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V E RSÃO MÉTRICA
NUTRIÇAO
-
4C DEPLANT.AS
Prcfiicio, Agradecimentos
Capítulo 1
Metas da Agricultura
Sustentávcl ...................................................................................................................................................................................... 1·1
Capítulo 2 2.1 Fonte certa. na dose certa. na época certa e no local certo .................................................... 2· 1
O Conceito de Manejo 2.2 Princípios das práticas de suporte.............................................................................................. 2·2
de Nutrientes 4C 2.3 Os 4Cs integrados ao sistema de plantio ................................................................................... 2-3
2.4 l'vfelhoria contínua por meio da avaliação dos resullados ....................................................... 2-5
Capítul,o 3 3.1 Q ual é a origem dos nutrientes? ................................................................................................ 3·2
Fonte Certa 3.2 Selecionando a fonte certa ......................................................................................................... 3·3
3.3 Tipos de fertilizantes ................................................................................................................... 3-4
3.4 Tipos de fontes orgânicas: estercos, compostos ....................................................................... 3•6
3.5 Interações dos nutrientes ............................................................................................................ 3•7
li1ódulos de aprendizagem
O 3.1-1 Fonte certa de K melhora o rendimento e a qualidade da banana na Índia ....... 3.g
O 3.2-1 Equ.ilíbrio entre fontes orgânicas e minerais para o milho na África .................... 3·9
3.3·x Fonte específica de nutriente ................................................................................... 3· 1O
O Url'ia .......................................... 3·/ 0 O Clort'lode/10/ássiu .............................. 3-22
O Nitra/o dr amôuio·Uráa ............... 3· / I O S11/ji1lo dt•polâssio .............................. 3·23
O A111ô11ia ....................................... 3 · 12 □ S11!Jr1/o de polássiu e magnésio .............. 3-2·I
O S11!falo dr amónio ......................... 3· / 3 □ Nitra/o de /iolássio ..............................3-25
O .1\ 1/refoifato.................................. 3-1 ·I O Airsciila ............................................ 3·26
O .1\foatode111mi11io......................... 3· 15 O En.wifr,· .............................................3·27
O Fusjâ~ 11w11ua1111í11ico .................... 3 · I G □ Tioss11!Ji1tos .......................................3 · :28
O Foifato dia111ô11ico ......................... 3-17 O Mi.rl11m.gm1111lad11.............................. 3-29
O Polifaif,1/0 ................................... 3·/8 O Fcrti/izanle 1;:urstido............................ 3·30
O S11/1erfoifa111.ri111/1lcs ...................... 3- / 9 O Gmo ................................................3·3/
O Sujil'[fodâlu lri/1/0......................... 3·20 O Calcário ............................................ 3·32
O 1-"r'!fàlo dr rorlta............................ 3-2 I
O 3.5.J Equilíbrio entre N e K melhora o rendimento e a eficiência no uso de N ........ 3-33
Capítulo 4 4.1 Avaliar a demanda de nutrientes da planta .............................................................................. 4·2
Dose certa 4.2 Avaliar o fornecimento de nutrientes pelo solo ...................................................................... .4·3
4.3 Avaliar todas as fontes de nutrientes disponíveis ..................................................................... 4·5
4.4 Prever a eficiência no uso do fertilizante .................................................................................. 4-7
4.5 Considerar os Impactos nos recursos do solo ...........................................................................'1·8
4.6 Considerar a dose econômica especifica ................................................................................ •1·11
A1ódulos de apl"e11clizagem
O 11.1 ·1 A adubação nitrogenada de trigo e milho na Argelllina é melhor cleterminad.i
pela avaliaçüo do N disponível no solo antes do plantio ........................................... '1· l 2
O 4.1·2 C.llculo das doses de fertl1Jz,.111tc cm cereais usando il cliagnosc por subtraçào ....... 4· 13
CI 4.G·I Doses ótimas econômicas de N para o algoclf10 em solo argilo·siltoso, 110
Alahama, mudam pouco com as mudanças nos pre1;os ......................................4•1·1
O 4.G·2 Doses ótimas econômica~ de N para o milho v11riaram apenas ligeiramente
com. i.15 condições de mercado ao longo dr 10 anos ................................................... 4•1·1
Capítulo 5 5.1 A11allsur a mnrcllil ele absorção da planta ................................................................................. 5-1
Época certa 5.2 Analisar a di11f1111lc.i de fornechnentn de nutrie11tcs cio solo................................................... 5·-'1
5.3 Analisa r ,1 cll11â111lcn c.le perda ele 1n11rlentcs do solo ............................................................... 5•5
5.'I /\w1llar a logi~tlca das operações no ca111po ............................................................................. 5•5
.Móc/11/as ele 11premlizage111
O 5. 1· 1 P, OLlu~·àu tle trigo com apliraç('lo tardia ele N estimada pc•la culorn\·f1u da folha ............ 5.7
U 5. 1·2 Uso de Nem ~l11no11la com a demanda da rultura cll111inul o nitrato IH> so lo .... 5•7
O 5. 1·3 Ab~or~·flo de N. P e 1( por vlcl!'ira~ (o afotacla pela época ele npllcação ................ 5.3
O 5.1••I Pan:r.1;11111·1110 da cJu~1· illlllll'llta a cll~ponibllldadc de Ca 110 n111e11doi111 ..... ....... 5·8
O 5.2·1 Sulu~ le rtei~ pn~siblllta111 111ainr ílcxlbilicl adc- na rpnC"n ele aplitaçüo ele P e K ... 5•9
O 5.3· 1 Aclubaçi\o nitrogenada na prh11avcra t1umr 111a o aproveitamento de N e a
luc:r,.1tlvidadc do milho 110 ::.ui ele Minnc.,uta ................. ............................. -............. 5.!)
Capitulo 6 6.1 Crescimento radicular ela planta .............................................................................................. 6· 1
Local certo 6.2 Práticas para a localização de nutrlentcs ................................................................................. 6·3
6.3 Reação do solo e da raiz à localização cm faixa .................................................................... 6•4
6.4 Adubação foliar ......................................................................................................................... 6.6
6.5 lvlanejo da variabilidade espacial ............................................................................................ 6•7
l\'1ód11/os de ap,-e11dizage111
O 6.2·1 Minimização da perda de amônia com a colocação do fertilizante no "local
certo", no cultivo de cana·de·açúcar e milho no Brasil. ............................................. 6·9
Capítulo '(0
METAS DA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
H
Á CERCA DE 30 ANOS , o Advisory Panei on da mu lti plicidade de d e finiçõ es de sustentabilidade. há
Food Security, Agricuhure, Foresuy, and Environment u m consenso geral e m relação a um denominador comum
(1987) foi questionado por Gro I-lam1lem Brundtland, entre os atributos que a caracterizam. Um desses importan-
então presidente da World Comrnission on Environrnent and tes atributos é o ela sua multidimensionalidade. O conceito
Development (WCED) , sobre como a humanidade poderia de sustenlabilidade não se a plica apenas a uma dimensão
ser protegida da fome d e forma ecologicamente sustentável. (por exemplo, social. econõmica o u ambiental) de forma
Em seu relatório ao WCED eles afirmaram: "Nas próximas isolada, mas a todas e las ao mesmo tempo .
décadas, os sistemas mundiais de produção de alimentos se
A aplicação d e la) visão multidimensional à agricultura
defrontarão com um grande desafio, talvez o maior entre os
pode ser facilitada se a classificação tradicional cios compo-
que poderão enfrentar novamente. O esforço necessário para
ne nles socinl, econômico e ambiental for ainda mais e.xplici -
aumentar a produção d e alimenlos em rilmo concomitante
lacla. Uma ma neira eficiente de visualizar a multiplicidad e
Jt,
com o aumento de uma demanda sem precede ntes, manten·
dos recursos envo lvidos no funcionamento da agricultura L'
do a integridade ecológica essencial dos sistemas alimeniares,
agrupá-los como be ns o u ca pital em cinco rntegoria~. como
é colossal. tanto em magnilude como em complexidad e.
l foi sugerido por UNCTAD-UNEP (2008) :
Dados os obstáculos a serem superados, muitos d eles produ-
zidos pelo homem , pode-se falhar com mais fa cilidade do que ♦ Capital natural. Es1e capilal compreende m rl'Cllrso,
I
obter êxito". Essa avaliação sóbria é tão aplicável atualmente qu e são utilizad os p;ira a produção d e ;1linll'ntos. fibr;1,
como foi na época. e macieira, no taclanwnte terra, i'igua e- enc-rgia . ;i~,i111
fat e relatório do Advisory Panei constiluiu a base das reco- como os ulilizaclos na procluç;io e tran,portL' dt• in., umo,
mendações sobre segurança alimentar e sustenlahilidadc do necl'ssüri os {por exP111plu , matérias-primas p.ira fc- rtili 1c111 .
relalório d e Brundtland , intilulado 0111 ( .im1111u11 Í't1/ttrr (1987) . tl's) . Além disso, o capllil l natural tambl' m L' a fontt' dl'
O re latório abordou a cresrenle preocupa~·ão "com a d ele- ali11w11to 11alural ou si lvl•strl' l' dl' hnportantl's ,L·rvi~·os
rloração acelerada do ambie n te hun1ano e dus a·ecursos mnbienlals. lab como e lim ina~·ão til• rt•siclu us, ciclagl'm
n a turais e as consequê ncias d e~a clc leriora ção para o de nutriPnlc,, formação do ,ulo, controll' biolligin> d t·
d esen volvimen to econ ômico l' soci a l ". O drsa llo de pr;1gas, regula~·ão cio clima. habitat, da vid ;1 ,L'h .ig,·111 ,
aumentar a produ ção el e a llnwntos d e forma 1·co nomica - protL•ç;m cu1111 a tl·n1Jll',tadt•s e crn11roll' dl' l11uml.1~·út•, ,
11wnte viávPI, rn a nl e ndo a inlcgridacl,· eco lógica cios ~istcn1as scq ue~tro d P carbono l' poli11i,a~·ao.
alimenian•s, é o principal objetivo d.i ngricullura s11 str 11t,ivcl.
♦ Capital social. E,tl' t•s1 ;i ligado ~1, 11orni;1,. \ ;ilo1 t• , l'
Ex iste m num,•rosll\ ronre ilos so bre agri cullura s11sle111iivcl, alitudl'' qu1• ll'van1 as pes..,oa, a n1opl·1.ir l' l)lll' ~l• 1l'll,·tl•111
port'· 111, quase rod os t> nfati1,11n a 111•rc•~sidadP d e aju,tar a~ L' lll a~·üo col1•tiva 11u1111:11rn·11ll' l>l'11l'lk,1. Cu11111nid;1d,·s ro 111
dl•ma11das crescc11t l'S d l• pro1h1 ~·i10 s,• 111 c:11 111pro111ctl•r os pouca i11ll•r.1~·;10, l.illa de nu1l1,1n~·.1 e dl• p.1rn·1i,I\ . l'\I J o
recur~os 11a1urais dos qu ai\ dPpL·tHll' a agrln1 l111ra . Á pl•sar 11 i;ils expo,t.1\ ii, dil1c11ldad e, a111lii L' 11l a h t' ii inwguran ~·a
NlJTRIÇÀO DE PLANTAS 4C
e
alimentar. A organização de agricultores cm cooperativas No entanto, a Implementação do Manejo de Nutrientes 4C
ou em grupos de desenvolvimento tecnológico incenliva também pode promover aumento do capital social, humano
o trabalho conjunto e o companilhamcnto de conheci· e físico . O desenvolvimento de prálicas locais de manejo,
menta e recursos. por exemplo, Implica em trabalhos de pesquisa nas áreas
dos agricultores, exigindo sua participação ativa , o que nor-
♦ Capital hwnano. Este inclui a capncidade total inerente
aos indivíduos, a qual é baseada em conhecimento, habl·
malmente resulta em melhor comunicação entre todos os e
Interessados do setor agrícola (agricultores, pesquisadores,
!idades, saúde e nutrição. A contribuição desses alivos
depende do nível de uso das habilidades pessoais, o
empresários e representantes do governo) . Além disso, o e
nível de escolaridade dos participantes também irá aumen-
qual é favorecido por meio da promoção da parlicipação
e da educação - fomial e não-formal - e do suprimento
tar por meio de atividades formais e não-formais. Há inú· e
meros exemplos de organizações de sucesso dirigidas por
de cuidados adequados à saúde. A participação dos
agricultores, que geram e difundem tecnologias agrícolas.
agricultores no processo de geração de novas alternativas
tecnológicas (por melo de pesquisa aplicada na proprie- A adoção de novas tecnologias de ponta relacionadas ao
dade, por exemplo) é uma iniciativa que contribui para Manejo de Nutrientes 4C também pode ter consequências
o desenvolvimento do capital humano. Melhor educação positivas sobre o capital físico, porque geralmente engloba
é evidentemente essencial quando práticas agrícolas, melhor infraestrutura de acesso aos mercados - para entradas
como o manejo de fertilizantes, precisam ser melhoradas. e saldas - e melhor comunicação. Boas estradas são necessá·
rias para trazer fertilizantes e outros insumos e transportar as
♦ Capital fisico . É o estoque de recursos materiais
construídos pelo homem, tais como edifícios, infraestru·
colheitas. O acesso crescente por membros da comunidade
agrícola às informações atualizadas, por meio de telefones
e:
tura de mercado, sistemas de irrigação, redes de comu-
celulares e ferramentas de comunicação digital, reflete em
nicação, ferramentas, máquinas e sistemas de energia e
melhores recursos de comunicação para a sociedade.
transporte, que aumentam a produtividade do trabalho.
O acesso aos mercados é frequentemente limitado pela Quando visto de forma ampla e integrada, o Manejo de
falta de infraestrutura de comunicação adequada. Nutrientes 4C pode apresentar efeitos potenciais de longo
alcance sobre a sustentabilidade dos sistemas agrícolas, que
♦ Capital financeiro. Este capital está relacionado ao
se estendem além dos benefícios imediatos na nutrição das
fluxo de dinheiro no sistema, que é dependente de
fatores como preços, custos, receítas, margens de lucro,
culturas. m e
poupança, crédito e subsídios. A pobreza permanece
como o maior obstáculo para o desenvolvimento da
agricultura e da segurança alimentar - especialmente
nos países em desenvolvimento - porque Impede que as
pessoas tenham acesso aos meios que poderiam melhorar
suas vidas.
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
t
p
-4
OI
Capítulo @
O CONCEITO DE MANEJO DE NUTRIENTES 4C
O
MANEJO DA NUTRIÇÃO DE PLANTAS se
ap lica a uma vasta gama de sistemas, desde exten- aos objelivos do desenvolvimen10 sustentável (Figura 2.1) .
sas áreas de pastagens, utlllzadas para pastejo, até a Para qualquer sistema de produção vege1al, os inleressados
produção intensiva de culturas anuais, plantações, e mesmo do setor agrícola precisam definir os objetivos gerais. ma:, os
o cultivo controlado de frutas, verduras e plantas ornamen- gere111es eslão melhor pre parados para a escolha das práti·
tais em estufa . Tais sistemas eslão localizados em diversos cas. Para definir as metas, os interessados precisam entender
solos e climas ao redor do mundo. Este capí1ulo lem como como o manejo da nutrição da planta areia o d esempe nho
objetivo descrever os princípios comuns da nutrição vegetal do sistema vegetal. Es1as pessoas incluem não somc1lll' o:,
através desses diversos sistemas e fornecer um roleiro para o ge rentes e seus assessores, mas também aqueles que com-
aperfeiçoamenlo contínuo das prálicas envolvidas no manejo pram os produtos e vivem no ambiente do :-istema. C01110
dos nu trientes das plan1as. os sistemas de produçflo vegetal estão muito difundido:, - l' éL:>
pessoas de pendem deles para alimcnlação, combustí\el, libras
e estética - , basicamente todos sào interessados cm algum
2.1 Fonte Certa, na Dose Certa, na Época grau . Assim, a clcílniçflo ele clesempe11ho do sistL'llla incluira
Certa e no Local Certo a produtividade e a rrntabilicladc (dime11~ào eco11ôn1ic,1) .
A aplicação da fonte cerla de 11 ulrlenlc5, na dose cerla, m, seus lmpaclos no solo, ág ua , ar e biodiver:-iclad1• (dimensão
época cerra e no local cerlo é o concello cenlrai cio l'vlanejo ambiental} e seus l111pacto_.. na qualicladL• dl' \'ida e n,L\ opor-
de Nutrlenle5 4C. Es1es qua1ro "certos" sào todos necessários tunidades de e mprego (dime nsão social). A, 111e1;t, t'5Pl'C11irns
para o manejo sus1e111ávcl da nulrição cla5 pla111as - m,1111'.]o da empresa precisam l'Star alin hadas às mews ger::ib p,1r<1 o
que aumenla a produlivlclade ria, planlas e das culturas. dl'Senvol vi me1110 suslcntavcl da região.
Conforme descrilo no capí1ulo ét1lle1lur, n smle111ablllrlarlc Para ser cu nsicleraclo "certo ", o n1,ml'jo cl,1 aduba,do d e\e
engloba as dhnrnsões econômica, social e a111biL•n1al. Todas .',11\lentar ;i~ melas centrais dt• Ol'Sl' lll(JL'llhu e:,tabl'iecicl,1s
as lrês dimensões deve m 5er i11rluídas 11a avaliaçflo ele qual- pelo lntcre~,aclo. No L'ntill llll, u agricuhor. o gerenle d;1 IL•rru ,
quer prática de ma nejo de nulrient1•s 110 l11tuilo ele d ctcr111l- é quem to1nará <1 decisão final na escolha d,1:, pr.itic.1:, -
nar 5e é e la é ou não "e-erra" . aclapladas ao solo lucal. clima . cundiçüe~ ele prud11ç;10 da,
- .' .
f lL---,1 1
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NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
::a
Fonte, dose, época e local são os componentes necessários e suficientes para descrever qualquer aplicação de nutrientes em qualquer cultura.
ambiente, e das condições sociais e econõmicas. Agriculto- 2.3 Os 4Cs Integrados ao Sistema de Plantio
res e consultores devem estar seguros de que as práticas que Os quatro "certos" estão interligados. Eles elevem trabalhar
selecionam e que aplicam localmente estão de acordo com e m sincronia um com o outro e com o meio alllbienle que
esses princípios. circunda a planta . o so lo , o clima e o manejo. Na maior
parte dos sistemas em que as plantas são gerenciadas para
Os quatro "certos " são uma forma simples de se avaliar se
forn ecer alimentos, rações, fibras . colllbustivel e benefícios
uma dada cultura foi fertilizada corretamente. A pergunta
esté ticos, os solos são o meio no qual a, plantas crescem.
"foi forn ecida à cultura uma fonte certa ele nutrientes, na
A fertilidade adequada cio solo é uma ncc r~ idad e b;isica
dose certa, na época certa e no local certo?" auxilia agricul-
para que as plantas cresçam de forma proclutiv;i. Elllbora c1
tores e consultores a ide ntiílcar oportunidades de melhoria
fertilidade seja vital para a produtivicbele , t1elll todm os solo~
::a na fertilizaç ão d e cada cultura específica, e m cada campo
especíílco.
férteis são produtivos . Drl•nagcm pobre, sera, in~elm, doenças
e o utros fat ores podem limitar a produtividade , nll',1110
::a Existe um e quilíbrio adequado entre os 4Cs. Ele ajuda a qua ndo os níveis ele todos os nutrientes estão aclcq11;1clos à~
plantas. Para entender plenamcntl' a fertilicbdc cio ,olo e
cvilar d emasiada ênfase cm um componente c m detrimento
::a de outros. A dose, por exemplo , devido a sua simplicidade necess.írio ro nhccer outros falolL'S quL' ma1llélll ... ou li111i1a111 ...
a prndutividach•.
e ligação direta com o custo, pode, algumas vezes , ser supe-
rcnfatizada e m d etrime nto de outros fatores . Fo nte, é poca As plantas dq>L' t1cl L•111 cio solo p.irn obter supullL' 11\l•r,i nico,
e local são os com po nentes mais frequ ente ment e ignorados água , ar e nut rientes. El.is 1a111bt' 111 c!L•pt•ndt'lll lk f,11ore~
e elevem ser considerados para melhorar o d l'sempenho ela Pxtemos, como luz l' ll'lllpC'r,llur,1. Tudu\ l'~St•~ fa1urcs t•,1ão
cultura. ligados e ntre ~i e iníluencia111 dl' \';iri,1s 111 a11L' il as o crcsci-
nwnto da, plantas L' a ab,01\·âo de nutrk-1\lt'\ . U,11 ,1 \'L'Z que
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
compactação, salinidade, temperatura, precipitação
e radiação solar. Eles interagem com o manejo da
nutrição da planta.
Muitos aspectos do desempenho são influencíados
tanto pela cultura e manejo do solo como pelo •
manejo dos nutrientes aplicados. Por exemplo,
a eficiêncía de utilização dos nutrientes é maior
quando uma cultivar com potencial de alto rendi-
mento é cultivada. Os indicadores de desempenho
mostrados na Figura 2.2 ilustram a complexidade
do sistema agrícola .
Os sistemas de produção são complexos e podem
reagir de maneira inesperada à aplicação de nutrien-
tes. Assim, a ciência, ao apoiar uma prática específica
de aplicação de nutrientes, precisa descrever a forma
como ela funciona no nível básico (por exemplo,
a química) e mensurar os resultados em relação ao
desempenho do sistema (por exemplo, a agronomia) .
Todas as ciências que medem os impactos no desem-
penho dos sistemas são importantes para o aperfei-
çoamento contínuo das práticas de manejo.
te do sistema planta-solo-clima (Figura 2.2). Para que o 3. Fonte certa, dose certa, época certa e local certo são 1
uso de fertilizantes seja sustentável, ele deve melhorar a. independentes entre si e de ouuc1s práticas. 1
b. lnterconectadas mas independentes de
o desempenho do sistema. O desempenho do sistema é !
influenciado não só pelos 4Cs, mas também pela forma outras práticas de manejo.
como eles interagem com as outras práticas de manejo, c. interconectadas mas ligadas a outras práticas
tais como preparo do solo, drenagem, seleção ele cultivares, de manejo.
proteção de plantas, controle de plantas daninhas, entre d. independentes do manejo do fertilizante. li
:
outras. O sistema planta-solo-clima inclui fatores como
potencial de rendimento genético, ervas daninhas, insetos,
doenças, micorrlzas, textura e estrutura do solo, dre nagem,
l - - -· -- ---·- - __ J •
li
...
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
Adoção das 8PM e Avaliação.--_ _ _----,
Nlvel polltlco - regulamentar, ~ •
FATORES LOCAIS
infraestrutura, desenvolvimento de produto •
•Clima
APOIO À DECISÃO com base • Políticas
Nlvel regional - ♦ em princlpios cientlficos
pesquisadores da área • Posse da terra
agronômica, • Tecnologias
prestadores de
serviços agrlcolas ENTRADA • Financiamento
Recomendação da fonte certa , dose certa , • Preços
época certa e locai certo (8PM)
• Logística
• Manejo
~
AVALIAÇÃO DO RESULTADO
Sistema de cultivo
Desempenho da sustentabilidade
b
r Figura 2.3 A adoção do manejo de nutrientes 4C leva a boas práticas de manejo (8PM) por meio de ciclos contínuos de avaliação
~
da decisão no contexto dos fatores locais.
~
2.4 Melhoria Contínua por Meio da Avaliação para produção eficiente e conser.,ação cios recursos pelo uso
::a dos Resultados da aprendizagem participativa, por meio de uma avaliação sis-
temática e contínua. Para uma boa OJientação nesse processo,
Pelo exposto antcriormcnle, e por meio das Figuras 2.1 e 2.2,
é importante que os consuhores agronômicos tenham nível de
descreveu-se o âmb ilo do manejo da nut rição vegetal e as exi-
certificação e capacitação profissional.
gê ncias na melhoria das prát icas de adubação. Neste ponto, é
p reciso dar atenção mais de talhada às atividades das pessoas Agricultores e gestores iden1ilica111 os nspectos nmbien tais e
que fazem as melhorias acontecerem. O conceito de Manejo de sociais re lacionados, com o propósito de manter suas L'mpn:-.sa-.
N utrien tes 4C prevê ciclos d e ação e avaliação dos resultados viáveis para as gernções futuras . A rentabilidadL' eco11ú111ica.
de desempenho em diversos níveis (Figura 2.3). Destes ciclos no entanto, é essencial para a susten1abilidacle de qualquL•r
podem participar produtores e consultores agronômicos no empresa e às vezes pode entrar em co11llito com as ntL'tas
nível de exploração, cientistas agronômicos e agro-prestadores ele clese111pe11ho ambiental e sociíll. A 111oti, açào para o~
::a de serviços no nível regional e líderes do governo e da gestores abordarem mais plcnanwnll' os trC's asµl'ctos podl'
indústria no nível político. Cada nível se esforça para íacilitar
:a a adap tação das práticas aos fatores específicos ioc,1is a fim de
ser fornecida por progrnmas que lnrlul'm rt•contwcinwnw
ilquclcs que se detacnm t•m termos de millwjo eficiL'ntL' (cré-
atingir as melas de desempenho cm suslenlabilidade.
:a Na fazenda, ou no nível do sistema dt• produçiio local. prmlu -
ditos de cnrbo110, por CXL'mplo. relacionados ;, 111itiga~·ão de
gases ele c>Íeito l'stufa).
tores e seus consu ltores tomam decisões - com base nos fatores No nívl'I n·gio11al l'St,i incluída a i11d11s1ria dl' :igro ~eí\ i, m
locais - e as imple111enlam. Ele~ avaliam, então, os res ultados (distrihulclores cll' i11s11111os .igricol;t~ t' prl'st.1do1t's dc> \L'l, içosl.
de suas decisõe~ para determi nar qua l é a próxl111a cleris,io visto f(lll' Pia 10111.1 cll'CÍS(ll'S que afl'l,1111 J rap,1ri1l.Jdl' lÍl'
a ser tomada de111ro do ciclo. De forma icle,11 , a ílValiação cio l'lllrt•ga elas Íllllll'S fl'rlilS dl• lllllril'ntL'S p;ir,1 .is plantas, 11,IS
desempenho pn\1ico deveria ser íeila co111 base em lodos os q11a11tidacl1•s Cl'rta~ l' IM 1•poca l' lllc,1is certo~ p,1r.1 ,11e11cler a
indicadores comiderados i111port.i111cs para os intere~saclos. cll'mand,1 dos produlorL•~. I-la dL•~an.1s log1s1 iros na l'1lln:ga l'
Baslca111e11h•, e~sa é a prática ele 11w1wjo adapt,llivo - um clislrib11iç,io cll• Íl'rtilil,mtl's q111• a i11chb1ria de .igro·\crviços
procl'~su (Oflll11uo de clL·s1~11volvi111e1110 das llll'lhorcs prúliras Jll l'Cl~a l'IIÍH'lllar.
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
No nível regional também estão incluídos os cienlistas agro-
nô micos que trabalham para desenvolver e forne cer suporte
/'
à d ecisão dos gestores. Eles colaboram com a rccomcndaçflo
d e íonte. dose. época e local certo - novamente cm rclaçflo
aos íatorcs específicos do local. Sistemas de apolo à decisão
Perg11ntas ?
necessitam de avaliação e apcríciçoamcnto contínuo para aco-
modar mudanças na disponibilidade de tecnologia e mudanças 4. De acordo com os princípios de sustentabilidade,
no sistema planta-solo-clima. Os resultados obtidos por melo os interessados devem fornecer informações para
soítwares de sistemas de suporte à decisão requerem valida- seleção de
ção nas condições de campo. A validação pode incluir muitos a. indicadores de desempenho.
dos indicadores de desempenho já utilizados no plano prático. b. práticas locais específicas.
Prestadores de serviços agrícolas do setor privado também c. fonte, dose, época e local.
podem participar de tal validação por meio da criação de d. práticas de manejo de fertilizantes .
bases de dados regionais de resposta das culturas. A participa·
ção profissional dos consultores agronômicos e dos cientistas 5. A decisão final sobre a seleção da combinação
agrícolas pode contribuir para a melhoria do suporte à decisão regional de fonte, dose, época e local deve ser
forn ecido pelos consultores agronômicos comerciais. íeita por
a. autoridades regulatórias.
O nível político envolve o quadro regulamentar e institucional b. um gerente da cultura.
no qual operam produtores, gestores, consultores, bem como
a indústria de agro-serviços e as Instituições de pesquisa e
c. um pesquisador científico qualificado. a
d. equipes de interessados.
extensão. Nele está incluído o processo de decisão relacionado
à iníra-estrutura - que permite o transporte e a entrega de 6. Práticas de manejo de fertilizantes devem ser
nutrientes e de rmnmoditiu agrícolas - e ao suporte à educação validadas por meio da avaliação do desempenho
e pesquisa. A ati vidade industrial no desenvolvimento de com base em
novos produtos íertilizantes também desempenha papel impor- a. aumentos no rendimento da cultura em
tante. O nível político deve incluir íóruns de discussão, onde parcelas de pesquisa.
todos os interessa dos traduzam suas ideias em indicadores b. aumentos no rendimento da cultura em
de desempenho ou metas. Sempre que possível, deve-se estabe- parcelas na propriedade.
lecer as metas em termos de desempenho do sistema, ao Invés c. todos os indicadores considerados impor-
de se aplicar regras a práticas es pecíl1rns, pois estas alinham-se tantes pelos interessados.
me lhor com as iniciativas em curso e provavelmente resultam d. benefícios ambientais.
em progresso real no aumento da sustentabilidade.
7. Uma ciência com base na prática do manejo de
O conceito sobre Manejo de Nutrientes 4C relaciona as práti-
íerlillzantes é aquela que é
cas d e manejo às metas de sustentabilidade cm todos os níveis,
a. baseada em experimentação local no passado.
incluindo o da fazenda. Solicitar aos agricultores que definam
b. consistente com os princípios científicos e
suas metas de sustentabilidade incenti va-os a maior compro-
validada por lestes no campo.
metimento e participação. A adoção de um plano de manejo
e. especificamente descrita em regulame ntos.
de nutrientes 4C inclui a ldentiíicação de tais metas.
d . ambientalmente neutra.
Os indicadores de desem penho podem ser apresentados de
várias form as. O intervalo de tempo escolhido para o processo 1
é importante. Mudanças a curto prazo podem ser enganosas.
Considerando que a ~ustentabilidac.le é um processo de longo z
prazo, deve-se incentivar o uso do maior interva lo de tempo
pos~ível. O contexto pude ser importante. Quando o Lmlanço
de nutrientes é apn:sentado, 111os1ram-se a penas os result ados
de excesso, dél1cil ou razão entre entradas e saídas do ~i~tcma, ac
e o quadro geral ele lluxo de nutril•ntes nflo fi ca aparente. A
apresen tação do íluxo e balanço co mpleto de 11111rientes pode,
muilas vezes, levar a uma percepçflo mais segura do que rea l·
rncntt• ocorr e ern determirwda ~i llra~·no.
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
Conclusão
FONTE, DOSE, ÉPOCA E LOCAL ;stão totalmente
Pergt1n tas ( ? interligados no manejo dos nutrientes. E possível ~ue ~ara
uma dada situação exista mais do que uma combmaçao
=--:a 1
cclitlon. Paris, France: IFA, 2007.
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
::,
Capítulo G
- PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DE APOIO
FONTE CERTA
Os princípios cienúílcos fund<1111e111ai!, que deílnem a fon1e cer- para o milho. mas pode ser prejudicial à qualicl ;i d e cio
ta para um conjunto especiílco de condições são os seguintes: fumo e de algumas frutas . Alguns fe rtilizante!, fm fat ild os
♦ Cons iderar a dos e , a é poca e o loc al ele aplicação. podem conter Ca e S disponíve is paril as plant a~ e
pequenas qua111idacles de Mg e micronu1rie n1c~.
♦ Fornecer o s nutrie ntes em formas disponíve is
para a planta. O nu triente ap licm lo estú disponível pm-a ♦ Controla r o s efei to s cios clen1entos não-nutritivos.
a planta ou está em uma fornm q ue. e111 tempo útil, se Alguns depósitos na1urais ele rocha ro~falica. por l' Xe mplo.
toma disponível para a planta no solo. contém elementos-traços nf10-11u1ri1i, m . O 11í, d d e ;idiç:m
cle!,ses elementos el eve ser 111,1111icl o cll'11lro clL' li111ill'S .irl'i·
♦ Adequar a fonte às p roprie d a d es fís icas e t,iveis.
químicas do solo . Alguns exemplos incluem: evitar
a aplicação de nitrato em solos inundados, a aplicaçào Estes princípios fundam e ntais l'~l~10 illlL'grado~ 11u., ro 1Kl'Ítu,
superílcial de ureia em solos com pH e levado, etc. que vão ser apresenlaclm ne~lc capitulo.
