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AO DOUTO JUIZO DE DIREITO DO 2ª JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E DAS

RELAÇÕES DE CONSUMO DA COMARCA DE SÃO LUÍS/MA

FLAVIO AMOROSO SOUSA, brasileiro, viúvo, autônomo, com Cédula de identidade nº


024446322002-0 SSP/MA e CPF nº 725.129.753-73, sem endereço eletrônico, residente e domiciliado na
Rua 14, nº 3, Bairro Cidade Olímpica, São Luís/MA, CEP 65.058-502, vêm, respeitosamente à presença
de Vossa Excelência, por seu advogado infra-assinado, propor a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Em face da Empresa de nome J GONCALVES DOS SANTOS FILHO & CIA LTDA
nome fantasia CENTRO ELETRICO, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o
número 07.049.976/0004-40 [ FILIAL ], situada à Av. Avenida Guajajaras, 416, TIRIRICAL,
Campo Encantado/RS, CEP 65055-285, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS
No dia 26/08/2020 o requerente realizou a compra de uma máquina de lavar roupas
Consul 120/220 V, no valor de R$ 1.000,00 (um mil) como demonstrado na nota fiscal anexada;
Ocorre que, no sexto mês de uso a maquina apresentou problemas, o autor levou até a
autorizada de nome não informado pela mesma para a realização dos reparos, a mesma direcionou
o eletrodoméstico ao fabricante que elaborou um laudo técnico.
Tal laudo constava que o defeito era no motor da maquina e que o autor deveria
desembolsar um valor de R$ 450,00 (quatrocentos e cinquenta reais) para a manutenção do
aparelho.
Visto o grau de mal atendimento e a necessidade de pagamento do requerente pela
necessidade de ter o produto funcionando, o demandante requer tais pedidos com base no Código
de Defesa do Consumidor.
Ante os fatos, requer-se o provimento dos pedidos a que tem direito.
É o breve relato.

DO DIREITO
Responsabilidade Objetiva e Falha na Prestação do Serviço

Av. Guajajaras nº 1960 – Edifício Ritanyed III - Sala 101 – São Cristóvão – São Luís – MA – CEP 65055-285
E-mail: advogadorubini@gmail.com - Telefones: 3302-3550; 3302-3560 – 98816-1521- 98321-1515(w) - 98802-1245(w)
Código de Defesa do Consumidor, protegendo o direito básico à adequada e eficaz
prestação dos serviços públicos em geral ao consumidor, aduz em seu art. 14 que “o
fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos
danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.”.
Quanto à sua isenção de culpa, o mesmo artigo do CDC dispõe:

Art. 14 (...)
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

Ainda,
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem
impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da
disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;

Em relação às práticas abusivas:


CDC
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas
abusivas:   
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua
idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos
ou serviços;
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.  

Atinente ao indébito, em dobro:


CDC
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a
ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à
repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano
justificável.

Assim, a requerida, ao enganar o cliente com a promessa de contemplação na 1ª


assembleia do consórcio, condicionando ao pagamento do valor descrito acima, incorre em
violação ao Código de Defesa do Consumidor, causando, danos de natureza extrapatrimonial,
pelos quais se recorre ao Judiciário para satisfazer a justa reparação, não devendo, a empresa
demandada, se eximir de sua responsabilização, visto que não há causa que a isente de culpa.

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Dos Danos Moral e Material
Tais fatos constituem ofensa à honra objetiva do cliente, visto que buscava o melhor
funcionamento da sua máquina para realizar atividades laborais.
Nesse ínterim, se configura a existência de danos à moral do autor, visto que,
conforme jurisprudência consolidada no STJ, a falha na prestação do serviço público (que ocorreu
com a prática abusiva perpetrada, gera o direito à compensação, sendo dispensável a comprovação
dos prejuízos suportáveis, visto que são presumíveis.
Assim, em atenção à aplicação do método bifásico, largamente utilizado pelo STJ,
destacando-se a recorrência e a reincidência da requerida em prestar seus serviços irregularmente,
como de conhecimento público, bem como à extensão do dano e à sua capacidade econômica,
fixa-se, como valor justo, a compensação por danos morais no importe de R$ 10.000,00 (dez mil
reais).
Ainda, requer-se a devolução do valor pago no início do contrato, quer seja R$
2.168,00 dois mil cento e sessenta e oito reais), em dobro, totalizando o valor de R$ 4.336,00
(quatro mil trezentos trinta e seis reais).

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer-se:


a) A concessão da gratuidade de justiça ao requerente, para fim recursal, nos termos
do art. 54 da Lei nº 9.099/95 e do art. 98 do Código de Processo Civil;
b) A citação da requerida para integrar a demanda e responder, sob pena de revelia e
confissão, pela total procedência desta ação;
c) A total procedência desta ação, condenando a requerida a revestir em prol do
autor o valor pago de R$ 450,00, em dobro, totalizando R$ 900,00 (novecentos reais); e,
alternativamente ao indébito em dobro do dano material, requer-se o pagamento do valor de R$
900,00;
d) A condenação da requerida em compensação pelos danos morais causados no
importe de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
e) A produção de todas as provas admitidas em direito, incluindo as que este Juízo
entender necessárias;
f) A condenação do réu ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios
no limite máximo da lei, para fim recursal, nos termos dos arts. 84 e 85, §2º, NCPC;

Dá-se à causa o valor de R$ 11.800,00 (mil e oitocentos reais).


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Nestes termos, pede deferimento.
São Luís, MA

Gustavo Esrom Santos Nogueira


OAB/MA nº 22.174
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