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Elementos do grupo:

1. Almeida António João


2. Dallas de Jacinto Ndala
3. Milton José Fonseca
4. M’puache Muze Ussene
5. Nucha Nanlaue

PLANEAMENTO PARTICIPATIVA E TOMADA DE DECISÃO NEGOCIADA


(Licenciatura em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário)

Universidade Rovuma
Campus de Nacala-Porto
Julho, 2021
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Elementos do grupo:
1. Almeida António João
2. Dallas de Jacinto Ndala
3. Milton José Fonseca
4. M’puache Muze Ussene
5. Nucha Nanlaue

PLANEAMENTO PARTICIPATIVA E TOMADA DE DECISÃO NEGOCIADA

Trabalho de carácter avaliativo na cadeira de


Planificação Regional do Uso da Terra, do curso
de Licenciatura em Gestão Ambiental e
Desenvolvimento Comunitário, 3º ano.
Leccionado pelo: Dr. Emildo da Ana

Universidade Rovuma
Campus de Nacala-Porto
Julho, 2021
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ÍNDICE

Introdução........................................................................................................................................3

1. Definição do planeamento participativa...............................................................................4

1.1. Conceito de participação........................................................................................................4

1.2. Planeamento...........................................................................................................................4

1.3. Planeamento Participativo.....................................................................................................5

1.4. Método para a prática do planeamento participativo.............................................................6

2. Tomada de decisão Negociada..............................................................................................7

2.1. Conceito de tomada de decisão.............................................................................................7

2.2. Fases de toma de decisão negociada.....................................................................................7

2.2.1. Fase da cognição..................................................................................................................7

2.2.2. Fase da divergência..............................................................................................................8

2.2.3. Fase da convergência...........................................................................................................8

2.3. Roteiro prático para uma boa tomada de decisão:................................................................9

2.4. Construindo um acordo pelo processo decisório................................................................9

Conclusão......................................................................................................................................11

Referências Bibliográficas:............................................................................................................12
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Introdução

Esta trabalho busca abordar sobre planeamento Participativa e tomada de decisão


negociada de modo a contribuir com a reflexão dos profissionais numa organização no que diz
respeito à responsabilidade e comprometimento dos gestores acerca do processo de tomada de
decisão. Primeiramente, esclarecer os aspectos atinentes ao Planejamento Participativo. Para
isso, divide-se a expressão a fim de compreender o sentido de cada uma das partes para,
finalmente, associar o significado de Planejamento Participativo neste trabalho. O objectivo
deste trabalho é, portanto, apresentar em detalhes o processo de planeamento participativo
tomada de decisão negociada.

O Planejamento Participativo tem sido considerado uma tendência dentro do campo de


propostas de ferramentas para intervir na realidade de grupos e organizações, para os
quais outras ferramentas como o Planejamento Estratégico não conseguem se adequar
A principal característica do que hoje se chama Planejamento Participativo não é o
facto de nele se estimular a participação das pessoas, mas sim de ter sido criado para suprir a
necessidade de organizações, grupos e movimentos que têm como primeira tarefa ou
missão contribuir para a construção da realidade social. Para isso foi construído um
conjunto de conceitos, de modelos, de técnicas e de instrumentos que permitiram utilizar
processos científicos e ideológicos e organizar a participação para intervir na realidade,
na direção conjuntamente estabelecida (GANDIN, 2001).

Metodologias:
Na elaboração do presente trabalho da cadeira de Planificação Regional do Uso da Terra, foi
usado o método de revisão e analise bibliográfica, onde foi consultados alguns livros virtuais,
jornais, artigos científicos e páginas da internet, cujas referências indicamos na parte final deste
trabalho.
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1. DEFINIÇÃO DO PLANEAMENTO PARTICIPATIVA

1.1. Conceito de participação

Derivada do latim “participatio”, participação, de acordo com o dicionário Michaellis


(WEISZFLOG, 2002), é o acto ou efeito de participar, união da parte como o todo. O uso e o
entendimento deste termo sofreram grandes variações ao longo da História, de acordo com
situações econômicas, políticas e sociais. Para uso deste artigo, participação envolverá conceitos
como coletividade e consenso, diante do cenário actual de globalização e avanços tecnológicos

1.2. Planeamento

Segundo ALMEIDA (2001), “planeamento” é o processo de decidir e implementar acções, sob


orientação dos objetivos que pretendemos atingir. Nesse sentido, o mesmo autor o define como
uma técnica administrativa que procura organizar as ideias dos envolvidos, desenhando e
modelando o caminho que se deve seguir, de modo a traçar estratégias. Planeamento também
pode ser entendido como um processo de comunicação, que compromete colaboradores com as
decisões tomadas e as ações a serem praticadas. Nesse sentido, pode-se fazer uma ligação com o
contexto corporativo, observando que não se pode agir sem haver uma programação em função
do que se almeja. Todo planeamento exige racionalidade e flexibilidade. Há de se considerar as
necessidades de adequação dos meios e das estratégias em prol dos objectivos, considerando que
cada variável pode interferir positiva ou negativamente no final dos processos.

