às Revoluções Burguesas, como a
Revolução Francesa e a Revolução Inglesa. Essas revoluções estavam pautadas no pensamento liberal e foram
influenciadas também pelo iluminismo, sendo responsáveis pelo desenvolvimento das relações capitalistas de produção e
também pela dominação social nesse período. A burguesia era a classe dominante em diversos países, apesar de subordinada
à Igreja e à monarquia. As Revoluções Burguesas foram responsáveis pelo fim do Antigo Regime e também pelo
fortalecimento do capitalismo, o que acabou possibilitando o desenvolvimento industrial. Houve, nesse momento, um grande
avanço tecnológico, a instalação de novas indústrias e a ampliação* da produção.
• Contexto (*exponencialização da produção): essa etapa da industrialização também foi marcada, na esfera das fábricas,
pela adoção dos processos de produção em série, a exemplo do fordismo (linha de montagem) que introduziu
procedimentos como a divisão do trabalho nas fábricas, como a racionalização do trabalho e sua otimização (taylorismo)
visando expandir ao máximo a produção - que proporcionaram grandes ganhos de produtividade à atividade industrial.
Professor Vinícius Vanir Venturini
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Revoluções Industriais
2ª Revolução Industrial ou Fordista (indústrias, produtos de 2ª geração)
• Energia: além da expansão da industrialização, o processo produtivo também passou por mudanças. O carvão mineral -
principal combustível utilizado para movimentar as máquinas a vapor da indústria têxtil na Primeira Revolução Industrial - foi
gradualmente substituído por novas fontes de energia, como a eletricidade e o petróleo. Essa mudança deu origem a novos
setores da indústria. Houve uma expansão da chamada indústria de base, como a siderúrgica (produção de aço) e a
petroquímica (produtos derivados do petróleo). Em paralelo, outros segmentos também se desenvolveram, como o
farmacêutico.
• Avanços logísticos: entre os avanços promovidos pela Segunda Revolução Industrial, também se inclui uma revolução pela
qual passaram os meios de transporte. Foi nesse período do desenvolvimento econômico em que houve a adoção maciça
dos navios e trens a vapor, e, posteriormente, a invenção do automóvel e do avião. Grandes ferrovias passaram a
atravessar o território das potências industriais, em especial na Europa e nos Estados Unidos, primeiramente para o
transporte de matérias-primas e mercadorias, mas depois para o transporte de passageiros também. Essas
transformações encurtaram distâncias e mudaram a maneira com que os homens viam e se relacionavam com o mundo.
• Inventos: foi também a época de novos avanços tecnológicos, puxados pela invenção do telégrafo, do telefone, da
fotografia, da lâmpada elétrica, rádio, cinema entre outros.
• Novo consumidor: ainda no século XIX, mais precisamente em 1851, se iniciam as exposições universais, idealizadas pelo
príncipe Albert, marido da rainha Victoria, da Inglaterra. Essas exposições, sediadas periodicamente em grandes cidades,
tinham como objetivo divulgar ao mundo invenções, produtos e avanços tecnológicos. A partir de então, se estabeleceu
uma relação mais próxima entre ciência e indústria. Esta passa a depender fortemente do desenvolvimento
tecnológico promovido pelos avanços científicos, que são incorporados rapidamente à esfera produtiva. Esse modelo
seria consagrado como um dos pilares do desenvolvimento industrial dali em diante. Professor Vinícius Vanir Venturini
Idade Contemporânea 3V

- Capitalismo Industrial -
2ª Revolução Industrial ou Fordista (indústrias, produtos de 2ª geração)
• Mutação do capitalismo: na esfera do capital, as novas atividades econômicas e os grandes empreendimentos industriais
exigiam investimentos cada vez mais altos, que dificilmente poderiam ser realizados por acionistas individuais. Houve a
substituição da livre concorrência pelo capital financeiro e monopolista, que dominou setores produtivos inteiros,
promovendo a formação de monopólios, oligopólios, fundindo a indústria e finanças, e passou a ter um controle muito maior
sobre os mercados. Nesse momento, começam a surgir as primeiras grandes companhias empresariais, em ramos como
o do petróleo, que estabeleciam acordos para controlar preços, produção e mercado através de práticas como o truste
e o cartel.
• Consequências: houve, também, o avanço da urbanização, caracterizada tanto pelo êxodo rural quanto pela construção de
novas estruturas essencialmente urbanas no espaço. Exemplos são as ferrovias e as redes de transmissão de energia
elétrica. O início da automação da produção, por outro lado, trouxe o desemprego e, por conseguinte, aumento da pobreza
urbana.
• Resultado: eclosão da 1ª Guerra Mundial, choque dos interesses imperialistas europeus, destacando a Alemanha.

O imperialismo esteve intrinsecamente ligado ao avanço da Segunda Revolução Industrial e à multiplicação das grandes
empresas nos países industrializados, bem como à acumulação de capitais decorrentes desse processo. Inicialmente, as
nações industrializadas voltaram-se para o exterior em busca da ampliação do mercado consumidor e de *novas fontes
de matérias-primas para o suprimento da indústria doméstica. Sendo assim, voltaram-se para os países da Ásia, da Oceania
e principalmente da África. Os interesses econômicos rapidamente adquiriram caráter político e ideológico, razão pela qual
o imperialismo é também denominado neocolonialismo.
Professor Vinícius Vanir Venturini
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Revoluções Industriais
- exemplos de inventos da 2ª Rev. Industrial (Fordista) -

Obs.: entre os diversos inventos relacionados a 2º Revolução


Industrial destacam-se o motor a explosão (utilizado nos
automóveis e aviões, movido a gasolina - petróleo), a linha de
montagem, o telégrafo, o telefone, o rádio, o cinema, a bicicleta e a
energia elétrica, representada pela lâmpada de filamento de
Thomas Edison.
Professor Vinícius Vanir Venturini
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Revoluções Industriais
3ª Revolução Industrial ou Técnico-Científica-Informacional (indústrias, produtos de 3ª geração)
• Quando: meados do século XX, décadas de 50, 60 e 70.

• Onde: nos Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Japão e na União Soviética.

• Como: o avanço e aprimoramento técnico propiciado pela evolução da eletrônica e o desenvolvimento da computação
aprofundam a automação, com desenvolvimento da robótica, combinado com os avanços nas telecomunicações, propiciam
ainda, a gestão remota da produção promovendo assim a industrialização dos países periféricos (que oferecem a essa
transnacional redução significativa de custo e possibilidade de expansão comercial).

• Energia: uso da energia nuclear para fins pacíficos e desenvolvimento de energias alternativas, renováveis, destacando a energia
solar

• Contexto: desenvolvida no período após a 2ª Guerra Mundial, dentro do contexto da Antiga Ordem Mundial em que o
aprimoramento técnico e os novos avanços no campo tecnológico passaram a abranger o campo da ciência, integrando-o ao
sistema produtivo, influenciados diretamente pela Guerra Fria, destacando a corrida espacial e a corrida armamentista.

• Processo: as indústrias de alta tecnologia começaram a se sobressair em relação às indústrias que se destacavam nas
fases anteriores dessa Revolução Industrial, como a metalurgia, siderurgia e a indústria de automóveis. Assumiram posição
de destaque, nesse contexto a robótica1, a genética2, a informática, as telecomunicações, a eletrônica, entre outros. Os
estudos desenvolvidos nessas áreas acabaram modificando todo o sistema produtivo, visto que o objetivo era produzir mais
em menos tempo, empregando tecnologias avançadas e qualificando a mão de obra, que assumiu a liderança em todas
as etapas de produção, comercialização e gestão das empresas envolvidas na fabricação e comércio dos bens produzidos.
1Desemprego Estrutural
2Revolução Verde (transgênicos), relacionada ainda a teoria neomalthusiana.
Professor Vinícius Vanir Venturini
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Revoluções Industriais
3ª Revolução Industrial ou Técnico-Científica-Informacional (indústrias, produtos de 3ª geração)
• Inventos: além de novas invenções, muitas criadas para servir à Segunda Guerra Mundial, houve também aprimoramento de
invenções mais antigas. Promovendo máquinas mais eficientes, instrumentos mais precisos e a introdução de robôs1 (aumento de
braços mecânicos) alteraram o modo de organização da indústria, possibilitando o aumento da produção e dos possíveis lucros,
diminuindo os gastos com mão de obra, bem como diminuindo o tempo que se levaria até a fabricação do produto final progresso na
eletrônica, permitindo o aparecimento da computação; automação no processo produtivo de forma remota com o avanço das
telecomunicações (telefone sem fio - celular, televisão e principalmente a internet); uso da energia atômica para fins pacíficos,
como na produção de eletricidade (em usinas termo nucleares), em equipamentos médicos entre outros; o aprimoramento da energia
solar, desenvolvimento da biotecnologia2 e da engenharia genética2; novas ligas metálicas que permitiram avanços na metalurgia;
e a conquista espacial, com a descida do homem na Lua, foguetes, estações espaciais, ônibus, satélites artificiais, telescópios e
sondas para estudo de planetas e satélites.
1Desemprego Estrutural
2Revolução Verde (transgênicos), relacionada ainda a teoria neomalthusiana.

• Necessidades: ampliação do mercado consumidor a partir da expansão da atividade industrial em países periféricos, na América
Latina, na África, no Extremo Oriente, no Sudeste e Sul asiático (destacando países como Brasil, Argentina, México, África do Sul,
Japão e China), visando ainda a redução de custo, e outros benefícios específico, como aproveitamento do manancial hídrico, e
diferentes matérias-primas.

• Consequências: a Terceira Revolução Industrial também foi responsável pelo aumento das transnacionais, uma vez que o
crescimento acelerado das economias consolidou o capitalismo financeiro enquanto passou a determinar as estratégias que permeiam
o mercado de finanças. As indústrias dispersaram-se pelo mundo, instalando-se em países periféricos em virtude das vantagens
econômicas oferecidas já referenciadas.

