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7º Simulado OAB -

Gabarito Comentado
Simulados - 1ª Fase OAB - XXXII Exame
de Ordem

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7º Simulado OAB - Gabarito


Comentado
7º Simulado OAB - Gabarito Comentado

2º Simulado da 1ª Fase - XXXII Exame de Ordem - 21/03/2020

Simulados - 1ª Fase OAB - XXXII Exame de Ordem

XXXII Exame de Ordem Unificado - Prova Objetiva-Profissional


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PROVA OBJETIVA
Informações gerais
• Essa prova é focada na 1ª fase do XXXII Exame de Ordem da OAB;
• As questões são inéditas e foram elaboradas pelos nossos professores com base no
perfil da banca do certame, a FGV;
• 5 horas é o tempo disponível para a realização da prova, tente realizar este simulado
respeitando este limite de tempo conforme ocorrerá no dia de seu exame.
• Esse simulado não é uma das rodadas de correção de peças e questões
individualizadas, que serão disponibilizadas futuramente somente aos alunos que
efetuaram a compra do nosso curso.
• Esse simulado é uma autoavaliação! Você mesmo (a) vai corrigir, a partir da correção
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XXXII Exame possam praticar. Por isso, é importante para nós, que você dê o máximo de publicidade a
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CÓDIGO DE ÉTICA E ESTATUTO DA OAB


Rosenval Júnior

Questão 1
Foi instaurado processo disciplinar contra membro do Conselho Federal em função de
conhecimento de fato obtido em virtude de denúncia anônima. De acordo com o disposto no
Código de Ética e Disciplina da OAB:
a) O procedimento está correto, pois o processo disciplinar pode ser instaurado de ofício em razão
de conhecimento do fato, obtido por qualquer meio.
b) O processo disciplinar não pode ser instaurado quando o conhecimento do fato é obtido por
meio de denúncia anônima. Porém, caso tal conhecimento fosse obtido por meio de fonte idônea,
a competência processar e julgar membros do Conselho Federal é do próprio Conselho Federal.
c) A denúncia anônima pode ser aceita desde que contenha a narração dos fatos que a motivam, de
forma que permita verificar a existência, em tese, de infração disciplinar.
d) O processo disciplinar não poderia ser instaurado em decorrência de denúncia anônima. O
interessado deve formular representação ao Presidente do Conselho Federal.
Gabarito: Letra B
Comentários: a) Errado. Conforme dispõem os § § 1º e 2º do art. 55 do Código de Ética e Disciplina
da OAB, a instauração, de ofício, do processo disciplinar, deverá ocorrer em função do
conhecimento do fato, quando obtido por meio de fonte idônea ou em virtude de comunicação da
autoridade competente. Porém, denúncia anônima não é considerada fonte idônea.
b) Certo. De acordo com o § 2º do art. 55 do CED, denúncia anônima não pode ser considerada
fonte idônea. Porém, processo disciplinar regularmente instaurado contra membros do Conselho
Federal e contra Presidentes de Conselho Seccional serão processados e julgados pelo Conselho
Federal, de acordo com o § 5º do art. 55 do CED.
c) Errado. A representação para instauração de processo disciplinar deve conter os seguintes itens,
de acordo com o art. 57, incisos I a IV, do CED:
• a identificação do representante, com a sua qualificação civil e endereço;
• a narração dos fatos que a motivam, de forma que permita verificar a existência, em tese,
de infração disciplinar;
• os documentos que eventualmente a instruam e a indicação de outras provas a ser
produzidas, bem como, se for o caso, o rol de testemunhas, até o máximo de cinco;
• a assinatura do representante ou a certificação de quem a tomou por termo, na
impossibilidade de obtê-la.
Observe que, além de denúncia anônima não ser considerada fonte idônea, a representação deve
conter a identificação do representante.
d) Errado. Conforme dispõe o art. 56 do CED, a representação deve ser formulada ao Presidente do
Conselho Seccional ou ao Presidente da Subseção.

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Questão 2
Sérgio é advogado e foi contratado para fazer a defesa de Gérson, seu cliente. Ao longo do
mandato, aconteceram os seguintes fatos:
I - Gérson pretende contratar mais um advogado para trabalhar com Sérgio em sua causa;
II - Sérgio informou claramente a Gérson a respeito dos possíveis riscos e consequências da
demanda judicial.
III - Gérson tem intenções contrárias à orientação que Sérgio considera mais adequada.
De acordo com o Código de Ética e Disciplina da OAB, é correto afirmar que
a) Sérgio não se sujeita à imposição do cliente que pretenda ver com ele atuando outros
advogados, agiu corretamente ao informar seu cliente a respeito dos eventuais riscos e possíveis
consequências da demanda, e deve imprimir à causa orientação que lhe pareça mais adequada,
sem se subordinar a intenções contrárias do cliente, mas esclarecendo-o quanto à estratégia
traçada.
b) Sérgio deve aceitar a imposição do cliente de vê-lo trabalhando com outros advogados, mas agiu
corretamente ao informar seu cliente a respeito dos eventuais riscos e possíveis consequências da
demanda, e deve imprimir à causa orientação que lhe pareça mais adequada, sem se subordinar a
intenções contrárias do cliente, mas esclarecendo-o quanto à estratégia traçada.
c) Sérgio não se sujeita à imposição do cliente que pretenda ver com ele atuando outros
advogados, agiu corretamente ao informar seu cliente a respeito dos eventuais riscos e possíveis
consequências da demanda, mas deve imprimir à causa a orientação que seu cliente desejar.
d) Sérgio deve aceitar a imposição do cliente de vê-lo trabalhando com outros advogados, agiu
corretamente ao informar seu cliente a respeito dos eventuais riscos e possíveis consequências da
demanda, devendo imprimir à causa a orientação que seu cliente desejar.
Gabarito: A
Comentários: Dispõe os arts. 9º e 11 CED que o advogado deve informar o cliente, de modo claro e
inequívoco, quanto a eventuais riscos da sua pretensão, e das consequências que poderão advir da
demanda. No exercício do mandato, o advogado atua como patrono da causa do cliente. Assim, ele
deve imprimir à causa a orientação que lhe parecer mais adequada, sem se subordinar a intenções
contrárias do cliente, mas procurando esclarecer a estratégia que será traçada.
Por fim, conforme o art. 24 do CED, o advogado não se sujeita à imposição do cliente que pretenda
ver com ele atuando outros advogados.

Questão 3
Valentina é advogada e teve sua correspondência eletrônica violada, correspondência esta relativa
ao exercício da advocacia, mas sem informações a respeito de seus clientes. De acordo com as
disposições do Estatuto da Advocacia e da OAB e do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e
da OAB
a) Como não há informações a respeito de clientes, os direitos de Valentina como advogada não
foram violados.

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b) Na presença de indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a


quebra da inviolabilidade poderá ser decretada pela autoridade judiciária competente, sendo
permitida inclusive a utilização de instrumentos de trabalho que contenham informações sobre
clientes.
c) Valentina teve seus direitos como advogada violados, e ao tomar conhecimento do fato, o
Presidente do Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção podem atuar em favor da
advogada por meio de desagravo público, somente.
d) A abertura da correspondência de Valentina viola seus direitos como advogada, salvo na
presença de indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado,
situação em que a quebra da inviolabilidade poderá ser decretada pela autoridade judiciária
competente.
Gabarito: D
Comentários: Dispõe o inciso II do art. 7º do EAOAB, que são direitos do advogado:
"Art. 7º, II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus
instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática,
desde que relativas ao exercício da advocacia;"
Porém, há exceções. Conforme o § 6º do art. 7º do EAOAB, na presença de indícios de autoridade e
materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente
poderá decretar a quebra da inviolabilidade. Todavia, ainda de acordo com o § 6º, é vedada a
utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado
averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre
clientes.
"Art. 7º, § 6º Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de
advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que
trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e
apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB,
sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos
pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho
que contenham informações sobre clientes."
O § 5º do art. 7º do EAOAB dispõe que caso de ofensa a inscrito na OAB, no exercício da profissão
ou de cargo ou função de órgão da OAB, o conselho competente deve promover o desagravo
público do ofendido. Porém, isso não é tudo. De acordo com o art. 15 do RGEAOAB, caso o
advogado tenha seus direitos violados, compete ao Presidente do Conselho Federal, do Conselho
Seccional ou da Subseção, ao tomar conhecimento do fato, adotar as providências judiciais e
extrajudiciais cabíveis para prevenir ou restaurar o império do Estatuto, em sua plenitude, inclusive
mediante representação administrativa.
"Art. 15. Compete ao Presidente do Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção, ao
tomar conhecimento de fato que possa causar, ou que já causou, violação de direitos ou
prerrogativas da profissão, adotar as providências judiciais e extrajudiciais cabíveis para prevenir ou
restaurar o império do Estatuto, em sua plenitude, inclusive mediante representação
administrativa. Parágrafo único. O Presidente pode designar advogado, investido de poderes
bastantes, para as finalidades deste artigo."

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Questão 4
Advogar contra literal disposição de lei, incidir em erros reiterados e abster-se de utilizar influência
indevida, de acordo com o Estatuto da Advocacia e da OAB e do Código de Ética e Disciplina,
a) São infrações disciplinares que podem ser punidas por censura, suspensão, exclusão ou multa.
b) Advogar contra literal disposição de lei é infração disciplinar, e abster-se de utilizar influência
indevida é dever do advogado. Erros reiterados não consistem em infração disciplinar, desde que o
advogado se empenhe em seu aperfeiçoamento profissional.
c) Advogar contra literal disposição de lei e incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia
profissional são infrações disciplinares, enquanto abster-se de utilizar influência indevida é um
dever do advogado.
d) Abster-se de utilizar influência indevida é dever do advogado, enquanto erros reiterados que
evidenciem inépcia profissional é uma infração disciplinar. Porém, advogar contra literal disposição
de lei é direito do advogado, ainda que sem fundamento na inconstitucionalidade, na injustiça da
lei ou em pronunciamento judicial anterior.
Gabarito: C
Comentários: Conforme a alínea a, inciso VIII, do parágrafo único do art. 2º do CED, abster-se de
utilizar influência indevida é um dever do advogado.
Por sua vez, o art. 34 do EAOAB enumera as infrações disciplinares. Conforme os incisos VI e XXIV
do art. 34, são infrações disciplinares:
• advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na
inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior;
• incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional.
O empenho permanente no aperfeiçoamento pessoal e profissional é um dever do advogado, de
acordo com o inciso IV do parágrafo único do art. 2º do CED, e não consiste em uma escusa para a
incidência em erros reiterados.

Questão 5
No que se refere ao sigilo profissional e às relações com o cliente previstos no Código de Ética e
Disciplina da OAB, assinale a opção correta.
a) O sigilo profissional é de ordem pública, e dependendo de solicitação de reserva que lhe seja
feita pelo cliente.
d) O advogado, quando no exercício das funções de árbitro, não se submete às regras de sigilo
profissional.
c) O advogado tem a opção de guardar sigilo dos fatos de que tome conhecimento no exercício da
profissão.
e) O sigilo profissional poderá ser relativizado em circunstâncias excepcionais que configurem justa
causa.

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Gabarito: D
Comentários: A única assertiva que se revela correta é a “d”, em razão dos seguintes aspectos:
A: Errada - O sigilo profissional é de ordem pública, independendo de solicitação de reserva que lhe
seja feita pelo cliente (Art. 36 do CED);
B: Errada – O advogado, quando no exercício das funções de mediador, conciliador e árbitro, se
submete às regras de sigilo profissional (Art. 36 do CED);
C: Errada – O advogado tem o dever de guardar sigilo dos fatos de que tome conhecimento no
exercício da profissão (Art. 35 do CED);
D: Correta - O sigilo profissional cederá em face de circunstâncias excepcionais que configurem
justa causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à honra ou que envolvam defesa
própria (Art. 37 do CED).

Questão 6
O advogado, Neymar, inscrito na OAB-SP, foi escolhido em lista tríplice pelo Conselho Seccional, de
forma a ser nomeado e empossado como Desembargador do Tribunal de Justiça deste Estado
(quinto constitucional). Nesta situação, o advogado
a) ficará licenciado da advocacia, até o término de seu mandato no TJ-SP.
b) continuará inscrito na OAB-SP e exercendo a advocacia, porém ficando impedido de advogar
contra a fazenda que o remunera.
c) terá suspensa a sua inscrição na OAB-SP.
d) terá cancelada a sua inscrição na OAB-SP.
Gabarito: D
Comentários: Nos termos do artigo 11, IV do EAOAB, cancela-se a inscrição do profissional que
passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia.
Neste sentido, a advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com a atividade dos membros
de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos
juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função
de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta e indireta (artigo
28, II do EAOAB).

Questão 7
Priscilinha ajuizou ação indenizatória em face de Vanessa Arns no dia 26/01/2019. Após a devida
instrução processual, Priscilinha obteve completo êxito na demanda proposta, o que alegrou
imensamente a sua advogada, recém-formada, Tereza Cristina.
No entanto, mesmo após o trânsito em julgado da ação, Priscilinha ainda não realizou o pagamento
dos honorários advocatícios de sua advogada.

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Assim, caso Tereza tenha a intenção de propor ação de cobrança de honorários, o prazo
prescricional para tal demanda será de
a) 01 ano.
b) 02 anos.
c) 03 anos.
d) 05 anos.
Gabarito: D
Comentários: Nos termos do artigo 25 do EAOAB, prescreve em cinco anos a ação de cobrança de
honorários de advogado, contado o prazo: I - do vencimento do contrato, se houver; II - do trânsito
em julgado da decisão que os fixar; III - da ultimação do serviço extrajudicial; IV - da desistência ou
transação; e V - da renúncia ou revogação do mandato.

Questão 8
Paulo Sousa, bacharel em direito, sempre teve grande destaque como aluno da graduação, apesar
de não ter obtido êxito na prova do exame de ordem. Inconformado com os seus resultados frente
ao exame, Paulo decide participar de um processo seletivo em um grande escritório de advocacia
para se candidatar a uma das vagas existentes, sendo uma vaga para consultoria e outra para
assessoria jurídica.
Diante do caso narrado, assinale a alternativa correta:
a) Paulo não poderá ocupar a função de consultor jurídico, mas tão somente de assessor jurídico, já
que este não exige inscrição na OAB como advogado.
b) Paulo Sousa poderá ocupar qualquer das funções por ele pretendidas, já que o único requisito
legal é a condição de bacharel em direito.
c) Paulo Sousa poderá ocupar qualquer das funções por ele pretendidas, caso tenha autorização do
Conselho Seccional.
d) Paulo não poderá ocupar a função de assessoria e tampouco de consultoria, já que estas são
privativas dos advogados inscritos na OAB.
Gabarito: D
Comentário: Nos termos do artigo 1º, inciso II, do EAOAB, observa-se que as atividades de
consultoria, assessoria e direção jurídicas são privativas de advogados. Logo, Paulo apenas poderá
exercer a função de consultou ou assessor jurídico, quando aprovado no exame de ordem.