♦ Reconhecer o s s inergis mos e ntre o s eleme ntos Todas as planta~ 11ece~~i1an1 clL• , r e lo ll1l'llu~. 17 l'IL'lllL' nto,
nutrientes e a s fonte s. Algum exemplos incluem essenciais pma co111pll•1ar Sl'll dclu clL' \'id,1. E~t L•~ i11l"iue 111 o,
inleraçi:io fósforo -zinco, nilrogênio ·fósforo, fertilizan te no 14 nutrientes minL•rals aprl'~t•nl ,Hlo~ 11a Tabela 3.1 L' m
l três l' lc111l•11to~ 11f10-111l11L'rais: l'arllrn1u (C ). hid1 ogL• 11iu (11 )
complemento ao esterco, e tc.
e oxigênio (0) . Os 111ano11u1ril'llll'' ,.i t1 l'Xigicl1" l' lll qtr.111
♦ Conhecer a comp a tibilidad e da mi s tura . Dcterml
11adas cornbinaçôes de fon1es atraem umidade quando
tidade~ rclati\'illlll'llll' L'il•vad,I\ pl'la, pl,1111a~. l'nq11.1111 u °'
111lr ro11u1rll•1lll'S ~üo 111111Laclo~ l'lll l(ll.llllitLlclL•~ 111l• 11ur,·, .
misturadas, o que limlta a unlfon11ldacle c(p aplirn~·f10
tvl11lto~ solos 11,lll\'m il(ll l'~l'lll.1111 di,po 11 ihilid.1d ,· 111t111 n
cio 111aterlal mlsluraclo; o lilmanho cio!, gr[111ulos clevl' !,N
baixa de- 11111 011 mal\ l'iL' 111L·1110, l'\\l' 11r i.ii, . 11:111 (ll' 111 1i1 i11clu
!,e melhante para cvi1ar a segrega~·ào do produto, l'll'.
que a~ c11h11ra, l'x1ne,w111 \l'll po11·11l'i,il gl' IIL'li l'u d,· lll'\l'i
♦ R econh ece r o s b e n e fí c ios e as inte a·açõcs cios llll'llln. E,11 r r n:.~i,tl'll1,1, 11:10 1'L·rtili L.1cl,1,. •" pl,1111 a, 11.11i, ,I\
e le m e ntos asso c i a dos. À 111i1lor p.irtt• dm 1111lril'11ll'\ aclap1a111-~t· ;" d l'lkli•rici,I\ dl' 111tl rÍL' llll'~ li111i1.111du .i 1,1 , :i dL•
' pO:.!,lll um íu11 ,1Co111panh,1111c• q11P pode ~l·r 1Jp111•lku. IH'll · l'l'l'\l'Íllll'll(ll lllllil l'~lldll'gÍ.I (jlll' gL'1,illlll'll( l' 11,i ll l' ,ll'l'Íl.1\t 'I
iro ou prcjucllcla l ti c11 lt11rn . Por l'Xl·111plo, o dorl'lo (CI) pl'lo~ .igrinilloll'\ l'll\olvid,1, ru 111 ,1 prudu, .-m d e .r li11 w111u, l '
que i1ro111panha o 1( lltJ l'lon•ltJ d1• pol:t\!,ltJ e\ IJl'm:•11co ll'llll'llll\ l'l'llllllllliru,.
Elementos adicionais - incluindo sódio (Na), cobalto (Co) e silício (Si) - mostram-se essenciais ou benéficos em algumas espécies de
plantas.
Cada nutri ente desempe nha funçõ es es pecíílcas na planta; veis para as plantas. Leguminosas que são removidas do cam-
a lguns são relativamente simples, enquanto outros parti- po para produção de feno ou alimentação animal não deLxam
cipam d e reações bioquímicas extremamente complexas. grandes quantidades de N residual no solo. Leguminosas que
Uma vez dentro da planta, a fonte original do nutriente são cultivadas e deLxadas no local (adubo vereie) contribuem
mineral não é mais importante. com o N fixado para nutrir as culturas subsequentes e cons-
truir a matéria orgânica do solo. A quantidade de N residual
3.1 Qual é a origem dos nutrientes? de uma cultura de cobertura pode variar muito, dependendo
Quando as concentrações de alguns nutrientes estão abaixo da espécie ela planta e das condições locais.
do nível ideal no solo, os agricultores geralmente comple- Estercos e compostos são excelentes fontes de nutrientes
mentam a oferta nativa com outros recursos internos ou para as plantas quando utilizados adequadamente. Os estercos
externos da propriedade. Nos recursos da fazenda podem contém todos os elementos esse nciais para as plantas, embora
ser incluídos: esterco animal, plantas leguminosas de cober- suas proporções re lativas sejam. muitas vezes. diferentes
tura e resíduos de culturas. Recursos ex ternos podem incluir das quantidades relativas necessárias. Considerando que
vários nutrie ntes , processados ou não, e corretivos do solo. algumas formas ele N , P e S são orgânicas, e las requerem
Todos os nutrientes, exceto N . são derivados de minerais um período de desagregação (mineralização) antes de serem
que ocorrem naturalmente no solo . Complexas indústrias , convertidas em formas assimiláveis pelas raízes. Compostos
cm várias partes do mundo, foram desenvolvidas para submetidos à decomposição controlada durante um período
extrair esses nutrient es e conce111rá-los c m formas práticas de incubação resultam e m produto orgãnico relativamente
para ma nuseio e transporte , e que forn ecem os nutrientes estável e ele d ecomposição mais lenta . quando comparados
prontamen te disponíveis para as raízes elas plantas. Alguns aos estercos. Os nutrie ntes contidos nos estercos e nos com-
111inerais podem ser usados clircia me nt e como fonte d e postos vieram do pasto e do fe no co lhido nos campos que
nutrientes para as pl antas ou como corretlvos do so lo, mas provave lmente rect>beram fertilizantes - nutrientes adiciona-
muitos outros necessitam d e processa me nto para aumentar dos ao ciclo d as culturas de campus próximos e di.stantes. É
a solubilidade ou concentrar os nutric11tes, visando aumentar claro que os animais não produzem nutrientes durante sua
a cílciêncla de trans po rte. Minerais lmo h·, veis libera m os digestflo, mas apenas 1' xcreta111 o que não t1 absorvido na
nutrie111c,s muito lr nia111cnte para ,1 solução cio so lo . sua a lime ntação.
Legu111i11osas (como alíafa, trevo, e rvillwca e fe ijão) são Quase todos os nutrientes en tram nas planta!> através do
capazes d e hospedar bacté1 las (U!ti.z_ubi11, U1 !llh•rliizubi11 , s iste nta radicular. A prinripa l fom1a de absorção é mostrada
S1111,1!ti :uhi11 c ou tras) e111 nódu los rat.licularcs . Nesses nódulos, na Tabela 3.1. A ad ubação foliar pode ser útil e 111 a lgumas
u gf1s N a tm usféricu é cu11vertit.lo e111 fornrns ele N disponi· sllua(,'õcs. cumo para su perar o de~c11volvimcnto t.le u111.:1
1
li
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA
m
deílclêncla ou para complementar o fornecimento de
nutrientes durante os períodos de pico de demanda. No cn·
tanto, as plantas são adaptadas para obter a maior parte dos
nutrientes da solução do solo através das suas raízes.
Perguntas 0
3.2 Selecionando a Fonte Certa J. Um dos sele princípios clenlíílcos que dcílnem a
fonte certa para um conjunto específico de condl·
A Ideia de selecionar a fonte mais adequada de nutrientes
ções é
parece um conceito simples, mas muitos fatores precisam ser
a. aplicar somente as formas de nu1rlen1es dispo·
considerados ao se fazer essa escolha. Além dos seis prlnc!-
níveis para as planlas.
pios científicos fundamentais mencionados an1erlormen1e,
b. adequar a fonte às propriedades físicas e
fatores como problemas na entrega de ferlillzanles, preo·
químicas do solo.
cupações com o ambiente, preço do produto e llmllações
c. Ignorar a compaLlbllldade da mistura.
econômicas são Importantes. As decisões podem ser lníluen·
d. evilar a aplicação de elemenlos associados.
ciadas pela disponibilidade dos materiais e pela dlstãncla para
obtê-los. A acessibilidade aos equipamentos para aplicação de 2. Um elemenlo é considerado essencial ao cresclrnenlo
fertilizantes também pode limitar as escolhas. Ao tomar essas da planta se
decisões, a tendência é confiar na tradição e experiência, mas a. o solo contém somente pequenas quantidades
a revisão periódica desses fatores permite aos agricultores dele.
obter o máximo beneficio desses recursos valiosos e do lnves· b. as planlas o requerem na sua fonna elementar.
limento econômico signlficaúvo que representam, e permite a c. Iodas as plantas precisam dele para completar
consideração de novos materiais fenillzanles. seu ciclo de vida.
A seleção da fonte certa de ferúllzanles começa com a deter· d. ele é capaz de ser absorvido pelas planlas.
minação de quais nutrientes são realmente necessários para
cumprir as melas de produção. Nutrientes llmilanlcs podem
3. A seleção da fonte certa de íertilizanle deve ser
baseada em
ser determinados por melo de: análises de solo e planta,
a. tradição e experiência.
testes de tecidos, parcelas com omissão de nutrlenles, sen-
b. somente no preço .
sores de cor da folha ou sintomas visuais de deficiência (ver
c. somente no único nutriente em falta .
Capítulo 8) . Para IOdos estes lestes, a determinação precisa ser
d. na determinação de quais nulrien1es são limi·
::a feita antes da decisão da aplicação de ferllllzanles. A suposl·
ção, apenas, de quais são os nutrientes necessários pode levar
lantes.
... r/, 1
Nem lodos os fertilizantes fluid os sflo compatíveis quando
misturados. A Figura 3.3 fornece diretriws para a mistura
Mistura granulada ele mate riais 0uldos, consiclcrnnclo a compatibilidacle entre
,.• e les. É sempre recomendável colocar uma pequena quanti-
..,_ clmlc de fcrliliwnte cm um frasco para testar a adequação
ela mistura, antes ele misturar grandes quantidades.
Figura 3 .2 Distribuição de nutrientes no solo comparando-se
mistura de grânulos e mistura granulada. A distribuição A aplica\·fm ele fcr1ilizante íluido Junto com a água de i1Tiga·
mais uniforme proporcionada pela mistura granulada ção (fcrtlrrigação) é norn1al111en1e fl•ila para poupar traba-
pode ser importante quando os nutrientes são aplica- lho, aumentar a íl<•xiuilidacle de temporização na aplicação
dos em doses baixas. Já a mistura de grênulos é pos- de 11utric11lrs e melhorar a l•ficiê11da do nutriente. Isto é ~
sível combinar a dose recomendada de cada nutriente. feito nos sistemas de irrigação pressurizada (por exPmplo.
N.lralO do .-,;o:~
NnlO do úldo: 15.540-1 QCa
Ocnoodopoúalo:0462
N4r,.,
do poúDlo: 1~ 6
- do mognóslo: 11).1)-0.9~\)
Fmlala.....-nl>nm(T6c:noml· 1U1-0
Fc,afA,110 betocT(l).~.)4)
P-(~201
Figura 3.3 Compatibilidade das misturas de fertilizantes fluidos (adaptada de Fluid Fertilizer Foundation , 2009).
::a
::a por gotejamento, microaspersão ou pivôs) e na irrigação por
sulcos. É importante qu e os nutrientes utilizados
nutrição radicular. Muitos materiais ele a lta so lubilidade são
usados como ferlílizantes foliares para atender
na fertirrigação não causem entupimento do a d eficiê ncia pote ncial de cada nutriente . A
equipamento de irrigação ou não se preci pitem solução pulverizada sobre a supcrficie foliar
antes d e alcançar a área-alvo. geralmente é diluída, de macio a evitar danos
salinos (osmóticos) à folhagem . Porém . quando
Há excelentes fertilizantes, que são compatíveis com
a co ncentração ele fertili za nte L' muito clcvad,1,
qualquer lípo d e sistema de irrigação. Parlícular
o tecido follar pode ficar desidratado e clanill
atenção d eve ser dada ao se adicionar fe rtilizantes
cada (fenômeno comumente clc~ignaclo n1n10
fosfatados cm água de irrigação rica em Ca ou
queima das fo lhas) . As recomendaçõ1•s co 11Lid,1S
Mg, a ílm de evitar a preci pitação química e o
nos rótulos cios produtos elevem ser sPguidas
entupimento dos tubos e emissores. Deve-se lem·
correia me nte para se obtt>r o 111,1xi1110 bL•nefil'io
brar também que a distribuição d e nutrientes por
nutricional.
m elo da fcrtirrlgaçiio pode 11iio ser Ião uniforme
qu anto à proporcionada pelo sistema ele distribui·
Fe1·tilizantcs cm s uspensão - ~10 obtido,;. pnr
ção de ág ua no campo. .·11,/ i1·11rrio jiJ/ i(/,. "·'
.f,•1·1ili:: 11111,• melo da suspensão cll' partículas n1uito pl"quL• na.,
O s fertili za ntes íluldos tm11bé 111 são utili zados e m uma so lução. Argilas cll! suspL' nsãu ou agen·
na nutrição foliar por melo d a pulverlwção ele ~oluçào 1111· tcs d e gc lll1ca\·flo são usados para evitar quL• as pjrllculas el e
triente so bre as folhas . Esta técnica pode ser particularme nt e fl'rliliLante cl\•cante 111 110 líquido. A., ., 11.,pe11sôcs pL' nnilL' íll
c llcicntc na rorrcçflo o u prcvcnçflo das carê ncias 111Hrlrlo11als o uso de n1aterlais fertiliL :11\ll'!> com menor ~olubilicl.idc,
ou para atend er os períodos d e pico d e cic 111ancla de 11utriL•11· comparado~ aos que pocll'm Sl' r u,aclos n,1~ .,alu~·õe., ciarns,
tcs, qua ndo a absorção pelas raízes pode ser l11 ~11f1ric nle para e a ol>tc 11~·,io cil' maior co nrentraç,'io d e nutrienlL'S. CramiL'!>
responder às 11cn!~idad c~ da planta. No e ntan to, a 1111tri<;flo quantidade~ d L• 111icrom1triL•ntcs pode m ser incorporada,;,.
fo liar geralmente é co11sid crada co1110 11111 complc1n1•nto da nas ~u~pcnsÔl'S, be111 l'U1no herbicidas e imctlcid,,., l)IIL' 11:10
po dr m ~e r utili zados ro rn urr la para at rasa r te111pura rla· d e llbNaçào IPnta ele N ao longo de meses ou anos. Os com-
me nt e ~ua tra mforn ia~·f10 em am ônia, po r lnatl vação da postos podem va ria r cnor111e 111e nte em qunlldade. mat uridade
ureasP, u1 11a 1•nt lma r m11u111 110 solo . Esse atraso pode e teor dt· nut rien te~. de pendenclo dos materia is Incluídos , das
rccl uLlr as pí'rda~ por volatlllzação d a amônia para a comll\'Ôl'~ do prores~o e do seu m,.111ejo.
li
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C. FONTE CERTA
~
1
bem entendidas ou documentadas, mas elas são conhecidas
1 por ocorrerem no fertilizante. no solo. na zona radicular e
no Interior da planta. Interações favoráveis (slnergismos) são
1 observadas entre alguns nutrientes. Interações indesejáveis
(antagonismo) podem ser evitadas com o monitoramento
1 do nível de nutrientes por meio da análise do solo e da
planta, para evitar condições extremas.
1 Alguns exemplos de interações entre nutrientes incluem:
(i) a presença de NH; pode melhorar a disponibilidade
1 Tempo
de P, aumentando, assim, o crescimento das plantas, (íi)
a adubação excessiva com K pode diminuir a absorção
1 de Mg por algumas forrageiras, resultando em problemas
nutricionais para o gado (tetania dos pastos) ou maior inci-
1 dência de febre do leite e placentas retidas em vacas leitei-
o
ras, (iii) altas concentrações de P no solo podem interferir
1 sze
:, na assimilação de Zn em algumas plantas, (iv) o aumento
do pH do solo após a adição do calcário pode aumentar a
t disponibilidade de P e Mo, mas reduzir a solubilidade de
Cu, Fe, Mn e Zn.
1
Tempo
Não há uma única fonte certa de nutrientes para todas as
1 condições. Sempre que possível, a necessidade específica de
Figura 3.5 O sincronismo entre a liberação de nutrientes e nutrientes deve ser determinada antes da aplicação. Fatores
a demanda da planta é um desafio quando se como disponibilidade de fertilizante, reações do nutriente
1 utiliza materiais orgânicos. As fontes orgânicas no solo, equipamento para aplicação e retomo econômico
com baixa relação C:N podem liberar nutrientes precisam ser considerados. Estas decisões complexas devem
1 mais rapidamente em relação à demanda da
ser continuamente reavaliadas para se fazer a seleção certa
planta (A). O material orgânico com alta relação
dos fertilizantes. IIil
1 C:N pode não liberar nutrientes com suficiente
rapidez para atender as necessidades nutricio-
nais da planta durante seu crescimento (B). REFERÊNCIAS
Havlin , J. L. et ai. Soil fertility and fertilizers: an
3.5 Interações dos nutrientes introduction to nutrient management. 7th edition. Upper
As interações ocorrem quando a forma química ou a con- Saddle River: Pearson Prentice Hall, 2005.
centração de um nutriente especifico influencia o comporta- UNIDO-IFDC. Fertilizer manual. Dordrecht, the Nether-
mento de outro nutriente. Estas Interações não são sempre lands: Kluwer Academic Publishers, 1998.
8. Inibidores ela urease reduzem as perdas de amônia 1O. A maior parte dos íertlllzantes potásslcos
de fonna mais acentuada quando aplicados com a. contém potássio em diferentes formas químicas.
a. ureia em cobertura, na superílcle do solo. b. difere principalmente quanto aos ãnions acampa·
b. ureia Incorporada no solo.
c. sulfato de amõnlo em cobertura, na superílcle c. ~::;:;; selecionada somente com base no preço. Jj
do solo. d. é mais efetiva elo que o esterco como fonte de
d. ureia e nitrato de amônlo Incorporados ao solo.
potássio. _ - · _ __
As qu c stom, 9 o 10 !>C reforem 110 m at er ial dos mollu los apres ent ados na seção 3. 3, nas págin as segu int es .
30
15
o
Peso do cacho
kg ,.
Bn<
., Conleudo relativo
do ógua
g/ 10 g
Conleúdo do
clorofila lotai
mg/10 g
Catalaso,
10 unidades/mini
o peso fre sco
AtIV1dado da
redulase do nitrato,
mg/ 10 g/h
Figura 1 Peso do cacho de banana, Brix (açúcares solúveis totais), teor relativo de água e parâmetros fotossintêticos
(teor de clorofila, catalase e atividade da redutase de nitrnto) relativos ao uso de cloreto de potássio (M OP) e
sulfato de potássio (SOP) como fontes de potássio.
7
N II N + P D N + P+K+Ca+Zn+B 1
6
Doses do
nutrlento
k9 ha·•
~
<O
5
N = 120
-
..e
Q)
-e
4
P=30
K = 60
<O
-e Ca= 20
:~ 3 Zn =5
:í
-e B= S
...o
CL 2
o
Baixa Média Alta
Fertilidade do solo
:.,◄
•
Ureia
Módulo 3.3-1 A ureia é o fertlllzante nitrogenado sólldo mais amplamente utlllzado no mundo. Geralmente, a
ureia também é encontrada na natureza, uma vez que é expellda na urina dos animais. O alto teor de N na ureia
toma eficiente seu transporte até as fazendas e sua apllcação nos campos.
Produção. A produção de ureia envolve a reação controlada do gás amônia (NH 3 ) e do dióxido de carbono (C0 2 )
sob temperatura e pressão elevadas. A ureia fundida é moldada em esferas em equipamento especializado de
granulação ou endurecida em forma comprimida enquanto cai de uma torre.
Durante a produção de ureia, duas moléculas podem, inadvertidamente, interagir e formar um composto
denominado biureto, que pode ser prejudicial quando pulverizado sobre a folhagem das plantas. A ureia
comercial contém apenas pequenas quantidades de biureto devido às condições cuidadosamente controladas
durante sua fabricação. No entanto, a ureia especial, com baixo teor de biureto, está disponível para aplicações
específicas.
Fábricas de ureia estão localizadas em todo o mundo, porém mais comumente situadas próximas a instalações
de produção de amônia (NH 3 ), visto ser esta o principal insumo para a produção de ureia. A ureia é transportada
em todo o mundo por navio, barcaça, ferrovia e caminhões.
Propriedades qu ímicas
Fórmula química: CO(NH 2h
Conteúdo de N: 46% N
Solubilidade em água (20°C): 1,080 g 1.:1
Uso agrícola. A ureia é utilizada de muitas formas como fonte de N para o crescimento da planta. É mais comu-
rnente misturada ao solo ou aplicada à sua superfície. Devido à sua alta solubilidade, pode ser dissolvida em
água e aplicada ao solo, adicionada à água de Irrigação ou pulverizada sobre a folhagem das plantas. Em pulve-
rizações foliares, a ureia pode ser rapidamente absorvida pelas folhas.
Após o contato da ureia com o solo ou as plantas, urna enzima (urease), que ocorre naturalmente, começa a
converter rapidamente a ureia em NH 3, em processo denominado hidrólise. Durante esse processo, o N da ureia
fica suscetível a perdas gasosas Indesejáveis na forma de NH 3 • Várias técnicas de manejo podem ser usadas para
minimizar a perda deste valioso nutriente.
A hidrólise da ureia é um processo rápido, que ocorre normalmente dias após a sua aplicação. As plantas podem
utilizar pequenas quantidades de ureia diretamente como fonte de N, mas elas usam mais cornurnente o amônia
(NH 4 ' ) e o nitrato (N0 3 · ), que são produzidos após a ureia ser transformada pela urease e por microrganismos
do solo.
Práticas de manejo. A ureia é uma excelente fonte de N para as plantas. Por se dissolver
facilmente na água, a ureia aplicada na superfície do solo se move com a chuva ou a água
de Irrigação. Dentro do solo, a ureia se movimenta livremente com a água até que seja
hidrolisada para formar NH/. Cuidados devem ser tomados para minimizar as perdas de
N que ocorrem para a atmosfera e para as águas superficiais e subterrãneas. As perdas
de amônia por volatilização podem ser controladas por meio de cuidadoso manejo da
época e do local de aplicação. Deve-se evitar aplicações de ureia quando o fertilizante
for permanecer na superfície do solo por longo período de tempo. Perdas Indesejáveis
de N podem resultar na diminuição do rendimento e da qualidade da cultura.
A ureia é um fertilizante com elevado teor de N, que tem boas propriedades de armazenamento e que provoca
mínima corrosão no equipamento de aplicação. Quando manejada adequadamente, é uma excelente fonte de N
para as plantas.
Uso não-agrícola. A ureia normalmente é utilizada em várias Indústrias. É usada em usinas de energia e
sistemas de exaustão de diesel para reduzir as emissões de óxido nitroso (NO.) dos gases. Pode ser usada como
suplemento proteico na dieta de animais ruminantes, como o gado. Muitos produtos químicos industriais comuns
utilizam a ureia corno componente essencial.
Fonte: http://www.ipnl.net/speclfics
Produção. O nitrato de amônio-urela (URAN) é um fertilizante líquido relativamente simples de ser produzido.
Uma solução aquecida contendo ureia dissolvida é misturada à uma solução aquecida de nitrato de amônia resul-
tando em um fertilizante líquido claro. Metade do N total vem da solução de ureia e a outra metade da solução de
nitrato de amônia. O URAN é feito em lotes, em algumas Instalações, ou em processo contínuo, em outras.
Nenhuma emissão ou resíduo ocorre durante a mistura.
Visto que o URAN é uma solução concentrada de N, sua solubilidade aumenta à medida que a temperatura
aumenta. As soluções de URAN são mais diluídas nas regiões com Inverno mais frio para evitar que os com-
ponentes nitrogenados se precipitem em forma de cristais. Portanto, a concentração de N nos fertilizantes
comerciais variam entre 28% e 32%, dependendo da área geográfica. Geralmente, um inibidor de corrosão é
adicionado à solução final para proteger o aço nos tanques de armazenamento.
Propriedades químicas
.. Composição (% em peso)
Nitrato de amônia:
28%N
40
30%N
42
32%N
44
Ureia: 30 33 35
Água: 30 25 20
pH da solução: aproximadamente 7
Uso agrícola. Soluções de URAN são amplamente utilizadas como fonte de N para a nutrição das plantas. A
porção N03 • (25% do total de N) está prontamente disponível para a absorção pelas plantas. A fração NH; (25%
do total de N) também pode ser diretamente assimilada pela maioria das plantas, mas é rapidamente oxidada
por bactérias do solo para formar N03 · , A porção ureia restante (50% do total de N) é hidrol isada por enzimas do
solo para formar NH;, que é posteriormente transformada em N03• em grande parte dos solos.
Soluções de URAN são extremamente versáteis como fonte de nutrientes para as plantas. Devido às suas
propriedades químicas, o URAN é compatível com muitos outros nutrientes e produtos químicos agrícolas, sendo
frequentemente misturado a soluções contendo P, K e outros nutrientes das plantas. Os adubos líquidos podem
ser misturados para satisfazer com precisão as necessidades específicas de um solo ou da cultura.
, Soluções de URAN normalmente são injetadas no solo abaixo da superfície, pulverizadas sobre a superfície do
solo, gotejadas em faixa sobre a superfície, adicionadas à água de irrigação ou pulverizadas sobre as folhas das
plantas, como fertilizante foliar. No entanto, o URAN pode danificar a folhagem se aplicado diretamente sobre
algumas plantas, sendo, assim, necessária sua diluição com água.
i
Práticas de manejo. O URAN é uma excelente fonte nitrogenada para as plantas. No entanto, visto que metade do
N total está presente na forma de ureia, é necessário o manejo da época e da localização do adubo para evitar per-
das por volaUllzação. Quando o URAN permanece na superfície do solo por longos períodos de tempo (alguns dias),
as enzimas do solo convertem a ureia em NH;, e parte dele pode ser perdida como gás amônia. Portanto, o URAN
não deve permanecer sobre a superfície do solo por multo tempo, a fim de evitar perdas significativas do adubo.
Inibidores que retardam essas transformações do N à vezes são adicionados. Logo que o URAN é aplicado ao solo,
a ureia e as moléculas de N03• se movem livremente com a água no solo. O NH~· será retido no solo nos primeiros
contatos com os pontos de troca de cátlons na argila ou na matéria orgânica. No período de 2 a 10 dias, a maior
parte da ureia será convertida em NH; e sua mobilidade será reduzida. O NH; originalmente adicionado mais o
NH 4 • proveniente da ureia serão, por fim, convertidos em N03 • pelos microrganismos do solo .
• Fonte: http://www.lpnl.neVspeclfics
1
1
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA
Amônia
Módulo 3.3-3 A amônia (NH 3 ) é a base para a Indústria de fertlllzantes nitrogenados. Ela pode ser aplicada
diretamente no solo, como nutriente para a planta, ou convertida em uma variedade de fertilizantes nitrogenados
comuns. Precauções especiais de segurança e de manejo são necessárias.
Produção. Quase 80% da atmosfera da Terra é composta de gás N2, mas em forma química e biologicamente não
utilizável. No início dos anos 1900, foi desenvolvido o processo Haber-Bosch para combinação de N2 e hidrogênio (H 2)
sob condições de alta temperatura e pressão. A reação é: [3H, + N2 ➔ 2 NH3)
Hastes aplicadoras
Propriedades químicas
Muitos materiais combustíveis fósseis podem ser usados como fonte de H2 , mas o gás natural (metano) é o mais comum.
Portanto, a maior parte da produção de NH 3 ocorre em locais onde existe um fornecimento prontamente disponível de gás
natural.
A amônia encontra-se em forma de gás na atmosfera, mas é transportada em estado líquido por compressão ou refrige-
ração abaixo do seu ponto de ebulição (-33 ºC). Ela é embarcada, globalmente, em navios refrigerados, vagões pressuri-
zados e dutos de longa distância.
Uso agrícola. A amônia é o fertilizante comercial com maior conteúdo de N, o que a torna uma fonte popular do
nutriente, apesar do perigo potencial que representa e das práticas de segurança que são necessárias para sua
...
utilização. Quando aplicada diretamente no solo, a amônia é um líquido
pressurizado que se transforma em vapor imediatamente após sair
do tanque. A amônia geralmente é colocada na profundidade de, no
mínimo, 10 a 20 cm abaixo da superfície do solo, ou de tal forma que
a sua perda como vapor para a atmosfera seja evitada. Vários tipos de
...,.
facas e hastes puxadas por trator são utilizados para posicionar a amôn ia
no local correto. A amônia reage rapidamente com a água do solo para
formar amónio (NH. ♦), o qual é retido nos sítios de troca de cátions do
solo. Algumas vezes, a amônia é dissolvida em água para a produção
de hidróxido de amônia, um fertilizante nitrogenado líquido popular.
O hidróxido de amônia não precisa ser injetado tão profundamente no
solo quanto a amônia, o que proporciona vantagens durante a aplicação no campo e tem menos exigências quanto
à segurança. O hidróxido de amônia é frequentemente adicionado à água de irrigação e usado em condições de solo
inundado.
Práticas de manejo. O manuseio da amônia requer atenção quanto à segurança. Em instalações de armazenamento e m
durante a aplicação no campo deve-se usar equipamento de proteção individual adequado. Visto que eia é muito solúvel em
água, a amônia livre pode reagir rapidamente com a umidade do corpo e causar danos graves em órgãos como pulmões e m
olhos. Não deve ser transferida ou aplicada sem o treinamento de segurança adequado.
Imediatamente após a sua aplicação, a elevada concentração de NH 3 em torno do local de injeção causa uma 1n1bição m
temporária dos microrganismos do solo. No entanto, a população microbiana se recupera à medida que a NHJ se converte em
NH 4 ·, se difunde a partir do ponto de aplicação e, em seguida, se converte em nitrato. Do mesmo modo, para evitar danos
durante a germinação, as sementes não podem ser colocadas em estreita proximidade com a zona de apl icação recente de
NH J" A fuga Inadvertida de NH 3 para a atmosfera deve ser evitada tanto quanto possível. As emissões de NH J estão ligadas
à neblina atmosférica e às alterações na composição química da água de chuva. A presença de elevadas concentrações de
NH 3 em águas de superfície pode ser prejudicial para os organismos aquáticos.
Usos não-agrícolas. Mais de 80% da produção de NH 3 é utilizada para fertilizante, ou para aplicação direta ou para produção
de fertilizantes nitrogenados sólidos e líquidos. No entanto, existem muitos outros usos importantes para a amônia em aplicações
industriais. Produtos de limpeza domésticos são fe itos a partir de uma solução de 5% a 10% de NH 3 dissolvida em água (de modo
a formar hidróxido de amónio). Devido às suas propriedades de vaporização, o NH 3 é amplamente ulJllzado como refrigerante.
Fonte: http://www.ipni.neVspeciflcs
Produção. O sulfato de amónio (SA) tem sido produzido há mais de 150 anos. Inicialmente, foi fabricado a partir da
amônia liberada durante a fabricação do gás de carvão, usado para iluminar cidades, ou do coque de carvão, utilizado
para produzir aço. É obtido pela reação de ácido sulfúrico e amônia quente. O tamanho dos cristais resultantes é
determinado pelo controle das condições de reação. Quando o tamanho desejado é alcançado, os cristais são secos e
selecionados por tamanhos específicos de partícula. Alguns materiais são revestidos com condicionador para reduzir a
poeira e a solidificação das partículas.
A maior parte da demanda atual de sulfato de amónio é atendida pela produção de subprodutos de várias indústrias.
., Por exemplo, o sulfato de amónio é um co-produto no processo de fabricação do nylon. Certos subprodutos que contêm
amõnia ou ácido sulfúrico são comumente convertidos em sulfato de amónio para uso na agricultura. Embora sua cor
possa variar de branco a bege, ele é frequentemente vendido como cristal altamente solúvel que apresenta excelentes
propriedades de armazenamento. O tamanho da partícula pode variar de acordo com a finalidade a que se destina.
Propriedades químicas
Fórmu la química: (NH.)iSO.
Conteúdo de N: 21%
Conteúdo de S: 24%
Solubilidade em água: 750 g l 1
, pH da solução: 5a 6
Cristais de (NH,) 2 S0,
, Uso agrícola. O sulfato de amónio é utilizado principalmente onde há necessidade de suplementação de N e s para
, satisfazer a exigência nutricional das plantas em crescimento. Visto que contém apenas 21% de N, existem outras fontes
de fertilizantes que são mais concentradas e econômicas em relação ao manuseio e transporte. No entanto, ele fornece
uma excelente fonte de S que desempenha numerosas funções essenciais nas plantas, incluindo a síntese de proteínas.