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Revoluções Industriais
3ª Revolução Industrial ou Técnico-Científica-Informacional (indústrias, produtos de 3ª geração)
Outras consequências: o avanço tecnológico também mudou a relação do homem e o meio ao passo que transformou o processo
produtivo. Produzir mais em menor tempo demanda o uso cada vez mais intenso dos recursos naturais, consumo da natureza.
Essa nova característica do sistema produtivo tem preocupado muitos ambientalistas e estudiosos, já percebida nas diferente
mudanças climáticas (relacionadas desde a Conferência de Estocolmo, de 1972, e reiterados na Cúpula de Paris, de 2015).

Os recursos naturais estão sob ameaça, dessa forma, as gerações futuras podem sofrer as consequências. A sociedade de
consumo, ou o consumismo precipita a humanidade em crises ambientais que tendem a se tornarem bélicas. É necessário
buscar um desenvolvimento sustentável e aplicá-lo ao sistema produtivo.

Dentro da premissa da manutenção do processo do consumo a indústria desenvolveu a obsolescência programada, que agrava o
consumo de matéria-prima e consequentemente acarreta em maior degradação ambiental.

A desvalorização da mão de obra também pode ser vista nessa fase. A substituição da manufatura pela maquinofatura foi
responsável por uma maior exploração do trabalho, como sua substituição, possibilitando ainda a existência de novas relações entre
empregador e empregado.

Aumentou-se, então, o desemprego, destacando o desemprego estrutural, assim como os trabalhos informais, tanto pelas novas
especificidades laborais, profissionais como pela proposição neoliberal (que acentua a fragilização das leis trabalhistas).
1Desemprego Estrutural

Professor Vinícius Vanir Venturini


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Revoluções Industriais
- exemplos de inventos da 3ª Rev. Industrial (Científica e Tecnológica - RCT) -

Obs.: a 3º Revolução Industrial ocorrida na Antiga Ordem Mundial é favorecida pelos


conflitos indiretos provenientes da Guerra Fria, como a corrida espacial, a corrida
armamentista, somados a espionagem promovendo o aprimoramento da televisão,
desenvolvimento do computador, da internet, do celular como exemplos;
Professor Vinícius Vanir Venturini
3V
Revoluções Industriais
- corrida espacial entre os Estados Unidos (EUA) e ao União Soviética (URSS) -

URSS URSS

04 de outubro de 1957 02 de novembro de 1957

URSS 20 de julho de 1969

12 de abril de 1961 EUA


Professor Vinícius Vanir Venturini
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Revoluções Industriais
4ª Revolução Industrial ou Indústria 4.0(quatro ponto zero)
Segundo o Fórum Econômico Mundial, de 2016, essa nova Revolução Industrial representa a transição dos avanços tecnológicos
vivenciados na terceira fase para os novos sistemas relacionados à Revolução Digital (relacionada a internet das coisas).

Contudo, a Quarta Revolução Industrial não é considerada uma extensão da Terceira, considerando que sua velocidade, seu
alcance e seus impactos são diferentes.

A principal característica dessa fase é a automatização total das fábricas por meio dos sistemas ciberfísicos, marcados pela
introdução de nanotecnologia, neurotecnologia, inteligência artificial, veículos autônomos, robótica avançada, impressão 3D, biotecnologia
e outras tecnologias jamais vistas. Destaque para a ascensão do uso do grafeno.

No entanto, as repercussões impactarão em como somos e como nos relacionamos até nos lugares mais distantes do planeta: a
revolução afetará o mercado de trabalho, o futuro do trabalho e a desigualdade de renda. Suas consequências impactarão a
segurança geopolítica e o que é considerado ético.

Entre as críticas estão as preocupações de empresários com o "darwinismo tecnológico", onde aqueles que não se adaptam não
conseguirão sobreviver.

E se isso acontece a toda velocidade, como dizem os entusiastas da quarta revolução, o efeito pode ser mais devastador que aquele
gerado pela terceira revolução.
"No jogo do desenvolvimento tecnológico, sempre há perdedores. E uma das formas de desigualdade que mais me preocupa é a dos
valores. Há um risco real de que a elite tecnocrática veja todos as mudanças que vêm como uma justificativa de seus valores",
disse à BBC Elizabeth Garbee, pesquisadora da Escola para o Futuro da Inovação na Sociedade da Universidade Estatal do Arizona
(ASU).

Professor Vinícius Vanir Venturini


3V

Antiga Ordem Mundial

Professor Vinícius Vanir Venturini


3V
Antiga Ordem Mundial de 1945 a 1989
- o Tradado de Postman impôs a divisão da Alemanha de 1945 a 1989 -

Obs.: perceba a divisão da Alemanha em República Federal da Alemanha (RFA, porção ocidental e capitalista), e
na República Democrática da Alemanha (RDA, porção oriental e socialista), note ainda a expansão do
Professor Vinícius Vanir Venturini
socialismo nos países da Europa Oriental, pela União das Repúblicas Socialistas e Soviéticas (URSS)
3V
Antiga Ordem Mundial de 1945 a 1989
- o Tradado de Postman impôs a divisão da Alemanha de 1945 a 1989 -
A capital Berlim, circunscrita dentro da República Democrática da
Alemanha (RDA, porção oriental e socialista), foi dividida em quatro
(04) setores, sendo que o Muro de Berlim, limitava toda área
capitalista da capital, conforme a ilustração abaixo.

República Democrática da Alemanha (RDA, O Muro de Berlim que representava o marco


Capital Berlim, porção oriental e socialista) físico/símbolo da Antiga Ordem Mundial, existiu de 12
de agosto de 1961 a 09 novembro de 1989.

República Federal da Alemanha


(RFA, capital Bonn, porção ocidental
e capitalista)
Professor Vinícius Vanir Venturini
3V

Capitalismo versus socialismo

Professor Vinícius Vanir Venturini


Capitalismo Socialismo 3V
Reconhecimento dos direitos individuais Supressão de grande parte dos direitos individuais em prol da coletividade
Baseia-se na propriedade privada Baseia-se na coletivização da propriedade
Visa o lucro Visa o benefício coletivo (em tese)
Fundamenta-se na economia de mercado (lei da Fundamenta-se na economia planificada (orientada pelo Estado)
oferta/demanda e da procura)
Apresenta divisão de classes sociais (resumidamente Caracteriza-se pela inexistência de classes sociais (teoricamente sem classes
a burguesia, dona dos meios de produção e o privilegiadas)
proletariado, responsável pela força de trabalho)
Fases do capitalismo Correntes/fases/tipos de socialismo
1 - Comercial (Mercantilismo, protecionista); 1 - Utópico, idealizado por Robert Owen, Saint-Simon e Charles Fourier que acreditava
2 - Industrial (Liberalismo, avanço dos meios de que o sistema socialista se instalaria de forma branda e gradativa através de meios
transporte); pacíficos e da boa vontade da burguesia;
3 - Financeiro (Welfare State, ou Estado de bem- 2 - Científico, de Karl Marx e Friedrich Engels propunha que o socialismo seria alcançado
estar social, protecionista, monopolista); e o a partir de uma reforma social, com luta de classes e revolução do proletariado, pois no
4 - Informacional [Técnico-Científico] sistema socialista não deveria haver classes sociais nem propriedade privada, não tinha a
(Neoliberalismo, e o processo intenção de criar uma sociedade ideal. O socialismo marxista tinha como fundamento
globalizante/mundialização). teórico a luta de classes, a revolução proletária, o materialismo dialético e histórico, a
teoria da evolução socialista e a doutrina da mais-valia;
3 - Real, que foi adotado por alguns países, pela União Soviética (atual Rússia), pela
China, por Cuba, pelo Vietnã, pela Coreia do Norte, pela extinta Alemanha Oriental, como
exemplo. Revelou-se num sistema marcado por regimes autoritários e extremamente
violentos.
Obs.: Antônio Gramsci é amplamente conhecido por mostrar como a cultura influencia
importantes mudanças na sociedade, e é também associado ao marxismo cultural. O
conceito proposto por Gramsci da hegemonia cultural, conceito esse que envolve a
relação entre o Estado, a sociedade civil, as formas materiais de produção culturais, as
estruturas ideológicas e jurídico-políticas. Professor Vinícius Vanir Venturini
Antiga Ordem Mundial de 1945 a 1989 3V

- Muro de Berlim 12 de agosto de 1961 a 09 de novembro de 1989 -

Fronteira da Antigo Ordem Mundial

Lado socialista - URSS

Lado capitalista

Obs.: principal fronteira, marco físico da Antiga Ordem Mundial o Muro de Berlim, materializava a expressão: “cortina
Professor Vinícius ferro”;
deVanir Venturini
Antiga Ordem Mundial de 1945 a 1989 3V

- Queda do Muro de Berlim, 09 de novembro de 1989 -

Professor Vinícius Vanir Venturini


Quadro resumo da Antiga Ordem Mundial 3V
Estados Unidos da América - Oeste, capitalista União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) - Leste,
socialista
Economia: de Mercado, lei da oferta e da procura Economia: Planificada, sem classes econômicas