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FILOSOFIA DO DIREITO
Jean Vilbert

Questão 9
“Pode dizer-se não que há tantos pareceres como homens, mas tantos como associações. […] É
portanto essencial, se a vontade geral pode exprimir-se, que não haja sociedades parciais dentro do
Estado” (Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social).
Quanto aos conceitos de sociedade, povo e “vontade geral” na obra em apreço, elementos
fundamentais do regime democrático, é CORRETO afirmar:
a) A “vontade geral” se exprime pela vontade do corpo político, intérprete da vontade do povo.
b) A sociedade civil deve ser entendida como um conjunto de indivíduos organizados.
c) A existência de “associações subordinadas” não interfere na expressão da vontade geral.
d) A vontade geral é a soma das vontades individuais e dos grupos sociais, prevalecendo a vontade
da maioria como expressão do regime democrático.
Gabarito: A
Comentários: a) ISSO! Rousseau entende a “vontade geral” como a vontade do corpo político que
se assume arbitrariamente como intérprete da vontade do povo.
b) Mentira! A sociedade civil não é (ou não deve ser) um conjunto de indivíduos organizados, mas
sim uma pessoa coletiva, com personalidade própria.
c) Nada disso! A existência de “associações subordinadas” (grupos de interesse) dentro do Estado
faz com que cada um desses grupos queira ter sua própria vontade geral, que pode ser oposta à da
comunidade como um todo. Logo, essas associações interferem na expressão da “vontade geral”.
d) Negativo! A “vontade geral” de Rousseau não se identifica com a vontade da maioria e nem
mesmo é idêntica à vontade da totalidade dos cidadãos. Essa vontade geral (um conceito abstrato e
de difícil compreensão prática) é a vontade da sociedade civil, que é vista como uma pessoa
separada das pessoas que a constituem, tendo atributos de personalidade própria.

Questão 10
Segundo o artigo 1.521 do Código Civil, “Não podem casar: [...] IV - os irmãos, unilaterais ou
bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive”. Porém, o artigo 2º do Decreto nº
3.200/1941, estabelece que “os colaterais do terceiro grau, que pretendam casar-se, ou seus
representantes legais, se forem menores, requererão ao juiz competente para a habilitação que
nomeie dois médicos de reconhecida capacidade, isentos de suspensão, para examiná-los e atestar-
lhes a sanidade, afirmando não haver inconveniente, sob o ponto de vista da sanidade, afirmando
não haver inconveniente, sob o ponto de vista da saúde de qualquer deles e da prole, na realização
do matrimônio”.
Para que seja admitido o casamento entre tios e sobrinhos, qual critério de resolução de
antinomias pode ser utilizado:

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a) Cronologia.
b) Especialidade.
c) Hierarquia.
d) Subsunção.
Gabarito: B
Comentários: a) Nops! Se fôssemos adotar a cronologia, o Código Civil de 2002 (norma mais
recente) teria prevalência e tios e sobrinhos (colaterais de terceiro grau) não poderiam se casar.
b) EXATO! Segundo a jurisprudência, o Decreto nº 3.200/1941 é lei especial em relação ao Código
Civil (norma geral) e, portanto, prevalente. É por isso que tios e sobrinhos podem casar-se, desde
que laudo médico ateste que não haverá problemas para a prole (compatibilidade genética).
c) Não! Aqui não há hierarquia. O Código Civil é lei ordinária. O Decreto 3.200/41 foi recepcionado
pela Constituição de 1988 com status de lei ordinária (compatibilidade material com a Constituição,
independentemente da compatibilidade formal).
d) Que é isso? Subsunção é critério para resolução de antinomia (conflito aparente entre normas)
dentro do Direito Penal (princípio específico), mas aqui não se aplica, por evidente (estamos na
seara dos critérios gerais).

DIREITO CONSTITUCIONAL
Diego Cerqueira

Questão 11
Em sessão plenária recente realizada pelo STF, houve julgamento em que os Ministros entenderam
ser dispensável a atuação do Senado Federal para suspender a validade, no todo ou em parte, de
lei declarada inconstitucional por meio do controle difuso de constitucionalidade, alterando-se a
interpretação originária dada ao art. 52, inciso X da Lei Maior. Nesse sentido, é correto afirmar que
a matéria em exame passou por:
a) controle preventivo de constitucionalidade.
b) desconstitucionalização superveniente.
c) mutação constitucional.
d) inconstitucionalidade por atração.
Gabarito: C
Comentários: De acordo com recente entendimento do Supremo, o inciso X do art. 52 da CRFB/88
sofreu uma mutação constitucional, que é a reforma da Constituição sem expressa modificação do
seu texto. Trata-se de uma alteração do significado do texto, ou seja, há uma nova compreensão do
dispositivo o adaptando a nova realidade na qual a Constituição está inserida.
O enunciado deixa claro que ocorreu uma interpretação da Corte. Sendo assim, temos um caso
de mutação constitucional, uma vez que há uma alteração do sentido sem que haja alteração da
letra da lei.

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Questão 12
Igor, Presidente da República no ano de 2019, apresentou Proposta de Emenda Constitucional com
a finalidade de prever que toda desapropriação praticada pelo Estado fosse precedida de
indenização em dinheiro. Devidamente processada, a PEC foi aprovada por três quintos dos
deputados, em dois turnos de votação, bem como por três quintos dos senadores, igualmente em
dois turnos de votação, seguindo, ato contínuo, para o Presidente da República, que a
promulgou. Diante do caso hipotético e com base no sistema jurídico vigente, assinale a alternativa
correta:
a) o Presidente da República não pode apresentar Proposta de Emenda Constitucional.
b) a Constituição já prevê indenização justa e prévia, em dinheiro, em todos os casos de
desapropriação, logo, a PEC deveria ter sido arquivada.
c) não é possível alterar matéria relacionada ao direito de propriedade, por se tratar de direito
fundamental.
d) o Presidente da República não pode promulgar Emenda Constitucional.
Gabarito: D
Comentários: Pessoal, atenção ao art. 60, §3º da CF/88: A emenda à Constituição será promulgada
pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

Questão 13
Em um jornal de grande circulação, uma conceituada jornalista publicou uma nota utilizando
também os meios eletrônicos, afirmando que uma famosa atriz deixou de estrear um programa de
televisão por estar acima do peso e com celulites, conforme um importante empresário teria
revelado à repórter, em sigilo. Indignada, a atriz processou a jornalista, exigindo que ela
esclarecesse onde havia obtido a informação. De acordo com o que dispõe a Constituição Federal, e
considerando o pedido da atriz na ação judicial, a referida jornalista:
a) deverá ser obrigada a atendê-lo, em função de a CRF/88 estabelecer que é livre a manifestação
do pensamento, sendo vedado o anonimato.
b) não será obrigada a atendê-lo, pois a Constituição Federal estabelece que é inviolável a liberdade
de consciência e de crença, devendo a ofendida pleitear o direito de resposta, proporcional ao
agravo.
c) não será obrigada a atendê-lo, pois a Constituição Federal resguarda o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional.
d) deverá ser obrigada a atendê-lo, em razão de a Constituição Federal assegurar a todos o acesso à
informação.
Gabarito: C
Comentários: Pessoal, a questão exigiu prévio conhecimento a respeito do inciso XIV do art. 5º da
Constituição, no qual dispõe que “é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”. A CF resguarda os jornalistas,
possibilitando que obtenham informações sem terem que revelar sua fonte.

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Questão 14
A Assembleia Legislativa do Estado Gama apurou no exercício de sua função de fiscalização que,
contrariamente ao informado pelo Executivo (em prestação de contas), o Estado teria deixado de
observar o percentual mínimo exigido na aplicação de recursos em ações e serviços públicos de
saúde. A oposição ao governo estadual alegou haver no caso razões para intervenção da União no
referido Estado. Nesse sentido, de acordo com o caso acima, a decretação da intervenção é em
tese:
a) cabível, devendo o decreto ser submetido à apreciação da Assembleia Legislativa no prazo de 24
horas, salvo se a suspensão do ato impugnado bastar ao restabelecimento da normalidade.
b) cabível, e dependerá de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do
Procurador-Geral da República.
c) descabida, uma vez que, embora o Estado não tenha observado a aplicação do mínimo exigido
da receita estadual nas ações e serviços públicos de saúde, essa hipótese não enseja a decretação
de intervenção federal.
d) cabível, e dependerá de solicitação do Poder Legislativo do referido Estado ao Presidente da
República.
Gabarito: B
Comentários: A intervenção é cabível, e dependerá de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal,
de representação do Procurador-Geral da República. Isso porque, a decretação da intervenção está
de acordo com o disposto no art. 34, VII c/c art. 36, III, CF/88:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VII - assegurar a
observância dos seguintes princípios constitucionais: e) aplicação do mínimo exigido da receita
resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: III - de provimento, pelo Supremo Tribunal
Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso
de recusa à execução de lei federal.

Questão 15
A Empresa Beta ajuizou ação visando à anulação de penalidade que lhe havia sido imposta por
órgão da Administração federal, sob a alegação de que a lei em que tal penalidade foi prevista
resultara de projeto que, após aprovado com alterações substanciais pela Casa legislativa revisora,
teria seguido diretamente à sanção presidencial, sem antes retornar à Casa inicial, razão pela qual
seria formalmente inconstitucional. A ação foi julgada procedente em primeira instância, com
fundamento na inconstitucionalidade da lei em que prevista a penalidade. Tendo sido interposto
recurso, o processo aguarda julgamento por órgão fracionário do Tribunal Regional Federal (TRF)
respectivo. Com base no caso apresentado assinale a alternativa correta:
a) houve, de fato, irregularidade no trâmite do projeto de lei, possuindo os órgãos judiciais
competência para reconhecer incidentalmente a inconstitucionalidade da lei, embora no âmbito do

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TRF a declaração de inconstitucionalidade dependa como regra de decisão da maioria absoluta dos
membros do Tribunal ou de seu órgão especial.
b) embora tenha havido irregularidade no trâmite do projeto legislativo, a sanção presidencial teria
o condão de convalidá-la, não havendo que se falar por esse motivo em inconstitucionalidade da
lei, possuindo o TRF competência para reconhecer sua constitucionalidade, desde que observada a
cláusula de reserva de plenário.
c) embora tenha havido irregularidade no trâmite do projeto legislativo, não compete aos órgãos
judiciais declarar em caráter incidental a inconstitucionalidade formal da lei, o que somente se
admite em sede de controle concentrado, exercido por meio de ação direta de competência
originária do STF.
d) houve, de fato, irregularidade no trâmite do projeto de lei, possuindo os órgãos judiciais
competência para afastar a aplicação da lei ao caso concreto, inclusive órgão fracionário do TRF,
desde que não declare sua inconstitucionalidade.
Gabarito: A
Comentários: Houve irregularidade no trâmite do projeto de lei pela inobservância ao parágrafo
único do art. 65, CF/88 e é possível que a inconstitucionalidade, no âmbito do TRF, seja declarada
pela maioria absoluta dos membros do Tribunal ou de seu órgão especial (art.97, CF/88).
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de
discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou
arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo
órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Poder Público.

Questão 16
Um grupo de estudos sobre a liberação total do aborto tem encontros semanais numa praça do
município X, no qual constroem debates e discussões acerca do assunto. Certo dia, decidiram fazer
uma manifestação no local e cientificaram as autoridades sobre a realização desta. No mesmo dia,
um grupo conhecido na cidade por ser radicalmente contra o aborto, resolveu ir ao local para
também se manifestar, sem informar as autoridades, numa clara tentativa de frustrar o livre
manifesto do outro grupo. Assim, segundo o entendimento, assinale a alternativa correta:
a) O grupo pró aborto tem o direito à livre manifestação, pois houve o comunicado prévio às
autoridades. Por outro lado, o grupo que é contrário ao aborto está desrespeitando a Constituição,
uma vez que não fez tal comunicado e ainda busca frustrar manifestação anteriormente convocada
para o mesmo local.
b) O grupo que busca se manifestar a favor do aborto deverá ter em mãos a autorização do órgão
responsável para garantir seu direito de se manifestar de maneira pacífica.
c) Os dois grupos não terão direito de se manifestar, pois a inércia ou o mero comunicado às
autoridades não gera o direito de se manifestar, sendo necessária uma autorização prévia do órgão
competente.

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XXXII Exame de Ordem Unificado - Prova Objetiva
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d) O grupo contrário ao aborto poderá aparecer de qualquer forma na praça, pois a manifestação
de opiniões e vontades é livre, de acordo com a Constituição Federal.
Gabarito: A
Comentários: O grupo pró aborto tem o direito de livre manifestação, pois houve o comunicado
prévio às autoridades. Já o grupo que é contrário ao aborto não poderá se manifestar, uma vez que
não fez tal comunicado e ainda busca frustrar manifestação previamente organizada.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

Questão 17
Fernando, Promotor de Justiça há sete anos, desde criança sempre sonhou em ser magistrado. Com
relação à participação dos membros do Ministério Público na composição dos tribunais, conforme
previsão constitucional, em especial no que diz respeito ao possível caminho a ser percorrido para
que seu sonho se concretize, é correto afirmar que:
a) Fernando poderá, através do quinto constitucional, concorrer à vaga reservada ao Ministério
Público para ocupar o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal após completar cinco anos de
carreira ministerial.
b) Fernando poderá, através do terço constitucional, após completar dez anos de carreira
ministerial, concorrer à vaga reservada ao Ministério Público para ocupar o cargo de Ministro do
Superior Tribunal de Justiça.
c) Fernando poderá, através do quinto constitucional, concorrer à vaga reservada ao Ministério
Público para ocupar o cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça, independentemente do
tempo de carreira ministerial.
d) Fernando poderá, através do terço constitucional, concorrer à vaga reservada ao Ministério
Público para ocupar o cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça, mesmo exercendo o cargo
de Promotor de Justiça, desde que tenha mais de cinco anos de carreira.
Gabarito: B
Comentários: Atenção ao art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta
e três Ministros. Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo
Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco
anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria
absoluta do Senado Federal, sendo:
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal,
Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.

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DIREITOS HUMANOS
Ricardo Torques

Questão 18
O Dia Internacional de Apoio às vítimas de Tortura é celebrado no dia 26 de junho, tendo sido
criado pela ONU para combater a violência praticada pelos órgãos repressivos do poder público.
Apesar da data ser comemorada há pouco mais de 20 anos, a vedação à tortura remonta desde
muito tempo, havendo, inclusive, a Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas
Cruéis, Desumanos ou Degradantes. Sobre este relevante instrumento, é correto afirmar que:
a) A Convenção contra a Tortura permite que determinadas situações, a exemplo de ameaça ou
guerra, possam ser justificadoras de sua prática.
b) Os Estados devem adotar medidas eficazes a fim de impedir a prática de atos de tortura em
qualquer território sob sua jurisdição; tais medidas devem ser de caráter legislativo, administrativo
judicial ou de qualquer outra natureza.
c) Se João, hierarquicamente subordinado a Rubens, praticar atos de tortura em estrito
cumprimento às ordens recebidas, estará isento de pena.
d) A tortura restará configurada ainda que as dores e sofrimentos sejam consequência de sanções
legítimas ou que sejam inerentes a tais sanções.
Gabarito: B
Comentários: A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Os Estados devem buscar
coibir a prática de tortura por todos os meios possíveis, como bem prevê o §1º do art. 2º da
Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes:
"Cada Estado Parte tomará medidas eficazes de caráter legislativo, administrativo, judicial ou de
outra natureza, a fim de impedir a prática de atos de tortura em qualquer território sob sua
jurisdição."
A alternativa A está errada. O §2º do art. 2º da Convenção é claro quanto à impossibilidade de
alegar qualquer motivo para justificar a tortura: "Em nenhum caso poderão invocar-se
circunstâncias excepcionais tais como ameaça ou estado de guerra, instabilidade política interna ou
qualquer outra emergência pública como justificação para tortura."
A alternativa C está errada. De acordo com o §3º do art. 1º da Convenção contra a Tortura, a
ordem de um funcionário superior ou de uma autoridade pública não poderá ser invocada como
justificação para a tortura.
A alternativa D está errada. A dor ou o sofrimento decorrentes de sanção legítima não são
considerados como tortura. Nesse sentido é a previsão do §1º do art. 1º da Convenção: ""Para os
fins da presente Convenção, o termo "tortura" designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos
agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de
uma terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou uma terceira
pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou
outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza; quando
tais dores ou sofrimentos são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no exercício de
funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência. Não se

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considerará como tortura as dores ou sofrimentos que sejam consequência unicamente de sanções
legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram."

