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ADONHIRAMITA

A LITURGIA DO RITO ADONHIRAMITA


O Que é Rito Maçônico?
Clóvis Osório Vieira

Rito Maçônico é um conjunto de regras, ditames e orientações litúrgicas que


mistificam os trabalhos maçônicos e lhes dão forma e elegância. Pode-se dizer, de
maneira simples, que o Rito é a roupagem do corpo maçônico, ou seja, a
manifestação da idéia maçônica. Cada Rito tem suas peculiaridades que o
diferenciam e o identificam, sem, contudo, se contrapor aos princípios maçônicos
universais. Vários são os Ritos existentes na Maçonaria Universal, que se
diferenciam pela maneira como organizam e empregam as normas litúrgicas nos
trabalhos maçônicos. No Brasil, seis Ritos são os reconhecidos e praticados pelo
G.. O.-, B..: o Adonhiramita, o Escocês Antigo e Aceito, o Francês ou Moderno, o
York, o Schroeder e o Brasileiro.Os Ritos atuais são frutos da evolução e do
aperfeiçoamento de alguns Ritos praticados pela Maçonaria Operativa, desde a
idade Média, particularmente dos Ritos de Kilwinning, de York, de Clermont e
sobretudo o de Heredon (Monte Místico) do qual se origina o Rito Adonhiramita.

O Rito Adonhiramita?
Em 1758,o Barão de Tschoudy,com a experiência adquirida no Capítulo dos
Cavaleiros do Oriente, para o qual escrevera os Rituais de Iniciação e Catecismos
de Instrução,preparou-se para empreender sua obra maior. Baseando-se na
tradição e na excepcional cultura que acumulara forneceu o material para a
compilação de Recueil Précieux de La Maçonnerie Adonhiramite("Compilação
Preciosa da Maçonaria Adonhiramita"), cuja conseqüência foi o florescimento de
inúmeras Lojas ,na Europa e no Oriente próximo,chegando o Rito Adonhiramita a
ser o mais difundido de todos. É um Rito histórico, característico e essencialmente
metafísico, esotérico e místico, tornando-se exotérico quando exerce o magistério
de sua liturgia. Tem por bases teológicas as verdades bíblicas reveladas no Antigo
e Novo Testamento, particularmente, no que concerne a construção do Templo de
Salomão e às origens do Cristianismo com relação ao período das Cruzadas. É
derivado diretamente do Rito de Heredon, e abrangia, até 1873, 12 graus: sendo 3
simbólicos e 9 filosóficos, coroados com o de Cavaleiro Noaquita. Em 2 de junho de
1973, o Rito passou a compor-se de 33 graus e sua Oficina-Chefe denominou-se
EXCELSO CONSELHO DA MAÇONARIA ADONHIRAMITA.

Como o Rito Adonhiramita chegou ao Brasil?


