Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
y ^ / ie ã i * «I
hternidade
JOHN BEVERE
AUTO R DO BEST-SELLER A RECOMPENSA DA HONRA
MOVIDO PELA ETERNIDADE
M O V ID O
hternidade
Faça Sua Vida Valer A P ena
H oje E Para Sem pre
JOHN BEVERE
2a Edição, 2010
8a impressão
Rio de Janeiro, 2017
E D I T O R A
Copyright © por John Bevere Ministries, Inc.
Todos os direitos reservados.
Exceto em caso de indicação em contrário, todas as citações bíblicas foram extraídas da Bíblia
Sagrada, Versão Revista e Atualizada (ARA), Sociedade Bíblica do Brasil. Todos os direitos reser
vados.
As citações bíblicas marcadas NVI foram extraídas da Bíblia Sagrada, Nova Versão Internacional,
2001, Editora Vida. Todos os direitos reservados.
As citações bíblicas marcadas NTLH foram extraídas da Bíblia Sagrada, Nova Tradução na Lin
guagem de Hoje, 1998, Sociedade Bíblica do Brasil. Todos os direitos reservados.
As citações bíblicas marcadas ABV foram extraídas da versão A Bíblia Viva, 1994, Editora Mundo
Cristão. Todos os direitos reservados.
As citações bíblicas marcadas ARC foram extraídas da versão Almeida Revista e Corrigida, 1993,
Sociedade Bíblica do Brasil. Todos os direitos reservados.
As citações bíblicas marcadas AMP foram extraídas da Amplified Bible, Lockman Foundation, e
traduzidas livremente para o português em virtude da inexistência de versão correspondente neste
idioma.
As citações bíblicas marcadas NKJV foram extraídas da New King James Version, e traduzidas
livremente para o português em virtude da inexistência de versão correspondente neste idioma.
As citações bíblicas marcadas MES foram extraídas da versão The Message: The Bible in Con-
temporary Language, e traduzidas livremente para o português em virtude da inexistência de ver
são correspondente neste idioma.
As citações bíblicas marcadas NASB foram extraídas da New American Standard Bible, 1995, Lo
ckman Foundation, e traduzidas livremente para o português em virtude da inexistência de versão
correspondente neste idioma.
As citações bíblicas marcadas NCV foram extraídas da Bíblia Sagrada, New Century Version,
1991, e traduzidas livremente para o português em virtude da inexistência de versão correspon
dente neste idioma.
As citações bíblicas marcadas NLT foram extraídas da Bíblia Sagrada, New Living Translation,
1996, e traduzidas livremente para o português em virtude da inexistência de versão correspon
dente neste idioma.
Autor: John Bevere
Tradução: Idiomas & Cia, por Maria Lucia Godde Cortez
Revisão: Idiomas & Cia, por Glaucia Victer e Ana Carla Lacerda
Diagramação: Eduardo Rodrigues
Capa: Eduardo Rodrigues (Adaptação da capa original)
Assessoria Editorial: Philip Murdoch
Produção e Coordenação: Philip Murdoch
Publicado no Brasil com a devida autorização e com todos os direitos reservados pela
Bevere, John
Movido pela Eternidade: faça sua vida valer a pena hoje e para sempre / John Bevere - 1a. Ed.
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
B467m
1. Eternidade. 2. Vida eterna - Cristianismo. 3. Julgamento Divino. 4. Juízo final. 5. Vida cristã I. Título.
Introdução / ix
Capítulo 1: O Eterno / 17
Capítulo 2: O Reino de Affabel —A Vida em Endel / 32
Capítulo 3: O Reino de Affabel —O Dia do Juízo 1/50
Capítulo 4: O Eterno Lar dos Mortos / 68
Capítulo 5: O Julgamento de Enganado / 86
Capítulo 6: A Grande Queda / 109
Capítulo 7: O Fundamento / 133
Capítulo 8: O Reino de Affabel —O Dia do Juízo II / 146
Capítulo 9: O Céu / 167
Capítulo 10: O Tribunal de Cristo / 184
Capítulo 11: A Casa Feita Sob Medida para Deus / 195
Capítulo 12: A Multiplicação / 219
Capítulo 13: A Influência Pessoal / 241
A pêndice A —Passagens Bíblicas Relacionadas a Recompensas Eternas / 255
A pêndice B —A Salvação, D isponível a Todos / 268
N otas / 272
INTRODUÇÃO
Um sermão de uma única palavra tocou um país. Sua mensagem foi grava
da para as gerações seguintes pelo arquiteto Ridlev Smith, que a colocou em
uma placa de cobre na Sydney Square. Ela foi vista mais tarde por mais de 4
bilhões de almas de todo o mundo que assistiam à Cerimônia de Abertura das
Olimpíadas de Sydney, e novamente quando foi ornamentada com fogos de
artifício na Ponte do Cais, na capital australiana, na véspera do novo milênio.
A eternidade prende a atenção de toda a humanidade. Nenhuma raça, tribo
ou gênero pode resistir à sua atração. Fomos criados com a eternidade em
nossos corações e a compreensão de que há algo além de nossa existência
terrena, ainda desconhecido. Portanto, é sábio mergulhar mais fundo naqui
lo que o nosso Criador diz com relação à eternidade; afinal, a Sua Palavra
declara: “Muito antes de o mundo existir, desde a eternidade, eu sou Deus.
Quando eu faço alguma coisa, ninguém é capaz de impedir” (Is 43:13; ABV).
Foi exatamente por esse motivo que você escolheu este livro. E acredito que
a sua escolha foi sábia.
Vamos orar juntos antes de começarmos. Eu mesmo fiz esta oração em voz
alta em meu escritório, antes de orar com você:
X
Introdução
XI
M O V ID O
hternidade
C a pítu lo 1
O ETERNO
escrever uma palavra ou frase duas vezes para destacá-la, mas não porque
fossem dados a exageros; eles eram sempre cuidadosos com suas palavras.
O fato da frase em questão aparecer duas vezes nesse trecho das Escrituras
demonstra não apenas que é a vontade de Deus que tenhamos êxito, mas que
Ele é veemente em relação a isso. A ênfase nessa frase vem dele!
Fomos criados para ter sucesso. Deus quer que a nossa vida seja significa
tiva! Antes de ser um desejo nosso, foi primeiro um desejo de Deus, e Ele
faz com que isso seja conhecido ao longo de toda a Escritura. Deixe-me rela
cionar apenas duas passagens: “O Senhor, teu Deus, te fará ter êxito em tudo
o que fizeres” (Dt 30:9; NLT, ênfase do autor). Observe a palavra tudo, não
algumas coisasl Lemos também: “Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes,
medita nele dia e noite para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto
nele está escrito; então farás prosperar o teu caminho, e serás bem-sucedido” (Js
1:8; ênfases do autor).
E preciso ter visão de Deus para desfrutar do sucesso. As Escrituras decla
ram: “Quem dá valor à sua própria vida procura se tornar sábio e usar bem a
sua inteligência” (Pv 19:8; ABV). A sabedoria nos dá o conhecimento e a ca
pacidade para fazermos as escolhas certas no tempo oportuno. A verdadeira
sabedoria não é dada aos que têm uma mente afiada; ela é para todos os que
temem ao Senhor e estão em Cristo. Para construir uma vida de significado
eterno, você precisa fazê-lo através da sabedoria de Deus, e é disso que esta
mensagem trata.
A sabedoria gera o sucesso, que gera satisfação duradoura e recompensas.
“Se você for sábio, o benefício será seu” (Pv 9:12; NVI). O Senhor não ape
nas deseja o seu sucesso, como também anseia recompensá-lo por isso. Mais
uma vez, lemos: “O Senhor observa passo a passo a vida de quem obedece a
Ele de coração. Preparou para eles uma recompensa eterna” (SI 37:18; ABV).
O fato de que Deus deseja que tenhamos êxito foi enfatizado por boa parte
das igrejas nos últimos anos, como de fato se deve fazer. Entretanto, o sucesso
muitas vezes é interpretado por nós segundo a forma pela qual a sociedade o
define, e não como Deus o vê. Ele é visto com olhos temporais em vez de ser
visto com olhos eternos. Isso gera uma compreensão nebulosa do sucesso,
e acaba resultando em buscas erradas. Um dia, todos nós compareceremos
perante o Juiz do Universo, Jesus Cristo, e se tivermos feito nossa vida valer
a pena através da sabedoria de Deus, seremos recompensados eternamente.
18
O Et e r n o
ETERNIDADE
Leia com atenção estes dois versículos:
Eternidade. O que é? Como pode ser definida? Como pode ser entendida?
Um dicionário americano a define como tempo infinito', outro, como o estado
de existência fora do tempo'. Como um dicionário pode definir que a eternidade
existe dentro do estado temporal, e outro a definir como algo fora dele? E
por que isto nunca foi questionado? Será que não questionaríamos um ou
dois livros científicos se eles definissem que algo em nosso mundo existe em
estados diferentes? Suponhamos que um livro definisse um peixe como um
vertebrado que vive na água e outro registrasse que ele vive em ambientes
secos. Imediatamente chegaríamos à conclusão de que um deles estava errado
e o jogaríamos fora. No entanto, por que não questionamos e jogamos fora
uma das definições de eternidade dos dicionários?
A verdade é que a eternidade não pode ser compreendida mentalmente.
Nossas mentes são finitas e estão proibidas de captar conceitos relativos ao
que é perpétuo ou eterno. Permita-me ilustrar o que digo. Pare por um ins
tante e imagine onde se encontra o fim do universo. Pense nos seus limites
exteriores. Se puder fazer isto, então o que você encontra na fronteira? Um
19
Movido pela Et e r n i d a d e
muro? Do quê ele é feito? Qual a sua espessura? Será que o lado externo do
muro seria o ponto exato do fim do universo? Se for, o que há além da parte
exterior do muro? Mais espaço? Isso não viria a ser uma continuação do uni
verso? Onde fica o fim? Apenas pare e pense nisto.
Ou que tal um poço sem fundo? Pode se imaginar caindo em um buraco
onde você nunca para de cair? Você nunca atingiria o solo nem o veria; ape
nas continuaria caindo e caindo para sempre. Duas coisas, e não apenas uma,
causam um curto circuito em nosso raciocínio aqui: primeiro, a ausência de
fundo; segundo, um tempo interminável de queda. E difícil de compreender
e soa como um conceito de ficção científica, mas existe um lugar assim que é
mencionado sete vezes nas Escrituras.
E quanto ao próprio Deus, o Criador do homem? Faça uma pausa por um
instante e pense em Seu começo, ou, eu deveria dizer, em Seu “não-começo”.
As Escrituras afirmam que Ele é “de eternidade a eternidade”. Se Ele não
nasceu, se ninguém o criou, então como Ele começou a ser quem Ele é?
Como evoluiu? A verdade é que Ele não evoluiu à condição de Deus, pois o
salmista declara: “Antes que os montes nascessem e se formassem, de eter
nidade a eternidade, tu és Deus” (SI 90:2). Medite nisto por algum tempo e
você frustrará o seu raciocínio intelectual, pois, como Jó escreveu, “ninguém
pode entender a eternidade”.
20
O Et e r n o
Mais tarde, após anos de ateísmo confesso, ele passou a sentir fortes dores
no peito. Os médicos o abriram para fazer uma cirurgia exploratória e ime
diatamente o fecharam. Os especialistas lhe disseram que ele tinha menos de
vinte e quatro horas de vida.
Deitado na cama naquela noite, ele percebeu que estava indo para o seu
eterno lar, e que não era absolutamente o lugar onde ele queria terminar.
Como sabia disso, já que não permitia que ninguém compartilhasse as Escri
turas com ele? Só podia ser porque ele tinha a eternidade plantada em seu co
ração, assim como as Escrituras afirmam com relação a toda a humanidade:
“Porquanto a verdade sobre Deus é conhecida por eles instintivamente. Deus
colocou este conhecimento no coração deles” (Rm 1:19; NLT).
Naquela mesma noite, seu coração parou. Ele deixou seu corpo e desceu
para as densas trevas. A escuridão era tão profunda que ele achou que estives
se vestido com ela; nem um raio de luz podia ser visto. Depois de cair por um
bom tempo, segundo lhe pareceu, ele ouviu os gritos aterradores das almas
em tormento. Foi puxado por uma grande força até os portões do inferno,
quando, de repente, viu-se dentro de seu corpo novamente. Ele voltara a
viver.
Na manhã seguinte, telefonou para o único cristão que conhecia. Seu ami
go veio e lhe proclamou as boas novas da salvação por meio de Jesus Cristo.
Após recebê-lo como seu Senhor e Salvador, seu amigo orou por ele pedindo
cura. Três semanas depois, saiu do hospital andando e ainda está vivo en
quanto escrevo este livro. Ele é um milagre ambulante.
Como ateu, ele proclamava que Deus não existe, mas a eternidade estava
plantada em seu coração. O insensato, por outro lado, é aquele que não ape
nas negou a Deus mentalmente, mas que resistiu em seu coração até o ponto
de cauterizar a sua consciência. Esse está fora de alcance. Uma coisa é pren
der-se a uma convicção em seu intelecto que pode ser mudada; outra coisa
bem diferente é endurecer completamente seu coração. O dicionário bíblico
New Unger’s Bible Dictionary dá esta definição: “Nas Escrituras, o insensato é,
em essência, a pessoa que abandona o temor de Deus e pensa e age como
se pudesse desconsiderar de forma segura os princípios eternos da justiça de
Deus” \
O insensato pode, na verdade, reconhecer Deus em sua mente, mas nega
a existência dele em seu coração, o que se reflete na forma como vive. O te
mor de Deus é o que mantém nosso coração ao alcance do Espírito Santo;
21
Mo v id o pela Et e r n i d a d e
se esse temor se perder, não restará qualquer esperança para nós. Paulo disse:
“Irmãos, descendência de Abraão, e vós outros os que temeis a Deus, a nós nos
foi enviada a palavra desta salvação” (Atos 13:26, ênfase do autor). Somente
aqueles que temem a Deus são capazes de ouvir as palavras de vida eterna.
DEFININDO ETERNIDADE
A eternidade foi plantada em nossos corações, muito embora seja impossí
vel compreendê-la com o nosso intelecto. Sendo assim, para que possamos
defini-la, peço que você ouça seu coração; na verdade, faça o mesmo para se
beneficiar de todo este livro. Como fazer isso? Em primeiro lugar, reconheça
que você precisa do Espírito Santo e peça-lhe ajuda, o que já fizemos (veja
a Introdução). Ele terá comunhão com o seu homem interior, e não com a
sua mente. Em segundo lugar, faça pausas para refletir e meditar quando seu
coração tiver sido tocado ou for envolvido por certas declarações e verdades.
Não leia este livro correndo; se fizer isso, o benefício a ser recebido poderá
ser limitado. Para usufruir de todo o impacto da palavra eterna de Deus, siga
esses dois passos e você será transformado para sempre. Davi disse: “Guardo
no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti” (SI 119:11). Não leia
simplesmente para ter um entendimento intelectual, que pode ser facilmente
esquecido ou perdido, mas permita que a Palavra de Deus seja escondida em
seu coração por meio da contemplação e da oração.
A eternidade dura para sempre; ela não tem fim. Entretanto, não se trata
simplesmente de um tempo que jamais acaba. Falar de eternidade em termos
de durabilidade perpétua é perder a idéia geral. Para capturar a melhor visão
da eternidade, precisamos olhar para o próprio Deus. Ele não é limitado em
poder, conhecimento, sabedoria, compreensão ou em glória, para citar apenas
algumas de suas características. Ele é autoexistente; para sempre foi e para
sempre será Deus. Ele é chamado de “Pai Eterno” (Is 9:6; NTLH). Algumas
traduções da Bíblia dizem: “Pai da Eternidade”4. Ele também é chamado de
“Rei da Eternidade” (1 Tm 1:17; AMP). Tudo o que é eterno encontra-se
nele. Tudo o que está fora dele é temporal e sofrerá mudança. Não importa o
quanto alguma coisa pareça boa, nobre, poderosa ou duradoura, no final ela
deixará de existir. Até a terra e o universo sofrerão mudanças, mas Ele não.
22
O ETERNO
Ele não apenas jamais deixará de existir, como também permanecerá eter
namente o mesmo. As Escrituras declaram:
Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva;
seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece
eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada.
1 Pe 1:24-25
Ele é eterno; portanto, o que Ele diz é eterno. Ele não pode mentir, nem o
que diz pode ser quebrado. Se não fosse assim, tudo se precipitaria na escuri
dão total, pois Deus é luz e sustenta todas as coisas pela Sua Palavra. Nunca
pode haver mudança naquilo que Ele diz, do contrário não seria mais eterno.
Esse é um firme fundamento sobre o qual podemos edificar as nossas vidas.
JULGAMENTOS ETERNOS
Muitas pessoas hoje em dia não estão edificando suas vidas sobre o que é
eterno —a Palavra de Deus —mas sim sobre o pensamento cultural, as tradi
ções, suposições e percepções emocionais a respeito de quem Deus é. Isso
não se aplica somente a pessoas que não são cristãs, mas a muitos crentes
também. E assustador acreditar em algo temporal como se fosse a verdade
eterna. Se esse for o seu caso, seu fundamento está defeituoso e por causa
dele você está prestes a cair. Você está acreditando em uma mentira e vivendo
num estado de total engano.
Fico impressionado com a quantidade de pessoas que encontro que ba
seiam sua vida naquilo que não é eterno. Alguns me falam acerca de Deus
e de sua crença em Seu Filho, mas aquele a quem confessam simplesmente
23
MOVIDO PELA ETERNIDADE
não é Aquele que está revelado em Sua Palavra. Que grande engano! Como
podem acreditar em algo concebido por suas próprias mentes e que foi mol
dado por uma sociedade que já se declarou contrária à natureza de Deus?
Jesus disse:
24
o Et e r n o
Aquele que diz: “Eu o conheço” [eu o sinto, reconheço, entendo e te
nho intimidade com ele (Jesus Cristo)\ e não guarda os seus mandamen
tos (ensinamentos) é mentiroso, e nele não está a Verdade [do Evan
gelho]. Aquele, entretanto, que guarda [valoriza] a sua Palavra [que tem
em mente os seus preceitos, que observa a sua mensagem na sua tota
lidade], nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus.
1 Jo 2:4-5 (AMP; ênfase do autor)
mento do bem e do mal, mas para o lado bom\ “A mulher viu que a árvore era
bonita e que as suas frutas eram boas de se comer” (Gn 3:6; NTLH, ênfases do
autor). Há um bom e belo aos olhos e ao raciocínio do homem que é contrário
ao eterno amor de Deus. Trata-se de algo que não é eterno e que não durará.
As Escrituras também afirmam que não podemos observar uma parte dos
mandamentos de Deus e acreditar que teremos confiança no Dia do Julga
mento. É quando observamos atentamente a Sua Palavra na sua totalidade
que o amor de Deus é amadurecido. É por isso que Deus nos dá graça; ela
nos dá a capacidade de obedecer à Sua Palavra completamente e de uma
forma aceitável. “Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a
graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável” (Hb 12:28).
A chave é saber o que o Rei deseja e busca, e não o que parece bom aos
olhos da sociedade ou esteja de acordo com o raciocínio humano. Por este
motivo, Deus nos diz: “E não vos conformeis com este século, mas trans
formai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja
a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2). Aquilo que
pode parecer bom para a nossa cultura pode ser uma afronta aos desejos de
Deus - o eterno.
Permita-me usar uma ilustração. Estou neste instante sentado em um hotel
em Cingapura, onde estarei pregando para aproximadamente vinte mil pesso
as neste fim de semana. Já estive nesta grande nação muitas vezes. Também
preguei o Evangelho na Holanda em algumas ocasiões. Na Holanda não é
contra a lei ter maconha nos bolsos ou mesmo fumá-la em público. As pes
soas podem fumá-la legalmente sem sofrer qualquer penalidade. No entanto,
em Cingapura, se uma pessoa for apanhada com uma certa quantidade de
drogas (e uma quantidade bem pequena), ela será presa e punida severamen
te. Se ela for apanhada com determinadas drogas, a punição é morte por
enforcamento! Quando voamos para Cingapura, vemos escrito no cartão de
entrada: “Morte aos Traficantes de Drogas nos Termos da Legislação de Cin
gapura”.
Ora, você pode imaginar um jovem holandês que fuma maconha regular
mente viajando para Cingapura, e compartilhando a sua erva com os cinga-
purianos? Ele diz satisfeito a esses novos amigos: “Ei, rapazes, esse negócio
é demais. Acalma, dá uma onda legal e tira todas as suas frustrações. Vocês
não querem experimentar um pouco? Eu teria prazer em compartilhar com
vocês”.
27
movido pela Et e r n i d a d e
RECOMPENSAS
Haverá mais de um julgamento. Haverá um julgamento para os incrédulos,
outro para os crentes, e até mesmo um para os anjos. As decisões tomadas
irão variar. Haverá perdas e punições; e também recompensas. Analisaremos
a questão com maior profundidade nos próximos capítulos, mas deixe-me as-
28
O Et e r n o
sinalar novamente que as decisões tomadas serão eternas - e essa verdade não
deve ser menosprezada (mais uma vez, tente captar mentalmente o sentido de
“interminável”). E a vontade de Deus que saibamos disto antecipadamente e
que nos esforcemos para obter as recompensas. Paulo disse:
Ele está dizendo claramente: “Não corro de forma incerta (sem um obje
tivo definido)”. Uma outra versão diz: “Então corro direto para o alvo com
propósito em cada passo” (NLT). E exatamente isto que cada ser humano
deve fazer: correr com a certeza e o propósito de vencer. Não estamos com
petindo com os outros, apenas com nós mesmos.
30
O ETERNO
31
C a pítu lo 2
O REINO DE AFFABEL-
A VIDA EM ENDEL
Assim lhes ensinava muitas coisas porparábolas
(ilustrações ou comparações colocadas ao lado de verdades para explicá-las),
e no decorrer do seu ensino, Ele lhes disse...
M arcos 4:2 (AMP)
A COMUNIDADE DE ENDEL
A oeste das planícies de Affabel ficava o Deserto Exterior, que se expandia
por quase 90 quilômetros até o Grande Rio Adonga. Uma vez atravessado
33
Mo v i d o pela Et e r n i d a d e
34
O REINO DE AFFABEL-A VIDA EM ENDEL
INDEPENDENTE
Independente questiona constantemente a existência de Affabel. Ele real
mente não consegue acreditar que alguém que ele nunca viu ou conheceu
chamado Jalyn possa exigir não somente a sua lealdade, como também o
cumprimento rígido de uma série de normas. Ele suspeita que isto seja um es
quema para mantê-lo (e aos outros) sob o controle dos mestres. Com descaso,
ele se recusa a assistir às aulas e a aprender a respeito desse reino imaginário.
Independente ridiculariza os outros por acreditarem nessa bobagem. Ele
pretende viver como acha melhor e permanecer livre das leis de Jalyn. A úni
ca exceção será quando esses decretos atenderem aos seus propósitos, então,
ele aderirá a eles, mas somente por escolha própria. Ele não tem escrúpulos
quanto a deixar que os outros saibam que ele não está disposto a entregar sua
vida à vontade de outra pessoa.
ENGANADO
Enganado não questiona a existência de Affabel. Ele acredita no Rei Jalyn e
até tem prazer nas suas promessas. Ele concorda mentalmente e verbalmente
com os ensinamentos e as regras, porém uma grande parte do seu estilo de
vida entra em conflito com esses ensinamentos. Ele celebra a sua lealdade ao
Rei e aos seus ensinamentos, e participa das atividades da escola quando elas
são agradáveis, mas quando não vê nenhum benefício próprio, seu ponto de
vista muda rapidamente. Seu estilo de vida é contrário ao de um verdadeiro
seguidor de Jalyn, e devido à sua forte personalidade, ele sutilmente atrai ou
35
Movido pela Et e r n i d a d e
tras pessoas para o seu estilo de vida. Ele nunca para realmente para refletir
no período de teste e julgamento que está para acontecer.
ENFRAQUECIDA
De todos os alunos, Enfraquecida é a mais entusiasmada. Ela fala com fre
quência nas aulas, e tira seguidamente as melhores notas. Ela é muito ativa e
geralmente é quem toma a iniciativa em atividades extracurriculares para aju
dar a promover o envolvimento dos alunos na comunidade. Qualquer pessoa
que avalie os alunos diria que ela é a mais apaixonada pela causa de Jalyn.
EGOÍSTA
Egoísta também acredita em Jalyn e nos seus ensinamentos. Ele não duvida
da existência de Affabel e é bastante articulado também. Ele acredita que
Jalyn é um governante tão maravilhoso e um juiz tão bondoso que será bene
volente com todos que professam lealdade a ele. Mas ele está concentrado na
sua percepção limitada dos ensinamentos e do caráter de Jalvn. Ele se esque
ceu que Jalyn é um líder justo e santo bem como amoroso e misericordioso.
Assim, Egoísta desenvolveu uma visão distorcida de quem Jalvn realmente é.
Ele acredita que Enganado, Enfraquecida e Caridade sem dúvida farão parte
do seu glorioso reino, embora tenha algumas preocupações acerca da resis
tência obstinada de Independente.
Egoísta acredita que todos os que reconhecem Jalyn verbalmente e vivem
uma vida que não violente nenhuma lei principal terão direito à entrada em
Affabel. Entretanto, de acordo com o seu nome, ele é altamente egocêntrico,
e geralmente o bem que faz é movido por benefício pessoal. Algumas vezes
ele é movido por compaixão, mas quando as coisas ficam difíceis, Egoísta sai
em busca do seu próprio interesse pessoal.
CARIDADE
A nossa última jovem, Caridade, é alguém que ama e obedece a todas as leis
do Rei Jalyn. Ela não só aprendeu os princípios dele, como também busca
36
O Reino de Affabel-A V ida em En d e l
conhecer o coração que se esconde atrás de cada decreto. Ela passa muito
tempo buscando conhecer e compreender a vontade de Jalyn. Isso significa
longas horas de estudo e uma dedicação liberal ao bem da escola e da comu
nidade de Endel. Ela sabe que quando atingir a idade de quinze anos, terá
pouco tempo para executar os desejos do grande rei em Endel. Seu objetivo
é viver unicamente para a glória de Jalyn, e ela não permitirá que aquilo que a
beneficiaria se intrometa no caminho para o seu propósito principal.
Caridade ama Jalyn e anseia pelo dia em que se encontrarão. Ela o obedece
fervorosamente e frequentemente fala aos outros sobre a sua bondade. Por
isto, ela é frequentemente ridicularizada e isolada. Embora ela tenha sofrido
por causa de sua postura de lealdade inabalável às leis de Jalyn, nada a impe
dirá de ser fiel ao rei.
OS FORMANDOS
Todos estes cinco endelitas chegaram aos quinze anos. O dia marcado che
gou, e eles se formaram juntamente com duzentos outros alunos. Cada um
deles recebeu uma missão específica e uma soma inicial correspondente de
dinheiro. Esse valor foi predeterminado por Jalyn e foi distribuído pelo di
retor da escola por ocasião da formatura. Entre os nossos cinco alunos, a
distribuição foi a seguinte: Independente recebeu cinquenta e cinco mil dóla
res; Enganado e Enfraquecida receberam quarenta mil dólares cada; Egoísta
recebeu o maior valor, setenta e cinco mil dólares; e, finalmente, Caridade
recebeu vinte e cinco mil dólares. Com seu dinheiro em mãos, os jovens cida
dãos foram liberados com algumas instruções finais.
O VENDEDOR
Independente imediatamente foi a uma festa celebrar a sua liberdade recente
mente adquirida. Embora ele raramente frequentasse as aulas, ainda se sentia
como se elas estivessem pairando sobre sua cabeça. Ele havia ouvido algumas
das leis de Jalyn nas poucas ocasiões em que havia frequentado as aulas. Al
gumas vezes ele havia se perguntado se talvez uma parte daquilo era verdade.
Em caso positivo, ele se perguntava se o seu mau comportamento afetaria o
quanto ele receberia por ocasião do término de sua educação.
37
movido pela Et e r n i d a d e
38
O REINO DE AFFABEL-A VIDA EM ENDEL
O CONSTRUTORE EMPREENDEDOR
Enganado também comemorou durante algumas semanas. Embora ele não
tivesse recebido tanto quanto alguns de seus amigos, estava feliz por ter mais
do que Caridade. Ele também demonstrava sua percepção distorcida de Jalyn
como um rei cheio de tanta misericórdia que certas questões realmente não
importavam. Ele havia tido liberdades sexuais com duas garotas que havia
namorado na escola, embora isto fosse contrário aos ensinamentos que havia
recebido. Ele não via qualquer conflito nisto, porque acreditava firmemente
em Jalyn e no seu reino. Ele havia formado a sua própria visão da vida: “Des
de que eu continue a afirmar minha lealdade a Jalyn e não machuque ninguém
gravemente, permanecerei em boa posição perante o rei”. Em sua mente,
]alyn entendia que todos têm necessidades e que ninguém é perfeito. Todos
os seus erros seriam cobertos no Dia do Julgamento pela misericórdia e graça
de Jalyn porque ele acreditava nele de todo coração.
Depois de algumas semanas, Enganado iniciou o seu próprio negócio, assim
como Independente havia feito. Ele tornou-se um construtor de residências.
No princípio, era uma luta conseguir clientes. O seu modelo era excelente
sob todos os aspectos, mas ele simplesmente não conseguia encontrar com
pradores sérios. Alguns achavam que seus preços eram altos demais; outros,
simplesmente não podiam pagar por casas tão boas. Desesperado, ele baixou
os preços. Ele continuou usando o modelo inicial de casas para atrair clientes.
Continuou a fazer as promessas que havia feito a princípio, mas começou a
utilizar material de qualidade inferior aos que havia prometido inicialmente.
Na verdade, alguns de seus materiais transgrediam os códigos e padrões de
segurança obrigatórios. Ele justificava-se mentalmente com a idéia de que
os legisladores que haviam estabelecido aqueles padrões haviam sido caute
losos em excesso. Ele tinha certeza de que os materiais que havia escolhido
suportariam qualquer tipo de condição atmosférica ou de pressão. A compra
dessas casas parecia uma grande oportunidade para os endelitas devido ao
baixo preço, por isso eles começaram a assinar contratos com maior rapidez
do que Enganado podia construir. Os negócios haviam, finalmente, decolado.
Depois de dois anos, ele decidiu voltar ao ramo de desenvolvimento de
terras. Estava cansado das reclamações dos clientes. Ele achava que, uma
vez que a terra fosse vendida, o assunto estaria terminado. Ele não teria de
lidar mais com o conserto dos itens sob garantia. Enganado encontrou uma
determinada porção de terras ao preço de aproximadamente mil dólares o
39
Movido pela Et e r n i d a d e
acre. Parecia quase bom demais para ser verdade. Investigações posteriores
revelaram se tratar de uma terra baixa próxima a um rio, sujeita a inundações.
Esta informação só era do conhecimento de algumas pessoas, que eram to
dos seus amigos. Ele persuadiu um intendente municipal que era colega de
Independente a aprovar o desenvolvimento daquelas terras sem efetuar os
testes geológicos necessários. Afinal, não ocorrera nenhuma inundação ali
desde que ele nascera; então, será que havia realmente algum problema? O
negócio prosseguiu sem qualquer interrupção. Depois disto, parecia que a
vida não poderia ficar melhor para o jovem empreendedor.
A ASSISTENTE DE PROFESSOR
Logo após a sua formatura, Enfraquecida reuniu-se com algumas amigas para
um fim de semana de compras no shopping. Ela achou que seria bom por
dois motivos, ela poderia passar tempo comemorando com suas amigas mais
chegadas, e, em segundo lugar, ela poderia comprar as roupas e acessórios de
que precisaria para sua nova carreira. O maior desejo de Enfraquecida era ser
assistente de professor na Escola de Endel. Sua entrevista seria na sexta-feira
seguinte.
No segundo dia de compras, uma das amigas de Enfraquecida, Fofoca, com
partilhou com ela como uma amiga em comum, Difamação, havia contado ao
Diretor Geral que Enfraquecida havia dormido com um dos jovens alunos.
Isso poderia prejudicar gravemente suas chances de conseguir o cargo de as
sistente de professor. Aquela era uma mentira absurda que não continha nem
uma sombra de verdade. Ela havia se mantido pura durante todo o tempo na
escola. Ela tinha certeza de que Difamação havia feito aquilo por pura inveja
ou até mesmo ódio.
Enfraquecida estava furiosa. Profundamente ofendida, seus pensamentos
foram consumidos durante o resto do fim de semana com a traição de sua su
posta amiga. Ela jurou fazer com que Difamação pagasse pelo que havia feito.
O dia da entrevista chegou, e, para surpresa de Enfraquecida, ela foi es
colhida para ocupar o cargo. O Diretor Geral informou-a de que realmente
havia ouvido os rumores, mas que depois de investigar ficou convencido de
que não eram verdadeiros. Ela não apenas conseguiu a posição, como foi
designada como assistente de um de seus professores favoritos. Seu nome era
]/ida Dupla; ele era um dos professores mais talentosos de Jalyn. Enfraque
40
O Reino de a f f a b e l - A V ida em En d e l
cida estava impressionada por ter sido escolhida para trabalhar com um líder
tão dinâmico. O semestre se iniciou, e as coisas estavam indo extremamente
bem, mas ela ainda tinha dentro de si um ressentimento crítico contra sua ex-
amiga. Independente de no final tudo ter terminado bem, parecia que ela não
conseguia realmente superar a traição de Difamação.
Embora as coisas parecessem ótimas, abaixo da superfície os problemas
estavam em fermentação. O nome de Vida Dupla indicava quem ele era. Ele
vivia de um jeito como professor, mas de outro bem diferente em sua vida
privada. Seu julgamento seria mais severo, pois, como professor, ele havia
tido o privilégio de ver Jalyn. Os julgamentos dos professores não ocorriam
aos vinte anos de idade, como acontecia com os outros, mas sim aos trinta.
Vida Dupla tinha apenas vinte e cinco anos naquela época.
Certa noite, quando Enfraquecida e Vida Dupla estavam a sós, ele a asse
diou. Ela ficou chocada e ultrajada e saiu de sua presença imediatamente. Ele
não desistiu, mas persistiu durante as semanas que se seguiram. Ela começou
a questionar sua própria reação, e a dar ouvidos às palavras persuasivas dele,
por ser ele um homem tão incrível e tão culto. Ela passou a apreciar a aten
ção dele. Ele era gentil e bondoso e era considerado um dos homens mais
bonitos da comunidade. Finalmente, ela entregou sua virgindade a ele, e os
dois deram início a um caso apaixonado. Enfraquecida jamais conhecera sen
timentos tão excitantes de paixão e amor em nenhum relacionamento. Cada
vez que ela o via, ficava sem fôlego. Pensamentos de encontrar-se com ele nas
noites combinadas entre os dois a consumiam e temporariamente desviavam
sua atenção do profundo e agora oculto sentimento de mágoa que ela ainda
mantinha contra Difamação.
Entretanto, depois de quatro meses, Vida Dupla de repente terminou tudo
com ela. Arrasada, ela precisava saber o motivo. Finalmente, ele disse a ela
que havia ouvido de outras pessoas a história contada por Difamação, sobre
o caso que ela havia mantido no passado com um colega. Este não era o ver
dadeiro motivo; ele havia simplesmente perdido o interesse em Enfraquecida.
