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FACULDADE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Direito de Família

Natã Domingos de Souza – 18300


Matheus Silva de Almeida – 16843
Raquel de Lima Muniz – 17749
David Jean Soares
Rafael Kawakubo

“Introdução ao Direito de Família”

Direito de Família
Direito – Diurno
7° Semestre
Paulo Quevedo
São Paulo
2011
INTRODUÇÃO AO DIREITO DE FAMÍLIA

1- "Os vínculos se estabelecem e os poderes se conferem, não tanto para atribuir direitos quanto
para impor deveres, a tal ponto que não é somente a violação destes, mas o abuso ou mau uso
daqueles geram sua privação."

O Direito de família tem o condão de instituir poderes e direitos numa hierarquia familiar, como o
atual poder parental (art. 226,§5, CF/88), e de constituir obrigações, como a de prover o sustento da
família.
Nessa brilhante frase está explicito que tanto os poderes quanto direitos gerados no âmbito familiar
são de tamanha relevância, e fragilidade tal, que seu descumprimento, inobservância ou abuso, gera
sua privação. Mas observamos que ela trata de algum negócio jurídico capaz de gerar um vínculo
familiar.
Outro tópico importante a se ressaltar sobre essa oração, é que ela dá ênfase na imposição de
deveres e no abuso dos direitos. Há a necessidade disso para que se inicie ao tema que dará a
problematização do instituto, assim há como incitar o estudioso, promovendo a dialética do assunto.

2 – "Família é o conjunto de pessoas que descendem de um tronco ancestral comum." Comente,


formulando, ao final, seu próprio conceito de família.

Trata-se de difícil tarefa conceituar aquela que dizemos ser primordial e basilar para todas as demais
instituições, qual seja a família.
No âmbito jurídico, dentre tantos conceitos, podemos dizer que família é um conjunto de pessoas
ligadas por vínculo sanguíneo e descendentes de tronco ancestral comum, formado basicamente por
pais e filhos. Tem-se ainda, dentro deste conceito, uma subdivisão: família em sem sentido amplo
( a qual se estende para além da relação pais e filhos, ou relacionamento matrimonial formada por
parentes próximos com os quais mantém-se vínculo de afetividade), e família em sentido restrito
(cuja a relação é oriunda de laços matrimoniais e prole).
O Código Civil de 1916, no qual o homem é o chefe da família, tinha o casamento como único
instituto jurídico formador da família, de tal forma que não admitia a dissolução do vínculo
conjugal, permitindo apenas o chamado desquite. Além disso, as uniões de caráter convivencial, de
companheirismo, não eram jurídicamente reconhecidas, e, consequentemente, não era reservando
qualquer direito às uniões que não fossem formadas por intermédio do casamento, como o
concubinato e a união estável.
A primeira Constituição Federal no Brasil que dedicou um capítulo inteiro à família, foi a de 1934,
na qual previa a proteção do Estado para a manutenção desta instituição.
A CF/88 em contraponto ao antigo CC, trouxe uma transformação, trazendo um modelo de família
fundado em preceitos como a igualdade, solidariedade e respeito à dignidade da pessoa humana.
Outra grande transformação trazida pela Carta Magna, foi o de reconhecer e igualar o afeto como
formador da família (filhos adotivos e união estável), sem distinção aos laços decorrentes do
casamento ou de sangue.
Em 2002, o atual CC, veio regulamentar as normas constitucionais, pelo qual acabou-se o poder
patriarcal e se estabeleceu a igualdade em direitos e deveres dos cônjuges no seio familiar,
regulamentou-se a união estável entre o homem e a mulher, e definiu o reconhecimento de direitos
decorrentes das relações concubinas.
Embora tenha se passado apenas 10 anos em que o atual código passou a viger, houve inúmeras
mudanças na sociedade, e quanto ao que é moralmente aceitável. Assim, hoje, existem famílias
monoparentais, numerosas, e até constituídas por pessoas do mesmo sexo. Não obstante, na minha
concepção, forma-se uma família a partir da convivência harmoniosa, de respeito e proteção mútua,
tanto afetiva como econômica.

3- Qual o impacto da descodificação no direito de família, justificando ou criticando sua utilidade,


pelo prisma da operatividade programática do sistema implementado em nosso ordenamento
jurídico.

Para uma melhor reflexão acerca dessa questão importante se faz conhecermos de início o que
significa o termo descodificação. A descodificação é um fenômeno contemporâneo que consiste na
fragmentação do sistema unitário do Código Civil, com a proliferação de leis civis especiais que
reduzem o primado do Código e criam uma pluralidade de núcleos legislativos, os chamados
microssistemas jurídicos. Representa o ocaso dos códigos civis e a passagem do monossistema
jurídico da modernidade, centralizado no Código, ao polissistema, centralizado na Constituição. A
descodificação do direito de família teria um impacto positivo, uma vez que este não mais iria se
pautar exclusivamente em princípios traçados pelo direito civil ao qual ele está inserido, podendo
assim ter seus próprios princípios traçados analisando exclusivamente essa matéria, nada mais justo
para um ramo que protege direitos tão importantes que é o Direito de família. Observando a
sistemática do nosso ordenamento jurídico atual pode-se dizer que as sociedades contemporâneas
pretendem, no campo da legislação, transferir das majestáticas comissões codificadoras para os
pequenos, mas ativos, grupos intermediários, situados a meio-termo entre o cidadão eleitor e o
Estado, a definição dos estatutos jurídicos mais adequados às reivindicações de cada grupo, com
isso tais sociedades se valem deste método que é a descodificação.