Conceitualmente, o planejamento, de acordo com Barbosa (1980), é um processo de


racionalidade, desta maneira qualquer homem é capaz de planejar, sendo essa uma atitude
inerente a natureza humana, pois por meio dela poderão ser tomadas decisões em relação ao
futuro, ou seja, é um processo que se realiza continuamente ao longo do tempo. Planejar significa
pensar antes de agir, pensar sistematicamente, com método; explicar cada uma das possibilidades
e analisar suas respectivas vantagens e desvantagens; propor-se objetivos (MATUS, 1996, p.12)
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1.3. Planeamento Participativo

Segundo VIANNA (1986, p.18), o planeamento participativo constitui uma estratégia de trabalho
que propõe uma nova forma de ação cuja força caracteriza-se na interação e participação de
muitas pessoas, politicamente agindo em função de necessidades, interesses e objetivos comuns.
Actualmente o Planeamento Participativo tem sido considerado uma tendência dentro do campo
de propostas de ferramentas para intervir na realidade, se alinhando ao lado de outras correntes
como o Planeamento Estratégico, o Gerenciamento da Qualidade Total, entre outras.

De acordo com Gandin (2001) tais correntes construíram-se como ferramentas para necessidades
bem determinadas, com fins específicos e motivadas por ideologias também próprias. Todavia, a
confusão se estabelece quando se dá a uma ferramenta mais abrangência do que ela tem ou
quando ela é aplicada a casos para os quais não foi desenvolvida.

O Planeamento Participativo busca ser, essencialmente, o planeamento de decidir “quais as


coisas certas a fazer e quais os motivos que nos levam a fazê-las”, embora não enuncie aos
instrumentos e às técnicas que permitam “fazê-las bem”, presentes no Planeamento Estratégico,
por exemplo (GANDIN, 2001 p.87). Neste contexto, desenvolve-se uma visão própria e
diferenciada de participação, enquanto uma possibilidade de todos usufruírem dos bens
resultantes daquele processo, que se dá através da distribuição do poder de decisão.

Durante o processo de Planeamento Participativo, todavia, podem ocorrer distintos tipos de


participação. O primeiro destes seria a colaboração, na qual alguém que possua autoridade reúne
os participantes para colaborarem de modo a apoiar determinado trabalho de planejamento; o
segundo tipo é o de decisão, na qual tal autoridade convoca os participantes a decidir sobre o
planejamento; e finalmente temos a construção conjunta, fundamentada na igualdade real entre
os participantes, cada qual com suas características próprias, suas limitações, conhecimentos e
ideias, sendo esta a mais rara de se encontrar.

Assim como nas demais ferramentas de planeamento, podem ser identificadas três momentos ou
etapas fundamentais, sendo a primeira a etapa onde busca-se a compreensão do padrão ou do
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estado ideal, seguida do diagnóstico do estado atual, e da decisão do que se vai fazer para se
atingir o estado ideal, onde figuram as ações diretas de solução dos problemas diagnosticados e
as estratégias futuras para se evitar o retorno dos mesmos. Assim, apesar de adotar estratégias
específicas para cada caso, o trabalho de planejamento tem um comportamento muito semelhante
para diferentes situações.

No Planeamento Participativo há uma ênfase maior na primeira etapa, que é chamada de Marco
Referencial, onde se busca compreender a realidade global na qual a organização ou grupo está
inserido, incluindo as análises situacional, doutrinal e operativa da realidade. Na segunda etapa,
ao se buscar o diagnóstico, tem-se como base os elementos da etapa anterior e o foco na situação
almejada no planeamento, enquanto uma fase intermediária, onde não se busca levantar
problemas, diferentemente do que ocorre com o Planejamento Estratégico, que dá maior ênfase a
fase de diagnóstico, na perspectiva de levantar as ameaças e as oportunidades oferecidas pelo
ambiente. Os problemas, no Planejamento Participativo, já devem estar identificados na análise
situacional da primeira etapa, de modo que o diagnóstico possa apontar apenas a distância
a ser percorrida entre a situação atual e a situação almejada (GADIN, 2000).