Forma de auxílio econômico: Plano Marshall (para Europa Forma de auxílio econômico: Plano Molotov (visava realizar uma
Centro Ocidental, capitalista)*, e Plano Colombo (para os ampla ajuda econômica aos outros territórios de países socialistas),
países da Ásia, destacando o Japão e a Coreia do Sul)* posteriormente constituiria o COMECOM (Conselho de Assistência
Mútua dos Países Socialistas, destaque para a Europa Oriental)
Organização militar contrária ao bloco socialista: OTAN Organização militar contrária ao bloco capitalista: Pacto de
(Organização dos Países do Atlântico Norte) e Organização do Varsóvia (aliança militar dos países socialistas, da URSS)
Tratado do Sudeste Asiático (inglês: The SouthEast Asia
Treaty Organization - SEATO), ou Pacto de Manila (versão
asiática da OTAN, extinta em 1977)
Órgão de controle interno e de espionagem: CIA (Agência Órgão de controle interno e de espionagem: KGB (Komitet
de Inteligência Americana, que promove a espionagem e Gosudarstveno Bezopasnosti, que em português significa Comitê de
controle social) Segurança do Estado, que promove a espionagem e controle social)
A Guerra Fria (formas de competição indireta entre os Estados Unidos e a União Soviética): a Corrida espacial, décadas de 50,
60 e 70, desenvolvimento tecnológico, demonstração de superioridade técnica, a Corrida armamentista, pesquisa e produção de
armas e artefatos bélicos (constante medo de uma guerra nuclear), as diferentes Competições Esportivas (quadro de medalhas nas
olimpíadas, ou ranking na Copa do Mundo), Competições Intelectuais (especialmente em disputas de xadrez), as Guerras como a
Guerra das Coreias, Guerra do Vietnã, e outras formas de Alinhamento Político-Ideológico que demonstram a intervenção desses
países, promovendo ditaduras em nações na América Latina, como Cuba, Brasil, Argentina, Chile, na África, como na África do Sul, e
na Ásia como no Laos.
*processos decorrentes da Doutrina Trumann: tese do “cordão sanitário”, como se o socialismo pudesse “contagiar” outras nações.
capitalistas consideradas frágeis. Destacando-se entre estas medidas o próprio Plano Marshall. Professor Vinícius Vanir Venturini
Antiga Ordem Mundial de 1945 a 1989 3V

- divisão do mundo entre socialismo (oriental) e o capitalismo (ocidental) -

Professor Vinícius Vanir Venturini


Antiga Ordem Mundial de 1945 a 1989 3V

- A Guerra Fria (entre Estados Unidos e União Soviética) -

Professor Vinícius Vanir Venturini


Antiga Ordem Mundial de 1945 a 1989 3V
- conflitos indiretos, decorridos ou motivados pela “Guerra Fria” -
• Guerra das Coreias (1950 - 1953),
• Guerra do Vietnã (1959 - 1975),
• Guerra do Afeganistão (1979 - 1989),
• Conflito em Angola (1975 - 2002), Fidel
• Conflito em Moçambique (1977 - 1992), Castro
• Conflito na Etiópia (1974 - 1991/95),
• Crise dos Mísseis em Cuba (1962), e o período seguinte da “Détente” (1963-1979)
após a crise dos mísseis, os blocos começaram a modificar sua postura, tentando evitar
um possível conflito nuclear. Cuba já vivenciava o e embargo econômico desde 1960
imposto pelos Estados Unidos.

• A corrida armamentista, a corrida espacial, e a grande competitividade esportiva


favoreceram o desenvolvimento da Revolução Científica e Tecnológica - RCT, com a
produção maciça de armas, destacando bombas nucleares e equipamentos
Nikita Kruschev e John Kennedy
relacionados a espionagem.
• Competição através do quadro de medalhas das olimpíadas, ou posições em torneios esportivos mundiais (como a copa do
mundo de futebol), torneios de xadrez, são exemplos do conflito em competições esportivas.

• Ruptura sino-soviética (décadas de 50, 60 - 62), a China rompe com a União Soviética pelo desgaste acumulado entre sua
diplomacia, aspirações conflitantes, recuso de integrar o Pacto de Varsóvia e por discordar da Coexistência Pacífica proposta pela
URSS.

• Projeto “Guerra nas Estrelas”: o objetivo estratégico deste projeto era dar aos Estados Unidos o monopólio do poder espacial,
acabando com a capacidade soviética de atacar o território americano com seus mísseis balísticos intercontinentais munidos de
armas nucleares, ou seja, estabelecendo o "monopólio nuclear". Professor Vinícius Vanir Venturini
Antiga Ordem Mundial de 1945 a 1989 3V
- conflitos indiretos, decorridos ou motivados pela “Guerra Fria” -
●Independência da Índia, - 1947;
●Independência de Israel - 1948;
●Apartheid, política racista, discriminatória (África do Sul) - 1948 a 1992
●Revolução (Socialista) na China - 1949;
●Invasão do Nepal (pela China) - 1950;
●Macarthismo, (Joseph McCarthy) nos Estados Unidos - 1950 a 1957;
●Guerra de Suez (1956)
●Sublevação Húngara (Hungria) - 1956;
●Revolução Cubana - 1959, e após a invasão da Baia dos Porcos a Revolução Socialista em Cuba - 1961;
●Guerra dos Seis Dias (Israel) - 1967;
●Primavera de Praga (na Tchecoslováquia) - 1968;
●Guerra do Yom Kippur (Israel) - 1973, com desdobramentos geopolíticos relacionados a 1ª Crise Internacional do Petróleo;

●Massacre da Olimpíada de Munique (Alemanha) - 1972


●Khmer Vermelho (Partido Comunista do Camboja) - 1975 a 1979;

●Revolução Islâmica no Irã - 1979 (fundamentalismo islâmico); com desdobramentos geopolíticos relacionados a 2ª Crise
Internacional do Petróleo;
●Guerra Irã-Iraque - 1980 1988; com desdobramentos geopolíticos relacionados década de 80, ou “década perdida”, em termos
econômicos;
●Movimento Solidariedade (Polônia) - 1980;
●Boicote na participação nas olimpíadas de Moscou, em 1980, pelo governo estadunidense;
●Boicote na participação nas olimpíadas de Los Angeles, em 1984, pelo governo soviético;
●Protesto da Praça da Paz Celestial (China) - 1989.
Professor Vinícius Vanir Venturini
3V

Teoria dos Três (03) Mundos

Professor Vinícius Vanir Venturini


3V

Leste
(socialistas)
8 6
Oeste 7 5
(capitalistas)
3 4

1
2
1 - Angola 5 - Coréia do Norte
2 - Moçambique 6 - Mongólia
3 - Cuba 7 - China (dissidente)
4 - Vietnã 8 - Leste Europeu

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Teoria dos 3 Mundos: 1º Mundo (ricos e capitalistas), 2º Mundo (socialistas) e 3º Mundo (pobres e capitalistas)
Antiga Ordem Mundial de 1945 a 1989 3V
- a teoria dos Três (03) Mundos -
A regionalização do planeta a partir da divisão Leste versus Oeste e a Teoria dos Três (03) Mundos
● Primeiro Mundo: países ricos (desenvolvidos, do Norte), capitalistas, exemplo: Canadá, Japão, Israel;
● Segundo Mundo: países socialistas*, exemplo Iugoslávia, Polônia, Cuba.
● Terceiro Mundo: países pobres (subdesenvolvidos, do Sul), capitalistas, exemplo: Índia, África do Sul, Brasil.

Características comuns aos países durante a Antiga Ordem Mundial


●Grande interferência estatal na economia, o Estado do Bem Estar Social;
●Grande controle da informação - “Cortina de ferro” - Winston Churchill, relativo ao Muro de Berlim;
●Grande número de governos ditatoriais, ou totalitários (destacando a América Latina);
●Isolamento geográfico, baixo intercâmbio cultural entre diferentes blocos;
●Pouca participação feminina, nos diferentes segmentos sociais/profissionais,
●Tolerância ao racismo (Apartheid, como exemplo), tolerância a homofobia (“criminalização” da AIDS, como exemplo), e tolerância a
xenofobia (discriminação contra o estrangeiro e ou sua cultura)

*Últimas nações socialistas


China - a morte de Mao Tsé-tung, em 1976, abre caminho para a ascensão do reformista Deng Xiaoping, 1982 a 1987, que aprofunda o
processo de abertura do país ao mercado mundial. A China adota a política das Quatro Grandes Modernizações relacionadas aos
incentivos voltados a indústria, a agricultura, a ciência e tecnologia, e as forças armadas. A principal iniciativa de Deng Xiaoping,
para modernização da economia chinesa é a criação das Zonas Econômicas Especiais - ZEEs, pois permitem práticas capitalistas no
território chinês. Situadas, preferencialmente, no litoral Leste, próximas aos portos e ao Japão. nas quais se permite que empresas
transnacionais venham produzir artigos para exportação. Empresas essas atraídas por incentivos fiscais, pela conversão
favorável da moeda local, o yuan, para dólares, e por políticas que facilitam a exportação, além da numerosa e barata mão de
obra chinesa, as fábricas estrangeiras invadem a China. Esse modelo de organização econômica é chamado pelos dirigentes
chineses de “socialismo de mercado”. O país se mantém socialista, com o controle estatal das fábricas e da terra, mas isso se
combina com a abertura ao mercado mundial em determinadas regiões do país (exibidas no mapa seguinte) e sob controle
central Professor Vinícius Vanir Venturini
3V
Antiga Ordem Mundial de 1945 a 1989
- As Zonas de Economia Especial (ZEEs) na China -

Professor Vinícius Vanir Venturini


3V
Antiga Ordem Mundial de 1945 a 1989
- a teoria dos Três (03) Mundos -
*Últimas nações socialistas
Coréia do Norte - o falecido Kim Jong Il inicia o desenvolvimento de armamento nuclear, concluído por
seu filho Kim Jong-un que vive em tensão constante com os Estados Unidos, especialmente, com a Coréia do
Sul e com o Japão.
Cuba - o embargo econômico, comercial e financeiro imposto a Cuba pelos
Estados Unidos teve iniciou em outubro de 1960, como resposta do governo
americano às expropriações das propriedades de cidadãos e companhias
americanas na ilha, levadas a cabo pelo ainda incipiente governo
revolucionário cubano, liderado por Fidel Castro. Passados 36 anos de
embargo, em 1996, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a chamada Lei
Helms-Burton, a qual proibiu os cidadãos americanos de realizar negócios
dentro da ilha ou com o governo cubano Este embargo é formalmente
condenado pelas Nações Unidas.
Vietnã - na década de 1990 o governo nacional realizou reformas na política econômica,
instalando um modelo semelhante ao adotado pela China. Nesse sentido, o Vietnã passou a atrair
capitais estrangeiros, inclusive dos Estados Unidos, que atualmente é o seu principal parceiro
econômico. Nos últimos anos, o país registrou o maior crescimento econômico do Sudeste Asiático,
passando a integrar o grupo dos “Novos Tigres Asiáticos”.
Laos - o governo do Laos começou a descentralizar o controle da economia e a encorajar a
iniciativa privada a partir de 1986. Porém somente em 1991, a Assembleia Suprema do Povo (SPA)
aprovou uma nova constituição, a primeira desde de 1975, ano da instauração do governo socialista,
que entre suas disposições afirma o direito à propriedade privada, e substitui o termo “socialismo” por
“democracia e prosperidade” no lema nacional; claramente indicando que a economia opera de
acordo com os princípios da economia de mercado, ou capitalista. Professor Vinícius Vanir Venturini
3V

Os não alinhados

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Antiga Ordem Mundial de 1945 a 1989 3V

- Conferência de Bandung, o bloco dos não alinhados -


A maioria dos países participantes da conferência vinham da
amarga experiência da colonização, experimentando o
domínio econômico, político e social, sendo os habitantes
locais submetidos à discriminação racial em sua própria terra,
parte da política de domínio europeia.