Pelo fato da fração N estar presente sob a forma de amónio, o sulfato de amónio é frequentemente utilizado em solos
alagados para a produção de arroz. Nesses solos, evita-se o uso de fertilizantes à base de nitrato devido às perdas
por desnitrificação.
Nas pulverizações de herbicidas em pós-emergência costuma-se adicionar solução contendo sulfato de amónio dis-
solvido para melhorar a eficácia no controle das plantas daninhas. Esta prática de aumentar a eficácia do herbicida
com o acréscimo de sulfato de amónio é particularmente eficiente quando a fonte de água contém concentrações
significativas de magnésio, cálcio ou sódio. O sulfato de amónio com alto grau de pureza geralmente é usado para
1 evitar o entupimento dos bicos pulverizadores.
Práticas de manejo. Após a adição no solo, o sulfato de amónio dissocia-se rapidamente nos seus componentes
amónio e sulfato. Caso permaneça na superfície do solo, o amónio pode ficar suscetível a perdas gasosas em condições
alcalinas. Nessas situações, é aconselhável a incorporação do fertilizante ao solo logo que possível ou sua aplicação
Fonte: http://www.ipnl.ne1jspeciflcs
l
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA
Nltrofosfato
Módulo 3.3-5 A produção e a aplicação do nltrofosfato é amplamente regiona!; sua utilização é centrada
onde esta tecnologia ó vantajosa. O processo utiliza o ácido nítrico, ao Invés de ácido sulfúrico, para o trata-
mento do fosfato de rocha e não resulta em subprodutos, como gesso.
Produção. A maior parte dos fertilizantes fosfatados comerciais é produzida pela reação da rocha fosfática
bruta com ácido sulfúrico ou fosfórico. O processo com ácido sulfúrico para produção de fertilizantes
fosfatados resulta em grande quantidade de sulfato de cálcio (gesso), subproduto que incorre em custos
adicionais para a disposição final do produto. O nltrofosfato difere dos demais porque envolve a reação
da rocha fosfática com ácido nítrico. O ácido nítrico é produzido pela oxidação da amônia com o ar, sob
temperaturas elevadas. A principal vantagem desse processo é que pouca ou nenhuma entrada de S é
necessária. Com o processo de produção de nitrofosfato, o excesso de Ca da rocha fosfática é convertido
no fertilizante nitrato de cálcio, de grande valor, em vez de gesso. O processo foi desenvolvido na Noruega e
grande parte da produção mundial ainda ocorre na Europa.
A reação geral é: fosfato de rocha+ ácido nítrico ➔ ácido fosfórico+ nitrato de cálcio+ ácido fluorídrico. O
ácido fosfórico resultante é muitas vezes misturado a outros nutrientes para formar fertilizantes compostos
contendo vários nutrientes em um único pelete. O nitrato de cálcio ou o nitrato de amónio co-gerados são
vendidos separadamente.
Propriedades químicas
Práticas de manejo. O nitrofosfato contém quantidades variáveis de nitrato de amónio, o que atrai umidade.
Para prevenir o endurecimento ou empedramento, esses fertilizantes geralmente são embalados em sacos
estanques e protegidos da umidade antes da entrega ao agricultor.
Fonte: http://www.ipni.netjspecifics
Produção. A produção de nitrato de amônlo em larga escala começou na década de 1940, quando foi utilizado na
fabricação de munições durante a guerra. Após o final da Segunda Guerra Mundial, o nitrato de amônio tornou-se
disponível como fertilizante comercial. A produção de nitrato de amônio é relativamente simples: o gás amônia reage
com o ácido nítrico de modo a formar uma solução concentrada e consideravelmente quente.
O fertilizante perolizado é formado à medida que gotas de solução concentrada de nitrato de amônio (95% a 99%)
caem de uma torre e se solidificam. Grânulos de baixa densidade são mais porosos do que grânulos de alta densi-
dade e são os preferidos para uso industrial, enquanto grânulos de alta densidade são utilizados como fertilizantes.
O nitrato de amônio granulado é preparado através da pulverização da solução concentrada sobre pequenos grânulos
em um tambor rotativo .
• Visto que o nitrato de amônio é higroscópico e atrai facilmente a umidade do ar, geralmente é estocado em armazéns
equipados com ar condicionado ou em sacos selados. O adubo sólido geralmente é revestido com um composto anti-
endurecimento para evitar aderência e empedramento.
Pequenas quantidades de minerais de carbonato são por vezes adicionadas antes da solidificação, o que elimina as
propriedades explosivas do nitrato de amônio. Estes aditivos diminuem a concentração de N e são moderadamente
solúveis, tornando o produto modificado menos adequado para aplicação em sistemas de irrigação (fertirrigação).
a::
w O nitrato de amônia granulado
Propriedades quími cas <!)
z fornece quantidades iguais
ã:
w de N-nltrato e N-amõnio e
Fórmula química: NH4N03 :i::
sua aplicação tem sido muito
Conteúdo de N: 33% a 34% adequada para hortaliças e
Solubilidade em água (20 ºC): 1.900 g l 1 forrage/ras
• Uso agrícola. O nitrato de amônlo é um fertil izante popular visto que fornece metade do N na forma de nitrato
e metade na forma de amônio. O nitrato movimenta-se facilmente com a água do solo para as raízes, onde fica
1 imediatamente disponível para absorção pelas plantas. A fração amônio é absorvida pelas raízes ou gradualmente
, convertida em nitrato pelos microrganismos do solo. Muitos produtores de hortaliças preferem uma fonte de nitrato
prontamente disponível para a nutrição vegetal e usam o nitrato de amónio. É popular para pastagem e adubação do
feno, uma vez que é menos suscetível a perdas por volatilização quando deixado na superfície do solo, comparado
aos fertilizantes à base de ureia.
r
O nitrato de amônio geralmente é misturado a outros fertilizantes, mas estas misturas não podem ser armazenadas
por longos períodos de tempo devido à higroscopicidade. A solubilidade muito alta do nitrato de amônio o torna
adequado para a fabricação de soluções para pulverização foliar ou fertirrigação.
Prática s de manejo. O nitrato de amônio é um fertilizante nitrogenado popular devido à facilidade de manuseio e ao
alto conteúdo de nutrientes. É muito solúvel no solo e, em condições de umidade, a porção nitrato pode avançar para
'
além da zona radicular. O nitrato também pode ser convertido em óxido nitroso (gás) em condições muito úmidas pelo
processo de desnitrificação. O amônio não está sujeito a perdas consideráveis até que seja oxidado a nitrato.
'
I
Preocupações em relação à utilização ilegal do fertilizante para a fabricação de explosivos levou a uma rigorosa
regulamentação governamental em muitas partes do mundo. Restrições à venda e ao transporte têm desmotivado
alguns revendedores de fertilizantes a trabalhar com esse material.
Usos não-agríco las. Uma forma de nitrato de amônio perol1zada, de baixa densidade, é amplamente utilizada como
explosivo na indústria de mineração, para exploração de pedreiras. e no setor de construção. É intencionalmente porosa
1 para permitir uma rápida absorção de óleo combustível (denominado ANFO).
Embalagens de resfriamento Instantâneo são feitas com dois sacos - um contendo nitrato de amônio seco e outro
' contendo água. Quando a barreira de separação dos sacos é rompida, o nitrato de amônia dissolve-se rapidamente. em
reação endotérm1ca, diminuindo a temperatura da embalagem em 2 a 3 ºC, de forma muito rápida.
1
•
Fonte: http://www.lpnl.net/speciflcs
__J
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA
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lfl
Fosfato monoamônlco rr:
Módulo 3.3-7 O fosfato monoamônlco (MAP) é uma tonto dope N amplamente utlllzada. Nos últimos anos,
.,.
seu uso aumentou rapidamente. Ele é feito de dois componentes comuns na indústria de fertilizantes e tem o
maior teor de P entre os fertilizantes sólidos comuns.
Produção. O processo para a fabricação de MAP é relativamente simples. No método usual, faz-se reagir amónia
(NH 3 ) e ácido fosfórico (H 3 P0 4 ) na proporção de 1:1 e a mistura resultante é solidificada em um granulador. O m
segundo método consiste em introduzir os dois materiais de partida em um reator de tubo central onde a reação gera
calor para evaporar a água e solidificar o MAP. Variações desses métodos também estão em uso para a produção de m
MAP. Uma vantagem de se produzir MAP é que pode-se utilizar H/04 de qualidade inferior, comparado a outros fos-
fatos que, muitas vezes, necessitam de um grau mais puro de ácido. O teor de P20 5 equivalente do MAP varia entre
48% e 61%, dependendo da quantidade de impureza no ácido. A composição mais comum do fertilizante é 11-52-0.
Propriedades químicas
Fórmula química: NH.H2PO.
• '1
Conteúdo de N: 10% a 12%
Conteúdo de P20 5: 48% a 61%
Solubilidade em água (20 ºC): 370 g l.:1 11%
pH da solução: 4,0 a 4,5
Uso agrícola. Durante muitos anos, o MAP tem sido um importante fertilizante granulado. É solúvel em água e
dissolve-se rapidamente no solo se houver umidade adequada. Após a dissolução, os dois componentes básicos do
fertilizante se separam novamente para liberar NH; e HlO;. Ambos os nutrientes são importantes para sustentar o
crescimento saudável das plantas. O pH da solução que envolve o grânulo é moderadamente ácido, fazendo do MAP
um fertilizante especialmente desejável em solos de pH neutro e elevado. Estudos agronõmicos mostram que não
há diferença significativa, quanto à nutrição fosfatada, entre os vários fertilizantes fosfatados comerciais sob muitas Ql:
condições.
Práticas de manejo. Não existem precauções especiais associadas à utilização do MAP. A ligeira acidez associada a
este fertilizante reduz o potencial de perda de NH 3 para o ar. O MAP pode ser aplicado em estreita proximidade com
as sementes em germinação sem haver preocupação com danos relacionados à NH 3• A aplicação do MAP em faixa
protege o p da fixação pelo solo e facilita o sinergismo entre o amónio e a absorção de fosfato pelas raízes.
Quando o MAP é utilizado como adubo foliar ou adicionado à água de irrigação não deve ser misturado a fertilizantes
contendo cálcio ou magnésio. O MAP tem boas propriedades de armazenamento e manipulação. Algumas impurezas
químicas (tais como ferro e alumínio) naturalmente servem como condicionador para evitar endurecimento. O MAP
altamente puro pode requerer a adição de condicionador ou um tratamento especial para evitar endurecimento e
empedramento. Tal como acontece com todos os fertilizantes fosfatados, práticas de manejo apropriadas devem ser
utilizadas para minimizar qualquer perda de nutriente para a superfície ou água de drenagem.
uma fonte de MAP com alta pureza é usada como Ingrediente em alimentos para animais. O NH; é sintetizado em
proteína e o Hl04 é utilizado em uma variedade de funções metabólicas nos animais.
Usos não-agrícolas. o MAP é usado em extintores de incêndio cornumente encontrados em escritórios, escolas e
lares. o spray do extintor dispersa o pó fino de MAP, que cobre o combustível e rapidamente extingue a chama.
Fonte: l1ltp://www.lpnl.net/specifics
Produção. O fosfato de amônia se tornou disponível na década de 1960 e o DAP rapidamente se tornou o mais
popular nesta classe de produtos. É formulado em reação controlada de ácido fosfórico com amônia, na qual a
suspensão quente é em seguida arrefecida, granulada e peneirada. O DAP tem excelente comportamento e
propriedades de armazenamento. A fórmula padrão do DAP é 18-46-0 e os produtos fertilizantes com menor teor
de nutrientes não podem ser rotulados como DAP.
Os insumos necessários para a produção de 1 tonelada de DAP são: 1,5 a 2 t de rocha fosfática, 0,4 t de S para
dissolver a rocha e 0,2 t de amônia. Mudanças na oferta ou no preço de qualquer desses insumos terão impactos
no preço e na disponibilidade de DAP. O alto teor de nutrientes do DAP colabora na redução dos custos de frete,
manuseio e aplicação. O DAP é produzido em muitos locais do mundo e é uma commodity amplamente negociada.
Uso agrícola. O DAP é uma excelente fonte de P e N para a nutrição das plantas. É altamente solúvel e, portanto,
J dissolve-se rapidamente no solo para liberar o fosfato e o amônia disponíveis para as plantas. Uma propriedade
notável do DAP é o pH alcalino que se desenvolve em torno do grânulo em dissolução.
•:A I
Como a amônia é liberada na dissolução dos grânulos de DAP, a amônia volátil pode
ser prejudicial para as mudas e raízes das plantas que estão próximas. Este dano
potencial é mais comum quando o pH do solo é maior que 7, uma condição que
normalmente existe em torno do grânulo em dissolução. Para evitar a possibilidade
de danos às mudas, cuidados devem ser tomados para evitar a aplicação de altas
concentrações de DAP perto das sementes em germinação.
Práticas de manejo. Existem diferenças quanto à reação química inicial do adubo no solo entre os vários
fertilizantes fosfatados comerciais, mas essas diferenças tornam-se menores ao longo do tempo (em semanas ou
meses) e mínimas até que a nutrição das plantas seja afetada. Comparando-se DAP e fosfato monoamônico (MAP)
no campo nota-se que, com bom manejo do fertilizante, na maior parte dos resultados, ocorre pouca ou nenhuma
diferença no crescimento e na produtividade das plantas.
Usos não-agrícolas. O DAP é utilizado em muitas aplicações como retardante de fogo. Por exemplo, uma mistura
de OAP e outros ingredientes pode ser espalhada em uma floresta para evitar a queima pelo fogo. Essa mistura se
torna, então, uma fonte de nutrientes depois que cessa o p~rigo de incêndio. O DAP é utilizado em vários processos
industriais, como, por exemplo, no acabamento de metais. E comurnente adicionado ao vinho, para sustentar a
fermentação de leveduras, e na manufatura de queijos, para suprir com nutrientes o melo de cultura inicial.
Fonte: http://www.ipnl.ne1jspecifics
Uso agrícola. No polifosfato, entre metade a três quartos do P está presente nos polímeros em forma de cadeia. O
P remanescente (ortofosfato) está prontamente disponível para a absorção pelas plantas. As cadeias de polímeros
de fosfato são primeiramente quebradas em moléculas simples de fosfato pelas enzimas produzidas por microrga-
nismos do solo e das raízes das plantas. Alguns dos polifosfatos serão decompostos sem a ação das enzimas. A ativi-
dade enzimática é mais rápida em solos úmidos e quentes. Metade dos compostos de polifosfato são convertidos
em ortofosfato no prazo de uma a duas semanas. Em condições frias e secas, a conversão pode demorar.
PrátJcas de manejo. O polifosfato de amõnio é usado principalmente como fonte de P para as plantas. Conside-
rando que O p tem mobilidade limitada na maior parte dos solos, esforços devem ser feitos para colocar o adubo
perto das raízes em desenvolvimento. Práticas devem ser adotadas para minimizar o movimento do P do solo para a
água adjacente. O excesso de P na água superficial pode estimular o crescimento de algas indesejáveis.
Uso não-agrícola. o fosfato é um componente essencial na nutrição humana. O polifosfato é um aditivo alimentar
aprovado e não exige precauções especiais para manuseio. Compostos d: poliíos_fato são am~lan_1ent~ utilizados
como retardante de fogo em muitos produtos, Incluindo madeira, papel, tecido e plastlco. lambem e utilizado como
retardante de incêndios florestais. O modo de ação do pollfosfato de amõnio envolve a formação de uma camada
carbonizada após a queima, impedindo, assim, o aparecimento de chamas adicionais.
Fonte: http://www.ipni.net/speclfics
Módulo 3.3-10 O superfosfato simples (SSP) foi o primeiro fertilizante mineral a ser comercializado e levou
ao desenvolvimento da moderna Indústria do nutrientes das plantas. Este já foi o fertilizante mais comumente
utilizado, mas atualmente outros fertilizantes fosfatados já substituem o SSP devido ao seu conteúdo relativamente
baixo de P.
Produção. A indústria moderna de fertilizantes foi lançada em 1840 ao se descobrir que a adição de ácido sulfúrico ao
fosfato natural produzia um excelente fertilizante solúvel, denominado de superfosfato. Ossos de animais terrestres
foram utilizados pela primeira vez nesta reação, mas depósitos naturais de rocha fosfática (apatita) logo substituíram
o suprimento limitado de ossos. O processo de produção de SSP é semelhante ao que ocorre naturalmente com os os-
sos ou a apatita nos solos ácidos. A técnica básica mudou multo pouco desde o século passado. O fosfato de rocha
é colocado para reagir com o ácido sulfúrico para formar um semi-sólido, o qual arrefece durante várias horas em
local apropriado. O material é então transportado para uma pilha de armazenamento onde permanecerá várias
semanas para o processo de cura. O material endurecido é, então, moído e peneirado até ao tamanho apropriado
de partícula ou granulado. A reação química geral é:
GaJ(PO,h [rocha fosfática] + 2 H:iSO, [ácido sulfúrico]-+ Ca(H 2PO,h [fosfato monocálcico] + 2 caso. [gesso]
O SSP pode ser facilmente produzido em pequena escala para atender às necessidades regionais. Visto que o SSP
contém tanto fosfato monocálcico (MCP, também chamado de dihidrogenofosfato de cálcio) quanto gesso, não
existem problemas com a eliminação do subproduto fosfogesso, como ocorre com a produção de outros fertilizantes
fosfatados comuns.
O SSP também é conhecido como superfosfato comum e superfosfato normal. É por vezes confundido com o super-
fosfato triplo (SD, o qual é produzido por meio da reação de fosfato de
rnr.h;:i r.nm ~r.irln fnsfórir.n.
Propriedades químicas
Uso agrícola. O SSP é uma excelente fonte de três nutrientes para as plantas. A reação do componente P no
solo é semelhante a de outros fertilizantes solúveis. A presença de ambos, P e S, no SSP pode ser uma vantagem
agronômica nos solos onde ambos os nutrientes estão deficientes. Estudos agronômicos atestam que o SSP geral-
mente se mostra superior aos outros fertilizantes fosfatados devido ao Se/ou Ca que contém. Quando localmente
disponível, o SSP tem uso generalizado na adubação de pastagens, onde P e S são necessários. Como fonte isolada
de P, o SSP muitas vezes é mais caro do que outros fertilizantes mais concentrados, perdendo, portanto, em popu-
laridade.
Práticas de manejo. Não existem precauções agronômicas especiais ou de manuseio para o SSP. A sua eficiência
agronômica é semelhante à de outros fertilizantes fosfatados, secos ou líquidos.
A perda de p no escoamento superficial de campos fertilizados pode contribuir para os problemas de qualidade da
água. Práticas agrícolas que minimizem essa perda devem ser implementadas.
Usos não-agrícolas. O SSP é usado principalmente como fonte de nutrientes para as plantas. No entanto, o MCP e
0 gesso (os dois principais ingredientes do SSP) são amplamente utilizados em muitos produtos. Por exemplo, o MCP
geralmente é adicionado para enriquecer a alimentação animal. Também é comumente utilirndo como agente de
fermentação na culinária. O gesso é amplamente usado na indústria de construção, bem como em alimentos e produtos
farmacêuticos.
Fonte: http://www.lpnl.net/specifics
Produção. A produção de SST é relativamente simples. O SST não granulado é comumente produzido fazendo-se
reagir fosfato de rocha finamente moído com ácido fosfórico líquido em misturador tipo cone. O SST granulado
é feito de forma semelhante, porém a mistura resultante é pulverizada como revestimento sobre as partículas
pequenas para a formação de grânulos com o tamanho desejado. O produto resultante de ambos os métodos
de produção é deixado em processo de cura durante várias semanas, quando então as reações químicas são
lentamente concluídas. A química e o processo de reação podem variar, dependendo das propriedades da rocha
fosfátlca.
Uso agrícola. O SST possui diversas vantagens agronômicas, as quais fizeram dele uma fonte popular de P por
muitos anos. Entre os adubos sólidos que não contêm N, ele apresenta o maior teor de P. Mais de 90% do P total
no SST é solúvel em água, o que o torna, desse modo, rapidamente disponível para a absorção pelas plantas.
Após a umidade do solo dissolver o grânulo, a solução concentrada do solo torna-se ácida. O SST também contém
15% de cálcio (Ca), fornecendo um nutriente adicional para as plantas.
o principal uso do SST ocorre nas misturas de fertilizantes sólidos para aplicação à lanço na superfície ou em
faixa concentrada abaixo da superfície do solo. Também é desejável na adubação de plantas leguminosas, como
alfafa e feijão, para as quais não é necessária adubação nitrogenada adicional para suplementar a fixação
,
biológica. ,
Práticas de manejo. A popularidade do SST diminuiu porque seu conteúdo total de nutrientes (N + P2 0 5 ) é me-
nor, comparado aos fertilizantes fosfatados amoniacais, tal como fosfato de monoamônio, que contém 11% de N
e 52% de P2 0 5 • O custo de produção do ST pode ser mais elevado do que o dos fosfatos amoniacais, tornando a
t
economia do SST menos favorável em algumas situações.
No manejo dos fertilizantes fosfatados deve-se evitar as perdas de P no escoamento superficial da água no campo.
.,
A perda de fósforo do solo agrícola pode contribuir para o estímulo do crescimento de algas indesejadas nas
águas de superfície. Práticas adequadas de manejo de nutrientes podem minimizar esse risco.
1
Usos não-agrícolas. O fosfato monocálcico é um ingrediente importante do fermento em pó. O fosfato mono-
cálcico ácido reage com um componente alcalino para produzir dióxido de carbono - o fermento utilizado em
muitos produtos de padaria. O fosfato monocálcico é comumente adicionado à dieta dos animais como um
suplemento mineral importante, tanto de fosfato como de Ca .
'
Fonte: http://www.lpni.net;specifics '
(
f
1
1
li
e
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA
Fosfato de rocha
Módulo 3.3·12 Adições de fósforo são necessárias em grande parte das áreas agrícolas do mundo para
melhorar a fertilidade do solo e a produção vegetal. A aplicação direta de rocha fosfática não transformada
(FR) no solo pode ser uma valiosa fonte de nutrientes para as plantas em condições específicas, mas há vários
fatores e limitações a serem considerados.
Produção. O fosfato de rocha é obtido a partir de depósitos geológicos localizados ao redor do mundo. A apatita,
um mineral de fosfato de cálcio, é o principal constituinte do FR. É extraída principalmente de depósitos marinhos
sedimentares, sendo uma pequena quantidade
obtida de fontes ígneas. A maior parte do FR é recu-
perada através da mineração de superfície, embora
uma parte seja extraída de minas subterrãneas.
A utilização direta do FR evita o processamento adicional associado à conversão da apatita em uma forma solúvel.
O processamento mínimo do FR pode resultar em uma fonte de nutrientes de custo mais baixo e torná-lo aceitável
nos sistemas de produção de culturas orgãnicas.
Uso agrícola. Quando um fertilizante fosfatado solúvel em água é adicionado ao solo, ele se dissolve rapidamente
e reage para formar compostos de baixa solubilidade. Quando o FR é adicionado ao solo, ele se dissolve lentamen•
te, liberando os nutrientes gradualmente; porém, a taxa de dissolução pode ser demasiado lenta para sustentar o
crescimento adequado das plantas em alguns solos. Para otimizar a eficácia do FR, os seguintes fatores devem ser
considerados:
• pH do solo: O FR requer solos ácidos para ser uma fonte efetiva de nutrientes. Geralmente, o uso do FR não é
recomendado em solos com pH superior a 5,5. A adição de calcário para elevar o pH do solo e reduzir a toxici-
dade de AI pode retardar a dissolução do FR.
• Capacidade de fixação de P do solo: A dissolução do FR aumenta com a maior capacidade de fixação de P do
solo (como alto teor de argila).
• Propriedades do solo: Baixo teor de cálcio e alta quantidade de matéria orgãnica no solo tendem a acelerar a
dissolução do FR.
• Localização: A aplicação a lanço e a incorporação do FR com o cultivo aceleram a reação com o solo.
• Espécie: Algumas espécies de plantas podem utilizar melhor o FR devido à excreção de ácidos orgãnicos de
suas raízes no solo circundante.
• Época: O tempo requerido para a dissolução do FR exige que a sua aplicação seja feita antes que ocorra a
demanda pela planta.
PráUcas de manejo. Nem todas as fontes de FR não transformadas são apropriadas para aplicação direta no solo.
Além disso, muitos solos não são adequados para uso do FR. O teor total de P de um material não ê um bom Indicador
do seu potencial de reatividade no solo. Por exemplo, multas fontes ígneas de FR são ricas em Ptotal, mas são de
baixa reatividade e fornecem nutrição mínima para as plantas porque dissolvem-se muito lentamente. No entanto, os
fungos micorrízlcos podem auxiliar na aquisição de P em materiais de baixa solubilidade em alguns ambientes.
Mais de 90% do FR é convertido em adubo fosfatado solúvel quando reage com o ácido. Esta reação química ê
semelhante à que o FR sofre quando reage com a acidez do solo. A eficácia agronómica e econômica do FR pode ser
equivalente à dos fertilizantes fosfatados solúveis em água, em algumas circunstâncias, mas as condições específicas
devem ser consideradas ao se fazer essa escolha.
Fonte: http://www.lpnl.net/speclfics
Práticas de manejo. O cloreto de potássio é utilizado principalmente como fonte nutricional de K. No entanto, exis-
tem regiões onde as plantas respondem favoravelmente à aplicação de c1-. O cloreto de potássio geralmente é o
material preferido para satisfazer essa necessidade. As doses usuais de KCI não provocam impactos significativos
sobre a água ou o ar. Elevadas concentrações de sal ao redor do fertilizante dissolvido podem ser o fator mais Im-
portante a ser considerado no manejo do KCI.
Usos não-agrícolas. O potássio é essencial para a saúde humana e animal. Ele deve ser Ingerido regularmente,
porque não é armazenado no corpo. O cloreto de potássio p_ode ser utilizado como substituto do sal para os Indiví-
duos que estão sob dieta restrita de sal (cloreto de sódio). E usado como agente de degelo e tem valor fertilizante
depois que o gelo derrete. Também é utilizado em amaciadores de água para substituir o cálcio na água.
Fonte: http://www.lpnl.net/speclfics
.., potássicos ocorre em todos os continentes habitados. No entanto, o K2S0 4 raramente é encontrado em forma
pura na natureza. Em vez disso, encontra-se naturalmente misturado a sais que contêm Mg, Na e CI. Estes mine-
rais exigem processamento adicional para separar os seus componentes. Historicamente, o K2S0 4 foi produzido
t através da reação do KCI com ácido sulfúrico. No entanto, descobriu-se mais tarde que vários minerais do solo
podem ser manipulados para produzir K2S04 , e este é, atualmente, o método mais comum de produção. Por
exemplo, minerais que contêm K naturalmente (tais como calnita e schoenita) são extraídos e cuidadosamente
enxaguados com soluções de água e sal para remover os subprodutos e produzir K2S0 4 • Processo similar é usado
para extrair K2S04 do Great Salt Lake, em Utah, e de depósitos minerais no subsolo.
No Novo México (EUA), o K2S0 4 é separado do mineral langbeinita pela reação deste com solução de KCI, o que
remove os subprodutos (tais como Mg) e deixa o K2S04 • Técnicas de processamento similares são usadas em
muitas partes do mundo, dependendo da disponibilidade de matérias-primas.
r
Propriedades químicas
:
pH da solução: cerca de 7
'I
Uso agrícola. As concentrações de K no solo frequentemente são muito baixas para sustentar o crescimento
adequado das plantas. O potássio é necessário para completar muitas funções essenciais nas plantas, como a
ativação de reações enzimáticas, síntese de proteínas, formação de amido e açúcares e regulação do fluxo de
água nas células e folhas.
O sulfato de potássio é uma excelente fonte de K e S para as plantas. A porção K
do K2S0 4 é igual a de outros fertilizantes potássicos comuns. No entanto, também
fornece uma fonte valiosa de enxofre (S), que às vezes se encontra deficiente para
o crescimento das plantas. OS é necessário para a sín tese de proteínas e para
a função enzimática . Existem certos solos e culturas para os quais a adição de
c1 · deve ser evitada. Neste caso, o K2S04 torna-se uma fonte muito adequada de
K. A solubilidade do sulfato de potássio representa um terço da solubilidade do
KCI , por isso, geralmente não é utilizado na água de irrigação, a menos que haja
necessidade adicional de S.
O K2S0 4 geralmente está disponível em vários tamanhos de partículas. As partículas finas(< 0,015 mm) são
utilizadas para a fabricação de soluções para irrigação ou fertilizantes foliares, uma vez que se dissolvem mais
rapidamente. Pulverizações foliares de K2S0 4 constituem uma forma prática de fornecer K e S para as plantas,
complementando os nutrientes absorvidos do solo. Danos foliares podem ocorrer se a concentração for muito
elevada.
Práticas de manejo. O K2S0 4 frequentemente é utilizado na adubação de culturas em substituição ao KCI quando
o c1· é indesejável. O índice salino parcial do K2S0 4 é menor do que o de alguns outros fertilizantes potássicos
comuns. A condutividade elétrica (CE) da solução de 1< 2S0 4 é menos de um terço da CE de solução semelhante de
KCI (10 mmol L· 1 ). Quando altas doses de I\S0 4 são necessárias, geralmente recomenda-se aplicá-las em doses
parceladas. Isso ajuda a evitar o acúmulo de I< na planta e também minimiza qualquer dano potencial do sal.
Fonte: http://www.ipnl.neVspeclfics
Produção. A langbeinlta é um material geológico diferenciado encontrado em apenas alguns locais do mundo. E
Fontes comerciais de langbeinlta vêm de minas subterrâneas perto de Carlsbad, no Novo México (EUA), que
começaram a ser exploradas comercialmente em 1930. Esses depósitos foram formados há milhões de anos, E
quando diversos sais, incluindo a langbeln lta, foram se acumulando após a evaporação dos leitos dos oceanos
antigos. Esses depósitos de sal foram enterrados sob centenas de metros de sedimentos. Atualmente, a camada
de langbeinita é extraída com grandes máquinas de perfuração, lavada para remover as impurezas e, em seguida.
triturada em vários tamanhos de partículas. A langbeinita é considerada um fertilizante potássico, embora também
-
contenha quantidades significativas de Mg e S. A presença de óxido de ferro fornece um tom avermelhado a algumas
partículas da langbelnita.
Propriedades químicas
...
Uso agrícola. A langbeinita é um fertilizante popular utilizado principalmente quando vários nutrientes são
-
necessários para prover a nutrição adequada da planta. Tem a vantagem de possuir K. Mg e S dentro de uma única
partícula, o que ajuda a proporcionar uma distribuição uniforme dos nutrientes quando é espalhada no campo.
Devido ao fator econômico, a langbeinita não pode ser recomendada para satisfazer a necessidade total de K de
uma cultura. Em vez disso, a dose de aplicação pode ser baseada na necessidade de Mg e/ou S.
A langbelnita é totalmente solúvel em água, mas sua dissolução é mais
lenta, comparada a de outros fertilizantes potássicos comuns, porque
suas partículas são mais densas. Por Isso, não é adequada para disso-
lução e aplicação por melo de sistemas de irrigação, a menos que seja
finamente moída. Ela tem pH neutro, o que não contribui para a acidez IC
ou alcalinidade do solo. Isso a diferencia de outras fontes comuns de Mg,
como a dolomlta, que aumenta o pH do solo, e do S elementar ou sulfato E
de amônia, que diminuem o pH do solo.
Operação de mineração subterrãnea Ela é comumente utilizada quando se deseja um fertilizante livre de CI ·,
'C
tal como no cultivo de culturas sensíveis ao c1 · (alguns vegetais e culturas
arbóreas). A langbeinita é um fertilizante concentrado em nutrientes, com um índice salino total relativamente
E
baixo. Em alguns países, fontes particulares de langbeinita foram certificadas para uso em agricultura orgânica.
IC
Práticas de manejo. A langbeinita não tem restrições de uso ambiental ou nutricional quando utilizada em
doses agronômicas normais. Uma forma de langbeinita é vendida como fonte de I<, Mg e S na dieta alimentar de IC
animais e aves. Todos os três nutrientes são necessários para a nutrição animal e cada um deles tem um papel
metabólico específico necessário para a saúde animal. Essa fonte alimentar é reconhecida como segura por agências
governamentais. Tal como acontece com todos os nutrientes das plantas, as melhores práticas de manejo devem ser
a:
observadas para se utilizar corretamente esse recurso. Uma partícula de tamanho especial deve combinar com uma
necessidade específica.
Uso não-agrícola, Não há aplicações Industriais Importantes para a langbelnita, além da agricultura.