Questão 19
Em 13 de maio de 1888, a Lei Áurea foi assinada pela Princesa Isabel, acabando com a escravidão
no Brasil. A Lei completou recentemente 132 anos e a advogada Maria Júlia, descendente de
escravos, decidiu escrever um artigo de opinião para o jornal de sua cidade. Antes de apresentar os
dados mais recentes, a advogada decidiu fazer um histórico sobre a proteção à liberdade individual,
fazendo menção, inclusive, ao Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (PIDCP). Desse
modo, é correto que:
a) O PIDCP proíbe tanto a escravidão quanto o tráfico de escravos em todas as suas formas.
b) Embora ninguém possa ser submetido à escravidão, o PIDCP permite a submissão à servidão.
c) Caso alguém fosse compelido a exercer um serviço em caso de emergência ou de calamidade,
que ameacem o bem-estar da comunidade, estaria passando por uma forma de escravidão
moderna.
d) É considerado como trabalho forçado ou obrigatório aquele exigido de um indivíduo que tenha
sido encarcerado em cumprimento de decisão judicial.
Gabarito: A
Comentários: A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Trata-se da previsão do §1º do
art. 8º do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (PIDCP): "Ninguém poderá ser submetido
à escravidão; a escravidão e o tráfico de escravos, em todos as suas formas, ficam proibidos."
A alternativa B está incorreta. O §2º do art. 8º do PIDCP prevê que ninguém poderá ser submetido
à servidão.
As alternativas C e D estão incorretas. A alínea "c" do §3º do art. 8º prevê situações que não são
consideradas como trabalhos forçados ou obrigatórios:
c) Para os efeitos do presente parágrafo, não serão considerados "trabalhos forçados ou
obrigatórios":
i) qualquer trabalho ou serviço, não previsto na alínea b) normalmente exigido de um indivíduo que
tenha sido encarcerado em cumprimento de decisão judicial ou que, tendo sido objeto de tal
decisão, ache-se em liberdade condicional;
ii) qualquer serviço de caráter militar e, nos países em que se admite a isenção por motivo de
consciência, qualquer serviço nacional que a lei venha a exigir daqueles que se oponham ao serviço
militar por motivo de consciência;
iii) qualquer serviço exigido em casos de emergência ou de calamidade que ameacem o bem-estar
da comunidade;
iv) qualquer trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais.

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DIREITO INTERNACIONAL
Vanessa Arns

Questão 20
Sobre o auxílio direto na cooperação internacional, é incorreto afirmar:
a) O auxílio direto pode ser utilizado para obtenção e prestação de informações sobre o
ordenamento jurídico e sobre processos administrativos, inclusive os finalizados
b) Por meio do pedido de auxílio direto é possível realizar a colheita de provas, salvo se a
medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de
autoridade judiciária brasileira.
c) A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à
autoridade central, cabendo ao Estado requerido assegurar a autenticidade e a clareza do
pedido.
d) O Ministério Público poderá requerer em juízo a medida solicitada pela via do auxílio
direto passivo, nos casos em que for autoridade central.
Resposta: C
Comentários: De acordo com o Código de Processo Civil:
A letra A está CORRETA. Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz
parte, o auxílio direto terá os seguintes objetos: I - obtenção e prestação de informações
sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou
em curso;
A letra B está CORRETA. Art. 30. II - colheita de provas, salvo se a medida for adotada em
processo, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária
brasileira;
A letra C está INCORRETA. Art. 29 A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo
órgão estrangeiro interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente
assegurar a autenticidade e a clareza do pedido.
A letra D está CORRETA. Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade
central o encaminhará à Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida
solicitada. Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada
quando for autoridade central.

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Questão 21
Em 14 de dezembro de 2009 foi promulgada a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de
1969, por meio do Decreto nº 7.030.
Tendo por base os dispositivos da Convenção, assinale a afirmativa incorreta:
a) Uma parte pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento
de um tratado.
b) Em virtude de suas funções e independentemente da apresentação de plenos poderes, são
considerados representantes do seu Estado os os Chefes de Estado, os Chefes de Governo e os
Ministros das Relações Exteriores, para a realização de todos os atos relativos à conclusão de um
tratado.
c) Um Estado pode, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, formular
uma reserva, a não ser que a reserva seja proibida pelo tratado;
d) Um tratado não cria obrigações nem direitos para um terceiro Estado sem o seu consentimento.
Resposta: A
Comentário: De acordo com a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969,
promulgada no Brasil por meio do Decreto nº 7.030 de 14 de Dezembro de 2009:
A letra A está INCORRETA. Art. 27. Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito
interno para justificar o inadimplemento de um tratado.
A letra B está CORRETA. Art. 7º . Em virtude de suas funções e independentemente da
apresentação de plenos poderes, são considerados representantes do seu Estado:
a)os Chefes de Estado, os Chefes de Governo e os Ministros das Relações Exteriores, para a
realização de todos os atos relativos à conclusão de um tratado;
b)os Chefes de missão diplomática, para a adoção do texto de um tratado entre o Estado
acreditante e o Estado junto ao qual estão acreditados;
c)os representantes acreditados pelos Estados perante uma conferência ou organização
internacional ou um de seus órgãos, para a adoção do texto de um tratado em tal conferência,
organização ou órgão
A letra C está CORRETA. Art. 19 Um Estado pode, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um
tratado, ou a ele aderir, formular uma reserva, a não ser que:
a)a reserva seja proibida pelo tratado;
b)o tratado disponha que só possam ser formuladas determinadas reservas, entre as quais não
figure a reserva em questão; ou
c)nos casos não previstos nas alíneas a e b, a reserva seja incompatível com o objeto e a finalidade
do tratado.
A letra D está CORRETA. Art. 34. Um tratado não cria obrigações nem direitos para um terceiro
Estado sem o seu consentimento.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Rodrigo Martins

Questão 22
O Estado B, novo Estado da Federação, resultante de desmembramento do Estado A, tem
dificuldade de instituir, cobrar e fiscalizar o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
(IPVA) em todos os seus 300 municípios. Por isso decidiu delegar poder a esses seus Municípios
para que o instituíssem, realizassem a cobrança e promovessem a fiscalização e administração do
referido tributo, impondo a tais Municípios o dever de repassar 50% das quantias arrecadadas ao
Estado. Sobre a hipótese, é correto afimar que:
a) Trata-se de delegação de competência tributária, somente, expressamente autorizada pelo
Código Tributário Nacional.
b) Trata-se de delegação de capacidade tributária ativa, somente, expressamente autorizada pelo
Código Tributário Nacional.
c) De acordo com o Código Tributário Nacional, o Estado poderia ter delegado somente o poder de
realizar atos de fiscalização e arrecadação do tributo.
d) Somente os poderes de instituir e de realizar atos de fiscalização e arrecadação de tributo são
delegáveis.
Gabarito: C
Comentários: Encontra-se correta a alternativa "C".
Nos termos dos artigos 6º e 7º do CTN, a atribuição constitucional de competência tributária é
plena e indelegável. Portanto, quem a recebeu da CF/88 não pode delegá-la. Nesse sentido, tendo
o Estado recebido competência tributária para instituir o IPVA, mostra-se ilegal (por afronta ao CTN
e até mesmo à CF/88) o ato de delegação de tal poder a um Município. Contudo, muito embora o
referido art. 7º do CTN vede a delegação de competência tributária, o mesmo dispositivo faz
ressalva expressa à delegação das atividades de arrecadação e de fiscalização do tributo
(capacidade tributária ativa), que pode ser delegada. Logo, o Estado poderia ter delegado somente
o poder de fiscalizar e arrecadar o tributo (já que a capacidade tributária ativa é delegável), mas
não o poder de instituir (pois a competência tributária é indelegável). Portanto, mostra-se como
única correta a alternativa "C".

Questão 23
O Governo Federal publicou, no ano de 2019, um Decreto que aumentou a alíquota da
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico relativa às atividades de comercialização de
petróleo e seus derivados (CIDE/Combustíveis). O referido Decreto previu que o aumento já valeria
para aquele mesmo exercício financeiro. Sobre a hipótese, é correto afirmar que:
a) A majoração da alíquota da CIDE/Combustíveis não pode se dar por meio de Decreto e não pode
ser exigida no mesmo exercício financeiro em que publicado o aumento.
b) A majoração da alíquota da CIDE/Combustíveis não pode se dar por meio de Decreto e pode ser
exigida no mesmo exercício financeiro em que publicado o aumento.

Simulados - 1ª Fase OAB - XXXII Exame de Ordem 19


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7º Simulado OAB - Gabarito Comentado

c) A majoração da alíquota da CIDE/Combustíveis pode se dar por meio de Decreto e pode ser
exigida no mesmo exercício financeiro em que publicado o aumento.
d) A majoração da alíquota da CIDE/Combustíveis pode se dar por meio de Decreto e não pode ser
exigida no mesmo exercício financeiro em que publicado o aumento.
Gabarito: C
Comentários: Encontra-se correta a alternativa "C".
A CIDE/Combustíveis é exceção ao princípio da legalidade quanto à alteração das suas alíquotas,
que podem, portanto, ser majoradas por meio de Decreto (ato do Poder Executivo), conforme
dispõe o art. 177, § 4º, I, "b", da CF/88. Paralelamente, também é exceção ao princípio da
anterioridade anual ou de exercício, podendo ser alterada e cobrada ao tempo conveniente,
inclusive no mesmo exercício financeiro, conforme dispõe o mesmo artigo. Portanto, mostra-se
como única correta a alternativa "C".
==155b51==

Questão 24
Por força de lei estadual, uma fábrica montadora de automóveis recolheu, em lugar de uma
concessionária de automóveis, o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS) devido na venda dos veículos ao consumidor final, incluindo o valor total do ICMS
recolhido na nota fiscal emitida para a concessionária, sendo tais valores repassados ao
consumidor no preço final dos automóveis. Sobre a hipótese, é correto afirmar que:
a) A fábrica montadora de automóveis é responsável tributária por transferência.
b) A fábrica montadora de automóveis é responsável tributária por substituição.
c) O consumidor final é contribuinte de direito do ICMS.
d) A substituída é contribuinte de fato do ICMS.
Gabarito: B
Comentários: Encontra-se correta a alternativa "B".
A montadora é responsável tributária por substituição (substituição tributária), nos termos
do art. 128 do CTN: "Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato
gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou
atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida
obrigação". Não é responsável por transferência porque não se enquadra nas diferentes
hipóteses previstas no CTN quanto à esta modalidade (arts. 130 a 137 do CTN). O
consumidor final não é contribuinte de direito do ICMS, pois, juridicamente, não está
obrigado ao recolhimento do imposto (por isso ele é, em verdade, o contribuinte de fato, e
não a substituída, que é a contribuinte, posto ter praticado o fato gerador, muito embora a
responsabilidade pelo recolhimento temha sido atribuída, por lei, à montadora substituta).
Portanto, mostra-se como única correta a alternativa "B".

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Questão 25
Determinado Município concedeu, por meio de lei, anistia tributária quanto às infrações
relacionadas ao Imposto sobre Serviços (ISS) de sua competência. Sobre a anistia comcedida
limitadamente, encontram-se corretas as afirmativas abaixo, exceto:
a) É hipótese de exclusão do crédito tributário.
b) Pode ser instituída relativamente às infrações punidas com penalidades pecuniárias até
determinado montante.
c) Pode ser instituída relativamente a determinada região do território da entidade tributante, em
função de condições a ela peculiares.
d) Não pode ser instituída sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a
conceder.
Gabarito: D
Comentários: Encontra-se correta a alternativa "D".
De acordo com o art. 175 do CTN, excluem o crédito tributário a isenção e a anistia. Portanto, a
anistia é hipótese de exclusão do crédito tributário. Paralelamente, as alíneas do inciso II do artigo
181 do CTN prescrevem que a anistia PODE SER concedida limitadamente em relação: (i) às
infrações da legislação relativa a determinado tributo; (ii) às infrações punidas com penalidades
pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza; (iii)
a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares;
e (iv) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja
fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa. Portanto, nos termos do item
"iv" retro, mostra-se como única correta a alternativa "D".

Questão 26
Objetivando diminuir os impactos sociais da grave crise econômica decorrente da pandemia pela
COVID-19, o Congresso Nacional votou e aprovou e o Presidente da República sancionou lei
concedendo isenção do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a venda
de gêneros alimentícios de primeira necessidade, como arroz, feijão, macarrão etc. Sobre a
hipótese, é correto afirmar que a União:
a) Não pode instituir isenção relativa a esse tributo.
b) Pode instituir isenção relativa a esse tributo.
c) Pode instituir isenção relativa a esse tributo até mesmo por meio de Medida Provisória.
d) Pode instituir isenção relativa a esse tributo desde que autorizada pelo CONFAZ - Comselho
Fazendário.
Gabarito: A
Comentários: Encontra-se correta a alternativa "A".
O ICMS é um imposto da competência dos Estados e do Distrito Federal (art. 155, II, da CF/88). Pois
bem: de acordo com o inciso III do art. 151 da CF/88, é vedado à União instituir isenções de tributos

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da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Portanto, mostra-se como
única correta a alternativa "A".

DIREITO ADMINISTRATIVO
Igor Maciel

Questão 27
Sobre as diretrizes constitucionais da política de desenvolvimento urbano, assinale a alternativa
correta:
a) Todas as desapropriações de imóveis urbanos serão feitas mediante prévia e justa indenização
em dinheiro, sem ressalvas, por expressa determinação constitucional.
b) Jamais haverá qualquer desapropriação pelo Poder Público cuja indenização não seja em
dinheiro.
c) A desapropriação urbanística poderá ser realizada pelo Município em razão do não atendimento
da função social da propriedade urbana.
d) O cumprimento da função social da propriedade urbana dependerá do atendimento às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor do Município,
aprovado pelo Senado Federal e obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes.
Gabarito: C
Comentários: Disposição do art. 182, parágrafo 4º, da CF:
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Letra A e Letra B: Há possibilidade de pagamento em títulos da dívida pública, conforme art. 182,
§4º, inciso III da CF:
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

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III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Letra D: A aprovação do Plano Diretor depende da Câmara Municipal, conforme o art. 182, §§1º e
2º da CF:
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de
ordenação da cidade expressas no plano diretor.

