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Cap.

2 – TEORIA DE CIRCUITOS MAGNÉTICOS

Tópicos:

2.1. Circuitos Magnéticos


1. Circuitos Magnéticos

 Circuito magnético simples: núcleo (“core”) composto de material magnético de


permeabilidade muito maior do que a do ar. Isso implica que o fluxo magnético está
confinado inteiramente no núcleo.

 O circuito magnético deve ser capaz de confinar o fluxo magnético aos caminhos
delimitados pela estrutura (análogo à corrente em um condutor elétrico).
1. Circuitos Magnéticos

 O sentido do campo magnético é determinado pela regra da mão direita.

 Permeabilidade (μ): facilidade que o meio proporciona a penetração do campo


magnético em uma dada região. Unidade do SI: Henrys/metro [H/m].

 Permeabilidade do vácuo (μ0): 4π x 10-7 H/m.

 Permeabilidade relativa (μr): expressa a taxa na qual a densidade de fluxo magnético


aumenta ou diminui em relação à do vácuo.
1. Circuitos Magnéticos

 Os materiais ferromagnéticos tem valores de μr na casa de centenas ou milhares.


1. Circuitos Magnéticos

 O fluxo magnético  (medido em weber) que atravessa uma superfície S é a integral


de superfície da componente normal de B (medido em tesla), onde S representa a
integral de superfície, A representa a área da bobina e B indica a densidade de campo
magnético normal à superfície da bobina.

 Com a resolução da integral e considerando a densidade de fluxo magnético B


uniforme em uma seção reta do núcleo magnético, tem=se:

ú ú ú
1. Circuitos Magnéticos

 Força Magneto-Motriz [FMM] : capacidade que a bobina possui para estabelecer um


fluxo magnético em seu núcleo. Em linhas gerais, a FMM representa a causa da
produção de fluxo no núcleo do circuito magnético.

 Unidade do SI: Ampére-espiras [Ae]

 A FMM é análoga à a Força Eletro-Motriz [FEM] que produz o fluxo de cargas elétricas
em um circuito.

 A relação entre a FMM que atua em um circuito magnético e a intensidade de campo


magnético H (medida em A/m) naquele circuito é:
1. Circuitos Magnéticos

 As dimensões do núcleo são tais que o comprimento do caminho de qualquer linha de


fluxo é aproximadamente igual ao comprimento médio do núcleo lc.

 Assim a integral torna-se como abaixo, onde Hnúcleo representa o módulo médio do
campo magnético no núcleo, lnúcleo indica o comprimento médio do núcleo e N
determina a quantidade de espiras da bobina.

ú ú

 A relação entre a intensidade de campo magnético H e a densidade de fluxo magnético


B é uma propriedade do material em que se encontra o campo magnético.
1. Circuitos Magnéticos

 Exemplo: Considerando o circuito magnético abaixo, onde Bnúcleo = 1 T, i = 0,80 A,


Anúcleo = 9 cm2, lc = 30 cm, N = 500 espiras e μr = 70.000. Calcular FMM, Ø e H.
1. Circuitos Magnéticos

 Solução:

ú ú

ú
( ∙ ∙ ) ( )
1. Circuitos Magnéticos

 Os dispositivos de conversão de energia que contêm um elemento móvel devem incluir


entreferros de ar em seus circuitos magnéticos.

 O objetivo do entreferro é promover uma mudança na permeabilidade entre ar e o


material ferromagnético.
1. Circuitos Magnéticos

 Quando o comprimento do entreferro g for muito menor do que as dimensões das faces
adjacentes do núcleo, o fluxo magnético  seguirá o caminho definido pelo núcleo e
pelo entreferro.

 Por outro lado, quando o comprimento do entreferro torna-se excessivamente grande,


observa-se que o fluxo dispersa-se pelos lados do entreferro.

 Desde que o comprimento do entreferro seja suficientemente pequeno, a figura anterior


pode ser analisada com dois componentes em série: um núcleo magnético de
permeabilidade , área da seção reta Anúcleo e comprimento médio lnúcleo, e um
entreferro de permeabilidade 0, área da seção reta Aentreferro e comprimento g.
1. Circuitos Magnéticos

 Densidade de fluxo magnético no núcleo:

ú
ú

 Densidade de fluxo no entreferro:

 A aplicação da integral de linha a esse circuito magnético produz:

ú ú
1. Circuitos Magnéticos

 E usando a relação linear B-H, tem-se:

ú
ú

 Conclui-se, pela equação acima, que uma parte da FMM é necessária para produzir
campo magnético no núcleo, ao passo que o restante produz campo magnético no
entreferro.

 Reescrevendo a equação em função do fluxo magnético:

ú
ú
1. Circuitos Magnéticos

 Destacando-se Ø:

ú
ú

 Os termos que multiplicam o fluxo nessa equação são conhecidos como sendo as
relutâncias R do núcleo e do entreferro, respectivamente.

ú
ú
ú
1. Circuitos Magnéticos

 Unidade do SI: A.e/Wb

 Assim:

 Isolando o fluxo Ø

ú
ú
1. Circuitos Magnéticos

 Em geral, para qualquer circuito magnético de relutância total Rtot, o fluxo pode ser
dado por:

 Permeância [P]:
1. Circuitos Magnéticos

 Analogia entre circuitos elétricos e magnéticos:


1. Circuitos Magnéticos

 Uma alta permeabilidade no material magnético pode resultar em uma baixa relutância
de núcleo, e esta pode ser tornada muito inferior à do entreferro.

 Assim, se Rc << Rg, então Rtot ≈ Rg. A

 Nesse caso, a relutância do núcleo pode ser desprezada, e o fluxo pode ser obtido das
propriedades do entreferro.
1. Circuitos Magnéticos

 Nos sistemas reais, as linhas de campo magnético “espraiam-se” um pouco para fora
quando cruzam o entreferro, como mostrado na figura.
1. Circuitos Magnéticos

 Exemplo: Seja o circuito magnético mostrado abaixo com as dimensões, Bnúcleo = 1 T,


Aentreferro = Anúcleo = 9 cm2, g = 0,050 cm, lnúcleo = 30 cm e N = 500 espiras. Suponha que
o valor μr = 70.000 para o material do núcleo.

(a) Determinar as relutâncias Rnúcleo e Ɍentreferro:


(b) O fluxo magnético ϕ,
(c) A corrente i.
1. Circuitos Magnéticos

 Exercício: A estrutura magnética de uma máquina síncrona está mostrada


esquematicamente na figura abaixo. Supondo que o ferro do rotor e do estator tenham
permeabilidade infinita (μ → ), encontre o fluxo ϕ do entreferro e a densidade de fluxo
Bg.

 Dados:

I = 10 A,
N = 1000 espiras,
g = 1 cm
Ag = 2000 cm2
1. Circuitos Magnéticos

 Exercício: Observe que há dois entreferros em série, com comprimento total de 2g, e por
simetria, a densidade de fluxo é igual em ambos. Como se supõe que a permeabilidade do
ferro é infinita, sua relutância é desprezível, restando somente relutância dos dois
entreferros no caminho do fluxo.

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