Fonte: http://www.ipnl.net/speclfics
Produção. O nitrato de potássio (ou NOP) é comumente produzido por meio da reação do cloreto de potássio
(l<CI) com uma fonte de nitrato. Dependendo dos objetivos e dos recursos disponíveis. o nitrato pode vir do
nitrato de sódio, do ácido nítrico ou do nitrato de amônia. O KN0 3 resultante é idêntico, independentemente
do processo de fabricação. O nitrato de potássio é normalmente vendido como material cristalino solúvel em
água, especialmente destinado a ser dissolvido e aplicado com a água, ou na forma de pérolas para aplicação
no solo. Tradicionalmente, este composto é conhecido como salitre.
100 - - - - - - - - - --
Propriedades químicas
Uso agrícola. O KN0 3 é especialmente utilizado em condições onde é necessária uma fonte altamente solúvel de
K e isenta de cloro. Nele, todo o N está prontamente disponível para a absorção pelas plantas na forma de nitrato.
que não requer ação adicionai microbiana e transformação no solo. Agricultores que cultivam vegetais de alto valor
e pomares às vezes preferem utilizar uma fonte de nitrato na Intenção de aumentar a produção e a qualidade. O
nitrato de potássio contém uma proporção relativamente elevada de K, com relação N:K de aproximadamente 1:3.
Muitas culturas têm demandas elevadas de K e podem remover tanto ou mais K do que N na colheita.
Aplicações de KN0 3 no solo são feitas antes do período de crescimento da planta
ou como suplemento durante a fase de crescimento. A solução diluída é, por vezes,
pulverizada sobre a folhagem das plantas para estimular os processos fisiológicos ou
corrigir as deficiências nutricionais. A aplicação foliar de K durante o desenvolvimento
do fruto pode ser vantajosa para algumas culturas, visto que esta fase de crescimento,
frequentemente com altas demandas de K, coincide com a fase de diminuição da
atividade radicular e da absorção de nutrientes. Também é comumente utilizado para
a produção de plantas em estufa e cultivo hidropônico.
Práticas de manejo. Ambos os nutrientes, N e K, são necessários para as plantas
na manutenção da qualidade da colheita, formação de proteína, resistência a doen-
ças e eficiência no uso da água. Portanto, o KN0 3 frequentemente é aplicado ao solo,
ou através do sistema de irrigação, durante a fase de crescimento para sustentar o
Cristais e pérolas de KNOJ
crescimento adequado da planta.
O nitrato de potássio representa apenas uma pequena parcela do mercado mundial de fertilizantes potássicos. É uti-
lizado principalmente nos locais onde sua composição e propriedades únicas são capazes de proporcionar benefícios
específicos para os produtores. Isso Inclui o seu uso em várias culturas de alto valor e especialização, bem como em
culturas de grãos e fibras. É fácil de ser manuseado e aplicado e é compatível com muitos outros fertilizantes.
A solubilidade relativamente elevada do KN0 3 sob condições quentes permite o uso de solução mais concentrada ,
comparado a outros fertilizantes potássicos comuns. Assim, é necessário o manejo cuidadoso da água para
Impedir que o nitrato se movimente abaixo da zona radicular.
Usos não-agrícolas. O nitrato de potássio tem sido muito utilizado na fabricação de fogos de artifício e pólvora .
Também é comumente utilizado para manter a qualidade dos alimentos, como carne e queijo. Dentifrícios
contêm KN0 3 para aliviar a sensibilidade dentária. A mistura de KN0 3 e nitrato de sódio (NaN0 3 ) é usada pa ra
o armazenamento de calor em Instalações que utilizam energia solar.
Fonte: http://www.ipni.net/speciflcs
Propriedades químicas
Uso agrícola. A kieserita fornece formas altamente concentradas de dois nutrientes essenciais para a planta - Mg e S.
Visto que as aplicações de kieserita não têm qualquer efeito significativo
sobre o pH do solo, ela pode ser utilizada em todos os tipos de solo,
independentemente do pH. É comumente utilizada antes ou durante o
período de crescimento para satisfazer as necessidades nutricionais das
plantas. Devido à sua alta solubilidade, pode ser utilizada para fornecer
Mg e S durante os períodos de pico de demanda das culturas. Dado que a
kieserita é um mineral extraído de jazidas naturais do solo, é considerada
como fonte orgânica de nutrientes por algumas agências de certificação
orgânica.
Operação de mineração para recuperar
A kieserita em si não é utilizada como adubo foliar ou em sistemas de
kieserita
fe rtirrigação, mas serve como matéria-prima para produção do sal de
Epsom (MgS0 7H 0), que é totalmente solúvel e adequado tanto para aplicação foliar como para fertirrigação.
4 2
Práticas de manejo. Muitos solos são pobres em Mg e necessitam de nutrientes suplementares para sustentar
o rendimento e a qualidade das culturas. Solos de textura arenosa e solos com baixo pH (como os solos tropicais
altamente intemperizados) são frequentemente caracterizados pelo baixo suprimento de Mg para as plantas. Nessas
condições, elevar o teor de Mg no solo é um pré-requisito para uma fertilização adequada .
Nas áreas com elevada precipitação recomenda-se aplicações de Mg divididas em duas ou mais doses, a fim de evitar
perdas por lixiviação. Solos de clima temperado, com maior teor de argila, podem apresentar maiores teores de Mg e
multas vezes são menos propensos a perdas do elemento por lixivlação.
As doses para aplicação de fertilizantes magnesianos variam de acordo com fatores como: exigência específica da
cultura, quantidade removida durante a colheita e capacidade dos minerais do solo de liberar a quantidade adequada
de Mg, em tempo hábil, para garantir o rendimento e a qualidade das culturas. As doses para aplicação de kieserita
estão na faixa de 200 a 300 kg ha 1 para multas culturas. Demandas adicionais de Mg e S durante os picos de consumo,
no período de crescimento das plantas, podem ser atendidas pela aplicação foliar de materiais como sal de Epsom ou
outras fontes solúveis do nutriente.
Fonte: http://www.lpnl.neVspeclfics
Produção. O enxofre é um elemento relativamente abundante na crosta terrestre. Ele é extraído como S elementar
puro de depósitos vulcânicos e de minas de sal. Atualmente, é obtido como co-produto do processamento de
combustíveis fósseis. Carvão, petróleo bruto e gás natural normalmente contém entre 0,1% e 4% de S, o qual é
removido durante a refinação ou purificação de gases de combustão. Muitos minerais comuns são usados como
fontes de S na agricultura.
OS elementar tem uma temperatura de fusão relativamente baixa (115 º C), de modo que muitas vezes é trans-
portado e manuseado no estado líquido quente até que seja transformado em produto final. A maior parte da
produção global de Sé convertida em ácido sulfúrico (H 2S04 ) para processamento posterior. A principal aplicação
do ácido sulfúrico é na produção de fertilizantes fosfatados.
Módulo 3.3-19 Os tlossulfatos (S20/) são líquidos claros que fornecem uma fonte de S e podem ser
utlllzados em várias situações. Eles também contêm outros nutrientes, incluindo N como amónio (ATS),
potássio (KTS), cálcio (CaTS) ou magnésio (MgTS).
Produção. O tiossulfato de amónio (ATS) é o fertilizante líquido com enxofre mais popular. Ele é produzido pela
reação de dióxido de enxofre, S elementar e solução aquosa de amônia . Outros tiossulfatos comuns são produzidos
de forma semelhante.
Os tiossulfatos são altamente solúveis em água e compatíveis com muitos outros adubos fluidos. O ATS geralmente
é misturado com ureia e nitrato de amónio (URAN) para a produção de um fertilizante amplamente utilizado com a
fórmula 28-0-0-5 (5% S).
•
Propriedades químicas
Fórmula Nome Conteúdo de Densidade pH
comum nutrientes kg L· 1
(NH4);i,S203 ATS 12% N, 26% S 1,34 7,0 a 8,5
KiS20 3 KTS 25% K20 , 17% S 1,46 7,5 a 8,0
Tiossulfato
caS203 CaTS 6%Ca, 10%S 1,25 6,5 a 8,0 [S,0,'1 Sulíato
[SO.'l
MgS20 3 MgTS 4%Mg, 10%S 1,23 6,5 a 7,5
Uso agrícola. Depois de aplicado ao solo, a maior parte do tiossulfato reage rapidamente para formar tetrationato,
o qual, em seguida, é convertido em sulfato. Geralmente, o tiossulfato não está disponível para absorção pelas
plantas até que seja convertido em sulfato. Em solos quentes, esse processo é em grande parte concluído no
período de uma a duas semanas.
O tiossulfato é um agente redutor químico e também produz acidez após a oxidação do S. Devido a essas proprie-
dades, as moléculas de tiossulfato têm efeitos únicos sobre a química e a biologia do solo. Por exemplo, a aplica-
ção de ATS em fa ixa melhora a solubilidade de alguns micronutrientes. Deve-se seguir as orientações locais caso o
tiossulfato seja colocado em doses máximas na linha de sementes.
o tlossulfato pode retardar a velocidade da hidrólise da ureia, a conversão de ureia em amónio (NH/) e reduzir as
perdas de gás amônia (NH) quando quantidades suficientes de ATS são misturadas com URAN. Provavelmente,
este efeito Inibidor seja devido mais à formação e à presença de tetrationato Intermediário do que propriamente à
ação do tiossulfato. A nitrificação - conversão de NH 4• a nitrato - também diminui na presença de ATS. Embora o
pH Inicial do tlossulfato seja próximo de neutro, ele se oxida para formar ácido sulfú-
rico, e o NH 4 • no ATS Irá formar ácido nítrico, resultando, assim, em ligeira acidifica-
ção do solo na zona de aplicação.
Os tlossulfatos podem ser aplicados através de sistemas de irrigação por superfície, llil
aspersão e gotejamento. Muitos deles são usados em pulverizações foliares como
urna fonte rápida de nutrição para a planta (não recomendado com ATS).
Usos não-agrícolas. Os tlossulfatos têm multas aplicações Industriais. No processamento fotográfico são utiliza- 11'
dos para ligar os átomos de prata presentes na película ou no papel. O tlossulfato de sódio é usado em sistemas
de tratamento de água para remover o cloro. É também utilizado para a extração de ouro, uma vez que forma um IJ
complexo forte com esse metal em um processo atóxico.
Fonte: http://www.lpnl.net/speclfics
3 Produção. As misturas granuladas são produzidas a partir de materiais fertil izantes básicos, tais como NH 3 , fosfato de
amônio, ureia, Se sais de potássio. Existem muitos métodos para a fabricação desses fertilizantes, sendo os processos
de fabricação específicos determinados pelos componentes básicos disponíveis e pelo conteúdo de nutrientes que se
3 deseja no produto final. Aqui estão quatro exemplos breves.
Métodos de compactação (aglomeração) envolvem a ligação de pequenas partículas de fertilizante por meio de
compactação, agente de cimentação ou ligação química. Várias proporções de nutrientes podem ser combinadas
:a utilizando-se partículas de tamanhos insignificantes, as quais podem não ser adequadas para outras aplicações.
No método da acreção os fertilizantes são formados por meio de repeti-
3 das adições de fina película de lama nutriente, as quais sofrem secagem ~
contínua, criando-se múltiplas camadas até que o grânulo atinja o tamanho
desejado.
Reatores de tubo central são usados para derreter quimicamente NH 3 ,
.__ ____________ ___,
.a ácidos contendo S ou P e outros nutrientes - tais como fontes de K e micronutrientes -, formando um fertilizante sólido,
com o conteúdo desejado de nutrientes.
3 O processo do nltrofosfato envolve a reação da rocha fosfática com ácido nítrico para formar uma mistura de compostos
contendo N e P. Caso seja adicionada uma fonte de K durante o processo, resultará em fertilizante sólido com N, P e K.
3 Uso agrícola. A mistura granulada contém numerosos nutrientes em cada grânulo. Ela difere da mistura de grânulos,
pois nesta os adubos são misturados para formar uma composição média de nutrientes desejada. Devido a essa dife-
rença, a mistura granulada pode ser espalhada no solo, de modo que cada grânulo libera uma mistura de nutrientes à
medida que se dissolve no solo, sem apresentar problemas de separação das fontes de nutrientes durante o transporte
ou aplicação. Pode-se obter uma distribuição uniforme de micronutrientes em toda a zona radicular quando esses
elementos são incorporados às misturas granuladas.
Esses fertilizantes são especialmente eficientes para aplicação inicial, antes do plantio.
Existem fórmulas comerciais disponíveis para condições específicas de solo e cultura. A
simplicidade é uma das vantagens apresentadas pela mistura granulada, porém não permite
a mistura de fertilizantes para atender aos requisitos específicos das culturas.
Práticas de manejo. As misturas granuladas são às vezes mais caras, comparadas à mistura
ou combinação de fontes primárias de nutrientes, uma vez que exigem processamento adicional.
No entanto, quando todos os fatores envolvidos na manipulação e utilização dos nutrientes são
considerados, as misturas granuladas podem oferecer grandes vantagens.
O nitrogênio é o nutriente que mais frequentemente precisa de cuidados para ser manejado e reapli-
cado durante o crescimento das plantas. Pode não ser possível suprir o solo com suficiente N antes
do plantio e atender toda a demanda da planta usando apenas misturas granuladas, sem aplicar em
excesso alguns dos outros nutrientes. Assim, é aconselhável utilizar a mistura granulada no inicio do
período de crescimento e, mais tarde, aplicar o N fertilizante de acordo com a necessidade.
A misturas granuladas são normalmente produzidas regionalmente para atender as necessidades das culturas locais. Há
grande variedade de propriedades químicas e físicas que podem ser ajustadas para satisfazer essas necessidades. Por
exemplo, o desejo de minimizar a perda de P no escoamento das águas pluviais na área urbana levou algumas comunida-
des a restringir a adição de P nas misturas granuladas vendidas para o cultivo de gramas e plantas ornamentais. Solos de
uma região que normalmente apresentam baixo teor de um nutriente específico podem se beneficiar com o Incremento
desse elemento na mistura granulada.
Propriedades químicas. As fórmulas químicas variam amplamente. Misturas granuladas comuns Incluem:
10-10-10, 12-12-12, 17-17-17, 21-7-14, e multas outras formulações.
Fonte: http://www.lpnl.neVspeclfics
Uso agrícola. Os fertilizantes revestidos são usados em várias situações na agricultura e horticultura. Eles fornecem
um suprimento prolongado de nutrientes que oferece muitos benefícios. Estes incluem:
• Liberação contínua de nutrientes, que pode diminuir a lixiviação e as perdas gasosas.
• Redução dos custos de mão de obra e aplicação, eliminando a necessidade de múltiplas aplicações do fertili-
zante.
• Maior tolerância das plântulas à proximidade dos fertilizantes.
• Nutrição mais uniforme e melhor crescimento e desempenho das plantas devido à liberação prolongada de
nutrientes.
o máximo benefício dos fertilizantes revestidos só é alcançado quando o período de liberação de nutrientes é
sincronizado com os períodos de absorção de nutrientes pelas plantas.
Práticas de manejo. Prever o padrão de liberação de nutrientes dos fertilizantes revestidos nas amplas condições
de solo e cultivo é complexo, uma vez que a liberação é controlada por vários fatores ambientais. Por exemplo, muitos
fertilizantes revestidos liberam mais rapidamente os nutrientes com o aumento da umidade e da temperatura do solo.
Alguns produtos dependem da atividade microbiana do solo para a liberação dos nutrientes. Assim, a compreensão
do mecanismo de liberação de nutrientes é necessário para se obter o máximo proveito dos fertilizantes revestidos.
Fonte: http://www.ipnl.net/speclfics
Módulo 3.3-22 O gesso é um mineral comum retirado de depósitos superficiais e subterrâneos. Ele pode
• ser uma fonte valiosa de Ca e S para as plantas e proporcionar benefícios para as propriedades do solo,
em condições específicas.
Produção. O gesso encontra-se nas formas de cristal e de rocha. Geralmente, resulta da evaporação da água
salina e é um dos minerais mais comuns em condições sedimentares. As rochas de cor branca ou cinza são
1 extraídas de depósitos subterrâneos ou a céu aberto; em seguida, são trituradas, peneiradas e utilizadas para
uma variedade de fins, sem processamento adicional. O gesso agrícola geralmente consiste de caso ,-2H20
(dihidratado). Sob condições geológicas de alta temperatura e pressão, o gesso é convertido em anidrita (caso.
sem água).
O gesso é um subproduto das usinas alimentadas a combustíveis fósseis, onde o Sé obtido a partir da dessulfuri-
zação dos gases de combustão. O gesso também é um subproduto do processamento da rocha fosfática em ácido
fosfórico. O gesso reciclado das placas de parede é finamente moído e usado para aplicação no solo.
1
Propriedades químicas
Tipo de
sulfato de cálcio Fórmula e composição Solubilidade
Dihldratado {gesso) CaS0, •2H,0 2,05 g L· 1
[23% Ca, 18% S, 21% água)
Anidro caso. [29% ca, 23% SJ 2,05 g L· 1
Semi-hidratado caso.• ½H,o [Reverte-se em
{gesso de Paris) gesso quando se
adiciona água]
1
1 Uso agrícola. O gesso geralmente é adicionado ao solo como fonte de
nutrientes ou para modificar e melhorar as propriedades do solo. O gesso
1 é pouco solúvel em água, porém, é 100 vezes mais solúvel do que o calcário
em solos de pH neutro. Quando aplicado ao solo, sua solubilidade
depende de vários fatores, incluindo tamanho das partículas, umidade
t e propriedades do solo. O gesso se dissolve em água para liberar ca 2 •
e SO 4 2 · , sem impacto direto significativo no pH do solo. Em contraste, o
1 calcário irá neutralizar a acidez de solos com pH baixo. Em regiões com
subsolos ácidos, o gesso é, muitas vezes, utilizado como fonte relativa-
1 mente solúvel de Ca para redução da toxicidade de alumínio.
Alguns solos se beneficiam do gesso como fonte de Ca. Em solos com excesso de sódio (Na), o Ca liberado do
gesso se liga com maior afinidade do que o Na nos sítios de troca de cátions, liberando, assim, o Na para ser
lixiviado da zona radicular. O uso de gesso na reparação de solos com elevados teores de Na geralmente resulta na
f melhoria das propriedades físicas do solo - tal como a redução da densidade, aumentando a permeabilidade e a
infiltração de água e diminuindo as crostas do solo. Na maior parte das situações, a adição de gesso, por si só, não
Usos não-agrícolas. A principal utilização do gesso é como material de construção (paredes e forros). Para fins de
construção, o gesso é moído e aquecido (calcinado) para remover a maior parte da água, resultando em argamassa
semi-hidratada (gesso de Paris). Posteriormente, quando a água é adicionada ao pó, sofre expansão e endurece. O
gesso é amplamente utilizado em multas outras aplicações, tais como para condicionamento de água, nas indústrias
alimentícias e farmacêuticas, e como retardador da fixação de cimento.
Fonte: http://www.lpnl.net/speclOcs
Produção. O calcário é uma rocha sedimentar comum encontrada em depósitos geológicos generalizados. Ao longo
dos anos, tem sido usado como material de construção - um agente de cimentação-, e na agricultura, para corrigir
os solos ácidos. Em geral, o calcário agrícola (cal agrícola) é definido como qualquer substância que contém ca ou
Mg e é capaz de neutralizar a acidez do solo. Muitos materiais podem ser classificados como calcário agrícola.
O calcário é extraido de pedreiras e de minas e geralmente requer esmagamento mecánico antes de ser utilizado.
A textura do calcário é uma característica importante para se determinar a rapidez com que reage com a acidez do
solo. Partículas menores reagem rapidamente, uma vez que existe maior área de superfície exposta para a reação
química. Partículas maiores reagem mais lentamente, porém, são fontes de neutralização do ácido que se susten-
tam a longo prazo. O tamanho das partículas geralmente está expresso no rótulo do produto.
Outros materiais no calcário, como a argila, podem reduzir sua pureza e capacidade de neutralizar a acidez. A
eficiência do calcário é avaliada com base na sua capacidade de neutralização relativa, tomando como padrão o
carbonato de cálcio puro (CaCO), um valor que é expresso como porcentagem equivalente em carbonato de cálcio
(fo,co.). O calcário é mais solúvel em solos ácidos do que em solos neutros ou alcalinos. A presença de GaC0 3 é
detectada pela efervescência, quando uma gota de ácido forte é aplicada ao solo.
Propriedades químicas
Calcárlo/Calclta - carbonato de cálcio [CaCOJ], Na maior parte insolúveis em água, mas a solubilidade
aumenta em meio ácido (contém um máximo de 40% de Ca).
Dolomlta - carbonato de cálcio e magnésio [Ca•Mg(C03)i]. Na maior parte insolúveis em água, mas a
solubilidade aumenta em meio ácido (contém de 2% a 13% Mg).
Calcário hidratado - hidróxido de cálcio [Ca(OH)i]. Relativamente insolúvel em água; forma solução
com pH >12.
Calcário queimado/Cal viva - Óxido de cálcio (CaO]. Reage com água para formar calcário hidratado.
Uso agrícola. O calcário é utilizado principalmente para elevar o pH do solo ácido e reduzir a concentração de
alumínio (AI) na solução do solo. O pouco desenvolvimento da cultura em solos ácidos se deve em grande parte ao
AI solúvel, que é tóxico para o sistema radicular de muitas plantas. O calcário reduz o AI solúvel do solo através de
duas reações:
1) CaC0 3 + H2 0 ➔ Ca 2• + 20H· + C02
2) Al 3 ' [solúvel]+ 30H · ➔ Al(OHb [insolúvel]
Adições de calcário também fornecem significativas quantidades de Ca (e possivelmente de Mg) para a nutrição das
plantas. Alguns benefícios secundários da neutralização da acidez do solo com calcário incluem:
• Aumento da disponibilidade de P,
• Melhor fixação de N pelas leguminosas,
• Aumento da mineralização do N e nitrificação,
• Melhor uso da água , recuperação de nutrientes
e melhor desempenho da planta, com sistema
radicular mais desenvolvido.
Práticas de manejo. A quantidade de calcário necessária para atingir o pH desejável do solo pode ser facilmente
determinada em laboratório. O calcário é comumente espalhado uniformemente sobre o solo e depois misturado na
zona radicular. A neutralização da acidez do solo não é um processo a ser realizado uma só vez, mas é necessário
repeti-lo periodicamente, dependendo do solo e das condições ambientais. As doses de aplicação geralmente são
medidas em toneladas por hectare.
Usos não-agrícolas. De todos os materiais da Terra, o calcário é um dos mais amplamente utilizados. Além de
seu emprego na construção civil, é usado em diversas aplicações, tais como controle de poluição do ar, sistemas de
tratamento de água potável e de águas residuais, estabilização do solo, medicamentos, antiácidos e cosméticos.
Fonte: http://www.ipnl.neVspeclfics
~
somente quando a deficiência secundária de K foi corrigida .
Fonte: Murrell e Munson. Better Crops wlth Plant Food, v. 83, n. 3, p. 28-31, 1999.
~
14,0
-·ro
.e: 12,5
~
o K no solo: 139 mg kg·1
.e
.E Produtividade: 13,2 t ha·1
11 ,0
(1) Dose de N: 200 kg ha·1
-o
~
(1)
-o 9,5 -
ro
-o
:~ K no solo: 80 mg kg·1
"S Produtividade: 10,5 t ha·1
-o 8,0
e
a..
Dose de N: 314 kg ha·1
'p
6,5-.------.------r------r------r-----.----,.-----.----~
j::a o 90 180 270 360
1
Dose de N fertilizante (kg ha· )
~
~
a
c::11
=-
::a
~
:::a
:3
:3
~
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::3
~
:3
::a NUTR IÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA
=-
' .'
--
Capítulo @
PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DE APOIO
DOSE CERTA
Os princípios científicos fundamentais que definem a dose compostos, biossólidos, resíduos de colheitas, deposição
certa para um conjunto específico de condições são os atmosférica e da água de irrigação, bem como nos fenili·
seguintes: zantes comerciais.
♦ Considerar a fonte, a época e o local de aplicação. ♦ Prever a eficiência de us o do fertilizante. Alguma
♦ Avaliar a demanda de nutrientes da planta. O perda é inevitável, assim , para atender a demanda da
rendimento está diretamente relacionado à quantidade planta , essa quantidade deve ser estimada.
de nutrientes absorvidos pela cultura até a maturidade. ♦ Considerar os impactos sobre o solo. Se as saídas
Assim, a seleção de uma mela de rendimento significativa, d e nutrientes de um sistcmíl ele cuhivo forem superiores
aliada ao manejo correto da cuhura e dos nutrientes e de às entradas, a fertilidade do solo diminuirá a longo
sua variabilidade dentro dos campos e entre as estações, prazo.
são guias importantes na estimativa da demanda total de
♦ Considerar a dose econômica específica. Para
nutrientes pela cultura.
os nutrientes que não são retidos no solo, a dose de
♦ Utilizar métodos adequados para avaliar a dispo- aplicação mais econômica é aquela acima da qual
nibilidade de nutrientes no solo, Práticas ullllzadas não ha verá retorno l111<111cf'iro economicamL•nle viü,·ei
podem Incluir análise de solo e de planta, cxperlmcnlos (lei dos rendimenlos clecrcsce 111C's). Para m 11u1rie11ll'S
de resposta, parecias com omissão de nutrlenlcs, ele. relidos no solo, de ve-se considerar esse valor para as
♦ Avaliar todas as fontes de nutrientes dis poní- cuhu ras futuras . Avaliar a probabilidade de prever as
veis. Na maior parle das faze11das, él avallílçi\o inclui íl doses economicamente ótimas e o cfL•ilo sob re os rendi·
quantidade e a disponibilidade ele nutrlenlcs cm eslcrco, 111e n1os líquidos dccurrc ntl•s dos erros ele prevbãu.
Tabela 4.1 Total de nutrientes absorvidos pela parte aérea de algumas culturas.
- - - - - - - - - - - - - - kg absorvldo/t·· - - - - - - - - - - - - - - Ci7
Cultura* Região
N P20s K20 s
Alfafa (MS) Argentina 27 5 ,7 25 3 ,5
Amendoim Índia 63 12 37 3 ,9 .. '
Arroz Estados Unidos 16 8,4 24
Batata China 4,5 1,0 7,1
Beterraba China 4,8 1,4 9 ,3
Cana-de-açúcar China 1,8 0,4 2,1
Canola China 43 27 87
Cártamo Índia 39 8,4 22 13
Cevada Argentina 26 9,2 24 4 ,2 llil
Ervilhas verdes Índia 42 15 31 4 ,3
Fumo China 39 12 71 fiu
Girassol Argentina 40 25 35 5
Grama bermuda Estados Unidos 23 6,0 25
Grão-de-bico Índia 46 8,4 50
Laranja China 2,6 0,8 3 ,6
Milho Estados Unidos 18 9 ,6 25
Mostarda Índia 33 15 11 14
Pera China 5,0 2,0 5,0
Pêssego China 4 ,5 1,5 5,0
Soja Estados Unidos 82 18 38
Sorgo Índ ia 22 13 34
Tomate Índ ia 2 ,8 1,3 3,8
Trigo, primavera Estados Unidos 37 13 26
Trigo, inverno Estados Un idos 32 11 33
Uva China 5,6 5,2 8 ,5
• MS = com base na ma téria sect1; de outro modo, o conteúdo de umidade está bt1seado no padrão das normas de comercialização
ou no padrão ele umldacJe estabelecido.
·• • Os coeficientes de absorção de nut11entes repor tacJos podem va11ar regionalmente. dependendo das condições de crescimento.
Sempre que possível , utilizar os dados locais disponíveis.
mento para definir a adubação. Algumas orientações úteis: d. são mais caros do que os secundários.
♦ A meta de rendimento deve ser realista e desafiadora. 3. A Lei do mínimo, de Liebig, estabelece que a
♦ Para a definição de metas de rendimento realistas a produtividade da cultura será determinada por
proposta comum é visar 80% do potencial de rendimento a. N, P e K.
(sem limitação de água e nutrientes) de uma cultura em b. Ca, Mg e S. 1
10% acima da produtividade média de 3 a 5 anos das c. a quantidade a ser aplicada deve ser igual à
culturas que não sofreram perdas graves de rendimento quantidade absorvida do nutriente.
devido a seca, excesso de chuvas ou pragas. Esse método d. condições climáticas que promovem rendi-
requer que os registros de campo individuais sejam mentos excepcionais reduzem a eficiência de
manlidos e que somente os campos com potencial de uso do nutriente.
produção semelhante sejam considerados na e laboração
das eslimativas. -- - - --
♦ A meta de rendimento não limita a produtividade no
período de vários anos. Um clima excepcionalmente da cultura afetam a dose anual de fenilizantes requerida.
favorável, que resulta em rendimentos extraordinários, Além do potencial de produção, outros fatores que muitas
muitas vezes também resulta em liberação excepcional vezes são considerados para estimar a demanda de nutrientes
de nutrientes do solo ou eficiência anormalmente elevada pelas plantas são: sistema de cultivo, produtividade do solo
na utJllzação de nutrientes. e relação entre fertilizante e preço ela cultu ra. Equações
Um dos grandes desaílos a serem enfrentados ao se utilizar e modelos que predize m o rendimento e a absorçi'lo de
os rendimentos como base para a determinação das doses nutrientes t.1ml>érn esttlo sendo utilizados para ajustar as
d e fertJlizantcs é a grande variação que o corre nos níve is de recomendações das doses de N.
rendimento em um ambiente de ano para ano, bem como
4.2 Avaliar o fornecimento de nutrientes pelo solo
entre as estações de crescimento dentro de um ano, onde
várias culturas são cultivadas. A res posta da cultura à apll· Parte ela d e manda de nutrientes da planta é suprida pelo
cação d e fertilizante também varia cm função cio ambiente, solo. A capacidade do solo c111 forn ecer nutrientes para uma
Independentemente do seu potencial d e re ndimento. T,mto cultura c m crcsci 111cnto cleprncle ele vários 111eca11is111os.
0 potencial de rendimento quan to a capacidade de resposta Estes l11clue111 :
li:
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA
&:
~
4.3 Avaliar Todas as Fontes de Nutrientes
b Disponíveis
t:;i Ao selecionar a dose certa de fcrtili1..;mt cs é preciso considerar nutrie ntes dessas fontes podem variar amplamente e são
a conlribuição de todas as fontes disponíveis para atender às difíceis de serem estimadas; no e ntanto, esforços devem ser
Q ex igências nutriciona is das plantas. Algumas delas incluem feitos para registrá-las. Os teores médios de nutrientes em
fontes nativas - aquelas que não são aplicadas ao solo, alguns este rcos estão listados na Tabela 4.3; estes variam
t:::I como resíduos d e culturas e adubos verdes -, estercos muito entre regiões e fazendas e, para serem aplicados,
animais, compostos, biossólidos, deposição atmosférica recomenda-se utilizar unidades locais apropriadas ou análise
t::I e água de irrigação. A quantidade e a disponibilidade de do material em laboratório.
p Tabela 4.3 Matéria seca e composição em nutrientes de alguns estercos animais (Havlin et ai., 2005).
ep
% P20s K20
resíduos
Disponível* Total**
~
Com cama 50 4 10,5 9 13
Gado de leite Sem cama 18 2 4,5 2 5
Com cama 21 2,5 4,5 2 5
~
Aves domésticas Sem cama 45 13 16,5 23 17
Com cama 75 18 28 22,5 17
Compostagem 76 22 34 32 22,5
::a
:::.
-::-
ER = (U - U 0)/F
~ aumentar a eficiência, alguns nutrientes aplicados também
podem ser utilizados por organismos do solo, principal- Em que: 1) U é o total de nutriente absorvido pela parte aérea
mente quando os níveis de matéria orgânica estão sendo da planta (biomassa) com a aplicação do nutriente;
19 construídos. A eficiência na absorção de nutrientes muitas 2) U0 é o total de nutriente absorvido pela parte
vezes também é adversamente prejudicada por mecanismos aérea da planta sem a aplicação do nutriente;
inerentes de perda que existem em todas as áreas de cultivo. 3) F é a quantidade aplicada de nutriente na forma
A EUF também varia de acordo com fatores específicos de fertilizante.
do local, incluindo clima, tipo de solo e sistema de cultivo.
Esta equação pode ser rearranjada para permitir o cálculo
É por isso que os ajustes de eficiência devem ser incluídos
da dose necessária de adubo, sendo: F = (U - UJ / ER.
quando se determina a dose necessária de fertilizante. O
Como no exemplo anterior, para EA, os valores de rendi-
t:2 principal objetivo do manejo de nutrientes 4C é utilizar prá-
ticas que incorporem a fonte certa, a época certa e o local
mento das parcelas com omissão de nutrientes podem ser
utilizados, porém, neste caso, os rendimentos devem ser
certo em sistemas de cultivo bem manejados para aumentar a
t=3 EUF e estimar a dose certa.
convertidos em absorção, normalmente usando valores
típicos de absorção por unidade de produção de culturas,
::2 Um método utilizado para avaliar a EUF, e que é útil na
tais como os citados na Tabela 4.1 . A variação normal dos
valores de ER no campo para N aplicado aos cereais é de
=-
:2
determinação da dose necessária de nutriente, é o cálculo
da eficiência agronômica (EA). Eficiência agronômica é a
medida do ganho de produção por unidade de fertilizante
0,3 a 0,5 (30% a 50%). Quando são aplicadas as boas práticas
de manejo, pode-se aumentar a faixa para 0,5 a 0,8 (50% a
80%) . Usando os rendimentos do exemplo citado, para EA.
aplicado. É calculada pela fórmula :
e assumindo 0,0215 unidades de absorção de N por unidade
=-
~
EA = (Y - Y 0 )/F
Na qual: 1) Y é o rendimento da cultura com aplicação do
nutriente;
de rendimento e uma ER de 0,50, a dose de fertilizante é
calculada da seguinte forma:
Dose de N = ((9.500 x 0,0215) - (6.000 x 0,0215))/0,50 =
2) Y0 é o rendimento da cultura sem aplicação do 150 unidades
:,t nutriente;
3) F é a quanlldade aplicada do nutriente.