Questão 28
Durante rebelião em um presídio, Charles, condenado a vinte e oito anos de prisão por diversos
crimes, decidiu fugir e, para tanto, matou o presidiário Valmir e o agente penitenciário Vicente.
Com referência a essa situação hipotética e à responsabilização da administração, assinale a
alternativa correta.
a) Se a família de Valmir decidir pleitear indenização ao Estado, terá de provar, além do nexo de
causalidade, a existência de culpa da administração, pois, neste caso, a responsabilidade do Estado
é subjetiva.
b) O Estado não responde pelos danos causados a presidiários, haja vista a situação periclitante
ocasionada pelos próprios detentos.
c) A família de Valmir poderá pleitear indenização em face do Estado devendo a responsabilização
do ente público nestes casos ocorrer de forma objetiva, em razão da falha no dever de guarda do
presidiário.
d) Charles não responderá por quaisquer dos crimes cometidos durante sua fuga porque exerceu
seu direito de lutar por sua liberdade.
Gabarito: C
Comentários: A responsabilidade civil do Estado nestes casos é objetiva.
Em razão dos riscos inerentes ao meio em que os indivíduos foram inseridos pelo próprio Estado,
no caso de custódia, e, sobretudo, em razão de seu dever de zelar pela integridade física e moral
desses indivíduos (art. 5.º, XLIX, da CF), o Estado deve responder objetivamente pelos danos
causados a sua integridade física e moral.
Assim, em razão desta especial relação de supremacia entre o Estado e o indivíduo, é dever do
Estado garantir a incolumidade física dos indivíduos custodiados, seja contra atos de terceiro, seja
contra ato do próprio indivíduo, a exemplo do suicídio referido na questão.
Portanto, deve o Estado responder objetivamente pela morte de detento, ocorrida no interior do
estabelecimento prisional ou de hospital psiquiátrico. Neste sentido, pacífica a jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal:

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EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO


ESTADO POR MORTE DE DETENTO. ARTIGOS 5º, XLIX, E 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL(...)4.
O dever constitucional de proteção ao detento somente se considera violado quando possível a
atuação estatal no sentido de garantir os seus direitos fundamentais, pressuposto inafastável
para a configuração da responsabilidade civil objetiva estatal, na forma do artigo 37, § 6º, da
Constituição Federal. 5. Ad impossibilia nemo tenetur, por isso que nos casos em que não é
possível ao Estado agir para evitar a morte do detento (que ocorreria mesmo que o preso estivesse
em liberdade), rompe-se o nexo de causalidade, afastando-se a responsabilidade do Poder Público,
sob pena de adotar-se contra legem e a opinio doctorum a teoria do risco integral, ao arrepio do
texto constitucional. 6. A morte do detento pode ocorrer por várias causas, como, v. g., homicídio,
suicídio, acidente ou morte natural, sendo que nem sempre será possível ao Estado evitá-la, por
mais que adote as precauções exigíveis. 7. A responsabilidade civil estatal resta conjurada nas
hipóteses em que o Poder Público comprova causa impeditiva da sua atuação protetiva do
detento, rompendo o nexo de causalidade da sua omissão com o resultado danoso. 8.
Repercussão geral constitucional que assenta a tese de que: em caso de inobservância do seu
dever específico de proteção previsto no artigo 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal, o Estado
é responsável pela morte do detento. 9. In casu, o tribunal a quo assentou que inocorreu a
comprovação do suicídio do detento, nem outra causa capaz de romper o nexo de causalidade da
sua omissão com o óbito ocorrido, restando escorreita a decisão impositiva de responsabilidade
civil estatal. 10. Recurso extraordinário DESPROVIDO.
(RE 841526, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 30/03/2016, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-159 DIVULG 29-07-2016 PUBLIC 01-08-2016)

Questão 29
Em tempos de pandemia, houve temporária permissão legal, por meio de medida provisória, para
que as prefeituras realizassem contratações sem a necessidade de prévia licitação, visto a urgência
das medidas para atendimento à população.
Em pesquisa feita no portal da transparência do Município T, descobriu-se que um elevado valor foi
pago a um escritório de advocacia situado nos Estados Unidos, tendo tal valor supostamente
custeado 100 respiradores para atendimento em UTI, sem dar quaisquer explicações sobre o
parâmetro dos valores efetivamente pagos.
Em relação a esse fato, é correto afirmar:
a) a temporária desnecessidade de licitação pública desobriga o gestor a prestar contas, não
havendo irregularidade na situação;
b) a inexigibilidade de licitação pública no ato da compra afasta a aplicação da lei nº 8.666/93;
c) a grave perturbação da ordem, como é o caso da pandemia, autoriza a dispensa de licitação, já
reforçada pela medida provisória, desobrigando o gestor de explicar o preço efetivamente pago no
item;
d) a grave perturbação da ordem, como é o caso da pandemia, autoriza a dispensa de licitação, já
reforçada pela medida provisória, mas não afasta a observância à moralidade administrativa.
Gabarito: D

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Comentários: Mesmo que a situação de grave perturbação da ordem autorize a dispensa de


licitação, o que também foi reforçado pela medida provisória citada, o gestor ainda está obrigado a
observar os princípios que regem a administração pública. Neste sentido, temos o artigo 24, IV, da
Lei 8.666/93.
A alternativa C ainda poderia causar alguma dúvida. Porém, se explicações não fossem necessárias
ou cabíveis, haveria um risco grande de compras superfaturadas ou mesmo com desvio de
finalidade, feitas em fornecedores questionáveis, em proveito próprio ou de familiares.
No caso da questão, fica claro que a compra, independentemente do valor, deveria ser feita de
fábricas, hospitais e afins, mas não de um escritório de advocacia, o que levanta suspeitas também
sobre o valor pago.

Questão 30
Em uma repartição pública municipal são feitas, periodicamente, contratações regulares de
estagiários, atendendo ao interesse público e também permitindo que o Poder Público contribua
para a capacitação dos universitários. Constatou-se, certa vez, que um dos estagiários que atuava
em determinado setor vinha cobrando pelo fornecimento de informações e certidões cuja
gratuidade é garantida por lei. Os valores coletados, apurou-se, destinavam- se ao uso particular do
referido estagiário. Considerando o que dispõe a Lei nº 8.429/1992, o estagiário:
a) pode ser processado por ato de improbidade, não sendo exigida comprovação de prejuízo ao
erário, mas sim da conduta dolosa do autor do ato.
b) somente poderá ser incurso nas disposições da lei de improbidade se ficar comprovado dolo, o
que confere maior rigor para enquadramento como sujeito passivo.
c) pode ser punido por ato de improbidade, visto que está abrangido pelo conceito de agente
público para aquela finalidade, sendo necessária a comprovação de dolo e de prejuízo ao erário.
d) pode ser punido por ato de improbidade caso tenha ingressado na Administração pública por
meio de concurso público e já tenha decorrido o período de estágio probatório, o que lhe conferirá
o status de servidor público.
Gabarito: A
Comentários: Destaca-se importante julgado do STJ sobre a possibilidade de enquadramento do
estagiário como agente público (art. 2º da lei nº 8.429/92) para fins de aplicação da lei de
improbidade administrativa:
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ESTAGIÁRIA. ENQUADRAMENTO NO CONCEITO DE AGENTE
PÚBLICO PRECONIZADO PELA LEI 8.429/92. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. (...)
4. Contudo, o conceito de agente público, constante dos artigos 2º e 3º da Lei 8.429/1992, abrange
não apenas os servidores públicos, mas todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função na Administração Pública.
5. Assim, o estagiário que atua no serviço público, ainda que transitoriamente, remunerado ou não,
se enquadra no conceito legal de agente público preconizado pela Lei 8.429/1992. Nesse sentido:
Resp 495.933-RS, Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 19/4/2004, MC 21.122/CE, Rel. Ministro

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Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. p/ Acórdão Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe
13/3/2014.
6. Ademais, as disposições da Lei 8.429/1992 são aplicáveis também àquele que, mesmo não sendo
agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob
qualquer forma, direta ou indireta, pois o objetivo da Lei de Improbidade é não apenas punir, mas
também afastar do serviço público os que praticam atos incompatíveis com o exercício da função
pública.
7. Recurso Especial provido.
(REsp 1352035/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/08/2015,
DJe 08/09/2015)
Ademais, o ato cometido pelo estagiário é disposto pelo art. 9º inciso I da referida lei e não
necessita da comprovação da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público.
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir
qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função,
emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão
decorrente das atribuições do agente público;
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento;

Questão 31
Murilo estacionou seu carro em cima de uma calçada exatamente no rebaixamento que permite a
passagem de cadeirantes. O poder público competente, na realização da operação “Motorista
Correto” rebocou o veículo de Murilo.
Em relação à narrativa, o ato do poder público é fundamentado na:
a) discricionariedade, que obriga o agente público a promover o reboque de todos os veículos em
igual situação;
b) autoexecutoriedade, que independe de prévia autorização judicial e participação do particular;
c) imperatividade, que obriga o poder público a entregar prévia intimação do ato de infração ao
particular antes do reboque;
d) presunção de legitimidade, que não admite prova em sentido contrário, uma vez que o ato foi
regularmente documentado.
Gabarito: B
Comentários: São atributos do Poder de Polícia:

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a) a discricionariedade, segundo a qual o administrador público poderá escolher, dentro de um


juízo de conveniência e oportunidade, a alternativa mais adequada dentre as várias sanções
previstas na norma;
b) a autoexecutoriedade das medidas, não sendo necessária a intervenção do Poder Judiciário para
a execução dos atos materiais de polícia, a exemplo da interdição de estabelecimento.
Ressalte-se que na cobrança de multas, não há a característica de autoexecutoriedade do poder
de polícia, devendo a administração pública buscar o Poder Judiciário para executar as multas
aplicadas (execução fiscal, por exemplo).
c) a coercibilidade, segundo a qual o ato decorrente do poder de polícia é imposto ao particular,
independentemente de sua concordância.
No que se refere à competência para o exercício do Poder de Polícia, esta é, em regra, da Pessoa
Federativa a qual a Constituição conferiu o poder de regulamentar a matéria. Por se tratar de
competência concorrente, em certos casos haverá o exercício do Poder de Polícia
concomitantemente em diferentes níveis federativos.

Questão 32
Em relação às empresas públicas e ao regime de precatórios, assinado a alternativa correta:
a) nos termos de posicionamento do STF, empresas públicas não podem gozar da possibilidade de
pagar débitos judiciais por meio de precatórios, em razão de serem pessoas jurídicas de direito
privado.
b) nos termos de posicionamento do STF, a possibilidade de pagamento por meio de precatório é
possibilidade exclusiva das sociedades de economia mista.
c) nos termos de posicionamento do STF, o regime de precatórios deve ser aplicado às sociedades
de economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não
concorrencial.
d) somente é cabível o pagamento por meio de precatório no caso de créditos com valor superior a
dez vezes o teto do RPV.
Gabarito: C
Comentários: As estatais, ao atuar sob a égide do direito privado, não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado, conforme parágrafo 2º, do artigo 173, da Constituição
Federal:
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado.
Contudo, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal fora construída no sentido se diferenciar as
empresas estatais que prestam serviço público das que exercem atividade econômica em regime
concorrencial.
Na opinião da Corte Suprema, existem três tipos de empresas estatais: as que prestam serviço
público, as que exercem atividade econômica em regime de monopólio (ex: Correios) e as que
atuam no mercado em regime concorrencial.

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Nos dois primeiros casos, as regras de direito público devem ser aplicadas com maior ênfase, dado
o interesse público que circunda a atuação estatal. Assim, o STF já reconheceu imunidade tributária
aos Correios:
Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Imunidade recíproca. Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos. 3. Distinção, para fins de tratamento normativo, entre empresas públicas
prestadoras de serviço público e empresas públicas exploradoras de atividade. Precedentes. 4.
Exercício simultâneo de atividades em regime de exclusividade e em concorrência com a iniciativa
privada. Irrelevância. Existência de peculiaridades no serviço postal. Incidência da imunidade
prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal. 5. Recurso extraordinário conhecido e
provido.
(RE 601392, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES,
Tribunal Pleno, julgado em 28/02/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO
DJe-105 DIVULG 04-06-2013 PUBLIC 05-06-2013)
Ademais, em recente decisão, o Supremo Tribunal Federal (Informativo 812) estabeleceu que se
aplica às sociedades de econômica mista prestadoras de serviços públicos de natureza não
concorrencial o regime de precatório próprio dos entes públicos. Impenhoráveis, portanto, os bens
de tais companhias.
EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário. Constitucional. Sociedade de economia
mista. Regime de precatório. Possibilidade. Prestação de serviço público próprio do Estado.
Natureza não concorrencial. Precedentes. 1. A jurisprudência da Suprema Corte é no sentido da
aplicabilidade do regime de precatório às sociedades de economia mista prestadoras de serviço
público próprio do Estado e de natureza não concorrencial. 2. A CASAL, sociedade de economia
mista prestadora de serviços de abastecimento de água e saneamento no Estado do Alagoas, presta
serviço público primário e em regime de exclusividade, o qual corresponde à própria atuação do
estado, haja vista não visar à obtenção de lucro e deter capital social majoritariamente estatal.
Precedentes. 3. Agravo regimental não provido.
(RE 852302 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 15/12/2015,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-037 DIVULG 26-02-2016 PUBLIC 29-02-2016)
É grande, portanto, a tendência de se aplicar regras de direito público a determinadas companhias
estatais e este ponto seguramente será objeto de cobrança em provas.

DIREITO AMBIENTAL
Rosenval Júnior

Questão 33
Flávio Moreira, morador do município de Boas Águas, possui uma propriedade rural localizada no
bioma cerrado, dentro dos limites da Amazônia Legal, com uma área total de 100 hectares.
Preocupado com a cobertura vegetal de sua propriedade, ele decide procurar orientações na
Secretaria de Agricultura de seu município para tirar dúvidas sobre a instituição da reserva legal.
A partir da situação hipotética apresentada acima, qual das alternativas abaixo apresenta uma
orientação correta a ser seguida por Flávio, com base na Lei Nº 12.651/12 (Novo Código Florestal),
acerca da Reserva Legal.

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a) Flávio deverá manter, a título de Reserva Legal, 45% do seu imóvel.


b) por se tratar de um imóvel rural, prescinde da instituição da Reserva Legal, bastando apenas
delimitar, nos termos da lei, as Áreas de Preservação Permanente.
c) o registro da Reserva Legal no CAR, por parte de Flávio, obriga a averbação no Cartório de
Registro de Imóveis.
d) Flávio deverá manter, a título de Reserva Legal, 35% do seu imóvel.
Gabarito: D
Comentários: a) Item errado.
Consoante o art. 12, Lei Nº 12.651/12, todo imóvel rural deve manter área com cobertura de
vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas
de Preservação Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do
imóvel:
• Localizado na Amazônia Legal:
➢ 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas;
➢ 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado;
➢ 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais.
• Localizado nas demais regiões do País:
➢ 20% (vinte por cento).
Portanto, como o imóvel de Flávio está localizado no bioma cerrado, dentro da Amazônia Legal, o
percentual mínimo destinado a Reserva Legal será de 35%.
b) Item errado.
De acordo com o art. 3º, III, Lei Nº 12.651/12, entende-se por Reserva Legal uma área localizada no
interior de uma propriedade ou posse rural, com a função de assegurar o uso econômico de modo
sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos
processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a
proteção de fauna silvestre e da flora nativa.
Logo, por se tratar de uma propriedade rural, Flávio deverá manter, a título de Reserva Legal, um
percentual mínimo em relação à área do imóvel.
c) Item errado.
Expressa o art. 18, §4º, Lei Nº 12.651/12, que o registro da Reserva Legal no CAR desobriga a
averbação no Cartório de Registro de Imóveis, sendo que, no período entre a data da publicação
desta Lei e o registro no CAR, o proprietário ou possuidor rural que desejar fazer a averbação terá
direito à gratuidade deste ato.
d) Item certo.
Consoante o art. 12, Lei Nº 12.651/12, todo imóvel rural deve manter área com cobertura de
vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas
de Preservação Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do
imóvel:

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• Localizado na Amazônia Legal:


➢ 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas;
➢ 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado;
➢ 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais.
• Localizado nas demais regiões do País:
➢ 20% (vinte por cento).
Portanto, como o imóvel de Flávio está localizado no bioma cerrado, dentro da Amazônia Legal, o
percentual mínimo destinado a Reserva Legal será de 35%.

Questão 34
Asdrúbal é um militante das causas ambientais e biólogo. Preocupado com as questões ambientais
de seu município, ele realiza palestras para a comunidade explicando os reais objetivos das
Unidades de Conservação e a importância que as mesmas apresentam para o meio ambiente e para
a sociedade.
Um dia, ao conceder uma entrevista a um programa de TV, o apresentador fez uma pergunta sobre
as Unidades de Conservação integrantes do grupo de proteção integral.
A partir da situação acima, julgue os itens a seguir, e marque a opção que apresenta uma assertiva
correta:
a) a Reserva Extrativista é uma Unidade de Conservação pertencente ao grupo de preservação
permanente.
b) a Área de Relevante Interesse Ecológico é uma Unidade de Conservação pertencente ao grupo
de proteção integral.
c) a Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma Unidade de Conservação pertencente ao grupo
de proteção permanente.
d) o Monumento Natural é uma Unidade de Conservação pertencente ao grupo de proteção
integral.
Gabarito: D
Comentários: De acordo com o art. 7º, Lei Nº 9.985/00, as unidades de conservação integrantes do
SNUC dividem-se em dois grupos:
• Unidades de Proteção Integral;
• Unidades de Uso Sustentável.
Conforme expressa os arts. 8º e 14, respectivamente, da supracitada Lei, o grupo das Unidades de
PROTEÇÃO INTEGRAL é composto pelas seguintes categorias de unidade de conservação:
• Estação Ecológica;
• Reserva Biológica;
• Parque Nacional;
• Monumento Natural;

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• Refúgio de Vida Silvestre.