O Rito ou Maçonaria Adonhiramita teve ampla expansão na Europa, particularmente
na França,onde se originou e se difundiu para Portugal e chegou a dominar o
Grande Oriente Lusitano.
Todavia, se desvaneceu pouco a pouco, não só em conseqüência da dispersão de
seus praticantes engolfados em lutas partidárias, como, também, devido a eventos
políticos que repercutiram danosamente contra as organizações maçônicas de
então. Desta forma, a Maçonaria Adonhiramita ficou praticamente confinada no
Reino de Portugal de onde se transferiu para o Brasil.
O Rito Adonhiramita e a criação do GOB
e a Proclamação da Independência!
Em 15 de novembro de 1815, sob os auspícios do Rito Adonhiramita, fundou-se a
Loja Comércio e Artes, no Rio de Janeiro, que passou a congregar a fina flor das
lideranças políticas de então.
Em 2 de julho de 1821, esta Loja se instalou definitivamente e, neste mesmo dia,
ficou deliberado o seu desdobramento para fundar e instalar as Lojas "Esperança
de Niterói" e "União e Tranquilidade", compondo assim, o Tripé sobre o qual se
instalaria o Grande Oriente Brasiliano (também dito Brasílico), depois Grande
Oriente do Brasil, sendo todas estas Lojas praticantes do Rito Adonhiramita, o único
existente no Brasil até 1822.
As principais peculiaridades do Rito Adonhiramita que o identificam e o diferenciam
dos demais Ritos:
A sua tradição e fidelidade aos antigos mistérios;
A sua profunda espiritualidade;
O tratamento de "AM.´. Ir.´.;
O uso do nome histórico;
Adonhiram como personagem central;
O Cerimonial do Fogo;
O uso de velas e não de lâmpadas;
O pé direito à frente na marcha do Grau;
As doze badaladas;
O revigoramento e o adormecimento da Chama Sagrada;
O uso das luvas brancas;
O uso da gravata;
A posição dos AAm.´. lIr.´. VVig.´.;
A posição das CCol.. J e B;
A abertura do L., da L., no evangelho de João;
A formação do Pálio;
A Cerimônia de Incensação;
A proteção mística do AM.´. Ir.. Cobr.´. Int.´.;
O uso do sinal do Grau na circunavegação;
A circunavegação em forma do símbolo do infinito;
O uso do chapéu pelos MMestr.´.;
O uso da espada pelos MMestr.´.;
A palavra de Aclamação;
Além de outras peculiaridades que tornam o Rito Adonhiramita singular, místico e
esotérico.

Fundamentos da tradição do Rito Adonhiramita?


Este Rito é histórico e tradicional, pois foram preservadas em toda a sua essência,
mantendo intactas até os dias atuais, as tradições ritualísticas e as práticas
iniciáticas da antiguidade, algumas das quais, datam do surgimento da própria
maçonaria operativa, sendo assim um Rito característico e essencialmente
metafísico, esotérico e místico. Constitui um drama psicológico organizado a fim de
produzir experiências transcendentais nos participantes e, ao se tornar esotérico no
exercício do magistério de sua Liturgia, de um modo geral, induz a mente objetiva
a certo grau de relaxamento, o que permite a emersão do subconsciente, resultando
em um estado de harmonia e bem estar, tornando-o um Rito de profunda
espiritualidade. Tem por bases teológicas as verdades bíblicas revelada no Antigo
e Novo Testamento, particularmente, no que concerne à construção do Templo de
Salomão e às origens do Cristianismo, com atenção especial voltada para os
aspectos proféticos e apocalípticos de ambos os documentos sagrados.

Quando podemos constatar esta profunda espiritualidade?


Ainda no Átrio, quando da entrada ao Temp.., no momento em que o AM.´. Ir.´. M.,
de CCer.´. "... Silêncio meus AA m.´. ll r.´.! Eu vos peço um momento de reflexão a
fim de ingressarmos no Templ.´.". Neste momento observa-se uma viagem interior,
o V.I.T.R.I.O.L. (Visita Interíora Terrae, Rectifícandoque, Ivenies Occultum
Lapidem) cuja tradução é: "Visita o interior da Terra e,retificando-se, encontrarás a
Pedra Oculta". É uma viagem solitária e profunda, um resgate dos mais puros
valores inerentes ao ser, a busca do universo de dentro, a busca do "conhece-se a
ti mesmo". Uma viagem para a qual, as condições sociais profanas, a cor, a raça,
os credos religiosos e políticos, assim como os metais que distinguem o rico do
pobre, tornam-se fardos desnecessários e incômodos. Forma-se então, a Egrégora,
uma reflexão agora coletiva elevada ao Supremo Criador dos Mundos, ao desejo
da paz entre os homens de boa vontade. Ao desejo que todos os homens sobre a
face da terra se transformem em homens de boa vontade. Aos desesperados para
que encontrem a esperança. Aos tiranos para que encontrem o caminho da prática
da justiça.
Qual o sentido do tratamento de "Am,: Ir.:" no Rito Adonhiramita?
"Am.´. Ir.´. "era o tratamento usado entre os adeptos das comunidades religiosas
mais antigas, para significar o apreço, o respeito e a confiança mútua entre esses
adeptos.Era o tratamento escolhido pelos primitivos cristãos, até para se
identificarem entre si; tratamento este que ainda hoje é empregado pelos
pregadores cristãos, ao se dirigirem ao público dentro das Igrejas e
Templos.Tratamento este que deverá ser conquistado pelos méritos maçônicos de
cada Ir.´. Sejam quais forem as relações que um maçom tiver com o outro é proibido
usar de outra denominação que não seja a de AM.´. Ir.´., isto basta para o elogio
da Maçonaria, porque este nome sagrado, encerra em si, todos os sentimentos bons
de que o coração humano é capaz de vivenciar.

