Mesmo tendo exemplos de apagões e escassez de água nos verões passados,

ainda continuamos repetindo os mesmos erros. A sociedade ainda não

aprendeu que a água é um recurso importante para a sobrevivência de
literalmente tudo.

Cabe a todos ter consciência sobre o uso da água, o governo poderia investir
em projetos e estudos de despoluição de rios e lagoas, em saneamento básico
e fiscalização desses investimentos.

Acredito que promover informação em mídias sociais e escolas também seja

um bom jeito de conscientizar as próximas gerações sobre o problema.

Uma experiência que me fez ter mais consciência sobre a água que tenho em
casa, foi uma viagem que fiz para Boa Espera, no interior da Bahia. Os
moradores de lá só viam a água cair na torneira uma vez a cada 15 dias, e
mesmo assim ela era fraca e não durava o dia todo. Eles enchiam o máximo de
recipientes possíveis para estocar para ter para beber e cozinhar. Quando
chovia era a mesma coisa, tentavam coletar o máximo de água possível e
estocar.

Quando a água não vinha no período de 15 dias ou não chovia, o último

recurso eram as fontes de água que tinham em alguns lugares, quem morava
perto de uma ficava mais fácil de buscar, mas existiam pessoas que tinham
que caminhar mais de 10km para trazer água para casa. Normalmente, a água
não era própria para consumo antes de fervura e outros processos que eles
usavam para limpá-la, mas os moradores cuidavam ao máximo para manter as
águas limpas e ensinavam desde crianças até visitantes como eles cuidavam
do local.

Existiram pessoas que conseguiram fazer poços para ter água em seu quintal,
mas quando tinha água, ela era salobra e turva, então caixas d’água para
armazenar água da chuva ainda eram melhores opções, mas não era todo
mundo que tinha condições de ter uma em casa.

Toda vez que assuntos sobre crise hídrica é mencionado lembro-me dessa
viagem e reflito muito, pois aqui temos água suficiente para sobreviver e
desperdiçamos em quanto em outros lugares não têm nem para beber.