Constituem o Grupo das Unidades de USO SUSTENTÁVEL, as seguintes categorias de unidade de
conservação:
• Área de Proteção Ambiental;
• Área de Relevante Interesse Ecológico;
• Floresta Nacional;
• Reserva Extrativista;
• Reserva de Fauna;
• Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e
• Reserva Particular do Patrimônio Natural.
Portanto, das alternativas acima, a única correta é a letra D.

DIREITO CIVIL
Paulo Sousa

Questão 35
Constatando a condição culturalmente baixa de Lauro, agricultor em São João da Boa vista, Jair
compra uma vaca leiteira de Lauro por R$ 5.000,00, quando o valor de mercado era o de R$
12.000,00. A venda se deu exclusivamente por premente necessidade financeira de Lauro. Essa
situação caracteriza
a) erro por parte de Lauro, em função de sua inexperiência e premente necessidade, anulando-se o
negócio jurídico, sem convalidação por se tratar de erro substancial.
b) estado de perigo, pela premente necessidade de Lauro, que o fez assumir prejuízo
excessivamente oneroso, anulando-se o negócio jurídico, sem possibilidade de convalidação.
c) dolo de oportunidade de Jair, anulando-se o negócio jurídico por ter sido a conduta dolosa a
causa da celebração do negócio jurídico, podendo este ser convalidado somente se for pago o valor
correto, de mercado, pelo animal.
d) lesão, pela manifesta desproporção entre o valor do bem e o que foi pago por ele, em princípio
anulando-se o negócio jurídico, salvo se for oferecido suplemento suficiente por Jair.
Gabarito: D
Comentários: A alternativa A está incorreta. Segundo dispõe o art. 138: “São anuláveis os negócios
jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser
percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio”.
A alternativa B está incorreta, pois conforme dispõe o art. 156, que conceitua o estado de perigo:
“Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a
pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa”.

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A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 145: “São os negócios jurídicos anuláveis por
dolo, quando este for a sua causa”. Os artigos que se seguem caracterizam os diferentes tipos de
dolo que podem ser observados na realização de negócios jurídicos, porém, não existe a figura de
“dolo de oportunidade”.
A alternativa D está correta. Nos termos do art. 157, §1º e 2º: “Ocorre a lesão quando uma pessoa,
sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente
desproporcional ao valor da prestação oposta. Aprecia-se a desproporção das prestações segundo
os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. Não se decretará a anulação
do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a
redução do proveito”.

Questão 36
Mariana, de 63 anos e Lucas, de 68 anos, decidem se casar e resolvem, de comum acordo, optar
pelo regime de comunhão universal de bens, tendo antes, todavia, estipulado pacto antenupcial
por escritura pública para adoção desse regime.
Após dez anos de efetiva união, Mariana e Lucas se arrependem e requerem judicialmente a
alteração do regime para o de comunhão parcial de bens.
Em relação às situações apresentadas,
a) não era possível o pacto antenupcial porque Lucas já tinha mais de 65 anos de idade, o que
tornava obrigatório o regime de separação de bens.
b) embora possível o pacto antenupcial, a alteração do regime de bens escolhido só é possível após
20 anos de casamento, independentemente de autorização judicial.
c) era possível a alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido de ambos
os cônjuges, não sendo necessário, neste caso, a especificação das razões ensejadoras da alteração
de regime.
d) era possível a estipulação do regime de bens a ser adotado pelo casal, pois Mariana e Lucas,
quando realizaram a opção, não haviam atingido 70 anos de idade.
Gabarito: D
Comentários: A alternativa A está incorreta, pois não é obrigatório o regime de separação de bens
neste caso, nos termos do art. 1.641, inc. II.
A alternativa B está incorreta. Não existe exigência legal de prazo mínimo de casamento para a
alteração do regime de bens.
A alternativa C está incorreta. Dispõe o art. 1.639, § 2º: “É admissível alteração do regime de bens,
mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência
das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros”.
A alternativa D está correta. Nos termos do art. 1.641, inc. II: “É obrigatório o regime da separação
de bens no casamento: da pessoa maior de 70 (setenta) anos”.

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Questão 37
Laís e Jorge, ambos com 21 anos, resolvem se casar. Logo após completarem um ano de
casamento, Laís dá à luz a gêmeos.
Contudo, o casamento não resiste à dura rotina de criação dos dois recém-nascidos. Laís e Jorge
separam-se quando as crianças completam um ano de idade e ambas as crianças vão morar com a
mãe e os avós maternos.
Laís, em pouco tempo, casa-se novamente. Jorge, em busca de um melhor emprego, muda-se para
a cidade vizinha.
A respeito da guarda dos filhos, com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) A guarda dos filhos deve ser atribuída preferencialmente, de forma unilateral, à mãe.
b) Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos será dividido de forma matemática
entre o pai e a mãe.
c) Em se tratando de guarda compartilhada, deverá ser considerada como base de moradia dos
filhos a cidade que melhor atender os interesses das crianças.
d) O ex-cônjuge que se casar novamente, perderá o direito de conviver com os filhos
permanentemente.
Gabarito: C
Comentários: A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 1.584, §2º: “Quando não houver
acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a
exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores declarar
ao magistrado que não deseja a guarda do menor”.
A alternativa B está incorreta. Preconiza o art. 1.583, §2º: “Na guarda compartilhada, o tempo de
convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo
em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos”
A alternativa C está correta. É o que prevê o art. 1.583, §3º: “A guarda será unilateral ou
compartilhada. Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será
aquela que melhor atender aos interesses dos filhos”.
A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 1.588: “O pai ou a mãe que contrair novas
núpcias não perde o direito de ter consigo os filhos, que só lhe poderão ser retirados por mandado
judicial, provado que não são tratados convenientemente”.

Questão 38
Eliana, adolescente com 16 anos de idade, decidiu criar um canal em uma plataforma on-line, para
publicar vídeos de paródias musicais.
O canal tornou-se um sucesso, atraindo multidões de jovens seguidores e despertando o interesse
de vários patrocinadores, que começaram a procurar a jovem, propondo contratos de publicidade.
Para facilitar as atividades da jovem, seus pais, apesar de ainda arcarem com o sustento de Eliana,

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decidiram emancipá-la, o que permitirá que celebre negócios com futuros patrocinadores com mais
agilidade.
Sobre o ato de emancipação de Eliana por seus pais, assinale a afirmativa correta.
a) Depende de homologação judicial, tendo em vista o alto grau de exposição que a adolescente
tem na internet.
b) Não tem requisitos formais específicos, podendo ser concedida por instrumento particular.
c) Deve, necessariamente, ser levado a registro no cartório competente do Registro Civil de Pessoas
Naturais.
d) É nulo, pois ela apenas poderia ser emancipada caso já contasse com economia própria, o que
ainda não aconteceu.
Gabarito: C
Comentários: A alternativa A está incorreta. Segundo art. 5º, inc. I: “Cessará, para os menores, a
incapacidade: Pela concessão dos pais, ou de um deles, na falta do outro, mediante instrumento
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juíz, ouvido o tutor, se o
menor tiver 16 anos completos”.
A alternativa B está incorreta. Prevê o art. 9º, inc. II: “Serão registrados em registro público: a
emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz”
A alternativa C está correta. Para que ocorra a emancipação, o ato deve ser levado a registro no
cartório competente no Registro Civil de Pessoas Naturais, conforme prevê a alternativa.
A alternativa D está incorreta. Conforme preconiza o art. 5º, inc. V: “Cessará, para os menores, a
incapacidade: Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego,
desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos, tenha economia própria”.

Questão 39
O contrato de fiança é um pacto acessório, pelo qual uma pessoa garante satisfazer ao credor uma
obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra. Dadas essas características,
a) somente as dívidas já existentes podem ser objeto de fiança, podendo-se demandar o fiador
ainda que ilíquida a obrigação do devedor principal.
b) o fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que
lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a
notificação do credor, conforme o Código Civil.
c) a fiança só pode ser estipulada com o consentimento do devedor.
d) a fiança deve ser de valor igual ou superior ao da obrigação principal, dada sua natureza de
garantia.
Gabarito: B
Comentários: A alternativa A está incorreta. Nos termos do art. 821: “As dívidas futuras podem ser
objeto de fiança; mas o fiador, neste caso, não será demandado senão depois que se fizer certa e
líquida a obrigação do principal devedor”.

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A alternativa B está correta. É o que dispõe o art. 835: “O fiador poderá exonerar-se da fiança que
tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os
efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação do credor”.
A alternativa C está incorreta. Segundo art. 820: “Pode-se estipular a fiança, ainda que sem
consentimento do devedor ou contra a sua vontade”.
A alternativa D está incorreta. Conforme prevê o art. 823: “A fiança pode ser de valor inferior ao da
obrigação principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida,
ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação afiançada”.

Questão 40
Larissa Manoela propôs ação de usucapião extraordinária em uma das varas cíveis da comarca de
Campinas-SP.
Sobre a situação apresentada, assinale a alternativa correta:
a) a sentença servirá de título para registro no cartório de imóveis, em caso de procedência da
ação.
b) a petição inicial deve conter comprovação dos requisitos de boa-fé e do justo título de Larissa
Manoela.
c) o requisito temporal não pode ser completado no curso do processo, em nenhuma hipótese.
d) o juiz deverá verificar se o autor comprovou a posse ininterrupta por pelo menos cinco anos.
Gabarito: A
Comentários: A alternativa A está correta. É o que dispõe o art. 1.238, caput: “Aquele que, por
quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a
propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare
por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis”.
A alternativa B está incorreta. Não há a necessidade de comprovação da boa-fé, conforme prevê o
art. 1.238, já mencionado
A alternativa C está incorreta. O entendimento do STJ (informativo 630) é de que é possível
completar o prazo do usucapião no curso do processo, desde que seja mantida a posse pelo
requerente durante este período.
A alternativa D está incorreta. O Código Civil prevê o intervalo temporal de, no mínimo, 15 anos,
em regra (art. 1.238).

Questão 41
Os alimentos gravídicos
a) dependem de prova da paternidade para a aferição da legitimidade passiva do devedor dos
alimentos.
b) devem ser automaticamente convertidos em pensão alimentícia em favor do recém-nascido,
independentemente de pedido expresso ou de pronunciamento judicial.

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c) por se tratar de alimentos deferidos com base em juízo de probabilidade, não autorizam a prisão
civil do devedor.
d) deve ser fixado diante de mero indício de gravidez.
Gabarito: B
Comentários: A alternativa A está incorreta. Nos termos do art. 6º da Lei nº 11.804: “Convencido
da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o
nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré”.
A alternativa B está correta. É o que dispõe o art. 6º, parágrafo único, Lei nº 11.804: “ Após o
nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do
menor até que uma das partes solicite a sua revisão”.
A alternativa C está incorreta. Segundo prevê o enunciado 522 da Jornada de Direito Civil, é cabível
a prisão civil com base na lei de alimentos gravídicos (lei nº 11.804/08).
A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 6º da Lei nº 1.804: “Convencido da existência
de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da
criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré”.

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


Ricardo Torques

Questão 42
Jean Pierre, francês, é casado com Maria Rita, brasileira. Logo que contraíram matrimônio
foram morar em Paris e, para não perder o vínculo com a família, todos os anos visitam os
parentes de Maria Rita em Salvador. Numa das viagens, conheceram Júlia, criança recém-
nascida, cuja mãe, Isaura, já demonstrou interesse entregar a filha para adoção por não
dispor de recursos materiais para prover sua subsistência. Com base nessa breve narrativa,
assinale a alternativa correta:
a) Isaura poderá entregar Júlia diretamente para Jean Pierre e Maria Rita e submeter o
processo de adoção à homologação da autoridade judiciária competente.
b) A falta ou carência de recursos materiais de Isaura constitui motivo suficiente para a
perda do poder familiar que, neste caso, dispensa decretação judicial.
c) O estágio de convivência de Júlia com Jean Pierre e Maria Rita será de, no mínimo, 30
dias e, no máximo, 45 dias, sendo prorrogável por igual período.
d) O estágio de convivência poderá ser cumprido na comarca de residência de Júlia ou em
Paris, onde morará futuramente com Jean Pierre e Maria Rita.
Gabarito: C
Comentários: A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Trata-se de exigência
positivada no art. §3º do art. 43 do Estatuto da Criança e do Adolescente: “Em caso de
adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência

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será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável
por até igual período, uma única vez, mediante decisão fundamentada da autoridade
judiciária.”
A alternativa A está incorreta. O caput do art. 19-A do ECA prevê que a gestante ou mãe
que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o
nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude. Desse modo, Isaura
não pode apenas entregar Júlia e pleitear a homologação da adoção.
A alternativa B está incorreta. A previsão contida no caput do art. 23 do Estatuto é em
sentido oposto: “A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente
para a perda ou a suspensão do poder familiar.”
A alternativa D está incorreta. Nos termos do §5º do art. 46 do ECA: “O estágio de
convivência será cumprido no território nacional, preferencialmente na comarca de
residência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada,
em qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de residência da criança.” Assim,
o estágio de convivência não poderia ser cumprido em Paris.

Questão 43
Arthur e Pedro são dois irmãos de 15 anos e, em razão da pandemia causada pelo Covid-19,
decidiram trabalhar para ajudar os pais, vendedores ambulantes, que tiveram uma queda brusca no
faturamento mensal. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que:
a) Os irmãos poderão trabalhar na cozinha de uma lanchonete que faz entregas delivery nas
madrugadas.
b) Já que são menores de idade, Arthur e Pedro poderão trabalhar, sendo-lhes assegurados todos
os direitos trabalhistas, mas sem qualquer amparo previdenciário.
c) Se Arthur fosse portador de alguma deficiência só poderia trabalhar após atingir a maioridade
civil.
d) Arthur e Pedro, após o término da pandemia, poderão continuar trabalhando, desde que o
horário e o local não prejudiquem a sua frequência à escola.
Gabarito: D
Comentários: A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O art. 67 do Estatuto da
Criança e do Adolescente apresenta hipóteses de trabalho vedadas e, entre elas, está o trabalho
realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola.
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola
técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte;
II - perigoso, insalubre ou penoso;
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral
e social;
IV - realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola.

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A alternativa A está incorreta. Como visto acima, o trabalho noturno, realizado entre as 22h de um
dia e as 5h do dia seguinte, é vedado ao adolescente.
A alternativa B está incorreta. Nos termos do art. 65 do Estatuto: “Ao adolescente aprendiz, maior
de quatorze anos, são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.”
A alternativa C está incorreta. O art. 66 do ECA garante o trabalho protegido ao portador de
deficiência: “Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido.”