~
,, A faixa comum de valores da EA é de I Oa 25; acima ele 20
em sistemas bem gerenciados, com baixas doses de nutrientes
em relação ao ideal, ou com baixo forneclmento de nutrientes
pelo solo.
?
-.,a
Remoção (kg t 1 )*
Cultura** N P20s K20 5
Alfafa (MS) 26 6.0 25 2,7
Algodão (fibra) 64 28 38
Algodão (palha) 9,4 3 ,3 11
Alpiste-dos-prados (Phalaris arundinacea) (MS) 15 6,6 13
Amendoim 35 5,5 8 ,5
Amendoim (palha) 16 3,4 12
Arroz (grãos) 13 6,7 3,6
Arroz (palha) 8,3 2.7 21
Aveia (grãos) 8 ,8 5,9 2 ,2
~
24
Aveia (palha) 6,0 3 ,2 19 2,3
Milho silagem (67% água) (palha por tonelada de grãos) 29 9,1 21 3,2
Exemplo: Utilizando os dados da Tabela 4.5 , uma cultura de milho que produz 10 t ha·• remove 63 kg de P2O 5 do solo
(10 x 6,3 = 63) . Assim, para a manutenção do P2O 5 no solo, a aplicação será de 63 kg ha·•.
Ili:
Tabela 4.6 Variabilidade na quantidade removida de nutrientes na parte colhida de milho, soja e trigo, em Missouri, li
EUA (Nathan, 2011).
Remoção (kg t 1 )
retidos no solo, incluindo P e K, os benefícios da aplicação IPNI. Nutrients removed in harvested portion of
de nutrientes são de longo prazo na natureza e, portanto, crop. Norcross. GA. 2005. [On-line] .
os seus custos geralmente são amortizados ao longo de
vários anos. Quando se visa construir a fertilidade do solo, Havlin, J. L. et ai. Soil fertility and fertilizers: an
as doses de nutrientes aplicadas geralmente estão acima da introduction to nutrient management. 7th edition. Pearson
2 DOEN, considerando a resposta da cultura em um ano, mas Prentice Hall. NJ, USA. 2005.
podem se tornar econômicas ao longo do tempo, quando
:a são consideradas as respostas dos anos seguintes.
Ladha, J. K. et ai. Advances inAgronomy, v. 87, p. 85-176.
2005.
Os beneffcios da construção dos níveis de fertilidade do solo Nathan, M. hnproving accuracy of nutrient removal
na faixa ótima incluem maior flexibilidade na escolha da estimates status report. University of Missouri ,
fonte, da dose, da época de aplicação e do local de aplicação. Colombia, 2011.
:a
:1
li
il
,
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA
llu 1
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1
Módulo 4.1-1 A adubação nitrogenada exigida pelo trigo e pelo milho na Argentina é melhor determinada por
~elo da avaliação do N disponível no solo antes do plantio. De fato, a avaliação do N (inorgânico) disponível na
epoca de plantio tem sido uma ferramenta útil para determinar as necessidades de fertilizantes nitrogenados em
regiões sub-úmidas e semi-áridas em todo o mundo. Em uma área específica, o nível de N disponível no plantio
acima do qual não se espera resposta à adubação nitrogenada pode ser estimado. Essa metodologia tem sido
calibrada com sucesso para trigo e milho em várias áreas da região dos Pampas na Argentina. As doses de N
fertilizante (Nf) são estimadas pela diferença entre o nível de NREQ e a quantidade de N-N03 - determinada antes
do plantio: Nf = NREQ - X
Em que: Nf é a quantidade de fertilizante nitrogenado a ser aplicada,
NREQ é o N do solo mais o fertilizante nitrogenado requerido,
X é a quantidade de N-N03 - no solo na profundidade de 0-60 cm.
Na Figura 1. se a análise de solo no plantio indica a disponibilidade de 70 kg ha- 1 de N-N03 - , o rendimento seria
de 7.700 kg ha·1 • Assim, se o rendimento viável no campo específico é de 10.000 kg ha-1, deve-se atingir um
,
NREQ de 150 kg ha·1 de N disponível, e a dose de N recomendada será de 80 kg ha·1.
Níveis de NREQ para trigo e milho, de acordo com os rendimentos esperados em áreas com diferentes solos e
climas, são mostrados na Tabela 1.
Fonte: Bianchini A.; Garcia, F.; Melchiori, R. ln: Hatfield, J.; Follet, R. (Eds.). Nitrogen ln the environment sources, problems,
and management. San Diego, CA: Elsevier -Academlc Press, 2008. p. 105-124.
. .. .
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14.000
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..,_O> 12.000 . . .t,·· . .
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e., 10.000
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QI
'C 8.000
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~ Produtividade= 1800.1x""'
'5
6.000 R' = 0,4934
~
o.. N = 83 experimentos (8 locais, 2000 a 2004)
4.000
o 50 100 160 200 250 300 350 400
Figura 1. Relação entre N (N-NO,') disponível no solo e produtividade de milho em 83 experimentos de campo instalados
em 8 áreas experimentais por ano (2000 a 2004), na região central dos Pampas.
Trigo
Sudeste de Buenos Aires 125 3.500 González Montaner et ai., 1991
Sudeste de Buenos Aires 175 !:i.000-5.500 González Montaner ~t ai., 2003
Centro e Sul de Santa Fé 92 3.500-4.000 Salvagiotti et ai., 2004
100-150 3.200-4.400 García et ai., 2006
-
Sudeste de Santa Fé e
Córdooa
------- - - MIiho
--
Norte de Buenos Aires 150 9.000 Ruiz et ai. , 2001
,
'
Norte de Buenos Aires 150-170 10.000 Alvarez et ai., 2003
,.
Centro e Sul de Santa Fé 135 < 9.500 Salvagiotti et ai., 2004
162 > 9.500
•
Módulo 4.1-2 Cálculo das doses de fortlllzanto em cereais usando a diagnose por subtração de nutrientes.
A técnica da omissão de nutrientes para o cálculo das doses de fertilizantes a serem aplicadas nos cereais
(arroz, trigo, milho) utiliza a informação sobre o rendimento de grãos obtida em parcelas com omissão e com
fornecimento completo do nutriente em questão. Outros nutrientes são aplicados para garantir que não haja
elementos limitantes à produção. A produtividade obtida na parcela com omissão é usada corno urna estima-
tiva Indireta da capacidade de fornecimento, pelo solo, do nutriente omitido. A diferença entre o rendimento
de grãos obtido na parcela com omissão e aquele obtido na parcela adubada com um nível suficiente do
nutriente pode ser utilizada para estimar a dose de fertilizante exigida para a produção de diferentes metas
de produtividades.
Considerando que a dose de N aplicada no tratamento "completo" foi de 150 kg ha-1 , a eficiência agronômica
(EA,.) desta parcela foi de (5.556 - 1.667)/150 ou 26 kg de grãos por kg de N fertilizante.
Assumindo-se semelhante capacidade de suprimento de N do solo e nível de eficiência (26 kg/kg) para
outros campos da região, a Tabela 2 mostra as doses resultantes que poderiam ser recomendadas para
diferentes metas de produtividades (por exemplo, campos #1 e #2). Se urna parcela com omissão de N foi
conduzida na área com urna cultura anterior diferente e apresentou produtividade semelhante à apresenta-
da no campo #3 abaixo, aquela informação também pode ser utilizada no cálculo da dose.
Comparados aos valores obtidos em muitos ensaios, a EANcalculada a partir dos dados da Tabela 1 é re-
lativamente alta (ver Seção 4.4 e Tabela 3). As recomendações serão mais precisas quando são utilizados
valores locais para o cálculo da ~. produtividade da parcela com omissão do nutriente e produtividade
esperada.
A técnica da omissão de nutrientes é uma ferramenta adicional para o manejo da adubação e pode ser
urna boa alternativa nas regiões do mundo onde os serviços de análise de solo confiáveis não estão disponí-
veis. Esta situação predomina em muitos países em desenvolvimento.
1.10 91 94 96 99
1.21 88 92 95 97
1.32 87 91 93 96
1.43 85 88 92 95
1.54 83 86 91 94
1.65 81 85 90 93
Módulo 4.6-2 Doses economicamente ótimas de N para o mllho variaram apenas llgelramente com
as condições de mercado ao longo de 10 anos. Nas regiões centro-oeste e noroeste de Indiana, a dose
média necessária de N para o milho cultivado após soja foi estimada em 192 kg ha- 1• A dose economica-
mente ótima de N - definida como a dose na qual o último incremento de fertilizante traz como retorno um
aumento de produtividade suficiente para pagar a si própria - depende da relação de preços e é geralmente
mais baixa. Entre 2000 e 2009, a relação entre preço de N-fertllizante e preço de grãos de milho (expressa
como $/t N dividido por $/t de grãos) variou entre 5 e 10 (a maior proporção renete fertilizantes relativa-
mente mais caros). As doses recomendadas de N (kg ha·1 ) dentro dessa gama de índices de preços são
mostradas na tabela abaixo.
Adaptada de: Camberato et ai. Nitrogen management guidellnes for Indiana. 2011. [On-line].
• Valores realçados em verde representam recomendações de doses económicas ótimas de N (kg ha ') nas rela-
ções de preço entre 5 e 10 (expressas como $/ t N dividido por $/ t grão).
Capítulo @
PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DE APOIO
ÉPOCA CERTA
Os princípios cie ntíficos fund amentais qu e de fin em a é poca Analisar a dinâ.ntica de perda de nutrientes do
certa para um co1tjunto específico de condições são os seguintes: solo. Po r exe m plo, cm regiões 1c111pl•radas, as perdas por
li xivinção te nde m a ser nmis frequentes na pri111a\'era e 110
Considerar a fonte, a dose e o local de aplicação.
o ut o no.
Analisar a marcha de absorção da planta. Os
nut rientes d eve m ser a plicad os co ncomitante m e nte co m Avaliar a logís tica das operações no can1po. Por
a de m a nd a sazonal d e nutrie nte\ dn c ultu ra, a qu a l exe m plo , as 111 últiplas aplica~·ões ele nutric111es podem
2 d e p ende d a dn ta de p la ntio, d as carac tcrísli c.is d e cres- o u nflo ser co mpatíveis com as aµIicaçõPs de clefemi, o,
ci m e nt o d as pla nt a\, d a scnslliillcl acl e :1\ cl clkiê ncias c m agrícolas. As aplicações ele nutrien te~ 11:10 dt•\'em atr,1~c1r
fo se~ parti c ul a rc\ d e crcsci m c nl o, c ntrr o ut ros. as o perações q m' clcpL•mlem cio IL't11µ0. como o plantio.
..
momento certo para um conjunto específico de
absorvida, e se boas práticas de manejo da adubação condições é: ~
nitrogenada não forem íeitas antes desta fase a produti-
vidade será prejudicada. Embora a produtividade seja
ª· aplicar os nutrientes pouco antes da fase de
enchimento dos grãos.
determinada na fase de espigamen to , em a lguns sistemas b. avaliar a logística das operações no campo.
de produção a aplicação tardia d e N , durante essa fase , c. permitir a lenta mineralização dos nutrie ntes
pode aume ntar o teor de proteína nos grãos. Isto pode
ser vantajoso quando há prêmio pago por proteína. Cui-
dados devem ser tomados na aplicação tardia para evitar
cio solo .
d. aplicar os nutrientes pouco antes do
aumento cios riscos de ILxiviação.
...
danos que poderiam causar impactos no enchimento dos e
grãos (por exe mplo, queimadura da folha bandeira) . 2. A absorção dos principais nutrientes pela maior
♦ Árvores frutíferas. Árvores frutíferas são plantas parte das culturas geralmente segue uma curva, •
pere nes com difere ntes características de absorção e em relação ao tempo, cuja forma é denominada
distribuição d e N em relação à maioria das culturas. Um a. sigmóide.
bom exe mplo é a uva , qu e te m três fas es distintas para a b. rombóide.
absorção d e nutrie ntes: {i) período entre a brotação/iní- c. esferóicle.
cio do d ese nvolvim ento foliar e novos brotos/d esenvolvi· d. linear.
me nto d e frutos, (ii) pe ríodo e ntre início e d esenvolvi -
me nto d e frutos e (iii) período após o d esenvolvirnento 3. A aplicaçi\o d e íertilizante nitrogenado na fase ele
~
até a 111aturação dos frutos. es piga mento cio trigo pode aumentar
a. a produtividade.
♦ CultuJ•as tropicais semi-perenes. Para culturas b. o enchimento dos grãos. WJ
como d e ndé ou ba nana, qu e têm colheitas continua~ . a c. a proteína no grão .
é poca corre ta d e aplicação derenderá principa lmente das cl. a qualidade cio a mido nos grãos. 11;&
condiÇÔL'~ climática~ e ela ora~iiio propíciél para aplicação. 11
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NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · ÉPOCA CERTA
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•
•
NITROGt:NIO
ATMOSFt:RICO
OXIDO •
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N, NITROSO
N,O
AMÔNIA
NH,
•
Ciclo do PERDA POR
LIXIVIAÇÃO
Nitrogênio
Figura 5.2 Ciclo geral do nitrogênio. Como o ciclo do N é mais complexo e dinâmico do que o dos outros nutrientes, as discussões
...
relacionadas à época de aplicação são mais comumente centradas no fertilizante nitrogenado.
5.2 Analisar a Dinâmica de Fornecimento de pode ser pron tamente convertido em formas fracamente
Nutrientes do Solo solúveis e formas indisponíveis de P. Portanto, nesses
ambientes, é comum aplicar anualmente fertilizantes fos-
A maior parte dos solos tem capacidade de suprir pelo me- fatados concentrados em faixa, no plantio, para aumentar
nos algumas das necessidades nutricionais de uma cultura. a disponibilidade às culturas.
.,
Geralmente, quanto mais arenoso ou intemperizado é o
solo, menor é a sua capacidade de fornecimento de nut1ien· Uma boa compreensão das transformações do N e de
tes. A capacidade de fornecimento de nutrientes do solo é outros nu trientes no so lo é fundamental para a avaliação da
importante para o componente dose dos 4Cs, mas pode dinâmica de suprimento de nutrientes cio solo. O nitrogênio
iníluenclar a época de aplicação , assim como as exigências. é absorvido como nitrato (NQ 3-) ou amõnio (NH/) . Outras
Em termos gerais, quanto maior a capacidade do solo em formas de N devem ser convertidas em nitrato ou amõnio
reter e fornecer um nutriente à cultura, e disponibilizá-lo ao para que a planta possa utilizá-las. A Figura 5.2 mostra
longo da fase de crescimento, menor será a necessidade de
eníatlzar o momento crítico para aplicação desse nutriente.
uma representação resumida do ciclo cio N e como é sua
dinâmica e transformação. Em um determinado solo , 0 N •
•
-
Seguem dois exe111plos contrastantes: disponível para a planta é fornecido tanto pela mhll'rallza-
çflo da matéria orgãnica do solo como pC'lo nitrato e amõnio
♦ Parn muitos solos agrícolas, os fertilizantes fosfatados e
residual. Em climas áridos, o nitrato pode se acumular no
potássicos podem ser fornecidos uma vez para suprir as
solo e ser utilizado em v,írias saíras. OndC' a prcdpit,1çào é
necessidades de u111a ou várias saíras. Após aplicados, P
elevada, o nitrato é mais íarilmente n•movido cio solo por
e K são mantidos no ~olo e perrm111ere111 disponíveis :is
lixivlaçiio e/ou desnltrilkaçf10. O nitrogê nio pode entmr no
c ulturas ao longo uo tempo.
solo a partir da atmosft>rn por várias vi,L~. ou pode se r adi-
.
♦ Algum ~olos altamente alcalinm, ou solos L>astante úci· cionado como ícrtillza11tcs, resíduos dl' c ulturas ou este rcos.
dos, comuns cm regiôes tropiCélis, têm alta capacidade de Entre os 11utr!C'11tes, o N tem o ciclo mais co111plcxo, uma
l1xaç;1u d e P. O ícrtllizante íosíatadu aplicado nestl's solos vez que Pstü ~ujclto a mais transformações e pe rdas.
...
Outro fator importante na avaliação da dinâmica de forne- de várias aplicações de N durante a safra por meio da
cimento do nutriente pelo solo é o nível dos elementos na fertirrigação, otimizando a época de aplicação de forma a
análise do solo. A análise do solo não é uma ciência exata corresponder à demanda da cultura. Assim, controlando a
que fornece uma resposta absoluta se haverá ou não resposla época de aplicação, a eficiência de uso dos nutrientes pode
à aplicação de fertilizantes cm um detem1inado momento. ser melhorada e o potencial de perdas reduzido.
Existem muitos outros fatores que afetam o sistema. A análise
de solo fornece, ou pelo menos dá uma Ideia, da probabi- 5.4 Avali ar a Logística das Operações no Campo
lidade de resposta à aplicação de fertilizantes em relação a A logística de distribuição de fertilizantes , as operações de
um nutriente específico. Geralmente, quanto maior o nível campo e os equipamentos de aplicação são fatores impor-
do nutriente na análise do solo, menor será a necessidade de tantes que afetam as decisões em relação ao momento da
aplicação de fertilizantes e maior será a flexibilidad e na época aplicação. Visto que em muitas regiões o tamanho das
de aplicação. Consulte a Seção 8.5 para obter mais detalhes. propriedades têm aumentado, há necessidade de ajustar
Ao avaliar a dinâmica de fornecimento de nutriente do solo a logística de plantio e o momento de entrada na área. A
o profissional deve considerar o ciclo do nutriente específico. aplicação antecipada de fertilizantes, tal como ocorre co m
Questões-chave incluem: a aplicação no outono para as culturas plantadas na prima-
♦ Existem problemas de imobilização ou outros processos vera, pode reduzir a pressão sobre as operações de plantio
que podem interromper o fornecimento de nutrientes? e permitir um momento mais oportuno de plantio. Geral-
mente, a aplicação antecipada de fertilizantes fosfatados e
♦ O solo tem potencial para comprometer a disponibilida-
potássicos é considerada uma prática sensata, pois o risco de
de dos nutrientes adicionados ao longo do tempo (por
perdas é pequeno no intervalo de tempo entre a aplicação e
exemplo, P em solos altamente ácidos ou alcalinos)?
o período de desenvolvimento da cultura; no entanto, como
Essas e outras questões irão afetar de alguma forma as deci- mencionado anteriormente, deve-se ter cautela na aplicação
sões sobre época, dose, local e fonte de fertilizante. antecipada de N, principalmente onde há elevado risco de
perda do elemento por lixiviação e/ou desnitrificação.
5.3 Analisar a Dinâmica de Perda de
Em áreas tropicais, é importante estar preparado para as
Nutrientes do Solo condições climáticas adequadas. No entanto, análises de
As perdas de N e P dos sistemas de cultivo geralmente causam solo e de planta devem ser realizadas com bastante ante-
grande preocupação visto que, além de acarretar impactos cedência, de modo a orientar e assegurar a aquisição e o
econômicos negativos, podem criar problemas ambientais armazenamento adequado de fertilizantes. Os fertilizantes
específicos. O nitrogênio pode ser perdido por várias vias, devem estar disponíveis semanas antes do momento previsto
incluindo a Iixiviação de nitrato, o escoamento superficial nos para aplicação. O manejo inadequado dos fertilizantes pode
campos e perdas gasosas. O nitrogênio no solo tende a ser conduzir a sérios problemas em alguns sistemas tropicais.
convertido na forma de nitrato. Devido à sua carga negativa, Por exemplo, se N e K não forem aplicados juntos, pode
o nitrato não é atraído pelas cargas negativas das partículas ocorrer desequiübrio entre os nutrientes, predispondo as
de argila e matéria orgânica. Assim, esta forma fica livre para plantas ao ataque de pragas, como está bem documentado
ser Jixiviada com o movimento da água no pernt do solo. O para as pragas de folhas de dendê, que se beneficiam do
fósforo é muito menos suscetível à lixiviação, mas pequenas alto teor de N e baixo teor de K na folhagem.
perdas de P podem causar grandes impactos na qualidade da Fertilizantes de liberação lenta e outras tecnologias de
água. As perdas de P no campo ocorrem principalmente por eficiência melhorada podem ser ferrame ntas úteis quando
escoamento superficial. Em alguns solos, as perdas via canal a logística exige uma única aplicação em época que
de drenagem podem ser significativas, e em solos com teores normalmente seria inadequada. O preço dessas tecnologias
muito altos de P a lixiviação pode ocasionar perdas se o tradicionalmente tem limitado a sua utilização na produção
lençol freático for muito raso. A aplicação localizada de ferti- agrícola comercial, porém, com o aumento do preço dos
lizantes fosfatados abaixo da superfície do solo pode diminuir nutrientes e da preocupação com as questões ambientais.
significativamente o risco de perda.
:a Em solos e ambientes climáticos onde há potencial
mudanças na logística e/ou nos produtos utilizados têm se
tornado mais viáveis economicamente em sistemas intensivos,
significativo de perdas de nutrientes , a época de aplicação como nas culturas tropicais, como banana, por exemplo, em
deve ser focada e específica. Por exemplo, a aplicação que o número total de aplicações pode ser reduzido de fom1a
de N no outono, antecedendo o plantio na primavera ele significativa, economizando dinheiro e mão de obra. IIIJ
::.A
culturas como milho, somente eleve ser praticada em áreas
REFERÊNCIAS
geográficas onde é baixo o risco d e perdas no final do
outono. quando a temperatura do solo estiver abaixo de Bruulse ma , T. W. (Ed). Managing crop nitrogen for
10 "C, sendo esperado um contínuo resfriamento. As weather. Norcross, GA: IPNI , 2008.
aplicações de pré-plantio na primavera e/ou em cobe rtura Ma, L.; Alntja, L. R.; Bmul.sema, T. W. (Eds) . Quantifying
geralmente oferecem me nor risco de pe rda e maior and understanding plant nitrogen uptake for systems
rentabilidade, e são preferíveis iis aplicações de 01110110, modeling. Boca Raton: Taylor and Francis Group, LLC, 2009.
apesar cios desal1os logísticos. Em contraste, alguns sistemas Schepers, J. S.; Raun, W. R. (Eds) . Agronomy Monograph
com milho irrigado permitem aos produtores a rcali:wção 49. Madison: Amerícan Society of Agronomy, lnc., 2008.
5. A época de aplicação do nutriente é mais Importante 9. Para culturas plantadas na primavera , a vantagem da
para aplicação de N na primavera, ao Invés da aplicação no
a. N. Inverno anterior, Inclui
b. P. a. temperaturas do solo mais quentes.
c. K. b. menor Interferência com outras operações de
d. Mo. campo.
c. menor risco de perda e maior lucratividade. li
6. A nitrificação envolve a conversão de:
a. nitrato em dióxido de nitrogênio (NOJ .
b. nitrato em óxido nitroso (N 20).
c. amónio em nitrogênio (NJ .
d. plantio em tempo oportuno.
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NUTRI ÇÃO DE PLANTAS 4C - ÉPOCA CERTA
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Módulo 5.1-1 Resposta da produção de trigo à apllcação tardia de N estimada por melo da coloração da
folha, com o uso de clorofllômetro (SPAD). A prática convencional recomendada para adubação nitrogena-
da de trigo no noroeste da Índia é de 50% da necessidade de N aplicados na base (na semeadura) e os 50%
restantes aplicados na fase de Iniciação da raiz na coroa (IRC) (fase de desenvolvimento 13 da escala Zadoks).
Como mostra a Tabela abaixo, a aplicação de N no estádio de perfilhamento máximo (PM; fase de desenvolvi-
menta 22 da escala Zadoks) aumentou o re ndimento nos 3 anos quando as doses aplicadas na base e na IRC
somaram 80 kg ha-1 ou menos, e em 2 dos 3 anos quando as doses foram mais elevadas. O trigo respondeu à
aplicação tardia de N na fase de PM qua ndo os valores SPAD estiveram abaixo de 44.
Fonte: Adaptada de Bijay-Singh, et ai. Agronomy Journal, v. 94, p. 821-829, 2002.
o o o o - 1,7 a * 1,8 a
o o 30 30 - 3 ,1 b 2, 7 b
30 30 o 60 3 ,3a 3 ,7 c 2 ,9 c
30 30 30 90 4,1 b 4,5 d 3 .7 d
40 40 o 80 3 ,9 b 4,2 d 3 ,6 d
40 40 30 110 4,5 c 5,0 e 4 ,2 e
50 50 o 100 4,1 b 5 ,1 e 4.4 f
50 50 30 130 4,5 c 5,2 e 4 ,7 g
60 60 30 150 4 ,8 c 5,1e 5 ,1 h
* Na coluna , médias seguidas pela mesma letra não diferem significativa mente entre si a 0,05 de probabilidade pelo teste de Duncan.
Módulo 5.1-2 A apllcação de N em sincronia com a demanda da cultura diminui o nitrato no solo . A maior
demanda de N pela cultura do trigo ocorre próximo ao in ício do alongamento do colmo (fase de desenvolvimento
31 da escala Zadoks). Sincronizar a aplicação de N às necessidades da cultura pode ajudar a melhorar a eficiência
de utilização e resultar em maiores lucros para o agricultor e menos efeitos adversos ao meio am biente.
Produtores de trigo no noroeste do México aplicam rotineiramente 75% da dose recomendada de N (250 kg ha 1)
três semanas antes da semeadura , e o restante da dose cinco semanas após o plantio. Riley et ai. (2001) campa-
raram a prática dos agricultores a uma prática alternativa que consistia na aplicação de 33% do N no plan tio, e o
restante cinco semanas após o plantio. Eles verificaram que a prática alternativa melhorou a absorção de nutrientes
e diminuiu a perda por lixiviação em cerca de 60% em relação à prática dos agricul tores (ver fi gura), além de
apresentar comparável retorno econômico ao agricultor."
h
Fonte: Riley, W. J.; Ortiz-Monasterio, I.; Matson, P. A. Nutrient Cycling in Agroecosystems, v. 61, n. 3, p. 223-236, 2001.
- - ---
200 FP9596 ~
•·• · · •. ,,,m
15-30cm
(: 1 Concentrações de N mineral na solução
do solo mensu radas durante o cultivo
i
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-b>
150
o 30 - 60cm -------·
1 convencional de trigo (FP9596) e com
a utilização de prática al ternativa
-~l >~~=vr~---~--=·
100
O)
(ALT9 596).
2, 50 1 F. 1e P se referem às datas de adubação.
o" o 1
Irrigação e plantio, respectivamente. O
z FI p FI 1 1 1 1 N mineral, nas formas NO, · + NO, , foi
Ol avaliado com o uso de lisimetro~. que
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30 ALT9596 -
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o - O - 15 cm
- - .. 15 - 30 cm
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(b) 1 extr aem a solução do solo a 70 crn de
p,o ;u ndidade.
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~ 20 o 30 • 60 cm 1
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30-Mar 30-Mai 31-Jul 30-Set 1-Dez
100%na base
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50% na base + 50% em cobertura no
florescimento
-
IIC
Tratamentos
Produtividade Recuperação de Cp Produtividade Recuperação de Ca
g/vaso % g/vaso %
NPK 26 26 -
NPK + CaS04 29 9 30 10
NPK + Ca(N0J)i 30 10 32 13
te
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - ÉPOCA CERTA
Módulo 5.2-1 Altos níveis na anállse de solo posslbllltam flexibilidade na época de apllcação de P e K. O
laboratório de solos da Universi dade Esta dual do Kansas (KSU) faz recomendações de adubação com base no
critério de suficiência ou no critério de construção-manutenção para o manejo do nutriente. O cliente escolhe qual
destas abordagens melhor se adapta à sua operaçã o. O objetivo do critério de suficiência é aplicar apenas P e/ou
K em quant idade suficiente para maximizar a rentabilidade no ano de aplicação, minimizando as aplicações de
nutrientes e os custos co m fertilizantes. O objetivo dos programas de construção-manutenção da fertil idade é
gere nciar os níveis de P e/ ou K das análises de solo como va riáveis controláveis. Com baixos valores na análise
do solo, as recomenda ções se desti nam à aplicação de P e/ou K suficientes para satisfazer as necessidades
nut ricionais imediatas da cu ltura e construir níveis de valores não-limitantes na análise do solo, acima do nível
crítico. A KSU gerou algumas informações e figu ras clássicas sobre relações entre nível de análise de solo, produ-
tividade da cu ltura e recomend ações de fertilizantes. A relaçã o ilustrada no gráfico abaixo mostra que à medida
que aumenta o nível do nutriente na análise de solo, aumenta a flexibilidade da época de aplicação e reduz o
risco de lim ita ção da produ ção devido à adubação.
Fonte: Leikam, D.F. et ai. Better Crops wit h Plant Food , v. 87, n. 3, p. 6-10, 2003. Para mais informações, consulte
a Seção 8.5.
Alto
- - - --
risco
Risco do úlllmo
Incremento
de fertlllzante
...
- -- --
__,. .
..- . .------------
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Risco do fertJliza nte
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Alio
risco
\ ___ . . ..•· .-
não ser ronlávol da cultura
' ......✓
'\.
\
Programas de construção/
Programas de
suliciónci a do
manu tenC,,o da fertilidade \
rertllldade da
cultura Programa
de 8 anos
Programa
de 6 anos
Programa
de 4 anos
\
Baixo ' Baixo
risco nsco
1 Tomando-se como base: N @ $ 1,54/ l<g N; N-Servo - $ 19,7 8/ lia: milho - $ 157.5/ t.
, Conteúdo de nitrogénio no grão de milho como porcentagem da quantltlad e de fertiliza nte nitrogenado aplicado.
} Zona de alta
concentração
de P
l-30an-i
A raiz apresenta uma taxa máxima de absorção de nutrientes influxo permitem que uma planta nutricionalmente estressada
(Barber, 1995). Isto signillca que à medida que a concentração compense, parcialmente, a bnixa oferta de nutrientes no
de nutrientes na solução cio solo aumenta (adição de nutrien· solo , embora a absorção total seja menor , comparada n umn ,...
tes) , a taxa de absorção de nutrientes pelas raízes também planta nüo estressada.
aumc111a, mas eventualmente se aproxima de um máximo. As taxas ele absorção de uutrientes podem mudar co m a idade 117:
ls~o signiflca que uma única raiz não pode suprir todas as ela planta. Por exemplo, as tnxas ele absorção ele P são muitas
necessidades de nutriente~ da planta ao longo do seu desenvol- vezes maiores quando as plantas ele milho e ele soja são mais
vimento. Em vez disso, é necessário um sistema de raízes bem Jovens cio que quando são lllals velh~. Quando as taxas c!L•
de~envolvido, em que cada raiz ati va contribui para il aqulslçüo
dn quantidade total de mllrientes requerida pelas plantas.
absorção cll111inue111 com o tempo, ro mo foi observado em E
milho e soja, scni necessário aumentar a ,irea de supcrfícic
A~ raíZl'S também perdem nutri ente~ - um processo denoml · c!P rnlz 110 final da csta~·ão ele nesci111e11to, juntamL•111c com
nado .. efluxo ". Ambm, Influxo e efluxo, ocorrem nas raízes u111 n11111c11to C01Tl'Spo11dcnte 110 aces.~n ao volun1l' ele solo
cm fun ção da vnriação nas concentrações de nutrientes no fertilizado , ílpC'níls pilía 111<111ter a absor~·ão de nutriL·ntes. No
solo . No e ntanto, conforme o Mtprlmento de nutrientes de· entanto, à llleclida que a partl' ,u;rea da planta se clcsenvolvc,
cre~ce, influxo e efluxo podem quase se Igualar. Nessl• ponto, , llllllCllla ai11cla lllill~ il cxig(•ucia Clll lllllrientl'S, exigindo O
não ex iste! qualquer absorção líquida dt> nutrit•ntes pela raiz, de~L•11volvl11rento de um ~istL'IIJa radicular mais cxtl·n~u.