Finalmente, na etapa de programação, a decisão do que se vai fazer para atingir a situação
almejada coloca os participantes diante de ações e mudanças comportamentais, que levarão a
organização ou grupo a vivenciar uma nova realidade. Para isso, a etapa inclui não apenas a
definição de ações a serem tomadas em curto e médio prazos, mas de comportamentos e atitudes,
normas e rotinas, que possam garantir a manutenção de um plano de longo prazo.

1.4. Método para a prática do planeamento participativo


Existem diversos métodos para a prática do planejamento participativo. São alguns exemplos:

a) Planejamento Estratégico e Situacional, cujo objetivo é aumentar a capacidade de


governo e governabilidade;

b) Planejamento de Projetos Orientado por Objetivos, com foco no desenvolvimento


de projetos que buscam a responsabilidade coletiva e envolvem a participação de
beneficiários;
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c) Método do Quadro Lógico, que busca obter mais informações em resultados de projectos,
estabelecendo relações de lógica e causas

2. Tomada de decisão Negociada

2.1. Conceito de tomada de decisão

Podemos definir a tomada de decisões como sendo a capacidade consciente de um agente


escolher a alternativa mais favorável entre várias opções de ações tendentes a alcançar o
resultado esperado. Decidir implica em optar por uma dentre várias alternativas possíveis, ou
ainda em saber converter informações numa ação eficaz (PATEMAN, 1992, pg 123).
E é com base nas informações coletadas durante a negociação e no conhecimento acumulado que
o negociador embasará a sua decisão. Daí depreende-se que, durando o procedimento negocial,
competente ao negociador coletar o máximo possível de informações e gerenciá-las em seu
favor.

Nesse sentido, bem sabemos que o empresário e seus colaboradores, diante das rotinas
profissionais, é cercado de situações que o coloca de frente com a necessidade de promover
escolhas. E com os processos de negociações isso não é diferente, haja vista que o próprio acto
de negociar requer a tomada de decisões em vários momentos. (PATEMAN, 1992, pg 124).

2.2. Fases de toma de decisão negociada

Na realidade, em negociações a tomada de decisões trilha um caminho presumível, envolvendo


três fases distintas, a saber: a) Fase da cognição; b) Fase da divergência; e c) Fase da
convergência.
2.2.1. Fase da cognição
Nessa primeira etapa o processo de formação do juízo humano se direciona para o diagnóstico
das situações que, por sua natureza, requisitam uma decisão. Nessa fase o pensamento do
negociador está voltado para a detecção e organização do conjunto de circunstâncias sobre as
quais há uma intrínseca necessidade de tomar uma decisão. Essa etapa é conhecida como
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“cognitiva” porque é aqui que se forma o pensamento e a construção dos juízos de valores de
uma pessoa. Nesse estágio o negociador tende a realizar uma série de perguntas a fim de captar
as características, necessidades e objetivos do oponente diante da situação que os cercam.

2.2.2. Fase da divergência


Aqui, depois de detectadas as situações que reclamam a tomada de decisão, o processo de
raciocínio humano tende a investigar, avaliar e interpretar tais situações, tendo por escopo criar
opções, gerar alternativas ou enxergar caminhos que levem ao melhor resultado possível para
cada situação verificada. Essa etapa é definida como “divergente” em razão da criação de um
leque de alternativas, vale dizer, há uma divergência (multiplicação) dos caminhos a serem
tomados como viáveis. Com isso temos que o negociador, ao seguir a sequência lógica do
processo decisório, só deve iniciar a formulação de suas propostas a partir da precisa
compreensão das situações vivenciadas, assim como se souber quais as melhores alternativas se
enquadram no caso em comento.

2.2.3. Fase da convergência

Essa última etapa de formação do pensamento para a tomada das sábias decisões é marcada pela
seletiva da alternativa capaz de gerar o melhor resultado diante do arranjo de acontecimentos
verificado. Tal etapa é conhecida por “convergente” porque, nesse caso, dentre as muitas opções
de decisões criadas na fase da divergência, o juízo do negociador concentra sua escolha numa
única alternativa. Aqui o negociador toma uma decisão a fim de melhor nortear a condução dos
procedimentos negociais para a satisfação dos seus objetivos (ANDRADE, 2005).

Erroneamente, alguns negociadores invertem essa sequência lógica, iniciando a negociação pela
“convergência” ao apresentar as vantagens da ‘suposta’ melhor alternativa; e, dando sequência
ao erro, esses negociadores esperam que seus oponentes, diante de uma “convergência” de
ideias, avaliem as diversas opções para, ao final, concluírem, pela “cognição”, que a solução
apresentada é a que melhor lhes convém – ou seja, tais negociadores invertem o processo natural
da tomada de decisão, iniciando o procedimento pela “convergência” até chegar à “cognição”.
É claro que, embora distante de uma sequência coerente, adotar uma ordem inversa de alcançar
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os objetivos em uma negociação também pode resultar em um bom ajuste, mas essa não seria a
melhor abordagem.