Ele já estava flertando com outra jovem da comunidade. As garotas eram
altamente pressionadas a resistir aos poderes de sedução e persuasão daquele
proeminente professor.
Enfraquecida sentia-se ultrajada. Como ela poderia continuar a vê-lo todos
os dias? Ela imediatamente pediu demissão de seu cargo na escola. Depois
de vários dias abatida, abriu um Salão de Beleza com o que havia sobrado de
seus quarenta mil dólares. Ela parou de comparecer às reuniões semanais da
41
Movido pela Et e r n i d a d e
escola, embora a palavra de Jalyn afirmasse que o seu povo não devia deixar
de se congregar. Ela não queria ter comunhão com hipócritas, e a maioria
deles parecia ser exatamente isto. Ela ficava cada dia mais amarga. Ela rara
mente mencionava a escola de Jalyn. A paixão que ela havia expressado tão
livremente em suas conversas já não existia mais. No entanto, quando alguém
lhe perguntava, ela confessava sua lealdade a Jalyn, mas no fundo de seu cora
ção ela o culpava por permitir que um homem tão corrupto ensinasse em sua
escola. Na época em que o período de testes terminou, ela havia se tornado
uma mulher muito amarga e ressentida; mas se alguém lhe perguntasse algo,
ela o negava enfaticamente.
O PREFEITO DE ENDEL
Agora vamos nos concentrar em Egoísta. Ele estava simplesmente impres
sionado com a quantidade de dinheiro que havia recebido. Ele comemorou,
mas, por conhecer o suficiente sobre os ensinamentos de Jalyn, manteve-se
afastado das bebidas. Depois de um intervalo de alguns dias, ele começou a
investir. Suas transações demonstraram ser lucrativas, e ele rapidamente mul
tiplicou seu capital inicial. À medida que crescia financeiramente, ele crescia
também em popularidade junto a seus colegas.
Ele comprou uma casa em um dos melhores bairros e convidou os in
fluentes e poderosos para visitá-lo. Oficiais de governo, adetas profissionais,
executivos, e outras personalidades notáveis desfrutavam das riquezas de sua
hospitalidade. Ele estava se tornando rapidamente um dos homens mais bem
relacionados da comunidade.
Depois de três anos, ele decidiu candidatar-se a prefeito de Endel e venceu
facilmente por causa de sua influência financeira e de seus contatos sociais.
Uma vez empossado no cargo, ele deparou-se com várias decisões. Uma de
las tinha a ver com a escola de Endel. Devido ao aumento dos integrantes,
havia uma necessidade urgente de mais espaço. Isto significava a aquisição de
terras, a obtenção de empreiteiras, o aumento de despesas, bem como todas
as coisas necessárias para o funcionamento da escola. O primeiro passo era
levantar o capital necessário junto à comunidade. Nas reuniões semanais da
cidade, Egoísta ouviu falar da necessidade que o projeto tinha de mais fun
dos, mas no final da campanha de levantamento de fundos, ele havia dado
menos de mil dólares.
42
O Reino de Af f a b e l - A V i da em En d e l
A PROPRIETÁRIA DE RESTAURANTE
Ao se formar, Caridade deu três de seus vinte e cinco mil dólares como con
tribuição para a campanha da compra de terreno da Escola de Endel. Ela era
grata por tudo que havia aprendido com seus professores e queria expressar
esta gratidão. Com os vinte e dois mil dólares restantes, Caridade pôde final
mente abrir um restaurante. Ela adorava tudo que tinha a ver com as artes
culinárias. Juntando isto ao fato de que ela era uma astuta mulher de negócios,
um restaurante lhe pareceu ser a melhor forma de utilizar seus dons e servir
à sua comunidade. Ela contratou alguns dos melhores chefs da localidade e,
coordenando o conhecimento deles, montou um cardápio magnífico. Seu res
taurante foi um sucesso imediato.
43
Mo v id o pela Et e r n i d a d e
Embora Caridade tenha ganho prêmios por seu restaurante, ela sempre
creditava o seu sucesso à sabedoria de Jalyn. Nas entrevistas, ela agradecia
seguidamente a seus ex-professores e elogiava seus bons empregados. Ela
recusava-se a reconhecer o seu sucesso como sendo propriamente seu, ou se
gabar de seus esforços. Ela sabia que era tudo por causa de Jalyn.
Caridade usou sua prosperidade para ajudar tanto a comunidade quanto a
Escola de Endel. Ela contribuía com alimentos para a sopa que a cozinha da
escola preparava para os necessitados. De vez em quanto ela separava uma
noite para trabalhar no evangelismo junto à fila de alimentos. Ela apreciava
servir refeições quentes aos pobres. Ela comprometeu-se a dar vinte e cinco
por cento de todos os lucros de seu restaurante para a escola. Ao fim de cinco
anos, ela havia contribuído com mais de duzentos mil dólares.
Caridade estava sempre ajudando pessoas que estavam trabalhando diligen
temente mas que tinham dificuldades para pagar suas contas. Além de ajuda
financeira, ela estava sempre pronta a compartilhar os princípios de sabedoria
e sucesso de Jalyn. Ela dizia constantemente às pessoas a quem ajudava que
jamais teria conseguido o que conseguiu se não fosse por Jalvn.
Embora o restaurante de Caridade fosse um sucesso, ela nunca foi incluída
no círculo social que frequentava a casa de Egoísta. Nem lhe pediram para
exercer nenhum cargo de liderança da comunidade. Ela era vista como alguém
muito radical na sua fidelidade a Jalyn, aliado ao fato de ser mulher. O fato de
ser excluída dos endelitas influentes não deteve nem desanimou Caridade. Ela
estava concentrada em alcançar os desafortunados. Ela adorava as reuniões
semanais da escola e estava sempre oferecendo ajuda, quer através de doações
ou servindo em várias atividades. Caridade era uma jovem realizada.
44
O Reino de a f f a b e l - a v i d a em e n d e l
45
MOVIDO PELA ETERNIDADE
desde as menores plantas até o próprio ar parecia estar mais do que vivo —ti
nha a capacidade de dar vida. Nessa terra milagrosa, cada elemento era cheio
até transbordar.
Os jovens cidadãos não podiam evitar estenderem as mãos para tocar em
tudo o que estivesse ao seu alcance ao passarem pela entrada da grande cida
de. Eles ansiavam por poderem correr livres e explorar o lugar, mas, de algum
modo, sabiam que isto não lhes seria permitido naquele momento. Foram
levados diretamente para uma grande ante-sala de um imenso auditório. Ali
os homens e as mulheres foram separados; foi-lhes permitido se refrescarem,
com banhos aromáticos ou chuveiros e receberam túnicas para se prepararem
para sua audiência com o rei. Eles estavam felizes demais em se livrarem das
roupas poeirentas de Endel. Suas velhas vestes pareciam desajeitadas e estra
nhamente fora de contexto naquela cidade radiante.
Um desejo profundo de habitar nesta cidade entrelaçou-se em meio às fi
bras de cada endelita. Eles tinham a estranha sensação de volta ao lar. Depois
de se banharem e se vestirem, eles se reuniram novamente para uma refeição.
Este banquete matinal estava preparado em um pátio magnífico, onde lhes foi
permitido comer e terem comunhão por algum tempo.
A superestrutura até onde haviam sido escoltados era tão vasta que parecia
ter uma capacidade ilimitada. Sem dúvida as paredes de mármore podiam
abrigar pelo menos cem mil pessoas. Depois de comer, o grupo foi separado
novamente, desta vez por ordem de nome. Caridade, Egoísta, e aproxima
damente quinhentas outras pessoas foram levadas até um salão adjacente à
direita. Enfraquecida, Enganado e Independente foram levados com os res
tantes mil e quinhentos para outro auditório à esquerda. Ao entrarem nos sa
lões, eles observaram que cada um tinha um nome sobre o limiar de entrada.
O nome era estranho e estava em uma língua desconhecida para os jovens
endelitas. O nome de um auditório era “Salão da Vida”; e, o do outro, “Salão
da Justiça”.
Ao atravessar o limiar, Independente sentiu-se estranhamente perturbado,
quase aterrorizado. Suas lembranças voltaram ao tempo de escola, e tentou
consolar-se com o que havia ouvido falar brevemente a respeito de Jalyn.
Tudo parecia tão confuso agora. Ele começou a lamentar o fato de haver
perdido tantas aulas. Obviamente ele estivera errado porque tanto a cidade
quanto o rei existiam. Ele tentou bloquear o medo crescente que sentia e con
centrar-se no que se lembrava a respeito do amor e da natureza misericordio
sa de Jalyn. Naquele instante ele não queria pensar na justiça e santidade de
46
O Reino de Af f ab e l -A V i d a em En d e l
Jalyn, muito embora agora fossem eles que lutassem para obter a sua atenção.
Ele tentou acalmar-se lembrando-se de como havia sido um bom cidadão e
apoiado os serviços voluntários da comunidade.
Respirando fundo, Independente começou a olhar em volta para se dar
conta de quem estava em sua companhia. Ele não podia deixar de perceber
que estava entre os piores de Endel. Ele reconhecia ladrões, trapaceiros e
alcoólatras. Ali havia tanto aqueles que raramente trabalhavam, quanto aque
les que trabalhavam unicamente em benefício próprio. Seu medo aumentou,
e quando o pânico ameaçava dominá-lo, ele viu Enfraquecida. Ele fechou
os olhos e soltou um gemido de alívio. Ele lembrou-se dela imediatamente
como uma das seguidoras mais entusiásticas e sinceras de Jalyn de sua tur
ma. Ele achava inclusive ter ouvido falar que ela havia trabalhado na escola!
Se ela estivesse naquele salão com ele, provavelmente as coisas acabariam
beneficiando-o.
Quando ele se virou na direção dela, deparou-se com Enganado. Outro
bom sinal! Embora ele tivesse perdido Enfraquecida de vista, Independente
sabia que Enganado era um crente fiel. Eles até costumavam discutir a res
peito de Jalyn. Seu humor mudou totalmente ao abraçar seu velho amigo. A
atitude de Enganado era animada e positiva. Eles começaram a conversar e
todo o medo se acalmou. A misericórdia de Jalyn deve ter sido ainda maior
do que eles imaginaram. Veja com que liberalidade ele perdoou aqueles que
Independente jamais poderia imaginar que conseguiriam. Como isto poderia
ser outra coisa que não a verdade? E aquele não era o grande professor Vida
Dupla, ali na mesma sala, apenas há poucos metros deles? Agora ele estava
certo de que tudo sairia bem.
Entretanto, ele estava levemente perturbado pela ausência de Caridade e
de Egoísta. Outra coisa que ele achou difícil ignorar eram as pessoas que
choravam e soluçavam pelos corredores da sala. Talvez eles estivessem sim
plesmente impactados com a bondade de Jalyn.
O outro salão também estava cheio de emoções. Amigos que haviam per
dido o contato após a formatura estavam entusiasmados por estarem reuni
dos novamente. Havia um entusiasmo predominante que logo dominou cada
conversa: Em breve eles veriam Jalyn! Havia chegado a hora de entrarem
no seu verdadeiro propósito e no destino que lhes fora prometido. Estavam
todos ‘elétricos’ com a magnificência da cidade. Eles sempre souberam que
seria um lugar melhor do que Endel, mas a sua impressão inicial excedera a
47
MOVIDO PELA ETERNIDADE
sua capacidade de compreensão. Aquilo era mais do que suas mentes podiam
processar.
Seria realmente verdade que eles passariam o resto de suas vidas em um lu
gar tão glorioso? Para ter uma honra como essa qualquer um deles se disporia
de bom grado a limpar o chão! Todos os que esperavam neste salão sabiam
que haviam seguido Jalyn, mas ainda se perguntavam de que forma poderiam
ter se oposto aos seus justos juízos. A medida que o tempo passava, uma ati
tude solene tomou conta da sala. Eles haviam sido fiéis? O tempo logo diria.
Sim, o entusiasmo se entrelaçava com uma certa dose de medo enquanto
estes humildes servos aguardavam para ver o seu rei.
A INTIMAÇÃO
Os primeiros a serem julgados foram os que estavam esperando no Hall da
Vida. No entanto, voltaremos a estes mais tarde. Por ora a nossa estória nos
levará para aqueles que estão no Salão da Justiça.
Era meio-dia. Os habitantes do Salão da Justiça foram restaurados a um
nível de conforto e confiança de que tudo sairia bem para eles. Qualquer coi
sa que parecesse confusa ou em desarmonia eles atribuíam à misericórdia de
Jalyn ou ao mistério de seus caminhos. Este raciocínio os confortava.
O primeiro dos mil e quinhentos endelitas a ser chamado foi Independente.
Quatro Guardas Reais vieram para escoltá-lo até o Grande Salão de Julga
mento. Tentando aliviar o ambiente solene, ele sorriu e piscou para um dos
guardas que por acaso fez contato visual com ele ao saírem da sala. Ele ficou
surpreso ao não obter resposta. Ao ouvir a porta do salão fechar-se atrás de
si, descobriu que as dúvidas voltavam. Seu coração batia como um tambor
contra seu peito. Estava tão alto que ele imaginou que os soldados podiam
ouvi-lo, mas se pudessem, não o demonstravam. Ele desejou que Enganado
tivesse vindo com ele. Logo ele se apresentaria diante do Juiz e preferia não
estar só. Independente estava perdendo a confiança bem depressa.
Antes de entrarem no Grande Salão, um dos guardas fez um resumo do
protocolo a ser seguido. Independente concordou, embora temesse não se
lembrar do que havia sido dito. Ele podia ouvir seu pulso agora dentro de
seus ouvidos, ameaçando prejudicar sua audição. O guarda meneou a cabeça
reconhecendo que Independente havia entendido o procedimento, e as gran
des portas do salão foram completamente abertas.
48
O REINO DE AFFABEL-A VIDA EM ENDEL
Ao dar os primeiros passos dentro do enorme salão, ele percebeu que seu
corpo estava tremendo. Gotas de suor se reuniam em sua testa geralmente
fria. Ele estava completamente desorientado porque o que viu deixou-o fora
de si!
49
C a pítu lo 3
O REINO DE AFFABEL-
O DIA DO JÚlZO I
Jesus usava sempre estas ilustrações quando falava ao povo, pois os profetas disseram que
Ele usaria muitas. Ele nunca falava sem contarpelo menos uma ilustração. Tinha sido
profetizado: ‘Eu falarei p or meio de ilustrações; explicarei mistérios escondidos desde o
princípio dos tempos”.
Mateus 13:34-35, ABV
mesmos, o que fazia com que ela fosse reconhecida, mas de algum modo
ela agora era mais bonita do que qualquer pessoa que ele havia conhecido
em Endel. Na verdade, todos a quem ele olhava, até o menos favorecido em
beleza, era muito mais atraente do que qualquer pessoa que ele havia visto.
Após recuperar-se deste choque inicial, ele percebeu que todos que aguar
davam estavam concentrados em uma área bem à frente dele. Era diferente
de qualquer coisa que ele já havia visto. Era um trono. Alas esta descrição não
fazia justiça a ele, pois era realmente um trono extremamente glorioso. Seus
olhos caíram sobre aquele que estava sentado sobre ele, e em um instante
ele percebeu a fonte de toda a majestade da cidade. Toda ela vinha dele. Este
deve ser Jalyn, pensou Independente. De repente, ele acreditava profundamente
naquele a quem havia negado tão enfaticamente.
As feições de Jalyn eram belas porém severas, pelo menos naquele momen
to —maravilhosas mas assustadoras seria uma descrição mais precisa. Toda a
sua aparência era fascinante, porém, a cada passo que Independente dava em
direção a ele, o terror crescia firmemente em seu coração. Qualquer vestígio
de confiança que ele pudesse ter tido agora desaparecera completamente. O
que seria dele? Independente tentava manter a compostura repetindo para si
mesmo que estava se aproximando de um líder misericordioso. Ele estava em
conflito porque estava começando a duvidar de que receberia uma sentença
favorável.
Enquanto ele continuava a se aproximar, foi-lhe ordenado que permaneces
se em uma plataforma estreita na metade do caminho para cima. Elevando-se
acima dele, em seu trono, estava Jalyn. Ele era a essência de alguém que é
resoluto em seus propósitos e dirigiu-se à assembléia:
52
O REINO DE AFFABEL-O DIA DO JUÍZO I
Jalyn não respondeu imediatamente à sua pergunta, mas em vez disso, lan
çou um olhar sobre uma cidadã de Affabel que parecia ser uma sub-gover-
nante de Jalyn, pois sentava-se em um trono semelhante, porém menor. A
mulher disse: “Os seus professores não lhe disseram que ‘Jalyn salvou vocês
por seu favor especial quando vocês creram. E vocês não podem receber
o crédito por isso; é um dom de Jalyn'’? A salvação não é uma recompensa
pelas boas coisas que fizemos, para que nenhum de nós possamos nos gabar
disto” '.
Jalyn continuou dizendo: “Há muito tempo, paguei o preço pelas leis que
foram e que seriam quebradas pelos cidadãos. Era impossível qualquer pessoa
deixar de pecar contra mim ou redimir-se a si mesma por suas traições, mas
porque eu amei a todos, eu paguei pessoalmente o preço. Então, a minha
salvação é um dom que não pode ser conquistado; você não poderia ter feito
boas ações suficientes para merecer a cidadania em Affabel. Ela vem quando
alguém crê em mim. Mas você rejeitou o que eu fiz para salvar a sua vida”.
Atônito, Independente ficou em silêncio por alguns instantes, e depois res
pondeu com seriedade: “Entendo”.
Ele sentiu-se como se estivesse a ponto de afogar-se em um mar de deses
perança. Buscando algo em que pudesse se agarrar, ele questionou: “Então,
tudo o que fiz foi por nada?”
Jalyn respondeu: “Mais uma vez está escrito: ‘Porque os mortos não sabem
coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, nem são lembrados.
O que quer que tenham feito durante sua vida —amar, odiar, invejar —há mui
to já ficou para trás. Eles não têm coisa alguma”’ . E novamente: “Porque o
maligno não terá bom futuro; e a lâmpada dos perversos se apagará” K.
Independente foi pego de surpresa pelas palavras de Jalyn e permaneceu
mudo. Ele lamentou todas as aulas que deixou de frequentar. Talvez se ele
tivesse comparecido, ele poderia ter ouvido a verdade e não ter cometido esse
erro fatal com sua vida.
Nos momentos de silêncio que se seguiram, outro pensamento lhe veio à
mente. Foi o pensamento com o qual ele havia se consolado o dia inteiro; ele
reuniu sua coragem novamente: “Sim, o que disseste é verdade, mas, Jalyn, tu
és um rei misericordioso! Como podes me mandar embora se isto é verdade?”
Jalyn respondeu: “Sou um rei misericordioso, e é exatamente por isto que
o estou mandando embora. Por ter escolhido gastar o seu tempo em Endel
da forma que você escolheu, você escolheu permanentemente a sua natureza,
que é a de Dagon, o senhor das trevas. Como eu poderia ser misericordioso,
53
movido pela Et e r n i d a d e
Independente olhou para as palavras; a raiva cresceu dentro dele. Ele agora
estava sob a total influência de sua natureza. Qualquer bem que houvesse em
seu caráter antes agora havia sido inteiramente engolido pela própria fibra
moral que ele escolhera. Seu comportamento deteriorou-se rapidamente para
o de um cachorro louco. Sem a influência do rei, ele foi inteiramente entregue
a uma mentalidade condenável.
54
O Reino de A f f ab e l - o di a do juízo I
55
Mo v i d o pela Et e r n i d a d e
56
O Reino de a f f a b e l - O D ia do juízo I
57
Movido pela Et e r n i d a d e
58
O REINO DE AF FAB EL-O DlA DO JUÍZO I
estive calado, e por isso você pensou que eu não me importava; mas agora,
chegou a hora do seu julgamento. Eu lhe mostrarei todos os seus pecados” 16.
Enganado estava mudo. Sua mente se revolvia, mas ele não rinha mais nada
para dizer em sua defesa.
Alguns instantes se passaram. “Então ordenou o rei aos serventes: ‘Amar
rai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger
de dentes’” '.
Quando o Chefe da Guarda se aproximou, Enganado lançou palavras obs
cenas contra Jalyn, contra os guardas, e contra os próprios cidadãos de Affa-
bel. Enfurecido, ele se contorcia violentamente. Qualquer bem que houvesse
dentro dele foi engolido pela revelação de sua verdadeira natureza.
Ele teve suas mãos e pés atados e foi levado para fora do auditório, amal
diçoando a todos durante o trajeto. Assim como Independente, ele foi preso
até que o julgamento de todos terminasse.
Quando Enganado deixou o auditório, Jalyn dirigiu-se à reunião de teste
munhas: “Há daqueles que são puros aos próprios olhos, e que jamais foram
lavados da sua imundícia” 1S.
59
movido pela Et e r n i d a d e
60
O R eino de Af f a b e l - O D ia do Juízo I
Enfraquecida ficou atônita. O choque que teve foi ainda maior do que o de
qualquer dos outros antes dela. Isto não podia estar acontecendo! Ela estava
aprisionada em um sonho mau; não, em um pesadelo, e precisa acordar, de
algum modo! Talvez ela tivesse entendido mal.
Incrédula, ela perguntou: “Jalyn, você disse que eu vou ser levada à temível
terra de Lone?”
“Sim, Enfraquecida, você ouviu corretamente”, disse o rei.
“Como pode ser isto, Senhor Jalyn? Eu creio em você. Isto foi demonstra
do claramente na exibição da minha vida. Eu tive uma vida boa como base
para as minhas convicções. Sei que o meu coração se endureceu e que o amor
dentro de mim morreu, mas isto não foi culpa minha. Foi culpa de Difama
ção e de Vida Dupla. Eles fizeram com que eu esfriasse”.
Jalyn respondeu: “Você se esqueceu das minhas advertências através dos
seus professores? “A maldade vai se espalhar tanto, que o amor de muitos se
esfriará, mas quem ficar firme até o fim será salvo” IJ. Você não ficou firme
até o fim.
Enfraquecida continuou: “Mas Senhor Jalyn, sou uma pessoa justa porque
creio em você. Posso ter perdido o meu testemunho, mas sempre acreditei
que quando uma pessoa é salva, ela seria sempre salva e jamais poderia perder
sua salvação. Até alguns professores afirmavam isto. De acordo com eles,
ninguém poderia me arrebatar da sua mão”.
Jalyn respondeu: “Sim, isto é verdade. Ninguém pode arrebatar você da mi
nha mão, mas eu nunca disse que você não poderia se afastar. Somente você
tem este poder. Pois você não leu nas Sagradas Escrituras: “Portanto, aqueles
que chegaram a conhecer o nosso senhor e salvador Jalyn, e que escaparam
das imoralidades do mundo, mas depois foram agarrados e dominados por
elas, ficam no fim em pior situação do que no começo. Pois teria sido muito
melhor que eles nunca tivessem conhecido o caminho certo do que, depois
de o conhecerem, voltarem atrás e se afastarem do mandamento sagrado
que receberam” 2". Se Eu afirmei que teria sido melhor para eles nunca terem
conhecido o caminho da justiça porque eles estão pior agora do que antes
de serem salvos, como você poderia acreditar que fosse impossível perder a
salvação? Se ela nunca pudesse ser perdida, então como eles poderiam estar
pior do que antes?”
“Por que você deu ouvidos a professores que ensinavam coisas contrárias
ao que a minha palavra declarava? Registrei isto cuidadosamente para que
todos pudessem conhecer o caminho da justiça. Por que você se permitiu ser
61
movido pela Et e r n i d a d e
62
O REINO DE AFFABEL-O DIA DO JUÍZO I
63
Mo v i d o pela Et e r n i d a d e
64
O REINO DE AFFABEL-O DIA DO JUÍZO I
Ele teve as mãos e os pés atados e foi levado para fora pela porta lateral
do auditório, amaldiçoando ao longo de todo o caminho. Juntou-se às outras
mil e quinhentas pessoas que foram imediatamente transportadas à terra de
Lone.
Assim que Vida Dupla deixou o auditório, o Chefe dos Escribas fechou o
seu livro e gritou: ‘“Tu és justo nos teus julgamentos... Eles estão recebendo
o que merecem!’ Aí ouvi uma voz que vinha do altar. A voz dizia... ‘Os teus
julgamentos são, de fato, verdadeiros e justos!’” ”
65
movido pela Et e r n i d a d e
CONSIDERAÇÕES
Aqueles quatro lamentaram pelo resto de suas existências a escolha que fize
ram de não dar ouvidos à verdade. A sós, eles continuamente refletiram sobre
a insensatez de não ouvirem atentamente as palavras de Jalyn, que lhes havia
estado acessível na terra de Endel. Eles teriam feito qualquer coisa para terem
a chance de voltar e mudar o seu destino. Ah, como eles desejariam não ter
dado ouvidos à maioria ou à opinião popular daquela época. Eles desdenha
riam suas próprias ideias tolas e abraçariam os antigos escritos, que nunca
variavam nem podiam ser quebrados.
Eles seriam atormentados pelas imagens daquele reino extremamente no
tável. Em sua angústia contínua, eles ainda podiam ver a beleza da cidade,
muito embora tivessem experimentado aquela visão somente por alguns ins
tantes. Isso aumentava o seu tormento por causa do contraste. O calor abra
66
O REINO DE AFFABEL- 0 DlA DO JUÍZO I
67
C a pítu lo 4
O ETERNO LAR
DOS MORTOS
HI
•
os próximos quatro capítulos, sairemos da alegoria e nos con-
centraremos nas verdades específicas reveladas pelo julgamento
de Independente, Enganado, Enfraquecida e Vida Dupla. Então concluire
mos a alegoria discutindo a respeito de Egoísta e Caridade, e, até o final do
livro, nos concentraremos nas verdades reveladas por suas vidas. A melhor
parte deste livro se concentrará nas recompensas eternas daqueles que se
guem a Jesus Cristo.
A VERDADE FUNDAMENTAL
Em nossa alegoria, Jalyn representa Jesus Cristo e o Rei Pai é o Deus Pai Todo
Poderoso. Dagon é Satanás; a vida em Endel representa a vida de um ser
humano nesta terra; e Affabel reflete a cidade celestial de Deus. A terra aban
donada de Lone representa o Lago de Fogo, onde cada indivíduo sem a graça
salvadora de Jesus Cristo passará a eternidade. Os indivíduos abordados no
O Et e r n o La r dos m ortos
Como você pode ver, deixei as outras cinco doutrinas fundamentais, algu
mas das quais são o arrependimento de obras mortas e a fé em Deus, para
enfatizar que o juízo e a punição eternos são ensinos elementares de Cristo.
Um dicionário define elementar como “constituindo a parte básica, essen
cial ou fundamental”1. E a parte essencial que precisamos ter desde o princípio
para construirmos sobre ela; é um fundamento. Para entender isto, considere
o nosso sistema educacional. No ensino básico, recebemos as ferramentas bá
sicas a serem utilizadas para a posterior edificação da nossa educação, como a
leitura, a escrita e a aritmética. Se esta base faltar, jamais teremos a capacidade
de desenvolver uma educação adequada em nossa vida. O mesmo acontece
com os crentes; se não tivermos os juízos eternos entendidos com clareza
na nossa mente, não seremos capaz.es de construir uma vida adequada em
Cristo. Seria como se tentássemos avançar em nossa educação sem saber ler.
Porém, descobri, depois de vinte anos viajando, que muitos —e incluo entre
eles dedicados servidores de Jesus Cristo —não estão cientes a respeito dessas
questões. Observe que o escritor afirma: “Todas essas são questões sobre as
quais vocês já deveriam estar plenamente inteirados há muito, muito tempo”.
Ele não disse que devemos estar informados sobre estas questões, mas estar
mos plenamente ou inteiramente cientes. As palavras “há muito, muito tempo”
apenas enfatizam que essas questões são os fundamentos da nossa fé básica,
como a capacidade de ler e escrever é na nossa educação.
69
movido pela Et e r n i d a d e
Entrem pela porta estreita porque a porta larga e o caminho fácil levam
para o inferno, e há muitas pessoas que andam por esse caminho. A
porta estreita e o caminho difícil levam para a vida, e poucas pessoas
encontram esse caminho.
MATEUS 7:13-14, NTLH
Deitado na cama, refleti sobre alguns anos atrás quando fui convidado para
pregar o evangelho em uma prisão de segurança máxima para homens na
África do Sul. Lembro-me de ter entrado naquele lugar terrível; os odores, as
condições de vida revoltantes, celas que detinham de vinte a trinta homens
com camas separadas por apenas alguns centímetros, preservativos pendu
rados nas janelas, foram apenas alguns dos horrores que pude ver. Eu havia
estado em diversas prisões ao ministrar na América, mas nunca havia visto
70
O Et e r n o La r dos Mortos
71
Mo v i d o pela Et e r n i d a d e
com relação ao anticristo e ao seu falso profeta: “Os dois foram lançados vi
vos dentro do lago do fogo que arde com enxofre” (Apocalipse 19:20, AMP).
Eles não morreram e somente suas almas foram lançadas naquele lugar; em
vez disso, seus corpos físicos e suas almas foram lançados no Lago de Fogo.
Ele sofria muito no mundo dos mortos. Quando olhou, viu lá longe
Abraão e Lázaro ao lado dele. Então gritou: “Pai Abraão, tenha pena
de mim! Mande que Lázaro molhe o dedo na água e venha refrescar a
minha língua porque estou sofrendo muito neste fogo!”
LUCAS 16:23-24, NTLH
Observe que o homem rico estava sofrendo muito. Outras traduções usam
as palavras agonia, angústia e tormento. Em outras palavras, o sofrimento era
muito grande. O inferno é um lugar de sofrimento consciente. Observe tam
bém que ele reconheceu Abraão, assim como Lázaro, e eles também puderam
reconhecer o homem rico. As pessoas são seres humanos perfeitos no infer
no; elas ainda têm as suas capacidades de raciocínio, suas emoções, sua von
tade, suas características físicas, assim como os seus sentidos. Aquele homem
podia ver, ouvir e sentir dor. Eles também têm um certo tipo de carne; você
pode ver o desejo intenso do homem rico de esfriar apenas a sua língua. Jesus
disse que tanto o corpo quanto a alma são eternamente destruídos no infer
72
O Et e r n o La r dos m o r to s
Mas Abraão respondeu: “Meu filho, lembre que você recebeu na sua
vida todas as coisas boas, porém Lázaro só recebeu o que era mau. E
agora ele está feliz aqui, enquanto você está sofrendo...” O rico disse:
“Nesse caso, pai Abraão, peço que mande Lázaro até a casa do meu
pai porque eu tenho cinco irmãos. Deixe que ele vá e os avise para que
assim não venham para este lugar de sofrimento”.
LUCAS 16:25, 27-28, NTLH
73
Mo v id o pela Et e r n i d a d e
Por outro lado, depois de esclarecer isto, deixe-me agora enfatizar este fato:
Se as experiências complementarem ou ajudarem a enfatizar a Palavra de Deus, elas são
tremendas, e atê necessárias. Os testemunhos têm um papel enorme na transmis
são do Evangelho, mas é a Palavra de Deus recebida e crida que nos fará viver
para sempre.
75
movido pela Et e r n i d a d e
76
o eterno La r dos Mortos
77
Movido pela Et e r n i d a d e
Ela queria ir a uma igreja, mas lhe disseram que “Deus não existia”, e que
parasse com aquela bobagem.
Um dia, quando estava dançando uma dança folclórica com algumas amigas
na praça da aldeia durante um festival grego, uma voz falou com ela e disse:
“Efrosyni, busque a dança eterna, esta dança não tem valor”.
Ela ficou apavorada! Quem disse isso? Perguntou-se. Imediatamente, aban
donou a dança e disse ao resto das garotas que o que elas estavam fazendo
não era bom. Ninguém entendeu o que estava acontecendo. Entretanto, ela
deixou a praça apressadamente e correu para casa. Enquanto ela corria, um
fardo tremendo começou a vir sobre ela; como se fosse um peso muito gran
de em suas costas.
Ela correu para dentro de casa, foi direto para o seu quarto, caiu de joelhos,
e começou a chorar. Ela queria falar com aquela voz. Quem estava falando
com ela, o que eram aquelas palavras que lhe haviam sido ditas, o que Ele
estava tentando lhe dizer? Estas perguntas atormentaram sua mente, mas não
por muito tempo.
Pouco depois que seus joelhos tocaram o chão, sentiu algo como fogo en
trar no quarto, envolvendo-a. Ela caiu de costas e teve uma visão. Na visão,
viu um ser angelical vir até ela, vestido de branco. Ele a levantou e a trans
portou até um lugar onde a luz era fraca. Ele deixou-a ali. Quando ela tentou
focar sua visão, percebeu, para seu espanto total, que estava diante da cena
do Gólgota. O Senhor estava pendurado na cruz, com sangue escorrendo de
suas feridas. Ela viu a agonia em Seu rosto enquanto Ele passava por aquele
tormento.
Ao mesmo tempo, ela ouviu gritos vindos de longe. Virou-se para ver de
onde vinham, e viu um grande abismo entre a cruz e o lugar que ficava do
outro lado do abismo, onde grandes ondas de fogo eram expelidas da terra.
Era um oceano de fogo. Ela podia ouvir os gritos do que parecia ser uma
multidão de pessoas, e elas estavam amaldiçoando a Deus. Naquele momen
to, ela sentiu uma força empurrando sua cabeça para dentro de um abismo
cavernoso na terra, e a voz que ela havia ouvido antes lhe falou e disse: “Este
também é o seu lugar!”
Ela ficou aterrorizada! Começou a chorar e a implorar por misericórdia.
Caiu aos pés da cruz carregando nas costas aquele grande fardo que sentia
antes. Ela ficou ali chorando por bastante tempo. Quando a voz, cheia de
amor e compaixão, falou com ela novamente, disse: “Ele fez isto por você!
78
O Et e r n o La r dos Mortos
Ele morreu por você! Se você pedir perdão e aceitar o sacrifício Dele por
você, não terá de ir para lá [indicando o lago de fogo]”.
Com isto, ela chorava ainda mais, respondendo imediatamente ao que a voz
havia dito. Ela pediu perdão, e imediatamente o fardo que trazia foi erguido
e levado aos pés da cruz.
Ela olhou para cima e viu o Senhor Jesus de pé diante dela, vestido na Sua
forma glorificada. Ele tomou-a nos braços e levou-a até a mais bela colina
verdejante. Ela agora podia comunicar-se com Ele através da sua mente. Ela
fazia perguntas e Ele respondia. Era impressionante! Ela perguntou onde
estavam indo, e Ele disse: “Vamos encontrar o seu Pai Celestial!”
Quando eles se aproximaram do topo da montanha, ela pôde ver uma luz
que saía de um portão. Uma música e um canto lindo, angelical também
emanavam das flores e das árvores por toda parte. Eles chegaram ao topo
e entraram pelo portão. Era incrível. A beleza era indescritível! Eles foram
direto ao trono. Ela não viu a face de Deus, pois ela estava encoberta, mas viu
um enorme livro e uma mão que saía de entre as nuvens. A mão começou a
escrever. Ela debruçou-se para frente para ver o que estava sendo escrito, e,
para sua surpresa, viu o seu nome escrito no Livro da Vida! (Embora ela não
soubesse naquela época o que conhecemos sobre o “Livro da Vida”).
