Ela surge a partir das ideias, crenças e valores dos fundadores e das experiências
adquiridas pelas interações entre os membros dos grupos de trabalho. Essa cultura tem como
função manter as ideias do grupo coesa e alinhadas aos ideais da empresa para que dessa
maneira se mantenha o desempenho em todas as atividades, ela também pode servir para criar
limites, dar sentido ao modo de produção, fortalecer a estabilidade dos membros da empresa,
entre outros, porém também irá servir para perpetuar o sentimento de pertencimento e
consequentemente agravar a alienação ao sistema de trabalho. A cultura organizacional têm
características únicas que a define e a torna diferente para cada organização, essas
características incluem o fato de que cada empresa tem sua própria cultura, nunca igual a de
outras empresas porque ela é aprendida através das experiências do grupo que compõem a
empresa, está implícita no funcionamento e normas da organização, se modifica de modo
muito lento e gradual, se perpetua inclusive pelos novos membros e é aceita pela maioria.
A cultura da organização pode ser forte ou fraca. Quando uma cultura é forte os ideais
e valores da instituição são acatados, seguidos e compartilhados de maneira ampla, por todos
os membros da organização, fazendo que desta maneira a maior parte dos funcionários tenha
a mesma opinião sobre valores e a missão da instituição.
Já no caso da alienação existem vários significados, mas segundo o conceito de Marx, se
manifesta a partir da divisão do trabalho e do produto, ou seja, o trabalho no capitalismo está
separado do trabalhador, por mais que seja o trabalhador que execute esse trabalho.
Quando o trabalhador entende esse excesso de trabalho como algo bom para ele,
porque assim ele está ajudando a empresa em que trabalha, ele pode e muito provavelmente
irá querer fazer mais e mais daquilo que já é excessivo. Isso fará com que este leve trabalho
para casa, não consiga aproveitar folgas, e não consiga dividir sua vida pessoal da
profissional, não se enxergando sem seu trabalho, e não diferenciando o que lhe é individual
daquilo que é apenas trabalho. Esse tipo de comportamento se torna corriqueiro
principalmente em culturas organizacionais fortes, em que os funcionários muitas vezes
ficam alienados ao sistema de produção sem nem perceber ou questionar suas ações e as
ações da empresa.
Para falarmos de sequestro da subjetividade primeiro precisamos entender sobre do
que se trata esse conceito. O sequestro da subjetividade é quando o indivíduo que trabalha
dentro de uma empresa tem sua autonomia e maneira de pensar sobre o trabalho de certa
forma sequestrados por conta da cultura organizacional da empresa, que desse modo usa
discursos e métodos para aumentar a produtividade de seus empregados, essas estratégias
fazem com que essas pessoas percam sua liberdade diante do estabelecimento de limites
fazendo com que muitos desses trabalhadores usem seu tempo livre para trabalhar. Assim
podemos dizer que o trabalhador está alienado diante da divisão que existe entre ele e a
empresa, já que não consegue mais distinguir um do outro. Isso fica cada vez mais evidente
quando o trabalhador se identifica e se vê como parte completa da empresa e esse vínculo
ultrapassa o produto que é o único fruto que é dado a empresa. Desse modo mostra o objetivo
desse sequestro da subjetividade que não é só ter o controle do indivíduo dentro do trabalho,
mas também fora.
Referências: