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GRUPO
Eduardo Marques Barbosa Lima
Lúcio Marcos Emiliano Júnior
Luiggi Teixeira Bavuzo
Mariana Cordeiro Matos
Nicolas Alexandre Sousa Faleiro
Pedro Neves Manzalli Oliveira
Renan Vasconcelos de Mello Nassif Lemos
Samuel Pacheco Menezes
Thiago de Souza Neves Roberto
Bruno Daniel dos Anjos Silva
IDENTIFICAÇÃO DO JULGADO
TJMG, 9ª Câmara Cível, Apelação 1.0183.08.144244-8/001, Relator: Des. Pedro Bernardes de
Oliveira, Data do julgamento: 15/06/2021, Data da publicação: 24/06/2021
De acordo com Flávio Tartuce, a posse é um direito de natureza especial, dado ser ela o
domínio fático que a pessoa exerce sobre a coisa. Para o Código Civil de 2002, o tema
da posse é tratado entre os artigos 1.196 ao 1.224, sendo que, nos termos do artigo 1.196,
“Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum
dos poderes inerentes à propriedade”.
Ainda dentro da conceituação da posse, temos que, para Silvio Salvo Venosa, a posse é
o fato que permite e possibilita o direito de propriedade. Já para Barros Monteiro, a posse
constitui o sinal exterior da propriedade, sendo o direito do possuidor; é, portanto, o jus
possidendi, pelo qual o proprietário, de modo geral, afirma o seu poder sobre aquilo que
lhe pertence.
Destaca-se, também, o Enunciado 236 da III Jornada de Direito Civil, que diz que
“considera-se possuidor, para todos os efeitos legais, também a coletividade desprovida
de personalidade jurídica”. Nota-se, dessa maneira, que, além das pessoas naturais ou
jurídicas, podem também os entes despersonalizados exercerem a posse.
Tema também interessante é sobre a Função Social da posse. Nesse sentido, cita-se o
Enunciado 492 da V Jornada de Direito Civil, que diz que “a posse constitui direito
autônomo em relação a propriedade e deve expressar o aproveitamento dos bens para o
alcance de interesses existenciais, econômicos e sociais merecedores de tutela”.
Sobre a relação da posse com a usucapião, destaca-se que esta é um dos principais efeitos
decorrentes daquela. Resumidamente, a usucapião, como será abordado mais
detalhadamente adiante, é a aquisição da propriedade por uma posse prolongada ao se
preencher certos e determinados requisitos legais. (Tartuce, 2017)
Outro fator relevante acerca da usucapião, é sobre os seus efeitos. Nesse sentido, de
acordo com Silvio de Salvo Venosa, citado pelo Desembargador Pedro Bernardes de
Oliveira, desembargador esse que julgou a apelação interposta pelo Sr. Roberto Simões
Pedrosa, a sentença de usucapião é declaratória, sendo a aquisição de propriedade por
tal modalidade ocorrida com efeito ex tunc. Nesse sentido, retroage a decisão da sentença
à data do cumprimento do prazo de prescrição aquisitiva.
Por fim, antes de se entrar na análise do julgado propriamente dito, se faz necessário
também discorrer sobre os instrumentos legais os quais regem o instrumento da
usucapião. Salienta-se, contudo, que será mencionado aqui tanto o Código Civil de 1916,
como o Código Civil de 2002, posto que, no caso objeto de comento, o apelado Sr. Sérgio
Ribeiro da Silva alega possuir a posse do imóvel desde 1985. Dessa forma, quando da
entrada em vigor do novo Código Civil (2003), já havia se passado mais da metade do
lapso temporal de 20 anos estabelecido no Código Civil de 1916 para a aquisição da
propriedade por usucapião. Sendo assim, transcreve-se abaixo as disposições legais
sobre o tema:
“Aquele que, por vinte anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como
seu um imóvel, adquirir-lhe-á o domínio, independentemente de título e boa-
fé que, em tal caso, se presume, podendo requerer ao juiz que assim o
declare por sentença, a qual lhe servirá de título para transcrição no
Registro de Imóveis.”
“Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir
como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de
título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença,
a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos
se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou
nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.”
Além disso, foram cumpridos os demais requisitos legais para que seja declarada a
usucapião, como o cumprimento da função social do imóvel, por meio de contratos de
comodato e a ininterrupção da posse, já melhor analisados anteriormente.
CONCLUSÕES
Expostos e analisados os fundamentos das decisões, dispositivos legais e doutrinas
referentes ao tema, entendemos que o julgado analisado aplicou de maneira correta a
legislação.
Por proêmio, como já discutido, a propriedade e a posse não são vinculadas e podem ser
exercidas paralelamente por sujeitos diferentes, e em situações de conflito, como o caso
analisado, há de se analisar se quem estava exercendo a posse preencheu os pressupostos
legais da usucapião.
BIBLIOGRAFIA
Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil V, Direitos Reais, ed. Atlas, 12 edição.
Tartuce, Flávio. Manual de Direito Civil, volume único. São Paulo: Método. (Sétima Edição)
Washington de Barros Monteiro, Carlos Dabus Maluf, Direito Civil 3, Direito das Coisas,
editora Saraiva.
***
AVALIAÇÃO
CRITÉRIOS PESOS (30.0) PONTUAÇÃO
correção formal 6.0
uniformidade no sistema de citação 6.0
clareza expositiva 6.0
material utilizado 6.0
domínio do conteúdo explorado no caso 6.0
TOTAL
OBSERVAÇÕES (PROFESSOR):