A Conferência de Bandung prima pelo seu pioneirismo em tratar


de assuntos inéditos à época, como a influência negativa dos
países ricos em relação aos pobres e a prática de racismo
como crime. Foi proposta ainda a ideia de criar um Tribunal da
Descolonização, que julgaria os responsáveis pela prática deste
crime contra a humanidade, responsabilizando também os países
colonialistas, significando ajudar a reconstruir os estragos Todos os países declararam-se socialistas nesta reunião, mas
perpetrados pelos antigos colonos no passado. Tal ideia, deixando claro que não iriam se alinhar ou sofrer influência da
porém, foi abafada pelos países centrais, ou seja, aqueles mais União Soviética. Num momento em que EUA e URSS lutavam
influentes no cenário internacional abertamente pela conquista de influência em todos os países, o
maior desafio do movimento não-alinhado era manter-se coeso
Outra importante ideia saída desta conferência é a concepção de ante as pressões dos grandes. Ao invés da tradicional visão de
Terceiro Mundo, além dos princípios básicos dos países não- americanos e soviéticos de um conflito Leste-Oeste, a visão
alinhados, o que se traduz em uma postura diplomática inovadora que predominava no Conferência de Bandung era a do
geopolítica de equidistância das duas superpotências. Assim, conflito Norte-Sul, onde as potências localizadas mais ao norte
a "inspiração" para a implementação do movimento dos não- industrializadas, oprimiam constantemente e inibiam o
alinhados surge nesta conferência, sendo que sua fundação se desenvolvimento daquelas nações localizadas mais ao Sul,
dará na Conferência de Belgrado de 1961. exportadoras de produtos primários; que estariam/estão
subordinadas as nações detentoras da tecnologia/riqueza
Professor Vinícius Vanir Venturini
3V

Crises do Petróleo

Professor Vinícius Vanir Venturini


3V
As diversas Crises do Petróleo
Contexto - o petróleo ainda é o principal combustível relacionado a indústria, seja como matéria-prima ou como fonte
energética.
A proposição do petróleo como fonte esgotável, fóssil (ciclo longo, ciclo geológico), na década de 70, elevou o preço do produto,
inflacionando o mercado, devido a sua alta procura.
.Associado a esse fato temos o uso/valor geopolítico/estratégico do petróleo. Manifestada na criação da Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (OPEP), formada pelos principais produtores de petróleo do mundo, no formato de um cartel, que exerce o
controle da oferta do produto no mercado internacional.

Ao apoiarem o Estado de Israel na Guerra contra nações Árabes, Guerra do Yom Kippur, de 1973, destacando o Egito, a Síria e a
Jordânia, Estados Unidos e Europa irritaram os demais países Árabes, uma vez que Jerusalém também é uma cidade sagrada para
religião islâmica, utilizaram o petróleo como arma geopolítica para atingir as nações que apoiavam o Estado Judeu, pois diminuíram
a produção, embargaram o produto elevando os preços.

1ª Crise de 1973 - reação ao apoio estadunidense e europeu a Israel durante a Guerra do Yom Kippur.

2ª Crise de 1979 - reação da Revolução Iraniana, que transformou o Irã em uma república islâmica teocrática (fundamentalista). A
série de revoltas sob a liderança de Ayatollah Khomeini basicamente zeraram a extração de petróleo no Irã e instabilizaram toda região.
3ª Crise de 1980 a 1988 - Guerra Irã (de maioria xiita, e apoiado pela URSS) versus o Iraque (de maioria sunita, e apoiado pelos EUA).

4ª Crise de 1990 a 1991 - a partir da defesa do Kuwait, invadido pelo Iraque, e defendida pelos EUA.

5ª Crise de 2001 a 2003 - desdobramentos da Doutrina Bush relacionadas ao ataque do Word Trande Center, em 11 de setembro de
2001 (que relacionava o Iraque, entre outros países ao “eixo do mal”, o Iraque estaria diretamente envolvido no ataque)
Entre as consequências das crises do petróleo: temos o hiperinflacionamento da economia mundial, aumento das taxas de juros,
por exemplo, busca por fontes alternativas, destacando a energia nuclear e os biocombustíveis e retração econômica na década de
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80, a “década perdida”.
3V
Orienta Médio e o Canal de Suez
Turquia Mar
As rotas do petróleo e a geopolítica energética do Oriente Golfo de Cáspio Afeganistão
Médio Antália Síria
• Oriente Médio: é uma região composta por países e territórios Chipre
da Ásia Ocidental, situada entre os continentes asiático, Mar Líbano Paquistão
Mediterrâneo Iraque Irã
europeu e africano. Possui mais de sete milhões de km² de
área e uma população que supera os 385 milhões de habitantes. Canal Israel
Jordânia
Apresenta climas Árido e Semiárido, terrenos planálticos e de Estreito de
grandes reservas de petróleo, o que a torna alvo de disputas Suez Egito Kuwait Ormuz
Península
geopolíticas. Golfo de Golfo de do Sinai
A região é conhecida pela grande concentração de conflitos Suez Ácaba
e guerras, como os conflitos entre Israel e Palestina e a
guerra civil da Síria. Egito
Catar Golfo de Omã
EAU
Arábia Saudita
Omã

Golfo de
Masira

Iêmen Mar da
Estreito de Bad el
Mandeb Arábia
Golfo de Áden

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3V
Conflitos atuais
- Canal de Suez, Canal do Panamá, Passagem Nordeste (Oceano Ártico/Mar Branco) -

Devido ao Aquecimento Global


a passagem pelo Oceano Ártico
torna-se cada vez mais plausível

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3V

Fragmentação da União Soviética

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Fim da URSS 3V

- falência, ou fragmentação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas -


O modo de produção e o sistema político adotado pela URSS impediam que este país tivesse um grande retorno de
investimento, especialmente entre 1970 a 1980, quando as sucessivas crises do petróleo precipitaram a economia da URSS, que
passa a declinar após um grande período de crescimento. A incapacidade de gerar processos que aumentassem a produtividade, as
poucas inovações tecnológicas e a impossibilidade da classe trabalhadora de consumir os produtos criados nas fábricas fizeram com que
a margem de lucro diminuísse, o que quebrou a economia.
Somam-se a isso as perseguições política sofridas por uma parcela da população e a falta de uma política que contribuísse para
boas condições de trabalho, o que gerou uma intensa insatisfação popular e pressão ao governo.

Principais motivos da falência, derrotada da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
• os grandes gastos com alimentos;
• os grandes gastos com propaganda;
• os grandes gastos com a indústria bélica (corrida armamentista);
• a ineficácia dos planos quinquenais (de 5 em 5 anos);
• a indústria obsoleta (sem competitividade, ultrapassada).
Michael Gorbatchev
Neste contexto surge a figura de Mikhail Gorbachev, último secretário-geral soviético. Ele defendia a reforma da
União Soviética para que ela se adaptasse à realidade da era moderna e, assim, retomasse o rumo do
desenvolvimento. Gorbachev defendeu, então, o liberalismo econômico e começou a implantar as medidas
conhecidas como Perestroika e Glasnost.
Admirador das ideias de Karl Marx, a proposta inicial do presidente não era terminar com o socialismo na URSS. Apesar
disso, as ações adotadas no seu período como presidente foram responsáveis por finalizar com o estado soviético.
• Perestroika (reestruturação) estimulo a livre concorrência (o que acabaria com o monopólio estatal), essa política propunha a
adoção de ações que promovessem a modernização da economia soviética e a recolocasse nos rumos do crescimento;
• Glasnost (transparência) desenvolvimento da reforma política e combate a corrupção, essa política previa a reimplantação da
democracia e a abertura política. Professor Vinícius Vanir Venturini
3V

Nova Ordem Mundial

Professor Vinícius Vanir Venturini


Nova Ordem Mundial de 1989 até os dias atuais 3V

- organograma da Antiga à Nova Ordem Mundial -


Fim da Segunda
Guerra Fria
Guerra Mundial

EUA: capitalista URSS: socialista

Predomínio do capitalismo Crise e colapso do


socialismo na década de
1973*... 1979*... 1980*
EUA: América
(década perdida)

Japão: bacia do Pacífico Era tecnocientífico-


informacional
União Europeia: leste europeu, (3ª Revolução Industrial)
África e Oriente Médio