Quando o Pai Celestial escreveu o nome dela no Livro da Vida, Ele disse:
“Bem-vinda à família!” e lhe deu um beijo na testa. Naquele instante, ela viu
os anjos formarem círculos e começarem a dançar e a cantar e a se alegrarem
grandemente! Ela podia reconhecer o seu nome sendo cantado pelos anjos
enquanto eles dançavam. Ela se juntou a eles. Então, ela lembrou-se do que o
Senhor lhe havia dito, para “Buscar a dança eterna!” Só muito depois foi que
ela descobriu que o que os anjos estavam fazendo era uma grande celebração
em homenagem a ela porque sua vida havia sido salva.
Depois de algum tempo, o Senhor falou com ela e disse que era tempo dela
voltar para a terra, porque Ele tinha uma grande obra preparada para ela. Ela
teria de passar por provas de fogo por amor do Seu nome, mas Ele seria com
:1a, e quando tudo estivesse terminado ela voltaria para estar com Ele para
sempre. Com isto, ela encontrou-se de volta em seu quarto. Ela ficou muito
decepcionada por estar de volta à terra depois da viagem celestial impressio
nante que havia acabado de experimentar, mas não tinha escolha quanto a
isso.
79
Mo v i d o pela Et e r n i d a d e
UM TORMENTO INIMAGINÁVEL
A avó de Joy não viu o Hades, mas sim o Lago de Fogo, que também é cha
mado de “a segunda morte”. Seu destino mudou porque ela escolheu seguir
Jesus Cristo de todo coração. As Escrituras nos dizem:
Observe que é um lago que “queima com fogo e enxofre”. O enxofre é uma
substância não metálica que queima a grandes temperaturas e produz um
cheiro muito desagradável. Muitos que descreveram o inferno nos contaram
sobre o seu cheiro terrível; “insuportável” é a descrição utilizada. Na verdade,
aqueles que conheço que tiveram a experiência de visitar este lugar dos mor
tos, me disseram que é impossível descrever nas nossas palavras o tormento
e o horror causados aos sentidos.
80
o Et e r n o lar d os m o r t o s
Observe também o termo segunda morte. Jesus disse: “Quem tem ouvidos,
ouça o que o Espírito diz às igrejas [O que Ele está para dizer às igrejas, e não
aos incrédulos]; O vencedor de nenhum modo sofrerá o dano da segunda mor
t e (Apocalipse 2:11, inserção e ênfase do autor). Você pode achar estranho
Ele dizer isto às igrejas. No entanto, observe que no versículo acima vemos
que existem três categorias principais de pessoas que arderão no lago de fogo:
a primeira são as pessoas que deixaram de segui-lo; a segunda são os que
foram infiéis a Ele; e a terceira são os pecadores que nunca chegaram sequer
a andar com Ele. Os dois primeiros grupos descrevem aqueles que um dia
estiveram na igreja. Lembre-se dos três primeiros indivíduos que menciona
mos em nossa alegoria: Enfraquecida, Enganado e Independente. Dois deles
eram ativos na Escola de Endel, um tipo de igreja. Entraremos em maiores
detalhes a este respeito em breve.
A segunda morte é a angústia no Lago de Fogo pelo resto da eternidade. Refli
ta novamente sobre o primeiro capítulo, onde debatemos a respeito da eter
nidade —para todo o sempre, sem fim, sem alívio, sem saída! Alguns pensam
que isto um dia terminará, mas isso é inteiramente contrário ao que a Palavra
de Deus ensina, pois ela declara: “E serão atormentados de dia e de noite,
pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 20:10).
Para demonstrar ainda que isto nunca termina, Jesus disse o seguinte sobre
todos aqueles que não obedecem à Sua Palavra: “E irão estes para o castigo eter
no, porém os justos, para a vida eterna” (Mateus 25:46). Em outras palavras,
o castigo nunca termina; ele é eterno! Jesus nos diz:
Como você pode ver aqui, Ele está falando sobre o Lago de Fogo, o Geena.
Agora veja o que Ele diz em uma outra versão:
Se um dos seus olhos faz com que você peque, arranque-o! Pois é me
lhor você entrar no Reino de Deus com um olho só do que ter os dois
e ser jogado no inferno. Ali “os vermes que devoram não morrem, e o
fogo nunca se apaga”.
MARCOS 9:47-48, NTLH
81
movido pela Et e r n i d a d e
Então o Rei dirá também aos que estiverem à Sua esquerda: “Apartai-
vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e
seus anjos”.
MATEUS 25:41
Ele foi criado para o diabo e para os seus anjos caídos, e não para a huma
nidade. Entretanto, o diabo está enganando e levando muitos com ele para a
punição eterna. E semelhante ao que vimos na alegoria; a influência de Da-
gon resultou em que muitos foram enganados, e a ira de Jalyn, que original
mente destina-se a Dagon, teve de ser administrada àqueles que sucumbiram
à influência dele. De outra forma, Jalyn não teria sido justo.
82
O Et e r n o La r dos Mo rt o s
fazê-lo em seu coração. Por este motivo, Deus se lamentou por toda uma
geração que não quis ouvi-lo, dizendo:
Quem dera que eles tivessem tal coração, que me temessem e guardas
sem em todo o tempo todos os meus mandamentos, para que bem lhes
fosse a eles e a seus filhos, para sempre!
DEUTERONÔMIO 5:29 (ênfase do autor)
Observe as palavras para sempre. Se tão somente eles fossem motivados por
aquilo que permanece, se fossem movidos pela eternidade! Observe que Ele
disse: “guardassem em todo o tempo todos os meus mandamentos”. Ele
não disse: “guardassem p or um período todos os meus mandamentos”. Nem
disse: “guardassem em todo o tempo alguns dos meus mandamentos”. Não, é
para guardar todos em todo o tempo! Somos ordenados a obedecer à Sua vontade
inteiramente, assim como continuamente.
Você pode pensar: Eu não guardei todos os seus mandamentos. Serei considerado
culpado no julgamento? Sim, está absolutamente certo. A lei de Deus identi
fica e prova que nenhum ser humano consegue cumprir com o alto padrão de
justiça de Deus e será considerado culpado no Julgamento. Ninguém jamais
poderá se apresentar diante de Deus e dizer: “Vivi uma vida digna do Seu
Reino e não mereço ser punido eternamente”.
O motivo desta deficiência está no começo, no jardim; o homem desobede
ceu a Deus intencionalmente, e, ao fazê-lo, assumiu a natureza pecaminosa.
Por seu ato de traição, ele se fez escravo de Satanás, preso ao seu domínio, e
não podia de forma alguma redimir ou salvar a si mesmo. Esta natureza caída
seria passada a todo descendente de Adão, ou seja, a toda a humanidade, pois
nascemos com a natureza de nossos pais.
Movido por puro amor, Deus fez a promessa de que embora o homem fos
se plenamente responsável pelo seu estado caído, o Senhor enviaria um Salva
dor para nos resgatar. Esse Salvador é Jesus Cristo. Foi previsto centenas de
anos antes do Seu nascimento que Ele nasceria de uma virgem (Isaías 7:14).
O Seu Pai é Deus e sua mãe foi uma virgem de nome Maria, uma descendente
do Rei Davi. Teria de ser assim, pois se ambos os pais fossem humanos, Jesus
estaria preso à natureza de Adão, seria um escravo do pecado, não poderia ter
vivido uma vida perfeita, e, portanto, não poderia nos redimir. No entanto,
83
movido pela Et e r n i d a d e
Ele teria de nascer de uma mulher, porque foi um homem que caiu, e teria de
ser um homem que iria pagar o preço pela traição. Então, Jesus era cem por
cento Deus e cem por cento homem.
Quando Jesus foi para a cruz, Ele levou todos os nossos pecados sobre Si, e
derramou o Seu sangue até à morte, pagando o preço pelo pecado. Entretan
to, por ter Ele vivido uma perfeita vida de justiça, o Pai o ressuscitou de entre
os mortos e o colocou assentado à Sua direita. O Rei Davi, que também foi
profeta e ancestral de jesus, previu e escreveu mais de mil anos antes o que
aconteceria após a crucificação de Jesus. Pedro cita esta passagem no dia de
Pentecostes, dizendo:
Sendo, pois, profeta [o Rei Davi] e sabendo que Deus lhe havia jurado
que um dos seus descendentes se assentaria no Seu trono, prevendo
isto, referiu-se à ressurreição de Cristo, que nem foi deixado na morte
[Hades], nem o seu corpo experimentou corrupção. A este Jesus Deus
ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas.
Atos 2:30-32
Jesus levantou dos mortos para nos libertar. Observe que Ele não foi deixa
do no Hades, o que automaticamente nos diz que Ele esteve lá. Quando Ele
esteve lá? Em algum momento entre a Cruz e a Ressurreição. Jesus provou a
morte, ou o inferno, por todos nós, para que nós não tivéssemos de receber
a nossa justa punição eterna. Agora, quando renunciamos à nossa vida ego
cêntrica, e nos entregamos inteiramente ao Seu senhorio, o que Ele fez por
nós, derramando o Seu sangue e provando a morte, torna-se o resgate para
nos comprar de volta, assim como a nossa justificação diante de Deus. Agora
fomos colocados na posição correta perante a Sua justiça e podemos nos
apresentar com confiança diante do Seu trono de Julgamento. Louvado seja
Deus para todo o sempre!
Por este motivo, nos é dito implicitamente: “Deus os salvou por Seu espe
cial favor, quando vocês creram. E vocês não podem receber o crédito por
isto; é um dom de Deus. A salvação não é uma recompensa pelas coisas boas
que fizemos, para que ninguém possa se gabar delas” (Efésios 2:8-9, NLT).
Se você nunca se arrependeu e se entregou completamente ao senhorio
de Jesus, então vá imediatamente até o Apêndice B no final do livro, onde
explico o plano de Deus para a sua salvação, e ore comigo para receber Jesus
Cristo como seu Senhor e Salvador pessoal.
84
O Et e r n o lar d o s mortos
Muitos crentes estão bem familiarizados com o que escrevi nestas últimas
páginas. Entretanto, descobri que muitos crentes não entendem plenamente
o que vou abordar nos próximos dois capítulos. Na verdade, muitos que pro
fessam ser cristãos ficarão chocados com as verdades simples reveladas nas
Escrituras que veremos nas próximas páginas. Também descobriremos nos
próximos capítulos porque a punição eterna é um conhecimento fundamen
tal que todo crente precisa ter para ter um crescimento saudável.
85
C a pítu lo 5
O JULGAMENTO DE
ENGANADO
Sabemos que oju/go de Deus é segundo a verdade.
R om anos 2:2
A I esus veio nos salvar de termos de pagar a penalidade eterna pelo pe-
^ ^ ^ J c a d o , que foi originalmente destinada a Satanás e seus anjos. A Sua
vida sendo dada por nós revela o tremendo amor de Deus.
Pense nisto: No princípio o Senhor criou a humanidade juntamente com
os animais, os pássaros, os insetos, as criaturas marinhas, e todo o restante da
terra, inclusive a sua atmosfera perfeita. Lemos: “Viu Deus tudo quanto fize
ra, e eis que era muito bom” (Gn 1:31). Então, Ele colocou uma criação per
feita nas mãos do homem, a fim de que ele a guardasse e mantivesse. Como
declara o Salmista, “Os céus pertencem somente ao Senhor, mas a terra Ele
deu aos seres humanos” (Salmos 115:16, NTLH). Seria responsabilidade de
Adão proteger não apenas a si mesmo, mas toda a criação do arquiinimigo de
Deus, Lúcifer.
Deus não queria ter robôs no jardim, que não pudessem escolher livremen
te amá-lo e obedecer-lhe, e assim, entre uma infinidade de árvores, uma foi
colocada no centro do jardim com a seguinte ordem: “Você pode comer as
frutas de qualquer árvore do jardim, menos da árvore que dá o conhecimento
do bem e do mal. Não coma a fruta dessa árvore, pois, no dia em que você a
O Julgamento de En g a n a d o
comer, certamente morrerá” (Gn 2:16-17, NTLH). A morte de que Ele falava
não era a morte física, pois Adão não passou pela morte física senão muitos
anos depois (também em resultado de sua desobediência). Em vez disso, o
Senhor mostrou ao homem que ele seria cortado da vida de Deus e assumiria
a natureza de Lúcifer, que é a morte.
Depois de algum tempo, Lúcifer enganou Eva pervertendo o caráter de
Deus aos olhos dela. Ele conseguiu tirar o foco dela de todas as árvores à
disposição, para colocá-lo na árvore proibida. Uma vez que ela considerou a
arvore como sendo boa, benéfica e agradável, ela comeu, porque agora via o
Senhor como alguém que “tira” e não mais como o “Doador” que Ele é. Mas
a humanidade ainda não havia caído. Foi apenas quando o seu marido tomou
parte naquilo que a criação de Deus assumiu a natureza da morte. Por este
motivo, o pecado dele foi maior —ela foi enganada; ele não (ver 1 Timóteo
2:14).
Consequentemente, não somente Adão, mas toda a criação que havia sido
colocada sob a sua autoridade imediatamente assumiu a natureza da morte.
Antes da traição de Adão, os animais não devoravam e comiam carne, nem
morriam. Tornados, terremotos, furacões, fomes, doenças e pestes não exis
tiam. Tudo isto foi resultado do homem não guardar o que Deus confiou aos
seus cuidados. Agora, não somente a humanidade tinha a natureza da morte,
como também toda a criação. Lemos:
A natureza não foi amaldiçoada com a morte por sua escolha, mas pela
insubordinação do homem a Deus. Ele não protegeu o que foi confiado aos
seus cuidados. Adão submeteu não só a natureza, mas a si mesmo, sua esposa
e todas as gerações futuras ao que era originalmente a maldição de Lúcifer, a
separação de Deus. Que deslealdade, que traição! A essa altura Deus poderia
ter dito: “A humanidade, a quem amei, abençoei, e criei perfeita, escolheu a
Lúcifer em vez de a Mim; que todos eles vão para o Lago de Fogo e Nós (Pai,
Filho e Espírito Santo) começaremos tudo novamente; criaremos um novo
universo com seres que permaneçam leais e nos amem tanto quanto nós os
amamos”.
87
movido pela Et e r n i d a d e
Se o Senhor tivesse feito isto, Ele teria sido perfeitamente justo em Sua de
cisão. Mas por Seu imenso amor, Ele fez a promessa à humanidade de enviar
um Redentor que nos libertaria do cativeiro sob o qual nos colocamos. Esse
Redentor seria o Seu Filho, com quem Ele criou os céus e a terra. Então, em
outras palavras, Ele pagaria o preço terrível pelo nosso pecado e a natureza
da morte quando nada fez a não ser amar-nos desde o princípio. Este é um
amor impressionante.
Esta é a razão do Calvário. Fico impressionado quando cristãos ficam des
concertados diante de um incrédulo que diz: “Como um Deus amoroso pode
mandar pessoas que nunca ouviram o Evangelho para o inferno?” A minha
resposta simples é: “A culpa não é Dele, mas nossa”. Jesus pagou o preço ter
rível para libertar a humanidade e depois disse a nós, que já entendíamos, que
estas boas novas deveriam percorrer todo o mundo e que deveríamos dizer
a todos os que nunca ouviram falar disso que fomos redimidos da maldição
que trouxemos sobre nós mesmos e sobre toda a criação. Teremos de prestar
contas pela nossa geração; Deus fez a parte Dele!
vidas. Já não somos mais escravos do pecado. Pois quando morremos com
Cristo fomos libertos do poder do pecado” (Rm 6:4, 6-8, XLT). Agora pode
mos viver de acordo com a natureza de Cristo, não de acordo com a natureza
à qual estávamos presos devido à traição de Adão.
E total ignorância um cristão desdenhar uma pessoa que não recebeu Jesus
como seu Mestre pelo seu estilo de vida. O DNA espiritual dessa pessoa é
pecar, e é exatamente isto que ela faz. O que é estranho e completamente
antinatural é um “crente” que peca habitualmente ou intencionalmente. O
motivo pelo qual coloquei crente entre aspas é porque uma pessoa que pratica
o pecado pode declarar Jesus como seu Salvador e Senhor mas na verdade
Ele não o é; pois se realmente assim fosse, essa pessoa manifestaria a natureza
divina em sua vida. Jesus deixou isto bem claro dizendo:
querer parecer importante —não tem nada a ver com o Pai. Estas coisas
apenas o isolam Dele. O mundo e todo o seu eterno querer, querer e
querer está prestes a se acabar, mas aquele que faz o que Deus quer está
destinado à eternidade.
1JOÀO 2:15-17, MES
A “CONVERSÃO" TÍPICA
O Evangelho que pregamos tem sido deturpado colocando-se a ênfase en:
aceitar Jesus e fazer a oração de arrependimento. Nós o confessamos como
“Senhor”, e feito isto, estamos eternamente salvos. Mas não é isto que Jesus
ensina. Ele diz: “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no
Reino dos céus” (Mateus 7:21, NVT).
Se apenas ouvíssemos a Sua declaração sem filtrá-la através de anos de
pregação, ensino, escritos e canções desequilibradas sobre a graça de Deus.
veríamos que ela contradiz o nosso Evangelho moderno. As palavras Dele
não poderiam ser mais claras —nem todos que fizeram a oração de arrependi
mento, confessando-O como Senhor, irão para o céu. E se eles não vão para
o céu, existe apenas uma alternativa, que vimos no capítulo anterior.
Vamos ensaiar um culto típico de evangelismo. O pregador prega uma
mensagem do tipo “venha para Jesus e receba bênçãos”. Ele fala sobre comc
Jesus nos dará alegria, paz, prosperidade, felicidade, saúde, o céu, e daí por
diante. Não me entenda mal. E o desejo de Deus nos abençoar, mas Jesus
nunca usou a bênção para seduzir as pessoas a segui-lo. Então, após o discur-
90
O JULGAMENTO DE ENGANADO
91
movido pela Et e r n i d a d e
são perseguidos, eles vão para Jesus sabendo que estão perdendo suas vidas.
Hoje, nas sociedades ocidentais, vamos a Jesus para termos uma vida melhor
e o céu. Mas também precisamos perder nossas vidas.
Hoje, muitos evangélicos típicos na nossa sociedade vivem no engano, em
resultado do tipo de evangelho que pregamos. Os novos convertidos podem
ser energizados por sua fé recentemente encontrada, participar de atividades
cristãs, frequentar a igreja, e até se envolverem em evangelismo, porque tudo
é muito novo e empolgante. E como estar em um novo clube, tentar um es
porte novo, frequentar uma nova escola, ou trabalhar em um novo emprego.
E tudo muito novo, mas eles não fizeram o que Jesus mandou que todos os
verdadeiros seguidores fizessem, que é calcularem o custo de segui-lo e então
tomarem a decisão permanente de pagar o preço de terem suas vidas entre
gues ao Seu serviço (ver Lucas 14:27-33).
na dele. Com o Evangelho que é pregado hoje, não enfatizamos este aspecto
extremamente importante de seguir a Jesus; só informamos os benefícios.
Na essência, pregamos as promessas da ressurreição sem pregarmos o impacto e a
decisão da Cru-p
Isso poderia ser comparado ao jovem que vê um comercial de recrutamen
to militar na televisão. Ele observa um elegante marinheiro mais ou menos
da sua idade, vestido com um uniforme impecável no convés de um navio
notável, viajando por mar aberto, com um lindo céu cristalino, sorrindo com
seus companheiros. O comercial então mostra este marinheiro nos portos de
todo o mundo, e tudo isso de graça. O jovem imediatamente se apresenta ao
recrutador e se alista. Ele não lê as condições para o alistamento porque está
concentrado apenas nos benefícios. Ele está muito feliz; agora terá a opor
tunidade de ver o mundo, de se tornar parte de uma grande instituição, e de
fazer muitos amigos novos.
Entretanto, ele logo descobre no treinamento básico que não pode dormir
até às 9 horas como estava acostumado a fazer. Recebe ordens de cortar seu
cabelo longo do qual tanto gosta. Ele não pode frequentar muitas reuniões
sociais, porque não pode deixar a base, a não ser por dois dias por mês. E o
que é pior, ele está em um programa disciplinar que não concede tempo para
diversão. Enquanto isso, ele está limpando banheiros e refeitórios, e fazendo
flexões e outros exercícios de treinamento bastante difíceis. Ele perdeu aquele
tempo abundante de lazer que tinha e está desabando na cama todas as noites
de exaustão. Ele ainda está esperançoso, pois sabe que logo estará no navio.
Quando o treinamento básico termina, ele é indicado para um navio, mas a
intensidade de trabalho é a mesma, com a diferença de que agora é em mar
aberto. A guerra estoura, e agora ele se vê lutando em uma batalha para a qual
ele não se candidatou.
Ele se alistou porque aquela era uma vida que ele jamais poderia oferecer a
si mesmo, e era tudo grátis. Sim, era grátis, mas, na agência de recrutamento,
ele não atentou para os detalhes de que isto lhe custaria toda a sua liberdade.
Em vários aspectos, ele agora se sente ofendido. Sente-se enganado; aos seus
olhos, foi-lhe vendido um pacote que só lhe mostrava os benefícios, mas não
indicava o custo pessoal.
Temos pregado um evangelho que fala de uma salvação gratuita, o que é
absolutamente preciso, mas deixamos de dizer aos candidatos que isto lhes
custará a sua liberdade. Quando falo de liberdade, não falo da liberdade real,
mas da que pode ser discernida, pois todos aqueles que estão fora de Cristo
93
MOVIDO PELA ETERNIDADE
estão destinados ao pecado. Eles são escravos, embora possam crer plena
mente que são livres. Poderíamos comparar isto ao filme Matrix. Meu filho
mais velho alugou a versão editada deste filme uma noite, e mostrou-o à nos
sa família, e pude ver um paralelo impressionante.
Uma questão interessante é colocada em Matrix:. “Como você saberia a
diferença entre o mundo dos sonhos e o mundo real se você não despertasse
do sono?”1 Neste filme, a vida no século XX flui normalmente ou assim
parece. Mais tarde, no século XXI, o homem desenvolve a inteligência artifi
cial (mencionada simplesmente como As Máquinas). As Máquinas assumem
o controle na terra, e o homem revida. Na luta de poderes que se segue, o
mundo é dizimado e as Máquinas são vitoriosas. Essas máquinas descobrem
que podem sobreviver usando a eletricidade gerada pelo corpo humano, en
tão criam uma grande ilusão para enganar os humanos fazendo com que eles
as sirvam. O mundo “parece” ainda ser normal (século XX), mas na verdade
os corpos dos humanos são mantidos em câmaras em grandes “fazendas”, e
suas mentes são ligadas a um programa de computador mundial de realidade
virtual chamado Matrix. Então, na essência, a liberdade da vida deles não é
real; em vez disso, eles são escravos.
E nesse ponto que o filme abre com um grupo seleto de homens e mulhe
res que conseguiram ilegalmente abrir caminho para fora de Matrix, desco
brindo a sua verdadeira identidade. Eles formam uma colônia chamada de
Zion no mundo real (que de outro modo não tem vida). Alguns deles entram
novamente em Matrix para combater as Máquinas e libertar a humanidade. O
combate é intenso e a vida não é fácil; mas os combatentes estão mais inte
ressados na liberdade genuína e não em viver uma mentira de falsa liberdade.
Eles preferem ter liberdade com dificuldade do que a escravidão com um
conforto enganoso.
Aqui vemos o paralelo. Muitos incrédulos vêem os cristãos como escravos,
em cativeiro, perdendo suas liberdades, enquanto eles próprios são livres. Po
rém, a verdade é que os que estão fora de Cristo são os que estão presos, de
forma não muito diferente daqueles que vivem uma mentira nas “fazendas”
escravizadas por uma máquina. Eles são escravos do pecado.
94
O JULGAMENTO DE ENGANADO
uma vez; e passou anos na prisão. Ele se deparava com uma perseguição im
pressionante em todos os lugares para onde se voltava. Mas ele diz que nos
nossos dias será mais difícil ser cristão! Por quê? Ele diz a razão:
96
O Ju l g a m e n t o de En g a n a d o
LINHAS CRUZADAS
A dificuldade da qual falamos reside naquilo que definimos como linhas cru
zadas. Vamos dar uma olhada em uma pessoa egocêntrica, mas que confessa
ter tido a experiência do novo nascimento, fala a linguagem de um crente
verdadeiro, faz amizade com pessoas cristãs e até fica entusiasmada nas reu
niões dos crentes. Sua natureza, porém, não apresenta mudanças. De modo
inconsciente, essa pessoa é, em essência, uma impostora, e o problema está
no fato de que seu “autoengano” se espalha como uma doença. Há ainda
aquelas pessoas que baseiam suas vidas na “norma” em vigor na cultura cris
tã, e tal “norma” está fora de sintonia com o céu, fazendo com que seja difícil
tornar-se um verdadeiro cristão. Nos dias de Paulo, se você fosse um crente,
sua vida estava em perigo a todo instante. Não havia dúvidas a respeito dis
so - uma vez tendo se comprometido com Jesus, você colocava sua vida em
risco. Paulo prossegue:
Mas você sabe o que ensino, Timóteo, e como vivo, e qual é o meu
propósito nesta vida. Você conhece a minha fé e por quanto tempo
sofri. Você conhece o meu amor e a minha perseverança paciente. Você
sabe quanta perseguição e sofrimentos suportei. Você sabe tudo sobre
como fui perseguido na Antioquia, em Icônio e Listra - mas o Senhor
me livrou de tudo aquilo. Sim, e todos quantos querem viver uma vida
piedosa em Cristo Jesus sofrerão perseguição. Mas os homens perversos e
os impostores prosperarão. Eles seguirão enganando a outros, e eles mesmos
serão enganados.
2 Timóteo 3:10-13 (NLT; ênfase do autor)
Paulo deixou isto bem claro. Não apenas o que ele ensinava, mas o que
vivia e o seu propósito na vida (movido pela eternidade, o que veremos mais
adiante neste livro) provavam que Timóteo podia confiar nele. Não eram as
suas orações respondidas, seus dons sobrenaturais e milagres operados, ou a
sua excelente habilidade de ensinar a Palavra de Deus as características que
Paulo estava indicando. Era o seu estilo de vida, que era, e deve ser ainda hoje,
o fator determinante.
Ele prossegue dizendo que os “perversos e os impostores ’ prosperarão. Ora,
todos sabemos que devemos ficar longe de pessoas perversas; no entanto, são
os impostores —aqueles que assumem uma identidade externa que não está
97
Movid o pela Et e r n i d a d e
de acordo com a sua verdadeira natureza - os mais perigosos. São aqueles que
professam e têm forma de Cristianismo, porém não apresentam evidências
do poder transformador da graça. Observe que Paulo diz que eles não apenas
enganarão a outros, mas que eles mesmos serão enganados.
Isto descreve perfeitamente o personagem Enganado, de nossa alegoria.
Este jovem era ativo na Escola de Endel, declarava-se um seguidor devoto
e acreditava sinceramente que estava em posição favorável diante do rei. Ele
colocava mais ênfase em sua suposta lealdade do que em uma vida que re
velasse essa lealdade. Ele não apenas foi enganado, como enganou a outros.
Devido aos padrões que estabeleceu, muito acabaram se comprometendo,
desde as moças com quem se deitou até as muitas pessoas que influenciou
dentro do corpo estudantil com a sua mensagem.
Mensagem?, você pergunta. Mas ele não era professor. Ah, sim, quero dizer
mensagem mesmo, pois o modo como vivemos transmite muito mais do que
aquilo que falamos. Para os alunos de Endel que eram fiéis a Jalyn, era uma
batalha não serem influenciados pela personalidade forte e pelo estilo de vida
de Enganado. Os que não conseguiram permanecer firmes sucumbiram à sua
influência.
Esta é uma batalha sobre a qual não somente Paulo nos advertiu, como
também muitos escritores do Novo Testamento. Judas nos diz:
Pois alguns homens que não temem a Deus entraram no meio da nossa gente
sem serem notados. Eles torcem a mensagem a respeito da graça do nosso
Deus a fim de arranjar uma desculpa para a sua vida imoral. E também
rejeitam Jesus Cristo, o nosso único Mestre e Senhor. Há muito tempo
98
O JULGAMENTO DE ENGANADO
Tiago identifica uma grande lacuna em nosso ensino das escrituras. Tira
mos do contexto versículos do tipo: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo” (At
16:31). Se apenas crer na existência dele e que Ele é o Filho de Deus basta
para ser salvo, então Tiago mostra que os demônios serão salvos porque eles
creem. Isso é absurdo! Para enfatizar ainda mais seu ponto de vista, Tiago
declara que os demônios tremem. Em outras palavras, eles temem mais a
Deus do que alguns que dizem ter fé mas não demonstram uma atitude de
obediência correspondente a essa fé.
A evidência de que somos realmente salvos pela graça de Jesus Cristo é o
nosso estilo de vida. E por isso que o apóstolo João declara:
precisamos para viver de modo temente a Deus. Note ainda que esse estilo
de vida piedoso está de acordo com a Sua natureza divina. Assim, temos sido
redimidos da corrupção que entrou no mundo através de Adão, corrupção
esta que tem se multiplicado pelos desejos dos homens que são contrários a
Deus. Não deixe que ninguém, seja por palavras ou ações, venha dissuadi-lo
de viver segundo a natureza divina que foi transmitida ao seu ser. Paulo afir
ma claramente:
102
O Julgamento de e n g a n a d o
Por esta razão importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às ver
dades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos. Se, pois, se tornou fir
me a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobedi
ência recebeu justo castigo, como escaparemos nós, se negligenciarmos
tão grande salvação?
Hb 2:1-3 (ênfase do autor)
obediência? Vejo que a igreja primitiva fazia isso. Examinei alguns escritos
dos pais da igreja primitiva e descobri que eles ensinavam coisas que qua
se pareceriam estranhas aos nossos atuais discursos, mas eles não o faziam
contrariando as Escrituras. Os pais dos primeiros séculos acreditavam que as
obras exerciam um papel essencial na evidência da nossa salvação. Vamos dar
uma olhada em alguns exemplos.
O primeiro homem que pretendo citar é Policarpo (A.D. 69-156), bispo da
igreja de Esmirna e companheiro do apóstolo João. Ele foi preso em idade
muito avançada e queimado em um poste. Ele escreveu: “Muitos desejam
entrar nesta alegria (da salvação), sabendo que pela graça somos salvos, e
não por obras’”. Esta declaração seria bem aceita hoje em dia nos círculos
evangélicos, uma vez que enfatizamos o fato de que não somos salvos pelas
nossas boas obras. Xo entanto, ele também escreveu aos crentes: “Aquele que
o ressuscitou dentre os mortos nos ressuscitará —se fizermos a sua vontade,
andarmos nos seus mandamentos e amarmos aquilo que ele ama, guardando-
nos de toda injustiça” '.
Você não vai ouvir isso nos nossos púlpitos hoje em dia. Observe a palavra
“se”. Somos informados de que temos de fazer a vontade do Pai e andar nos
Seus mandamentos para sermos ressuscitados na ressurreição dos crentes.
Em breve você verá que isto é exatamente o que Jesus disse.
O próximo homem que quero citar é Clemente de Roma (A.D. 30-100),
companheiro dos apóstolos Paulo e Pedro e supervisor da igreja romana. Ele
escreveu: “Não somos justificados por nós mesmos, nem pela nossa própria
piedade ou obras. Mas pela fé pela qual o Deus Todo-Poderoso justificou a
todos os homens”4. Essa também seria uma afirmação amplamente aceita nos
círculos atuais do Cristianismo. Entretanto, ele também escreve aos crentes:
“E necessário que sejamos motivados à prática de boas obras. Pois Ele nos
adverte antecipadamente: ‘Eis que o Senhor Deus virá... e diante de si está a
sua recompensa... para retribuir a cada um conforme as suas obras’ (Rm 2:6-
10)” \
Seria esta verdade a razão pela qual Paulo, ao ser julgado, ressaltou a rele
vância das obras? “Pelo que, ó Rei Agripa, não fui desobediente à visão celes
tial, mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda
a região da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a
Deus,praticando obras dignas de arrependimento ’ (At 26:19-21; ênfase do autor).
Uma vez que Paulo enfatizou tal importância, parece lógico que seu compa
nheiro Clemente, de Roma, fizesse o mesmo.
104
O JULGAMENTO DE ENGANADO
Aquele que obtém a verdade e se distingue nas boas obras ganhará oprêmio da vida eter
na... Algumas pessoas entendem correta e adequadamente como Deus confere o poder ne
cessário (para ser salvo), mas por darem pouca importância às obras que levam à salvação,
elas deixam de fa ger a preparação necessária para atingirem o objeto da sua esperança.
Alguns de vocês podem estar pensando: Parece que esses sujeitos não leram o
Novo Testamento. Mas eles leram. Josh McDowell menciona em seu livro Evi-
dence thatDemands a Veredict (Evidência que Exige um Veredito)8, que Clemen
te de Alexandria tirou 2.400 de suas citações de apenas três livros do Novo
Testamento. O mesmo se deu com os outros autores. Devo dizer que muitos
livros que se encontram em nossas livrarias cristãs de hoje têm muito pouco
conteúdo bíblico em seu interior. Será que nos desviamos pelo fato de não
estarmos insistindo constantemente nos assuntos que são importantes?
105
movido pela Et e r n i d a d e
Quando aquele dia chegar, muitas pessoas vão me dizer: “Senhor, Se
nhor, pelo poder do seu nome anunciamos a mensagem de Deus e pelo
seu nome expulsamos demônios e fizemos muitos milagres!” Então eu
direi claramente a essas pessoas: “Eu nunca conheci vocês! Afastem-se
de mim, vocês que só fazem o mal!”
Mt 7:22-23 (NTLH)
No final dos anos 80, Deus me deu uma visão espiritual. Vi uma multidão
tão grande que não se podia ver o fim dela. Era um mar de seres huma
nos. Sei que não havia ateus naquele grupo, ninguém que reconhecesse ser
pecador, nenhum seguidor de outras religiões; mas todos confessavam ser
cristãos através do senhorio de Jesus. Aquela multidão havia chegado para o
Julgamento e estava na total expectativa para ouvir Jesus dizer: “Entrem na
alegria do seu Senhor: o Reino de Deus”. Em vez disso, ouviram as palavras:
“Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade!” (Mt 7:23).
Contemplei o choque e o terror total em seus rostos. Você pode imaginar
alguém que se sente seguro acerca de uma salvação que não possui? Voct
pode se imaginar sendo exilado para as chamas do inferno para sempre quan
do acreditava plenamente que estava indo em direção ao céu? E ter de lidar
para todo o sempre com a lembrança de que você, e possivelmente aqueles
que pregaram para você, encararam o seu destino eterno de forma tão levia
na? Será que há lugar para um ministério “politicamente correto” para com o
perdido e que deixa de lado as admoestações de Jesus? Você pode entender
106
O JULGAMENTO DE ENGANADO
por que devemos proclamar todo o conselho de Deus, e não apenas os pon
tos positivos ou os benefícios? Sim, nós amamos os benefícios, e devemos
proclamá-los e desfrutar deles, mas não à custa de negligenciarmos as adver
tências!
