Fichamento – República de Platão; Livro II (372e ...) e Livro III.
PLATÃO. A República. Tradução de Carlos Alberto Nunes. 3. ed. Belém: EDUFPA, 2000, pp. 114-183.
Livro II (372e ...)
Passagem Ideias principais Os diálogos indicam a complexidade na organização da cidade através da ocupação pelos cidadãos de vários ofícios e a relação entre eles. Inevitavelmente o crescimento do número de 372e – pessoas em ocupações profissionais urbanas necessitaria o aumento proporcional no número de 373c agricultores e terras o que por sua vez seria fundamento para as guerras. Estas, por sua vez, geram a necessidade de se terem guardas (ou guerreiros) que auxiliem ora na defesa da cidade e ora na conquista de novas terras. Sócrates parece identificar a origem da guerra na disputa fundiária entre as cidades e – minimizando a importância de se refletir sobre tal causa ou a guerra em si – prossegue tomando 373d – como ponto principal de sua reflexão a composição física e psicológica daqueles que devem 374e servir à cidade na condição de guardas. Num primeiro momento chega à conclusão de que o aperfeiçoamento implica na dedicação a uma única atividade e indica que os guardas devem, assim, dedicarem-se exclusivamente à atividade da guerra. Sobre a natureza dos guardas, os diálogos concluem que estes devem possuir composição física veloz e forte e uma alma corajosa, briosa, intrépida e irresistível. Em determinado momento, 375a – todavia, parece que surge um paradoxo: como conciliar duas naturezas num só individuo, isto 375c é, se o guarda deve ser agressivo com os inimigos e manso com os amigos e concidadãos, como seria possível conciliar numa só alma duas naturezas contrastantes? Sócrates parece prover a resposta deste problema a partir da observação da natureza: como o cão – que possui essas duas mesmas naturezas – assim deve ser o guarda.