Porque o uso do Nome Histórico?


É de todo útil para o iniciando, no momento de sua iniciação e durante toda a sua
vida maçônica,receber a guarda, a proteção e o exemplo de espíritos luminosos
que, ricos de virtudes nesta vida, sobretudo como maçons, se comportam, de certo
modo, como Anjos-da-guarda,mensageiros fiéis do G.´.A.´.D.´.U.´. . Por isso, no Rito
Adonhiramita, a cada Ir.´., quando da iniciação, é atribuído o nome de um
personagem virtuoso em prol da Humanidade, da Pátria, da Sociedade, etc., Maçom
ou não, e que já tenha partido para o Oriente Eterno, para seu Patrono, absorvendo-
lhe o nome a que denominamos "Nome Histórico". Com esse Nome Histórico, o Ir.´.,
é batizado em momento próprio da Iniciação com os seguintes dizeres: "E para que
de profano nem o vosso nome vos reste, eu vos batizo com o Nome Histórico
de.............
Porque a denominação Adonhiramita?
Esta denominação deriva do nome do personagem central da Construção do
Templo de Salomão, Adonhiram (Hiram de Deus), conforme nos asseguram os
versículos 6 do capítulo IV e 13 e 14 do capítulo V do 1° Reis no Antigo Testamento.
Para nós, a verdadeira palavra é Adonhiram, ou Hiram composto do p ré nome Adon
(dominus), que os hebreus usam freqüentemente quando falam de Deus; este
prenome agregado à palavra Hiram, faz-se Adonhiram, que significa Hiram, "O
consagrado ao Senhor", "O bom Senhor1* ou "O divino Hiram'', donde foi derivado
o título da Maçonaria Adonhiramita.

Qual o sentido do Cerimonial do Fogo?


Dos quatro elementos tradicionais: terra, água, ar e fogo, este é tido como princípio
ativo ou dinâmico, transformador, germe da geração, é o mais puro, animador e
fonte energética. Simboliza a força impulsionadora do universo, além de movimento
e energia. Seu movimento é para o alto, ascendente, e seu poder é de criação por
transformação. O Cerimonial do Fogo encerra uma invocação ao Senhor de Todas
as Luzes, ao G.´.A.´. D.´.U.´., cujos atributos infinitos estão novamente sintetizados
nas três palavras, pronunciadas cada uma, por cada uma das Luzes da Loj.´.
Sabedoria;1° Vig.´. - Força; e o 2° Vig.´. - Beleza.V.´.M.´..

Qual o motivo da utilização do acendimento de velas e não de lâmpadas?


As velas, sempre de cera pura de abelhas, como manda a tradição, emitem uma
chama pura e sem fuligem, emitem fogo, o que não acontece com as lâmpadas
elétricas. O fogo sempre acompanhou a humanidade desde os mais primitivos
ancestrais, e nesta sua marcha através da história foi assumindo sempre mais o
aspecto de elo entre o homem e os espíritos, entre o homem e o G.´.A.´.D.´.U.´.. O
fogo, desde que o homem começou a percebê-lo conscientemente como um dos
elementos da natureza, foi sempre olhado como um elemento mágico e de origem
divina, motivo pelo qual, seu simbolismo foi mantido em nossas cerimônias.