Lembro-me de ter declarado em uma conferência que o motivo que nos
leva a pregar essas partes mais amargas do Evangelho é porque “Não quero
ninguém no dia do Julgamento gritando comigo e dizendo ‘Por que você não
me falou a verdade?’, enquanto o sangue deles escorre das minhas mãos”.
Após o culto, um pastor se aproximou de mim imediatamente, muito zan
gado. Na verdade, ele estava irado e disse: “Como você ousa colocar essa
teologia do Antigo Testamento sobre nós, ministros?! Eu não terei sangue
escorrendo das minhas mãos por não pregar todo o Evangelho”. Era óbvio
que ele gostava dos aspectos positivos da Palavra de Deus, mas deixava de
lado aqueles que nos confrontam.
Então eu disse: “Senhor, veja o que Paulo disse aos líderes de Efeso”. Com
a minha Bíblia nas mãos, abri no livro de Atos e pedi que ele lesse: “Portanto,
eu vos protesto, no dia de hoje, que estou limpo do sangue de todos; porque
jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus” (At 20:26-27).
Ele olhou para mim chocado; seus olhos e sua boca estavam abertos. Ele
disse: “Todas as vezes em que li o Novo Testamento, nunca percebi isto”.
Então tivemos uma conversa amigável. Mencionei que, para apresentarmos
qualquer ser humano maduro em Cristo, devemos não apenas ensiná-lo, mas
também adverti-lo (ver Cl 1:28). Qual é a advertência? Que não se desvie da
verdade, que não vacile por causa da doutrina pregada por impostores que
seduzem não só a si mesmos, mas a muitos outros, para que abandonem a
piedade.
Paulo havia estado com o povo de Efeso por bastante tempo. Ele os amava
muitíssimo e sabia, pelo Espírito de Deus, que só voltaria a vê-los no céu.
Pense no cuidado com que você escolheria suas palavras sabendo que seriam
as últimas a serem ditas àqueles que eram como seus filhos. As palavras da
sua despedida foram:
107
Movido pela Et e r n i d a d e
108
C a pítu lo 6
A GRANDE QUEDA
110
A G rande Q ueda
Observe que Jó diz: “Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu
te vejo com os meus próprios olhos”. Há uma verdade poderosa nisto. As
Escrituras afirmam que somos transformados de glória em glória à medida
que o contemplamos (ver 2 Co 3:18), e não à medida que ouvimos falar dele. Ele
é a Palavra viva de Deus, e vê-lo é conhecê-lo, conhecer os Seus caminhos. É
isto que a verdade revelada faz com uma pessoa. Ouvimos a Palavra de Deus,
mas não ocorre nenhuma mudança até sermos iluminados. Quando o enten
111
movido pela Et e r n i d a d e
112
A G rande Q ueda
Quando aquele dia chegar, muitas pessoas vão me dizer: “Senhor, Se
nhor, pelo poder do seu nome anunciamos a mensagem de Deus e pelo
seu nome expulsamos demônios e fizemos muitos milagres. Então eu
direi claramente a essas pessoas: “Eu nunca conheci vocês! Afastem-se
de mim, vocês que só fazem o mal!”
Mt 7:22-23 (NTLH)
A NKJV declara: “Nunca vos conheci. Afastai-vos de mim, vocês que pra
ticam a iniquidade!” Esta versão é a interpretação mais próxima do original. A
palavra grega para iniquidade (anomia) significa agir contrariamente à lei (ou
à vontade) de Deus. Jesus também usa a palavra praticar antes da expressão
iniquidade, indicando que não se trata de pessoas que eventualmente trope
çam ou até mesmo de recém-convertidos em luta por sua emancipação que
odeiam quando desobedecem. Ao contrário, trata-se de gente que vive de
modo contrário ao que agrada a Deus, mas que não dá atenção a isso, justifi
cando seu comportamento ou simplesmente praticando e pronto. Aplica-se
aos iludidos, como Enganado, ou aos infiéis, como Vida Dupla. Esta multi
dão à qual Jesus se refere ouvirá sentenças que ressoarão em suas almas por
toda a eternidade nas regiões dos condenados. E extremamente importante
que não venhamos a negligenciar nem encarar de modo superficial esta ad
vertência do Mestre.
Vamos dar uma olhada mais de perto nas pessoas sobre as quais Jesus está
tilando na passagem acima. Uma parte dessas pessoas às quais será recusada
a entrada no Reino dos Céus será constituída por aqueles que expulsam de
mônios no nome de Jesus. Quem são elas? Seriam homens e mulheres que usam
ci nome de Jesus somente para expulsar demônios, sem ter nenhum outro
upo de aliança com o Senhor? Para descobrirmos a nossa resposta, precisa
mos consultar o livro de Atos.
113
Mo v i d o pela Et e r n i d a d e
salvação. Amar a Jesus significa entregar-lhe a vida. Você não vive mais para
si mesmo, mas para Ele.
Judas é um exemplo. Ele aliou-se a Jesus e parecia amar a Deus pelo grande
sacrifício que fez ao segui-lo. Judas deixou tudo para juntar-se à equipe minis
terial e colocar o pé na estrada com o Mestre. Permaneceu firme mesmo em
meio-ao calor da perseguição e, quando outros membros da equipe partiram
(Jo 6:66), ele não abandonou o barco. Ele expulsou demônios, curou enfer
mos e pregou o Evangelho (ver Lc 9:1).
Entretanto, as intenções de Judas não eram corretas desde o princípio. Ele
nunca se arrependeu das suas motivações egocêntricas. Seu caráter era reve
lado por declarações do tipo: “Quanto vocês me pagam para eu...?” (Mt 26:15;
NTLH). Ele mentiu e bajulou para obter vantagem (Mt 26:25), tirou dinheiro
do ministério de Jesus para uso pessoal (Jo 12:4-6), e a lista continua. Ele nun
ca conheceu ao Senhor infimamente, embora tenha passado três anos e meio
na Sua presença como discípulo. Por este motivo, Jesus disse dele: “Não vos
escolhi eu em número de doze? Contudo, um de vós é diabo. Referia-se ele a
Judas, filho de Simão Iscariotes” (Jo 6:70-71).
Há os que não são diferentes de Judas e fazem grandes sacrifícios pelo
ministério, inclusive expulsando demônios, curando enfermos, pregando o
Evangelho, confiando nele para a salvação, mas que nunca conheceram a
Jesus infimamente, pois tudo foi feito com a intenção do lucro pessoal, e não
por amor a Deus. Em nossa alegoria, isso descreve perfeitamente Vida Du
pla. Ele seguia a Jalyn porque adorava a influência e o poder que isso lhe dava.
Desde o princípio, sua motivação não havia sido o amor.
Para esses, está reservada a maior das condenações. Jesus disse a respeito
de Judas: “Melhor lhe fora não haver nascido!” (Mt 26:24). E diz aos líderes
religiosos que servem a Deus motivados pelo lucro e que tiram vantagem das
pessoas em nome do Senhor: “Por isso sofrereis juízo muito mais severo!”
Alt 23:14). Esses homens e mulheres, assim como Vida Dupla, se encontra
rão nos lugares mais tenebrosos e de maior tormento do inferno.
115
MOVIDO PELA ETERNIDADE
Jalyn, mas não conseguiu permanecer até o fim? As Escrituras trazem algo
parecido? Vamos iniciar com o profeta Ezequiel:
agora ele não é mais nascido de novo; ele só está vivendo em um estado de
pecado habitual e precisa retornar à obediência. No entanto, se persistir em
seu caminho de rebelião, Tiago deixa claro que o resultado final será a morte
da alma (uma alma perdida), caso não haja retorno para Deus (arrependimen
to). Encontramos a confirmação disso no livro de Provérbios: “O homem
que se desvia do caminho do entendimento, na congregação dos espíritos (dos
mortos) repousará” (Pv 21:16; AAIP; ênfase do autor).
Esta passagem de Provérbios confirma as palavras de Tiago, indicando que
a derradeira habitação do homem ou da mulher que se desviar dos caminhos
de Deus sem retornar à justiça será a congregação dos mortos, que é o Hades,
e finalmente o Lago de Fogo.
O LIVRO DA VI DA
O Livro da Vida é mencionado oito vezes no Novo Testamento. Paulo e João
nos mostram que todos os que passarão a eternidade com Jesus encontram-
se registrados nesse livro. Nossos nomes são escritos no momento em que
nascemos de novo. Lembre-se do testemunho de Efrosyni no capítulo 4.
Quando essa jovem grega entregou sua vida a Jesus, Deus Pai escreveu seu
nome no Livro da Vida e lhe disse em uma visão: “Bem-vinda à família!”
Paulo escreve a um companheiro crente: “E eu lhe peço, meu fiel companhei
ro, que auxilies estas mulheres, pois elas trabalharam diligentemente comigo
contando aos outros as Boas Novas. E elas trabalharam com Clemente e com
os meus demais colaboradores, cujos nomes estão escritos no Livro da Vida”
(Fp 4:3; NLT).
O contrário também é verdadeiro —todos os que não estão registrados no
Livro da Vida estão perdidos. Veja o que o livro de Apocalipse afirma: “E se
alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro
do lago de fogo” (Ap 20:15).
João nos fala enfaticamente que as únicas pessoas cuja entrada será per
mitida na cidade eterna de Deus são “somente os inscritos no Livro da Vida
do Cordeiro” (Ap 21:27). Os demais serão encontrados na congregação dos
mortos.
Em Apocalipse 3, Jesus fala a uma igreja —não a uma cidade, a um grupo de
pessoas perdidas ou a adoradores de falsos deuses. Ele fala aos que são ver
dadeiramente dele, e assegura: “O vencedor será assim vestido de vestiduras
117
Mo v i d o pela Et e r n i d a d e
brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida” (Ap 3:5;
ênfase do autor). A A.mplified Bible registra desse modo Suas palavras: “Não
retirarei nem apagarei o seu nome do Livro da Vida” (ênfase do autor). Você
observou a palavra apagai? A única maneira de ter o seu nome apagado do
Livro da Vida é considerar que ele esteve lá antes. Somente aqueles que verda
deiramente nasceram de novo por meio da fé em Jesus Cristo estão registra
dos no Livro da Vida. Os incrédulos e até os enganados, que nunca andaram
realmente com Jesus, nunca foram inscritos nesse livro, e assim seus nomes
não podem ser redrados dele. Ele está falando aos que “pertencem à família”.
118
A G rande Q ueda
119
Mo v id o pela Et e r n i d a d e
120
A G rande Q ueda
... se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último esta
do pior que o primeiro. Pois melhor lhes fora nunca tivessem conhecido
o caminho dajustiça do que, após conhecê-lo, volverem para trás, apartan
do-se do santo mandamento que lhes fora dado. Com eles aconteceu o
que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito;
e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal.
2 Pe 2:20-22 (ênfases do autor)
Pedro está se dirigindo aos cristãos que retornam aos caminhos do mundo,
mas observe quando acrescenta que eles são vencidos pelas contaminações. Ser
vencido significa que eles não voltaram; eles, na verdade, nunca se arrepen
deram de sua injustiça intencional. Pedro afirma que teria sido melhor que
nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que, tendo-o conhecido, se
desviarem do Senhor. Em outras palavras, Deus está dizendo que é melhor
nunca ter sido salvo do que receber o dom da vida eterna e depois se desviar
dele permanentemente. Isto se alinha estreitamente com o que Ezequiel dis
se: “Não me virão à memória todas as suas justiças ’.
Por que teria sido melhor que eles nunca tivessem conhecido o caminho da
justiça? Judas responde a esta pergunta. Como no caso de Pedro, Judas tam
bém está se dirigindo àqueles que se afastaram da salvação. Ele declara: “Ai
121
Mo v i d o pela Et e r n i d a d e
124
A G rande Q ueda
rei 375 toneladas de ouro. Na época em que este livro estava sendo escrito, o
p reço do ouro era de aproximadamente RS 900.00 a onça. Então, faça as con
tas. No mercado de hoje, dez mil talentos de ouro valeriam 10 bilhões! Isso é
quanto aquele servo devia ao rei! O ponto que Jesus quis enfatizar aqui é que
aquele servo devia um valor exorbitante que jamais poderia pagar.
O rei ordenou que ele e sua família fossem vendidos como pagamento pela
dívida. O homem caiu aos pés do rei e implorou por misericórdia, o que foi
concedido. Ele perdoou seu débito completamente. Quando algum mal é
feito, há uma dívida a ser paga. Você já ouviu alguém dizer: “Ele vai me pagar
por isto!”? O perdão é o cancelamento de uma dívida. Aquele homem agora
estava perdoado. Então você pode ver que, na alegoria, o rei representa Deus,
o Pai, e o homem perdoado daquela dívida impagável representa alguém que
recebeu o Seu perdão através de Jesus Cristo.
Entretanto, lemos: “Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus
conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo:
Paga-me o que me deves” (Mt 18:28).
Um denário é a remuneração comum referente a um dia de trabalho. Vamos
supor que seja igual a R§ 150,00 em moeda atual. O total aproximado seria de
R$ 15.000,00. Veja você que não era uma ofensa pequena.
Agora, continue a leitura. “Então o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe
implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei. Ele, entretanto, não quis; antes,
indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida” (Mt 18:29-30).
Um servo, seu companheiro, lhe deve RS 15.000,00, mas aquele homem, a
quem foi perdoada uma dívida de 10 bilhões não quer liberar o seu conservo.
Ele está decidido a fazê-lo pagar. E importante observar que as questões que
temos uns contra os outros, comparadas com a nossa ofensa contra Deus,
são equivalentes a uma dívida de RS 15.000,00 contra outra de 10 bilhões!
Não importa o quanto você foi maltratado por alguém, isto não se compara
às nossas transgressões contra Deus. Você pode achar que ninguém foi tão
injustiçado quanto você, mas na verdade não percebe o quanto Jesus foi mal
tratado. Ele era inocente, um cordeiro sem culpa que foi morto e assumiu a
nossa dívida de 10 bilhões!
Uma pessoa que não perdoa se esqueceu da imensa dívida que lhe foi perdoada! Quando
você perceber a terrível morte e o tormento eterno dos quais Jesus o livrou,
você liberará os outros livremente. Não há nada pior do que a eternidade no
Lago de Fogo. Não há alívio, o verme não morre e o fogo não se extingue.
Este era o nosso destino até que Deus nos perdoou por meio da morte do
125
Mo v i d o pela Et e r n i d a d e
Seu Filho Jesus Cristo! Se uma pessoa não consegue perdoar, ela não esti
ciente da realidade do inferno e não compreendeu o amor de Deus.
Prossigamos com a parábola:
Quero enfatizar que Jesus não está se referindo a incrédulos nesta parábola,
Ele está falando sobre servos do rei, ou crentes nascidos de novo. Aquele
homem já havia recebido o perdão pela sua dívida (a salvação) e é chamadt
de servo do mestre. Aquele a quem ele não conseguiu perdoar era um conserve.
Daí podemos concluir que o seu destino foi o de um “crente” que se recusa
a perdoar.
Vejo algo impressionante aqui. Em todas as outras parábolas dos Evange
lhos, as pessoas precisavam perguntar qual era o seu significado. No entanto.
Jesus explica essa parábola sem que ninguém pergunte. Acredito que tenha
sido assim porque o que Ele estava transmitindo era algo tão fora do usual,
que Ele precisava ter certeza de que haviam entendido. Eis a interpretação
que Jesus deu:
Há três pontos principais nestes dois versículos que desejo enfatizar. Pri
meiramente, o servo que não perdoou é levado para ser torturado. Em segun
do lugar, ele agora terá de pagar a dívida original —375 toneladas de ouro; e,
em terceiro lugar, isto é o que Deus Pai fará a cada “crente” que não perdoar
a ofensa de seu irmão.
Vamos analisar brevemente cada um desses pontos. Primeiramente, a pala
vra torturar significa o ato de infligir dor intensa, agonia à mente ou ao corpo,
ou a ação de torcer. O torturador é aquele que inflige tortura. Um crente que
126
A G rande Q ueda
127
Mo v i d o pela Et e r n i d a d e
Observe que Ele não menciona poucos e nem mesmo alguns, mas diz que
muitos se escandalizarão nos dias em que estamos vivendo. A palavra muitos
significa um número enorme, vasto, ou muito grande. A ofensa, ou a falta
de perdão, levará à iniquidade, e o amor de um grande número se esfriará. A
palavra grega para amor é agape, que descreve o amor de Deus derramado no
coração de um cristão no instante em que ele é salvo. Jesus não está falando
dos impostores, pois eles nunca receberam realmente o amor de Deus. Ele
está falando de crentes genuínos, pois atente para o que Ele diz: “Aquele,
porém, que perseverar até o fim será salvo”. Não se diz a um pecador ou a
um impostor que se ele perseverar até o fim será salvo. Eles nem começaram
a corrida ainda!
A APOSTASIA DA FÉ
As Escrituras nos advertem sobre a apostasia que ocorrerá entre os crentes
em nossos dias. Paulo diz: “Ninguém, de nenhum modo vos engane, porque
isto [a vinda do Senhor] não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia” (2
Ts2:3; acréscimo e ênfase do autor). E mais uma vez ele profetiza: “Ora, o
Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão daf é ”
(1 Tm4:l; ênfases do autor).
Por quê? “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo
contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como
que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade” (2 Tm
4:3-4; ênfase do autor). Observe que, na passagem acima, Paulo diz que eles
“apostatarão da fé”. A fé de que ele fala não é uma fé imaginária; é a verda
deira fé em Jesus Cristo. Para que eles apostatassem, significa que eles um dia
estavam verdadeiramente na fé.
Compartilhei com você a verdade por parte de quase todos os escritores do
Novo Testamento com relação aos crentes que se desviam de sua salvação.
Agora, deixe-me compartilhar certos escritos de famosos pais da igreja pri
mitiva, alguns dos quais foram companheiros dos apóstolos que escreveram
o Novo Testamento. Observei que seus registros estão diretamente relaciona
dos com as palavras que vimos nas Escrituras.
128
A G rande Q ueda
Pratiquemos então a justiça, para que possamos ser salvos até o fim.
CLEMENTE DE ROMA
Alguns pensam que Deus está obrigado a entregar até mesmo aos indignos
aquilo que Ele prometeu [dar]. Assim, transformam a Sua liberalidade na Sua
escravidão... Pois não é verdade que muitos no final decaem [da graça]? Este
dom não é retirado de muitos?
TERTULIANO5
Um homem pode possuir uma justiça adquirida, da qual é possível que ele
venha a se desviar.
ORÍGENES'
Aqueles que não lhe obedecem, sendo deserdados por Ele, deixaram de ser
Seus filhos.
IRENEU7
Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para nos ensinar o que é
verdadeiro, e para fazer-nos entender o que está errado em nossas vi
das. Ela nos corrige e nos ensina a fazer o que é certo. E a maneira de
Deus de nos preparar de todas as formas, e nos deixar completamente
equipados para toda boa obra que Deus queira que façamos.
2 Tm 3:16-17 (NLT)
E interessante notar que os falsos líderes, aos quais Jesus repreendeu e ad
vertiu severamente, eram aqueles que se congregavam ao redor das escolas
de pensamento e ensinavam de forma semelhante. No entanto, se olharmos
o que foi dito por João Batista, Jesus, ou outros que falaram a verdade, repe
tidas vezes foi relatado que eles lhes “ensinavam como quem tem autoridade,
e não como os escribas” (Mt 7:29). Por esse motivo, Paulo instrui Tito: “Dize
estas coisas; exorta e repreende também com toda a autoridade” (Tt 2:15). E
a Timóteo, ele escreve: “... te roguei que permanecesses ainda em Éfeso para
admoestares a certas pessoas, a fim de que não ensinem outra doutrina” (1
Tm 1:3). Paulo também recomendou a Timóteo:
130
A GRANDE QUEDA
131
movido pela Et e r n i d a d e
Quando você o buscar, procurando ter comunhão com o Seu Espírito, ja
mais desejará se afastar. Então não há nenhum motivo para nos preocupar
mos? Na conclusão do livro de Judas, encontra-se uma das minhas promessas
favoritas da Bíblia. Aqueles que se guardarem no amor de Deus, esperando
pela revelação de Jesus, Ele diz:
Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos
apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ao único
Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, ma
jestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos
os séculos. Amém.
Jd 24-25
132
C a pítu lo 7
O FUNDAMENTO
À
J
'
^ ntes de voltarmos à nossa alegoria de Affabel para discutirmos
^ sobre as sentenças e as recompensas de Egoísta e Caridade, va
mos apresentar a conclusão do que abordamos nos três últimos capítulos. No
capítulo 4, mencionamos este versículo:
Quem ouve esses meus ensinamentos e vive de acordo com eles é como
um homem sábio que construiu a sua casa na rocha. Caiu a chuva, vieram
as enchentes, e o vento soprou com força contra aquela casa. Porém
ela não caiu porque havia sido construída na rocha” [o firme fundamento
de Deus... o temor do Senhor].
Quem ouve esses meus ensinamentos e não vire de acordo com eles é
como um homem sem juízo que construiu a sua casa na areia. Caiu a chu
va, Geram as enchentes, e o vento soprou com força contra aquela casa.
Ela caiu e ficou totalmente destruída.
Mt 7:24-27 (NTLH; ênfase do autor)
135
movido pela Et e r n i d a d e
O TEMOR DO SENHOR
O que é temer ao Senhor? E termos medo dele? De jeito nenhum, pois como
podemos ter intimidade com o Senhor (que é o Seu desejo sincero) se ficar
mos amedrontados diante dele? Deus veio para revelar-se a Israel, para ter
comunhão com eles como tinha com Moisés, mas todos recuaram e recusa-
ram-se a se aproximar. Moisés disse ao povo:
“Não temais', Deus veio para vos provar e para que o sen temor esteja diante
de vós, a fim de que não pequeis”.
Êx 20:20 (ênfase do autor)
fazem escolhas erradas sob pressão têm falta de sabedoria, e a fonte da sabe
doria é o temor do Senhor.
As Escrituras nos dizem que nossas vidas podem ser comparadas à cons
trução de casas; em primeiro lugar, vem o fundamento, depois, levantamos
a estrutura. Lemos: “Com a sabedoria edifica-se a casa” (Pv 24:3). Se ao
edificarmos nossas vidas formos capazes de fazer as escolhas certas, então
construiremos uma vida saudável que se apresentará com confiança diante
do Trono do Julgamento. O princípio ou o fundamento desta sabedoria é o
temor do Senhor.
Observe que Deus diz: “...me tematn todos os dias... para que nunca se aparte)?! de
mim\ Lembro-me de uma reunião na Malásia, onde o Espírito do temor do
Senhor se manifestou fortemente. Havia pessoas de todo o Oriente; alunos
de escola bíblica, pastores e muitos outros, que lotavam o auditório onde eu
estava falando. Próximo ao final do culto, muitos choravam incontrolavel-
mente e outros estavam caídos no chão, cobrindo toda a parte da frente junto
à plataforma. A sensação de profundo temor e respeito ao Senhor era tre
menda naquele lugar. John Bevere, faça um movimento errado, diga uma coisa errada,
137
Movid o pela Et e r n i d a d e
e você está morto!, pensei. Se isso teria acontecido, não sei, mas posso dizer que
um homem e uma mulher fizeram um movimento errado em um ambiente
semelhante no Novo Testamento e morreram. O resultado do juízo imediato
deles foi: “E sobreveio grande temor a toda a igreja e a todos quantos ouvi
ram a notícia destes acontecimentos” (At 5:11).
Após a reunião, um casal da índia aproximou-se de mim e disse: “John, nós
estamos nos sentindo tão limpos por dentro!”
Respondi: “Sim, eu também”.
Alguns dias depois, eu estava em meu quarto de hotel e encontrei a passa
gem das Escrituras que diz: “O temor do Senhor é límpido, e permanece para
sempre” (Sll9:9; ênfase do autor). O Espírito Santo falou imediatamente ao
meu coração: “Lúcifer era o anjo que liderava a adoração no céu; ele era un
gido, belo e abençoado. Mas ele não me temia; ele não permaneceu para sempre”.
Refleti sobre aquilo, e então ouvi o seguinte: “Um terço dos anjos que cerca
vam o meu trono e viram a minha glória não me temiam; eles não permaneceram
para sempre”. Fui impactado pelo que Ele me revelou, e outra vez opvi: “Adão
e Eva andavam na presença da Minha glória. Eles tinham comunhão comigo,
mas não me temiam. Eles não permaneceram na Minha presença para sempre”.
O temor do Senhor nos dá poder para permanecer. Ele nos mantém re
gularmente obedientes à Palavra de Deus. Os crentes recebem a seguinte
advertência: “Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de en
trar no descanso de Deus, suceda parecer que algum de vós tenha falhado”
(Hb 4:1; ênfase do autor). E interessante que Ele diz “temamos”, em vez de
“amemos”. E o temor de Deus que nos impede de voltar ao pecado, e não o
amor de Deus.
UM EVANGELISTA FAMOSO
Jamais me esquecerei da vez em que visitei um evangelista famoso que estava
cumprindo o último ano de sua sentença de cinco anos na prisão. O caso dele
havia se tornado mundialmente conhecido e trouxe muitas acusações contra
o reino. No entanto, no seu primeiro ano de detenção, ele teve um encontro
real com o Senhor. Ao visitá-lo quatro anos depois, uma das primeiras coisas
que ele me disse foi: “John, esta prisão não foi o juízo de Deus sobre a minha
vida, mas foi a Sua misericórdia. Se eu tivesse continuado a viver do jeito que
estava vivendo, teria terminado no inferno por toda a eternidade”.
138
O FUNDAMENTO
Ele agora havia conquistado minha atenção. Eu sabia que estava falando
com um homem de Deus quebrantado, um verdadeiro servo de Cristo. Sei
que ele havia iniciado no ministério muito apaixonado por Jesus. Seu entu
siasmo era evidente. Eu me perguntava como ele havia terminado tão distan
te do Senhor quando ainda estava no auge do seu ministério.
Então perguntei a ele: “Quando foi que você deixou de ser apaixonado por
Jesus?”
Ele olhou para mim e respondeu sem hesitar: “Isso nunca aconteceu!”
Muito desconcertado, respondi: “Mas, e quanto à violação de correspon
dência e ao adultério que você cometeu nos últimos sete anos, que são o
motivo da sua prisão?”
Ele disse: “John, eu amava a Jesus durante todo aquele tempo, mas Ele não
era a autoridade suprema em minha vida” (Ele não temia a Deus). Então ele
disse algo que me paralisou: “John, há milhões de cristãos americanos como
eu. Eles chamam Jesus de Salvador e o amam, mas não o temem como seu
Senhor supremo”.
Aquela altura, uma luz se acendeu dentro de mim. Percebi que podemos
amar a Jesus, mas que apenas isto não nos impedirá de nos afastarmos dele.
Temos de temer a Deus também. Lembre-se das palavras de Moisés: “Deus
veio para vos provar e para que o seu temor esteja diante de vós, a fim de que não
pequeis” (Ex 20:20; ênfase do autor). E o temor do Senhor que nos dá poder
para permanecermos, e não nos desviarmos de nossa obediência a Deus,
como fizeram Lúcifer, um terço dos anjos, Adão, e os muitos na igreja que
apostatarão nestes últimos dias.
139
Mo v i d o pela Et e r n i d a d e
que Deus é “fogo consumidor”. Ele é amor, mas também é Justo e é um Juiz
Santo. Não temê-lo é não ter estabilidade duradoura; Jesus diz diversas vezes:
“Aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 10:22).
A NOSSA INFLUÊNCIA
O outro motivo essencial pelo qual devemos ter um entendimento firme so
bre a doutrina elementar do juízo e castigo eternos é a nossa influência sobre
os outros. Se nos faltar o temor do Senhor, transmitiremos, por palavras ou
por atos, a idéia de um Evangelho desequilibrado. Isto fará com que aqueles
a quem influenciamos sejam suscetíveis a voltar atrás ou cair definitivamente.
Sem este fundamento, caso sejamos mestres do Evangelho, um pregador
ou um pastor, transmitiremos somente os princípios encontrados nas Escri
turas sobre como viver uma vida abençoada, próspera e feliz. Esses princípios
bíblicos funcionarão, como pretendido, produzindo saúde, sucesso financei
ro, paz, relacionamentos melhores, etc. No entanto, sem o fundamento dos
juízos eternos, evitaremos pregar a cruz, que é o preço de seguirmos a Jesus.
Pregaremos somente mensagens atraentes aos de fora, enquanto excluímos
o importante ponto que diz respeito à rendição de nossas vidas a qualquer
preço.
Há um exemplo excelente disso nos Evangelhos. Certo dia, um jovem que
tinha muitas posses foi até Jesus em meio aos Seus discípulos e perguntou:
“O que devo fazer para herdar a vida eterna?”
Eu costumava ter uma concepção lógica deste encontro entre Jesus e aquele
homem rico. Eu imaginava um homem saindo de sua carruagem de luxo últi
mo tipo, cercado de servos, vestido com uma cara roupa da moda e de marca.
Ele vai até Jesus, para abruptamente para manter distância e, com as mãos
na cintura e um tom ligeiramente arrogante, pergunta o que precisa fazer
para herdar a vida eterna. Mas um dia Deus abriu os meus olhos e eu li: “E,
pondo-se Jesus a caminho, correu um homem ao Seu encontro, e, ’Ajoelhando-
se..''’ (Mc 10:17; ênfases do autor).
Fiquei chocado. A imagem que eu fizera havia mudado. Agora eu via Jesus
em meio a um grande número de membros de Sua equipe e, provavelmente
um dos homens mais ricos da comunidade, corria até Ele e caía aos Seus pés.
Quase sem fôlego, o homem clamava: “O que devo fazer para ser salvo?!”
Podia ver sinceridade e intensidade naquele homem.
141
MOVIDO PELA ETERNIDADE
Então Jesus lhe deu os pontos principais da Palavra de Deus no que se refe
re ao tratamento de uns para com os outros. Ele disse: “Sabes os mandamen
tos. Não matarás. Não adulterarás, não furtarás. Não dirás falso testemunho,
não defraudarás ninguém, honra a teu pai e a tua mãe” (Mc 6:19). O Mestre
deu-lhe os mandamentos do quinto ao décimo, que falam do relacionamento
entre os homens, porém omitiu os quatro primeiros, que tratam de não colo
carmos nada antes de Deus e nos submetermos ao Seu senhorio.
A isto, o homem rico respondeu: “Tudo isto tenho observado desde a mi
nha juventude. Que me falta ainda?” (Mt 19:20). Ele, na verdade, guardava
todos os princípios e mandamentos da Palavra de Deus. Acredito que esta
era a razão do seu sucesso. Executar os princípios da Palavra de Deus produz
resultados (ver Josué 1:8). Isto é válido não apenas para os frequentadores de
igreja, mas também para os que são de fora. Muitas pessoas não salvas colhe
ram os benefícios das leis e dos princípios de Deus. Um que me vem à mente
é um homem que tinha uma doença fatal. A Palavra de Deus afirma: “O
coração alegre é bom remédio” (Pv 17:22). Ao aprender isto, ele começou a
assistir regularmente aos Três Patetas. Ele ria sem parar, e o fazia tendo a sua
saúde como alvo. Funcionou, muito embora ele não fosse um cristão. Conhe
ço não-cristãos que têm muito sucesso nos negócios porque costumam fazer
doações para instituições de caridade. Eles estão colhendo os benefícios da lei
da plantação e da colheita que é explanada de forma tão clara nas Escrituras.
Aquele jovem encontrado nos Evangelhos obedeceu aos princípios bíbli
cos e obteve sucesso. No entanto, é interessante notar que ele ainda tinha a
consciência de que algo estava faltando em sua vida. Eu pessoalmente creio
que isto acontecia devido à sua integridade; ele não enganava a si mesmo. Ele
chamou Jesus de “Bom Mestre” e não de “Senhor”. Eu o respeito muito por
isso, pois quantos hoje o chamam de “Senhor” (Mestre Supremo), mas não
fazem o que Ele diz. Lembre-se da afirmação dele, ao dizer: “Por que me
chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” (Lucas 6:46).
Muitos hoje na igreja não têm consciência da necessidade que têm da vida
eterna porque estão enganando a si mesmos. Eles chamam Jesus de “Se
nhor”, quando na verdade ainda são os donos de suas vidas. Isso fica bem cla
ro nas palavras do apóstolo Tiago: “Se alguém supõe ser religioso, deixando
de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração...” (Tiago 1:26). Uma
pessoa cujo coração é enganado está inconsciente da realidade espiritual.
Aquele homem, por causa da sua sinceridade, estava consciente da reali
dade. Portanto, ele sabia que precisava da vida eterna, embora tivesse sido
142
O Fu n d a m e n t o
E Jesus, fitando-o, o amou e disse: Só uma coisa tefalta-. Vai, vende tudo o
que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem, (toma
a tua cruf) e segue-mê,.
MARCOS 10:21 (ênfase do autor)
O primeiro ponto a ser notado é que Jesus o amou. Se você ama alguém,
você lhe diz a verdade, e não o bajula. Muitos vendedores ímpios bajulam
as pessoas com o intuito de cegar o discernimento delas. Você pode chegar
a pensar que eles o amam mais do que os membros da sua família, porque
eles dizem aquilo que você quer ouvir, quando na verdade eles estão apenas
tentando arrancar alguma coisa de você. Quando você ama as pessoas, você
buscará beneficiá-las, mesmo que doa.
Jesus, por causa do Seu amor, atacou a área da vida daquele homem que
o impedia de exercer obediência incondicional a Deus: sua riqueza. Tomar a
sua cruz não fala de sacrifício, nem mesmo de sofrimento, embora provavel
mente possa resultar em sofrimento. Tomar a sua cruz fala de obediência. Se
morrermos para as nossas próprias paixões, agendas e ambições, obedecer a
Deus jamais será um conflito para nós. Se não morrermos, mais cedo ou mais
tarde chegaremos ao ponto em que nossos amigos ou a nossa carne desejarão
seguir por outro caminho enquanto a direção de Deus será seguir por outro.
Se não tomamos ainda a nossa cruz, seguiremos por outro caminho e con
tinuaremos a chamar Jesus de Senhor, assim enganando a nós mesmos. No
caso daquele homem, era a sua riqueza, mas para outros pode ser o esporte,
a comida, os amigos, a segurança, a música, etc.
Observe o que aconteceu:
Ele, porém, contrariado com esta palavra, retirou-se triste, porque era
dono de muitas propriedades.
MARCOS 10:22 (ênfase do autor)
Uau! Você viu isto? Aquele homem veio correndo até Jesus, ajoelhou-se, e
perguntou com fervor como faria para herdar a vida eterna. Quantas vezes
você viu isto acontecer na sua vizinhança? Quantas vezes você viu isto acon-
143
movido pela Et e r n i d a d e
tecer em um culto? Que desejo! Que paixão! Que entusiasmo! Mas a resposta
de Jesus àquele homem fez com que ele fosse embora triste e pesaroso.
Você pode imaginar Jesus fazendo isto hoje na nossa cultura “que tenta
agradar a todos”? Os homens de negócios da igreja têm investido seus es
forços no homem mais rico da comunidade. Eles lhe deram uma Bíblia com
o seu nome gravado em ouro. Ele concorda em assistir a um culto. Jesus se
levanta e ensina de acordo com o temor do Senhor, como fez na passagem
acima. O homem sai, triste, contrariado por ter vindo, e diz aos homens que
o convidaram: “Não volto mais naquela igreja. Trabalhei duro para conseguir
o que tenho. Tenho uma boa reputação na comunidade, e tenho sido hones
to. O que Ele quer dizer com abandonar tudo e tomar a cruz? Isto é radical
demais!”