O mundo sofreu importantes transformações durante o século XX. O pós-2ª Guerra foi marcado pela bipolarização
mundial. A crise do socialismo, a partir de 1980 (*além das crises do petróleo), mudou profundamente as relações
geopolíticas estabelecidas e redesenhou as fronteiras político-econômicas planetárias. Professor Vinícius Vanir Venturini
Nova Ordem Mundial de 1989 até os dias atuais 3V

- características da Nova Ordem Mundial -


Nível geocultural Nível geoambiental
Um mundo diferenciado (pelas diferentes Um mundo ameaçado (pela poluição,
áreas e suas respectivas civilizações), ou destacando a sociedade de consumo e o
Um mundo uniformizado (pela aquecimento global)
mestiçagem cultura, aculturação, Carência de uma governança ambiental
destacando a cultural ocidental). (organismo supranacional que oriente,
imponha e fiscalize o desenvolvimento
Nível geopolítico sustentável)
Um mundo dominado: Nova e Complexa
Pelas potências dominantes (como os Ordem Mundial Nível geoeconômico
Estados Unidos da América, Alemanha, Um mundo desigual (contraste de
França, Japão) e pelas potências desenvolvimento e com limite discutível,
emergentes, destacando o BRICS (Brasil, entre Países do Norte e os Países do Sul).
Rússia, Índia, China e África do Sul), com Um mundo multipolar ou policêntrico
maior ou menor hegemonia (com pelo menos três polos (relativo aos
regional/global. países da Tríade) e com ascensão de
Um mundo fragmentado com múltiplas novas economias, como a China.
interferências, relativizando a soberania Um mundo interdependente ligado a
do Estado-Nação e a procura de uma integração produtiva e ao comércio global.
governança mundial Professor Vinícius Vanir Venturini
3V

B
Norte (Ricos)
A Federação Russa (herdeira da URSS)

Oriente Médio China

Sul (Pobres) C
Exceções
(Países do Norte, localizados no
Hemisfério Sul: Austrália e Nova
A, B e C são as áreas na perspectiva multipolar (tripolar, ou tríade) Zelândia)

Multipolaridade geopolítica e geoeconômica, em destaque (três polos, inicialmente): Estados


Unidos A, no continente americano, União Europeia B, relevando a Alemanha, no continente
europeu e no continente africano, e o Japão C, no continente asiático. Unipolariade bélica,
representada pela supremacia dos Estados Unidos.
A B e C são os países integrantes da Tríade do Poder (hegemonia) Mundial
Professor Vinícius Vanir Venturini
Nova Ordem Mundial de 1989 até os dias atuais 3V

- características da Nova Ordem Mundial, sistema de centro versus periferia -

Obs.: relação de poder está no desenvolvimento e controle da tecnologia, dessa forma praticamente todo continente
africano é colocado na periferia, a margem da integração mundial; Professor Vinícius Vanir Venturini
Nova Ordem Mundial de 1989 até os dias atuais 3V

- características da Globalização, aumento da concentração de renda -


●aumento da concentração de renda: a
globalização acentuou as desigualdades sociais
e econômicas nas últimas décadas. Apesar de
inúmeros indicadores socais terem avançado, como
o aumento da expectativa de vida, redução da
mortalidade, o maior acesso à tecnologia, mesmo
que nas áreas periféricas do capitalismo, não
garantiu desenvolvimento (desenvolvimento
significa melhora da qualidade/condições de
vida) social.
Na África Subsaariana, na América Latina, ou
nas repúblicas ex-socialistas, a renda per capita
da população é menor do que a 40 anos atrás,
diversas crises financeiras, econômicas como
aumento da inflação, do desemprego e da
violência vem agravado a qualidade da vida da
maior parte da população mundial.

Professor Vinícius Vanir Venturini


Nova Ordem Mundial de 1989 até os dias atuais 3V

- características da Globalização, persistência da discriminação racial no Brasil e no mundo -

”Ninguém nasce odiando


outra pessoa pela cor da
pele, origem ou religião.
Para odiar as pessoas
precisam aprender; e se
podem aprender a odiar,
podem aprender a amar”.
Nelson Mandela

Professor Vinícius Vanir Venturini


Nova Ordem Mundial de 1989 até os dias atuais 3V

- características da Globalização, aumento da migração -

●aumento das migrações ou deslocamento humano: a migração é parte de nosso legado, história, porém nunca houve tão
intenso fluxo de pessoas, especialmente dos Países do Sul, em direção aos Países do Norte.

Entre os principais motivos da emigração (saída de pessoas de um lugar) figuram as guerras civis, conflitos étnicos,
conflitos religiosos, problemas/catástrofes ambientais (secas, inundações, maremotos etc.), e de maneira geral os
imigrantes buscam melhores condições de vida, emprego e renda.

Um aspecto geoeconômico importante do processo migratório


internacional são os grandes volumes financeiros remetidos
pelos imigrantes ao seu país de natal/origem. O as remessas
Ano base 2018
de dinheiro dos Países do Norte para os Países do Sul,
constituem o segundo maior fluxo mundial de capitais, inferior
somente as operações efetuadas nas bolsas de valores.
Obs.: migrações em destaque - a de “cérebros”,
profissionais altamente qualificados, contratados pelos
grandes centros tecnológicos dos Países do Norte, refugiados
de países em conflito armado, destacando a África
Subsaariana, e a Síria (Oriente Médio) e o tráfico de pessoas,
especialmente o tráfico de mulheres;

Professor Vinícius Vanir Venturini


Nova Ordem Mundial de 1989 até os dias atuais 3V

- características da Globalização, consumismo -


●meio ambiente: apesar da evolução da conscientização de governos, meios de telecomunicação, empresas e população a
problemática ambiental continua subordinada ao sistema capitalista. O processo produtivo polui, sendo a matriz energética,
majoritariamente composta de combustíveis fósseis; agrava a poluição, e num momento de crise econômica recente e retração
do mercado chinês, provavelmente não haverá redução do processo produtivo, ou alternativa sustentável* momentaneamente.

A sociedade consumista exponencializa o problema ao desperdiçar recursos naturais, por


consumir mais supérfluos, por consumir mais a natureza, sendo os Países do Norte os
grandes responsáveis pelo consumo e pela maior poluição/degradação da natureza.
Comungada com a obsolescência programada (processo que “reduz”
propositadamente a vida útil de eletrodomésticos e eletroeletrônicos). Outro fato que
corrobora é a localização das principais reservas naturais encontram-se em nações
exportadoras de matéria-prima, e, ou bens agropecuários, Países do Sul, que necessitam
explorar sua natureza para proporcionar seu crescimento ou sustentabilidade econômica.

*a definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é:


“O desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem
comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o
desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro”.

Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,


criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o
desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
Fonte: https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/

Professor Vinícius Vanir Venturini


Nova Ordem Mundial de 1989 até os dias atuais 3V

- características da Globalização, o aumento do terrorismo -


●formas e processos de resistência: a Globalização impõe a padronização do processo produtivo, a massificação
cultural, apoiada pela mídia e pelas novas tecnologias, “uniformizando”, oprimindo diferentes formas de trabalho e
tradições culturais/religiosas. Esse processo homogeneizador tem agravado o crescente estado de tensão em diferentes
grupos sociais, religiosos, étnicos em inúmeros lugares, corroborando ainda para diversas formas de resistência aos valores
ocidentais/do capitalismo.

As principais manifestações de resistência podem ser observadas através do aumento do fanatismo religioso (baseado
no fundamentalismo**), eclosão de movimentos separatistas, ou de independência, visando preservar/resgatar a
identidade cultural dos povos subordinados, o ufanismo, crescimento de movimentos sociais/sindicais trabalhadores
rurais e urbanos, provocados pelo desemprego estrutural, e a disseminação da xenofobia (com ressurgimento de ideias
neonazistas/fascistas).

**fundamentalismo: termo usado para se referir à crença na interpretação literal dos livros sagrados, incorporação dos dogmas
religiosos no ordenamento legal do Estado (subordinação do Estado a doutrina religiosa, união do Estado a religião).

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Nova Ordem Mundial de 1989 até os dias atuais 3V

- características da Globalização, transnacionalização da economia -

Professor Vinícius Vanir Venturini


3V
Formas de atuação de transnacionais na economia
●monopólio (uma empresa): situação em que um setor do mercado com múltiplos compradores é controlado por
um único vendedor de mercadoria ou serviço, tendo capacidade de afetar o preço pelo domínio da oferta.
●oligopólio (poucas empresas): é a prática de mercado em que a oferta de um produto ou serviço, que tem vários
compradores, é controlada por pequeno grupo de vendedores. O preço tende a variar no nível mais alto.
●cartel (grupo, classe, facção): é a associação (domínio horizontal) entre empresas do mesmo ramo de produção
com objetivo de dominar o mercado e disciplinar a concorrência - controlar a demanda e o preço. As partes entram em
acordo sobre o preço, que é uniformizado geralmente em nível alto, e quotas de produção são fixadas para as empresas
membro.
●truste (compra da concorrência - tendência ao monopólio): é a reunião de empresas que perdem seu poder
individual e o submetem ao controle de um conselho de trustes (domínio vertical). Surge uma nova empresa com
poder maior de influência sobre o mercado. Geralmente tais organizações formam monopólios.
●holding (controle acionário): é a forma de organização de empresas que surgiram depois de os trustes foram postos
na ilegalidade. Consiste no agrupamento de grandes sociedades anônimas. Sociedade anônima é uma designação
dada às empresas que abrem seu capital e emitem ações que são negociadas em bolsa de valores. Neste caso, a
maioria das ações de cada uma delas (dessas empresas) é controlada por uma única empresa, a holding.
●joint venture: união de duas ou mais empresas já existentes com o objetivo de iniciar ou realizar uma atividade
econômica comum, por um determinado período e visando, dentre outras motivações, o lucro. São diversas as
motivações das empresas para estabelecerem uma joint venture: troca do know-how, agregar novas tecnologias;
e ou ampliar mercados visando a internacionalização.
●dumping (frustração da concorrência): prática comercial que consiste em vender um produto ou serviço por um
preço irreal para eliminar a concorrência e conquistar a clientela. Professor Vinícius Vanir Venturini
Nova Ordem Mundial de 1989 até os dias atuais 3V

- formas de atuação de transnacionais na economia -


●dumping (frustração da concorrência): prática comercial que
consiste em vender um produto ou serviço por um preço irreal
para eliminar a concorrência e conquistar a clientela. Proibida
por lei, pode ser aplicada tanto no mercado interno quanto no
externo. No primeiro caso, o dumping concretiza-se quando um
produto ou serviço é vendido abaixo do seu preço de custo,
contrariando em tese um dos princípios fundamentais do
capitalismo, que é a busca do lucro. A única forma de obter lucro é
cobrar preço acima do custo de produção.