Qual o motivo do pé direito estar à frente na marcha do Grau?


Simbolicamente o lado direito é ativo, positivo, criativo, masculino e representa o
poder de realização, enquanto o lado esquerdo é passivo, negativo, receptivo,
feminino e representa a capacidade de modelação. Romper a marcha com o pé
direito, representa que o nosso poder criativo, masculino, positivo, se sobrepõe aos
nossos aspectos negativos que devem ser submetidos à nossa vontade e
superados com a pratica das virtudes. Em simbologia, o lado direito sempre esteve
ligado ao poder da Luz, e o lado esquerdo ao poder das Trevas. Todavia, nada tem
a ver com superstições, mas sim, posturas que guardam um sentido simbólico.

Qual o motivo das doze badaladas?


Antigamente, na Maçonaria, o sino era de uso comum nas Cerimônias das Lojas
Simbólicas, a fim de anunciar a Hora de seus trabalhos. O Rito Adonhiramita,
procurou coexistir com o seu uso, não perdendo a Tradição dos Antigos, assim
como a Tradição Religiosa e os Costumes Iniciáticos dos Mistérios. Em muitas
civilizações antigas, o sino era utilizado no sentido de conclamar todos os seres
humanos, e, também, os sobrenaturais, além de evocar as Divindades, se tornando
daí, o símbolo do chamamento ao G.´.A.´. D.´. U.´.!Assim, juntamente com a
Cerimônia de Incensação e o Cerimonial do Fogo, as Doze Badaladas vem
harmonizar as vibrações místicas e esotéricas da egrégora formada em sintonia
com a Luz Maior emanada pelo Supremo Criador dos Mundos.

Qual o simbolismo do revigoramento e o adormecimento da Chama Sagrada?


O revigoramento e o adormecimento da Chama Sagrada simbolizam a ligação do
antigo com o novo, a continuidade e ligação com o G.´.A.´. D.´.U.´., em consciência
compartilhada e identidade comum. Desde tempos imemoriais a cultura da Chama
Sagrada era tida como primordial e essencial para a busca e manutenção da
harmonia e da paz, tanto para os lares, quanto, até mesmo, para as cidades estados
da antiguidade.

Qual o motivo do uso das luvas brancas?


As luvas brancas representam a candura que reina na alma do homem de bem e a
pureza de seus atos, de coração e intenções. Motivo pelo qual o AM.´. Ir.´. M.´., de
CCer.´. antes da entrada ao TempL.´., exclama:"... Meus A AM.´. llr.´., se desde a
meia-noite, quando se encerraram nossos últimos trabalhos, conservastes vossas
mãos limpas, calçai as vossas luvas...". O calçar das luvas é para que as mãos de
todos os obreiros fiquem iguais. Tornam as mãos calejadas do operário tão macias
quanto as mãos do intelectual, do médico, do engenheiro etc, assim como se
igualaram pelo uso uniforme das outras peças do vestuário. As luvas simbolizam a
pureza que deve estar presente em todos os atos de um maçom. Pela mão direita
se dá pela esquerda se recebe. Dá-se com pureza e recebe-se com pureza.

Qual o motivo do uso da gravata branca?


A gravata branca, por sua cor, está associada à paz e guarda a sua origem na
aristocracia francesa. Na prática, a gravata é uma peça da indumentária e de
criação recente, inspirada nos cordéis utilizados para o fechamento das camisas
antes da invenção dos botões, que terminava em um laço à altura do pescoço. Logo,
a gravata é um complemento da camisa, e assim, parte integrante da mesma.
Sendo a camisa branca, consideramos que a gravata também deve ser branca para
se manter em harmonia interior.

Onde se colocam os VVig.´. e porque desta posição?