DIREITO DO CONSUMIDOR
Igor Maciel

Questão 44
Pedro finalmente conseguiu realizar a viagem de seus sonhos: Brasil -> Chile. Após longo passeio,
retornou do aeroporto da capital chilena diretamente para Brasília. Porém, sua alegria durou
pouco: após muito esperar no carregamento das bagagens, percebeu que suas malas haviam sido
extraviadas. Desesperado, Pedro lhe pede assessoria jurídica, devendo este receber a informação
correta de que:
a) não caberá indenização no caso de extravio de bagagens, visto que não há qualquer
responsabilidade por parte da empresa aérea;
b) terá plena aplicação do Código de Defesa do Consumidor, visto que a relação entre Pedro e a
empresa aérea é de consumo;
c) deverá ser aplicada a Convenção de Varsóvia, visto ser o caso de voo internacional;
d) o Poder Judiciário brasileiro é incompetente para julgar a causa, devendo esta ser julgada pelo
Chile, ainda que reste comprovado a ocorrência do vício na prestação do serviço em solo brasileiro
Gabarito: C
Comentários: Por muito tempo os Tribunais aplicaram a tese da plena aplicabilidade do CDC em
casos semelhantes ao referido na questão.
As empresas aéreas, contudo, permaneceram discutindo a questão sob a ótica do artigo 178, da
Constituição Federal:
Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo,
quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União,
atendido o princípio da reciprocidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 7, de 1995)
A matéria chegou, então, ao Supremo Tribunal Federal e foi afetada através do Tema de
Repercussão Geral de número 210.
Basicamente, alegavam as empresas aéreas que, conforme disposto no artigo 178, da Constituição
Federal, a ordenação do transporte aéreo internacional deve obedecer aos acordos internacionais
firmados pela União e não às regras do Direito do Consumidor.
Naturalmente, a Convenção de Varsóvia é bem menos protetiva aos direitos do passageiro como o
é o CDC. Apenas para se ter uma ideia, o artigo 22 da referida Convenção estabelece um limite / um

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teto de valor indenizatório a ser pago pelas companhias aéreas aos consumidores em razão do
serviço prestado.
Trata-se de ideia absolutamente dissociada da lógica adotada pelo Código de Defesa do
Consumidor.
A saber:
RE 636331 / RJ - RIO DE JANEIRO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. GILMAR MENDES
Julgamento: 25/05/2017 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO
DJe-257 DIVULG 10-11-2017 PUBLIC 13-11-2017
RECTE.(S) : SOCIÉTÉ AIR FRANCE
ADV.(A/S) : JOSÉ MANUEL RODRIGUES LOPEZ
RECDO.(A/S) : SYLVIA REGINA DE MORAES ROSOLEM
ADV.(A/S) : HILTON DORESTE NOGUEIRA FILHO
AM. CURIAE. : IATA - INTERNATIONAL AIR TRANSPORT ASSOCIATION E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : TERESA ARRUDA ALVIM WAMBIER E OUTRO(S) E OUTRO(A/S)
AM. CURIAE. : AMERICAN AIRLINES INC
ADV.(A/S) : CARLA CHRISTINA SCHNAPP E OUTRO(A/S)
Ementa
Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Extravio de bagagem. Dano material. Limitação.
Antinomia. Convenção de Varsóvia. Código de Defesa do Consumidor. 3. Julgamento de mérito. É
aplicável o limite indenizatório estabelecido na Convenção de Varsóvia e demais acordos
internacionais subscritos pelo Brasil, em relação às condenações por dano material decorrente de
extravio de bagagem, em voos internacionais. 5. Repercussão geral. Tema 210. Fixação da tese:
"Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais
limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as
Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do
Consumidor". 6. Caso concreto. Acórdão que aplicou o Código de Defesa do Consumidor.
Indenização superior ao limite previsto no art. 22 da Convenção de Varsóvia, com as
modificações efetuadas pelos acordos internacionais posteriores. Decisão recorrida reformada,
para reduzir o valor da condenação por danos materiais, limitando-o ao patamar estabelecido na
legislação internacional. 7. Recurso a que se dá provimento.

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ARE 766618 / SP - SÃO PAULO


RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO
Julgamento: 25/05/2017 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Publicação
ACÓRDÃO ELETRÔNICO
DJe-257 DIVULG 10-11-2017 PUBLIC 13-11-2017
Parte(s)
RECTE.(S) : AIR CANADA
ADV.(A/S) : CARLA CHRISTINA SCHNAPP E OUTRO(A/S)
RECDO.(A/S) : CINTIA CRISTINA GIARDULLI
ADV.(A/S) : MARIA MIRTES GISOLFI
Ementa
Ementa: Direito do consumidor. Transporte aéreo internacional. Conflito entre lei e tratado.
Indenização. Prazo prescricional previsto em convenção internacional. Aplicabilidade. 1. Salvo
quando versem sobre direitos humanos, os tratados e convenções internacionais ingressam no
direito brasileiro com status equivalente ao de lei ordinária. Em princípio, portanto, as antinomias
entre normas domésticas e convencionais resolvem-se pelos tradicionais critérios da cronologia e
da especialidade. 2. Nada obstante, quanto à ordenação do transporte internacional, o art. 178 da
Constituição estabelece regra especial de solução de antinomias, no sentido da prevalência dos
tratados sobre a legislação doméstica, seja ela anterior ou posterior àqueles. Essa conclusão
também se aplica quando o conflito envolve o Código de Defesa do Consumidor. 3. Tese afirmada
em sede de repercussão geral: “Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e
os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de
passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao
Código de Defesa do Consumidor”. 4. Recurso extraordinário provido.

Questão 45
Foi veiculada em rede nacional uma propaganda de refrigerante na qual o mascote da marca
aparece brincando com crianças e dando “dicas” de saúde, tais como se proteger do sol com
protetor solar e tomar muito líquido. Logo após sugerir a grande ingestão de líquido, é mostrado
um garoto tomando o referido refrigerante.
Em relação à referida propaganda, é possível concluir que:
a) trata-se de propaganda abusiva, visto que leva a erro o consumidor quanto à qualidade do
refrigerante como um bom meio para se hidratar;
b) trata-se de propaganda enganosa, visto que tem por finalidade aproveitar a deficiência de
experiência e julgamento das crianças para que consumam mais refrigerantes da própria marca;
c) trata-se de propaganda abusiva, pois se aproveita da deficiência de julgamento e experiência da
criança para induzir as mesmas a consumir os refrigerantes da marca;

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d) trata-se de publicidade correta, inexistindo óbice à sua veiculação.


Gabarito: C
Comentários: A abusividade da propaganda é verificada pelo fato da marca de refrigerante se
aproveitar da impossibilidade da criança em julgar se o refrigerante é um meio eficiente e saudável
para se hidratar.
Para o CDC:
a) Publicidade Enganosa é aquela inteira ou parcialmente falsa que seja capaz de induzir o
consumidor em erro a respeito de quaisquer características do produto ou serviços
(natureza, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço, etc.)

b) Publicidade Abusiva é aquela que apresente qualquer tipo de discriminação, incite a


violência ou explore medo ou superstição.
É ainda abusiva a publicidade que se aproveita da pouca experiência das crianças, desrespeita
valores ambientais ou induza o consumidor a se comportar de forma prejudicial à sua saúde ou
segurança
Assim, segundo o art. 37, §2º do CDC, o caso versa sobre publicidade abusiva.

DIREITO EMPRESARIAL
Alessandro Sanchez

Questão 46
Sobre a teoria geral da empresa, assinale a alternativa correta.
a) A figura de empresário individual foi extinta com a Lei no 12.441/11, que instituiu a EIRELI
(empresa individual de responsabilidade limitada).
b) O código civil em seu artigo 968, Item I, trata da inscrição do empresário e seu requerimento, o
qual determina que necessariamente deve conter seu sexo.
c) Empresário é o sócio de empreendimento ou empreendedor individual registrado como pessoa
jurídica.
d) Considera-se juridicamente empresa a atividade economicamente organizada exercida pelo
empresário.
Gabarito: D
Comentários: Letra a: errada. Não podemos confundir, a EIRELI não veio substituir o empresário
individual; consistindo, em verdade, em ente jurídico distinto da pessoa do empresário e da
sociedade. Conforme orientação do Enunciado 03 da I Jornada de Direito Comercial: “A Empresa
Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI não é sociedade unipessoal, mas um novo ente,
distinto da pessoa do empresário e da sociedade empresária”

Simulados - 1ª Fase OAB - XXXII Exame de Ordem 41


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Letra b: errada. Segundo o que preceitua o art. 968, I a inscrição do empresário far-se-á mediante
requerimento que contenha: “I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o
regime de bens;”
Letra c: errada. O empresário é aquele que exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Letra d: correta. Segundo André Ramos o Código Civil não definiu diretamente o que vem a ser
empresa, mas estabeleceu o conceito de empresário em seu art. 966 (...). “empresário é quem
exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens
ou de serviços.”

Questão 47
A respeito da empresa individual de responsabilidade limitada, assinale a opção correta.
a) A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada pode figurar em
outras pessoas dessa espécie.
b) As regras previstas para as sociedades limitadas aplicam-se, no que couber, à empresa individual
de responsabilidade limitada.
c) É a pessoa jurídica com um só sócio que exerce atividade econômica para produção ou circulação
de bens ou serviços, de maneira habitual e com intuito de lucro.
d) A EIRELI pode ser representada nos atos negociais por seu administrador nomeado pelo sócio
majoritário.
Gabarito: B
Comentários: Letra a: errada. O 2º do art. 980-A do CC dispõe que a pessoa natural poderá
constituir apenas uma EIRELI: “§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de
responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade.”
Letra b: correta. De acordo com §6º do art. 980-A do CC: “Aplicam-se à empresa individual de
responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas.”
Letra c: errada. A EIRELI não constitui sociedade, de modo que não há o que se falar na figura de
sócio. Para reforçar, segue o teor do Enunciado 469 da V Jornada de Direito Civil: “A empresa
individual de responsabilidade limitada (EIRELI) não é sociedade, mas novo ente jurídico
personificado.”
Letra d: errada. O empresário individual é pessoa física. Ademais, o conceito trazido no item guarda
correspondência com a figura da EIRELI, prevista no seguinte dispositivo do Código Civil: “Art. 980-
A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular
da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o
maior salário-mínimo vigente no País.”

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Questão 48
De acordo com os preceitos estabelecidos pelo vigente Código Civil, em relação à sociedade em
conta de participação, assinale a alternativa correta.
a) A sociedade em conta de participação com a inscrição do seu contrato social no registro
competente, adquire personalidade jurídica.
b) A atividade prevista pelo objeto social é desenvolvida exclusivamente pelo sócio ostensivo, em
seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos
resultados correspondentes.
c) A sociedade em conta de participação é dissolvida de pleno direito em caso de falência do sócio
participante.
d) O sócio oculto tem responsabilidade ilimitada pelas obrigações sociais.
Gabarito: B
Comentários: Letra a: errada. Uma vez que a sociedade em conta de participação é um dos tipos de
sociedade não personificada.
Letra b: correta. Conforme o seguinte dispositivo: “Art. 991. Na sociedade em conta de
participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo,
em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos
resultados correspondentes.”
Letra c: errada. Conforme § 2º do art. 994 do CC/02: “A falência do sócio ostensivo acarreta a
dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva conta, cujo saldo constituirá crédito
quirografário.”
Letra d: errada. Pois conforme preceitua o código civil: “Art. 991, Parágrafo único. Obriga-se
perante terceiro tão somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio
participante, nos termos do contrato social.”

Questão 49
Conforme dispõe o Código Civil (Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002), a sociedade simples se
constitui mediante contrato escrito, particular ou público, e nos trinta dias subsequentes à sua
inscrição a sociedade deverá requerer a inscrição do contrato social no
a) Registro de Imóveis de sua sede se houver bens imóveis compondo o capital social.
b) Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede.
c) Cartório de Títulos e Documentos do domicílio do sócio administrador.
d) Registro Civil de Pessoas Naturais do domicílio do sócio administrador.
Gabarito: B
Comentários: A questão requer conhecimento apenas do caput art. 998 do Código Civil Brasileiro:
“Art. 998. Nos trinta dias subseqüentes à sua constituição, a sociedade deverá requerer a inscrição
do contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede.”

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Questão 50
Com relação à Teoria Geral do Direito Cambiário assinale a alternativa correta.
a) O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele
contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
b) O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, não pode ser preenchido posteriormente e
por isso é irrelevante a conformidade com os ajustes realizados entre as partes.
c) Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título, o domicílio do
avalista.
d) Não se considera válido e eficaz o título de crédito em que não conste data de vencimento
expressa nele próprio.
Gabarito: A
Comentários: Letra a: correta. Uma vez que repete o texto do art. 887 do Código Civil: “Art. 887. O
título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido,
somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.”
Letra b: errada. Vez que contradiz disposição do caput do art. 891 do CC/02: “Art. 891. O título de
crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido de conformidade com os ajustes
realizados.”
Letra c: errada. Conforme preceitua o § 1º do art. 889 do CC/02: “É à vista o título de crédito que
não contenha indicação de vencimento.”
Letra d: errada. Não é imprescindível haver a indicação da data de vencimento expressa no título.
Na sua ausência, teremos hipótese de título para pagamento à vista.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL


Ricardo Torques

Questão 51
O advogado Francisco sempre foi muito engajado em causas sociais e decidiu que, aos sábados,
abriria o escritório para oferecer atendimento gratuito à população carente que o procurasse.
Certo dia, o jardineiro Marcelo adentrou à sala do causídico muito apreensivo pois estava sendo
demandado judicialmente para ser reconhecido como pai de uma criança. Marcelo explicou todo o
contexto fático e adiantou que não teria como pagar nada pois o valor que ganhava era
extremamente baixo e mal cobria suas despesas ordinárias. Pacientemente, Francisco explicou a
Marcelo que:
a) O pedido de gratuidade da justiça deve ser formulado exclusivamente na petição inicial, quando
requerido pelo autor, ou na contestação, quando pleiteado pelo réu, sob pena de preclusão.
b) A comprovação da alegação de insuficiência deve ser feita por meio de extratos bancários,
recibos de pagamentos e demais documentos que possam explicitar a situação financeira de
Marcelo.

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c) A gratuidade da justiça compreende as taxas ou custas judiciais e, inclusive, as despesas com a


realização do exame de DNA.
d) A gratuidade da justiça, além de dispensar o pagamento de diversas despesas processuais,
dispensa o pagamento por eventuais multas processuais que possam ser impostas a Marcelo.
Gabarito: C
Comentários: A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. A alternativa apresenta os
incisos I e V do §1º do art. 98 do Código de Processo Civil:
Art. 98. § 1º A gratuidade da justiça compreende:
I - as taxas ou as custas judiciais;
II - os selos postais;
III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a publicação em outros meios;
IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada, receberá do empregador salário
integral, como se em serviço estivesse;
V - as despesas com a realização de exame de código genético - DNA e de outros exames
considerados essenciais;
VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado
para apresentação de versão em português de documento redigido em língua estrangeira;
VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração da
execução;
VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para propositura de ação e para a
prática de outros atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório;
IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência da prática de registro,
averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à
continuidade de processo judicial no qual o benefício tenha sido concedido.
A alternativa A está incorreta. O Código, no caput do art. 99, não restringe o pedido de gratuidade
à petição inicial e à contestação: “O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição
inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.”
A alternativa B está incorreta. O §3º do art. 99 do Código prevê que se presume verdadeira a
alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.
A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 4º do art. 98 do CPC: “A concessão de
gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam
impostas.”