~ (Figura 6.3). O obJellvo dessa aplicação é obter uma distri- h) A profundidade de aplicação também pode variar muito,
porém, a necessidade de potência do equipamento aplica·
buição razoavelmente equilibrada das partículas Individuais
r3 de nutrientes, quer sejam grãnulos de fertilizante sólido ou
gotículas de fertilizante líquido. A aplicação de nutrientes
dor geralmente limita a profundidade das faixas a 20 cm ou
menos, embora aplicações mais profundas sejam possíveis.
~ em faixas é feira em áreas localizadas, com larguras e volu- O tratamento de sementes com micronutrientes, como Mo
mes limilados de solo. Tais aplicações podem ser feiras tanto para a soja ou Zn para o milho, também pode ser consi-
3 na superficie como abaixo dela, em profundidade.
derado como um método de localização de nutrientes.
No entanto, as concentrações máximas e seguras de tais
3 Faixa larga Faixo larga Faixa estrella
sobm a linha enlre as linhas perto da linha
tratamentos podem variar entre espécies e mesmo entre
híbridos de milho em diferentes grupos de maturação. Muitas
:a r
-
- - -
-
~
a. a lanço.
em contato direto com o sulco de semeadura (frequente-
b. em faixa. 1
mente denominado de "pop·up") , ou ao lado, ou embaixo,
c. revestimento ele sementes. 1
ou ao lado e embaLxo (frequentemente denominada de 1
d. pop-up.
"faixa lateral") . i
1
c) Altas concentrações de nutrientes na solução do solo Aplicações mais frequentes podem aumentar o volume de
aceleram a taxa de difusão bem como promovem o movi- solo fertilizado, mas isso depende da dose utilizada. Altas
mento de maiores quantidades de nutrientes por íluxo de doses são requeridas para manter as zonas fertilizadas enri-
massa: ambos os processos aumentam a taxa de reabaste- quecidas por longos períodos de tempo.
cimento de nutrientes para as raízes das plantas;
As duas principais opções de localização de nutrientes, no
d) Suprimentos concentrados de N e P provocam a prolifera- caso de aplicações frequentes, são: I) aplicar os nutrientes no
ção de raízes, havendo maior absorção de nutrientes pelas mesmo local ao longo do tempo ou 2) aplicá-los em diferentes
plantas na proximidade das faixas; locais (Figura 6.4) . No caso de nutrientes pouco móveis no
e) A taxa de absorção pelas raíz.es individuais pode aumentar solo, como P e K. a aplicação na mesma região ao longo
quando as plantas estão em situação de deficiência de do tempo pode aumentar a concentração de nutrientes em
nutrientes, mas elas atingem um máximo, o que requer maior volume de solo à medida que os nutrientes se difundem;
a presença de mais raízes próximas do suprimento de
nutrientes à medida que a cultura se desenvolve.
Considerações sobre todos esses processos tem levado aos Nutrientes aplicados a lanço ao longo do tempo (manejo conservacionista)
seguintes conceitos sobre localização de nutrientes em faixa:
A) A aplicação em faixa provavelmente é o método mais
eficiente quando os níveis de fertilidade do solo são baixos,
as taxas de aplicação são baixas e o nutriente aplicado é do
tipo que se move principalmente por difusão (por exemplo, Nutrientes aplicados em faixa, no mesmo local, ao longo do tempo
P ou K) ;
B) Para solos com baixa fertilidade, a aplicação de baixas
doses de nutrientes em faixa pode não atender às necessi· o
dades nutricionais totais da cultura;
Nutrientes aplicados em faixa, em diferentes locais, ao longo do tempo
C) Para solos com baixa fertílídade é necessário um volume
maior de solo fertílízado, do que o obtido com uma
única aplicação em faixa, para se atingir a produtividade
máxima.
Quando o fertilizante é aplicado ao solo, cada grãnulo Aumento do tempo
individual (sólidos) ou gotícula (líquidos e suspensões) reage
de modo a formar pequenos volumes de solo fertilizado nas
Figura 6.4 Mudanças nas áreas fertilizadas do solo aumentam
suas imediações. A extensão da camada fertílízada a partir
da partícula fertilizante varia de acordo com o nutriente, as
com o tempo decorrentes de repetidas aplicações
de nutrientes pouco móveis, como P e K. Áreas .....
condições ambientais e as propriedades químicas e físicas mais escuras indicam concentrações mais
do solo. A quantidade de solo enriquecido por um grânulo elevadas. Essa tendência se aplica a sistemas
ou gotícula individual é pequena, mas o volume total de conservaclonlstas de preparo do solo nos quais
solo fertílízado pode ser aumentado das seguinles formas:
1) utilizando o preparo do solo, 2) aumenlando a dose de
a mistura de solo fica restrita. Outras mudanças
substanciais possíveis (não apresentadas)
•
•
Incluem acumulação de nutrientes próximo da
nutriente, 3) aumentando a frequência de aplicação do superfície do solo, resultante da deposição de
nutriente e 4) aplicando o nutriente em diferentes posições resíduos de culturas, e redistribuição de nutrientes
pelos organismos do solo, como minhocas.
no solo. li
•
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - LOCAL CERTO
•
entretanto. o volume de solo não fertilizado pode ficar esgo- a) Sensibilidade da semente;
tado. Outra forma de aumentar o volume de solo fertilizado b) Índice de salinidade do fertilizante;
é a adubação de diferentes áreas do solo. Existem várias
c) Largura da abertura do sulco de semeadura;
opções. Por exemplo, aplicações a lanço e em faixas podem
ser combinadas elou as faixas podem ser aplicadas em d) Textura do solo;
diferentes locais ao longo do tempo. Quando as faixas são e) Umidade do solo no plantio;
aplicadas em diferentes locais do solo forma-se uma rede de
faixas de várias épocas no solo.
O Quantidade tolerável de perda de estande.
~
obter variedades ou híbridos mais adequados aos solos com duzido no campo. O equipamento de aplicação também
deficiências ou condições especíílcas ou realizar operações é capaz de registrar a quantidade e o local em que cada
~ também considera, em escala mais ampla, onde aplicar As etapas da ATV para recomendações de N baseadas em
medições das plantas, são as seguintes (Raun et al., 2002) :
os nutrientes em uma área. Essa área pode ser uma bacia
:m. hidrográfica, uma fazenda, um campo ou áreas dentro de
um campo. O manejo locai específico constitui um critério
a) Em uma faixa no campo, aplicar uma dose de N que seja
alta o suficiente para não limitar a produtividade:
no qual uma área maior é dividida em outras menores e
b) Coletar os dados de reflectãncia espectral em um estádio
cada uma delas é manejada separadamente, de forma mais
específico de crescimento da cultura, tanto de uma faixa
adequada. O manejo específico, portanto, depende das
onde o N não é limitante quanto de uma faixa adjacente.
medidas que são tomadas em maior densidade espacial,
onde uma dose de N normalmente é aplicada. Converter
comparado ao manejo convencional. Maior resolução espa-
os dados de reflectãncia espectral de ambas as faixas para
cial cria delimitações mais precisas das áreas problemáticas,
um IVDN médio e, então, calcular o índice de resposta
bem como das áreas altamente produtivas, permitindo que
(IR) ;
o manejo seja mais direcionado.
c) Usar algoritmos de recomendação para conve rter o IR em
As aplicações em taxa variável (ATV) são uma parte do um mapa de recomendação de doses de N;
conjunto de práticas de manejo que compõem o manejo
d) Usar um computador acoplado no equipamento de aplica-
específico de nutrientes. As aplicações em taxa variável têm
ção para transferir as informações do mapa de recomen-
:a como objetivo aplicar a dose certa de nutrientes no lugar
certo.
dação para os controladores, que variam a quantidade
de cada nutriente aplicado à medida que o aplicador é
::m As etapas da A TV para recomendação de nutrientes baseada
conduzido através do campo.
na análise de solo, são as seguintes:
O manejo de nutrientes em local específico também pode
a) Coletar amostras de solo espacialmente e registrar a ser utilizado em escalas maiores para colocar os nurrientes
localização geográfica {latitude e longitude) de cada ponto no local certo em uma bacia hidrográfica, visando reduzir
de amostragem utilizando um sistema de posicionamento as perdas de nutrientes. Por exemplo, o índice de fósforo
global (GPS), dispositivo que registra esses dados a partir (IP) pode ser usado para delimitar as áreas com fontes
da rede de satélites; críticas {AFCs) do nutriente de ntro de uma bacia hidrugrá-
b) Enviar as amostras de solo ao laboratório para análise de fica (Gburek et al., 2000) . As AFCs são mais vu lneráveis às
um conjunto completo de nutrientes e de outras proprie- perdas de P e representam parte importante da hidrologia da
dades químicas e físicas que podem ser importantes para bacia. Com a melhoria do manejo destas áreas, por meio da
a geração da recomendação nutricional; omissão ou redução das aplicações ele P ou da aplicaç:io mais
profunda de P no solo, pode-se redu zir as perdas de P dl' toda
c) Criar um mapa que matematicamente estima (interpola)
a bacia hidrográfica. Para mais informações sobre o 111dicc de
os níveis da análise de solo entre os pontos de amostragem
P, ver Seção 9.8.2.
reais. Tal mapa é criado por um sistema especializado de
informações geográficas (SIG), software que tem a capaci-
dade de realizar análises geoestatísticas;
d) Coletar outros dados requeridos por um sistema de
recomendação nutricional especifico. Esses dados podem
incluir mapas de textura do solo, condutividade elétrica
do solo, topografia, imagens de satélite do solo desco-
berto , Índice de Vegetação por Diferença Normalizada
(lYDN). taxas anteriores de aplicação de esterco e áreas
de aplicação, colheitas anterio res e/ou produtividade da
colheita;
1
Lawton, K; Vomocil, J.A. Soil Sei. Soe. Am. Proe., v. 18, p. 26-32, 1954.
Lynch, J. Root architecture and plant productivity. Plant Physlol.,
V. 109, p. 7-13, 1995.
◄5 3 7 47mm
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Dias após a aplicação de N
Figura 1. Perdas acumuladas de amônia provenientes das fontes ureia (UR), nitrato de
amônlo (NA) e ureia tratada com NBPT (UR·NBPT), aplicadas na superfície de
um solo coberto com resíduo de cana. As setas indicam a quantidade (mm) e
as datas de ocorrência de chuvas após a aplicação de N.
Fonte: Cantarella et ai. (2008).
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Ureia
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Fonte de N
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S PRINCÍPIOS UNIVERSAIS 4C anteriormente 7.2 Manejo adaptativo
discutidos são usados para selecionar as práticas
que apresentam maior probabilidade de cumprir As m elhores prá ti cas são dinâmicas e se desenvo l\'em à
os objetivos do manejo d e sistemas de c ultivo em locais medida qu e a ciê ncia e a tecnologia a mpliam a nossa co m-
esp ecífi cos e, d e forma mais ampla, as m e tas eco nômicas, preensão e as oportunidades, e a experiênc ia pratica e nsina
sociais e ambientais do d esenvolvime nto sustentável. Cada o observador o que fun cio na o u não sob condições loca is
uma das melhores práticas res ultames deve ser consistente es pecíficas . Thorup e Stewart escreveram, cm 1988:
com os princípios dos "4Cs". As condi ções locais pode m in- ') l /11'J t/ttLl'o 1rnli.::,t1do w1.Ja.::.<'11clw d,1 11111;·,·n1d11rl,· <' /111r p,·111111-
fluenciar a d ecisão sobre a seleção da prática até, e incluin- srulore.r /iru/1s.1i111111i., ,·111 cru11/w.1 de 11gn'ntllor,, s1io , .\ Ir, IJl<llilc'll/c'
::a do, o dia da imple m e ntação. Mliu,,as. •\'ÍJ ,•11/01110, l'la.r 1//iu làn r, l111 cio r/i1t'lt1, ll<"<'r,:wn,un, Ili<',
Interessados
Fatores locais
entrada
Cultura.:::::::JtJr--..i.---,
Solo
Produtor ---.i
Entradas de nutriente
Apolo à
decisão
Clima
Condições meteorológicas
----.i
Qualidade da égua
Tecnologia
Economia
Retroallmentaçao
Produtividade, lucratividade,
durabllldade, Impacto ambiental
(eficiência de uso do nutriente)
Figura 7.1 Papel do manejo adaptativo no refinamento prático do manejo de nutrientes 4C.
b
j:3
milho também pode ser um produtor e comerciallzador de
produtos hortícolas frescos em uma local diferente da fazen-
da. Um produtor de arroz também pode ser um empregado
na cidade em um trabalho não relacionado à agricultura.
Os softwares disponíveis variam de ferramentas estritamente
focadas em uma prática ou decisão a verdadeiros sistemas
de apoio à decisão, que integram vários aspectos do manejo
de nutrientes 4C. Abaixo está uma lista de exemplos sobre
Todas essas situações são comuns e fazem parte do mundo ferramentas de apoio à decisão e sistemas:
=-
cientistas, extensionistas e agrônomos. [On-linel.
calendário de aplicação de fertilizantes e a seleção da fonte.
b) Nutrient Expert for Hybrid Corn - Um software
Outras empresas também podem competir pelo tempo do
.ca gerente. O fertilizante nitrogenado de liberação controlada
pode ser a fonte selecionada devido a uma atividade que
desenvolvido para auxiliar consultores agrícolas nas
recomendações nutricionais para milho htbrido tropical.
O software está sendo adaptado para gerar recomenda-
~ o agricultor possa ter na cidade que lhe impediria de fazer
aplicações parceladas de uma fonte de nitrogênio conven-
ções para milho e trigo em uma ampla gama de ambien-
•
de P solúveis em água, em íunçiio, principalmente, da
cultura , propriedades do FR. propriedades do solo e
outras condições locais, como clima. [On-line]. 1. O manejo adaptativo é um processo continuo de
•
•
•
•
..
IIC
~
de sistemas de plantio direto sustentáveis. Consequentemente, esses solos geralmente têm baixo aporte de
resíduos culturais. O consórcio de cereais com forrageiras tropicais (sobretudo Brachiaria ou Panicum) tem
sido adotado com sucesso em várias regiões do Brasil como forma de proteger o solo e obter maior eficiência
:::s de utilização do nutriente, rendimentos mais elevados e também maior retorno econômico. A figura abaixo
mostra a produtividade de milho e a eficiência de utilização do fertilizante , média de três anos, confirmando
;::t essas melhorias. O rendimento do milho aumentou de 10.048 kg ha·1 , quando solteiro, para 12.077 kg ha·1,
quando em consórcio com Panlcum . A escolha correta das espécies de gramíneas consorciadas e da época de
r9 semeadura aumentou a eficiência de utilização dos nutrientes (quantidade de grãos produzidos por unidade
de fertilizante aplicado) em 20%. Como exemplo da viabilidade econômica , em uma das fazendas da empresa
Agro Pecuária Peeters S.A., no Brasil, houve um aumento de 100% no lucro devido à adoção de um sistema
6 de cultivo alternando soja, milho (safrinha) e braquiária em um ano, com algodão no outro ano, em lugar de
algodão todo ano. Em tais sistemas, as gramíneas forrageiras são cultivadas solteiras ou em consórcio com
culturas de grãos. Essa informação é um exemplo claro de como a adaptação adequada de práticas, como a
~
correta rotação e consórcio de culturas, pode trazer maior prosperidade à fazenda. Acredita-se que sistemas
de cultivas semelhantes possam ser expandidos para outras áreas do mundo.
Fonte: Crusciol, C. A. C. et ai. Better Crops with Plant Food, v. 94, n. 2, p. 14-16, 2010.
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SISTEMA DE CULTIVO
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Tabela 1 . Resposta da batata ao manejo do N e aos métodos de irrigação em lnner Mongolia. Média de dois
anos, 209-2010.
100% 33 ,0 b 22 220c
I
Nota: N-P, O,-K, O = 210-90-165 kg ha I em 2009, N-P, 0 ,-K,O = 240-90-165 kg ha em 2010.
Números seguidos da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si (P < 0,05).
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•
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · PRÁTICAS ADAPTADAS M
Estudo de Caso 7.3-1 Seleção de práticas de manejo de p em trigo com base no perfil dos agricultores. Resul-
tados de um workshop sobre interpretação da análise de solo, ocorrido durante o Simpósio Internacional sobre
Análise de Solo e Análise de Planta, realizado em Olympia , Wash ington , ilustram a importância do perfil do produtor
na seleção de práticas de manejo de P (Fixen, 1994). Os participantes do evento - profissionais de 11 países que
trabalhavam com análise de solo - foram divididos em duas turmas de 20 pessoas. cada turma foi dividida em quatro
grupos de cinco participantes, sendo que cada grupo detinha Informações sobre um agricultor específico. Os quatro
agricultores, que cultivam trigo como cultura comercial primária, foram descritos como segue:
• Jovem arrendatário. Este jovem agricultor tem uma carga elevada de dívida, possui pouco capital e não pode
negociar um contrato de arrendamento por mais de dois anos. Os rendimentos do agricultor crescem a taxas
mais baixas do que os da maioria dos outros na região devido, em parte, às restrições de capital.
• Agricultor bem estabelecido. Este indivíduo não tem dívida, investe o capital excedente em fundos de investi-
mento e tem excelentes rendimentos para a área. A área em questão foi comprada recentemente.
• Agricultor expansionista. Este agricultor recentemente fez a compra de uma grande área e tem pouco capital.
• Agricultor em tempo parcial. Este agricultor tem capital suficiente, mas também é profissional de ensino
durante nove meses e enfrenta graves conflitos de tempo na época do plantio. Este indivíduo não sabe há
época para aplicar o fertilizante em faixa com a adubadora e prefere que o comerciante de fertilizantes cuide
de aplicá-lo a lanço.
Todos os grupos receberam os mesmos dados de calibração, dados de absorção e faixa de análise de solo e cada
grupo foi incumbido de desenvolver planos de manejo de P, de curto e longo prazo, para um agricultor específi-
co (um dos quatro descrito acima). Os planos de todos os grupos foram discutidos e comparados com planilhas
geradas por um programa, denominado PKMAN, desenvolvido pelo Potash & Phosphate lnstitute, para facilitar
a personalização da interpretação da análise de solo. Este programa calcula o nível de P e K nos solos em que o
último dólar gasto com estes nutrientes proporciona um retorno igual ao retorno mínimo aceitável na entrada de
investimentos pelo usuário. Este nível é classificado como nível-alvo da análise de solo. A dose gerada no nível-alvo
é igual à quantidade de P ou de K removida na colheita. Se a dose sugerida na Tabela for seguida, as análises de
solo, ao longo do tempo, devem aumentar ou diminuir em relação ao nível-alvo.
Os grupos participantes do workshop foram questionados sobre a quantidade de P a ser aplicada durante o primeiro
ano e sobre os níveis-alvo da análise de solo a longo prazo. As recomendações são descritas na Tabela abaixo, jun-
tamente com os dados gerados pelo PKMAN. As recomendações feitas pelas duas classes foram muito semelhantes
entre si e, na maioria dos casos, semelhantes às do PKMAN. A exceção foi a dose de primeiro ano para o agricultor em
tempo parcial. Esta discrepância ocorreu, principalmente, devido à dose excessivamente baixa de um ano em relação
ao primeiro nível-alvo da análise de solo sugerido pelas classes. Quando o fato foi discutido com as classes, os grupos
concordaram que a dose no primeiro ano teria que ser aumentada para, eventualmente, construir o nível-alvo da
análise de solo. Assim, o programa de computador gerou recomendações semelhantes às desenvolvidas intuitivamen-
te pelos profissionais da análise de solo. Este exercício ilustra como as circunstâncias em que o produtor está inserido
podem influenciar as decisões sobre doses, local e época de aplicação de fertilizantes. Ele também mostra que as
ferramentas de computação podem facilitar a personalização da interpretação da análise de solo por profissionais da
área agronômica e podem ser úteis nos programas de manejo de nutrientes 4C.
Fonte: Fixen, P. ln: Murphy, L. S. (Ed.). Proceedlngs lntensive Wheat Management Conf., Denver, Co., Potash and
Phosphate lnstitute (agora IPNI), 1994. p. 49-79.
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M NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · PRÁTICAS ADAPTADAS
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~
~ Estudo de Caso 7.3-2 Otimização da adubação nitrogenada com fertilizante de liberação controlada.
Pequenos agricultores, em grande parte do mundo, estão continuamente procurando novas formas de aumentar
=a sua renda familiar. Assim, na China, nos últimos anos, grande parte da mão de obra deixou o campo para tra-
balhar na construção da infraestrutura modernizada do país. A tecnologia existente indicava que os agricultores
que cultivavam cu lturas irrigadas com alta produtividade deveriam parcelar a aplicação de N para obter maiores
~ produtividades e otimizar a eficiência de uso do N. Entreta nto, a valorização do emprego fora do campo não
permitia que houvesse mão de obra suficiente no locai para aplicar o N de forma parcelada, de acordo com os
:a estádios de crescimento.
A tecnologia de fe rtilizante de liberação con trolada proporciona ao agricultor uma "fonte" adicional de fertilizante
:a nitrogenado que permite a aplicação de todo N no plantio mas com liberação subsequente em várias vezes
durante o período de crescimento da planta. Frequentemente, estes fertilizantes de liberação controlada são mis-
:a turados aos fertilizantes nitrogenados comuns para permitir o suprimento imediato de N bem como a liberação de
N em época posterior. O custo adicional destes produtos para o produtor frequentemente é mais do que compen-
=- sado pela renda oriunda do trabalho fora da fazen da, e a eficiência do produto de liberação controlada permite ao
agricultor aplicar a dose normal ou, em muitos casos, a dose reduzida.
Fonte: IPNI China, dados não publicados.
Como mostra a figura abaixo, em uma fazenda de gado leiteiro com 1.100 vacas, em New York, quando a dieta do gado
passou de 52% de forragem para 60%, entre 2004 e 2009, a quantidade de N necessária na fazenda foi reduzida a quase
metade (Fields, 2011). O gerente da fazenda comentou que "A dieta com elevada quantidade de forragem é obtida quando se
produz forragem com alta qualidade, por isso precisamos aproveitar plenamente o valor nutricional do esterco produzido. Nós
optamos pela injeção direta de N no solo ... assim, as perdas de N por volatilização são muito reduzidas, reservando-se
um nível mais elevado de N para o milho". De forma semelhante, em outra fazenda com 650 vacas leiteiras, no centro de
New York, houve redução do teor de N e de P do esterco em 17% e 28%, respectivamente, enquanto a produção de alimentos
para os animais aumentou de 43% para 59% ao longo de 5 anos (Tylutki et ai., 2004).
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·e o 2004 2005 2006 2007 2008 2009
2-
Referências
Flelds, L. Cornell University Nutrient Management Spear Program, W11ole Farm Evaluatlon Series, 2011.
Stalhngs, e. e. V1rgmia Cooperatlve Extenslon, 2005. 111
Tylutki , T. P. et ai. The Professional Animal Sclentist, v. 20, p. 58-65, 2004 .
•
•
M NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · PRÁTICAS ADAPTADAS
•
...
Estudo de Caso 7.4-1 Uso do Nutrlent Expert, uma ferramenta de apolo à decisão, aumentou a rentabllldade da
produção de milho. Nas regiões produtoras de milho do Centro de Lampung e Norte de Sumatra, na Indonésia,
experimentos de campo foram conduzidos para validar a ferramenta Nutrient Expert. Em cada região, os resultados
foram obtidos para cada prática adotada nos cinco campos, localizados muito próximos um do outro.
A ferramenta "Nutrient Expert" utiliza Informações sobre o suprimento de nutrientes do campo obtidas tanto de
parcelas com omissão de nutrientes como de características do local e do manejo, as quais servem como modelo
para o fornecimento de nutrientes. A ferramenta recomenda doses e épocas para a aplicação de N, P, K que dife-
rem das práticas de adubação adotadas pelos agricultores, as quais são baseadas em recomendações regionais
generalizadas ou são estimativas que normalmente não consideram o fornecimento de nutriente nativo de um local
específico.
Nesse caso, o fornecimento de nutrientes foi estimado com base nos dados de textura, profundidade e coloração
do solo, assim como no histórico de cultivo e fertilização. O rendimento de milho a ser atingido nestes dois ambien-
tes favoráveis foi estimado em 9 t ha·1 e foi utilizado como produtividade-alvo para a safra. Os preços de semente.
fertilizante e grãos são valores reais registrados na época em que os experimentos foram realizados.
Em média, as recomendações do "Nutrient Expert" resultaram em maiores rendimentos com menor quantidade de
fertilizantes na Indonésia. A maior eficiência e rentabilidade foi atingida com maior ajuste na dose de cada nutriente
aplicado à necessidade local e pelo aprimoramento na época de aplicação, geralmente pelo aumento do número de
aplicações parceladas.
Referências
Pampollno, M. et ai. IPNI, Penang, Malaysia, 2011. [On-llne j.
Witt, C. et ai. IPNI, Penang, Malaysia , 2009 . [On-line j.
•
Nutriente Mudança de coloração nas folhas inferiores (nutrientes translocados)
N Plantas pequenas com coloração verde-claro ou amarelo-claro ... primeiro as folhas mais velhas ficam ama-
reladas (clorose) ... o amarelecimento se inicia na ponta da folha e se estende ao longo das nervuras em
milho e sorgo.
p Plantas verde-escuras com matiz arroxeado ... folhas e plantas pequenas.
K Descoloração amarelo-amarronzada e necrose ao longo da margem externa das folhas mais velhas ...
começa na ponta da folha em milho e sorgo.
Descoloração verde-pálido próximo à ponta da folha ... torna-se amarelo brilhante entre as nervuras e, no
•
Mg
final , vermelho-púrpura da borda para dentro.
•
Nutriente Mudança de coloração nas folhas superiores (nutrientes não translocados). Morte da gema terminal.
Ca Atraso no aparecimento das folhas primárias ... deterioração das gemas terminais. Pontas das folhas podem
ficar grudadas em milho.
B Folhas amareladas perto do ponto de crescimento ... gemas apicais aparecem como tecido morto de colora- E
Nutriente
ção branca ou marrom-claro.
Mudança de coloração nas folhas superiores (nutrientes não translocados). Gema terminal permanece viva.
•
s Folhas , incluindo as nervuras, com coloração verde-pálido a amarela ... primeiro as folhas jovens.
•
Zn
Fe
Em citros, clorose internerval pronunciada e bronzeamento das folhas. No milho, amplas faixas de colora-
ção branca a amarela aparecem nas folhas em cada lado da nervura central. Plantas raqu íticas, entrenós
curtos. Brotos novos podem morrer em algumas espécies de feijão.
Clorose inicia-se primeiro nas folhas Jovens, nas pontas dos ramos; a cor da folha muda un iformemente
•
li:
para amarela , com exceção das nervuras; mancha parda ou tecido morto aparece quando a defic iê ncia é
severa .
Mn
Cu
Folhas cinza-amareladas ou cinza-avermelhadas com nervuras verdes, clorose marginal e intervenal; as
folhas cloróticas mantêm a sua forma normal.
Folhas Jovens de cor uniforme amarelo-pálido ou folhas murchas e secas sem cloros e. Em cereais de
Inverno pode haver crescimento agrupado, enrolamento das folhas mais novas, com pontas necróticas, e
•
IE
acama me nto acompanhado de espigas chochas.
CI Murcha das folhas superiores seguida de clorose. Em cereais de mvern o pode haver clorose qu e progride
Mo
N1
para manchas necróticas nas folhas de algumas variedad es.
Folhas Jovens murchas e necrose ao longo das margens. Clorose das folhas mais velhas devido à incapacidade
de ulll izar adequadamente o N.
IC
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PRÁTICAS DE SUPORTE
=-
~
Lembre-se: Os sintomas de deficiência muitas vezes indi-
cam deficiência severa e podem não ser de todo observáveis
d) monllorar a fertilidade do solo e as tendências a longo
prazo, de forma que os programas de manejo de nutrien-
=- FOME OCULTA.
A fome oculta pode reduzir consideravelmente o rendimento
e a qualidade da cultura sem que esta mostre quaisquer
amostras representativas. A coleta de amostras representa-
tivas requer cuidado e habilidade. Em grande parte dos
casos, a amostra representa mais de dez milhões de vezes
sintomas de deficiência. Mais e mais campos sofrem de a quantidade de solo enviada ao laboratório. Assim, se a
níveis sub-ótimos de nutrientes, mas nenhum sintoma grave amostra de solo é tomada para represenlar uma pequena
de deficiência é obseivado de forma clara. ou grande área, é importante que sejam tiradas múltiplas
Perguntas 0
1. Quando as folhas superiores de uma planta de
soja apresentam cor amarelada entre as nervuras, o
nutriente em deficiência pode ser o
a. Ca.
b. N.
c. Mg.
d. Mn.
c) desenvolver planos de manejo de nutrientes quando c. ocorre somente com nutriente prontamente
lnmslocado.
combinada com informações d e produção , tais como
histórico de cuhi vo, mapas de inspeção de solos ou d. pode s r c-oniglcla na safra.
mapas de produlividade; r~
••
•
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · PRÁTICAS DE SUPORTE
Tabela 8 .2 Comparação de extratores utilizados, tempo para a extração e proporção entre solo e extratores específicos
para nove métodos de calibração de P no solo.
Condições de pH do solo a
M étodo Extrator Referências serem consideradas
0.5 M de bicarbonato de sódio Olsen et ai. (1954). USDA Usado em solos ligeiramente ácidos. neutros
Olsen
(pH 8,5) , 0,5 h de extração, rela- Circular Nº 939 e ligeiramente a muito alcalinos e alcalinos
ção solo:solução de 1:20 e calcários (isto é, pH do solo 6,0 a > 7,2)
Para diagnóstico de Áreas coni d) Caso lrnj a um a cii m a r.i cl lgilal d b po n ivcl, fo tografar
Baixa Fertilidade ou com Problemas as pla nl as qu e ~l' d l'~l'1wn lvl'ra111 1a n to na árt•a pobre
quanto na .irca adl•qu ad a e ut ili1ar as fo tos p.ir<l ajudar
a) Cole tar a rnostr.i s ~c pa rnd a~. el e ,íreas co m fe1 til idade
a diagnos ti ca r o p ro bll'i 11 ,1.
ba ix a e com fertillcJ a d e a d e qu a d a , u~a11d o as téc ni ca~
desc rit as a ntl·rl o rnie111 e. An1osh'age ni do Solo quaudo os
b) Culc la r a mmlra ~ Ul' ~up e rííl'l e l' d e ~ulisu lo. Fe,·tiliZíwtes são Aplicc,dos e ,n Faü:as
e) 1nrlulr a d e~r rl çfio cios sl111011rn~ o b ~e rvado s 11a ~ ,i reas C omldcrando qu e a lg uns cll•n w ntos . co m o o P d o ~o lu, !1-
<·0111 p ro bll•1nas 1: l' nvl,í-la Junlo cui11 a s anH1~11-.1\ . r,1111 rl'la tlvanll'nt e i111úv1•b 11a íaixa u nd t• u~ fcrti li L,11 \l cs sãu
•
q ual extra to r C'~ tá se ndo usado para melhor int erpretar os
result ados aprL'M:'Jtlé.ldos . _ .1
centrações de outros nutrientes. Diagnósticos realizados pelo Uma grande quantidade de nutriente não assim ilado na seiva
Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS)
baseiam-se em proporções relativas das concentrações de
nutrientes, em vez das concentrações absolutas, por uni·
dade de matéria seca no tecido da planta. As normas para
indica que a planta está recebendo o suficiente, do nutriente
que está sendo testado, para um bom crescimento. Se a quan-
tidade for menor, há grande possibilidade de que o nutriente
está deficiente no solo ou não está sendo absorvido pela plan-
•
essas relações são estabelecid as comparando-se as análises ta devido à fa lta de umidade no solo ou a outros fatores.
completas de culturas em si tu ações de baixo e alto rendi· Os testes de tecido são executados racil e rapidamente no
mento . Pelo fato de serem usadas essas re lações, a diluição campo . O tecido verde da planta pode ser analisado para
da maté ria seca com o crescimento da planta tem menor vários nutrientes, tais como NO 3 , N, P, K. e, por vezes. Mg.
efeito na interpretação, e a época de amostragem pode ser
mais fl exível (Sumner, 1977) .
Mn e Fe. No entanto, é preciso muita prática e experiência •·
para Interpretar os resultados, es pecialmente aque les para
lniclalment e, sugeriu-se que as normas do DRIS estabcle·
cldas em uma localização geográílca pudesse ser bem apll·
Mg e micron utrientC's.