No Oc.´., para melhor observarem a passagem do Sol pelo meridiano.O Sol vem do
Oriente, e portanto, para observá-lo, os VVig.´. devem, ambos, estarem postados
numa mesma linha, de frente para o Oriente, o que só pode ocorrer se eles
estiverem sobre o mesmo meridiano. Por isso, os dois VVig.´. do Rito Adonhiramita
se posicionam ao Ocidente, numa mesma linha, perpendicular à linha do Equador
Or.´. – Oc.´. no mesmo meridiano.
Porque no Rito Adonhiramita, as CCoL.´. J e B ficam em posições invertidas
em comparação com outros Ritos?
Os estudiosos do Rito lecionam que posição das CCol.´. J e B, e dos próprios Vig.´.,
se deu quando das primeiras "revelações dos segredos da maçonaria", ou seja, em
1730, quando foi publicado na Inglaterra, o livro Maçonaria Dissecada, de autoria
de Samuel Pritchard. Esta obra em questão foi o fruto da traição perpetrada pelo
autor que a 13 de outubro do referido ano, prestou depoimento juramentado perante
um magistrado, no qual relatava detalhes de sua iniciação na Maçonaria, inclusive
ao Grau de Mestre. O livro continha todos os sinais, toques e palavras utilizados à
época, bem como citava HIRAM, as marchas e todo o acervo sigiloso. Esta traição
obrigou a Ordem a processar algumas mudanças necessárias a confundir os
curiosos profanos "bem informados", que se utilizando de tais informações
demandavam a invadir as Lojas como se fossem verdadeiramente iniciados.
Renomados autores veem nestas mudanças a origens das diferenças existentes
entre os Ritos Adonhiramita e Moderno em relação aos demais Ritos no que se
referem à posição das colunas, os respectivos vigilantes e todos os detalhes
oriundos de suas posições. O Rito Adonhiramita permaneceu fiel às antigas
tradições, adotando os antigos costumes. Motivo pelo qual, em comparação com
alguns ritos, se constata que as CCol.´. e algumas funções estarem invertidas.
Todavia, mesmo havendo, comparativamente, a inversão das CCol.´., os AAm.´.
Ilr.´. AApr.´. continuam na CoL.´., da Beleza, ou seja, a CoL.´. do 2° Vig.´..

Porque no Rito Adonhiramita a abertura do L., da L., é realizada no Evangelho


de João?
O Evangelho de João é o mais profundo dos quatro Evangelhos, cuja terminologia
significa "Boa Nova", é o mais místico, e o que mais causou polêmica devido a sua
linguagem e filosofia. Todas as correntes ortodoxas do cristianismo primitivo,
destacando os antigos Gnósticos, se apoiavam nos escritos de João. A
espiritualidade é tema fundamental para o Rito Adonhiramita, assim como a
Tradição, e por esta, registra-se que primitivamente todas as Lojas de origem
francesa abriam o L.´. da L.´. no Evangelho de João."Houve um homem enviado por
Deus que se chamava João." Este João, é o Batista, ou seja, aquele que batizava,
que iniciava aos antigos mistérios.Lembrando ainda, que no momento da abertura
do L.´. da L.´., a leitura do texto sagrado e a colocação do esq.´. e o comp.´. na
posição do grau, o AM.´. Ir.´. Orad.´. está protegido pelo Pálio.

Qual o motivo da formação do Pálio?


No Rito Adonhiramita, o Pálio, é formado, tal qual uma pirâmide, pelo AM.´. Ir.´. M.´.
de CCer.´. juntamente com um Am.´. Ir.´. da Col.´. do S.´., e outro AM.´. Ir.´. da Col.´.
do N.´.. Estes AAm.´. llr.´. O formarão postando suas espadas como extensão de
seus braços direitos estendidos em ângulo de 52°, tocando-se e cruzando-se no
alto sobre o Alt.´. dos JJur.´. e o AM.´. Ir.´. Orad.´., estando na abertura, a espada
do AM.´. Ir.´. M.´. de CCer.´. por baixo das demais, dando sustentação, e no
encerramento, por cima das demais, sobrepondo-as.As espadas, como condutoras
de energias em forma de pirâmide, voltadas para cima, estão absorvendo as
energias do alto, protegendo a abertura do L.´. da L.´. pelo Oc.´. , pelo S.´., e pelo
N.´., deixando livre apenas o lado do Or.´., do qual se emanará a Luz e a
onipresença do G.´.A.´.D.´.U.´..

