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Hidrostática

Até agora estudamos o comportamento dos planos e corpos em um meio


onde há ar ou vácuo, ou seja, o meio não interfere no comportamento.

Mas e se aplicarmos uma força em um corpo que se encontra sobre a água


ou outro fluido qualquer?

Sabemos que o efeito será diferente. Se estudarmos as propriedades de um


líquido em equilíbrio estático, estas propriedades podem ser estendidas aos
demais fluidos.

Chamamos hidrostática a ciência que estuda os líquidos em equilíbrio


estático.

Fluido

Fluido é uma substância que tem a capacidade de escoar. Quando um fluido


é submetido a uma força tangencial, deforma-se de modo contínuo, ou seja,
quando colocado em um recipiente qualquer, o fluido adquire o seu
formato.

Podemos considerar como fluidos líquidos e gases.

Particularmente, ao falarmos em fluidos líquidos, devemos falar em sua


viscosidade, que é a atrito existente entre suas moléculas durante um
movimento. Quanto menor a viscosidade, mais fácil o escoamento do
fluido.

Pressão

Ao observarmos uma tesoura, vemos que o lado onde ela corta, a lâmina, é
mais fina que o restante da tesoura. Também sabemos que quanto mais fino
for o que chamamos o "fio da tesoura", melhor esta irá cortar.

Isso acontece, pois ao aplicarmos uma força, provocamos uma pressão


diretamente proporcional a esta força e inversamente proporcional a área da
aplicação.

No caso da tesoura, quanto menor for o "fio da tesoura" mais intensa será a
pressão de uma força nela aplicada.

A unidade de pressão no SI é o Pascal (Pa), que é o nome adotado para


N/m².
Matematicamente, a pressão média é igual ao quociente da resultante das
forças perpendiculares à superfície de aplicação e a área desta superfície.

Sendo:

p= Pressão (Pa)

F=Força (N)

A=Área (m²)

Exemplo:

Uma força de intensidade 30N é aplicada perpendicularmente à superfície


de um bloco de área 0,3m², qual a pressão exercida por esta força?

Densidade

Quando comparamos dois corpos formados por materiais diferentes, mas


com um mesmo volume, quando dizemos que um deles é mais pesado que
o outro, na verdade estamos nos referindo a sua densidade. A afirmação
correta seria que um corpo é mais denso que o outro.

A unidade de densidade no SI é kg/m³.

A densidade é a grandeza que relaciona a massa de um corpo ao seu


volume.

Onde:

d=Densidade (kg/m³)
m=Massa (kg)

V=Volume (m³)

Exemplo:

Qual a massa de um corpo de volume 1m³, se este corpo é feito de ferro?

Dado: densidade do ferro=7,85g/cm³

Convertendo a densidade para o SI:


Princípio de Pascal

O princípio físico que se aplica, por exemplo, aos elevadores hidráulicos


dos postos de gasolina e ao sistema de freios e amortecedores, deve-se ao
físico e matemático francês Blaise Pascal (1623-1662). Seu enunciado é:

O acréscimo de pressão produzido num líquido em equilíbrio


transmite-se integralmente a todos os pontos do líquido.

 Blaise Pascal (1623-1662), físico, matemático, filósofo


religioso e homem de letras nascido na França.

Consideremos um líquido em equilíbrio colocado em um recipiente. Vamos


supor que as pressões hidrostáticas nos pontos A e B (veja a figura) sejam,
respectivamente, 0,2 e 0,5 atm.

Se através de um êmbolo comprimirmos o líquido, produzindo uma pressão


de 0,1 atm, todos os pontos do líquido , sofrerão o mesmo acréscimo de
pressão. Portanto os pontos A e B apresentarão pressões de 0,3 atm e 0,6
atm, respectivamente.

As prensas hidráulicas em geral, sistemas multiplicadores de força, são


construídos com base no Princípio de Pascal. Uma aplicação importante é
encontrada nos freios hidráulicos usados em automóveis, caminhões, etc.
Quando se exerce uma força no pedal, produz-se uma pressão que é
transmitida integralmente para as rodas através de um líquido, no caso, o
óleo.
 

A figura seguinte esquematiza uma das aplicações práticas da prensa


hidráulica: o elevador de automóveis usado nos postos de gasolina.

O ar comprimido, empurrando o óleo no tubo estreito, produz um


acréscimo de pressão ( p), que pelo princípio de Pascal, se transmite
integralmente para o tubo largo, onde se encontra o automóvel.

Sendo p1 = p2 e lembrando que p = F/A , escrevemos:

Como A2 > A1 , temos F2 > F1 , ou seja, a intensidade da força é


diretamente proporcional à área do tubo. A prensa hidráulica é uma
máquina que multiplica a força aplicada.

Por outro lado, admitindo-se que não existam perdas na máquina, o


trabalho motor realizado pela força do ar comprimido é igual ao trabalho
resistente realizado pelo peso do automóvel. Desse modo, os
deslocamentos – o do automóvel e o do nível do óleo – são inversamente
proporcionais às áreas dos tubos:

t 1 = t 2 é F1d1 = F2d2

Mas na prensa hidráulica ocorre o seguinte:


 

Comparando-se com a expressão anterior, obtemos:

Exemplo

Na prensa hidráulica na figura , os diâmetros dos tubos 1 e 2 são ,


respectivamente, 4 cm e 20 cm. Sendo o peso do carro igual a 10 kN,
determine:  

a) a força que deve ser aplicada no tubo 1 para equlibrar o carro;


b) o deslocamento do nível de óleo no tubo 1, quando o carro sobe 20 cm.  

Resolução:

a) A área do tubo é dada por A = pi R2 , sendo R o raio do tubo. Como o


raio é igual a metade do diâmetro, temos R1 = 2 cm e R2 = 10 cm .

Como R2 = 5R1 , a área A2 é 25 vezes a área A1 , pois a área é proporcional
ao quadrado do raio. Portanto A2 = 25 A1 . 

Aplicando a equação da prensa, obtemos:

è  è F1 = 400N

b) Para obter o deslocamento d1 aplicamos:

è  è d1 = 500 cm (5,0 m)


O princípio de Arquimedes :

diz que todo corpo mergulhado num fluido sofre a ação de um empuxo
vertical. Conta a história que Arquimedes teria formulado esse conceito
durante um banho.

Arquimedes, ao notar que todo corpo ficava mais leve quando imerso na
água, descobriu que havia uma força verticalmente para cima exercida
pelo líquido sobre o corpo. Essa força que o líquido exerce sobre o corpo
recebe o nome de empuxo.

Assim, o Princípio de Arquimedes diz que:  todo corpo imerso em um


fluido sofre ação de uma força (empuxo) verticalmente para cima, cuja
intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo.

A existência do empuxo se deve à ação de várias forças que agem sobre


um corpo mergulhado num líquido. Nesse processo, cada força tem um
módulo diferente, e a resultante dessas forças não é nula.

Para se calcular a intensidade da ação do empuxo é preciso utilizar uma


fórmula que estabelece uma relação entre o empuxo e a densidade do
líquido no qual o corpo está mergulhado. Veja:

E= md .g (I)

md = µ. Vd (II)

Nessa fórmula temos que: md é a massa do líquido deslocado, Vd é o


volume do líquido deslocado (correspondente ao volume da parte do
corpo que está mergulhada), e µ é a densidade do líquido.
Assim, para calcular o empuxo, utilizamos a equação:
E= µ . Vd. g

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