Você sabe qual é a resposta dos homens de negócios? Eles convocam uma
reunião de emergência do Conselho, e dizem: “Jesus, você está sendo radical
demais! Não percebe que temos investido neste homem por seis meses? Ele
estava animado para vir ao nosso culto. Ele queria receber vida eterna, mas
depois que o Senhor terminou de pregar, ele não quer mais voltar! Será que
o Senhor não poderia ter facilitado as coisas, deixando a mensagem da Cruz
para ser pregada depois que ele já estivesse salvo há alguns anos? Tudo o que
o Senhor tinha de fazer era fazer com que Ele acreditasse no Senhor e fizesse
a oração de arrependimento, e ele teria se tornado um cristão! Se o Senhor
continuar a pregar assim não vai sobrar ninguém na igreja!”
A forma como Jesus se dirigiu àquele homem ímpio é extremamente con
trária ao que o Cristianismo Evangélico normal se transformou no século
XXI. Somos melhores do que Ele? Será que desenvolvemos táticas melhores
para ganhar as pessoas do que o próprio Mestre? Será que a nossa revelação
progrediu mais do que a dele? Falo de uma forma tola para tentar demonstrar
um ponto importante. Será possível que nós tenhamos omitido um aspecto
preponderante do Evangelho e assim tenhamos decaído para um Evangelho
desequilibrado? Nós retiramos a Cruz da salvação e só oferecemos os seus
benefícios. Observe que Jesus não disse àquele cidadão respeitável: “Tudo
que você precisa fazer é crer em Mim; creia que Eu Sou o Salvador, e você
receberá o que busca —a vida eterna”. Não, Ele não fez o que é tão comum
hoje em dia, porque Jesus era bem versado no juízo e punição eternos: “[Ele
se deleita] no temor do Senhor” (Isaías 11:3).
144
O FUNDAMENTO
145
C a pítu lo 8
O REINO DE AFFABEL-
O DIA DO JUÍZO II
Eu Sou Aquele que sonda mentes (ospensamentos, sentimentos e propósitos) e (o mais
profundo dos) corações, e vos darei a cada um [a recompensa pelo que vocês fizeram]
segundo as suas obras.
A p o calip se 2 :2 3 , AMP
O JULGAMENTO DO CRENTE
Este julgamento ocorreu pela manhã, logo depois que os endelitas chega
ram ao Grande Salão. Aproximadamente quinhentos endelitas aguardavam
no Salão da Vida, esperando com ansiedade o seu primeiro encontro com o
Rei Jalyn. Tanto caridade quanto Egoísta encontraram velhos e novos amigos
e estavam fazendo contato com eles quando, de repente, os Guardas reais
entraram no salão. Todas as conversas cessaram quando o Chefe da Guarda
se dirigiu ao grupo.
“Em breve, vocês estarão diante do rei. Ele sempre os amou e tem ansia
do por este dia quando estarão juntos. Embora vocês nunca tenham se en-
O REINO DE AFFABEL-0 DIA DO JUÍZO II
contrado, Ele os tem observado. Ele tem contemplado o seu coração e tem
discernido os seus frutos. Ele conhece seu coração, suas motivações, seus
pensamentos, seus sentimentos, assim como as suas obras. Nada ticou escon
dido. Saibam que o julgamento dele é justo. Ninguém será menosprezado ou
injustiçado”. ,
O Chefe da Guarda prosseguiu instruindo-os sobre como seriam condu
zidos ao Grande Salão, assim como sobre o protocolo necessário quando
estivessem ali dentro. Quando o relato terminou, ele anunciou: “O primeiro
a ser levado à presença de Jalyn será Egoísta. Dê um passo à frente para que
possamos acompanhá-lo até o Grande Salão”.
147
movido pela Et e r n i d a d e
UM VELHO AMIGO
A medida que Egoísta caminhava, foi pego de surpresa pela gloriosa transfor
mação na aparência dos antigos endelitas que agora eram cidadãos de Affa-
bel. Depois de dar apenas alguns passos em direção ao trono, ele reconheceu
um velho amigo na parte posterior do auditório. Seu nome era Social. Ele
havia sido o proprietário de um restaurante que Egoísta frequentava. Ele
olhou para o Chefe da Guarda como se perguntando se podia falar; o guarda
assentiu.
Egoísta se aproximou, e os dois se abraçaram. “Como tem estado, Social?”
perguntou Egoísta.
“Estou muito bem”, respondeu o velho amigo; “mas o meu nome não é
mais Social; agora eu me chamo Contente. O Senhor Jalyn me deu este novo
nome, assim como Ele faz cç>m todos os seus servos quando eles compare
cem diante do seu trono”.
“Affabel é mais maravilhosa do que poderíamos imaginar. Este Grande Sa
lão é apenas uma entrada para outras esferas de beleza, esplendor, e grandeza
desta magnífica cidade. O rei é mais agradável, amoroso e majestoso do que
qualquer pessoa que tenhamos encontrado ou conhecido algum dia. Sou tão
grato por conhecê-lo e servi-lo! E uma honra estar no seu reino. E melhor do
que qualquer coisa que jamais tenhamos conhecido. Se eu soubesse em En-
del o que sei agora, teria vivido de forma diferente. Eu teria me concentrado
mais em agradar ao rei. Eu teria vivido como um cidadão melhor na minha
curta permanência em Endel. Se tivesse feito isto, estaria mais próximo dele
agora”.
Egoísta rebateu: “O que você quer dizer? Você foi um grande cidadão em
Endel! Você dirigiu um dos melhores restaurantes e patrocinou inúmeros
eventos comunitários. Você contribuía com frequência com finanças e com
refeições gratuitas para campanhas de levantamento de fundos. Você até sa
crificou noites de lucro para fazer isto!”
Contente meneou a cabeça: “Fiz estas coisas para ganhar reconhecimento
e aceitação. Eu também sabia que isto atrairia mais clientes. Minha motivação
não era abençoar, mas garantir meu sucesso. Eu deveria ter ouvido as palavras
de Jalyn. Ele nos disse: “Quando derem um jantar ou uma ceia, não convi
dem seus amigos, seus irmãos, seus parentes, nem os seus vizinhos ricos, para
que eles também os convidem em troca, e vocês sejam recompensados. Mas
148
O REINO DE AFFABEL-0 DIA DO JUÍZO II
149
MOVIDO PELA ETERNIDADE
“Quando revi a minha vida, ficou claro para todos que eu vivi mais para
meu conforto, segurança e reputação do que para a glória dele. Agora, sou
um dos cidadãos mais inferiores desta cidade. Apesar disso, ainda assim es
tou impressionado com a bondade de Jalyn e com o quanto ele me ama. Eu
realmente não merecia nada que recebi dele, mas como você logo descobrirá,
o seu amor e generosidade vão além da compreensão. Estou em débito para
com a sua bondade extravagante pelo resto de minha vida”.
Chocado, Egoísta exclamou: “Cidadão inferior! Você quer dizer que aqui há
um sistema de classes?”
Contente sorriu e disse: “Sim, há um sistema de classificação. Fomos en
sinados a respeito disto em Endel, embora muitos de nós nunca tenhamos
levado isto muito a sério. Mas dentro de nós, sabíamos; na verdade, você
mesmo refletiu sobre esta verdade ao entrar neste auditório. Você previu que
lhe seria destinado um trono. Você sabia disso por causa dos antigos escritos
que nos eram ensinados nas aulas. Embora eu duvide que você reconhecesse
que acreditava nisto quando estava em Endel”.
“Os que foram fiéis a Jalyn durante a nossa curta permanência em Endel
são os líderes e os cidadãos que ocupam as posições mais interessantes nes
ta sociedade. Eles vivem na parte mais bela da cidade e têm o privilégio de
interagir com frequência com o rei. Aqueles de nós que vivemos para nós
mesmos enquanto estávamos em Endel, fomos indicados para ocuparmos
posições nas partes externas da cidade. Isto pode ser visto neste auditório
também. Os que estão na parte de trás deste salão são os que vivem nas pla
nícies. A eles foram destinados os trabalhos intensivos. Somos os menores
do reino. Aqueles que ocupam a parte intermediária fazem suas casas nas
montanhas com posições mais criativas, enquanto aqueles que estão na parte
da frente e que se sentam nos tronos vivem no Centro Real. E ali que o rei
vive, e eles têm o privilégio de viver e trabalhar ao lado dele. Esses são os
maiores no reino”.
Contente concluiu: “Meu amigo Egoísta, saiba que Jalyn é um líder justo e
amoroso. Qualquer coisa que Ele lhe der será uma recompensa. Nenhum de
nós poderia ter uma vida como a que encontramos nas partes mais inferiores
desta cidade se não fosse por ele”.
Tendo dito isto, Contente voltou ao seu lugar. O Chefe da Guarda então fez
um sinal para que Egoísta prosseguisse em direção ao trono.
150
O R eino de A ffabel- O d i a do juízo II
UM PROFESSOR POPULAR
Egoísta deu mais alguns passos e percebeu outra pessoa que conhecia e ad
mirava, cujo nome era Motivador. Ele havia sido professor na Escola de Endel
e alguém que Egoísta considerava espetacular. Era uma pessoa educada, arti
culada, que sempre inspirava Egoísta quando falava. Esse instrutor fabuloso
ensinava de uma forma que fazia com que os alunos se sendssem motivados
e bem consigo mesmos. Os outros professores eram encorajadores, mas às
vezes pareciam um pouco severos e suas palavras geravam uma convicção
dolorosa. Mas com Motivador não acontecia isso; quando saíamos de sua
sala, sempre nos sentíamos ótimos. Na verdade, ele era de longe o professor
favorito de Egoísta.
Egoísta olhou novamente para o Chefe da Guarda, pedindo permissão para
falar com seu ex-professor. O guarda assentiu mais uma vez. Egoísta aproxi
mou-se de Motivador, e os dois se cumprimentaram calorosamente.
Egoísta não pôde deixar de perguntar: “Por que você está aqui nas últimas
fileiras?”
“Esta é a minha posição e o meu lugar. Sou um dos menores cidadãos de
Affabel. Vivo nas planícies e trabalho como bombeiro”.
“O quê?” gritou Egoísta. “Você era um dos melhores professores de Jalyn!
Como pode ser um dos cidadãos menores? Você deveria estar em um dos
tronos!”
Há várias razões pelas quais não estou mais à frente nas fileiras desta grande
assembléia ou governando com Jalyn! Para economizar tempo, vou comparti
lhar com você somente a raiz da minha loucura. Você se lembra como todos
os que entregam suas vidas a Jalyn são comparados a edificadores? Isto nos
foi ensinado durante todo o tempo na escola. Uma das nossas maiores res
ponsabilidades em Endel era edificar a vida dos outros. Isto era feito através
das mensagens que transmitíamos, quer por meio da pregação, do compor
tamento, ou das nossas obras. Entretanto, como instrutor, recebi tanto um
grande privilégio quanto uma responsabilidade. Ensinei aos alunos sobre os
princípios e os caminhos de Jalyn”.
“Mas fracassei como mestre de muitas maneiras. Em primeiro lugar, meus
ensinamentos estavam desequilibrados. Eu só enfatizava os aspectos positivos
de servirmos a Jalyn. Motivei muitos dos meus alunos a somente correrem
atrás do sucesso, sem levarem em consideração os efeitos a longo prazo. Eu
151
movido pela Et e r n i d a d e
não os ensinei que o objetivo maior da vida era agradar a Jalyn. Eu os ensinei
a usarem os caminhos de Jalyn para terem êxito na vida. Consequentemente,
nunca os adverti contra as armadilhas e ciladas da nossa sociedade. Os anti
gos escritos afirmavam claramente que eu devia pregar sobre todo o conselho
de Jalyn. Isto incluía: “Advertindo a todo homem e ensinando a todo homem
em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em
Jalyn”’. Eu ensinava, mas não advertia. Sendo um professor exclusivamente
positivo, e nunca fazendo advertências saudáveis, edifiquei inúmeras vidas
que trouxeram pouca glória a Jalyn”. Nesse momento, ele baixou a cabeça.
“Um bom número delas está perdido”.
Vendo o choque no rosto de Egoísta, o professor re-enfatizou o ponto que
queria esclarecer: “Sim, elas caíram na perdição. Muitos agora habitam na
terra esquecida de Lone, em parte devido ao meu ensinamento desequilibra
do. Não dei aos alunos o que eles precisavam —dei-lhes o que eles queriam.
Não queria perder a aceitação entre eles ou a minha popularidade. Isto fez
com que eu edificasse de maneira inadequada. Não arranquei pela raiz as
áreas fracas e defeituosas nas vidas deles. Eu as cobri com apreciações que
serviram apenas para alimentar os desejos egocêntricos deles. Lembrem-se da
advertência dada aos instrutores nos antigos escritos: “Porque fazem o meu
povo desviar-se dizendo-lhe: ‘Paz’ quando não há paz, e, quando constroem
um muro frágil, passam-lhe cal, diga àqueles que lhe passam cal: ‘Esse muro
vai cair!’ 4. Muitos alunos construíram e edificaram suas vidas com coisas tem
porais e eu sabia, no fundo da minha consciência, que aqueles muros eram
instáveis, mas eu não os adverti. Eu disse que estava tudo bem quando não
estava. Eu incentivei o rumo que eles estavam tomando e consolidei o enga
no na vida deles. Embora alguns tenham conseguido chegar a Affabel, ainda
assim lamento pelos que foram parar em Lone. Assim como por aqueles que
chegaram a Affabel e só abraçaram os ensinamentos positivos” —olhando
por cima de seu ombro, ele baixou o tom de voz para um sussurro —“muitos
se encontram nestas últimas fileiras. A vida deles foi desperdiçada de forma
descuidada e o seus esforços consumidos pelo fogo diante deste Tribunal”.
Egoísta perguntou: “Consumidos pelo fogo diante deste Tribunal?”
“Sim”, respondeu o professor. “Você não se lembra dos escritos antigos:
“Ora, alguém que edifica sobre esse fundamento pode usar ouro, prata, pe
dras preciosas, madeira, feno ou palha. Mas virá o tempo do teste no dia do
juízo para ver que tipo de obra cada construtor executou. A obra de todos
será provada pelo fogo para ver se ela mantém ou não o seu valor. Se a obra
152
O REINO DE AF FAB EL-O Dl A DO JUÍZO II
153
MOVIDO PELA ETERNIDADE
UMA GOVERNANTE
Egoísta estava passando pela parte central do Grande Salão. Ele percebeu
que os cidadãos pareciam ainda mais reais, se é que isto era possível. Cada um
deles olhava para ele com grande amor e aceitação. Ele se sendu confortado
pelos olhares e expressões faciais deles. Isso o ajudou imensamente, porque
ele estava se sentindo bastante inseguro quanto a si mesmo e quanto ao que
estava para enfrentar.
Pareceu que séculos se passaram até que Egoísta conseguisse atravessar a
sala até o trono. A cada passo, ele revia inúmeros aspectos dos anos que pas
sara em Endel. Ele ainda tinha esperança de que pudesse ser indicado para
um cargo de governo junto a Jalyn por causa de seu sucesso como prefeito.
Agora ele estava em meio aos sub-governantes de Jalvn. Ele observou o
aparato real e as coroas em suas cabeças; cada um deles tinha um cetro na
mão. Eles eram realmente os mais reais de todos os cidadãos desta grande
cidade. Ele estava estupefato com o fato de que nenhum ser humano podia
parecer tão glorioso.
Ele observou uma antiga secretária de um dos membros da Câmara Muni
cipal. Por que eia está sentada em um dos tronos? Perguntou-se Egoísta. Ela nunca
se sobressaiu. Ela havia se formado um ano antes dele. Ele realmente não a
conhecia pessoalmente porque ela tinha uma personalidade mais reservada, e
era definitivamente uma pessoa do tipo calada.
Ela deu um passo à frente, e o Chefe da Guarda parou e curvou-se dian
te dela. Ela cumprimentou Egoísta com um abraço e um sorriso caloroso.
“Bem-vindo a Affabel, Egoísta, eu sou Paciente. Jalyn me pediu para falar com
você antes que você compareça na presença dele. Sou um dos governantes de
Jalyn em Affabel”.
Egoísta falou antes de pensar: “Uma governante? Como você pode ser uma
governante? Você nunca fez nada em Endel”. Ele ficou vermelho quando
percebeu o quanto sua declaração havia sido imprópria e insensível.
Paciente balançou a cabeça com se entendesse. “Não fique constrangido
com a sua declaração. O engano não pode se esconder dentro deste salão
ou dentro da grande cidade. Você só está sendo honesto. Em Endel, você
estava preocupado com imagem e reputação. Isto treina muitas pessoas a fa
larem enganosamente embora não estejam conscientes de sua loucura. Aqui
as palavras são muito importantes, mas o que tem mais peso são as nossas
154
O R eino de a f f a b e l - O d i a d o juízo II
motivações e intenções, uma vez que elas estão sempre aparentes aqui. Você
aprenderá isto em breve, pois é julgado por cada palavra que pronunciou em
Endel”.
“Cada palavra!” gritou Egoísta. “Você quer dizer cada palavra de cada con
versa?”
“Sim”, respondeu Paciente, “Cada palavra. Lembra-se da afirmação do Se
nhor Jalyn nos antigos escritos: “Eu afirmo a vocês que no dia do Juízo, cada
pessoa vai prestar contas de toda palavra inútil que falou. Porque as suas pa
lavras vão servir para julgar se você é inocente ou culpado” . Palavras inúteis
são vãs, sem propósito, ou descuidadas, e todos os três tipos são contrários à
natureza de Jalyn”.
Egoísta questionou: “Sempre pensei que tivéssemos de prestar contas pelas
grandes mentiras ou grandes verdades que dissemos, juntamente com as boas
obras e as principais realizações que conquistamos”. Ele meditou por um
minuto e então concluiu: “O que vou enfrentar?”
Paciente respondeu: “Os antigos escritos afirmam claramente: ‘Você será
recompensado pelas coisas boas que disser e receberá de volta aquilo que fi
zer”. De forma que sim, você não apenas será julgado por tudo o que fez, ou
por suas obras, como também por cada palavra. Isto inclui todo mal, bem, e
sim, até a linguagem inútil que procedeu da sua boca. Entretanto, não apenas
as suas palavras e obras serão examinadas, mas também as motivações por
trás delas. Você também será julgado pelos pensamentos que abrigou. Não se
esqueça que o julgamento de Jalyn é justo, ‘provando a mente e o coração”;
e ele mesmo declarou: “Eu, Jalyn, sondo todos os corações e examino as moti
vações secretas. Eu dou a todas as pessoas as recompensas que lhes são devidas,
de acordo com o que as suas ações merecem’"1. Não apenas todas as ações e
palavras são examinadas, como as intenções por trás delas também”.
Paciente prosseguiu: “Foi por isso que você ficou tão chocado em me ver
em um trono. O seu julgamento a meu respeito era feito de acordo com as
minhas realizações à luz dos padrões de Endel. O julgamento de Jalyn é feito
sob um prisma diferente; é aquele que você está começando a ver agora e que
em breve verá claramente. Meu querido irmão, você receberá a justa recom
pensa por sua vida em Endel”.
Egoísta jamais havia tido a experiência deste tipo de verdade dura, no en
tanto, ela estava saturada de tanto amor, um amor que ele jamais havia conhe
cido. Ele agora sabia que Jalyn deve ser um governante amoroso e compassi-
155
Movido pela Et e r n i d a d e
vo. Ele havia apenas experimentado uma medida desse amor por parte de um
de seus sub-governantes. Era correção envolvida em amor. Ele percebeu que
amar não tem a ver com agradar aos outros —tem a ver com verdade.
Paciente inclinou a cabeça. “O seu rei o aguarda”. Com isto, ela voltou ao
seu trono e o Chefe da Guarda indicou a Egoísta que ele deveria caminhar
sozinho para diante do trono. Eles aguardariam no degrau inferior, onde fica
vam os tronos dos sub-governantes.
156
O REINO DE AFFABEL-0 DIA DO JUÍZO II
157
MOVIDO PELA ETERNIDADE
Jalyn continuou a mostrar outras maneiras pelas quais Paciente havia in
fluenciado a vida dos endelitas a favor do reino. Havia muitas pequenas coisas
que somadas contavam muito. Ela tratava a todos com a gentileza que era
gerada em um coração puro e cheio de amor. Era generosa com os necessi
tados. Era resoluta em sua postura firme em favor da verdade. Quando o rei
terminou de falar sobre Paciente, ele reviu a vida de Egoísta detalhadamente.
Como Paciente previra, cada motivação, cada palavra e cada ato foi avaliado.
Egoísta viu o bem que havia feito em nome do rei, mas ficou impressio
nado com o quanto as obras de sua vida eram motivadas pela proteção a si
mesmo, pela preocupação com a sua reputação, e por seus motivos egoístas.
Quando a revisão terminou, Egoísta estava certo de que seria condenado.
Ele clamou diante do rei: “Mereço ser punido pelo resto de minha vida.
Eu mereço ir para Lone; desperdicei tanto e produzi tão pouco em troca dos
talentos e responsabilidades que tinha”. A dor de Egoísta era indescritível;
lágrimas desciam pelo seu rosto. Aquele homem, que havia estado tão con
fiante antes de entrar no Grande Salão, agora estava procurando por uma
corda onde pudesse se agarrar. Tudo que lhe restava era a esperança de mi
sericórdia. Mas ele não acreditava que merecia nem mesmo isso. Ele se pre
parou prevendo ouvir o rei pronunciar a sua sentença que o condenaria a ir
para Lone.
Depois de alguns instantes de um pesado silêncio, o rei finalmente disse:
“Egoísta, você é meu servo, você acreditou em mim e se submeteu ao meu
senhorio, embora tenha desperdiçado tanto. Eu o amo e lhe dou as boas-
vindas ao meu reino pelo resto de sua vida”.
Egoísta ficou perplexo. Ele olhou para cima e depois rompeu em prantos,
não de tristeza, mas de uma tremenda alegria. Ele estava impressionado com
a misericórdia e a bondade deste grande rei. Em apenas um segundo, muito
do que ele havia ouvido sobre o caráter de Jalyn tornou-se claro. Havia apenas
alguns segundos que ele havia sentido uma condenação e uma dor que jamais
imaginara existir. Ele não merecia nada, senão ser um rejeitado - ele merecia
ser condenado; o exame de sua vida o demonstrara. Agora, com as palavras
mais ternas e doces imagináveis, ele ouvia este rei imponente dar-lhe as boas-
vindas à sua majestosa cidade! Que amor! Que amor impressionante!
Egoísta contemplou enquanto praticamente tudo o que ele havia feito em
Endel era queimado, mas ainda ouviu as palavras: “Eu o amo e lhe dou as
boas vindas ao meu reino”. Ele compreendeu que o que seu amigo Contente
158
o R eino de a f f a b e l - O d i a d o juízo II
havia dito era verdade. Qualquer coisa que ele recebesse era muito mais do
que merecia.
O rei falou novamente: “Egoísta, você já não será mais conhecido pelo seu
antigo nome. Eis que lhe dou um novo nome. No meu reino você’ será co
nhecido como Despretensioso. Preparei uma moradia para você nas planícies, e
a sua ocupação será a de um jardineiro paisagista. Embora você não seja um
governante nesta cidade, você me assistirá nos domínios exteriores”.
Egoísta questionou: “Governar com o senhor nos domínios exteriores?”
Jalyn respondeu: “Todos os que vivem nesta cidade são governantes. O
meu domínio se espalha até os cantos mais remotos do planeta; há muitas ou
tras cidades no meu reino. Os cidadãos dessas cidades externas não passaram
pelo treinamento em Endel como os cidadãos de Affabel, nem enfrentaram
o julgamento. Consequentemente, eles não têm as habilidades superiores que
os cidadãos desta cidade possuem. Embora você não seja um líder na cidade
de Affabel propriamente dita, você me assistirá na administração do meu go
verno globalmente. A sua função específica será liderar servindo e treinando
todos os jardineiros paisagistas das vinte cidades do continente de Bengilla”.
Egoísta inclinou a cabeça e chorou. A bondade do rei era impressionante.
O rei caminhou até uma mesa e pegou um objeto, voltou-se e dirigiu-se
a Despretensioso. Ele desceu até o platô e disse: “Agora, tome e coma este
pedaço de fruto”.
Despretensioso tomou o fruto da mão de Jalyn e comeu-o. Era o alimen
to mais delicioso que ele jamais havia provado. Parecia trazer clareza à sua
mente e ao seu coração. Seus pensamentos transbordaram com grande amor
e desejo de servir. Enquanto comia, ele estava sendo limpo de sua antiga dor
e pensamentos sombrios. Não demorou muito até que ele concluísse que o
fruto provinha da famosa Arvore da Vida de que os professores falavam em
aula. Um grande sorriso abriu-se no rosto de Despretensioso enquanto Jalyn
observava com prazer.
Então Jalyn disse: “Vire-se e veja a sua família”.
Despretensioso voltou-se cuidadosamente. Ele ainda sentia um pouco de
vergonha por saber que todos haviam ouvido e visto os detalhes de sua vida.
Quando ele se virou completamente, a multidão rompeu em aplausos e bra
dos de alegria, houve música, e os cidadãos até dançavam. Despretensioso
mal podia acreditar no amor e aceitação que sentia por parte daqueles cida
dãos reais. Era o remédio que trouxe completa cura de todos os seus erros em
Endel. Ele agora estava completamente em paz.
159
Movido pela Et e r n i d a d e
Ele voltou-se e viu o mais glorioso e alegre sorriso no rosto de Jalyn. Foi
então que ele observou seus olhos. Eles olhavam para Despretensioso com
um amor e um. calor que ele jamais havia visto antes. Agora ele podia ouvir
os pensamentos de Jalyn, assim como Paciente e os demais podiam ouvir
os seus, eram pensamentos de aceitação, prazer e expectativa pelos anos de
bênção que estavam por vir para este cidadão que ele amava tanto. Despre
tensioso caiu de joelhos e agradeceu ao rei. O rei colocou-o de pé e lhe deu
um grande abraço, e novamente, com um sorriso, disse: “Bem-vindo, amigo”.
Então, ele foi acompanhado ao seu lugar próximo à parte de trás do auditó
rio para aguardar o julgamento de seus companheiros endelitas. Cada lágrima
agora havia sido enxugada. Não havia mais tristeza, dor, ou pranto; as coisas
antigas haviam se passado.
160
o Rei no de a f f a b e l - O D ia do juízo II
sentiu que aquele não era o momento adequado. Ela percebeu a presença de
Impiedoso e não conseguiu se conter. Ela correu até ele e deu-lhe um grande
abraço. Os dois se regozijaram juntos.
Depois do seu abraço, Impiedoso curvou-se para ela e disse: “Bem-vinda
ao seu novo lar”.
Caridade disse: “Por que você está se curvando para mim, Impiedoso? Não
sou um deus para ser adorado”.
O cidadão real respondeu: “Há uma diferença entre adoração e honra. So
mente o Senhor deve ser adorado, mas neste reino honramos aqueles que nos
serviram bem em Endel. Honramos, também, aqueles que governam entre
nós. Não entendíamos a importância da honra em Endel. Caridade, você me
serviu em Endel. Se não fosse por sua obediência ao rei, eu jamais estaria
aqui; eu habitaria na terra esquecida de Lone. Estou acima de tudo em dívida
e grato ao rei, mas também estou grato e em dívida com você. Será um prazer
para mim servi-la e honrá-la pelo resto de minha vida”.
Ele prosseguiu: “Caridade, meu nome não é mais Impiedoso. O Senhor
Jalyn trocou meu nome neste Tribunal para Reconciliado. Sou alguém a quem
foi demonstrada provavelmente a maior misericórdia por parte do nosso rei”.
Caridade respondeu: “Reconciliado, que nome magnífico. Querido amigo,
não estendi a mão para ajudá-lo em Endel para que você me servisse em tro
ca. Eu o fiz porque o amei e me importei com sua vida e seu destino”.
“Os seus motivos são exatamente a razão pela qual a honrarei e servirei.
Você será grandemente recompensada pelo rei. Você trabalhou por amor a
Jalyn. Você nunca ajudou ninguém para ganhar o reconhecimento dos seus
irmãos ou para receber uma recompensa. Jalyn tem prazer naqueles que aju
dam as pessoas com o seu amor. Foi tão importante termos capturado o
coração dele quando estávamos em Endel, e não apenas a sua visão. Você fez
ambas as coisas, querida irmã. E as motivações do seu coração foram trans
mitidas a mim. Foi por isso que pude estender a mão tão apaixonadamente
a tantos na minha última semana em Endel. Agora, fui grandemente recom
pensado pelo meu trabalho, ainda que ele tenha sido breve”.
Caridade sorriu. “Reconciliado, estou tão feliz por você. Eu o servirei pelo
resto de minha vida”.
“Caridade, você sempre fala como alguém que viveu em Affabel durante
anos”, respondeu Reconciliado. “Vivemos para servir uns aos outros nesta
grande cidade; na verdade, aqueles dentre nós que são líderes são os maio
res servos aqui. Temos as responsabilidades de maior peso, e isto é o nosso
161
Mo v id o pela Et e r n i d a d e
prazer. É diferente de como era em Endel. Os lideres aqui não buscam ser
servidos, mas se regozijam por lhes serem dadas maiores oportunidades de
ministrar. A maior alegria de qualquer cidadão aqui é servir primeiro ao nosso
rei, e em segundo lugar aos cidadãos nossos companheiros, principalmente
àqueles que nos tocaram em Endel, e finalmente aos cidadãos dos domínios
exteriores, acerca dos quais você em breve ficará sabendo”.
Reconciliado completou: “Minha querida irmã, tenho orgulho de você; vá
até o nosso rei. Ele anseia por vê-la e por recompensá-la pelo seu serviço a
Ele”.
Com isto, os dois se abraçaram e Caridade uniu-se à guarda, a eles prosse
guiram rumo ao trono.
162
O REINO DE AFFABEL-O DIA DO JUÍZO II
A RECOMPENSA DE CARIDADE
Após a revisão de seus pensamentos, palavras, e atos finais, o rei olhou para
um sub-governante que estava sentado próximo, e perguntou: “Quantas vi
das Caridade influenciou para o meu reino?”
O governante respondeu: “Meu senhor, 5.183 pessoas - um pouco mais de
1/6 da população de sua comunidade”.
Caridade ficou surpresa: “Como podem ter sido tantos?”
Jalyn respondeu: “Lembre-se que nos antigos escritos eu prometi ‘multi
plicar a semente que vocês semeassem e aumentar os frutos da sua justiça?’12
Caridade, o meu reino funciona sob o princípio da multiplicação”.
Então o rei demonstrou com maiores detalhes como os esforços obedien
tes de Caridade haviam influenciado as massas, embora ela não fosse uma
líder da comunidade. Os efeitos, como as ondas que são causadas por uma
pedra que é lançada em um lago, eram incríveis. Jalyn acrescentou: “Como
163
movido pela Et e r n i d a d e
está escrito, ele [a pessoa benevolente] distribui, dá aos pobres, os seus atos
de justiça, bondade e benevolência prosseguirão e permanecerão para sem
pre!”13. Uma vida submissa a mim resultará em um efeito multiplicador do
qual nenhum cidadão está consciente até que ele ou ela compareça perante
este Tribunal. Por este motivo, muitos não obedeceram nos assuntos meno
res porque os acharam insignificantes, no entanto, frequentemente, são os
assuntos aparentemente insignificantes que produzem a maior colheita neste
reino. A chave foi a sua obediência, independente das circunstâncias”.
Então Jalvn disse: “Caridade, você vê o trono vazio à sua esquerda, que está
próximo ao meu?”
Ela respondeu: “Sim, meu senhor”.
“Este será o trono onde você se sentará, e você governará comigo pelo
resto de sua vida”.
Caridade estava em total estado de choque. “Senhor, não sou digna de go
vernar. Eu era apenas a proprietária de um restaurante. Há tantos aqui que
são mais dotados do que eu. Como eu poderia governar com o senhor em
um reino tão magnífico? Por favor, dè-me um trabalho que apenas sirva ao
senhor e ao seu povo”.
Jalyn respondeu: “Egoísta está na parte posterior deste Grande Salão e será
um jardineiro paisagista nas áreas da nossa cidade que são chamadas de pla
nícies. Ele também servirá aos paisagistas das cidades exteriores escolhidas.
Entretanto, você será uma governante por causa do amor que demonstrou
para comigo e com o meu povo. A sua perseverança, sua lealdade e humil
dade lhe garantiram esta honra. Pois você não se lembra das minhas palavras
nos escritos antigos? “Pois todo o que se exalta será humilhado (classificado
abaixo dos outros que serão honrados ou recompensados) e o que se humilha
(tem uma opinião modesta acerca de si mesmo e se comporta de acordo com
ela) será exaltado (será colocado em posição elevada)”14. Você não apenas go
vernará comigo, mas preparei um lar glorioso para você na costa do Grande
Mar, próxima à minha casa no Centro Real. Sei quanto você ama a água e o
som das ondas, então, garanti o seu desejo e o seu prazer. Eu concedo a todos
os servos fiéis o desejo de seus corações”.
Caridade estava sem fala.
O rei prosseguiu: “Você governará dez distritos da cidade. Há outros onze
governantes juntamente com você, que supervisionam um total de cento e
vinte distritos da cidade de Affabel. Você trabalhará próxima a mim juntamen
te com os outros setenta e sete governantes de nossa cidade que se sentam
164
O R eino de A f f a b e l - O D ia do J u í z o II
165
Movido pela Et e r n i d a d e
e o seu desejo de servir se expandiu a uma magnitude que ela jamais conhe
cera antes. Ela foi limpa de qualquer antiga dor e pensamento obscuro sobre
Endel. Todas as coisas se tornaram novas. Ela se sentiu totalmente revitaliza
da, feliz, e cheia de esperança e fé. Ela olhou para Jalyn e sorriu. Então, sem
saber exatamente por que, eles riram alegremente juntos. Aquele era o início
de um companheirismo eterno.
Jalyn acompanhou-a até seu trono e disse: “Vencedora Estimada, volte-se
e veja sua família”.
Ela voltou-se diante de um aplauso retumbante. Altos sons de alegria e de
dança tomaram conta da audiência. Era maior do que o que se havia testemu
nhado ao se celebrar qualquer outro julgamento. A atmosfera ficou cheia de
um exuberante regozijo e celebração. Um sorriso radiante encheu o rosto de
Vencedora Estimada, e o transbordar de tal amor a impressionava. O seu rei
colocou os braços ao seu redor e proclamou com alegria: “Muito bem, serva
boa e fiel... Entra no gozo do teu senhor”17.
Assim termina a nossa estória do grande rei, de seus servos, e do renomado
reino de Affabel.
166
C a pítu lo 9
o cm
Eu, porém, najustiça contemplarei a Tuaface;
quando acordar, eu me satisfarei com a Tua semelhança.