Qual o significado da Cerimônia da Incensação?


A Incensação tem origem nos mais remotos costumes religiosos da civilização
humana. Esta cerimônia representa uma espécie de profilaxia ambiental, a
Incensação deixa o ambiente físico do Templo impregnado do agradável odor da
essência utilizada, tais como Benjoim, Mirra e Incenso.Por outro lado, a Tradição
nos informa que esta Cerimônia afasta do meio místico e esotérico do Templo as
sombras ou entidades maléficas, que por acaso, se disponham a perturbar as Luzes
da Loja, e, consequentemente, os seus trabalhos. A incensação tem como valor
simbólico a associação do homem à divindade, do finito ao infinito e do mortal ao
imortal. Ao espargir a fumaça se está purificando o ambiente tanto no sentido físico
por tratar-se de substância com propriedades antissépticas, como espiritual, pois o
incenso tem a incumbência de elevar a prece para o céu. A incensação gera uma
atmosfera de aroma agradável e magnetiza com fluidos benéficos os obreiros e o
ambiente, contribuindo para a formação da egrégora e propiciando à reflexão.No
ato da Incensação são invocadas as três palavras que sintetizam atributos do G.´.A..
D.´.U.´. ,SABEDORIA, FORÇA e BELEZA.Por esses motivos, é que, ao nos
incensarmos, nos limpamos, ou melhor, purificamos a nós e o ambiente,
favorecendo a permanência da egrégora.Também, se torna necessário lembrar que
durante a cerimônia da incensação, depois que o AM.´. Ir.´. M.´. de CCer.´. efetua a
incensação do Templ.´. e de todos os llr.´., ele troca de lugar e função com o Am.´.
Ir.´.Cobr.´. e este, com a porta aberta, mas, sem sair do Templ.´., incensa o átrio.

Porque esta tarefa é personalíssima ao Am.´. Ir.´. Cobr.´.?


Esta tarefa somente pode ser executada pelo Am.´. Ir.´. Cobr.´., porque ele é o único
que está protegido e capacitado mística e esotericamente para se expor às energias
que circulam fora do Templ.´.. Tanto é que o nosso próprio ritual aconselha que este
cargo seja ocupado pelo ex-Ven.´. Mestr.´. mais recente, pois ele, dentre todos, é
quem possui os atributos místicos e esotéricos para suportar tais energias e impedir
que as mesmas adentrem o interior do Templ.´..Por este motivo também, é que o
AM.´. Ir.´. Cobr.´. ocupa o seu lugar sobre a linha simbólica do equador, de frente
para o Ven.´. Mestr.´., invertendo a polaridade das energias, ou seja, atraindo para
si, todas as energias negativas ou que excedam o suportável pela Egrégora da Loja,
como se fosse um pára-raios. A própria troca de funções do Am.´. Ir.´. Cobr.´. com
o outro Am.´. Ir.´. através do giro, já é um ato personalíssimo do Rito Adonhiramita,
pois ambos se interligam formando um X (xis) com as mãos, ou seja, mão direita
com mão direita e mão esquerda com mão esquerda, doando e recebendo, ao
mesmo tempo em que, girando, as energias e atributos são permutados qualificando
um e outro para seqüência cerimonial. Destrocando logo em seguida, na mesma
forma.

No Rito Adonhiramita a circunavegação é realizada com o Sin.´. de Ord.´.?


