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Doença de Parkinson:
Tríade Médico-Paciente-Família
16 de Março de 2017
Recife
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Universidade de Pernambuco
Doença de Parkinson:
Tríade Médico-Paciente-Família
16 de Março de 2017
Recife
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Sumário
1. Introdução .........................................................................................................................4
2. A Doença de Parkinson ....................................................................................................5
3. O Médico .........................................................................................................................6
4. O Paciente .........................................................................................................................7
5. A
Família ........................................................................................................................11
6. Conclusão .......................................................................................................................14
7. Referências .....................................................................................................................15
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1. Introdução
Por isso, com este trabalho, visamos fazer uma revisão bibliográfica sobre as nuances
que permeiam o cotidiano da vida do paciente portador da doença de Parkinson, que vão desde
o entendimento sobre o que é a patologia e o seu mecanismo fisiopatológico, os aspectos
emocionais e psicológicos do paciente ligados à doença até sua importante relação frente ao
médico e seus cuidadores.
4
2. A Doença de Parkinson
5
3. O Médico
6
4. O Paciente
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situação e, ao mesmo tempo, permite que a mesma seja encarada de forma mais amena.
Portanto, neste momento é importante valorizar mais as atitudes e o relacionamento com os
pacientes e familiares, do que as intervenções em si 8.
Frente a essa necessidade de convívio com a doença, surgem outras questões relevantes
quanto ao paciente. Pois, apesar de acometer principalmente o sistema motor, manifestações não
motoras como distúrbios do sistema nervoso autônomo, alterações do sono, de memória e
depressão, também podem ocorrer. Assim, as atividades diárias passam a ser progressivamente
mais lentas e a demandar mais esforço. Desse modo, os fenômenos de natureza psicológica,
como o sofrimento emocional gerado pela possível trajetória de perda de autonomia e exclusão
social, contribuem demasiadamente para o comprometimento da qualidade de vida. A depressão
provavelmente acontece devido à mudança de rotina e das capacidades do indivíduo, afetando
sua independência e autoestima7.
Um estudo realizado por Almeida e Cruz (2009) mostrou que os problemas enfrentados
pelos idosos acometidos pela doença de Parkinson (DP) abrangem diversas esferas: funcional,
ocupacional, relativos à saúde física e mental, social e econômica. Além disso, Almeida e
Castiglioni (2007) afirmam que embora a DP não comprometa a aparência física, as pessoas
8
acometidas acabam perdendo o senso de autoeficácia e autocontrole, principalmente aqueles
que apresentam sintomas depressivos. Esses fatores alteram o estilo de vida do sujeito e sua
independência em muitas atividades do cotidiano7.
Quanto ao cuidado, alguns estudos têm demonstrado que cuidar não é simplesmente
uma imposição, mas que precisa ser uma vontade própria, devido a laços afetivos existentes
entre os cuidadores e cuidados, onde podem aparecer vários sentimentos como retribuição,
tristeza, pena, ansiedade e nervosismo, e até a raiva 5.
9
Parkinson, visto que essa doença altera o cotidiano e prejudica o bem estar e independência dos
indivíduos acometidos7. Desse modo, as sessões terapêuticas auxiliam primordialmente à
prevenção ou redução de perdas funcionais, minimizando o grande risco de tornarem-se
dependentes em sua vida cotidiana.
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5. A Família
No Brasil, quando uma pessoa adquire uma doença como a de Parkinson, que traz
consigo perdas de autonomia, geralmente recebe assistência de um membro de sua própria
família, ou seja, pessoas que, não dispondo de formação profissional, são motivadas pela boa
vontade e disponibilidade. Todos os envolvidos podem ser afetados por mudanças na condução
da vida, alterando a ordem de suas prioridades pessoais, pois à medida que a doença evolui,
ocorre uma tendência de aumento nas perdas funcionais, e, por conseguinte, na demanda por
cuidados5.
Pessoas com Parkinson vivem com necessidade de interação social, o que significa que
os cuidadores devem passar tempo com eles. Os cuidadores precisam de estabilidade financeira
e meios para cuidar do paciente. Isolamento e tensões emocionais e financeiras é um achado
entre muitos cuidadores. Por exemplo, alguns cuidadores podem desistir de empregos, lazer e
atividades sociais para cuidar de seus entes queridos. Contudo, os profissionais de saúde
frequentemente não reconhecem os encargos dos cuidadores, porque seu foco geralmente é só
no paciente10.
11
cuidadores que eram outros membros da família, amigos ou vizinhos eram mais jovens, em
média 52 anos e 66% deles trabalhavam em tempo integral ou parcial 11.
Os tratamentos farmacológicos e cirúrgicos atuais podem atenuar os sintomas e
prolongar a vida desses sujeitos, no entanto, aumentam o tempo em que necessitam de cuidados
e a necessidade de cuidadores, como familiares. As desordens motoras e não motoras
provocadas pela DP levam a quedas, isolamento social, perda de hobbies e atividades de lazer,
aumento da dependência para as atividades de vida diária, perda de autonomia e consequente
redução da qualidade de vida tanto dos cuidadores quanto dos cuidados, tendo que ambos
readequar suas vidas e rotinas às novas dificuldades 12.