4- O direito de família, sistematizado à partir do CCB, com observância de fundamentos


Constitucionais, pode ser classificado como ramo do direito Público?

O direito de família, sistematizado a partir do Código Civil Brasileiro, com observância de


fundamentos Constitucionais, pode ser classificado como ramo do direito Público? Justifique.
Antes de adentrarmos na questão em apreço, cabe distinguir o direito publico do direito privado.
Podemos destacar o direito publico como o conjunto de leis, criadas para regularem os interesses de
ordem coletiva, ou, em outros termos, principalmente, organizar e disciplinar a organização das
instituições políticas de um país, as relações dos poderes públicos entre si, e destes com os
particulares como membros de uma coletividade, e na defesa do interesse público.
Já o direito privado destaca-se como sendo o ramo do direito, cujas normas jurídicas regulam as
relações jurídicas entre os cidadãos particulares.
Direito público, segundo o critério inicial, seria aquele que tem por sujeito o Estado, ao mesmo
tempo que, o privado é o que regeria a vida dos particulares. De acordo com o critério do interesse,
por sua vez, as normas que cuidassem de interesses públicos seriam públicas, enquanto que as
normas que regessem interesses privados seriam privadas.
Feita essas considerações iniciais, passamos agora a analisar a questão em si.
A luz da Constituição Federal, a família é a base da sociedade tendo esta, especial proteção do
Estado. Essa intervenção protetora do Estado é um fato universal, pois o poder publico de todas as
nações pretende garantir a família, protegendo-a, evitando abusos, propiciando melhores condições
de vida as novas gerações, ajudando-a a exercer beneficamente seus poderes, criando órgãos sociais
que a tutela. Porem não se deve inserir o direito de família na seara publica, pois isto implicaria
admitir excessiva nefasta ingerência do Estado no grupo familiar.
Concluímos que apesar de sofrer intervenção Estatal, devido a importância social da família, sendo
suas normas cogentes ou de ordem publica, pelos sujeitos das relações que disciplina, pelo conteúdo
dessas relações, pelos fins de seu ordenamento e pelas formas de atuação, o direito de família é
ramo do direito privado e parte integrante do direito civil.

5- Descreva a evolução do tratamento dispensado à mulher no ordenamento jurídico pátrio. Aponte


as vantagens e eventuais desvantagens.
Nos primeiros 300 anos de história do Brasil, a mulher brasileira não dispunha de direitos
normatizados. Ela exercia apenas o papel de esposa, mãe, dona de casa e até empregada.
Em 1827, passados três anos da promulgação da primeira Constituição brasileira, uma lei institui o
ensino primário para o sexo feminino, com currículo para o aprendizado da economia doméstica,
costura, decoração e pintura, excluindo a geometria e a aritmética. Esta lei veio a ser um dos
primeiros direitos “formais” da mulher.
Ainda no campo da educação, no ano de 1879 passa a ser permitido que as mulheres tenham acesso
a cursos superiores, com exceção da medicina e do direito.
Em decorrência da maior instrução que a mulher passou a ter, esta percebeu que também poderia
participar das decisões que definiriam o rumo de seu país. Em 1932, o chamado Código Eleitoral
Provisório deu a mulher o direito de votar nas eleições nacionais, porém somente aquelas casadas e
autorizadas pelos maridos, ou viúvas e solteiras com renda própria. Agora a mulher passou a fazer
parte da democracia, embora com restrições que, em breve, seriam extintas com o advento da lei
eleitoral de 1934.
Hoje temos uma Constituição de cunho social e igualitária, que não enxerga mais motivos para
diferenciar o homem e a mulher. Como exemplo disso, vemos que a Constituição brasileira atual
não proibiu o trabalho da mulher em atividades insalubres. Garantiu a licença à gestante por 120
dias (art. 7º, XX). Proibiu a diferença de salários em razão do sexo.
Enfim, podemos observar que a mulher brasileira adquiriu diversos direitos no decorrer dos anos e
hoje pode dizer que possui os mesmos que os homens. Ela passou a ter igualdade de direitos e
deveres, embora ainda seja possível ver que, na prática, existem sim algumas diferenças de
tratamento, sobretudo no mercado de trabalho, onde a mulher recebe salários inferiores aos dos
homens exercendo o mesmo tipo de atividade.

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