Salm os 17:15
À/
'
1 gora, vamos abordar a morte dos justos. Assim como há uma
' habitação temporária para o incrédulo, chamada Hades, e mais
tarde um lar definitivo chamado de Lago de Fogo, há uma residência para os
crentes que partiram, e que também um dia mudarão de local. O lar atual é
conhecido pela maioria como sendo o céu, mas nas Escrituras é mencionado
como a Jerusalém celestial. O lar definitivo dos justos também será chamado de
Jerusalém, mas estará localizado na terra. Esta é a cidade que descerá do céu
após o juízo final. Ela é chamada de a Nova Jerusalém (Apocalipse 21:2).
A JERUSALEM LA DE CIMA
Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém
celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembléia, e igreja
Movid o pela Et e r n i d a d e
dos primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos es
píritos dos justos aperfeiçoados, e a Jesus, o Mediador da Nova Aliança.
HEBREUS 12:22-24 (Ênfase do autor)
VISITAS AO CÉU
A Jerusalém de cima fica localizada atualmente em um lugar chamado de ter
ceiro céu. E um lugar real, que o Apóstolo Paulo visitou antes de sua morte.
Ele escreveu:
Mas agora ele era um crente que conhecia o poder da oração. Ele começou
a orar e a fazer ressuscitação em seu filho. Depois de alguns minutos, os para
médicos chegaram, então Tom deixou o trabalho médico com os especialis
tas, enquanto continuava a orar. Eles ficaram lá por quarenta e cinco minutos
sem qualquer sucesso em trazer Tommy de volta. A máquina que acompanha
os batimentos cardíacos mostrava uma linha reta o tempo todo. Os paramédi
cos estavam ficando inquietos enquanto aguardavam que aquele pai, a quem
eles estavam começando a considerar um fanático, desistisse.
Tom finalmente orou: “Pai, não tenho mais fé. Esgotei a que tinha, mas sei
que na Tua Palavra Tu falas sobre outro tipo de fé” (Ele estava se referindo
ao dom da fé que se encontra em 1 Coríntios 12:9).
Tom disse que sentiu algo como uma mão no topo de sua cabeça. Quando
isto aconteceu, ele sentiu uma força muito grande e uma grande autoridade
erguer-se de dentro do seu espírito, e gritou para seu filho: “Você viverá e não
morrerá em nome de Jesus!”
De repente, a máquina começou a emitir um bipe e mostrar sinais de pul
sação na tela. Os paramédicos saltaram de entusiasmo. Quando desceram
Tommy pelas escadas e o colocaram dentro da ambulância, ele havia passado
de azul para rosa, seus olhos haviam sido inteiramente restaurados, e seu cor
po agora estava quente.
Tom estava tão entusiasmado! Seu filho estava vivo e bem. Ele também
tinha uma grande história de um milagre para contar a todos os seus amigos
sobre o que Deus havia feito. O que ele não percebeu foi que a luta pela vida
de seu filho havia apenas começado. Os médicos relataram que o menino
estava em coma. Depois de examiná-lo, descobriram tecido dos rins saindo
pelo cateter, o que significava, em termos leigos, que seu corpo havia sofrido
um derretimento. Eles disseram a ele que se seu filho vivesse, seria um ve
getal; e mais tarde relataram que sua idade mental seria a de um bebê de três
meses de idade, com um QI de 0.01.
Para encurtar uma longa história, depois de sete meses de oração e de se
recusar a desistir, de repente Tommy saiu do coma. Seu pai estava ao lado
de sua cama quando isto aconteceu, e começou a fazer perguntas a ele, para
as quais recebeu respostas imediatas. Tommy formou-se na Universidade
UCLA, e no Seminário Bíblico, ambos com honra. Ele foi o presidente da
última série de sua faculdade. Hoje vive um casamento feliz e tem dois filhos.
170
O CÉU
171
movido pela Et e r n i d a d e
pai dele compartilhou-a comigo. Mas o céu é muito melhor do que a terra;
descobri que aqueles que passam por esta experiência sempre têm muita difi
culdade em voltar. Paulo também lutou contra isto, pois ele disse à Igreja dos
Filipenses: “O meu desejo ardente é partir (estar livre deste mundo, seguir
viagem) e estar com Cristo, pois isto é muito, muito melhor” (Filipenses 1:23,
AMP). Não é apenas melhor, ou muito melhor, mas muito, muito melhor! Ele
havia tido a experiência de estar naquela cidade e queria voltar, mas decidiu
ficar pelo bem do reino.
Tommy compartilhou mais tarde com seu pai que ele não tinha dez anos de
idade quando esteve no céu. Ele tinha o corpo de um homem adulto. Muitos,
inclusive, acreditam que todos teremos trinta e três aos quando estivermos
em nossos corpos glorificados, a idade de Jesus quando foi crucificado, pois
as Escrituras dizem: “Sim, amados irmãos, já somos filhos de Deus, e não po
demos sequer imaginar como seremos quando Cristo retornar. Mas sabemos
que quando Ele vier, seremos como Ele” (1 João 3:2, NLT).
Esta é apenas uma de muitas histórias reais que tive a oportunidade de
compartilhar. Entretanto, ela, juntamente com as Escrituras, demonstram a
realidade do céu. Aqueles que são servos fiéis de Jesus entrarão nesta cidade
ao deixarem esta terra.
Sabemos que quando esta casa terrena onde vivemos for desfeita —
quando morrermos e deixarmos este corpo —teremos um lar no céu,
um corpo eterno feito para nós pelo próprio Deus e não por mãos hu
manas. No corpo que temos hoje nos cansamos, e ansiamos pelo dia
em que nos revestiremos de nossos corpos celestiais como de uma nova
roupa. Pois não seremos espíritos sem corpo, mas nos revestiremos de novos
corpos celestiais. Os nossos corpos ao morrerem nos fazem gemer e
nos angustiarmos, mas isto não significa que desejemos morrer e não
termos nenhum corpo. Queremos entrar em nosso novo corpo para que
este corpo moribundo seja absorvido pela vida eterna. O próprio Deus
nos preparou para isto, e, como garantia, Ele nos deu o seu Santo Espí
rito. Então, estamos sempre confiantes, embora saibamos que, enquan
to vivermos neste corpo, não estaremos em nosso lar com o Senhor. E
por isto que vivemos por fé e não por vista. Sim, estamos plenamente
confiantes, e preferiríamos estar fora deste corpo, pois então estaremos
em nosso lar com o Senhor.
2 CORÍNTIOS 5:1-8, NLT (ênfase do autor)
A leitura destas palavras nos dá grande esperança e até purifica nossas al
mas. Observe que ele não menciona apenas, mas estende-se sobre o fato de
que teremos corpos eternos. Em outra parte ele afirma: “Pois é necessário
que aquilo que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e aquilo que é
mortal se revista de imortalidade” (1 Coríntios 15:53, NVI). Nossos corpos
não serão diferentes do de Jesus, pois as Escrituras afirmam: “[Nós] o sere-
173
MOVI DO PELA ETERNIDADE
Tendo dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não reconheceu
que era Jesus. Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem pro
curas? Ela, supondo ser ele ojardineiro, respondeu: “Senhor, se tu o tiraste,
dize-me onde o puseste, e eu o levarei”.
JOÃO 20:14-15 (ênfase do autor)
Jesus não estava diferente de um homem normal; Ele não parecia um aliení
gena de um filme de ficção científica. Ela o confundiu com o jardineiro. Por
tanto, Ele tinha um corpo muito semelhante ao que possuímos hoje. Ela não
o reconheceu porque não podia ousar acreditar que Ele estivesse vivo. Ela o
havia visto ser brutalmente assassinado e enterrado. Foi somente quando Ele
falou com ela pessoalmente que Maria pôde acreditar que realmente era Ele.
O seu corpo não parecia diferente ao de um homem normal, mas devemos
perguntar: Ela estava tendo uma visão do Seu espírito, ou aquele era realmen
te um corpo feito de carne? Esta pergunta é claramente respondida quando
Jesus aparece mais tarde para Seus discípulos. Ele disse: “Por que estais per
turbados? E por que sobem dúvidas ao vosso coração? Vede as minhas mãos
e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito
não tem carne nem osso, como vedes que eu tenho” (Lucas 24:38-39, ênfase
do autor). Ele tem carne e osso! Mas observe que Ele não fala nada sobre
sangue. Isso porque o Seu sangue foi derramado no Trono da Misericórdia
de Deus. Agora, o que flui por suas veias, acredito que seja a glória de Deus.
Então, nós também teremos um corpo de carne e osso.
Jesus também podia comer comida física: “E, por não acreditarem eles ain
da, por causa da alegria, e estando admirados, Jesus lhes disse: ‘Tendes alguma
174
O CÉU
175
Movido pela Et e r n i d a d e
Esta não é a segunda vinda de Cristo porque Ele não virá até a terra, mas
encontrará os Seus fiéis nas nuvens. A Segunda Vinda ocorre ao término dos
sete anos de tribulação, com Jesus voltando em um cavalo branco, liderando
os exércitos do céu; haverá uma multidão dos Seus santos neste número (Ju
das 14).
O anticristo, o falso profeta, os líderes mundiais, e os exércitos das nações
se unirão para lutar contra o Senhor e o Seu exército. Jesus os destruirá com
a Sua espada em um único dia de batalha, e os pássaros do céu consumirão a
carne deles. Esta batalha é mencionada geralmente como a batalha do Arma-
gedon, porque ocorrerá em um lugar que fica situado no vale de Megido, que
se estende desde o Monte Carmelo a sudeste de Jerusalém (Apocalipse 16:16;
Apocalipse 19:11-21).
176
O CÉU
177
MOVI DO PELA ETERNIDADE
O JULGAMENTO DO GRANDE
TRONO BRANCO
Após o término dos mil anos, Satanás será solto de sua prisão por um curto
período. Ele terá permissão para sair e enganar as nações. Isto não incluirá
os santos em seus corpos glorificados, mas aqueles que habitarem em corpos
naturais e que sobreviveram ao Armagedon, e/ou aqueles nascidos durante o
Milênio que povoarem as nações.
Os rebeldes se reunirão e cercarão a cidade de Jerusalém para guerrear, e
então o fogo de Deus descerá do céu e os devorará. O diabo será lançado no
“lago de fogo e enxofre” e será atormentado dia e noite para todo o sempre.
Ele nunca mais será solto novamente (ver Apocalipse 20:7-10).
O Julgamento do Grande Trono Branco se seguirá de imediato. O Hades
entregará os mortos de cada geração, desde Adão até esta batalha final. Toda
a humanidade que não entrou na aliança de Jeová nos tempos do Antigo
Testamento ou se submeteu ao senhorio de Jesus depois disto comparecerá
perante o Rei e terá de prestar contas, assim como vimos no julgamento de
Independente, Enganado, Enfraquecida, e Vida Dupla, em nossa alegoria.
Qualquer pessoa cujo nome não esteja escrito no Livro da Vida será lançada
no Lago de Fogo com Satanás e seus exércitos para todo o sempre.
parte de Deus. Ela era cheia da glória de Deus e brilhava como uma pe
dra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina. Suas muralhas eram
grandes e altas, com doze portões guardados por doze anjos... Havia
três portões de cada lado —leste, norte, sul e oeste...
O anjo que falava comigo tinha em sua mão uma vara de ouro para
medir a cidade, seus portões, e suas muralhas. Quando ele a mediu, viu
que era um quadrado, de comprimento e de largura. Na verdade, ela
tinha a forma de um cubo, pois o seu comprimento e largura e altura
tinham 3.000 quilômetros cada um. Então, ele mediu as muralhas e viu
que elas tinham 70 metros de espessura (o anjo usou uma medida de
padrão humano).
A muralha era feita de jaspe, e a cidade era de ouro puro, tão claro
como o vidro. A muralha da cidade era construída sobre pedras fun
damentais incrustadas com doze pedras preciosas... Os doze portões
eram feitos de pérolas —cada portão de uma única pérola! E a rua prin
cipal era de ouro puro, tão claro como o vidro.
APOCALIPSE 21:10-21, NLT
E o anjo me mostrou um rio puro com a água da vida, clara como cris
tal, fluindo do trono de Deus e do Cordeiro, correndo pelo centro da
rua principal. Em cada margem do rio crescia uma árvore da vida, que
produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês. As folhas eram
usadas como remédio para a cura das nações.
Nunca mais haverá qualquer maldição. Pois o trono de Deus e do
Cordeiro estarão ali, e os seus servos o adorarão. E eles contemplarão a sua
face, e o seu nome estará escrito nas suas frontes. E não haverá noite ali
—nem necessidade de lâmpadas ou da luz do sol - pois o Senhor Deus
brilhará sobre eles. E eles reinarão para todo o sempre.
APOCALIPSE 22:1-5, NLT (ênfases do autor)
179
movido pela Et e r n i d a d e
Vejam! Estou criando novos céus e nova terra —tão maravilhosos que nin
guém jamais pensará mais nos que antes existiram. Alegrem-se; regozi
jem-se para sempre na minha criação! E vejam! Criarei Jerusalém como
lugar de felicidade. O seu povo [os santos redimidos] será uma fonte de
alegria. Eu me alegrarei em Jerusalém e terei prazer no meu povo. E
nunca mais se ouvirá o som de choro e de clamor.
[Agora Isaías se dirige às pessoas de fora da Nova Jerusalém] Não
haverá mais bebês morrendo com poucos dias de vida. As pessoas não
serão mais consideradas velhas aos cem anos! Somente os pecadores
morrerão tão jovens! Naqueles dias, as pessoas viverão nas casas que
construírem e comerão os frutos de suas próprias vinhas. Não será
como no passado, quando invasores ocupavam as casas e confiscavam
as vinhas. Pois o meu povo viverá tanto quanto as árvores e terá tempo
para desfrutar dos ganhos de seu trabalho duro. Eles não trabalharão
em vão, e seus filhos não serão condenados ao infortúnio. Porque se
rão eles um povo abençoado pelo Senhor, e seus filhos também serão
abençoados. Eu lhes responderei antes mesmo que eles me chamem.
Enquanto estiverem ainda falando comigo sobre as suas necessidades,
eu atenderei às suas orações! O lobo e o cordeiro se alimentarão juntos.
O leão comerá palha como o boi. As cobras venenosas não atacarão
mais. Naqueles dias, ninguém será ferido ou destruído no meu santo
monte. Eu, o Senhor, o disse!
ISAÍAS 65:17-25, NLT (inserções do autor)
181
Mo v i d o pela Et e r n i d a d e
“Tão certo quanto meus novos céus e minha nova terra permanecerão,
também vocês serão sempre o meu povo, com um nome que jamais
desaparecerá”, diz o Senhor. “Toda a humanidade virá adorar-me de
semana a semana e de mês a mês. E ao saírem, verão os corpos mortos
daqueles que se rebelaram contra mim. Porque os vermes que os devo
ram jamais morrem, e o fogo que os queima jamais se apagará. Todos
os que passarem por eles os verão com absoluto horror”.
ISAÍAS 66:22-24, NLT
183
C a pítu lo 10
O TRIBUNAL DE CRISTO
Tu, porém, p or quejulgas teu irmão? E tu, p or que despregas o teu? Pois todos compa
receremos perante o tribunal de Cristo... Assim, pois, cada um de nós dará contas de si
mesmo a Deus.
R om anos 14:10-12
Preferiríamos estar fora deste corpo, pois então estaríamos no céu com
o Senhor. Assim, o nosso objetivo é agradar-lhe sempre, quer esteja
mos aqui neste corpo ou fora deste corpo. Pois todos compareceremos
diante de Cristo para sermos julgados. Receberemos o que merecermos
pelo bem ou mal que tivermos feito em nossos corpos. E por conhecer-
O T ribunal de C risto
mos este solene temor do Senhor que trabalhamos, nos esforçando tão
duramente para persuadirmos outros.
2 CORÍNTIOS 5:8-11, NLT (ênfases do autor)
Mais uma vez, fica evidente que Paulo não está falando sobre o julgamento
dos pecadores, mas dos cristãos. A sua afirmação “Preferiríamos estar fora
deste corpo, pois então estaríamos no céu com o Senhor” não deixa margem
para a dúvida quanto a quem ele está se dirigindo. Nenhum incrédulo estará
no céu com o Senhor quando deixar este corpo; o seu lar eterno é o Lago de
Fogo.
Como mencionado anteriormente, os infiéis comparecerão perante o jul
gamento que será conhecido como o Julgamento do Grande Trono Branco,
e que ocorrerá muito depois do julgamento dos crentes mencionado na pas
sagem acima. Vamos rever rapidamente o que observamos no capítulo ante
rior. Jesus voltará a esta terra com os exércitos do céu, vencerá o anticristo,
lançará Satanás em prisão, e então estabelecerá o Seu governo em Jerusalém
por mil anos. Depois disso, Satanás será solto do poço sem fundo e lhe será
permitido enganar as nações mundialmente por um curto período. Descerá
fogo do céu e consumirá os rebeldes, e o diabo será lançado no Lago de Fogo
por toda a eternidade. Então, todos os ímpios e incrédulos levantar-se-ão do
Hades para compareceram diante do Grande Trono Branco. Jesus se refere
a isso como a ressurreição do juízo (ou da condenação) (João 5:29). Todos
aqueles cujos nomes não estiverem escritos no Livro da Vida serão lançados
no Lago de Fogo.
Por outro lado, o julgamento do crente ocorre muito antes do Julgamento
do Grande Trono Branco. O tempo exato não está expresso claramente nas
Escrituras; entretanto, sabemos que ele se realizará em algum momento de
pois do arrebatamento da Igreja nas nuvens e antes que o reino milenar de
Cristo se inicie. Portanto, há aproximadamente mil anos separando os dois
maiores julgamentos que já houve e que já haverá. Este é um dos pontos que
não estão refletidos na nossa alegoria de Affabel.
“Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribuna/de Cris
to” (2 Corindos 5:10). A palavra “tribunal’, tanto em Romanos quanto em
Corindos, vêm da palavra grega bema. A concordância de Strong define esta pala
vra como “um degrau, um degrau maiorpara descanso em uma escada, uma plataforma'’
(uma plataforma elevada), i.e., um tribunal (um tribunal de justiça)”.' Um
conhecido Comentário Bíblico declara: “O tribunal era o bancojudicial do foro de
185
Movid o pela Et e r n i d a d e
uma cidade no Império Romano. Taulo utiliza este simbolismo para referir-se à atividade
de Cristo co m o ju if’.1 Com base nisso, faremos referência ao julgamento dos
crentes como o Tribunal de Cristo.
O Tribunal de Cristo é literalmente o tribunal divino de Deus. As escrituras
afirmam que o Pai confiou todo julgamento ao Filho (João 5:22). Jesus Cristo
não é apenas o nosso Salvador, mas Ele é o nosso Juiz e em breve julgará a
Sua própria casa. A maneira mais simples de se definir a palavra original para
julgamento é dizer que ele é uma decisão que resulta de uma investigação, a
favor ou contra.
Há muitas pessoas na igreja que não estão cientes de que terão de prestar
contas do que fizeram durante sua curta permanência na terra. Muitos têm a
idéia errônea de que todo julgamento futuro foi erradicado com a salvação.
Na verdade, o sangue de Jesus nos limpa dos pecados que nos impediriam de
entrar no reino; entretanto, ele não nos exime do julgamento de como nos
conduzimos como crentes, seja bem ou mal.
DECISÕES ETERNAS
Os julgamentos ou decisões proferidos sobre nós no Seu trono serão eternos-,
eles durarão para sempre; nunca poderão ser alterados ou modificados. Pare
por um instante e reflita nas nossas discussões anteriores no primeiro capí
tulo, quando tentamos captar o significado da eternidade. Tiago afirma que
a nossa vida temporária na terra é como uma neblina que passa (Tiago 4:14).
Esta é a sua forma figurativa de comparar uma vida de oitenta ou cem anos
de idade com a eternidade. Se ele possuísse o conhecimento matemático que
temos hoje, ele poderia ter sido mais exato em sua descrição. Quando eu es
tudava matemática no colégio, aprendi bem cedo que qualquer coisa dividida
por infinito é igual a zero.
ou
186
O TRIBUNAL DE CRISTO
187
Movido pela Et e r n i d a d e
Vocês precisam correr de tal maneira que vençam. Todos os adetas praticam
domínio próprio rígido. Eles fazem isso para ganhar um prêmio que se
dissipará, mas nós o fazemos por um prêmio eterno. Então, corro direto
para o alvo com um propósito em cada passo que dou. Não sou como
um boxeador que erra os socos. Disciplino meu corpo como um atleta,
treinando-o para fazer o que deve.
1 CORÍNTIOS 9:24-27, NLT (ênfase do autor)
Devemos correr nesta vida para vencer. Para vencer, precisamos desenvol
ver a disciplina e o domínio próprio e viver com um propósito. Não estamos
competindo uns com os outros, mas somente conosco mesmos, e o nosso
alvo é agradarmos a Jesus em tudo que fizermos (2 Coríntios 5:9). Leia as
Escrituras cuidadosamente; descubra o que o nosso Senhor deseja na forma
como tratamos as pessoas, no que buscamos, nas coisas às quais dedicamos
o nosso tempo, no modo como influenciamos as almas com relação à eter
nidade, na forma como contribuímos para o Seu Reino e com as pessoas, se
perdoamos os outros, etc. Discutiremos isso em maiores detalhes mais tarde
mas, em resumo: Viva para vencer!
do até aquele que reinará ao lado de Cristo por toda a eternidade (1 Corindos
3:15; Apocalipse 3:21).
Muitos hesitam ao ouvir as expressões se perder e ser queimado com relação
a suas vidas; eles acham difícil acreditar que isso algum dia possa acontecer
no céu. No entanto, as Escrituras deixam isso tão claro como cristal em suas
afirmações. Antes que eu compartilhe estes versículos com você, deixe-me
iniciar explicando que muitas vezes nas Escrituras a metáfora de um prédio é
utilizada para representar a vida de uma pessoa, e outras vezes as Escrituras
falam da igreja como um prédio ou templo. Nestas metáforas, somos retrata
dos como os construtores no que se refere a como afetamos nossas próprias
vidas, ou a igreja em geral. Na verdade, farei referência a esta metáfora com
frequência durante todo o restante deste livro. Paulo afirma claramente:
Vocês são também edifício de Deus ...porém cada um deve construir com cui
dado. Porque Deus já pôs Jesus Cristo como o único alicerce, e nenhum
outro alicerce pode ser colocado. Alguns usam ouro ou prata ou pedras
preciosas para construírem em cima do alicerce. E ainda outros usam
madeira ou capim ou palha. O Dia de Cristo vai mostrar claramente a
qualidade do trabalho de cada um. Pois o fogo daquele dia mostrará o
trabalho de cada pessoa: o fogo vai mostrar e provar a verdadeira qua
lidade do trabalho. Se aquilo que alguém construir em cima do alicerce
resistir ao fogo, então o construtor receberá a recompensa. Mas, se o
trabalho de alguém for destruído pelo fogo, então esse construtor per
derá a recompensa. Porém ele mesmo será salvo, como se tivesse passado pelo
fogo para se salvar.
1 CORÍNTIOS 3:9-15, NTLH (ênfase do autor)
Pois tudo que está escondido será descoberto, e tudo o que está em
segredo será conhecido e revelado. 'Portanto, tomem cuidado e vejam como
vocês ouvem. Porque quem tem receberá mais; mas quem não tem, até o
que pensa que tem será tirado dele.
LUCAS 8:17-18, NTLH (ênfases do autor)
Jesus está dizendo que é aquilo que ouvimos ou prestamos atenção que mergu
lha fundo em nosso coração e molda os nossos pensamentos e propósitos
internos, o que por sua vez determina a forma como edificamos nossas vidas.
Devemos dar ouvidos com atenção à Palavra de Deus porque ela é a luz para
o nosso caminho. Sem ela certamente nos perderemos, assim como qualquer
pessoa se desviaria de um caminho em uma noite escura. Você pode se man
ter no rumo por algum tempo por acaso, mas acabará se desviando dele. Ao
nos desviarmos, a nossa construção pode ser facilmente movida pelas coisas
temporais e isto não será exposto até que a luz da Palavra de Deus resplan
deça sobre ela. Paulo reforça isso dizendo: “Mas quando qualquer coisa é
exposta e reprovada pela luz, ela se torna visível e clara” (Efésios 5:13, AMP).
Se nos perdermos, duas coisas podem acontecer. A primeira, que é a me
lhor delas, ao ouvirmos a Palavra de Deus, quando ela é pregada, lida ou
falada por algum amigo, ela nos convence em nossa consciência. E por isto
que é tão crucial mantermos uma dieta rígida da Palavra de Deus. Se formos
sábios, nos arrependeremos rapidamente e pediremos perdão por nossos
pensamentos, motivações ou intenções. No entanto, se a nossa consciência
estiver entorpecida pela repetição de erros, será mais difícil ouvir, e se a nos
sa consciência estiver cauterizada, isso será praticamente impossível. E por
este motivo que as Escrituras falam sobre a importância de mantermos uma
consciência pura (Provérbios 4:23; 2 Timóteo 1:3). Se protegermos nossa
190
o T ribunal de C risto
Ou, em outras palavras, vocês são a casa de Deus... Tomem cuidado es
pecial ao escolherem os seus materiais de construção. No final, haverá
uma inspeção. Se vocês utilizarem materiais baratos ou de qualidade in
ferior, isso será descoberto. A inspeção será profunda e rigorosa. Vocês
não se livrarão em nenhum detalhe. Se a sua obra passar pela inspeção,
ótimo; se não, a sua parte da construção será derrubada e reiniciada.
Mas você não será derrubado; você sobreviverá —mas por pouco.
Não sei quanto a você, mas eu não quero apenas sobreviver ao Tribunal de
Cristo. Estamos falando do nosso destino eterno aqui. Você pode imaginar
o quanto muitos ficarão chocados? Em nossa alegoria, cada personagem foi
pego completamente de surpresa pelo que enfrentou, exceto aquela que esta
va preparada, Caridade. Eles não levaram a sério a doutrina elementar da qual
deveriam.estar cientes desde o princípio.
191
movido pela Et e r n i d a d e
192
O T ribunal de C risto
OS PRÓXIMOS CAPÍTULOS
Os próximos capítulos contêm uma abordagem sobre as principais áreas pe
las quais seremos julgados e recompensados. Embora o espaço não permita
que tudo seja abordado em detalhe, trataremos de algumas questões mais
importantes. Um bom fundamento será colocado, sobre o qual você poderá
construir para fazer com que a sua vida conte para a eternidade.
Ao encerrarmos, leia lentamente e permita que as palavras de Pedro falem
ao seu coração com relação a tudo que você leu neste capítulo. Você verá
palavras chave e frases chave que darão mais vida sobre o que mencionamos.
As palavras dele também nos prepararão para o que em breve discutiremos
nos próximos capítulos:
Todas as coisas que conduzem a uma vida que agrada a Deus nos foram
milagrosamente dadas pelo conhecimento, pessoal e íntimo, daquele
que nos convidou à presença de Deus... então, não percam um só mi
193
movido pela Et e r n i d a d e
194
Capítulo 11
A CASA FEITA
SOB MEDIDA PARA DEUS
Pois os dons de Deus e o seu chamado nunca podem ser revogados.
R om anos 11:29, ABV
Trocando em miúdos, o Senhor está dizendo: “Eu Sou Deus. Você tem
plena consciência de Quem Eu realmente Sou? Então, o que é que você acha
que pode fazer por mim?” Poderíamos comparar isto a uma porção de formi
gas que dissessem a um ser humano: “Vamos construir uma casa para você”.
Que ridículo! Não podemos fazer nada na nossa própria força para servir e
agradar ao nosso majestoso, insondável e tremendo Deus. Ele realmente não
precisa de nós.
Por outro lado, em seguida Deus nessa passagem mostra quem pode agra
dá-lo e fazer algo por Ele: aqueles que são humildes e arrependidos, e que
temem a Deus e lhe obedecem. Eles são aqueles que podem edificar a sua
casa. Como eles podem fazer algo para um Deus tão tremendo? “’Não por
força, nem por poder, mas pelo meu Espírito’, diz o Senhor dos exércitos”
(Zacarias 4:6). E o homem, cooperando em obediência com o Espírito Santo
que produz resultados. Somente então o trabalho dos trabalhadores não será
em vão.
196
A C a s a F e i t a S o b M e d i d a Pa r a D eus
COOPERADORES
Eis o que é realmente incrível: por mais majestoso e tremendo que o Senhor
Deus seja, Ele, por Sua própria escolha, restringiu a Sua atuação na terra
quando deu ao homem a autoridade no início. Isso resulta no fato de que
Deus pode ser limitado. Isto pode chocá-lo, mas há exemplos disto ao longo
das Escrituras. Os descendentes de Abraão “impediram que o Santo de Israel
mostrasse toda a Sua grandeza” (Salmo 78:41, ABV). E novamente, Jesus
disse aos líderes espirituais de Sua nação: “Assim vocês estão invalidando e
tornando nula e sem efeito [a autoridade da] Palavra de Deus pela vossa pró
pria tradição” (Marcos 7:13, AMP). Somos responsáveis por cooperarmos
com Ele para cumprirmos o objetivo desejado por Ele, que é principalmente
o de ter um povo à imagem e semelhança de Jesus onde Ele possa habitar por
toda a eternidade. Por este motivo somos chamados de cooperadores.
Ele teve de começar com o fundamento e a pedra angular, que não é outra
senão o próprio Redentor, Jesus. “Eis que ponho em Sião uma pedra, uma
pedra já experimentada, uma preciosa pedra angular para alicerce seguro”
(Isaías 28:16, NVI). Por ter o Pai projetado e planejado a Sua casa antes da
criação, Jesus é chamado de “o Cordeiro que foi morto antes da fundação do
mundo” (Apocalipse 13:8), e Pedro afirma: “Conhecido, com efeito, antes da
fundação do mundo” (1 Pedro 1:20).
Jesus não apenas é o fundamento e a pedra angular, como também Ele é
o Encarregado Chefe. Jesus não falhou em Sua função; Ele a executou com
perfeição. Em oração, Ele disse estas palavras ao Pai imediatamente antes da
Sua crucificação: “Eu... consumei a obra que me confiaste para fazer” (João
17:4).
Deus, o Pai, iniciou todo o projeto contratando Jesus no tempo determina
do (Gálatas 4:4); então, Ele contratou todos operários. Entretanto, eles não
seriam apenas operários, mas também o próprio material empregado na Sua
Casa. Esses operários são você e eu. “... nos escolheu nele, antes dafundação do
mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele, e em amor” (Efésios
1:4, ênfase do autor). Isso fala de sermos nós o material da casa; nós somos
as pedras vivas.
Mas Ele também nos escolheu como operários, pois novamente lemos:
“Porque somos criação de Deus, realizada em Cristo Jesus para fazermos boas
obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos'’ (Efésios 2:10, NVI,
ênfase do autor). Observe que Ele preparou as tarefas que nos foram desig
nadas com antecedência. Em nenhuma parte das Escrituras diz que as nossas
atribuições foram dadas desde a fundação do mundo, embora isto certamente
seja possível, mas sabemos que “as obras estavam concluídas desde a funda
ção do mundo” (Hebreus 4:3). No entanto, com relação às nossas atribuições
pessoais como operários, a única coisa que encontramos escrita é que elas
foram dadas antes de termos nascido. Davi disse:
“Tu me viste antes que eu nascesse. Cada dia da minha vida foi registra
do no teu livro. Cada momento foi designado antes que um único dia
tivesse transcorrido”.
SALMOS 139:16, NLT
O trabalho da nossa vida foi pré-ordenado antes que fossemos formados
no ventre materno. Esta verdade está capturada na palavra de Deus a Jere
mias. Ele disse: “Eu te conheci antes que te formasse no ventre materno.
199 •
Movid o pela Et e r n i d a d e
Sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode
acrescentar e nada lhe tirar; e isto faz Deus para que os homens temam
diante dele. O que é já foi, e o que há de ser também já foi; Deus fará
renovar-se o que se passou.
ECLESIASTES 3:14-15
200
A C a s a F e i t a S o b M e d i d a Pa r a D eus
201
Mo v id o pela Et e r n i d a d e
dos Estados Unidos. Ele iniciou a igreja em 1991 com vinte e duas pessoas e
agora está chegando aos quatro mil membros. E uma das igrejas mais laceis
para se pregar, por causa da fome das pessoas. Multidões foram salvas e dis-
cipuladas nessa igreja.
A igreja cresceu rapidamente através de muita oração, de uma pregação
forte, e de muito trabalho duro, e eles construíram um belo prédio para aco
modar o grande número de pessoas. Depois de vários anos, meu amigo ob
servou um renomado cavalheiro de cabeça branca, sempre bem vestido, que
estava frequentando os cultos. Ele também percebeu que aquele homem se
sentava na igreja um culto após o outro e observava, com lágrimas descendo
por seu rosto. No entanto, o pastor sentiu que aquelas não eram lágrimas de
alegria.
Finalmente, aquele cavalheiro aproximou-se de um dos pastores auxiliares e
compartilhou que em 1981 o Senhor lhe falou claramente que ele deveria ini
ciar uma igreja naquela cidade. Alguns dias depois, ele sonhou com o prédio
onde a igreja que ele deveria pastorear se reuniria. O sonho era tão claro que
ele procurou um profissional para desenhar o prédio que ele havia visto em
seu sonho. Então, ele disse que encontrou um pouco de resistência e recuou
do projeto de iniciar a igreja. Depois de algum tempo, ele viajou e ministrou
em outras cidades por um curto período e finalmente terminou voltando ao
mundo dos negócios.
Então, ele abriu um papel cuidadosamente dobrado e disse ao pastor au
xiliar que aquele era o desenho do prédio que ele havia desenhado em 1981.
Quando o pastor auxiliar olhou o desenho, quase entrou em estado de cho
que. Era exatamente o prédio que meu amigo havia construído anos mais
tarde, e onde eles agora estavam se reunindo. Meu amigo desde então tem mi
nistrado consolo àquele homem, mas o cavalheiro compartilhou a dificuldade
que teve em superar o fato. Deus não pretende que ele viva em condenação,
mas que aprenda, cresça, e descubra como ele pode sentir ao Senhor com
eficácia pelo resto de sua vida.
Ouvi muitos exemplos como este, de pessoas que deixaram de cumprir
seu destino. Vi exemplos disto também. Em mais de vinte anos de viagens
a igrejas em todo o mundo, vi pastores titulares que sabia, dentro do meu
coração, que haviam sido chamados para serem pastores auxiliares, homens
de negócio que eu sabia que deveriam estar no ministério em tempo integral,
e até pastores que eu sabia que tinham o chamado para estarem no mercado
de trabalho. Vi pessoas fora do lugar no mundo corporativo ou dos negócios;
202
A C as a F e i t a S o b M e d i d a Pa r a D eus
e pagava bem. Mas aquele encontro fez com que eu mudasse minha perspec
tiva. Pensei: Nenhum dinheiro, segurança, ou qualquer outra coisa irá me impedir de
cumprir o motivo pelo qualfu i colocado nesta terra. Decidi ali mesmo que eu desco
briria o que havia sido chamado para fazer e qual era o próximo passo que eu
precisava dar para seguir em direção a isto.