Nesse sentido, também chamamos a atenção para o fato de que uma boa negociação requer a
harmonização dos métodos decisórios dos negociadores envolvidos no processo, de modo que, a
forma de construção dos juízos decisórios de um negociador esteja alinhada com a do seu
oponente.

2.3. Roteiro prático para uma boa tomada de decisão:


1º. Faça um apurado reconhecimento da situação a ser negociada.
2º. Elabores uma lista com as possíveis opções de proposta.
3º. Avalie e tente visualizar as oportunidades envolvidas em cada alternativa ou concessão
apresentada pelo oponente.
4º. Reúna as informações que possam contribuir para a decisão.
5º. Se a negociação for realizada em equipa, tome a opinião de outros membros da equipe.
6º. Escolha a melhor alternativa e faça um plano para a sua exploração frente ao oponente.

Dessa forma, não há qualquer exagero em dizer que os procedimentos da negociação exigem
cautela para com as decisões, pois, uma vez escolhido o caminho errado, seu acerto pode ser
trabalhoso ou muito prejudicial aos negócios.

2.4. Construindo um acordo pelo processo decisório

Matos (1985, p. 124-125) nos afirma que “o acordo é produto de um processo decisório, e como
tal significa a opção por uma alternativa e rejeição das demais”.
E nesse sentido ele nos ilustra que a decisão percorre o seguinte caminho:

1º. Diagnose – essa primeira fase, também conhecida por diagnóstico, é fase do levantamento
das informações que irão balizar a decisão final. Aqui o negociador também faz a composição do
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problema e gera a definição do objeto da negociação. (É a fase da cognição vista sobre outro
enfoque);
2º. Análise – em seguida, mediante exame crítico das opções externadas, ocorre o levantamento
das possíveis e viáveis alternativas, onde, para tanto, é levado em conta os pontos positivos
(prós) e negativos (contras), onde então é construída a hipótese para o acordo. (É a fase da
divergência analisada sobre outro prisma);
3º. Decisão – por fim ocorre a escolha da melhor alternativa em face dos acontecimentos e das
circunstâncias que cercam os negociadores, onde então é feito o acordo, ou seja, é tomada a
melhor decisão possível para a realidade em questão. (É a fase da convergência dita sobre outro
ângulo).
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Conclusão

Neste trabalho que incidiu sobre o planeamento Participativo, conclui-se que,  planejamento em
uma organização é um processo que leva a tomar as decisões para conseguirem
o futuro desejado. Para tal, é preciso ter em conta as condições actuais da organização e os
factores externos e internos que podem influenciar diretamente o cumprimento
das metas estabelecidas. O planeamento participativo tem o seu principal instrumento para a
efectivação dos objectivos é a participação da população para a construção da sociedade,
decidindo de forma coesa para que todos possam usufruir dos bens produzidos pela ação
humana. Nesse contexto, portanto, não participar do processo de planejamento é uma forma de
alienação, pois não basta que o homem seja produtor ou usuário dos bens e serviços que o Estado
coloca á sua disposição. É necessário que ele participe da produção e do usufruto dos bens da
sociedade, bem ainda da gestão.
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Referências Bibliográficas

 ALMEIDA, M. I. R. de. Manual de planejamento estratégico: desenvolvimento de um


plano estratégico com a utilização de planilhas Excel. São Paulo: Atlas, 2001.
 ANDRADE, Cássio Franco de; O Planejamento Territorial Participativo e as experiências
de participação popular no Pará. Tradução de Marco Aurélio Nogueira, Paz e Terra, São
Paulo, 2005.
 GANDIN, D. A Prática do Planejamento Participativo. 8ª ed. Petrópolis : Vozes, 2000.
 VIANNA, Ilca Oliveira de Almeida. Planejamento Participativo na escola: um desafio ao
educar. São Paulo
 PATEMAN, Carole, 1992. Participação e teoria democrática. Tradução de Luiz Paulo
Rouanet. Paz e Terra, Rio de Janeiro.
 PORTER, M. E. A Vantagem Competitiva das Nações. Rio de Janeiro: Campus. 1993.
 SOUZA, Marcelo Lopes B. E. 2004. Mudar a cidade: uma introdução crítica ao
planejamento e à gestão urbanos. 3ª ed. Rio de Janeiro.
 WEISZFLOG, W. Michaellis: Moderno dicionário da Língua Portuguesa. 10. São Paulo:
Melhoramentos, 2002

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