No mercado externo, pratica-se o dumping ao se vender um


produto por preço inferior ao cobrado para os consumidores do
país de origem. Como exemplo de dumping temos, os Estado
Unidos da América acusando o Japão de praticar dumping no
setor automobilístico.

No Brasil, ou na União Europeia um dos exemplos mais comuns


de dumping são as importações de produtos chineses. Esses
produtos, geralmente, vindos da china são mais baratos que os
similares produzidos no Brasil ou na União Europeia.
Obs.: a Organização Mundial do Comércio - OMC, propõe
medidas para que o dumping não seja praticado. Essas medidas
são tomadas para que os produtores nacionais fiquem protegidos,
preservando empregos nacionais; Professor Vinícius Vanir Venturini
3V

Equador Geoeconômico

Professor Vinícius Vanir Venturini


Nova Ordem Mundial de 1989 até os dias atuais 3V

- divisão do mundo entre Países do Norte e Países do Sul (a partir do Equador Geoeconômico) -

Federação Russa e países da CEI

Oriente China
Médio

Obs.: a Federação Russa (“herdeira” da URSS), líder das nações da CEI, a China, e seu socialismo de mercado - com
grande crescimento econômico, exibindo o segundo maior Produto Interno Bruto do planeta, e o Oriente Médio (destacando as
nações exportadoras de petróleo, ou diretamente envolvidas no conflito Israel-Palestina), são territórios com múltiplas
interferências, ou áreas indefinidas com crescente destaque no cenário geopolítico e econômicoProfessor
atual; Vinícius Vanir Venturini
3V

Os muros e a desumanidade

“A força da alienação vem dessa fragilidade dos


indivíduos, quando apenas conseguem
identificar o que os separa e não o que os une.”
Milton Santos

Professor Vinícius Vanir Venturini


Idade Contemporânea 3V

- Fronteira ou muro do México com os Estados Unidos da América -


Desigualdade socioeconômica e xenofobia

Norte (Rico)

Sul (Pobre)

Obs.: principal fronteira, marco físico da Nova Ordem Mundial, materializava a divisão entre Países do Norte (ricos,
desenvolvidos) e Países do Sul (pobres, subdesenvolvidos); Professor Vinícius Vanir Venturini
Idade Contemporânea 3V

- Fronteira ou muro da Cisjordânia com Israel -

Marcos da xenofobia: muro dos Estados Unidos com o México, muro da Cisjordânia (Israel versus Palestina),
muro do Egito e da Faixa de Gaza, muro de Ceuta e Melilla (as cidades de Ceuta e Melilla encontram-se no
extremo norte do continente africano, no Marrocos), muro de Evros na fronteira da Turquia com a Grécia, muro
da Bulgária com a Turquia, muro da Hungria com a Croácia, muro da Macedônia e da Grécia, muro da Áustria
com a Eslovênia, muro da Bulgária com a Sérvia, muro da Caxemira (Índia versus Paquistão), muro de Belfast
(entre a Irlanda do Norte e da Irlanda), muros do Afeganistão com o Irã e com o Paquistão, e a “faixa neutra”
entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul (fronteira mais militarizada do mundo); Professor Vinícius Vanir Venturini
3V

Antiga versus Nova Ordem Mundial

Professor Vinícius Vanir Venturini


3V
Quadro comparativo entre a Antiga e a Nova Ordem Mundial
Antiga Ordem Mundial Nova Ordem Mundial
Bipolar Multipolar (econômica) e Unipolar (bélica, hegemonia dos
Estados Unidos)
Oposição Leste versus Oeste Oposição Norte versus Sul
Fronteira, marco físico: Muro de Berlim Fronteira, marco físico: México versus Estados Unidos
Capitalismo Monopolista Estatal, do Estado do Capitalismo Informacional, do neoliberalismo (com o
Bem Estar Social, (com a intervenção Estatal na afastamento do Estado da economia)
economia)
Promoção de ditaduras de extrema- Redemocratização
direita/esquerda (conforme a área de influência)
URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) CEI (Comunidade dos Estados Independentes)
A Corrida Armamentistas determinou grandes A expansão do sistema capitalista através do
gastos com indústria bélica desenvolvimento da internet determina o avanço das
telecomunicações
A “cortina de ferro”, ou a falta de informações, A internet promove a comunicação instantânea conferindo
comunicações entre os dois blocos promovia o uma das características atuais que é a integração ou a
isolamento própria globalização da informação.
Professor Vinícius Vanir Venturini
3V

Doutrina Bush

Professor Vinícius Vanir Venturini


Conflitos atuais 3V
- resumo da Doutrina Bush -
Início ou marco: atentados de 11 de setembro de
2001 (destruição das Torres Gêmeas)

Principais características: divisão do Ocidente


(oposição da França e Fed. Russa, contrários ao
ataque ao Iraque); unilateralismo (ausência de
diálogo e desrespeito a ONU, ao Conselho de
Segurança), supressão das liberdades civis,
humanitárias na caçada/captura de terrorista
enviados para a Base/Prisão Militar de Guantánamo,
em Cuba) e a prática dos ataques preventivos
(ameaças terroristas potenciais).

Salvaguarda do Ocidente contra ameaças do:


Eixo do Mal
Grupo formado pelo “perpetuadores do terrorismo”,
com o Afeganistão*, o Iraque**, a Coréia do Norte e o
Irã.
Postos Avançados da Tirania
Ampliando o grupo anterior ao incluir a Síria, o Vietnã,
e Cuba
Obs.: *Afeganistão invadido em 2001 e o **Iraque
invadido em 2003
Em 2003, morre, no atentado a sede da
ONU em Bagdá, o embaixador brasileiro
Sérgio Vieira de Mello, cotado à época
para ser Secretário Geral da entidade. Professor Vinícius Vanir Venturini
3V

Conflitos na África e o Apartheid

Professor Vinícius Vanir Venturini


3V

Terrorismo
movimento (xiita)
dos houthis

Conflitos religioso e
por recursos
Terrorismo do naturais Terrorismo e pirataria
Boko Haram no Golfo de Áden
Guerra do (estreito de Bab El
Biafra Mandeb)

Conflitos
Resquício da Antiga
étnicos: tutsis
Ordem Mundial em vs. hutus
Angola
Professor Vinícius Vanir Venturini
Conflitos atuais 3V
- genocídio: tutsis (massacrados pela etnia hutu) -
• Ruanda (Guerra Civil de 1990 a 1993 e massacre em 1994): é um país que sofre com altos índices de mortalidade infantil, pobreza,
subnutrição, analfabetismo, entre outros problemas sociais.
O processo de dominação alemã na região que atualmente corresponde a Ruanda teve início na segunda metade do século XIX. Com a
derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Bélgica assumiu o controle de Ruanda. Entretanto, com o fim da Segunda
Guerra Mundial (1945), a Organização das Nações Unidas (ONU) ficou responsável pela administração do país africano. A independência
nacional só foi conquistada em 1 de julho de 1962.
Ruanda é um país marcado pelos conflitos entre dois grupos étnicos: hutus (90% da população) e tutsis (9%). Durante o processo
de colonização feito pela Bélgica, os tutsis, mesmo sendo minoria, foram os escolhidos pelo poder colonial para governar o país. A
maioria hutu ficou excluída do processo socioeconômico.
No entanto, em 1959, os hutus se revoltaram com a condição em que estavam e assumiram o poder em 1961. Esse fato proporcionou o
início da perseguição aos tutsis, que se agravou em 1994 com a morte dos presidentes de Ruanda e Burundi.
Entre os anos de 1990 e 1993, ocorreu a Guerra Civil de Ruanda. Nessa época, a oposição formada pelos tutsis atacou as tropas do
governo, cujo presidente era Juvénal Habyarimana (hutus). O maior desdobramento dessa guerra civil ocorreu em 1994 e ficou
conhecido como Genocídio de Ruanda contra tutsis e hutus moderados. O presidente Habyarimana foi assassinado. Extremistas
hutus, então, começaram um intenso massacre, que vitimou mais de 800 mil pessoas em Ruanda.
Atualmente, como forma de evitar outros conflitos, é ilegal falar sobre etnia no país.
O genocídio, além de dizimar o país, empobreceu ainda mais a população, que vive em estado de miséria.
Obs.: a cinegrafia do conflito pode ser percebida nos filmes Hotel Ruanda (2004), Apertando a mão do diabo,
a história de um massacre (2001) e Tiros em Ruanda (2005);

Professor Vinícius Vanir Venturini


Conflitos atuais 3V
- Sudão do Sul -
• Sudão do Sul (a partir de 1955): o Sudão tem uma história marcada por muitos conflitos e guerras
civis. É um país abundante em petróleo e em recursos minerais, como o ouro.
A Primeira Guerra Civil Sudanesa ocorreu entre os anos de 1955 e 1972. Esse conflito
bélico, travado entre o governo do Sudão e rebeldes do Sul, tinha por objetivo a separação
da região Sul do Sudão.
Essa guerra civil dizimou cerca de meio milhão de pessoas. Cessou com o acordo conhecido
como Tratado de Adis Abeba, que afirmou a independência e a autonomia da região sul do
Sudão, criando, então, o Sudão do Sul.
Esse acordo, contudo, foi rompido no ano de 1983, e a guerra reiniciou-se.
Deu-se início, então, à Segunda Guerra Civil Sudanesa, conflito que durou de 1983 a 2005.
Essa guerra foi um embate entre a parte Norte do Sudão e a parte Sul.
A motivação desse conflito foi uma questão religiosa: o governo da região Norte que era
muçulmano e tentou impor o código de leis do islamismo em todo o país. Contudo, boa
parte da população da região Sul do Sudão era cristã ou animista.
Esse conflito bélico perdurou cerca de 20 anos e dizimou aproximadamente 2 milhões de pessoas.
Em 2005, foi assinado um acordo de paz e, a partir disso, surgiu a região autônoma do
Sudão do Sul.
Essas guerras sudanesas tiveram como consequência um quadro de miséria, fome, doenças e
muitos refugiados.