•
•
Esses testes são utilizados para identificar o nutriente (N . p
cada cm outras regiões. Resultados de numerosos estudos ou I<) q ue pode estar llmlta11do a produtividade ela cultura .
com milho, trigo, sojil, alfafa e ba tata, no e nta nto , Indicara m Se o teor ele um nutrlc>ntL' está 111ulto baixo, outros pod em
que as nornrns dese nvo lvidas loralmentc> ou rcglona lme nt e se acumular 11<1 selva dt>vlcio o cresci111e11to restrito da
produzem mai s p1 eclsàu no diagnóstico de deílclê ncl,1s
.
p lanta, rcsuhnndo e111 Inte rpretação Incorre ta. Se a l uhur.i
(Munson e Nelson, 1990: Jones, 1993) . cresce vlgorosa111c11tC' após a correl;ão ela del1ciê11cl.1 , pode-~e
• ◄
Em algum países, i11clulndo Estc1dos Unidos, Brnsll. Canil · verificar que outros 11utrlentcs não estão prest> Jllt•s c>111 quan-
~b -roo~
80
E Q) 60
....
.9
e Starter somente ou zero
Q) Recomendação de
,~
E 40 suficiência
:c;
e
Q)
a:: Recomendação de Manuteção Starter somente ou zero
20 construção
!.A o
o Teor do nutriente no solo ->
1:3
a Agura 8.4 À medida que aumenta o nível de nutriente no solo, aumenta o rendimento relativo da cultura (relação
percentual entre o rendimento da cultura sem aplicação de nutriente e o rendimento da cultura em que
~ não há limitação nutricional). Portanto, o tamanho e a probabilidade de resposta em rendimento de uma
cultura à fertilização diminui com o aumento dos níveis do nutriente no solo. Recomendações de suficiên·
::a eia nutricional visam promover retorno econômico no ano de aplicação e diminuir a zero a reposição do
nutriente (ou uma quantidade menor do que a da remoção pelas culturas, geralmente colocada próximo
3 à semente, denominada de arranque) no nível crítico. O critério de construção e manutenção recomenda
a aplicação de quantidades maiores do nutriente do que aquela que foi removida pela cultura quando o
:a nível do nutriente no solo estiver abaixo do nivel crítico, quantidades iguais às de remoção pela cultura
no intervalo dos níveis de manutenção (faixa próxima ao nível crítico) e quantidades menores do que a
~ removida pela cultura e tendendo a nenhuma aplicação quando os teores no solo estiverem acima do nível
de critico.
:a Fonte: Adaptada de Leikam et ai. (2003).
:a
:a 8.6 Parcela com omissão de nutrientes REFERÊNCIAS
:a Onde as análises laboratoriais de solo e de tecido vegetal não Joncs Jr. , J. B. ln: Soll Tcsting and Plant Analysls. Part li: Plant
são possíveis de serem realizadas, o suprimento de nutrien- Analysis. Madlson, WI: SSSA . 1967. µ. 49-58.
::31 tes do solo para a cultura pode ser estimado ulilizando-se a Jones Jr., J. B. Aust. J. Exp. Agric. , v. 33, µ. 1039-1043, 1993.
técnica da parcela com omissão de nutrientes. Isto é feito em
~ pequenas parcelas, onde cada um dos nutrientes que está
Lclkam, D. F.; Lamond , R. E.; Mengcl, D. B. Bctter Crops. v. 87.
n. 3, p. 6-10, 2003.
sendo avaliado é omitldo em uma parcela, e nquanto todos
~ Marschner, H. Mineral Nutrlllon of Hlghcr Plants. 2. cd . London:
os outros são adequadamente aplicados. Há urna parcela
Acadcmlc Prcss, 1995. 889 p.
que recebe todos os nutrientes e também uma na qual
todos os nutrientes são omitidos. Se nflo houver decrésci mo Mun~on, R. D.; Nelson, W. L. ln: Sull Tc.,tlng aml Plant Analy~b.
na produtividade das plantas na parcela cm que o nutrlen· 3. cd., cap. 14. 1990. (SSSA Book Scril'S, No. 3).
te foi omitido, comparada à parcela que recebeu todos os Parcnt, L. E.: Na tale, W.; Ziadl, N. Can . J. Soll Sei., , . 89, p. 383-
nutrientes, presume-se que há quantidade sullcle ntc deste 390, 2009.
nutriente no solo para suprir a cultura. Surnncr, tvl. E. Plant Sull, v. 46, µ. 359-369. 1977.
não limitante.
1
1
•
1
1
1
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · PRÁTICAS DE SUPORTE
1
Estudo de Caso 8.1-1 Histórico de cultlvo lnfluoncla na decisão sobre a profundidade da amostragem do solo.
A importância de se conhecer o histórico de cultivo de um campo agrícola foi mostrada em uma região próxima a
Calgary. Alberta, no Canadá . Um novo proprietário queria plantar aveia para fazer feno verde em uma área de 65 ha .
Uma empresa de consultoria local foi contratada para fazer a amostragem do solo e a recomendação de adubação
antes da implantação da cultura, em meados de maio. Um membro da empresa foi ao campo e coletou 15 amos-
tras de solo aleatoriamente até a profundidade de 15 cm, tornou urna sub-amostra e a enviou ao laboratório de
análise de solo. Com base nos níveis dos rnacronutrientes observados na análise da amostra de solo, a recomenda-
ção de adubação foi de 132 kg ha·1, 11 kg ha·1 e 17 kg ha·1 de N, P20 5 e K20 , respectivamente, para uma meta de
produtividade de 9 t ha- 1• A adubação de P e K foi feita no sulco de plantio com uma mistura de monoamônio fosfa-
to (11-52-0) e cloreto de potássio, a qual forneceu, além dos nutrientes supracitados, 2 kg ha 1 de N. O restante do
nitrogênio (130 kg ha·1 de N) foi fornecido via ureia, na dose de 282 kg ha- 1 , aplicado a lanço e incorporado durante
o preparo do solo, antes do plantio. A cultura desenvolveu-se bem devido às chuvas no início do verão seguidas de
tempo quente e seco nos meses de julho e agosto. O rendimento de feno foi muito próximo ao que se esperava .
Tudo ia bem até o produtor solicitar a análise de urna amostra de tecido vegetal do feno. Os resultados mostraram
níveis de nitrato de 6.000 rng kg1, bem acima do nível considerado seguro, de 1.500 mg kg 1 , para a alimentação
do gado de corte (Cash et ai., 2007). O produtor reclamou que a recomendação da dose de N feita pela empresa de
consultoria era muito alta e teria provocado os excessivos níveis de nitrato no tecido vegetal do feno que ele cultivara.
Um agrônomo da região e a empresa de consultoria fizeram urna investigação mais aprofundada e descobriram que
a área tinha sido cultivada com alfafa por 5 anos, recebido uma gradagem no final do verão do quinto ano e ficado
um ano em pousio antes de ser vendida ao novo proprietário. No ano em que o campo estava em pousio houve
chuvas acima da média histórica, e o agrônomo suspeitou que o N mineralizado pela decomposição da alfafa tinha
sido lixiviado abaixo da profundidade de amostragem de 15 cm. A análise de amostras de solo coletadas até
120 cm, realizadas no final do verão em que foi cultivada a aveia, constatou 80 kg ha- 1 de N-nitrato residual no solo.
A alta concentração de nitrato no feno foi resultado da considerável quantidade residual deste elemento no solo
abaixo da profundidade de amostragem convencional combinada com uma adição excessiva de N via fertilizante
para a cultura da aveia. O tempo seco e quente nos meses de julho e agosto fez com que o acúmulo de nitrato na
aveia fosse ainda maior.
Em resumo, se o histórico de cultivo tivesse sido investigado e as informações supracitadas fossem conhecidas, a
recomendação seria fazer a amostragem de solo a uma profundidade maior, e não apenas até 15 cm. Nesse tipo
de situação, três profundidades de amostragem de solo são aconselhadas: 0-15 cm, 15-60 cm e 60-120 cm.
Assim, o N residual teria sido contabilizado e menor quantidade do nutriente seria recomendada para a cultura da
aveia.
Referência
Cash, D. et ai. Nitrate toxicity of Montana forages. Montana State University, 2007. [On-line].
•
Capítulo {g'i
PLANEJAMENTO E RESPONSABILIDADE NO MANEJO DE NUTRIENTES
O manejo da nutrição de plantas de acordo com os princí- plantas. Primeiro, ele deve acompanhar e registrar todas ns
pios das práticas de manejo de nutrientes 4C inclui respon- práticas de manejo aplicadas à cultura e que são relevantes
sabilidade em relação aos impactos gerados na sustenta· à nutrição vegetal como parte do ciclo adaptativo de manejo.
bitidade económica, ambiental e social. Neste capitulo Estas informnções visam beneficiar principalmente geren-
são discutidos e comparados os critérios utilizados para o tes e consultores na tomada de decisão sobre as práticas a
planejamento do manejo de nutrientes e a medida do seu serem adotadas ou a correção a ser feira 110 próximo ciclo
• desempenho na sustentabilidade .
(UI/Ili" /i1 11d1111 id,11/, · "-~''' "'''· "/111 ,, ,; ,,, ,i, 1d,, /, ,1,l,,l,1,/1 "" '"'"
' J 9.2 Planos de Manejo de Nutrientes 4C 1' 11 Ú1 11,Ít, '1 I ,i,/111/1. Í IIÍ /1111,/ 1, Ili 111/i11 1 " 1 /111/11/1 /11 1 11111111 ,. /111\ , ,1(1(11
Um pl anu dt• Mam•Jo ele Nu1ril·11tl·~ <IC visa M•rvir il clob 1n 1/11/tn whti o, 11 1111111,1,/a,I,, c1.~J1t11Ífl\, di1,1t ,,1 l11111ic111,n , .r
propó~ilu!. 1·111 toda~ c1s operaçf1t'\ que mam 11111rie11IL'' da~ 1·1111/,'1 1111 u/111/, 111111 ,11 l,i, low1 ,. ,,,.,,,,,,,, 1,~1il,1111,11/,,,. •·
-
correta da fonte , dose , época e local a partir de práticas se relacionam com os temas de maior preocupação. Uma lista
validadas pela pesquisa conduzida por pesquisadores parcial de Indicadores, a partir da qual eles podem fazer a
agronômicos. Metas para o progresso econômico, ambiental seleção, é descrita na Tabela 9.1. É importante reconhecer
que nenhum desses indicadores são afetados somente pelo
~
e social da empresa - e correspondentes Indicadores de
desempenho - são escolhidas para se alinhar às metas gerais manejo de fertllizantes. Todos podem ser melhorados pela
de sustentabilidade, dentro das quais os agentes Interessados aplicação do manejo de nutrientes 4C, mas também depen-
3 do sistema de produção de culturas têm contribuído. O dem de uma boa gestão de todas as prátlcas aplicadas ao
plano documenta tanto as práticas implementadas quanto o sistema de cultivo ou ao ecossistema da planta. Por exem-
3 desempenho de acordo com esses indicadores. plo, um bom programa de fertilização para um gramado
não vai garantir o controle da erosão se o manejo de corte
3 Quais são os possíveis indicadores? ou a seleção de espécies forem Inadequados. Um outro
=-
=-
3
Tabela 9 .1 Exemplos de medidas e de indicadores de desempenho para o manejo da nutrição de plantas.
:li Eficiência no uso do nutriente Produtividade ou nutriente removido por unidade de nutriente aplicado.
Eficiência no uso da água Produtivida de por unidade de água aplicada ou disponível.
~ Eficiência no uso do trabalho Produtividade do trabalho ligada ao número e ao tempo de operações no
campo.
:li Eficiência no uso da energia Produtividade das culturas por unidade de energia.
-•
solo.
c) Considerar o fornecimento de todos os nutrientes disponí·
veis e escolher a fonte de nutriente mais viável, bem como
a dose apropriada, a época e o local para aplicação.
Nome da empresa:
(nome da fazenda ou da empresa)
Informação de contato - produtor:
(Nome, endereço, telefone, email)
Informação de contato - consultor:
(Nome, endereço, telefone, email
do Supervisor Certificado ou do
consultor agron"ômico)
Descrição da empresa:
(Número .de campos, culturas em
crescimento, gado ou aves, fontes
de nutrientes disponíveis)
Metas e Indicadores de sustentabllldade relacionados a nutrientes:
Ambiental
Social
O'I
:a Matéria orgânica
Textura
N
p
Ca
Mg
:a pH K Zn
s
:a CTC Mn
(Continua)
:a
:a NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C • PLANEJAM ENTO NO MANEJO
e
(Continuação)
far á cla ro qu e quando o~ nutrientes das plantas não são devi· d) Argumenta-se qu e norma~ imperati vas obrigató rias
damente manejados e Inad ve rtid amente deixam o campo, eles pode m finalme nte levar os agricultorc~ à maior eficiê n-
podem co ntribuir para a ocon êncla de l111pac tm amble ntab cia, maio rc~ !urros e bc nH•~ ta r ~ocial, a lo ngo p razo . Ha
dlw rgê> nrl a de o pin iões ,acerca cle~ta afi rmação.
.,
ad versos. Poré m , nc,n sempre lk a claro se ,is re~pustas vo lu11·
1 a) Padrões ambientais ainda estão em desenvolvimento 9.8 Manejo dos Impactos Ambientais
e medidas voluntárias impulsionam os agricultores na
LJ Erosão com
partlculas de P
Perda de P do solo e da
em quantidade acumulada de P superior à removida pelas
culturas e, por 11m, aumento do risco de perda de nutrien-
tes na água que escoa para fora dos campos. As doses de
aplicação podem exceder várias vezes as quantidades remo-
vidas anualmente pelas colheitas em algumas áreas. Métodos
1 aperfeiçoados de distribuição regional de esterco podem ser
requeridos para mover os nutrientes em excesso para as áreas
onde são necessários. A aplicação continua de nutrientes
Escoamento acima da demanda da cultura pode levar ao acúmulo indese-
total de P
jado e potencial preocupação com o ambiente. O principio do
balanço de entradas e saídas de nutrientes é importante para
•
Figura 9.1 O principal caminho de perda de Pé o escoamento
A adoção de duas prálicas agrícolas ajudará a proteger a água Fatores relacionados à fonte de fósforo
doce da eutrofização:
Concentração de P no solo
a) O fósforo nos solos deve ser manejado para equilibrar Dose, época e local de aplicação do fertilizante fosfatado
as entradas de esterco e de ferLilizante com as saídas
(colheitas) das culturas. Isto pode ser feito pela contabili- Dose, época e local de aplicação do esterco
zação dos nutrientes adicionados cm cada campo e dos Concentração de P no esterco
nutrientes removidos durante a colheita ou no pastoreio
Propriedades físicas do esterco
dos animais. Análises periód icas do solo irão mostrar
se as concentrações de P no solo estão aumentando ou Solubilidade da fonte de P
diminuindo ao longo do tempo. Ajustes nas doses de
Fatores relacionados ao transporte de fósforo
aplicação de nutrientes podem ser feitos com base nas
tendências de longo prazo. Potencia l de escoamento superficial da água
Risco de perda de P
atuais problemas associados ao uso de nutrientes. lllJ
Figura 9.2 À medida que aumenta o teor de P no solo
aumentam a produtividade da cultura e o risco REFERÊNCIA
de perda de P.
Fonte: Sharpley et ai. (2003). Sharpley, A. N. et ai. Agricultura! phosphorus and eutrophi-
cation. 2. ed., 2003. [On-line).
•
nal. Apesar disso, o senso comum prático - dirigido por um
quadro global adequado - pode mudar as práticas e melhorar
os resultados a curto e a longo prazo .
•
•
. .
•
..... '--
~
1
Recifes), que é patrimônio mundial.
_..,.
A Grande Barreira de Recifes é um ecossistema único e
precioso e está em perigo devido à pesca, crescimento
urbano em sua bacia, esgoto, mineração e aos impactos fCWIO/rHWMil
das mudanças do clima, como aquecimento e acidificação .,-.
dos oceanos. Corais e outros organismos do recife que
formam a grande barreira são afetados pelas variáveis
da qualidade da água que o circunda, como temperatura,
Parceria enlTl! governo e indústria para desenvolver o
J1rogra111a "Seis Etaf,as Fáceis " ("Six Easy Steps ") para
.- ~
Esses planos de manejo são registrados e fiscalizados pelo DERM, de modo que o plano de manejo de nutrientes -
geralmente formado com base nas "SEIS ETAPAS FÁCEIS" da BSES Limited (organização de produtores de cana)
- torna-se um documento legal de como o produtor de cana-de-açúcar usará o fertilizante em sua propriedade.
O programa "SEIS PASSOS FÁCEIS" é uma ferramenta de manejo integrado de nutrientes que permite a adoção
das melhores práticas de manejo de nutrientes pelos produtores de cana-de-açúcar e pode ser usada para
desenvolver os planos de manejo de nutrientes requeridos no ERMP. Os seis passos são:
• Conhecer e entender o solo;
• Entender e manejar os processos e perdas de nutrientes;
O programa é fornecido através de um curso de curta duração desenvolvido com os produtores. O objetivo é
fornecer um guia para a implementação de um balanço nutricional na propriedade, otimizando a produtividade e
a rentabilidade, sem causar efeitos adversos fora da área agrícola.
No primeiro Consultallon Workshop para o NERP, realizado em Calgary em 2008, especialistas participantes aprovaram 0
projeto geral do NERP de acordo com os 4Cs. Embora tenha havido um consenso para os principais elementos do NERP,
1d
os participantes Identificaram algumas lacunas, exigindo nova reformulação. Essas falhas foram posteriormente abor-
dadas em um documento (Decision Paper) que foi apresentado aos especialistas em videoconferência, com a finalidade
de se chegar a um consenso. Os participantes do webinar resolveram as falhas do NERP, permitindo a padronização e
--=
~
a submissão para a avaliação formal e o processo de aprovação do Sistema de Compensação de Alberta (Alberta Offset
System). Esse processo é um exemplo de como os princípios do manejo 4C e a participação do stakehoider podem ser
aplicados para resolver os interesses específicos da sociedade e os desafios do manejo de nutrientes. .lt';-
Referência lt,
Alberta Environmenl. 2010. Quantilication Protocol for Agricultural Nltrous Oxide Ernlssions. [On-line!.
Fase 1
• A aplicação de fertilizante nitrogenado de outono é proibida em solos não arenosos antes de 1° de Novembro.
• A aplicação de fertilizante nitrogenado é proibida em solos arenosos após 1º de março.
Fase li
• Análises anuais de solo e água de Irrigação para N-nitrato.
• Relatórios anuais da aplicação de fertilizantes.
• Os fertilizantes nitrogenados são permitidos apenas em solos não arenosos de 1º de novembro a 1° de março
caso seja utilizado Inibidor de nitrificação aprovado, com registros do revendar de fertilizantes.
Fase Ili
• A aplicação de fertilizantes nitrogenados é proibida no outono e no inverno em todos os solos até dia iode
março.
• As aplicações de fertilizantes nitrogenados na primavera exigem o parcelamento da aplicação (pré-plantio
e em cobertura) ou o uso de um inibidor de nitrificação aprovado, com registros do revendedor de fertilizan -
tes caso 50% ou mais do fertilizante nitrogenado seja aplicado em pré-plantio.
Fase IV (para áreas onde o nitrato nas águas subterrâneas não está diminuindo a uma taxa aceitável)
• Meta de produção da cultura definida pelo NRD.
• As doses de fertilizante nitrogenado não devem exceder às recomendadas pelo NRD.
• A equipe do NRD trabalha diretamente com os operadores acerca das melhores práticas de manejo.
Resultados: O teor de nitrato nas águas subterrâneas da área do terraço (norte) diminuiu no período estudado,
de 1987 a 2005 (ver Figura). Cerca de 20% da redução é atribuída ao aumento da remoção de N pelas colheitas
e 50% às mudanças na forma de Irrigação - ele sulcos para Irrigação por aspersão. Talvez, por diferença, pode-se
concluir que os restantes 30% da redução sejam resu ltantes de al terações na época ele aplicação e nas fontes
(aumento do uso de Inibidores da nitrificação). Maiores reduções nos níveis de nitrato nas águas subterrâneas
podem exigir aumento na adoção das BPUFs atuais ou a adoção de tecnologias adicionais, tais como fert1llzantt!S
nitrogenados com liberação controlada e uso de sensores de N no dossel ela cultura.
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À medida que aumentam a produtividade da cultura e a remoção de N com o tempo, diminuem os níveis de
nitrato nas águas subterrâneas.
Nota: Esses dados se referem à aplicação de fertilizante nitrogenado comercial e à rem oção de N nos grãos em
milho irrigado, cultivado no terraço da área de estudo do NE CEAP, no Central Platte Natural Resources District.
e à concentração de nitrato no aquífero primário sob o terraço.
Fonte: Adaptada de Exner, M. E.; Perea-Estrada, H.; Spalding, R. F. The Scientific World Journal, v. 10, p. 286-297,
2010. Dados da Figura fornecidos por Dr. R. Ferguson e Dr. M. Exner, da Universidade de Nebraska.
.
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11J/wr.wi11.
ti;,
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4 C · PLANEJAMENTO NO MANEJO
Estudo de Caso 9.1-4 O manejo da adubação fosfatada por melo da análise de solo melhora a produção de
alimentos e o desempenho ambiental na China.
A China é um país com grande população e com !Imitado recurso de terra . Para garantir a segurança alimentar e
o aumento sustentado da produção agrícola, a China tem dispensado grande atenção na construção da fertilidade
do solo ao longo dos últimos 60 anos.
Com uma história de milhares de anos de dependência da matéria orgãnlca do solo e da reciclagem dos resí-
duos de culturas como fontes de nutrientes para a manutenção da fertilidade do solo, no início dos anos 1950,
as terras cultiváveis na China apresentavam baixa fertilidade e baixa produtividade das culturas. Desde então,
a utilização de fertilizantes nitrogenados se tornou uma prática comum e aumentou o rendimento das culturas,
removendo , com isso, mais P e outros nutrientes do solo. Uma vez que grande parte do P absorvido pela cultura
está na parte colhida (cerca de 80% para as culturas de cereais), o P esgotou-se rapidamente no solo e o baixo
teor de P no solo tornou-se um severo fator limitante para a produção. Na década de 1980, com base nos resul-
tados da segunda pesquisa nacional sobre fertilidade do solo, cerca de 48% da terra arável apresentava teores
muito baixos de P Olsen (inferiores a 5 mg kg·1 ), e outros 30%, teores baixos (abaixo de 10 mg kg 1 ).
Dada aquela condição de P no solo, e com o objetivo nacional de garantir a segurança alimentar e construir a
fertilidade do solo, os fertilizantes fosfatados tornaram-se parte importante do programa de fertilização em toda
a China, partindo do Sul e gradualmente se espalhando para o Norte. Estimou-se que, de 1981 a 2000, um total
de aproximadamente 133 milhões de toneladas métricas de P20 5 foram aplicadas nos solos agrícolas da China
como fertilizantes químicos. Assumindo-se que a taxa de utilização acumulada (eficiência de recuperação) do P
aplicado foi de 50%, cerca de 480 kg ha 1 de Pp 5 , em média, foram acumulados no solo. Se as fontes orgânicas
de P fossem consideradas, o acúmulo de P no solo seria ainda maior (Li, 2003).
O balanço geral de P no solo (por exemplo, entrada de P - saída de P) mudou rapidamente após o longo período
de grandes saldos negativos que continuaram dos anos de 1950 até os anos 1960 e 1970. Na década de
1980, o saldo de P nas terras cultiváveis tornou-se positivo e o P começou a se acumular nos solos. Estima-
-se que os solos na China receberam um excedente de aproximadamente 79 kg ha·1 de Pp 5 em 2005. Com
este elevado balanço de P nos sistemas de cultivo, esperava-se que a disponibilidade de P no solo aumentasse
gradualmente e melhorasse a fertilidade do solo em relação a P. Embora não existam dados diretos de pesqui-
sas nacionais para verificar esse fato, acredita-se que, atualmente, a percentagem de terras agricultáveis com
deficiência de P (ou seja , nível de P Olsen abaixo de 10 mg kg 1) diminuiu para menos de 50%. Os resultados
das análises de P realizadas pelo Laboratório de Análise de Solo e Planta do CAAS-IPNI em 43.156 amostras de
solo, coletadas entre 1991 e 2007, também mostraram que 48% dos solos testados estavam deficientes em P.
Na história recente, a alta taxa de fertilização fosfatada ajudou a China a aumentar a produção agrícola e a
construir a fertilidade do solo em P. No entanto, ao mesmo tempo, com o aumento da acumulação de p no solo,
o risco de perdas de P nas terras agrícolas e o seu efeito sobre o ambiente não podem ser ignorados. Apesar
de haver poucas informações disponíveis acerca da contribuição das perdas de P das terras agrícolas para a
poluição da água de superfície, relatou-se que 14% a 68% do P total em lagos selecionados vieram de terras
agrícolas (Li, 2003).
Com essas mudanças nos níveis de P na fertilidade do solo na China, para ambos os benefícios, econômicos
e ambientais, os seguintes pontos podem ser considerados quando no desenvolvimento de estratégias para a
aplicação de P:
1. A estratégia para a aplicação de P deve estar de acordo com a análise de solo. Aplicar o suficiente para
construir os níveis de P no solo quando a análise do solo para Olsen estiver abaixo de 20 mg kg I para
a maior parte das culturas. Repor a quantidade de P removida das culturas em solos com teores acima
deste nível e não aplicar P em solos que apresentam níveis multo elevados na análise de solo.
2. Para todas as condições, é necessária atenção para controlar as perdas de P através da erosão do solo.
3. Um programa de adubação fosfatada deve ser desenvolvido para a rotação de culturas, corn atenção
para o aumento global da eficiência de uso ele fertilizantes fosfatados. Dê atenção ã eficiência de recu-
peração de P acumulada a longo prazo para diferentes sistemas de cultivo.
4 . Observar que as diferentes culturas (ou seja, hortnliças versus culturns de grãos) apresentam exi-
gências diferentes para os níveis de P no solo. Diferentes níveis críticos de P da nnalise de solo pnra
diferentes níveis de produção também podem ser ident1ficndos.
A mudança na eficiência dos fertilizantes na China seguiu a Lei do Mínimo e outros princípios relacionados à
nutrição das plantas. Antes de 1950, os agricultores chineses usavam principalmente fertilizantes orgânicos
para manter o balanço de nutrientes no solo e nos sistemas de cultlvos, com capacidade de produção relativa-
mente baixa. Após a década de 1950, com o aumento do rendimento das culturas e do uso de N e P, a maior
remoção de K na safra resultou no esgotamento de K disponível no solo e em saldos negativos de K no solo
e nos sistemas de cultivo. Com base no estudo e balanço de nutrientes estimado por Li Jiakang, em 2003, o
balanço de entradas e saídas de N e P no sistema solo/cultura passou de negativo para positivo em meados
de 1980, mas o saldo de K continuou negativo em 2000 (Ta bel a 1).
Tabela 1. Balanço de entradas e saídas de nutrientes em terras agrícolas na China (em 1.000 toneladas).
Ano 1965 1975 1985 1995 2000
Referências
Jln, J. Y. ln : LI , H. D. (Ed.) Pl ant Nutrient Management ln Sustalnable Agriculture. Jiangxl People's Press: Nan-
chang, China, 2008. p. 9-18.
Lu, R. Phosphate and Compound Fertlllzer, v. 18 , n. 1, p. 4·8, 2003. (em Chinês)
LI, J.; Lln, B.: Llang, G. ln: Lln Bao (Ed.). Chemlcal Fertilizer and No-pollutlon Agrlculture. China Agriculture
Press, 2003. p. 175-188. (em Chinês)
Absorção - Processo pelo qual uma substância é absorvida e Água disponível - Porção de água no solo que pode _ser pronta-
incluída em outra substância, isto é, consumo de gases, mente absorvida pelas raízes das plantas. Considerada por
água, nutrientes ou outras substâncias, pelas plantas. alguns como sendo a água que o solo retém contra uma
pressão de até aproximadamente 1,5 M Pa.
Absorção de nutrientes - Processo de absorção de nutrientes
que ocorre geralmente por meio das raízes das plantas. Alcalino - Que contém ou libera um excesso de OH - em relação
Pequenas quantidades de nutrientes podem ser absorvidas a H'.
através das folhas quando são feitas aplicações foliares de Amonlflcação - Processo bioquímico pelo qual o N amoniacal é
nutrientes. liberado de compostos orgânicos contendo N.
Acidez ativa - Atividade de W na fase aquosa do solo. Esta é Análise de planta - Análise laboratorial quantitativa para deter-
medida e expressa como um valor de pH. minar o teor de um nutriente ou de nutrientes no tecido da
Acidez de reserva ou potencial - Esta acidez é representada planta.
por íons W trocáveis e Al3' hidrolisáveis que se encontram Análise de solo - Análise química da composição do solo, geral-
adsorvidos às partículas co loidais do solo. A acidez de mente destinada a estimar a disponibilidade de nutrientes
reserva está em equilíbrio dinâmico com os íons W da solu- para as plantas, mas que também inclui medições da
ção do solo (acidez ativa). Cálculos conservadores sugerem acidez ou alcalinidade e medidas físicas da condutividade
que a acidez de reserva pode ser de 1.000 a 100 mil vezes elétrica do solo.
maior para um solo argiloso do que a acidez ativa .
Análise de tecido - Teste de campo colorimétrico, rápido , qua-
Acidez residual - Acidez final que se desenvolve com o uso de
litativo, para determinar o teor de nutrientes solúveis não
fertilizantes em determinado horizonte do solo após os sais
assimilados na seiva do tecido vegetal.
residuais serem removidos desse horizonte por lixiviação.
Aplicação a lanço -Aplicação de adubo sólido ou líquido, ou
Ácido - Substância que libera W; con dição na qual a atividade
outros materiais, na superfície do solo, com ou sem incor-
de H' excede a de OH -.
poração posterior ao preparo. Não há localização específica
Adesão - Atração molecular entre superfícies, que mantém as em relação à planta. Os nutrientes podem ser aplicad os
substâncias juntas. A água adere às partículas do solo. antes ou após o plantio da cultura.
Adsorção - Adesão de moléculas em uma camada extrema- Aplicação de cobertura -Aplicação superficial do fertilizante
mente fina na superfície de sólidos ou líquidos com os no solo após a cultura estar estabelecida.
quais estão em contato.
Aplicação dupla - Colocação simultânea de dois materiais
Adsorção eletrostática - Adsorção causada pela atração elé- fertilizantes em faixas de subsuperfície.
trica de íons em uma superfície carregada.
Aplicação em faixas - É um termo geral que implica em aplica-
Adubação em faixa - Colocação do fertilizante em uma zona ções que concentram o fertilizante em zonas estreitas, que
concentrada sobre ou abaixo da superfície do solo. são mantidas intactas para fornecer uma fonte concen-
Adubação em sulco profundo - Refere-se à aplicação de uma trada de nutrientes. As aplicações podem ser feitas antes,
faixa concentrada de nutrientes na profundidade de 10 a durante ou após o plantio.
20 cm abaixo da superfície do solo. Algumas aplicações Aplicação em faixa superficial - Colocação em faixa de um
são mais profundas, até 40 cm. Os nutrientes podem ser fertilizante sólido ou líquido, por irrigação forçada, na
aplicados em forma sólida, líquida ou gasosa. superfície do solo.
Adubação em taxa variável - Técnica que muda as doses de Aplicação localizada - Colocação do adubo em faixas em um
aplicação de nutrientes, à medida que o aplicador se move ou ambos os lados da linha de plantio.
pelo campo, de acordo com as mudanças nos níveis dos
Aplicação parcelada - Fertilizante aplicado em duas ou mais
mesmos no solo.
vezes durante o período vegetativo da cul tu ra. A aplicação
Adubação starter - Fertilizante aplicado no plantio das semen- de pré-plantio e uma ou mais aplicações de pós-plantio são
tes ou em contato direto ou ao lado e abaixo das sementes. comuns.
A posição exata não está implícita .
Areia - Partícula inorgânica, com tamanho que varia entre
Adubação verde - Plantas cultivadas para serem Incorporadas 2,00 mm e 0,05 mm de diâmetro.
ao solo visando melhorar sua fertilidade .
Argila - Partícula cristalina inorgânica de ocorrência natural em
Aeração do solo - Processo pelo qual o ar no solo é substituído solos e em outras partes da crosta terrestre. A partícula de
pelo ar da atmosfera. A taxa de aeração depende, em grande argila tem menos de 0,002 milímetros (mm) de diâmetro.
parte, do volume e da continuidade dos poros no interior do
Bactérias slmblótlcas - Na agricultura, a definição geralmente
solo.
se refere a bactérias que crescem em nódulos nas raízes
Agregado - Partículas individuais de areia, silte e argila unidas das leguminosas e que têm a capacidade de fixar N atmos-
em uma partícula maior. Os agregados podem ser esferas, férico em formas que podem ser utilizadas pelas pl; ntas
blocos, placas, prismas ou co lunas. leguminosas hospedeiras.
-• NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C M
Base - Substância que reage com íons H' ou libera íons OH - - Colóldes - Partículas orgânicas ou inorgânicas com diâmetro
substância que neutraliza o ácido e eleva o pH. inferior a 0,001 mm. Os colóides têm uma grande área de
superfície, por vezes muito reativa.
