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Mercado da arte cai 22% na pandemia e volta a nível

da crise de 2009, diz Art Basel


Coronavírus foi também essencial para o grande crescimento de vendas online no
setor, mostram dados

16.mar.2021 às 13h16

Marina Lourenço (https://www1.folha.uol.com.br/autores/marina-lourenco.shtml)

SÃO PAULO Sob forte impacto da pandemia do novo coronavírus, o ano de 2020
registrou cerca de US$ 50,1 bilhões (ou R$ 282 bilhões, na cotação atual) em
vendas de obras de arte e de antiguidades, o que representa uma queda de
22% em relação ao ano anterior.

Os dados são do relatório anual da Art Basel divulgado nesta terça (16)
(https://www.artbasel.com/about/initiatives/the-art-market) pelo maior grupo internacional de

feiras de arte. O documento traz uma análise global do mercado do setor no


ano passado, detalhando a turbulência econômica sofrida por segmentos
como galerias, leilões e feiras de arte.

A Covid-19 provocou a maior recessão do mercado de arte global desde a crise


financeira de 2009, que abalou o mundo todo, de acordo com os dados
divulgados.

O relatório mostra que a pandemia foi também responsável pelo crescimento


de vendas online no setor (https:/ Sua/www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2020/06/mercado-de-arte-agora-migra-
assinatura vale muito.
para-internet-mas-surge-conflito-de-geracoes.shtml). Elas tiveram um recorde de US$ 12,4 bilhões
ENTENDA
(R$ 69,7 bilhões), o que é 25% do valor total das ações comerciais do setor. Em
2019, o mercado digital se limitava a apenas 9% dessas vendas.

“O mercado artístico estava numa posição muito particular no enfrentamento


às realidades da pandemia da Covid-19, porque é habitado principalmente por
pequenas empresas que dependem de compras discricionárias, viagens e
contato pessoal”, afirmou Clare McAndrew, especilalista em economia da
cultura e fundadora da empresa de consultoria Arts Economics.

"A queda nas vendas era inevitável. Mas a crise também proporcionou o
ímpeto para mudança e reestruturação [do setor], sobretudo a mais
fundamental, o lançamento de estratégias digitais e vendas online, que
ficaram para trás em outras indústrias."

Mais da metade das feiras de arte do mundo foram canceladas no ano passado
(https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2020/06/pandemia-do-novo-coronavirus-faz-art-basel-cancelar-edicao-de-

2020.shtml).
Agora, cerca de 80% dos colecionadores com grande patrimônio
líquido pretendem retornar à ativa em 2021.

Em 2020, os colecionadores de arte compraram —em maioria— de maneira


conservadora, dando preferência a galerias com quem já têm alguma relação
estabelecida.

As casas de leilão aumentaram em 36% suas vendas online, mas diminuíram


em 30% as vendas públicas.

"As descobertas do relatório são críticas, não apenas em termos de um dos


anos mais incomuns e desafiadores que o mercado de arte global já enfrentou,
mas também em relação ao que eles apontam para o futuro da nossa
indústria", afirmou Noah Horowitz, um dos diretores da Art Basel, que em
anos normais realiza três feiras de grande porte no mundo, em Hong Kong,
Basileia e Miami.

O relatório mostra ainda que a assinatura


Sua participação
valefeminina
muito. em compras da indústria
cresceu em 13% e ultrapassou a masculina.
ENTENDA
Embora os principais mercados de arte do mundo —Estados Unidos, Reino
Unido e China— tenham apresentado uma queda nos negócios, eles
continuam a dominar o valor de vendas e representaram 82% do total de
2020.

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pandemia-e-volta-a-nivel-da-crise-de-2009-diz-art-basel.shtml

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