Aprendi que Deus lhe dará o cenário geral do chamado da sua vida se você
o buscar bem cedo na sua caminhada com Ele. Em outras palavras, Ele lhe
mostrará o fim desde o princípio. José soube quando era um garoto que se
ria um grande líder; até seu pai, sua mãe e seus irmãos o serviriam. Mas foi
apenas anos mais tarde que isto se cumpriu. Moisés soube que lideraria Israel
pelo menos quarenta anos antes de chegar o seu tempo. Davi soube que seria
rei enquanto ainda era um garoto que pastoreava ovelhas. Foi anos depois que
ele se tornou o governante de Israel. E a lista continua.
Meus planos eram terminar minha graduação em Engenharia em Purdue,
fazer um MBA em Harvard, e conquistar um cargo de administração de alto
nível na América corporativa. Eu me casaria e tiraria várias férias por ano,
e daria um décimo de tudo que ganhasse para Deus. Esta era a minha idéia
pessoal de servir a Deus.
Quanto mais eu buscava a Deus, mais me sentia atraído para o ministério.
Eu também não gostava da idéia, mas era esperto o bastante para saber que
obedecendo a Deus eu encontraria realização e satisfação. Quando me com
prometi perante Ele em obedecer-lhe independente da situação, Ele começou
a mostrar-me um panorama geral do que havia me chamado para fazer nesta
terra. Em princípios dos anos 80, Deus já tinha me mostrado que um dia eu
influenciaria muitas nações com a Palavra de Deus desde que eu permaneces
se em obediência a Ele. E desnecessário dizer que isto me deixou perplexo,
porque eu não via como isto jamais poderia se cumprir, pois eu era um garoto
de uma cidade pequena que não conhecia ninguém no ministério em nível
nacional ou internacional.
Assim como foi com o exemplo de José, Moisés, ou Davi, Deus nos mos
trará a imagem final, mas não todos os passos para realizá-la. Isso nos man
tém vivendo por fé em vez de pelo raciocínio. Precisamos buscar e obedecer
ao que Ele nos diz, e então nos movermos em direção ao alvo. Frequente
mente, porém, o nosso próximo passo pode parecer não estar nos levando
em direção ao alvo, mas na direção oposta. Ser vendido como escravo por
dez anos depois do seu sonho de liderança não é exatamente o passo lógico.
É por isso que nos é dito: “Confie no Senhor de todo o seu coração, e não
204
A Cas a feita s ob m e d i d a Pa r a deus
205
movido pela Et e r n i d a d e
206
A C as a Fe i t a So b medida Pa r a D eus
O que é triste é que muito do ministério de Jesus Cristo não está sendo
cumprido em nossas comunidades por causa de igrejas locais que estão gra
vemente incapacitadas. Por que elas estão aleijadas? Geralmente não é por
causa de líderes ineficazes, mas sim por causa de crentes professos que estão
vivendo de um modo independente. Você pode imaginar se meus olhos deci
dissem que iriam fazer o que quisessem, ou se minhas pernas ou meus pés, ou
qualquer outra parte do corpo fizessem isto? Fico espantado com o que Deus
tem sido capaz de realizar na América em vista do estado da nossa igreja.
Por que a Igreja primitiva explodiu em crescimento tão rapidamente? Va
mos examinar e ver:
Você pode ver que os crentes eram plantados no corpo local? Eles adora
vam juntos enquanto se submetiam aos líderes, compartilhavam o excesso do
que tinham com os que tinham falta, e isto resultava no crescimento saudável
da igreja. As pessoas serviam ao Senhor através da sua igreja local, o que in
cluía a vida doméstica aeles também. Ser parte da igreja local era a vida deles.
Na verdade, mais tarde surgiu um problema, pois algumas viúvas estavam
sendo negligenciadas na distribuição de alimentos. Os apóstolos convocaram
o corpo local de crentes e lhes disseram que não era bom que eles deixassem
o ministério da Palavra de Deus para servirem às mesas. “Procurem entre
vocês, irmãos, e escolham sete homens que sejam bem respeitados e cheios
do Espírito Santo e de sabedoria. Nós os colocaremos a cargo deste serviço”
(Atos 6:3, NLT).
Observe que eles não disseram: “Precisamos de alguns voluntários. Será
que alguém se importaria em contribuir com o seu tempo para servir a estas
senhoras?” Não, todos os crentes eram responsáveis por servir, porque esta
207
movido pela e t e r n i d a d e
Eles impuseram as mãos sobre aqueles sete homens. Uau! Não foi para mi
nistrarem no púlpito, para ensinarem em um grupo nos lares, para liderarem
o louvor e a adoração ou para saírem em viagem ministerial, mas para servi
rem comida às viúvas na igreja.
Entretanto, observe que quando eles ocuparam o seu lugar de serviço no
corpo, por mais insignificante que pudesse parecer, então a Palavra de Deus se
espalhou e o número dos discípulos se multiplicou grandemente em Jerusalém.
Aqui vemos um fato impressionante. Em Atos 1-5 a palavra acrescentar é uti
lizada várias vezes para descrever o crescimento da igreja em Jerusalém. Eis
alguns acontecimentos (ênfases do autor em todos eles):
“Havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas” (Atos 2:41).
“Acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (Atos 2:47).
“E crescia mais e mais a multidão de crentes, tanto homens como mulheres,
que eram acrescentados ao Senhor” (Atos 5:14).
Até esse ponto, somente os apóstolos estavam fazendo a obra do minis
tério na igreja local, e Pedro foi o único que se menciona que pregava. No
entanto, em algum momento os crentes perceberam que todos tinham duas
responsabilidades principais. Primeiro, pregar o Evangelho às outras pessoas,
e segundo, eles tinham um papel a exercer na igreja local. A descoberta de que
todos os crentes deviam contar a impressionante história da ressurreição de
Jesus encontra-se em Atos 5:42 —6:1: “E todos os dias no templo, e de casa
em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo. Ora, naqueles
dias, multiplicando-se o número dos discípulos...” Não havia possibilidade
de que Pedro pregasse em todas as casas porque não havia rádios, televisões,
ou Internet. Todos os crentes agora estavam pregando o Evangelho de Jesus
Cristo aos seus vizinhos. Observe que agora a Igreja não estava crescendo
208
A Casa feita So b medida Pa r a D eus
209
movido pela Et e r n i d a d e
211
Mo v id o pela Et e r n i d a d e
o único pastor perfeito ou membro perfeito da igreja. Mas por que, em nossa
sociedade ocidental, preferimos fugir das dificuldades em vez de as enfrentar
mos e trabalharmos para vencê-las? As vezes dizemos que o nosso ministério
simplesmente não foi recebido em algum lugar. Então, vamos de igreja em
igreja procurando um lugar que tenha uma liderança ou membros infalíveis.
Fui membro de apenas três igrejas nos últimos vinte anos, uma em Dallas,
outra em Orlando, e a minha igreja atual, a New Life Church em Colorado
Springs. Anteriormente, tive inúmeras oportunidades de ficar ofendido com
a liderança que me cobria (a maioria das quais, eu poderia dizer que foram
por minha própria culpa ou imaturidade). Tive a oportunidade de me tornar
crítico e julgador com a liderança; no entanto, eu sabia, dentro do meu co
ração, que partir não era a resposta. Um dia, em meio a uma circunstância
muito difícil, o Senhor me falou e me disse: “Esta é a forma como desejo que
você saia de uma igreja: “Saireis com alegria, e em paz sereis guiados” (Isaías
55:12).
Muitos não saem assim. Eles acham que as igrejas são como os lugares
onde passam as férias. Eles podem escolher o que gostam. Eles sentem Uber
dade em ficar desde que estejam fehzes e não tenham problemas. Lembre-se,
o lugar onde Deus nos coloca é o lugar onde o diabo quer nos ofender e nos
colocar para fora. Ele quer desenraizar os homens e as mulheres de onde
Deus os plantou. Se ele conseguir que você saia, ele teve êxito. Se você não se
mover, mesmo em meio a grandes conflitos, você arruinará os planos dele e
cumprirá os planos de Deus.
Mais uma vez, “[Aqueles que são] Plantados na Casa do Senhor florescerão
nos átrios do nosso Deus”. O que acontece com uma planta se você trans
plantá-la a cada três semanas? O seu sistema de raízes começará a diminuir
e ela não florescerá nem prosperará. Se você continuar a transplantá-la, ela
morrerá de choque. Muitos vão de igreja em igreja tentando desenvolver o
seu chamado. Se eles não forem reconhecidos no lugar onde Deus os coloca,
pode-se perceber facilmente que ficam ofendidos. Se alguma coisa é feita de
uma forma com a qual não concordam, eles ficam ofendidos e vão embora.
Eles saem culpando a liderança. Estão cegos para todas as suas falhas de ca
ráter, e não percebem que Deus os estava refinando sob aquela pressão que
estava sobre eles. Isso não se limita ao ministério, mas também ocorre nos
casamentos, empregos, e outros relacionamentos do gênero.
Vamos aprender com os exemplos que Deus nos dá com as plantas e as ár
vores. Quando uma árvore frutífera é colocada na terra, ela precisa enfrentar
212
A C as a F e i t a S o b medida Pa r a D eus
tempestades, sol quente e vento. Se uma árvore jovem pudesse falar, ela diria
“Por favor, tire-me daqui! Coloque-me em um lugar onde não haja um calor
abrasador nem tempestades de vento!” Se o jardineiro desse ouvidos à árvore,
ele na verdade faria mal a ela. As árvores suportam o sol quente e as tempes
tades de vento fincando suas raízes mais fundo. A adversidade que enfrentam
ao final será a fonte de maior estabilidade para elas. A dureza dos elementos
que as cercam faz com que busquem mais fundo a sua fonte de vida. Um dia,
ela chegarão ao ponto em que até mesmo as maiores tempestades não pode
rão abalar a sua capacidade de gerar frutos.
Costumávamos viver na Flórida, a capital dos cítricos. A maioria dos ha
bitantes da Flórida sabe que quanto mais frio for o inverno para as árvores,
mais doces serão as laranjas. Se não fugíssemos tão rápido das coisas contra
as quais temos de lutar, o nosso sistema de raízes teria a chance de se tornar
mais forte e de buscar mais fundo, e o nosso fruto cresceria mais abundan
temente e seria mais doce aos olhos de Deus, e seria mais agradável para o
Seu povo. Seríamos árvores maduras em quem o Senhor se delicia em vez
daquelas árvores arrancadas por causa da sua falta de frutos (ver Lucas 13:6-
9). Não deveríamos resistir àquilo que Deus permite que passemos, para nos
fortalecer em nosso chamado.
na igreja e que perseveram sabem. O Senhor revela isto a qualquer pessoa que
não considere a sua vida mais valiosa do que a vontade de Deus. E nisto que
está a chave definitiva.
Quando entregarmos nossas vidas inteiramente para cumprirmos o pla
no de Deus para nós, não apenas descobriremos o nosso chamado, como
também o cumpriremos. Um exemplo disso é visto nos Evangelhos. Certo
dia, Jesus estava viajando de uma cidade para outra, e lemos que: “Indo eles
caminho fora, alguém lhe disse: ‘Seguir-te-ei para onde quer que fores”’ (Lu
cas 9:57). Aquele homem era entusiasmado, apaixonado e sincero. Ele queria
seguir Jesus até o fim.
No entanto, Jesus tem uma maneira de ver exatamente através do entusias
mo e de ir direto ao motivo real ou até às armadilhas do coração. Ele viu um
embaraço que impediria aquele homem de cumprir o seu destino, então Jesus
tratou do assunto dizendo: “As raposas têm seus colts e as aves do céu, ni
nhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lucas 9:58).
Aquele homem provavelmente tinha a sua fonte de conforto e segurança
nos bens terrenos que possuía. Ele provavelmente tinha um bom emprego,
um patrimônio considerável em casa, e um plano de aposentadoria preparado
para os anos de sua velhice. Jesus atingiu o desejo dele por segurança terrena
em cheio dizendo que Ele não tinha um lugar seguro onde reclinar a cabeça.
Posso até ver esse homem, assim como muitos outros na multidão, come
çando a recuar lentamente para o fundo e finalmente desaparecer disfarça
damente. Ele provavelmente estaria dizendo: “Jesus, posso ser o introdutor
nas Suas reuniões, tocar na orquestra, ou até estacionar os carros para os mais
velhos que vierem assistir à sua conferência na minha cidade”. O glamour de
seguir Jesus acabava de perder a sua sedução, as boas intenções de servi-lo se
dissiparam rapidamente, então ele e muitos outros se afastaram com intenção
de continuarem a apoiá-lo, mas sem comprometerem tudo.
Então Jesus olhou para outro homem que ainda estava desejoso e disse:
“’Segue-Me’! Ele porém, respondeu: Permite-me ir primeiro sepultar meu
pai. Mas Jesus insistiu: ‘Deixa os mortos o sepultar os seus próprios mortos,
Tu, porém, vai e prega o Reino de Deus’ (Lucas 9:59-60, ênfase do autor).
Uau! Que resposta forte! Alguns podem achar que Jesus estava sendo insen
sível e um pouco duro. No entanto, precisamos entender a cultura da época,
Os estudiosos me disseram que a tradição era que quando um pai morria e o
primogênito cumpria com a sua obrigação de enterrá-lo e então ele recebia
porção dobrada da herança e os outros filhos recebiam uma única porção.
214
A C a s a F e i t a S o b M e d i d a Pa r a D eus
Porém, se ele não cumprisse a sua obrigação de enterrar o pai, a porção do
brada iria para o segundo filho. Aquele homem tinha em mente o dinheiro.
Ele provavelmente tinha um amor especial por estar bem de vida, o que mais
cedo ou mais tarde o impediria de seguir Jesus. Ele teria se distraído ou to
mado decisões baseadas nas finanças em vez de baseá-las no plano de Deus.
Com esta instrução do Mestre, estou quase certo de que aquele homem
começou a recuar, juntamente com uma enorme quantidade dos demais. A
resposta dele foi algo parecido com isto: “Jesus, posso servi-lo nas conferên
cias que o Senhor fizer na minha cidade, cantarei no coro ou tocarei bateria.
Posso fazer isto. Eu adoraria fazer isso e não lhe cobrarei nada pelos meus
serviços”. O entusiasmo de segui-lo perdeu a sua sedução para aquele ho
mem e para muitos outros.
Observe que aquele homem não disse que não seguiria Jesus. Ele disse que
o seguiria, mas a chave para a perda daquele homem está em suas palavras
“deixa-meprimeiro”. Ele queria garantir que o que ele desejava fosse realizado.
Nada pode vir antes da vontade de Deus se quisermos descobrir e cumprir o
Seu plano para as nossas vidas. Já vi inúmeros crentes que deixaram de obe
decer por causa da intenção de atenderem primeiramente às suas prioridades.
Que triste que eles tenham deixado de cumprir o seu chamado! Outra pessoa
teve de entrar em cena e cumprir o papel deles. Como eles se sairão no Tri
bunal de Cristo?
A multidão estava diminuindo, e outro voluntário ansioso deu um passo à
frente. ‘“Seguir-te-ei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me dos de casa’.
Mas Jesus lhe replicou: ‘Ninguém que tendo posto a mão no arado, olha para
trás é apto para o Reino de Deus”’ (Lucas 9:61-62, ênfase do autor).
Observe novamente a palavra primeiro’. Aquele homem obviamente era
muito chegado à sua família, ou tinha amigos ou uma namorada em casa e
apenas queria comunicar-lhes a sua decisão de seguir o Homem da Galiléia.
Os relacionamentos estreitos deles teriam sido o fator determinante definiti
vo na sua maneira de servir a Jesus. Então, o Senhor confrontou isto direta
mente dizendo que ele não estava apto para o serviço do Reino.
Posso até ver esse homem agora recuando juntamente com outro grande
grupo de pessoas. Posso quase ouvi-lo dizer: “Jesus, sou bom em relações
públicas e recursos humanos. Posso ser consultor do seu ministério, e colocá-
lo em contato com alguns funcionários realmente bons. Posso também ajudar
a conseguir um centro de conferências local para a Sua próxima reunião em
nossa cidade. E quando o Senhor vier, ficarei a cargo de todos os recepcio
215
movido pela Et e r n i d a d e
nistas e introdutores que trabalhem nas suas reuniões. Olhe, eu até posso ser
o seu introdutor se o Senhor precisar de mim. Estarei às suas ordens!”
Muito provavelmente, a essa altura Jesus já havia podido ver a grande mul
tidão de seguidores entusiasmados se reduzir gradualmente para cerca de
apenas setenta. Havia provavelmente milhares de início, mas Ele tratou dire
tamente com as três maiores áreas de embaraço que impedem os homens de
cumprirem o seu destino: segurança, dinheiro e relacionamentos. Há outras
áreas, como os prazeres ou o desejo por outras coisas fora do propósito de
Deus, e assim por diante, mas em meus anos de experiência constatei que
estas são as principais.
A maioria das pessoas, ao ler os Evangelhos, deixa passar a próxima decla
ração crucial de Lucas por causa da transição para um novo capítulo. Entre
tanto, deixe-me lembrar-lhe que esta é uma carta longa, e que a igreja mais
tarde acrescentou os capítulos e versículos para facilitar a referência. Eis o
que Lucas diz em seguida:
216
A C a s a F e i t a S o b M e d i d a Pa r a D eus
Muitos são chamados. Quantos? Todos, para ser exato. Todos os crentes
têm um chamado sobre sua vida e dons para cumpri-lo. Entretanto, e isto
pode chocar você, somente poucos são escolhidos ou designados para cum
prirem esse chamado. Por que somente alguns poucos são designados? Por
que apenas poucos abandonarão todos os seus desejos, sua segurança, sua
sedução pelo dinheiro, seus relacionamentos que impedem a obra, e daí por
diante, para cumprirem o chamado que está sobre suas vidas. Observe que
Jesus disse: “A seara na verdade é grande, mas os trabalhadores são poucos”
(Mateus 9:37). Não é culpa de Deus se a nossa geração não está sendo al
cançada, pois Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao
pleno conhecimento da verdade” (1 Timóteo 2:4). Nós somos aqueles que
teremos de comparecer perante o Tribunal de Cristo e prestar contas sobre
por que a nossa geração não foi alcançada. Se cumprirmos o nosso chamado,
então não seremos julgados; porém, se permitirmos que os embaraços nos
impeçam, então no dia do juízo as coisas tomarão um rumo preocupante.
Você pode dizer: “Sou apenas um entre muitos”. E se o seu fígado dissesse
“Sou um membro insignificante do corpo e ninguém nem nota o meu traba
lho, então vou fazer o que quero e não o que fui criado para fazer”? Como
você sabe, sem o fígado, o corpo está em sérios problemas. E se os pulmões
dissessem isto, ou uma perna, ou pé, ou qualquer outra parte do seu corpo?
Assim como cada membro do corpo é importante, cada membro da igreja é
importante.
Eis o fato preocupante: Jesus nos diz que somente alguns cumprirão o seu
destino como operários nesta casa de Deus. Cada crente terá um chamado
para construir, mas somente alguns o cumprirão. Isto significa que a maioria
que irá comparecer diante do Tribunal de Cristo sofrerá perdas e não ganhará
gloriosas recompensas. Sei que estas não são boas notícias; entretanto, eis a
boa notícia: Você pode começar agora. Você pode cair de joelhos e orar e
pedir a Deus que o perdoe por tudo que você permitiu que o impedisse de
obedecer à vontade dele para a sua vida, e depois seguir em frente passo a
217
movido pela Et e r n i d a d e
Há uma coroa aguardando aqueles que terminarem fiéis ao plano que Deus
estabeleceu para suas vidas. Eles são aqueles que aguardarão ansiosamente o
Seu retorno. A palavra chave é ansiosamente. Aqueles que colocaram outras
coisas antes da vontade de Deus anseiam por encontrá-lo, mas não com tanta
ansiedade. Creio que este é um dos principais propósitos deste livro. Trazer
você de volta aos trilhos para que você possa ser um dos guerreiros desta
geração que ansiosamente aguarda encontrar-se com o seu Comandante e
ouvi-lo dizer: “Muito bem, servo bom e fiel”.
218
Capítulo 12
A MULTIPLICAÇÃO
Os ceifeiros recebem bons salários, e o fruto que eles colhem são as pessoas que são levadas
à vida eterna. One alegria aguarda tanto o semeador quanto o ceifeiro! 1Vocês conhecem o
ditado: “Uma pessoa planta e outra colhe”.
E é verdade.
Jo ão 4 :3 6 -3 7 , NLT
Aquele que planta e aquele que rega trabalham como uma equipe com o mesmo propósito.
Mas eles serão recompensados individualmente, de acordo com o seu próprio
trabalho e esforço.
1 C o rí n ti os 3:8, NLT
À
/
/ i queles que servem fielmente no Reino recebem salários eternos
220
A MULTIPLICAÇÃO
221
Mo v id o pela Et e r n i d a d e
sua obediência. Se você foi chamado para servir no ministério nos presídios
da sua igreja, para tocar vidas no mercado de trabalho, ou para contribuir
grandemente para a obra do ministério, e fez isso de todo coração como
se para o Senhor, fielmente, até o fim, você será recompensado do mesmo
modo que um evangelista que fielmente ganha multidões. A lista é interminá
vel. Pessoalmente, creio que veremos muito mais mães, homens e mulheres
de negócios, líderes seculares, etc. do que imaginamos nas primeiras fileiras
recebendo as maiores recompensas do Mestre.
222
A MULTIPLICAÇÃO
Não importa o que façamos ou o quanto pareça ser bom ou mau, se for
alimentado pela motivação da inveja ou da ambição egoísta, estamos cons
truindo com motivações carnais, anti-bíblicas e demoníacas que certamente
não serão recompensadas.
O dicionário Aurélio define inveja como “desgosto ou pesar pelo bem ou
pela felicidade de outrem. Um desejo violento de possuir o bem alheio”1. Se
encararmos o chamado de Deus com os olhos do mundo, então a inveja será
inevitável. Havia pregadores que invejavam o chamado que havia sido dado a
Paulo. Ele escreveu: “É verdade que alguns pregam Cristo por inveja e rivali
dade, mas outros o fazem de boa vontade. Estes o fazem por amor, sabendo
que aqui me encontro para a defesa do Evangelho. Aqueles pregam Cristo
por ambição egoísta” (Filipenses 1:15-17, NVI, ênfase do autor).
Aqueles ministros não estavam contentes com o chamado que Deus havia
dado a eles, e desejavam ter o sucesso de Paulo. Esta inveja era alimentada pela
ambição egoísta deles. A ambição é um desejo ardente e forte de realizar algo.
Quando ela é egoísta, o foco está em nós mesmos e não no bem dos outros.
Esta motivação só produzirá desordem e lutas, e abrirá a porta para tudo que
é mau.
A sabedoria que vem de Deus, por outro lado, alimentará a paixão pelo Reino,
e não a ambição egoísta. Ela construirá de acordo com os desejos do Mestre
Projetista, tendo os desejos do coração dele como motivação para o trabalho.
A respeito desta sabedoria, lemos:
Mas a sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura; depois, pacífica,
amável, compreensiva, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial
e sincera.
TIAGO 3:17, NVI
223
Mo v i d o pela Et e r n i d a d e
aceitando as Suas atribuições com alegria. O seu alvo não é ser a maior, mas
ser obediente ao chamado. Ela se regozija com o avanço do reino, quer ele
ocorra através de nós ou de outros.
A sabedoria que vem de Deus sempre tem seu foco no bem de outros, e
não de si mesma. Ela é pacífica, não contenciosa, não autoritária, crítica ou
dominadora. A sua motivação interior é ver outros andarem em piedade e
cumprirem seus destinos. Há aqueles que amam o ministério e toleram as
pessoas. Há outros que amam as pessoas e encaram o seu ministério como
um veículo para servir a elas. Estas últimas o fazem movidas pela sabedoria
que vem de Deus.
Outra característica da sabedoria que vem de Deus, como vimos no ver
sículo acima, é a submissão. Quando estamos contentes em nosso chamado,
seremos submissos à autoridade direta de Deus e à Sua autoridade delegada.
Vemos a situação geral da casa de Deus sendo construída, e há somente um
Arquiteto, um Projetista e um Construtor no comando. Ele delegou a Sua au
toridade, as Suas habilidades, e as Suas tarefas a vários indivíduos na Sua Igre
ja. Aqueles que serão grandemente recompensados no Tribunal de Cristo se
rão aqueles que permaneceram submissos aos que ocupavam posições acima
deles. Os pastores associados que dividiram igrejas, as esposas que resistiram
à autoridade doméstica de seus maridos para alcançarem seus próprios mi
nistérios, os empregados que construíram seus próprios negócios enquanto
eram pagos por seus patrões, etc. —todos sofrerão tremendas perdas no Dia
do juízo, ainda que tenham produzido grandes resultados com sua rebelião.
Não permita que os resultados o enganem. Podemos ter grandes resultados
e ainda assim estarmos em rebelião à autoridade de Deus. Veja Moisés. O
Senhor disse a ele para falar à rocha, e a água brotaria milagrosamente. Ele
não obedeceu, mas em vez disso, por causa da ira, feriu a rocha. A água saiu
mesmo assim, o suficiente para dar de beber a três milhões de pessoas no de
serto. As pessoas provavelmente estavam dizendo entre si enquanto bebiam:
“Uau! Deus ouve mesmo a Moisés! Que poder!”
Mas depois que todos tinham bebido, Deus chamou Moisés de lado e lhe
disse que ele não entraria na Terra Prometida porque não obedeceu. Moisés
tinha resultados, na verdade, resultados milagrosos. Mas resultados não são
indicação de sucesso —a obediência, sim. A sabedoria que vem de Deus tem
sua raiz no temor do Senhor, que é colocar a vontade de Deus acima de qual
quer coisa ou de qualquer pessoa. Aqueles que temem a Deus são inteiramen
te submissos à Sua autoridade.
224
A MULTIPLICAÇÃO
DIFERENTES NÍVEIS
Nos Evangelhos, encontramos duas parábolas semelhantes; entretanto, cada
uma ilustra uma verdade diferente com relação ao Tribunal de Cristo. A pri
meira parábola dos talentos enfatiza o fato de que nem todos os crentes rece
bem o mesmo nível de chamado e de dons. Jesus disse:
tes níveis de chamados e de dons dados a cada servo eram dados de acordo
com a sua própria capacidade. No entanto, devemos nos lembrar que Deus
nos dá habilidades. Não temos nada de valor que não nos tenha sido dado,
pois as Escrituras declaram: “Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu
que não tenhas recebido?” (1 Coríntios 4:7).
Nesta parábola, o homem com o chamado e dons de nível 5 duplicou os
seus esforços investidos. O homem com dois fez o mesmo. Eu pessoalmente
creio que isto mostra que ainda que Deus nos dê dons, precisamos cooperar
com nosso trabalho a fim de alcançar o retorno desejado do Mestre.
Entretanto, o homem com o chamado e dons de nível 1 provavelmente
achou que o que tinha era insignificante. Ele considerou seu mestre injusto,
intransigente e severo. Por que ele recebeu menos do que os outros? Por que
eles receberam uma influência em âmbito nacional ou municipal? Por que eles
obtiveram a habilidade para pregar, cantar ou escrever e eu não? E daí por
diante. Então ele escondeu o seu talento. Ele não cumpriu o seu chamado;
ele usou os seus dons para si mesmo ou em áreas que não traziam proveito
para o Reino.
Depois de muito tempo, o senhor dos servos voltou e acertou as contas
com eles. Os dois servos que duplicaram o que lhes foi confiado foram re
compensados com o mesmo elogio: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel
no pouco, sobre o muito te colocarei. Entra no gozo do teu senhor” (Mateus
25:21). O servo de nível 5 não foi elogiado mais do que o servo de nível 2,
porque ambos foram fiéis e diligentes. Isto mais uma vez afirma que Deus só
exige que sejamos fiéis ao que Ele nos entregou.
O homem que só tinha um talento foi severamente repreendido, e o seu
senhor ordenou que o que lhe havia sido confiado fosse levado e dado a um
dos outros homens. Ele sofreu grande perda, enquanto que o homem que foi
fiel ganhou ainda mais.
Ao ouvir isto, reflito sobre o ano de 1992 quando Deus me instruiu a escre
ver. Quase ri de incredulidade diante do que ouvi em meu coração enquanto
estava em oração. Eu odiava a língua inglesa! Se alguém dissesse que eu iria
escrever um livro, eu teria dito que essa pessoa estava louca. Entretanto, dez
meses depois, duas mulheres vieram a mim, uma delas duas semanas depois
da outra, e me entregaram a mesma palavra profética: “John, se você não
escrever o que Deus lhe deu para escrever, Ele entregará a mensagem a outra
pessoa e você será julgado”. Tremi e dei o passo de fé, e o resto é história. Se
226
A MULTIPLICAÇÃO
Certo homem nobre partiu para uma terra distante, com o fim de to
mar posse de um reino e voltar. Chamou dez servos seus, confiou-lhes
dez minas e disse-lhes: ‘Negociai até que eu volte’.
LUCAS 19:12-13
227
movido pela Et e r n i d a d e
228
A MULTIPLICAÇÃO
A graça pode ser multiplicada em nossa vida. Tiago disse: “Antes, Ele dá mais
e mais graça” (Tiago 4:6, AMP). E por graça que podemos fazer qualquer coi
sa de valor no Reino. Esta capacidade é multiplicada ao conhecermos a Deus
intimamente. É por isso que cada crente deve passar tempo de qualidade com
Deus. Devemos orar, ler as Escrituras, ler livros inspirados, ouvir mensagens
ungidas, todo o tempo buscando e ouvindo o Espírito Santo para termos a
Sua revelação. Ao fazermos isto, a graça é multiplicada em nossas vidas, o que
nos dá a capacidade para fazermos mais.
Descobri que quanto mais intimamente o conheço, e aos Seus caminhos,
mais eficaz eu me torno. Se eu possuo um machado que tem uma lâmina
muito cega, derrubar uma árvore pode demorar um dia inteiro. No entanto,
se eu afiá-la, posso derrubar cinco árvores em um dia utilizando a mesma
energia. E isto que acontece quando a graça é multiplicada em nossas vidas.
Trabalhamos com mais eficácia.
Lembro-me de ter testemunhado uma parada de homossexuais nas ruas de
Dallas, Texas, anos atrás. Durante duas horas, eu falei àquelas almas perdidas
sobre Jesus, e eles simplesmente olhavam para mim como se eu fosse de um
outro mundo. Alguns disparavam versículos de volta para mim tão rápido
quanto eu estava falando com eles. De algum modo, eu sentia que estava dan
do murros em ponta de faca. Era como lançar sementes no concreto. Então
o Senhor sussurrou para mim: “Busque-Me, e Eu lhe mostrarei o que fazer”.
Nos trinta minutos que se seguiram, Ele me dirigiu às pessoas e deu-me as
palavras que eu deveria dizer. As palavras agora penetravam nos corações, e
três homens entregaram suas vidas a Jesus Cristo. Buscar ao Espírito Santo e
ouvir a Sua palavra falada em meu coração multiplicou meus esforços.
Vi isto em todas as áreas de minha vida. A medida que cresci na Palavra de
Deus, fui tendo a habilidade de fazer mais em menos tempo. Descobri cami-
229
Mo v id o pela Et e r n i d a d e
MULTIPLIQUE DANDO
Qualquer pessoa que conheça a Deus infimamente se torna um contribuinte
alegre e generoso porque o próprio Deus é um doador extravagante. Ele deu
o maior dom de todos, Seu único Filho. Nada tinha maior valor para Ele do
que Jesus. O Senhor nunca dá um presente insignificante e indiferente. Ele
deu Jesus contemplando uma colheita multiplicada, que era a de muitos filhos
e filhas que entrariam para a Sua família, e a colheita continua chegando.
Dar em fé é outra forma segura de multiplicarmos o que temos; isto pode
multiplicar o que possuímos para afetar as vidas para a eternidade, assim
como o Pai fez com Jesus. Jesus nos diz explicitamente: “Por isso eu lhes
digo: Usem a riqueza deste mundo ímpio para ganhar amigos, de forma que
quando ela acabar, estes os recebam nas moradas eternas” (Lucas 16:9, NVI).
O nosso dinheiro, usado da forma adequada, pode afetar a nossa qualidade
de vida no céu e na Nova Jerusalém, muito depois que ele se acabar. “Como
está escrito, Ele [a pessoa benevolente] distribui; ela dá aos pobres; seus atos
de justiça, bondade e benevolência permanecerão para sempre!” (2 Coríntios
9:9, AMP).
Os pobres não são apenas os pobres financeiramente, mas também os que
são pobres de espírito. Uma pessoa pode ter milhões de dólares e ainda as
sim ser pobre de espírito. O Rei Davi chama a si mesmo um homem pobre
230
A MULTIPLICAÇÃO
231
movido pela Et e r n i d a d e
ASSOCIANDO-NOS A OUTROS
A nossa disposição em dar a outros, principalmente aos que necessitam e que
não podem nos pagar, nos trará recompensas tanto nesta vida como no dia
do juízo. Com relação a multiplicar os nossos esforços para a edificação do
Reino, podemos fazer isto associando-nos ao Evangelho. Veja o que Paulo diz
aos crentes de Filipos, que sustentavam seu ministério financeiramente:
Observe que Paulo está falando da parceria dos crentes de Filipos com o
seu ministério. Uma parceria se define como um relacionamento entre indivíduos ou
grupos que se caracteriza pela cooperação e responsabilidade mútuas, para a obtenção de
um determinado objetivo2. Uma parceria saudável dada por Deus sempre dá aos
indivíduos envolvidos a capacidade de fazerem mais do que poderiam sonhar
fazer individualmente.
Como já mencionei diversas vezes, Jesus nos deu a comissão de irmos por
todo o mundo e fazermos discípulos de todas as nações, e não apenas conver
tidos. Esta atribuição envolve todos os crentes. No entanto, se todos os cren
tes estivessem no campo realizando esta missão em tempo integral, como o
Evangelho seria financiado? (E por isso que Deus dá chamados e dons dife
rentes às pessoas). O Senhor jamais pretendeu que os ministérios recebessem
as finanças necessárias por meio da distribuição feita por anjos ou por meio
232
A Multiplicação
de dinheiro caindo do céu. Em vez disso, Ele confiou ao Seu corpo o privilé
gio de dar, o que cria uma parceria.
Deus chamou e ordenou dons ministeriais para alcançar as massas. Como já
foi mencionado, Ele dá dons especiais, habilidades e unção para cumprir este
propósito. Ele não deu esta tarefa a todos, mas a alguns na Igreja (ver Efésios
4:11). O restante, Ele comissionou e a ele confiou outra parte integral. Isto
inclui trabalhar, fazer dinheiro ou receber salários, e alcançar aqueles que es
tão dentro do seu círculo de influência com o Evangelho. Entretanto, se você
trabalha em tempo integral, como pode alcançar as massas? A resposta é por
meio de uma parceria.
Se você tivesse um produto que pode transformar as vidas, mas só pudesse
produzir dois por mês, seria impossível distribuir esse artigo em sua cidade,
em seu país, ou no mundo. No entanto, se houvesse uma empresa que tivesse
a capacidade e a bagagem especial necessárias para produzir e distribuir mi
lhares desses mesmos produtos por mês, você entraria em parceria com eles
para realizar o trabalho. Ao fazer isto, você não apenas estaria alcançando as
suas duas pessoas por mês (evangelismo pessoal), mas também os milhares
de pessoas adicionais que a companhia alcançou. Você teria, com efeito, mul
tiplicado os seus talentos e seus esforços através de uma simples parceria.