Boro (B) - Elemento essencial , que pode estar envolvido no
transporte de carboidrato. É necessário para o crescimen- Complexo de troca - Todos os materiais (argila, húmus) que
to do tubo polínico e a germinação dos grãos de pólen. contribuem para a capacidade de troca de um solo.
Provavelmente, é o micronutriente que mais comumente se
Condicionador de solo - Qualquer material, tal como calcário,
apresenta deficiente no crescimento da cultura .
gesso ou condicionador sintético, que é acrescentado
Calcári o - O termo calcário, ou calcário agrícola, é aplicado ao ao solo para torná-lo mais adequado ao crescimento das
calcário moído contendo carbonato de cálcio (CaC0 3 ) e/ou plantas.
carbonato de magnésio (MgC0 3 ), cal hidratada (hidróxido
Corretivo de acidez - Calcário agrícola, produto cujos compos-
de cálcio (CaOH) ou cal queimada (óxido de cálcio, CaO). O
tos de Ca e/ou Mg são capazes de neutralizar a acidez do
calcário é utilizado para reduzir a acidez do solo e fornecer
solo.
Ca e Mg às plantas.
Corretivo do solo - Substância adicionada ao solo para melho-
Cálcio (Ca) - Elemento essencial, componente da parede celu-
raro pH; por exemplo, calcário, gesso.
lar da planta, importante para o funcionamen to de algumas
enzimas. O cálcio atua na regulação metabólica . Cultivo - Operação de preparo do solo para semeadura ou
transpla nte ou posterior controle de plantas daninhas ou
Capacidade de campo - quantidade de água ret ida pelo solo,
para descompactação do solo.
dois a três dias após a drenagem ter ocorrido ou cessado
em um solo previamente saturado por ch uva ou irrigação. Cultivo conservacionista - Qualquer sistema de cultivo que
Não é uma quantidade precisa. mantém, no mínimo, cerca de 30% de cobertura com
Capacidade de troca de ânions (CTA) - Soma total dos ânions
resíduos de culturas após o plantio, comparado à lavoura
limpa, onde todos os resíduos vegetais são incorporados
trocáveis que um solo pode adsorver.
ao solo.
Capacidade de troca de cátions (CTC) - Soma tota l de cátions
Cultivo convencional - Os sistemas de preparo convencional do
trocáveis que um solo pode adsorver.
solo variam muito de região para região e de cultura para
Carboidrato - Substância orgânica com a fórmula geral (CH2 0)n; cultura. O termo cultivo convencional originalmente impli-
por exemplo, açúcares e polissacarídeos. cava no uso de arado de aiveca e grade niveladora para
Carbonato - Sedimento formado pela precipitação orgânica ou nivelar a superfície do solo antes da semeadura. Porém,
inorgânica a partir de uma solução aquosa de carbonato na realidade, o sistema de preparo convencional já evoluiu
de cálcio, magnésio ou ferro, tal como a pedra calcária ou para o uso de outros instrumentos de cultivo, incluindo o
a dolomita. uso generalizado de escarificador como implemento de
preparo básico.
Cátion - Um átomo positivamente carregado como resultado da
perda de elétrons. Cultivo em fa ixa - Técnica utilizada para reduzir a erosão do
solo, na qual faixas de pousio ou faixas de cultura em linha
Cát ion trocável - Cátíon básico adsorvido a um colóide do solo,
são alternadas com culturas de grãos pequenos, gramíneas
mas que pode ser substitu ído por H' ou outro cátion . ou forragem de leguminosa.
Celulose - O carboidrato mais abundante nas plantas.
Cultivo mínimo - Sistema de cultivo que reduz, para o mínimo
Ciclo do carbono - Sequência de transforma ções por meio das necessário, as operações de máquinas com a finalidade
quais o dióxido de carbono (C0 2 ) é fixado em organismos de criar condições adequadas de solo para o plantio e a
vivos através da fotossíntese ou da quimiossíntese, liberado germinação das sementes.
pela respiração e pela morte e decomposiçã o do organismo
Curva de rete nção de água - Gráfico que mostra o teor de umi-
fixador, utilizado por espécies heterotróficas e, finalmente,
dade do solo em relação à energia aplicada para remover a
restituído ao seu estado original. água do solo (curva de liberação de umidade).
Ciclo do nitrogênio - Rotas tomadas pelo Na partir da atmosfera,
Denitrlficação - Redução bioquímica de nitrato (N0 - ) ou nitrito
através de solos, plantas, animais e do homem, voltando 3
(N0 2 ) em formas gasosas N2 , NO ou N2 0 . Ocorre em condi-
novamente para a atmosfera. ções deficientes em 0 2 •
Cloreto (Ci-) - Elemen to essencial, exigido pelas plantas para
Densidade aparente - Em solos, representa a massa seca
reações de fotossíntese envolvidas na evolução de oxigê-
(peso) do solo por unidade de volume bruto.
nio. Ele atua na regulação osmótica.
Desorção - Liberação de um íon ou molécula de uma superfí-
Cloroflla - Pigmento verde; armadilha de luz para a fotossíntese
cie. Oposto de adsorção.
em plantas, algas e algumas bactérias.
Diagnose foliar - Estimativa do estado nutricional de uma
Clorose - Uma condição anormal das plantas em que as partes
planta por meio de análises químicas ou manifestações
verdes perdem a cor ou tornam -se amarelas.
da co loração das folhas da planta, ou por ambos os
Cobalto (Co) - El emento essencial para os animais e para a métodos.
fixa çã o de Nem leguminosas. Ele atu a também na ativação
Difusão - Movimento molecular ao longo de um gradiente.
enzimática .
A difusão da água ocorre ele áreas molhadas para áreas
Cobre (Cu) - Elemento essenc ial , componente de várias enzi- secas. A difusão de gás e de soluto ocorre de zonas de alta
mas nas plantas. Necessário para a formação de clorofi la. concentração para zonas de baixa concentra ção.
M NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
r:
'
!=D
Dispersão - Quebra de partículas compostas, como agregados,
em partículas individuais, ou distribuição ou suspensão de
partículas finas, como argila, em um meio de dispersão,
como a água.
Exigência em calcário - Quantidade de calcário agrícola de
boa qualidade necessária para estabelecer a faixa de pH
do solo ideal para o sistema de cultivo.
Exigência em fertlllzante - Quantidade de nutrientes neces-
~F1I
Dlsponlbllldade (de nutrientes) - Termo geral, frequentemente sária para aumentar o crescimento da planta em um nível
utilizado para descrever o suprimento de nutrientes absor- ótimo desejado, além da quantidade fornecida pelo solo.
vidos pelas plantas. Ferro (Fe) - Micronutriente metálico, absorvido pelas plantas
Dolomlta - Mineral composto de carbonatos de Ca e Mg; termo como íon ferroso (Fe 2• ) . O ferro é um catalisador na forma-
aplicado à pedra calcária que contém Mg. ção da clorofila e atua como transportador de oxigênio. Ele
também ajuda na formação de certos sistemas respirató-
Eficiência no uso do fertlllzante - Expressão da relação entre
rios enzimáticos na planta .
unidades de produção por unidade de nutriente fornecido
l"!II para a cultura. Fertllldade do solo - Estado de um solo com respeito à quanti-
dade e disponibilidade de elementos (nutrientes) necessá-
Elemento - Qualquer substãncia que não pode mais ser sepa-
~ rada, exceto pela desintegração nuclear.
rios para o crescimento da planta.
Fertllldade residual - Conteúdo de nutrientes disponíveis em
era Elemento essencial - Elemento necessário para a planta com-
pletar seu ciclo de vida. Os 17 elementos essenciais para
um solo, remanescente da adubação da cultura anterior.
que é transferido para a safra posterior.
o crescimento das plantas são: carbono (C), hidrogênio (H),
t::11 oxigênio (O), nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio Fertilizante - Qualquer material, natural ou fabricado , adicio-
(Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), cobre (Cu), cloro (CI), nado ao solo com a finalidade de fornecer um ou mais
trl ferro (Fe), boro (B), manganês (Mn), zinco (Zn), níquel (Ni) e
molibdênio (Mo).
nutrientes às plantas. O termo geralmente é aplicado a
outros materiais fabricados, que não calcário e gesso.
~ Elemento-traço - Elemento que ocorre em baixas concentra- Fertlllzante de pré-plantio - Fertilizante aplicado ao solo antes
ções, incluindo micronutrientes. do plantio da cultura.
~ Elétrons - Pequenas partículas de carga negativa que são parte Fertilizante em suspensão - Fluido que contém compostos
da estrutura de um átomo. dissolvidos e não dissolvidos de nutrientes das plantas. A
='I Enxofre (S) - Elemento essencial secundário, necessário para a
suspensão das matérias não dissolvidas normalmente é
formação de proteína na planta porque faz parte de certos produzida com a ajuda de um agente de suspensão com
aminoácidos. Como parte da proteína, é essencial para propriedade não-fertilizante (argila). A agitação mecânica
a atividade das enzimas. Está envolvido na formação de ou com arejadores pode ser necessária para facilitar a
nódulos e na fixação de N em leguminosas. É necessário suspensão uniforme de nutrientes não dissolvidos.
para a formação de clorofila, embora não seja constituinte Fertlllzante líquido (fluido) - Este termo aplica-se à amônia ani-
desta molécula . dra ou aquamônia (NH 3 ), soluções nitrogenadas e fertilizan-
Enzimas - Catalisadores que dirigem e controlam as reações tes mistos líquidos, incluindo soluções claras e suspensões
.
de sólidos em líquidos.
bioquímicas da célula .
Equllíbrlo - Condição de uma reação química ou de todo um Fertlllzante orgânico - Material orgânico que libera ou fornece
Equivalente - Peso em gramas (g) de um íon ou de um com- Fertlllzante starter, Inicial - Fertilizante aplicado no plantio,
posto que substitui ou se combina com 1 g de W . Peso ou em contato direto com a semente. Uma forma de fertilizante
de partida.
fórmula dividido pela sua valência.
Erosão - Desgaste da superfície terrestre por água corrente, Fertlrrlgação - Aplicação de fertilizante na água de irrigação.
vento, gelo ou agentes geológicos. Erosão acelerada é a Fixação - Processo pelo qual os nutrientes disponíveis para as
erosão por vento ou água em taxas mais rápidas do que plantas tornam-se temporariamente indisponíveis pela reação
as taxas normais ou geológicas, geralmente associada às com os componentes do solo. Geralmente, refere-se a reações
.
atividades humanas. de P, NH 4 • e K, levando à diminuição de sua disponibilidade.
Escoamento - Água que escorre na superfície do solo, e que Fixação blológlca de nitrogênio - Redução e assimilação de N
não se infiltra. atmosférico (N2 ) realizada por certas bactérias de vida livre
::., Estrutura - Disposição das partículas primárias em unidades
e simbiótica.
secundárias no solo, com tamanho e forma particular. Fixação de nitrogênio - Conversão do nitrogênio atmosférico
Eutroflzação - Crescimento abundante de plantas aquáticas (N) em formas orgânicas ou inorgânicas. Especificamente
acelerado pelo enriquecimento em nutrientes e que resulta nos solos, a fixação se refere à assimilação de N, do ar do
em condições deficientes de oxigênio em lagos ou riachos. solo pelos organismos do solo na formação de cÕmpostos
nitrogenados que ficam disponíveis às plantas. O processo
Evaporação - Perda de vapor de água do solo ou da água livre de fixação de N associado aos nódulos radiculares de legu-
diretamente para a atm osfe ra . minosas é conhecido como fixação simbiótica de N.
Evapotransplração - Perda de água do solo por evaporação Floculação - Junção de partículas coloidais para formar aglo-
sornada à perda pela transpiração das plantas. merados.
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C M
Fluxo de massa - Movimento de líquido em resposta à pressão. lnlbltor da nitrificação - Compostos, tais como nitrapírina
Movimento de calor, gases ou solutos Juntamente com (N-service) e dicianodiamída (DCD), que reta rdam a oxida-
,.
o flu!do em que estão contidos. Por exemplo, o N-NO se ção bacteriana do íon amõnio em nitrito e, assim, atrasam
3
movimenta por fluxo de massa no solo. a produção de NO3 • O objetivo da utilização desses compos-
Força de capllarldade - Força entre a água e a superfície do tos é controlar a líxívlação de NO3 pela manutenção do N na
solo nos pequenos poros (capilares). forma de NH 4 • por mais tempo, para evitar a desnitrificação
de N-NO3 e fornecer N-NH 4 para as plantas durante um
Fosfato - Sal de um éster de ácido fosfórico. Na indústria de longo período de tempo.
fertilizantes, no entanto, o termo fosfato gera lmente é
aplicado a qualquer material contendo P utílizado como Injeção - Colocação de fertilizantes líquidos ou de amônia
fertilizante. Também é usado em referência a P O , uma anidra (N H3 ) em faixa no solo ou por meio de sistemas
2 5
expressão do teor de P nos fertilizantes. pressurizados ou não.
Fósforo (P) - Elemento essencial às plantas, classificado como Íons trocáveis - íons retidos por atração elétrica em superfícies
um dos três nutrientes primários. Nutriente móvel na plan- ca rregadas; podem ser deslocados por troca com outros íons.
ta, desempenha papel-chave na fotossíntese, respiração Llxlvlação - Remoção de materiais na solução mediante a pas-
(utilização de açúcares), armazenamento e t ransferência sagem de água através do solo. Na agricultura, a lixiviação
de energia, divisão celular, alargamento celu lar, codificação se refere ao movimento de queda livre de água (percola-
genética e muitos outros processos. ção) fora da zona radicular da planta.
Fotossíntese - Processo pelo qual as pla ntas verdes capturam Lençol freático - Limite superior para a água do solo ou o nível
a energia solar, combinando água e dióxido de carbono abaixo do qual o solo está saturado com água.
para formar carboidratos. O pigmento clorofila é necessá rio
Localização do fertilizante - Concentração do fertilizante em
para a conversão da energia sola r em energia qu ímica.
uma banda ou faixa, em local específico, sobre ou abaixo
Gesso - Mineral ou rocha composta de sulfato de cálcio da su perfície do solo. Exemplos: na linha de plantio; fertili-
(CaSO 4-2H 2 O). zação por gotejamento; no sulco, em profundidade.
Grau fertillzante - Concentração mínima garantida na análise, Macronutrlentes - Nutrientes exigidos em maiores proporções
em percentagem, dos principais nutrientes da planta conti- pelas plantas.
dos no fertilizante ou no fertilizante misto, expressa como
Macroporos - Poros grandes, muitas vezes construídos pelas
N total, P2Os disponível e K2O.
raízes, pequenos animais e vermes do solo.
Glucose -Açúcar comum (carboidrato), com seis áto mos de C
Magnésio (Mg) - Elemento classificado como nutriente secun-
por molécula. Presente em todas as célu las. Componente
dário, j untamente com Ca e S. É constituinte da clorofila
da celulose, amido e outros polissacarídeos.
e está ativamente envolvido na fotossíntese. O magnésio
GPS - Sistema de Posicionamento Global. Rede de satélites ajuda no metabolismo do P, na utilização de açúcares pelas
que geram sinais contínuos, identificando suas posições. plantas e na ativação de vários sistemas enzimáticos.
O uso do GPS permite associar a informação de latitude
Manejo específico - Manejo de insumos nutricionais, aplica-
e longitude aos dados obtidos em um local específico do
ções de pesticidas, população de plantas e outras práticas
campo.
do sistema de cultivo, de acordo com as mudanças nas
Hidratado - Condição em que a água está ligada ou incorporada características e na composição do solo.
como parte de uma estrutura química.
Manganês (Mn) - Micronutriente metálico, atua principalmente
Hldroxlla - Íon ou grupo funcional OH. como parte dos sistemas enzimáticos nas plantas. Ele
Horizonte do solo - Camada de solo quase paralela à superfície ativa várias reações metabólicas importantes e desem-
do solo. penha papel direto na fotossíntese, auxiliando na síntese
de clorofila.
Humus - Fração estável remanescente da matéria orgãnica do
solo, de cor escura, após decomposição da maior parte dos Matriz do solo - Como estrutura do solo, é a combinação de
sólidos e de poros nos solos.
resíduos de plantas e animais.
Imobiliza çã o - Conversão de elementos inorgãnicos em Micronutrientes - Nutrientes que as plantas exigem em quan-
forma orgãnica pela sua incorporação no tecido vegetal tidades pequenas ou traços. Os micronutrientes são B, CI,
ou microbiano, tornando-se menos disponíveis para as Cu, Fe, Mn , Mo, Ni e Zn.
plantas. Microrganismos do solo - Bactérias, fungos e outros orga-
Incorpora ção - Mistura mecãnica de materiais fertilizantes (ou nismos do solo que reciclam nutrientes e aumentam sua
herbicidas) com a superfície do solo. disponibilidade para as plantas. Organismos patogênicos
podem ter impactos negativos sobre as plantas.
Índice sallno - Índice usado para comparar a salinidade dos
compostos químicos utilizados como fertilizantes. Os com- Mineralização - Liberação de elementos da forma orgânica
postos nitrogenados e potássicos geralmente apresentam para a forma inorgânica durante a decomposição da maté-
índices salinos elevados, enquanto os compostos fosfata- ria orgânica . Os processos são realizados por microrganis-
mos do solo.
dos apresentam índices baixos. Compostos com alto índice
salino aplicados em contato direto com a semente, em Nltrosomon as - Gênero de bactérias aeróbias obrigatórias do
doses muito altas, podem causar danos às plântulas por solo, quimioautotróficas, que oxidam íons NH; a NO na 0
causa da sua alta afinidade pela água. primeira fase do processo de nitrificação. Inibidores da
Infi ltração - Entrada de água no solo. nitrificação, como a nitrapirina, Inibem a atividade desses
organismos.
M NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
3
Nutrientes móveis - Nutrientes que podem ser translocados Permeabilidade - Facilidade com que um meio poroso conduz
:a dos tecidos mais velhos para os tecidos mais jovens da
planta.
fluidos.
pH - Designação numérica de acidez e alcalinidade. Tecnica-
:a Manejo do nutriente - Utilização das melhores práticas de
manejo (BPUFs), as quais maximizam a eficiência de uso
mente, o pH é o inverso do logaritmo da atividade do W de
uma solução. O pH 7 indica neutralidade. Os valores entre
:a dos nutrientes e minimizam as suas perdas, superficiais ou
subterrâneas.
7 e 14 indicam aumento da alcalinidade e os valores entre
7 e O indicam aumento da acidez.
:a Material de origem - Material não consolidado, mineral ou
orgânico, a partir do qual o solo se desenvolve.
pH tampão - Medida relacionada à quantidade de calcário ne-
cessária para neutralizar a acidez em um determ inado solo.
3 Mlcorrlza - Associação, geralmente sim biótica, de fungos com Plantio direto, cultivo mínimo - Sistema de produção em que
as raízes das plantas. Hifas fú ngicas aumentam a área de a cultura é plantada no resíduo da cultura anterior, sem
!\I raízes e a absorção de nutrientes. revolvimento do solo.
Mollbdênlo (Mo) - Entre os elementos essenciais, é o micronu- Pollfosfato - Classe geral de compostos de fosfato caracteriza-
~ triente metálico exigido em menores quantidades. O mo- dos por conter moléculas com dois ou mais átomos de P.
libdênio é necessário para a síntese e a atividade da enzi- Os polifosfatos são compostos de duas ou mais moléculas
ma red utase do nitrato. Ele também é vital pa ra o processo de ortofosfato, com a perda de uma molécula de água
de fixação simbiótica de nitrogênio rea lizada por bacté rias entre cada unidade de ortofosfato. São derivados do ácido
Rhizobium nos nódulos radiculares das legu mi nosas. superfosfórico. Disponíveis principalmente nos adubos
Mulch - Qualquer material espalha do na superfície do solo fluidos, como polifosfatos de amônia.
para proteger o solo dos pingos da chuva, sol, frio ou eva- Ponto de Injeção - Uso de equipamentos com raios para injetar
poração. fertilizante líquido na zona de enraizamento (10-12 cm), em
Necrose - Morte do tecido da planta. pontos com cerca de 20 cm de distância.
Níquel (NI) - Nutriente cla ssifica do como micronutriente. É Ponto de murcha permanente - Nível de umidade de um solo
absorvido pelas plantas como Ni2 •. O níquel é componente no qual as plantas murcham e não conseguem recuperar a
da urease, que cata lisa a conversão da ureia em amônia. turgidez. O valor não é uma constante.
Também desempenha papel benéfico no metabolismo do N Porcentagem de saturação por bases - Porcentagem da CTC
em leguminosas. total ocupada por cátions básicos (Ca 2 •, Mg2 •, K• e Na•).
Nitrificação - Formação, nos solos, de nitrito (N0 2 ) e nitrato Porcentagem de sódio trocável - Grau de saturação por Na·
(N0 3 -) a partir de íons amônia (N H4 • ) através da atividade de do complexo de troca do solo.
certas bactérias do solo; oxidação bioquímica de NH 4 a N0 3 •
Poros - Espaços não ocupados por partículas sólidas na maior
Nltrobacter - Um gênero de bactéria aeróbia obrigatória do parte do volume do solo.
solo, quimioautotrófica, que oxida íons N0 2 em N0 3 - na fase
Potássio (K) - Elemento essencial - um dos três nutrientes
final do processo de nitrificação.
primários, incluindo N e P. É exigido pela maior parte das
Nitrogênio (N) - Nutriente primário, componente de toda célula plantas em quantidades semelhantes às de nitrogênio. o
viva, planta ou animal. Nas plantas, é parte da molécula potássio tem função importante na ativação de sistemas
de clorofila, aminoácidos, proteínas e outros compostos enzimáticos, é vital para a fotossíntese e para a formação
diversos. e utilização dos açúcares, tem papel essencial na síntese
Nutriente - Elemento que contribui para o crescimento e a de proteínas e na manutenção da estrutura da proteína e
saúde de um organismo. ajuda a planta a utilizar a água de forma mais eficiente.
Nutriente primário - Um dos três nutrientes ... N, P e K. São os que Precipitaçã o efet iva - Aquela porção do total de precipitação
limitam mais frequentemente a produtividade das culturas. que se torna disponível para o crescimento da planta .
Nutriente secundário - Ca, Mg e S são os nutrientes secundá- Qulmlgação - Aplicação de fertilizantes e/ou pesticidas na
rios essenciais para o crescimento da planta, porém menos água de irrigação para fertilizar as plantações e/ ou contro-
frequentemente deficientes do que os nutrientes primários. lar as pragas.
Ortofosfato - Classe geral de compostos fosfatados fabricados Regulaçã o osmótica - Movimento de eletrólitos, tais como íons
a partir do ácido ortofosfórico (Hl0 4 ), incluindo, principal- solúveis e açúcares, através das membranas celulares para
mente, sais de Ca e NH 4 • manter o potencial hídrico no interior das células da planta.
Oxidação - Alteração química que envolve a adição de 0 2 ou seu Relação Carbono:Nltrogênlo - Relação entre peso do c ordâ-
equivalente químico. Esta inclui a perda de elétrons de um áto- nico e peso do N total no solo ou na matéria orgânica. Ela
mo, íon ou molécula durante uma reação química. isso pode é obtida dividindo-se a percentagem de C orgân ico pela
aumentar a carga positiva de um elemento ou composto. percentagem de N total.
Oxigênio - Gás (O) incolor, insípido, inodoro - o elemento mais Rendimento sustentável - Produção da planta ou de material
abundante e mais amplamente distribuído na natureza. vegetal de uma área de forma continua , anual ou periódica :
Compreende cerca de 21% em volume do ar. implica no uso de práticas de manejo que irão manter a
capacidade produtiva da terra .
Percolaçã o - Movimento descendente de líquido no solo.
Rlzóblo - Bactéria capaz de viver em simbiose com as plantas
Perfil do solo - Corte vertical no solo, desde a sua superfície, superiores, geralmente leguminosas, das quais recebe
passando por todos os horizontes, até o material original ou
energia, e é capaz de utilizar o N, , convertendo-o em for-
rocha matriz. mas utilizáveis pelas plantas. ·
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C M
Rocha fosfátlca - Rocha natural contendo um ou mais minerais Soluto - Material que é dissolvido em solvente para formar uma
de fosfato de cálcio, com pureza e quantidade suficiente solução.
para permitir a sua utilização, quer diretamente ou após
Subsolo - Camadas subjacentes do solo abaixo da camada su-
sua concentração, na fabricação de produtos comerciais. Os
perficial , que podem conter menos matéria orgân ica e mais
depósitos de rocha fosfática mais utilizados na fabricação de
características do material de origem do solo.
fertilizantes tem como base o mineral apatita, principalmen-
te fosfatos de cálcio. Superfosfato - Produto obtido quando a rocha fosfática é
tratada com ácido sulfúrico ou ácido fosfórico , ou uma
Rocha-mãe - Rocha sólida subjacente ao solo e rocha alterada,
mistura desses ácidos. Superfosfato " normal ", "comum · ou
em profundidades que variam de zero (onde exposto pela
"simples" refere-se a todas as classes que contêm até 22%
erosão) a várias centenas de metros.
de p o disponível, comumente obtido pela acidulação da
SIG - Sistema de informação geográfica. Termo genérico empre- roch~ f~sfática com ácido sulfúrico. Contém principalmente
gado para os sistemas que armazenam, analisam e exibem fosfato monocálcio acrescido de um montante significativo
dados de mapas digitais. de gesso.
Sllte - Partícula inorgãnica, com tamanho que varia entre Superfosfato triplo - Refere-se a todos os tipos de fertilizantes
0,05 mm e 0,002 mm de diãmetro. que contêm 40% ou mais de P2 0 5 disponível. Normalmente,
Simbiose - Relação entre dois organismos vivos na qual ambos
são obtidos pela acidulação do fosfato de rocha com
ácido fosfórico. O superfosfato simples contém apreciável
se beneficiam, como a fixação de N por rizóbios em nódulos
das raízes de leguminosas. quantidade de S (gesso), o superfosfato triplo não . O
fósforo está presente principalmente na forma de fosfato
Solo - Camada superior da Terra na qual as plantas crescem. monocálcico.
Solo ácido - Solo contendo uma prevalência de W na solução Tamponamento - Processo que restringe ou reduz a mudança
(acidez ativa) e na superfície dos colóides (acidez potencial de pH quando ácidos ou bases são adicionados. Mais
ou de reserva). Especificamente, um solo com valor de pH genericamente, é o processo que reprime mudanças na
inferior a 7. concentração de qualquer íon dissolvido quando este for
Solo álcali - Solo com elevado grau de alcalinidade (pH 8,5 ou adicionado ou removido do sistema .
superior) ou com elevado teor de Na • trocável (15% ou mais Terraço - Na conservação do solo, uma faixa ma is ou menos
da capacidade de troca), ou ambos. horizontal ou acostamento de terra geralmente construídos
Solo alcalino - Qualquer solo com pH superior a 7,0. em curva de nível para reduzir a erosão.
Solo calcário - Solo contendo cal livre (carbonatos) que efer- Textura do solo - Proporções relativas de partículas de dife-
vesce visivelmente quando tratado com ácido clorídrico rentes tamanhos que compõem o solo. Essas partículas
diluído (1:10). incluem areia, silte e argila.
Solo neutro -Solo com elevada percentagem (de 80% a 90%) Textura fina - Solo com elevada percentagem de silte e argila .
da capacidade de troca ocupada por íons de Ca e Mg e pH Transpiração - Evaporaçã o através das folhas; fluxo de água,
do solo próximo a 7. através das plantas, do solo para a atmosfera.
Solo orgânico - Solo que contém elevada percentagem de Troca de cátlons - Troca entre um cátion na solução e outro
matéria orgãnica. cátion na superfície de um material, tal como colóide da
Solo salino - Solo não alcalino contendo uma quantidade argila ou co lóide orgãnico.
apreciável de sais solúveis que interferem no crescimento Troca de íons - Troca entre um ío n da solução e outro íon da
da maioria das culturas. superfície de material ativo, tal como argila ou húmus.
Solo salino-alcalino - Solo contendo uma proporção elevada Umidade disponível para a planta -Água no solo mantida livre
de sais solúveis, com alto grau de alcalinidade ou elevada o suficiente para que as plantas possam extraí-la para uso.
quantidade de Na trocável, ou ambos, de modo que o cres-
Urease - Enzima necessá ria para a quebra da ureia em NH ,
cimento da maioria das culturas é inferior ao normal. 3
comum a todas as plantas.
Solo sódico - Solo que é afetado por altas concentrações de
sal e de Na. Solos sádicos tem teores relativamente ba ixos Volume aparente - Volum e da massa de solo, inclu indo os
sólidos e os poros.
de sais solúveis, mas são ricos em Na trocável.
Zinco (Zn) - Micronutriente metá lico, um dos primeiros nu-
Solo superficial - Refere-se à camada superficial do solo,
incluindo a ma ior parte do conteúdo de matéria orgânica trientes reconhecidos como essencial para as plantas. O
do perfil do solo. Tecnicamente, esta camada é con siderada zinco ajuda na síntese de substãncias de crescimento e no
como o horizonte A do perfil do solo, de coloração escura. sistema enzimático da planta e é essencial para promover
certas reações metabólicas. É necessário para a produção
Solução do solo - Fase líquida do solo e seus solutos. de clorofila e de carboidratos.
Soluções nitrogenadas - Soluções de fertilizantes nitrogenados Zona de depleção - Zona estreita ao lado da raiz onde as
em água. Soluções nitrogenadas são utilizadas na fabrica- concentrações de nutrientes imóveis no solo tornam-se
ção de adubos compostos líqu idos ou secos e aplica das acentuadamente reduzidas.
ao solo com o uso de aplicadores especiais ou na água de
irrigação. Mais com umen te, o termo se refere a soluções Zona de retenção - Zona de solo onde os nutrientes se concen-
de nitrato de amõnio-ureia (URAN ), feitas a partir de uma tram após a aplicação de fertilizantes. Geralmente se refere
a algum tipo de aplica ção em faixas.
mistura de nitrato de amõnio (NH 4 NO) e ureia, contendo
28% a 32% de N.
M NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
Solt1cão
., das Resenl1as
Capítulo 2
l. d, 2. b, 3. e, 4. a, 5. b, 6. e, 7. b, 8. d, 9. d, 10. d
Capítulo 3
l. b, 2. e, 3. d, 4. a, 5. e, 6. b, 7. a, 8. a, 9. d, 10. b
Capítulo 4
l.a, 2. b, 3. d, 4.a, 5. b,6.c, 7. b,8. b, 9. c, 10.c
••
Capítulo 5
·. I 1. b, 2.~ 3.~ 4. b, 5.a, 6. d, 7.a, 8. b.~~ lQa
li
Capítulo 6
• 1. b, 2. d, 3. a, 4. a, 5. b, 6. e, 7. a, 8. e, 9. b, 10. a
Capítulo 7
1. e, 2. d, 3. a
Capítulo 8
1. d, 2. e, 3. e, 4. a, 5. b, 6. d, 7. e, 8. b, 9. d, 10. a
• Capítulo 9
"1 1. e, 2. b, 3. d, 4. d, 5. a,6.d, 7. a, 8. a, 9. d
r,
1
1
1
1
•
1
1
1
1
1
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C M
~
SÍMBOLOS E ABREVIAÇÕES
Abaixo estão os símbolos e as abreviações para os nulrientes
•
11
e os compostos re lacionados mais utilizados nesta publicação.
-"
AI
B
e
Ca
Alumínio
Boro
Carbono
Cálcio
•
1#
CaC03
CaCl2
CaS04
Ca(N03)2
CH.
Carbonato de cálcio
Cloreto de cálcio
Sulfato de cálcio (gesso)
Nitrato de cálcio
Metano
.
11
JI
CI/CI·
Cu
cuso.
Cloro/Cloreto
Cobre
Sulfato de cobre
•
11
DAP Diamônio fosfato
Fe Ferro .li
.
Feso. Sulfato de ferro
Próton ou íon hidrogênio
JI
H'
HCOi Bicarbonato
K Potássio
KCI Cloreto de potássio .li
(também muriato de potássio ou MOP)
K20 Potássio .li
KN03 Nitrato de potássio
Sulfato de potássio
.li
K2S04
(também sulfato de potássio ou SOP)
.li
MAP Fosfato monoamônio
MCP Fosfato monocálcico .1
Mg Magnésio
Mgso. Sulfato de magnésio .1
MgCb
Mn
Mo
Cloreto de magnésio
Manganês
Molibdênio
•
.1
N Nitrogênio
NH3 Amônia .1
NH•' Amónio
.1
(NH.)2SO.
N02·
Sulfato de amónio
Nitrito
_.
N03 Nitrato
N2 OI nitrogênio
NOJ N20 Óxido de nitrogênio/Óxido nitroso
p Fósforo
1
ppb partes por bilhão 1
ppm partes por milhão
s Enxofre
SOl Sulfato
TSP Superfosfato triplo
1
Zn Zinco 1
ZnS04 Sulfato de zinco
1
•
M NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C