Não, no Rito Adonhiramita realizamos a circunavegação com o Sin.´. do Gr.´., uma
vez que não seria possível ao Obr.´. caminhar com o Sin.´. de Ord.´. pois neste, o
Obr.´. necessita, além de estar com o Sin.´. do Gr.´., estar também com os PP.´. em
esq.´. formando a tríp.´. esq.´. com o p.´. dir.´. voltado para a frente. Assim
procedemos em respeito aos antigos costumes e desde que o Obr.´. não esteja
conduzindo material litúrgico, quando então fica dispensado do Sin.´. do Gr.´..Do
mesmo modo, em respeito à hospitalidade maçônica, permitimos que os AAm.´. llr.´.
visitantes circulem em nossas sessões, como estão acostumados em seus próprios
ritos.

Porque no Rito Adonhiramita a circunavegação é realizada em forma do


símbolo matemático do infinito ?
O Símbolo do Infinito representa esotericamente, a estrada do tempo e da
continuidade da vida, pois todo começo contém em si o fim, e todo fim contém em
si o começo. É o caminho do constante renascimento. E o Rito Adonhiramita, por
sua profunda espiritualidade, filosofia mística e esotérica, concede ao seu adepto a
possibilidade de caminhar nesta senda na busca do conhecimento, da evolução e
aprimoramento espiritual.

Porque no Rito Adonhiramita, todos os MMestr.´. usam o chapéu em


todos os Graus do Simbolismo?
A maçonaria ocidental é também chamada de maçonaria salomônica, devido ao
fato da influência judaica ser indiscutível em sua base filosófica. Trazendo da
influência cabalística, o uso do chapéu como forma de cobertura da primeira
Sephirah da Árvore da Vida, como faz o povo semítico nas cerimônias de culto ao
Deus Único.O chapéu assume assim dois significados. O primeiro, de origem
cavalheiresca, advém da tradição que remonta ao início do século XVIII da qual
somente os pertencentes da aristocracia tinham o direito de usar chapéus, sendo a
princípio tolerado como uma regalia.O segundo, de caráter esotérico, simboliza que
apesar da eterna busca da verdade, a inteligência humana reconhece seus limites
ante o grande mistério da criação, motivo pelo qual devemos nos descobrir quando
seja feita menção ao G.´.A.´.D.´.U.´..

Porque no Rito Adonhiramita, a espada é usada pelos MMestr.´. em todos os


Graus do Simbolismo?
O uso da espada, é símbolo de autoridade de uma casta distinta e considerada
nobre em todas as sociedades antigas, os guerreiros. Quando o Rito de Heredon,
fonte de origem do Rito Adonhiramita, Escocês Antigo e Aceito e o Moderno, foi
introduzido na França, era praticado quase que exclusivamente por membros da
aristocracia, pessoas que possuíam o direito do uso da espada, símbolo naquela
época, de condição social elevada. Dos Ritos que tiveram origem no Rito de
Heredon, somente o Adonhiramita permaneceu fiel à tradição dos MMestr.´. usarem
a espada e o chapéu em todos os graus do simbolismo. Devemos esclarecer
também que, muito embora o uso das espadas tenha se originado na aristocracia
francesa, não é por este motivo que o Rito Adonhiramita a mantém em suas
cerimônias. Tão pouco se prende ao sentido guerreiro ou militar! A sua permanência
no Ritual Adonhiramita se dá exclusivamente ao misticismo e esoterismo
relacionados aos efeitos geomagnéticos, uma vez que todo o desempenho do Rito
Adonhiramita, interfere diretamente em correntes energéticas. Devido a isto, é que
o Am.´. Ir.´. DIg.´.Cobr.´. durante todo o tempo em que permanece sentado, estará
com a sua espada voltada com a lâmina para baixo em contato com o solo,
conforme já mencionado descarregando as energias que absorve na função de
pára-raios,anteriormente.
Qual o significado da palavra de Aclamação?
Vivat (proncuncia-se Viva) é a antiga saudação utilizada ainda no inicio do Século
XVIII. No Rito Francês ou Moderno, após a Revolução Liberal de 1789, ela foi
substituída pela aclamação Liberdade, Igualdade e Fraternidade, Vivat tem o
mesmo significado da saudação escocesa que se pronuncia Huzzé, Huzzé, Huzzé,
cuja tradução do hebraico é Viva, Viva, Viva, que em latim corresponde ao Vivat,
Vivat, Vivat. Vivat deriva do verbo Latino 'Vivere' significando "VIDA" e expressa o
profundo querer por tudo o que existe. Os três Vivat, corresponde a estes três
pedidos: "Que Ele viva. Que todas as pessoas vivam, que toda a criação viva".