Atualmente, o Sudão do Sul vive um quadro dramático de fome e tem enfrentado problemas em
relação ao número de refugiados que se deslocaram para lá.
A diferença entre os dois territórios é latente tanto nos aspectos físicos quanto nas composições
étnicas. O norte é majoritariamente composto por regiões desérticas (salvo o vale por onde
passa o Rio Nilo), com escassez de água e recursos naturais, enquanto o sul possui uma maior
quantidade de vegetação e pântanos e boa parte da produção petrolífera na região, no entanto,
necessitam dos oleodutos localizados no Sudão para escoar suas produções. Professor Vinícius Vanir Venturini
Conflitos atuais 3V
- Angola e a UNITA -
• Angola (1975 a 2002): o país ocupa uma área de 1.246,700 km2 onde vivem mais de 20 milhões de
habitantes, esse território tem como capital a cidade de Luanda. Essa nação compõe um dos países
que possui como língua oficial o português.
O estabelecimento do território angolano ocorreu na Conferência de Berlim, em 1885, essa
reunião serviu para decidir quais países iriam dominar e explorar como colônias os
territórios africanos.
Angola foi colonizada por Portugal, sua independência aconteceu somente em 11 de
novembro de 1975.
Apesar da conquista da autonomia política, essa nação não usufrui de paz, a luta que antes era
contra a ocupação portuguesa tornou-se uma guerra civil provocada por divergências políticas.
Iniciado após a independência do país, o conflito na Angola perdurou por quase três décadas.
A Guerra Civil Angolana iniciou-se em 1975 e cessou-se em 2002 por meio de acordos de
paz.
Países com intervenção Soviética durante
Esse conflito, como o de Moçambique, fez parte da a Antiga Ordem Mundial
Guerra Fria, uma vez que o território angolano
sofreu influência da União Soviética, apoiando os
rebeldes, contra o Governo, apoiado pelos Estados
Unidos. Essa guerra foi protagonizada pelo
Movimento Popular de Libertação da Angola e pela
União Nacional para a Independência Total de
Angola (UNITA), que travaram uma luta pelo poder.
Considerada uma das guerras mais prolongadas em
território africano, teve como vitorioso o Movimento
Obs.: Angola é o país dos mutilados, Popular de Libertação da Angola em 2002, porém
vitimou cerca de 500 mil pessoas, devastando o
devido à grande quantidade de minas
território angolano. Professor Vinícius Vanir Venturini
terrestres empregadas na guerra civil;
Conflitos atuais 3V
- África do Sul o Apartheid e a Antiga/Nova Ordem Mundial -
• Apartheid (1948 a 1994): no ano de 1910 forma-se a União da África do Sul, estado fiel à Coroa
britânica. A minoria branca, composta de africânderes (outra designação para os bôeres) e
descendentes de britânicos, promulga uma série de leis que consolidam seu poder sobre a
população negra.
A política de segregação racial (fascista) do Apartheid (que significa separação, em africâner,
língua criada pelos holandeses) é oficializada em 1948, com a chegada ao poder do Novo
Partido Nacional (NNP).
O Apartheid impede o acesso dos negros à propriedade da terra e à participação política e
os obriga a viver em zonas residenciais segregadas - bantustões.
Casamentos e relações sexuais entre pessoas de raças diferentes tornam-se ilegais.
Havia ainda locais exclusivos para brancos em todo território, como banheiros, bebedouros,
praias exclusivas e assentos nos transporte público.
O próprio processo de escolarização era diferenciado - prejudicando a população negra.
A oposição ao apartheid toma forma na década de
1950, quando o Congresso Nacional Africano
(CNA), organização negra criada em 1912, lança
uma campanha de desobediência civil.
Em 1960, a polícia mata 67 negros que participam de
uma manifestação. O Massacre de Sharpeville, como
fica conhecido, provoca protestos no país e no
exterior.

Obs.: a África do Sul é o principal produtor


mundial de ouro e um dos líderes na extração de
diamante; Professor Vinícius Vanir Venturini
Conflitos atuais 3V
- África do Sul o Apartheid e a Antiga/Nova Ordem Mundial -
• Apartheid (1948 a 1994): com o fim do império colonial português na África (1975) e a queda do governo de minoria
branca na Rodésia, atual Zimbábue (1980), o domínio branco na África do Sul entra em crise.
Em 1984, uma revolta popular contra o apartheid leva o governo a decretar lei marcial.
A Organização das Nações Unidas (ONU) impõe sanções à África do Sul.
Acuado, o presidente Pieter Botha promove reformas, mas mantém os aspectos essenciais do regime racista.
Cresce no mundo o movimento pela libertação de Mandela (preso em 1964; solto somente em 1990).
Fim do apartheid – Com a posse de Frederik de Klerk na Presidência, em 1989, ocorrem várias mudanças.
Em 1990, Mandela é libertado, e o CNA recupera a legalidade.
De Klerk revoga leis raciais e inicia o diálogo com o CNA. Sua política é legitimada por um plebiscito só para
brancos, em 1992, em que 69% dos votantes se pronunciam pelo fim do apartheid.
De Klerk e Mandela ganham o Prêmio Nobel da Paz em 1993.
Em abril de 1994, Nelson Mandela é eleito presidente da África do Sul nas primeiras eleições multirraciais (15
anos atrás).
Em seguida, o Parlamento aprova a Lei de Direitos sobre a Terra, restituindo propriedades às famílias negras atingidas
pela lei de 1913, que destinara 87% do território sul-africano à minoria branca. Charges sobre segregação
O regime de segregação racial (apartheid) termina com a primeira eleição racial/econômica
multirracial, em 1994, mas deixa a herança das desigualdades sociais.
Após uma década de experiência democrática, persistem altos índices de
pobreza e criminalidade entre a população negra – principal vítima da epidemia
de aids que assola o país.
Na economia, a agricultura de subsistência convive com uma moderna
atividade industrial e mineral, que dá ao país o maior Produto Interno Bruto
(PIB) do continente.

Professor Vinícius Vanir Venturini


3V

os conflitos na Europa

Professor Vinícius Vanir Venturini


Conflitos atuais 3V
- separatismo na Espanha -
País Basco, em destaque a cidade, capital
O País Basco e a Catalunha concentram os principais grupos que lutam
de Bilbao da província de Biscaia
pela independência. O desejo de se separar surgiu no século 19 e ganhou
força durante a ditadura de Francisco Franco, entre 1939 e 1975, que
impôs sanções aos dois povos, como a proibição de seu idioma.

A Catalunha, cuja capital é Barcelona, é uma comunidade autônoma com


autossuficiência legislativa e o seu próprio idioma, o catalão. Destaque para a
rivalidade do Barcelona (símbolo catalão) e o Atlético de Madri.

Em outubro de 2017, a Catalunha realizou um conturbado plebiscito que


reafirmou o desejo de independência. Porém, a Constituição da Espanha
prevê que o governo em Madri tem poder de veto sobre o resultado. O
governo catalão caiu, e a situação segue instável. A Catalunha é a Região
mais rica da Espanha.

Já o País Basco engloba a comunidade autônoma de mesmo nome, além de


Navarra e outras três províncias na França. Essa falta de unidade territorial
motivou o surgimento, em 1959, do grupo separatista ETA (Euskadi Ta
Askatasuna, ou “País Basco e liberdade”), que cometeu diversos atentados
terroristas no país.

“Após a morte de Franco, em 1975, membros do ETA foram para a


política, renunciando às armas”, diz o historiador de origem basca Julian
Bilbao. Mas o processo de desarmamento do grupo foi anunciado só em
2011. Em maio de 2018, o ETA decretou seu fim definitivo. Foram 853
mortos, 6.389 feridos e 76 sequestrados em mais de meio século. Destaque
para o Atlético de Bilbao (que somente permite jogadores bascos no time.
Professor Vinícius Vanir Venturini
Conflitos atuais 3V
- separatismo na Espanha -
Na Galícia, alguns grupos defendem
autonomia maior dentro da Espanha, já
outros querem a cisão total. A Galícia é
uma região autônoma na fronteira
com Portugal.
Há até os que defendem a sua inclusão
na Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa, dada a semelhança do
galego com o português.
Valença, a região também fala catalão,
então há os que defendem o
pancatalanismo, que uniria Valença e
Catalunha, além das Ilhas Baleares.
Mas também existem os que pregam o
valencianismo, que , que defende
uma comunidade valenciana
totalmente independente.