Este mesmo princípio se aplica aos comentários de Paulo aos Filipenses. Ele
prossegue:
Não que eu procure ou esteja ávido pelo [seu] donativo, mas interesso-
me e estou ávido pelo fruto que aumenta o seu crédito [a colheita de bênçãos
que estão se acumulando em sua conta].
FILIPENSES 4:17, AMP (ênfase do autor)
Observe a frase “ofruto que aumenta o seu crédito”. Aqueles crentes de Filipos
multiplicaram os seus esforços no alcance e ensino de almas ao semearem fi
nanceiramente na vida e ministério de Paulo por meio da parceria. Eles deram
aquilo que é temporal, assim convertendo-o em algo eterno, e no processo ele
também é multiplicado.
Quando entramos nesse tipo de parceria, Paulo diz que teremos uma “co
lheita de bênçãos que se acumula em nossa conta”. Esta é a nossa conta
celestial. Quando comparecermos perante o Tribunal de Cristo, não seremos
recompensados somente pelas vidas que afetamos pessoalmente em nosso
local de trabalho, em nossa vizinhança, escola, etc., mas também haverá mi
233
Movido pela Et e r n i d a d e
234
A MULTIPLICAÇÃO
Mas recebi [todo o seu pagamento] e mais; tenho tudo que preciso e
estou amplamente suprido, agora que recebi de Epafrodito as dádivas
235
movido pela Et e r n i d a d e
que vocês me enviaram. [Elas são o] aroma suave de uma oferta e sa
crifício aceitável a Deus e na qual Ele tem prazer. E o meu Deus libe
ralmente suprirá (encherá até topo) cada uma das suas necessidades de
acordo com as Suas riquezas em glória em Cristo Jesus.
FILIPENSES 4:18-19, AMP
236
A MULTIPLICAÇÃO
A ATITUDE É IMPORTANTE
Uma parte integrante de receber recompensas pelo seu serviço é a sua atitu
de, como mencionamos anteriormente. Não são apenas as nossas obras que
contam, mas as motivações que alimentam as nossas obras, e a nossa atitude
afetará as nossas motivações. Deus diz: “Se quiserdes e me ouvirdes, come
reis o melhor desta terra” (Isaías 1:19).
Lembro-me de um tempo em que eu estava muito árido em minha cami
nhada com Deus. Parecia que eu não recebia nada nos nossos cultos na igreja,
e principalmente com as pregações do meu pastor. Eu certamente não estava
florescendo. Eu trabalhava na equipe daquela igreja de oito mil membros e
237
Mo v i d o pela Et e r n i d a d e
238
A MULTIPLICAÇÃO
das pessoas para a Sua glória e edificação do Seu Reino. Vocês podem encarar
o chamado de Deus sobre nossas vidas de duas maneiras. Vocês podem enca
rar isto como se seus pais estivessem sendo tirados de vocês, e como se vocês
estivessem sendo roubados de ter uma vida familiar normal. Ou vocês podem
encarar isto como o seu ministério, e não apenas o de seus pais. A forma como
este se torna o ministério de vocês é que vocês estão semeando os pais de
vocês —enviando-os para ministrarem às vidas de milhares de pessoas para
cumprirem os propósitos de Deus. Se a atitude de vocês for esta, então vocês
receberão a recompensa no Tribunal de Cristo por cada alma que tocarmos.
Se vocês encararem isto como algo que lhes é roubado, não receberão uma
única recompensa pelas vidas que tocarmos. E então, meninos, tudo se resu
me em uma palavra: atitude”.
Eles captaram o que estava lhes sendo dito, e o resultado foi que eles nunca
reclamaram por termos de partir. Na verdade, muitas vezes em que Lisa e eu
fomos evasivos sobre se devíamos aceitar um convite, eles nos encorajaram
a fazê-lo. Temos um relacionamento fabuloso com eles, e todos eles amam a
Deus. Graças sejam dadas a Deus por Sua maravilhosa graça. Agora, como
resultado, eles estão multiplicando suas minas em uma idade bem jovem.
Fiz o mesmo com a nossa equipe. Eu disse a eles: ‘Vocês podem encarar
o trabalho aqui como um emprego, e finalmente vocês se cansarão e ficarão
amargos e não receberão a recompensa no Tribunal de Cristo. Ou vocês po
dem encarar as coisas como o seu privilégio de tocar em milhares de vidas.
Com cada livro que vocês enviam, cada carta que vocês nos ajudam a res
ponder, cada reunião que vocês organizam, etc., vocês são uma parte vital do
que Deus está fazendo para tocar as vidas. Ele ordenou este ministério para
tocar em vidas. Vocês são como os homens de Davi que ficaram guardando a
bagagem”. Eles captaram o sentido disso e tiveram uma atitude maravilhosa.
E minha função como líder declarar palavras de vida que ajudem a proteger
essa atitude, embora a responsabilidade final seja deles.
Manter uma boa atitude nos ajuda a multiplicar nossas minas e terminar
mos bem. Deus está edificando a sua casa feita sob medida, e que privilégio
temos em sermos Seus cooperadores. Então, não importa o quanto a sua
parte pareça ser insignificante, lembre-se que cada parte é vital; e você pode
ser tão eficaz ou ineficaz quanto decidir. Minha esperança com relação a você
é a mesma do apóstolo João: “Acautelai-vos, pois, para não perderdes aquilo
que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão”
(2 João 8).
240
Capítulo 13
A INFLUÊNCIA PESSOAL
Mas você sabe... como eu vivo, e qual é o meu propósito nesta vida.
I bcê conhece a minha f é e sabe quanto tempo sofri.
Você conhece o meu amor e a minha paciente perseverança.
2 T im óteo 3 :10 , NLT
AS FORTALEZAS DO EGOÍSMO
Eu era uma pessoa muito egocêntrica antes de conhecer Jesus. Depois de
minha conversão em 1979, o Espírito Santo teve de atacar as fortalezas do
egoísmo nos meus padrões de comportamento. E desnecessário dizer que a
minha primeira década em Cristo foi um período de forte confrontação. Uma
das fortalezas em minha vida era o desejo sexual. Quando era tentado pela
pornografia, tinha muita dificuldade em resistir. Depois de lutar por seis anos,
fui liberto no quarto dia de um jejum em 1985. Após ter sido liberto, iniciou-
se o processo de ser renovado no espírito do meu homem interior.
Durante os anos seguintes, descobri as raízes da minha sedução. O amor
de Deus continuou a crescer em meu coração, e o valor das pessoas também
aumentava fortemente. Percebi o extremo egoísmo daquele vício. Olhar para
uma mulher de forma pornográfica ou lasciva era reduzi-la a um pedaço de
carne, e este fato tornou-se algo revoltante ao meu coração.
A revelação da mulher sendo criada à imagem de Deus, coroada com glória
e honra, cresceu fortemente em mim. Eu sabia disso muito antes, mas era
apenas conhecimento mental, e não parte do meu ser. Depois de um certo
tempo, descobri a realidade do processo transformador de Deus. Quando
imagens pornográficas eram exibidas diante de mim em um cartaz, em uma
capa de revista ou na televisão, eu me sentia agredido e ficava muito irritado
porque aquela pessoa por quem Jesus derramou o Seu sangue estava sendo
reduzida a um pedaço de carne. A forma como eu reagia às mulheres mudou
de forma expressiva à medida que esta revelação aumentou.
Fico chocado pela forma como as mulheres são tratadas por algumas pes
soas, mesmo na igreja. Elas são olhadas de cima a baixo, vistas como se fos
sem menos valiosas, e até desprezadas. Isto é absurdo. Homens e mulheres
são igualmente herdeiros do Reino de Deus, e os homens, como os vasos
mais fortes (o que significa corpos físicos mais fortes e não almas mais fortes
ou corações mais fortes), devem honrar as mulheres acima de si próprios.
Os homens devem respeitar, valorizar, estimar, proteger e sempre procurar
edificar as mulheres. Maridos, vocês são a cabeça da união, mas a liderança no
Reino significa que você derrama a sua vida para a sua família por meio do
servir, e não como senhor de sua mulher e filhos. Se você encara o seu papel
de cabeça colocando-se acima de sua esposa, você a tratará de uma forma que
242
A INFLUÊNCIA PESSOAL
ferirá e destruirá em vez de edificar. Você prestará contas por isso no dia do
julgamento.
O DESEJO DE ACEITAÇÃO
Outra área de egoísmo que Deus expôs foi ainda mais enganosa para mim.
Em meados dos anos 80, servi na equipe de uma igreja de aproximadamente
quatrocentos funcionários. Nossa igreja tinha mais de oito mil membros e
um ministério que sustentava milhares de igrejas em todo o país. Naquela
época eu detestava o confronto, então evitava isso a qualquer preço. Eu era
extremamente gentil e cortês para com as pessoas. Em cada oportunidade
que tinha, dizia coisas gentis às pessoas, mesmo quando o que eu dizia não
era verdade. Ganhei a reputação de ser um dos melhores sujeitos da equipe.
Esses comentários chegavam a mim, e eu tinha um enorme prazer com isso.
Então, um dia, enquanto orava, Deus me perguntou: “Onde foi que eu dis
se em 1 Corindos 13 que ‘o amor é gentil’?
Fui pego meio que de surpresa e respondi: “Em nenhum lugar”.
Então Ele disse: “Filho, você sabe por que motivo você só diz coisas gentis
às pessoas, mesmo quando elas não são verdadeiras?”
Respondi: “Bem, não, nunca pensei nisso”.
Ele rapidamente respondeu: “Você tem medo da rejeição delas. Então,
quem é o alvo do seu amor, você ou elas? Se você realmente ama as pessoas,
você dirá a verdade a elas, quer elas gostem ou não. Você estaria mais preo
cupado com o bem delas ajudando-as, ainda que isso significasse que elas o
rejeitassem”.
Vi claramente o meu egoísmo mascarado de polidez; a verdade dolorosa
ficou clara. Eu usava as pessoas por causa da minha necessidade de aceitação.
Eu queria afirmação para aplacar as minhas inseguranças e não tinha como
prioridade ajudar os outros. Eu queria apenas a aceitação deles.
E por isso que existem inúmeros ministérios que só pregam o lado positivo
da Palavra de Deus. Eles se abstêm de advertir, corrigir ou repreender. Estão
mais preocupados em não ofender os seus membros e em não verem o ta
manho da igreja diminuir do que em amá-los genuinamente. Quem é o foco
do seu amor, você ou as pessoas? Se você visse alguém indo em direção a um
penhasco com uma venda nos olhos, você não gritaria para que ele saísse do
caminho perigoso e se voltasse em outra direção? Ouvi alguns desses “minis
243
movido pela Et e r n i d a d e
tros amorosos” falarem em particular, e o modo como eles falam das pessoas
é alarmante. Eles tratam garçons, mensageiros e outros serviçais como se fos
sem cidadãos de segunda classe. Como eles estão impactando as pessoas que
estão do lado de fora de sua vida pública? Eles prestarão contas pela forma
como influenciaram cada indivíduo com quem estiveram em contato.
DE GENTIL AÁSPERO
Quando esta revelação veio à minha vida, o pêndulo balançou para o lado
exatamente oposto. Então me tornei um pregador duro. Eu ainda não tinha
o amor de Deus pelas pessoas ardendo em meu coração. Eu estava mais con
centrado em ser reto do que no bem estar eterno das pessoas. As vezes eu
entrava e acabava com os membros de uma congregação. O foco continuava
sendo eu, mas meu egoísmo estava se manifestando de um modo diferente.
Meu comportamento era um clássico exemplo deste versículo das Escrituras:
“Você acha que todos devem concordar com o seu conhecimento perfeito.
Embora o conhecimento faça com que nos sintamos importantes, é o amor
que realmente edifica a igreja” (1 Coríntios 8:1-2, NLT).
Hoje, olhando para trás, para os primeiros dias de nosso ministério itineran
te, sinto-me muito mal por alguns pastores que tiveram de consertar as coisas
após minha partida. Se eu fosse um pastor naquele tempo, certamente não
teria convidado John Bevere para vir ministrar em minha igreja. Sou muito
grato pelos líderes que viram em mim o desejo sincero de servir a Deus e ao
Seu povo, embora eu ainda precisasse crescer muito.
Eu não estava mais bajulando ninguém para ganhar a aceitação e evitar a
rejeição, agora eu estava dizendo a verdade e confrontando as pessoas, mas
com as mesmas motivações egoístas escondidas que Deus estava removendo
de dentro de mim. Depois de alguns anos, um pastor famoso criticou-me
diante de alguns líderes influentes; ouvi esses comentários em três continen
tes diferentes. A princípio, fiquei muito zangado e arrasado, mas eu sabia que
a mágoa só faria com que eu me afastasse de Deus. Finalmente, o ataque
daquele homem contra mim fez com que eu clamasse a Deus como nunca
antes para ter mais do amor de Deus. Apaixonadamente, supliquei a Deus que
derramasse uma medida maior de compaixão sobre minha vida. Sem que eu
percebesse, com o tempo Deus fez amadurecer em meu coração o Seu amor
pelo Seu precioso povo.
244
A I n f l u ê n c i a Pe s s o a l
Durante esse processo, o Senhor deu-me uma revelação que mudou meu
ministério. Você pode pensar que vai ouvir algo muito profundo, mas na
verdade é bem simples. Você pode até achar que parece bobagem refletir a
respeito. A revelação foi: “Uma colher de açúcar ajuda o remédio a descer”.
Entendi que o potencial do remédio não é diminuído se ele for dado com
alguma coisa doce. Apenas facilita tomarmos o remédio, e na maioria das
vezes até o torna prazeroso. Ora, inúmeros líderes me disseram: “John, estou
impressionado com a maneira como você fez com que todos nós ríssemos
enquanto estávamos sendo cortados pela Palavra de Deus. Você fez com que
um assunto muito sério se tornasse algo que nos enche de vida”. Percebi que
eu estava amadurecendo pela graça de Deus. Sou tão grato a Ele!
Embora o pastor que me criticou diante dos outros líderes provavelmente
não tivesse a intenção de me abençoar, ele na verdade foi uma das maiores
bênçãos para a minha vida. Precisamos nos lembrar que às vezes Deus usará
a má intenção das pessoas para fazer com que entremos na vontade dele para
nossas vidas. Ele usou a traição de Judas para orquestrar o destino de Jesus, a
Cruz. Ele usou as intenções malignas dos irmãos de José para concretizar o
sonho cjue Deus havia dado a ele. E a lista continua.
Por que você critica e julga o seu irmão? E você, por que despreza ou
diminui o seu irmão? Porque todos compareceremos diante do Tribu
nal de Cristo... Assim, pois, cada um de nós prestará contas de si mes
mo [dará uma resposta com relação ao julgamento] a Deus.
ROMANOS 14:10, 12, AMP
O amor não tem origem nas nossas palavras porque podemos dizer que
nos importamos com alguém, mas as nossas atitudes podem negá-lo. Ele não
começa com as nossas atitudes também. Pois Paulo diz no versículo acima
que podemos realizar os feitos que têm aparência do mais elevado amor -
dando tudo aos pobres e sacrificando nossos corpos —mas isso pode ser feito
fora do amor. Esse versículo nos diz que o verdadeiro amor tem origem no
coração.
Quando amarmos, seremos pacientes e bondosos para com os outros. Não
invejaremos o sucesso dos outros porque será nossa paixão vê-los vencer.
Jamais nos gabaremos de nós mesmos e abandonaremos toda arrogância e
orgulho. Não exigiremos que as coisas sejam feitas do nosso jeito. Não fica
remos irritados por causa da nossa postura impaciente. Não guardaremos
um registro de quantas vezes fomos injustiçados, mas decidiremos perdoar e
liberar toda dívida. Nunca nos riremos da injustiça, mas teremos paixão pela
misericórdia e pela verdade. Jamais desistiremos das pessoas nem perderemos
a fé, e sempre esperaremos a acreditaremos no melhor. Veremos sempre as
outras pessoas como inocentes a não ser que seja provado que elas são culpa
das, e mesmo assim permaneceremos na esperança do arrependimento e da
246
A I n f l u ê n c i a Pessoal
247
Mo v i d o pela Et e r n i d a d e
que ele representava para nós, finalmente um líder muito conhecido levantou-
se e disse “Pensei que eu era o melhor amigo dele!” Todos riram.
Todos nós sabíamos que Jack nos considerava e nos tratava como seus me
lhores amigos. Esse grande líder não apenas impactou nações através de cru
zadas e programas de televisão, como também impactou todos aqueles com
quem entrou em contato individualmente. Não importava se você era o Pre
sidente de uma grande empresa ou alguém que vivia de auxílio-desemprego,
Jack sabia como se comunicar com você e amar você como ser humano. Jack
não era apenas fiel ao seu chamado e aos seus dons, mas ele fez com que suas
minas se multiplicassem em todas as áreas de sua vida.
248
A I n f l u ê n c i a Pessoal
Max Jukes, o ateu, vivia uma vida ímpia. Ele se casou com uma garota
ímpia, e dessa união nasceram 310 pessoas que morreram como mise-
249
Movid o pela Et e r n i d a d e
Paulo diz isto fazendo uma relação direta com o Trono do Julgamento de
Deus. Cada influência que exercermos sobre as pessoas passará por um exa
me detalhado. E da máxima importante que tenhamos isto diante dos nossos
250
A influência Pessoal
251
Mo v id o pela Et e r n i d a d e
252
A I n f l u ê n c i a Pe s s o a l
Que o Senhor faça com que cresça cada vez mais o amor que vocês têm
uns pelos outros e por todas as pessoas, e que esse amor se torne igual
253
movido pela Et e r n i d a d e
ao nosso amor por vocês! Desse modo, Deus dará força ao coração
de vocês, e vocês serão completamente dedicados a Ele e estarão sem
culpa na presença de nosso Deus e Pai, quando o nosso Senhor Jesus
vier com todos os que são dele. Amém!
1 TESSALONICENSES 3:12-13, NTLH
254
Apêndice A
PASSAGENS BÍBLICAS
RELACIONADAS
A RECOMPENSAS ETERNAS
HI
'
jJL este apêndice, exploraremos as Escrituras que revelam as prin-
cipais áreas a serem inspecionadas no Tribunal de Cristo. A par
tir da avaliação divina, receberemos recompensas eternas ou perdas eternas.
Medite nestes versículos das Escrituras e permita que o Espírito Santo os
esconda em seu coração para que você possa agradar a Deus. A sua recom
pensa eterna será rica e completa. Lembre-se, Paulo escreveu que uma vez
que todos enfrentaremos o Tribunal de Cristo, “Devemos ter o propósito de
agradar-lhe” (2 Corindos 5:9, NVI).
E lembrem-se que o Pai celestial a quem vocês oram não tem favoritos
ao julgar. Ele julgará ou recompensará vocês de acordo com o que fize
rem. Então, vocês devem viver em temor reverente a Ele durante o seu
tempo como peregrinos aqui na terra.
1 PEDRO 1:17, NLT
Nossos Atos
Eis que venho sem demora, e comigo está o meu galardão e as minhas
recompensas, para retribuir e recompensar a cada um segundo o que
seus atos e suas obras merecem.
APOCALIPSE 22:12, AMP
Sim, diz o Espírito, eles são verdadeiramente benditos, pois agora des
cansarão de todas as suas fadigas e provações; porque as boas obras
deles os acompanharão para o céu!
APOCALIPSE 14:13, ABV
256
Pa s s a g e n s B í b l i c a s R e l a c i o n a d a s a recompensas Et e r n a s
Nossa Santidade
O julgamento virá outra vez para os justos, e os que são retos receberão
a sua recompensa.
SALMOS 94:15, NLT
257
Mo v i d o pela Et e r n i d a d e
Nossas Motivações
Você pode dizer que o problema não é seu, mas Deus conhece o seu
coração e sabe os seus motivos. Ele pagará de acordo com o que cada
um fizer.
PROVÉRBIOS 24:12, NTLH
258
passagens Bí b l i cas relacionadas a recomp ensas eternas
Nossa Atitude
Pois se faço esta obra de minha livre vontade, então tenho o meu ga
lardão (minha recompensa); mas se não é de minha própria vontade,
mas é feito com relutância e mediante compulsão, [ainda assim] me é
confiada a [sagrada] responsabilidade de despenseiro.
1 CORÍNTIOS 9:17, AMP
Pois foi este o meu propósito em vos escrever, para testar a vossa atitu
de e ver se passaríeis no teste.
2 CORÍNTIOS 2:9, AMP
Nossa Integridade
Nossa Fidelidade
Nossa Humildade
260
passagens bíblicas Relacionadas a R e c o m p e n s a s Et e r n a s
Nossas Palavras
Eu afirmo a você que no Dia do Juízo, cada pessoa vai prestar contas
de toda palavra inútil que falou. Porque as suas palavras vão servir para
julgar se você é inocente ou culpado.
MATEUS 12:36-37, NTLH
Amados irmãos e irmãs, eu os amo e anseio por vê-los, pois vocês são
a minha alegria e a recompensa pelo meu trabalho.
FILIPENSES 4:1, NLT
Quem leva os justos para o mau caminho será destruído pela sua pró
pria maldade, mas quem obedece a Deus de todo o coração receberá a
recompensa justa.
PR O V É R B IO S 28:10, A B V
261
movido pela Et e r n i d a d e
Mas ainda que venhais a sofrer por fazerem o que é certo, Deus os
recompensará.
1 PEDRO 3:14, NLT
262
Pa s s a g e n s B í b l i c a s R e l a c i o n a d a s A R e c o m p e n s a s Et e r n a s
Se os seus inimigos tiverem fome, dêem-lhes pão para comer. Se eles ti
verem sede, dêem-lhes água para beber. Vocês amontoarão brasas vivas
sobre a cabeça deles, e o Senhor os recompensará.
PROVÉRBIOS 25:21022, NLT
263
Movid o pela Et e r n i d a d e
Pois Deus não é injusto. Ele não esquecerá o quanto vocês trabalharam
esforçadamente para Ele e como vocês demonstraram o seu amor a Ele
cuidando de outros cristãos, como ainda fazem.
HEBREUS 6:10, NLT
Oração
Mas quando orarem, vão a sós, fechem a porta atrás de vocês, e orem
ao seu Pai em secreto. Então o Seu Pai, que conhece todos os segredos,
os recompensará.
MATEUS 6:6, NLT
264
Pa s s a g e n s B í b l i c a s R e l a c i o n a d a s A R e c o m p e n s a s Et e r n a s
Não que eu esteja ansioso por receber o [seu] donativo, mas busco e es
tou ansioso pelo fruto que aumenta o seu crédito [a colheita de bênçãos
que está sendo acumulada na conta de vocês].
FILIPENSES 4:17, AMP
265
movido pela Et e r n i d a d e
Certamente, existem mais áreas que não foram incluídas, mas a partir de
meu estudo geral das Escrituras, estas me parecem ser as principais. Se nos
apegarmos firmemente à Palavra da vida, não nos permitindo desviar do ca
minho, tornaremos o nosso chamado e eleição seguros por toda a eternidade.
Recompensas
Jesus “confessará o seu nome diante de Meu Pai e diante dos Seus an
jos” (Apocalipse 3:5).
266
passagens bíblicas relacionadas a recomp ensas eternas
São prometidas coroas aos Seus servos fiéis. Essas coroas são incor
ruptíveis (1 Coríntios 9:25); elas jamais se corrompem, se decompõem ou
envelhecem. Algumas das coroas relacionadas nas Escrituras são:
267
A .pêndice b
A SALVAÇÃO,
DISPONÍVEL A TODOS
Observe que ela foi entregue a Satanás. Quando? A resposta está no Jardim,
pois Deus originalmente entregou o domínio da terra ao homem (ver Gêne
sis 1:26-28). Adão perdeu tudo: Isso inclui ele próprio e a sua semente por to
das as gerações. Novamente lemos: “O mundo jaz no maligno” (1 João 5:19).
Antes de Deus enviar Adão para fora do Jardim, Ele fez uma promessa.
Um libertador se levantaria e destruiria a escravidão e o cativeiro ao qual a
humanidade estava sujeita. Este libertador nasceu quatro séculos depois de
uma virgem chamada Maria. Ela tinha de ser uma virgem, pois o pai de Jesus
era o Espírito Santo, que a fecundou. Se Jesus tivesse nascido de pais naturais,
Ele teria nascido no cativeiro de Adão.
Seu pai era Deus, e Sua mãe era humana. Isto fez dele alguém que era in
teiramente Deus e inteiramente homem. Tinha de ser um filho do homem
para comprar a nossa liberdade. Por este motivo, Jesus se referia constante
mente a si mesmo como o Filho do Homem. Embora Ele estivesse com o
Pai desde o princípio, Ele se despiu de seus privilégios divinos e tornou-se
homem para entregar a si mesmo como oferta pelo pecado.
269
MOVIDO PELA ETERNIDADE
Quando foi para a Cruz, Ele levou o julgamento pelo nosso pecado sobre
si para nos libertar do nosso cativeiro. As Escrituras declaram que “Ele pes
soalmente carregou os nossos pecados em seu corpo, sobre a cruz, para que
possamos morrer para o pecado e viver para a justiça” (1 Pedro 2:24, NLT).
Se você confessar com a sua boca que Jesus é o Senhor e crer no seu
coração que Deus o levantou dentre os mortos, você será salvo. Pois é
por meio do crer em seu coração que somos justificados perante Deus,
e é confessando com a nossa boca que somos salvos.
ROMANOS 10:9-10, NLT
É simples assim! Não somos salvos pelas nossas boas obras. As nossas
boas obras jamais poderiam nos conquistar um lugar no Seu Reino. Pois se
isso fosse verdade, Cristo teria morrido em vão. Somos salvos por Sua graça.
Ela é um dom gratuito que não podemos adquirir. Tudo que temos de fazer
para recebê-la é renunciar a vivermos para nós mesmos e comprometermos a
270
A Sa l v a ç ã o D i s p o n í v e l a Todos
nossa vida com Ele como Senhor, o que significa Mestre Supremo. “Ele mor
reu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas
para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Coríntios 5:15).
Então, se você crer que Cristo morreu por você e está disposto a entregar
a Ele a sua vida e não viver mais para si mesmo, podemos fazer esta oração
juntos e você se tornará um filho de Deus:
Deus nos céus, reconheço que sou um pecador e que falhei em atender
ao teu padrão de justiça. Mereço ser julgado por toda a eternidade pelo
meu pecado. Obrigado por não me deixar neste estado, pois eu creio que
Tu enviaste Jesus Cristo, o teu único Filho, que nasceu da virgem Maria,
para morrer por mim e levar a minha sentença na Cruz. Creio que Ele
ressuscitou no terceiro dia e que agora está sentado à tua direita como
meu Senhor e Salvador. Então, neste dia____d e________________
d e ____, entrego a minha vida inteiramente ao Senhorio de Jesus.
Jesus, eu confesso a Ti como meu Senhor e Salvador. Entra na minha
vida através do teu Espírito e transforma-me em um filho de Deus. Re
nuncio às coisas das trevas às quais eu um dia me agarrei, e deste dia em
diante não viverei mais para mim mesmo, mas para Ti, que entregaste a
Ti mesmo por mim para que eu possa viver para sempre.
Obrigado, Senhor. A minha vida agora está inteiramente em tuas
mãos e no teu coração, e de acordo com a ma Palavra eu jamais serei
envergonhado.
Agora, você é salvo. Você é um filho de Deus. Todo o céu está se alegrando
com você neste instante!
Bem vindo à família!
271
N ota s:
Capítulo 1
1. Webster’s Encyclopedic Unabridged Dictionary o f the English Language (New
York: Gramercy, 1993), s.v. “eternidade.”
2. The American Heritage Dictionary o f the English Language, 4a. ed. (New York:
Houghton Ivlifflin, 2000), s.v. “eternidade.” Eternidade: o estado ou qualidade de
ser eterno; terno: o que existe fora do tempo; donde: o estado de existirfora do tempo. ■
3. Merrill E Unger, The New Unger’s Bible Dictionary, ed.R. K. Harrison
(Chicago: Moody, 1988), BibleSoft PCStudyBible Versão 4.
4. Robert Young, Young’s Literal Translation of the Holy Bible (Grand
Rapids, Mich.: Baker, 1986).
Capítulo 3
1. Lucas 16:2
2. Hebreus 4:13, AMP
3. João 8:24
4. Atos 4:12, AMP
5. Tiago 2:10, ABV
6. Efésios 2:8-9, NLT (o nome Deus foi substituído por Jalyn para adaptar-se
à estória)
7. Eclesiastes 9:5-6, NLT
8. Provérbios 24:20, NLT
9. Provérbios 13:13
10. Mateus 22:13-14
11. Tito 1:16, NLT (o nome Deus foi substituído por jalyn para adaptar-se
à estória)
12. Lucas 6:46,TEV
13. Mateus 7:21-23, ABV, (o nome Céu foi substituído por Affabel para
adaptar-se à estória)
14. Tiago 2:14, 17-20,'NLT (o nome Deus foi substituído por Jalyn para
adaptar-se à estória)
NOTAS
Capitulo 4
1. The American Heritage Dictionary, 3rd ed. (New York: Houghton Mifflin,
1992), s.v. “elementary.”
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 8
1. Lucas 14:12-14
2. Marcos 12:43-44, NTLH
3. Colossenses 1:28 (o nome Cristo foi substituído por Jalyn para adaptar-se
à estória)
274
NOTAS
Capitulo 10
Capítulo 12
275
NOTAS
Capítulo 13
276
Outros títulos de John Bevere
A Isca de Satanás* O Temor do Senhor*
A Isca de Satanás - Devocional* Extraordinário*
Quebrando as Cadeias da Intimidação* A Voz que Clama*
Implacável* A Recompensa da Honra*
Vitória no Deserto* O Espírito Santo*
Acesso Negado* Do Bem ou de Deus?*
A História do Casamento* Resgatado
It / I l if e - t r a n s f o r m in g tr u th .
M essen g er
International,
UNITED STATES AUSTRALIA UNITED KINGDOM
PO Box 888 Rouse Hill Town Centre PO Box 1066
Palmer Lake, CO 80133 PO Box 6444 Hemel Hempstead
Rouse Hill NSW 2155 Hertfordshire,
Phone: 800-648-1477 HP27GQ
Email: Phone: 1-300-650-577
Mail@Messengerlnternational.org Outside Australia: Phone: 0800-9808-933
+61 2 9679 4900 Outside UK:
Email: (+44) 1442 288 531
Australia@Messengerlnternational.org E-mail:
Europe@Messengerlnternational.org
www.Messengerlnternational.org
IMPLACÁVEL
Os cristãos nunca foram destinados a "apenas
sobreviver". Você foi criado para superar a
adversidade e mostrar a grandeza! Neste livro
convincente o autor best-seller, John Bevere, explora
o que é preciso para terminar bem.
A I s c a de Sa t a n á s in Rpvp'-p I
d e v o c io n a l
A ISCA DE SATANAS
|SÇA
SATANÁS
A Isca De Satanás expõe um dos laços mais
enganosos que Satanás utiliza para tirar os crentes
«MnMMB.S, DC UMA
da vontade de Deus - a ofensa. A maioria das
■■ armadilha mortal
pessoas que é presa pela isca de Satanás nem
sequer percebe isso. Não se deixe enganar!
IdiçJo de !0°An,\ eríi„o
C o m b o - O Es p í r i t o
Sa n t o
O mais novo lançamento de John Bevere -
O Espírito Santo agora também em DVD.
Livro + DVD
O ESPÍRITO SANTO
o Infelizmente, o Espírito é frequentemente mal com
ESPÍRITO SANTO preendido, deixando muitos sem pistas de como Ele
UMA INTRODUÇ ÀO é e como Ele se expressa a nós. Neste livro interati
vo, John Bevere convida você a uma descoberta pes
soal da pessoa mais ignorada e mal compreendida
JOHN BEVERE
COMA0060NKVEK na igreja: o Espírito Santo.
UM
Q u e b r a n d o a s Ca d e ia s d a JOHN BEVERE
In t i m i d a ç ã o
Todos nós já passamos pela experiência de ser intim
idado por alguém pelo menos uma vez na vida. John QUEBRANDO AS CADEIAS
Bevere traz à tona as ameaças e pressões, destrói o
poder das garras do medo, e ensina você a liberar os
dons de Deus e a estabelecer o Seu domínio sobre a
sua vida.
O T e m o r d o Se n h o r
John Bevere expõe a necessidade de temermos a
Deus. Com seu estilo amorosamente confrontador,
ele desafia você a reverenciar a Deus de uma forma
diferente na sua adoração e em sua vida diária. Deus
anseia por ser conhecido, e só há uma maneira de
entrarmos nessa intimidade profunda e experi
mentá-la na sua plenitude.
V it ó r ia n o d e se r t o
Você se sente estagnado em seu progresso espiritual
- ou até mesmo parece ter regredido? Você acha
que se afastou de Deus ou que, de alguma forma, o
desagradou? Talvez nada disso seja o seu caso...
mas, a realidade é que você está no deserto! A in
tenção de Deus é que você seja vitorioso no deserto.
A c e sso n e g a d o
Imagine se você pudesse andar livre do pecado e
manter Satanás de fora de sua vida, de seus
relacionamentos pessoais e profissionais? Qual é o
segredo? Neste best-seller, John Bevere revela que a
N egado maior forma de guerra espiritual para qualquer
cristão é a força poderosa de uma vida obediente.
J ohn
Ex t r a o r d i n á r i o B evere
O que há napalavra eternidade que chama a nossa atenção e que, na verdade, tem opotencial de influenciar
toda uma nação? Nenhuma raça, tribo ou gênero pode resistira sua atração. Fomos criados com a eternidade
em nossos corações e a compreensão de que há algo além de nossa existência terrena, ainda desconhecido.
Portanto, é sábio mergulhar mais fundo naquilo que o nosso Criador di^com relação ã eternidade; afinal, a
Sua Palavra declara: “Muito antes de o mundo existir, desde a eternidade, eu sou Deus. Quando eu faço
alguma coisa, ninguém écapa^de impedir ” (Is 43:13; ABN7).
- John Bevere, extraído da Introdução
O autor de best-sellers John Bevere nos fala a respeito dos princípios irrefutáveis para viver
com a esperança e a certeza que nos levarão até a eternidade.
Precisamos admitir que a maioria das pessoas terminaria seus dias na miséria se planejasse o
futuro tão descuidadamente quanto se prepara para a eternidade. Até mesmo os crentes
costumam negligenciar este princípio vital da vida cristã. Em geral, pensamos muito pouco
no que acontecerá além do dia de hoje.
Com base nos princípios de 2 Corindos 5:9-11, John Bevere nos lembra que todos os crentes
comparecerão diante de Cristo e receberão aquilo que conquistaram em vida. Muitos de nós
ficaremos chocados ao descobrirmos que a maior parte do nosso tempo foi gasta em coisas
que não têm significado no que diz respeito às recompensas eternas.
Moldando nossas vidas para estarmos prontos para o Dia do Juízo e mantendo um sistema de
coordenadas que nos leve para o caminho certo, desenvolveremos vidas expressivas. Se
aprendermos a manter o foco no alvo, poderemos começar a receber recompensas que
permanecerão —por toda a eternidade.