A convivência diária com as dificuldades dos movimentos, alteração da marcha, falta
de equilíbrio, entre outras, geram um grande estresse no ambiente familiar, porque não é só o
indivíduo com Parkinson que vivencia este novo ritmo de vida, mas também os familiares
próximos10. A doença de Parkinson é classificada como desordem motora; portanto, o ônus da
prestação de serviços de cuidado seria bastante elevado 12. Entretanto, e surpreendentemente, a
maioria da literatura identifica questões psicológicas como sendo o de mais incômodo para o
cuidador e 40% dos cuidadores experimentam uma deterioração de sua saúde. A taxa de
depressão em cuidadores também é maior do que na população em geral 9.
O mesmo estudo canadense anteriormente
citado mostrou que um número considerável de
pessoas com Parkinson sente vergonha pela
condição (43%) ou se sente deixado de fora
das coisas (29%). Alguns perceberam que os
outros eram desconfortáveis com eles (28%)
ou os evitavam (19%). Mais da metade (58%)
relataram ter pelo menos uma dessas
preocupações13. Nesse contexto, a família
passa a desempenhar um papel fundamental,
visto que uma boa interação familiar,
acompanhada de comprometimento e
envolvimento conjunto e da presença de um
diálogo sincero, poderá facilitar a busca por
melhores condições de vida5.
Estudo realizado em Curitiba no ano de 2014 avaliou a qualidade de vida dos
cuidadores. 8 cuidadores foram analisados e os resultados foram impressionantes. Chamou
atenção, neste estudo, o fato de que nenhum dos cuidadores participa de grupos de apoio, o que
poderia servir de suporte no enfrentamento dos problemas gerados pelo ato de cuidar. Também,
a quantidade de horas gastas pelo cuidador com os cuidados pessoais, em média, foi menor que
12
as horas gastas no cuidado ao paciente. O cuidador precisa fazer contínuos ajustes em sua vida
pessoal e profissional de acordo com o cuidado que deve prestar, o que pode produzir danos à
sua saúde física e mental. Ele deixa de dedicar seu tempo para lazer, saúde e atividades sociais
em prol do cuidado com o outro. Cuidadores que frequentam grupos de apoio podem lidar
melhor com as situações e ajudar os outros a lidarem com circunstâncias semelhantes 12.
Como já foi dito, os profissionais de saúde frequentemente não reconhecem os
encargos dos cuidadores, porque seu foco geralmente somente no paciente. Porém existe a
necessidade de serem feitas intervenções por meio de programas educacionais e multifocais,
com vistas a melhorar a qualidade de vida dos cuidadores 10. O alívio do fardo dos cuidadores é
crucial, como a elaboração de programas específicos de ajuda e até mesmo otimização do
tratamento médico do paciente, mas só pode ser alcançado com um conhecimento aprofundado
sobre os fatores contributivos para a dificuldade desses cuidadores 9.
Outro ponto importante a ser assinalado é que os pacientes não recebem educação
para encorajar sua conscientização sobre sua saúde como um estado dinâmico, que é
influenciado pela sua doença crônica e circunstâncias pessoais. Além do mais, os cuidados de
saúde atuais não parecem promover a adaptação psicossocial à doença, embora este seja um
processo em seu ciclo de doença de saúde13.
Os pacientes e cuidadores informais podem realmente perceber benefícios positivos
como consequência da doença, por exemplo, o crescimento pessoal e uma melhoria do
relacionamento familiar. Essas estratégias de obtenção de benefícios podem facilitar a
adaptação à doença. Portanto, as manobras de enfrentamento são a chave chave para alcançar
uma maior qualidade de vida do cuidador e do portador da doença 13.
Também é importante citar que algumas mudanças não permitem mais que o indivíduo
desfrute de tudo que fazia parte de sua vida, antes de ser portador de uma condição crônica. É
necessário, porém, encontrar novos caminhos para se manter a qualidade e o bem-estar físico,
social e psicológico. É justamente nesse processo de busca que a família tem papel fundamental
ao ajudar na descoberta de novas tarefas e atividades que proporcionem prazer, sendo realizadas
dentro do limite físico de cada um5.
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6. Conclusão
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7. Referências
4 Filippin NT, Martins JS, Dela Libera LB, Halberstadt BF, Severo AR. Qualidade de
vida de sujeitos com doença de Parkinson e seus cuidadores. Fisioter Mov., Curitiba,
27(1): 57-66, jan-mar 2014
5. Navarro-Peternella FM, Marcon SS. A convivência com a doença de Parkinson na
perspectiva do parkinsoniano e seus familiares. Rev Gaúcha Enferm., Porto Alegre (RS)
2010 set;31(3):415-22
6. Nakabayashi TIK, et al. Prevalência de depressão na doença de Parkinson / Rev Psiq
Clín, São Paulo, 35(6): 219-27, Jan-jun 2008
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13. NAVARTA-SÁNCHEZ, María Victoria et al. Factors influencing psychosocial
adjustment and quality of life in Parkinson patients and informal caregivers. Quality Of
Life Research, [s.l.], v. 25, n. 8, p.1959-1968, 8 jan. 2016. Springer Nature.
http://dx.doi.org/10.1007/s11136-015-1220-3
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