Simulados - 1ª Fase OAB - XXXII Exame de Ordem 45


XXXII Exame de Ordem Unificado - Prova Objetiva
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7º Simulado OAB - Gabarito Comentado

Questão 52
Indignado por ter seu nome negativado junto a um órgão de proteção ao crédito, Pedro decide
entrar com uma ação indenizatória contra a empresa de telefonia móvel. Recém-aprovado no
Exame da Ordem, esta será sua primeira ação, de modo que:
a) Pedro deverá declarar, na petição inicial da ação indenizatória, o seu endereço para recebimento
de intimações, sendo dispensado o seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil
pois esta informação é presumida.
b) Não há necessidade de comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço pois o
acompanhamento dos atos processuais é feito por meio eletrônico.
c) Caso Pedro não cumpra com qualquer dos requisitos, o juiz indeferirá a petição inicial.
d) Em caso de descumprimento dos requisitos, o juiz ordenará que a omissão será suprida no prazo
de 5 dias, antes de determinar a citação do réu.
Gabarito: D
Comentários: A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O §1º do art. 106 do Código
de Processo Civil estabelece que se o advogado descumprir o disposto no inciso I (declaração de
endereço, nº de inscrição na OAB e nome da sociedade de advogados da qual participa), o juiz
ordenará que se supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação do réu,
sob pena de indeferimento da petição. É importante perceber que o juiz, primeiramente,
concederá prazo para saneamento e, posteriormente, em caso de descumprimento, é que
indeferirá a petição.
A alternativa A está incorreta. Nos termos do inciso I do art. 106 do CPC: “Quando postular em
causa própria, incumbe ao advogado declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu
número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da
qual participa, para o recebimento de intimações.”
A alternativa B está incorreta. De acordo com o inciso II do art. 106 do Código, o advogado,
postulando em causa própria, deve comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço.
A alternativa C está incorreta. Como visto no comentário da alternativa A, o juiz concederá prazo
de 5 dias para que seja sanada a omissão e caso não seja haverá o indeferimento da petição inicial.

Questão 53
Na fase de cumprimento de sentença, uma empresa deixa transcorrer in albis o prazo para
pagamento voluntário do débito. Sabendo que os sócios proprietários são conhecidos pelo luxo que
ostentam, o advogado da parte decide pleitear a desconsideração da personalidade jurídica para
que seja atingido o patrimônio particular dos sócios e garantido o pagamento do débito.
Considerando a situação exposta, pode-se afirmar que:
a) O incidente de desconsideração da personalidade jurídica poderá ser instaurado de ofício pelo
magistrado caso restasse evidente que os sócios estavam fazendo uso de meios ilícitos para não
adimplir o débito.

Simulados - 1ª Fase OAB - XXXII Exame de Ordem 46


XXXII Exame de Ordem Unificado - Prova Objetiva
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7º Simulado OAB - Gabarito Comentado

b) O pedido de desconsideração poderá ser feito pela parte ou pelo Ministério Público, quando lhe
couber intervir no processo, devendo ser observados os pressupostos previstos em lei.
c) Não é possível pleitear a desconsideração da personalidade jurídica na fase de cumprimento de
sentença ou de execução de título executivo extrajudicial, ficando restrita à fase de conhecimento.
d) Instaurado o incidente, o juiz decidirá inaudita altera pars sobre a desconsideração.
Gabarito: B
Comentários: A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A alternativa está em
conformidade com o caput do art. 133 e o §1º do Código de Processo Civil. Lembre-se que o CPC
trata dos aspectos processuais do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, cabendo
à legislação pertinente tratar dos aspectos materiais, a exemplo do Código Civil e do Código de
Defesa do Consumidor.
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da
parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em
lei.
A alternativa A está incorreta. A desconsideração da personalidade jurídica não pode ser
instaurada de ofício pelo magistrado. Os legitimados estão previstos no caput do art. 133 do CPC:
“O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do
Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.”
A alternativa C está incorreta. Nos termos do caput do art. 134 do Código: “O incidente de
desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de
sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.”
A alternativa D está incorreta. A desconsideração da personalidade jurídica deve observar o
contraditório, como prevê o art. 135 do CPC: “Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica
será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.”

Questão 54
Uma garantia processual relevante, com previsão constitucional e infraconstitucional, diz respeito à
imparcialidade do juiz, consubstanciada no princípio do juiz natural. Assinale a alternativa que
apresenta uma situação em que tal atributo restará prejudicado:
a) Não há qualquer vedação que Paulo crie um fato superveniente a fim de caracterizar o
impedimento do juiz Pedro, pois o impedimento e a suspeição devem ser verificados quando do
início da ação.
b) Não há qualquer óbice que o juiz José Roberto conduza o processo em que figura como parte
uma universidade com a qualquer ele tem relação de emprego, desde que a causa não verse sobre
questões trabalhistas.
c) A juíza Maria da Glória deverá declarar-se suspeita caso o autor seja devedor do seu marido, o
vereador Pablo Inácio.
d) A juíza Rita Bonifácia deverá declarar-se impedida de atuar na causa em que seu melhor amigo,
Roberto José, seja réu.

Simulados - 1ª Fase OAB - XXXII Exame de Ordem 47


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Gabarito: C
Comentários: A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. As causas de suspeição estão
previstas no art. 145 do Código de Processo Civil e uma delas é quando uma das partes é credora
ou devedora do magistrado, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta
até o 3º grau. Vejamos:
Art. 145. Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o
processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios
para atender às despesas do litígio;
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de
parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
A alternativa A está incorreta. O §2º do art. 144 veda expressamente a criação de fato
superveniente: “É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do
juiz.”
A alternativa B está incorreta. O juiz José Roberto está impedido de atuar nesse processo por força
do inciso VII do art. 144 do CPC: “Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções
no processo: em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego
ou decorrente de contrato de prestação de serviços.”
A alternativa D está incorreta. A situação apresentada é causa de suspeição da juíza Rita Bonifácia,
como previsto no inciso I do art. 145 do Código (transcrito no comentário da alternativa C).

Questão 55
O escritório de advocacia “Law & Order Advogados Associados” adota, internamente, a preferência
por calendarização dos atos processuais. Os sócios entendem que, dessa forma, podem organizar
melhor suas agendas e ter controle total do trâmite processual. Sobre essa prática, assinale a
alternativa correta:
a) O calendário processual deve ser estipulado entre as partes, sem qualquer participação do juiz.
b) Partes e juiz estarão vinculados ao calendário, mas os prazos poderão ser modificados sempre
que necessário.
c) Havendo calendarização, dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou
realização de audiência, cujas datas já estejam designadas no calendário.
d) Estabelecidos os prazos, o Código de Processo Civil veda a sua modificação.
Gabarito: C
Comentários: A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. A alternativa apresenta a
disposição do §2º do art. 191 do Código de Processo Civil: “Dispensa-se a intimação das partes para
a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no
calendário.”

Simulados - 1ª Fase OAB - XXXII Exame de Ordem 48


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A alternativa A está incorreta. O caput do art. 191 prevê que, de comum acordo, o juiz e as partes
podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.
As alternativsa B e D estão incorretas. O §1º do art. 191 do CPC não veda a modificação das datas,
mas determina que estas só serão modificadas em casos excepcionais e devidamente justificados:
“O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em
casos excepcionais, devidamente justificados.”

Questão 56
O estagiário Lucas estava habituado a acrescentar em suas petições ou contestações: “Pretende
comprovar todo o exposto por meio de todas as provas admitidas em direito.” No entanto, ao
receber instruções sobre como proceder em um caso específico, o seu chefe o orientou a pleitear a
inversão do ônus da prova. Lucas ficou constrangido em dizer que não tinha domínio sobre o tema
e apenas meneou com a cabeça. Ao estudar sobre o assunto, Lucas aprendeu que:
a) Poderá haver inversão do ônus probatório nos casos previstos pela própria lei ou diante de
peculiaridades da causa relacionada à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o
encargo.
b) Caso seja determinada a inversão do ônus da prova, a parte responsável não poderá se
desincumbir do ônus que lhe foi atribuído, devendo cumprir com a determinação judicial.
c) Não é possível que as partes convencionem sobre a distribuição da prova.
d) Eventual convenção entre as partes sobre a distribuição do ônus probatório deverá ser
estabelecida antes da instauração do processo.
Gabarito: A
Comentários: A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O caput do art. 373 apresenta
a regra geral quanto o ônus probatório (trata da distribuição estática), enquanto que o §1º
apresenta a distribuição dinâmica do ônus probatório, permitindo, inclusive, a sua inversão: “Nos
casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à
excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção
da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça
por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do
ônus que lhe foi atribuído.”
A alternativa B está incorreta. Caso haja a inversão do ônus probatório, a parte poderá
desincumbir-se caso demonstra que a produção da prova é impossível ou excessivamente difícil,
como prevê o §2º do art. 373 do CPC: “A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar
situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.”
A alternativa C está incorreta. O §3º do art. 373 do Código permite que as partes convencionem
sobre a distribuição do ônus probatório, mas estabelece restrições:
Art. 373. § 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das
partes, salvo quando:
I - recair sobre direito indisponível da parte;
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.

Simulados - 1ª Fase OAB - XXXII Exame de Ordem 49


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7º Simulado OAB - Gabarito Comentado

A alternativa D está incorreta. O §4º do art. 373 do CPC prevê que a convenção sobre a distribuição
diversa do ônus da prova, quando estabelecida por convenção das partes, pode ser celebrada antes
ou durante o processo.

Questão 57
Marília foi intimada da sentença procedente que reconhecia a exigibilidade de obrigação de pagar
quantia certa. Caso a causídica decida pelo cumprimento provisório da sentença, deverá estar
atenta à seguinte regra:
a) o executado não dispõe de qualquer meio de defesa.
b) caso o executado compareça e deposite o valor, visando isentar-se da multa, o recurso
interposto ficará sem efeito.
c) o cumprimento provisório corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, inclusive
devendo reparar os danos que o executado haja sofrido, caso a sentença seja reformada.
d) eventual levantamento de depósito em dinheiro poderá ser feito, independentemente de
prestação de caução.
Gabarito: C
Comentários: A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Trata-se da disposição contida
no inciso I do art. 520 do Código de Processo Civil: “O cumprimento provisório da sentença
impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o
cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: corre por iniciativa e responsabilidade do
exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja
sofrido.”
A alternativa A está incorreta. O §1º do art. 520 do CPC prevê que o executado poderá apresentar
impugnação: “No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar
impugnação, se quiser, nos termos do art. 525.”
A alternativa B está incorreta. Nos termos do §3º do art. 520 do Código: “Se o executado
comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato
não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto.”
A alternativa D está incorreta. De acordo com o inciso IV do art. 520 do CPC: “O cumprimento
provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da
mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: o levantamento de
depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de
propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado,
dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios
autos.”

Simulados - 1ª Fase OAB - XXXII Exame de Ordem 50


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7º Simulado OAB - Gabarito Comentado

DIREITO PENAL
Cristiano Rodrigues

Questão 58
Durante violenta troca de tiros com policiais, Ricardo conhecido traficante local atingiu o policial
civil Rodrigo, sendo que, por se tratar de arma de grosso calibre, o mesmo projétil atravessou a
vítima e também atingiu Priscila, jovem moradora da comunidade “Trabalha que vai” onde a
operação policial ocorria, provocando assim a morte de ambos.
Nesse caso, considerando-se que Ricardo não pretendia matar nem lesionar Priscila, que era amiga
de sua namorada, o traficante :
a) responderá por dois homicídios, sendo a hipótese de concurso formal imperfeito.
b) responderá apenas por um homicídio, pois não agiu com dolo em relação ao segundo.
c) responderá por dois homicídios dolosos, pois a hipótese é de concurso material.
d) responderá pelos dois homicídios, sendo a hipótese de concurso formal perfeito.
Gabarito: D
Comentário: A questão aborda a situação em que dois resultados são gerados através de uma só
conduta, o que caracteriza o concurso formal, além disso, de acordo com o caso concreto, o agente
pretendia (dolo) gerar um único resultado com sua conduta, razão pela qual o concurso formal se
classifica como perfeito ou próprio.
Neste caso, de acordo com o Art. 70 CP, primeira parte, imputa-se um só crime, qual seja o mais
grave, com a pena aumentada de 1/6 a ½.
Logo, o gabarito é a letra D.

Questão 59
Ivan, querendo matar Rosenval, seu antigo desafeto, desfere 6 tiros com seu revolver .38 contra a
vitima, esgotando assim, segundo seu entendimento, todos os meios a seu alcance para consumar
a infração penal, já que não possuía mais munição para sua arma. Porem, Rosenval milagrosamente
sobrevive mas sofre lesões corporais graves, sendo que, sua morte somente deixou de ocorrer por
circunstâncias alheias à vontade de Ivan, que acreditava ter obtido seu intento quando se
ausentou do local do crime. De acordo com os fatos narrados, pôde-se afirmar que houve hipótese
conhecida como:
a) tentativa imperfeita ou inacabada.
b) crime de consumação equivocada
c) crime falho ou de tentativa perfeita.
d) tentativa branca ou incruenta.
Gabarito: C

Simulados - 1ª Fase OAB - XXXII Exame de Ordem 51


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7º Simulado OAB - Gabarito Comentado

Comentário: A tentativa ocorre sempre que o crime não se consuma por motivos alheios a
vontade do agente (Art. 14 II do CP), porem a doutrina classifica a tentativa em perfeita e
imperfeita de acordo com a realização completa ou não dos atos executórios pelo agente.
A tentativa perfeita ou acabada é aquela em que o agente esgota e realiza todos os atos
executórios na pratica do fato, porém, mesmo assim, por motivos alheios a sua vontade o resultado
não ocorre e o crime não se consuma, razão pela qual a doutrina também chama esta situação de
Crime Falho.
Logo o gabarito da questão é a letra C, que se refere ao crime falho com base nos fatos narrados no
enunciado.

Questão 60
Igor, pretendendo matar sua esposa Daniela, para ficar com sua amante Vanessa, arma-se com
uma pistola .40 e fica de tocaia esperando a saída de sua bela esposa do supermercado chamado
“Preço matador”. Entretanto, ao efetuar o disparo em direção de Daniela, Igor erra o alvo e atinge
letalmente sua amante Vanessa que, por ciúmes de seu amante, coincidentemente estava seguindo
Daniela naquele dia.
Neste caso, pode-se afirmar que Igor:
a) responderá por homicídio doloso, mas sem a incidência da agravante de ter sido o crime
cometido contra cônjuge (art. 61, II, “e”, do Código Penal).
b) não responderá por crime algum
c) responderá por tentativa de homicídio.
d) responderá por homicídio doloso, agravado pelo fato de ter sido o crime cometido contra
cônjuge (art. 61, II, “e”, do Código Penal).
Gabarito: D
Comentário: Trata-se de questão relacionada ao instituto do erro de execução, Art. 73 CP, em que
o agente erra o alvo e acaba produzindo o resultado em pessoa diversa da pretendida.
De acordo com expressa previsão legal, deve-se ignorar as características da vítima atingida e
imputar o crime ao agente como se este não tivesso errado, ou seja, com todas as características da
vítima originalmente visada.
Logo, neste caso, deverá responder pelo crime de homicídio doloso com a causa de aumento de
pena referente à vitima ser sua cônjuge, embora objetivamente a vítima atingida fosse outra
pessoa,
Portanto, o gabarito da questão é a letra D.

Simulados - 1ª Fase OAB - XXXII Exame de Ordem 52


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7º Simulado OAB - Gabarito Comentado

Questão 61
Alessandro, desejando lesionar seu desafeto Paulo, desfere contra ele um violento soco no rosto.
Paulo, é imediatamente socorrido por terceiros que passavam no local, sendo é transportado às
pressas ao hospital municipal, onde vem a falecer no mesmo dia, em razão de uma parada cardíaca
sofrida durante a cirurgia de reparação da fratura óssea causada em seu nariz.
De acordo com os fatos narrados, podemos afirmar que Alessandro responderá pelo crime de:
a) homicídio doloso consumado
b) lesão corporal dolosa seguida de morte
c) lesão corporal dolosa em concurso com o crime de homicídio culposo
d) lesão corporal dolosa grave apenas.
Gabarito: B
Comentário: Essa questão se refere a análise do dolo do agente, e a relação de causalidade pela
morte. O dolo inicialmente foi de lesionar, logo a conduta não pode ser classificada como
homicídio, caracterizando assim o crime de lesão corporal dolosa, sendo que, o resultado morte foi
produto dos desdobramentos naturais da conduta de lesão corporal do agente, por isso, de acordo
com o Art. 13 CP, a morte pode ser imputada ao agente, a título de culpa.(crime preterdoloso)
Logo, responderá pela lesão corporal seguida de morte (Art. 129 par. 3º CP) e o gabarito é a letra B.