Ilhas Canárias, a falta de identificação


com Madri é um dos principais
combustíveis desse movimento. O
arquipélago no Atlântico fica muito
mais perto do Marrocos e do norte
da África do que da Espanha, o que
reflete nas suas relações internacionais
e preferências diplomáticas.
Professor Vinícius Vanir Venturini
3V
Conflitos atuais
- separatismo na Espanha -

O nacionalismo basco desenvolveu-se no fim do século XIX e cresceu na luta contra os partidários do general Francisco Franco, na Guerra Civil
Espanhola (1936 a 1939).
O preço por essa opção: aviões da Alemanha Nazista, que apoiava Franco, destruíram Guernica, “cidade santa” dos bascos.
Evento imortalizado na tela do pintor Pablo Picasso. Professor Vinícius Vanir Venturini
3V
Conflitos atuais
- separatismo na Espanha -
O time de futebol do Barcelona é natural da Catalunha, uma das
regiões autônomas da Espanha.

Na Guerra Civil os catalães estiveram ao lado da Frente Popular


(democratas e socialistas) em oposição aos fascistas.
Com a vitória franquista (fascista), durante vários anos, o
Barcelona foi fechado e proibido de disputar campeonatos no
país.
A Bandeira grená e azul do “Barça” transformou-se num símbolo
de resistência à ditadura fascista e à monarquia espanhola.

O Real Madrid, como seu próprio nome acusa, é o time do rei.

Durante o período franquista, tornou-se o depositário popular da


ordem pública (o futebol era o único encontro de massas
permitido durante a ditadura espanhola).
Também por isso é o clube de maior número de títulos na história
espanhola e europeia.

A imagem da torcida do Barcelona, ao lado esquerdo, promoveu aos 17


minutos, considerando os adeptos do movimento, o grito de
“independência” e muitos também levantaram muitas estrelas, clara
alusão a bandeira separatista catalã.

A escolha do minuto 17 e 14 segundos, alude ao dia da Catalunha, que


se refere a 11 de setembro de 1714, quando a região caiu após mais
de um ano de resistência ao cerco imposto pelas tropas do rei de
Professor Vinícius Vanir Venturini
Espanha, durante a Guerra da Sucessão.
3V
Conflitos atuais
- conflito de Ulster (Irlanda do Norte) -
• Ulster: em primeiro lugar, é importante entender que a Irlanda do Norte faz parte do Reino Unido, junto com Inglaterra, Escócia e País de
Gales. Na prática, eles funcionam como uma unidade política, ou seja, embora tenham certa autonomia, relacionam-se com o mundo como se
fossem um só país.
A questão Irlandesa é histórica e marcada pelas rivalidades entre católicos (republicanos) e protestantes (monarquistas).
O inglês Oliver Crommwell, no século XVII, confiscou grande parte da ilha da Irlanda, na porção norte, habitada pela maioria católica, e
distribuiu as terras a colonos protestantes ingleses e escoceses, nascendo aí a rivalidade.
No século XX, mais precisamente em 1919, nasceu o grupo terrorista IRA, ou Exército Republicano Irlandês, católico, obrigando o
governo britânico, diante de pressões, a dividir a ilha, em 1921, em duas partes: a Irlanda do Norte ou Ulster, de maioria protestante; e a
Irlanda do Sul ou Eire, de maioria católica.
Em 1949, ocorreu a proclamação da República da Irlanda do Sul, que deixou de fazer parte do Reino
Unido.
Os irlandeses católicos desejam uma só Irlanda, totalmente independente do Reino Unido, aumentando
a violência no Ulster, notadamente na década de 1970.
Também é fundamental diferenciar a Irlanda do Norte da República da Irlanda.
Lembre-se que a República da Irlanda é membro da União Europeia, mas não faz parte do Reino Unido.
Já a década de 1990 foi marcada por acordos de paz entre o governo britânico e o Sinn Féin, o braço político
do IRA, como, por exemplo, promovendo o desarmamento do grupo terrorista.
O Reino Unido concedeu maior autonomia em termos de governo e acalmou a causa separatista.
Atualmente, milhares de pessoas cruzam a fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte todos os dias para trabalhar ou estudar.
Com o BrExit (termo utilizado para se referir à saída do Reino Unido da União Europeia), a questão da fronteira na Irlanda
voltou a ganhar importância, pois trata-se da única fronteira terrestre entre o Reino Unido e a União Europeia. E como parte
da população era contra deixar a União Europeia, isso reforçou o sentimento dos católicos a favor da separação do Reino Unido.
Também vale ressaltar que a República da Irlanda e a Irlanda do Norte são economicamente muito integradas. Enquanto
ambos os países eram membros da União Europeia, isso não era um problema.
A solução foi o Protocolo da Irlanda do Norte. Ele determina que os produtos podem continuar circulando entre República
da Irlanda e Irlanda do Norte, mas criou uma barreira alfandegária entre o último e o Reino Unido, causando uma forte
crise econômica no país e revoltando a população - católica e protestante. Professor Vinícius Vanir Venturini
3V
Conflitos atuais
- conflito de Ulster (Irlanda do Norte) -
Entre os episódios mais infames de violência na região está o chamado "Bloody Sunday"
(Domingo Sangrento) de 30 de janeiro de 1972, onde 13 civis foram mortos pela ação
repressiva da polícia britânica.
Os mortos faziam parte de uma passeata organizada pela Northern Ireland Civil Rights
Associatio, que lutava por direitos iguais entre católicos e protestantes na região.
Há muito se denunciava a forma discriminatória como as autoridades britânicas tratavam os
católicos e era contra tal atitude abusiva que foi realizada a passeata.
O trágico acontecimento foi imortalizado pela banda irlandesa U2 na canção "Bloody
Sunday".
Não posso acreditar nas notícias de hoje Domingo, Sangrento Domingo x2 E é verdade, somos imunes
Não posso fechar os olhos e esquecê-las Quando fato é ficção e TV realidade
Por quanto tempo, por quanto tempo
Por quanto tempo, por quanto tempo teremos teremos que cantar esta canção? E hoje os milhões choram
que cantar esta canção? Por quanto tempo? Por quanto tempo? Nós comemos e bebemos enquanto
Por quanto tempo? Por quanto tempo? Porque hoje à noite, nós podemos ser amanhã eles morrem
Porque esta noite nós podemos ser um só um só A verdadeira batalha apenas começou
Esta noite Esta noite (Domingo, Sangrento Domingo)
Garrafas quebradas sob os pés das crianças Para reivindicar a vitória de Jesus
Domingo, Sangrento Domingo x2 (Domingo, Sangrento Domingo)
Corpos espalhados num beco sem saída Venha pegar! No
Mas eu não vou atender ao chamado da batalha
Isso coloca as minhas costas Enxugue as lágrimas dos seus olhos Domingo, Sangrento Domingo
Coloca as minhas costas contra a parede Enxugue as lágrimas Domingo, Sangrento Domingo
Domingo, Sangrento Domingo x4 Oh, enxugue as lágrimas
Tudo bem, vamos! Oh, enxugue as lágrimas
Oh, enxugue os seus olhos vermelhos
E a batalha apenas começou
Há muitas perdas, mas diga-me: Quem venceu?
Domingo, Sangrento Domingo x3
As trincheiras cavadas em nossos corações
E mães, filhos, irmãos, irmãs
Dilacerados Professor Vinícius Vanir Venturini
Conflitos atuais 3V
- a União Europeia a Ucrânia e Rússia -
A Guerra da Criméia e o “retorno” da
• Ucrânia: ex-república soviética, a Ucrânia está dividida entre grupos que querem mais Antiga Ordem Mundial
proximidade com a União Europeia e outros que têm mais afinidade com a Rússia.
Em novembro de 2013, o então presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, se recusou a
assinar um acordo com a UE e fez pacto com a Rússia por um pacote de ajuda de US$
15 bilhões de Moscou e pela redução do preço do gás russo. Milhares de pessoas
foram às ruas para protestar e derrubaram o presidente. Moradores da fronteira
alinhados com Putin então se rebelaram com o que chamam de golpe de Estado.
A Crimeia é uma região ao sul da Ucrânia, que faz fronteira com a Rússia. A tensão na
região da Crimeia existe desde a queda da URSS. A população dessa região, em sua
ampla maioria, é russo e possui maiores relações com Moscou do que propriamente
com Kiev (capital da Ucrânia).
Após a revogação de uma lei que reconhecia o russo como língua oficial na região da
Crimeia, o clima ficou ainda mais tenso. Com isso, grupos militares pró-Rússia
assumiram o controle político da região. Em um plebiscito, não reconhecido pela União
Europeia, a Crimeia se tornou independe e posteriormente pediu para ser anexada pela
Rússia. Com isso, os países da União Europeia, além dos Estados Unidos, anunciaram
o descontentamento com a decisão, iniciando uma política de articulação de um
provável bloqueio econômico e/ou comercial à Rússia.
Essa península possui importância econômica e estratégica, configurando-se como um
importante via de ligação entre o Mar Negro e o Mar de Azov, além de ser uma das
mais importantes bases militares na região.
Obs.: em 2014, a Rússia foi afastada do Grupo 8, justamente por ser acusada de estar
violentando a soberania nacional da Ucrânia, na questão da Crimeia; pois os países do
G8 queriam que fossem tomadas medidas para resolução dos conflitos naquele
contexto, como a retirada do exército russo e a busca de uma solução pacífica para o
conflito Professor Vinícius Vanir Venturini
3V
Conflitos atuais
- Eurocopa, a Ucrânia e a Guerra da Criméia/Federação Russa -
Outra polêmica é o slogan
recuperado da independência da
Ucrânia em relação aos
soviéticos, no ano de 1991, e na
chamada Revolução Ucraniana, de
2014, quando eclodiu a questão
sobre a disputa pela Crimeia. A
Federação Russa reconhece a
Crimeia como uma de suas
repúblicas.

Região da Criméia,
agora russa

Observe o escudo, centralizado e está cercado pelo formato do mapa do país. O motivo da
confusão: o contorno inclui a Crimeia, região anexada pela Rússia em 2014.Os russos
alegam que o uniforme representa um gesto de provocação e esperam que a União das Região da Criméia,
Associações Europeias de Futebol (Uefa) atue com relação ao uniforme. agora russa
Professor Vinícius Vanir Venturini

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