Outras peculiaridades do Rito Adonhiramita


Podemos lembrar também dos estalar dos dedos na aclamação, a subida um a um
dos degraus na circunavegação, a ausência das CCol.´. Zodiacais, a entrada em
Procissão, a forma de executar a bateria, entre outros, além da cena da traição e a
câmara ardente na Sessão Magna de Iniciação. Estas são algumas das principais
peculiaridades da ritualística e da liturgia do Rito Adonhiramita que o identificam e
o diferenciam dos demais Ritos. Todavia, deixamos bem claro, que estas
peculiaridades não o tornam nem melhor e nem pior que os demais ritos, apenas
diferente, mas, com o mesmo objetivo de todos os Maçons e da Maçonaria
Universal, a busca do aperfeiçoamento de todos os seres humanos.
A Maçonaria Adonhiramita, organizada com base na disciplina hierárquica, sob a
autoridade suprema do Grande Patriarca Regente , é escalonada em trinta e três
graus, dispostos em sete classes, com a seguinte nomenclatura:

I – Primeira Classe
Compreende os três primeiros graus, que são conferidos pelas Lojas
Simbólicas da Jurisdição do Grande Oriente do Brasil e são os seguintes:
Grau 1º - Aprendiz Maçom
Grau 2º - Companheiro Maçom
Grau 3º - Mestre Maçom

II – Segunda Classe
Grau 4º - Mestre Secreto
Grau 5º - Mestre Perfeito
Grau 6º - Preboste e Juiz
Grau 7º - Primeiro Eleito ou Eleito do Nove
Grau 8º - Segundo Eleito ou Eleito de Perignam
Grau 9º - Terceiro Eleito ou Eleito dos Quinze
Grau 10º - Aprendiz Escocês ou Pequeno Arquiteto
Grau 11º - Companheiro Escocês ou Grande Arquiteto
Grau 12º - Mestre Escocês ou Grão Mestre Arquiteto
Grau 13º - Cavaleiro do Real Arco
Grau 14º - Grande Eleito ou Perfeito e Sublime Maçom

III – Terceira Classe


Grau 15º - Cavaleiro do Oriente, ou da Espada, ou da Águia
Grau 16º - Príncipe de Jerusalém
Grau 17º - Cavaleiro do Oriente e do Ocidente
Grau 18º - Cavaleiro Rosa Cruz

IV – QUARTA CLASSE
Grau 19º - Grande Pontífice ou Sublime Escocês
Grau 20º - Venerável Mestre da Lojas Regulares ou Mestre Ad Vitam
Grau 21º - Cavaleiro Noaquita ou Cavaleiro Prussiano.

V – QUINTA CLASSE
Grau 22º - Cavaleiro do Real Machado ou Príncipe do Líbano
Grau 23º - Chefe do Tabernáculo
Grau 24º - Príncipe do Tabernáculo
Grau 25º - Cavaleiro da Serpente de Bronze
Grau 26º - Príncipe da Mercê ou Escocês Trinitário
Grau 27º - Grande Comendador do Templo
Grau 28º - Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto
Grau 29º - Cavaleiro de Santo André
Grau 30º - Cavaleiro Kadosch

VI – SEXTA CLASSE
Grau 31º - Sublime Iniciado e Grande Preceptor
Grau 32º - Prelado Corregedor e Ouvidor Geral

VII – SÉTIMA CLASSE


Grau 33º - Patriarca Inspetor Geral.

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