Questão 62
Hans Zen Wall, turista holandês nascido no Tibet, e que veio ao Brasil para as férias meditando na
cidade de Visconde de Mauá, ao passar pela cidade do Rio de Janeiro antes de seu destino final,
resolveu passar de bicicleta na lagoa Rodrigo de Freitas, e no intento de já ir começando seus
trabalhos de meditação, Hans Zen Wall passou a fumar um cigarro enorme cigarro de maconha,
acreditando se tratar de uma conduta licita, e permitida, como ocorre no país em que vive.
Nesta hipótese, segundo a doutrina penal, a melhor tese defensiva a seu usada em favor de Hans
Zen Wall seria alegar:
a) um erro de tipo permissivo e ausência de culpabilidade
b) um erro de tipo, incidente sobre a elementar do tipo penal
c) um erro de proibição e ausência de culpabilidade
d) erro de execução na conduta típica
Gabarito: C
Comentário: Trata-se de clássica questão de erro de Proibição (Art. 21 CP), já que o agente atua,
praticando a conduta descrita no Art. 28 da Lei 11.343/06, porem, sem conhecimento do caracter
ilícito, proibido, daquilo que faz, podendo afastar sua culpabilidade ou ao menos reduzir sua pena.
Logo, o gabarito é a letra C.

Simulados - 1ª Fase OAB - XXXII Exame de Ordem 53


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7º Simulado OAB - Gabarito Comentado

Questão 63
Diego e Ivan, sem saber da existência um do outro, resolvem que vão matar Alessandro, para isso
se por pura coincidência, no mesmo dia posicionam cada um numa esquina da rua onde ele mora
e, pela manha, atiraram simultaneamente contra a vítima, que em razão dos disparos vem a
falecer. Realizado o exame cadavérico, não se pôde constatar qual dos dois projéteis fora
responsável pelo resultado morte causado. Neste caso, Diego e Ivan responderão:
a) ambos por homicídio doloso consumado.
b) homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte, respectivamente.
c) homicídio doloso e homicídio culposo, respectivamente.
d) ambos apenas por homicídio doloso tentado
Gabarito: D
Comentário: Trata-se de questão relacionada ao instituto da autoria colateral, na sua modalidade
incerta, na qual não há coautoria pela ausência de liame subjetivo entre as partes, mas apenas
agentes atuando ao mesmo tempo sem acordo de vontades.
Sendo assim, em face do “In dúbio pro réu”, como não há como se identificar qual dos agentes
gerou o resultado, ambos responderão somente pela forma tentada do crime, embora a vítima
tenha morrido e o homicídio se consumado.
Logo, o gabarito da questão é a letra D.

DIREITO PROCESSUAL PENAL


Ivan Marques

Questão 64
À luz da lei que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais (Lei 9.099/95), assinale a alternativa
INCORRETA:
a) A competência do juizado será determinada pelo local da prática da conduta descrita no tipo
penal.
b) A citação será pessoal e se fará no próprio juizado.
c) O instituto da transação penal pode ser concedido pelo juiz sem a anuência do Ministério
Público.
d) Tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o
Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a
ser especificada na proposta.
Gabarito: C
Comentários: Art. 76 da Lei 9009/95.
A proposta SOMENTE poderá ser oferecida pelo MP.

Simulados - 1ª Fase OAB - XXXII Exame de Ordem 54


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7º Simulado OAB - Gabarito Comentado

O juiz, caso discorde do não oferecimento da proposta, deverá valer-se do art. 28 e encaminhar os
autos para o PGJ.

Questão 65
Um agente da Polícia Federal praticou um crime no interior de uma autarquia federal. Você, como
advogado do policial, toma ciência de que o processo crime está em trâmite perante a 1ª Vara
Criminal da Justiça Estadual. As decisões proferidas por este juiz estadual são:
a) inexistentes.
b) absolutamente nulas.
c) relativamente nulas, pois a parte não alegou o vício na primeira oportunidade.
d) irregulares diante do monopólio estatal de resolução conflitos.A) agiu corretamente, pois a
confissão do réu é a rainha das provas, deixando a perícia em segundo plano.
Gabarito: B
Comentários: Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;

Questão 66
A única juíza criminal da Comarca de Xiririca da Serra está em dúvida se poderá ou não atuar,
diante da seguinte situação de impedimento:
a) Ser amiga íntima da ré.
b) Ter aconselhado a ré sobre o que pedir.
c) For credora da ré.
d) Já ter atuado como delegada que investigou o mesmo fato, dois anos antes.
Gabarito: D
Comentários: É a única hipótese de impedimento (art. 252 CPP).
Todas as demais são hipóteses de suspeição (art. 254 CPP).
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:
I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o
terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade
policial, auxiliar da justiça ou perito;

Questão 67
Presidente da República, por meio de suas redes sociais, toma ciência de que foi ofendido por
escrito por um dissidente político, com os seguintes dizeres: “você é um idiota”. Consternado, o
presidente deverá pedir auxílio, em busca da responsabilidade criminal de seu agressor, para:
a) Presidente do STF.

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7º Simulado OAB - Gabarito Comentado

b) Ministro da Justiça.
c) Procurador Geral da República.
d) Advogado-Geral da União - AGU.
Gabarito: B
Comentários: Art. 145, parágrafo único do Código Penal.
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando,
no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do
caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do
mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código.

Questão 68
Assinale a alternativa correta a respeito da Lei Maria da Penha:
a) É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra
a mulher no âmbito das relações domésticas.
b) Será aplicável o principio da insignificância nos crimes contra a mulher em que a lesão for de
natureza levíssima
c) A lei somente criminaliza a violência física, violência emocional e violência psicológica.
d) Para configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º da lei 11.340/2006, lei
Maria da Penha, exige-se a coabitação entre autor e vítima.
Gabarito: A
Comentários: Súmula n. 589 do STJ
Art. 5º III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com
a ofendida, independentemente de coabitação.
Art. 7º - formas de violência contra a mulher

Questão 69
Trata-se de modalidade ILÍCITA de prisão em flagrante
a) Flagrante diferido
b) Flagrante ficto
c) Flagrante esperado
d) Flagrante preparado
Gabarito: D
Comentários: Súmula 145 do STF
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.

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DIREITO DO TRABALHO
Priscila Ferreira

Questão 70
Plutão, empregado da Construtora Piramidal Olímpica S/A, foi convocado e prestou o serviço
militar compulsório. Nesse caso, sobre a suspensão do período aquisitivo de férias durante o
período correspondente à prestação de serviço militar obrigatório, é correto afirmar:
a) Haverá suspensão, desde que ele retorne ao emprego nos 90 dias seguintes à cessação do
serviço militar obrigatório.
b) Haverá suspensão, desde que ele compareça ao estabelecimento no prazo de 60 dias, contados
da data em que se verificar sua baixa.
c) Não haverá suspensão, porque não há previsão legal para suspensão de período aquisitivo de
férias, mas apenas de interrupção.
d) A suspensão depende de haver previsão em norma coletiva da categoria, porque não há previsão
legal para esta suspensão.
GABARITO: A
COMENTÁRIOS: Nos termos do artigo 132 da CLT, o tempo de trabalho anterior à apresentação do
empregado para serviço militar obrigatório será computado no período aquisitivo, desde que ele
compareça ao estabelecimento dentro de 90 (noventa) dias da data em que se verificar a respectiva
baixa.

Questão 71
Dalia prestou serviços suplementares com habitualidade para sua empregadora, a empresa XPTO,
durante 15 meses consecutivos. Conforme jurisprudência sumulada do TST, neste caso, a supressão
parcial pelo empregador deste serviço suplementar
a) não assegura a Dalia qualquer direito a indenização uma vez que a supressão foi parcial e não
total.
b) não assegura a Dalia qualquer direito a indenização uma vez que se trata de serviço
suplementar.
c) assegura a Dalia o direito a indenização correspondente ao valor de um mês das horas
suprimidas parcialmente.
d) assegura a Dalia o direito a indenização correspondente ao valor de dois meses das horas
suprimidas parcialmente.
Gabarito: C
Comentários: Nos termos da Súmula 291 do TST, observa-se que: A supressão total ou parcial, pelo
empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano,
assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas
suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de
prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas

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suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora
extra do dia da supressão.

Questão 72
A empresa onde Orpheu trabalha pretende incrementar sua linha de produção, oferecendo a ele a
participação em curso de qualificação profissional, com duração de quatro meses, conforme
previsão contida em convenção coletiva de trabalho. Orpheu assinou documento concordando com
a oferta de seu empregador. Nessa situação, preenchidos os requisitos legais previstos na
Consolidação das Leis do Trabalho, o contrato de trabalho ficará
a) suspenso, não fazendo jus ao pagamento de salários durante o período de afastamento.
b) interrompido, fazendo jus ao pagamento de salários durante o período de afastamento.
c) suspenso, sem o pagamento de salários durante o período de afastamento, mas com uma ajuda
de custo de 50% do valor do salário, conforme previsão legal.
d) interrompido, tendo direito legal a ajuda compensatória mensal no valor das refeições, despesas
com transporte e 50% do valor do salário durante o afastamento.
Gabarito: A
Comentários: Nos termos do Art. 476-A da CLT, o contrato de trabalho poderá ser suspenso, por
um período de dois a cinco meses, para participação do empregado em curso ou programa de
qualificação profissional oferecido pelo empregador, com duração equivalente à suspensão
contratual, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho e aquiescência formal
do empregado, observado o disposto no art. 471 desta Consolidação.
A participação do empregado em curso ou programa de qualificação profissional, nos termos do
artigo 476-A da CLT, deve observar os seguintes requisitos: previsão em norma coletiva; anuência
do empregado; curso com duração de 2 a 5 meses; e empregado que não tenha participado deste
programa nos últimos 16 meses.
Neste sentido, durante o período de suspensão o empregado receberá uma bolsa do FAT (art. 2º da
Lei 7998/90), e o empregador poderá (opcional) acrescer uma ajuda financeira, sem natureza
salarial.

Questão 73
A empregada Maria Joaquina trabalhou na escola de educação infantil Pequeno Polegar como
instrutora de dança contemporânea e jazz. Nos intervalos das aulas, Maria Joaquina acessava sites
pornográficos em seu celular e praticava atos libidinosos com o porteiro da escola no banheiro dos
funcionários. Além disso, Maria Joaquina frequentemente fumava em local proibido onde havia
risco de incêndio e placas de sinalização proibitivas. Tais atitudes podem ser consideradas figuras
de justa causa, respectivamente, nas modalidades:
a) desídia; incontinência de conduta.
b) incontinência de conduta; insubordinação.
c) improbidade; incontinência de conduta.

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d) incontinência de conduta; indisciplina.


Gabarito: D
Comentários: O primeiro ato atento contra a moral sexual (incontinência de conduta – CLT, art.
482, ‘b’) e o segundo atenta contra ordem de cunho geral (indisciplina – CLT, art. 482, ‘h’).

Questão 74
Lucas vendeu sua parte na sociedade Posto de Gasolina Boa Viagem Ltda. em 17/12/2017, data em
que foi feita a averbação da modificação do contrato. Tendo em vista a responsabilidade do sócio
retirante e esgotados os meios de execução da pessoa jurídica e dos sócios atuais, responde
a) solidariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou
como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do
contrato.
b) subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período dos últimos
dois anos em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de
averbada a modificação do contrato.
c) solidariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período dos últimos dois
anos em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a
modificação do contrato.
d) subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou
como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do
contrato.
Gabarito: D
Comentários: Nos termos do Art. 10-A da CLT, o sócio retirante responde SUBSIDIARIAMENTE pelas
obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em
ações ajuizadas até 2 anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte
ordem de preferência: I - a empresa devedora; II - os sócios atuais; e III - os sócios retirantes.

Questão 75
Priscilinha busca ser indenizada, em sede de Reclamação Trabalhista, pelos danos extrapatrimoniais
sofridos no ato de sua dispensa pela empresa “Mundo da Moda” Ltda.
Diante do exposto, se julgado procedente o pedido de danos extrapatrimoniais, o juízo fixará a
indenização a ser paga para Priscilinha, em observância aos seguintes parâmetros:
a) ofensa de natureza leve, até cinco vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social.
b) ofensa de natureza média, até dez vezes o último salário contratual do ofendido.
c) ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual do ofendido.
e) ofensa de natureza grave, até vinte vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social.

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Gabarito: C
Comentários: Nos termos do artigo 223-G, parágrafo primeiro da CLT, observa-se que se julgar
procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a ser paga, a cada um dos ofendidos, em um dos
seguintes parâmetros, vedada a acumulação: I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último
salário contratual do ofendido; II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário
contratual do ofendido; III - ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual do
ofendido; IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último salário contratual do
ofendido.

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO


Priscila Ferreira

Questão 76
Na Justiça do Trabalho, assegura(m)se às empresas públicas e sociedades de economia mista
a) os mesmos prazos processuais destinados às empresas privadas.
b) o prazo em dobro para recorrer e em quádruplo para contestar a reclamação.
c) a isenção de preparo do agravo de instrumento.
e) a faculdade de não se submeterem ao rito sumaríssimo.
Gabarito: A
Comentários: As empresas públicas e sociedades de economia mista não se submetem as
prerrogativas da Administração Pública Direta, Autárquica e Fundacional. Logo, possuem o mesmo
prazo processual aplicado a empresa privada.

Questão 77
Considere:
I. Recurso Ordinário ao Tribunal Regional do Trabalho da 11a Região.
II. Ação rescisória.
III. Mandado de segurança.
IV. Agravo de Petição ao Tribunal Regional do Trabalho da 11a Região.
De acordo com o entendimento Sumulado do TST, o jus postulandi das partes estabelecido no
artigo 791 da CLT, alcança os indicados APENAS em
a) I, III e IV.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, II e IV.
Gabarito: B

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Comentários: Nos termos da Súmula n. 425 do TST, o jus postulandi das partes, estabelecido no art.
791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não
alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de
competência do Tribunal Superior do Trabalho.

Questão 78
Considerando que, para a instauração do inquérito para apuração de falta grave contra empregado
garantido com estabilidade, o empregador apresentará reclamação por escrito à Junta ou Juízo de
Direito, dentro de determinado prazo, contado da data da suspensão do empregado, marque a
alternativa que contém o prazo CORRETO, à luz do que dispõe a CLT.
a) 15 (quinze) dias.
b) 30 (trinta) dias.
c) 45 (quarenta e cinco) dias.
d) 60 (sessenta) dias.
Gabarito: B
Comentários: Nos termos do artigo 853 da CLT, para a instauração do inquérito para apuração de
falta grave contra empregado garantido com estabilidade, o empregador apresentará reclamação
por escrito à Junta ou Juízo de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da suspensão do
empregado.

Questão 79
Determinada empresa de moda, no curso de inquérito movido pelo Ministério Público do Trabalho
firmou um Termo de Ajuste de Conduta - TAC. Entretanto esse termo não é cumprido pela
empresa. No que respeita à execução do termo de ajuste de conduta, é correto afirmar:
a) O termo de ajuste de conduta firmado perante o Ministério Público do trabalho é título
executivo extrajudicial, sendo competente para a execução o Juiz do Trabalho que teria
competência para o processo de conhecimento relativo à matéria.
b) O próprio Ministério Público do Trabalho, através da Procuradoria da Justiça do Trabalho tem
competência para executar, direta e exclusivamente, os termos de ajuste de conduta, perante
seção da Justiça Federal.
c) Para que o termo de ajuste de conduta seja exequível é necessário primeiramente que haja
decisão judicial trabalhista outorgando-lhe a natureza de título executivo judicial, para execução da
multa ajustada na Justiça Comum.
d) Não cabe execução na Justiça do Trabalho, pois o termo de ajuste de conduta não é reconhecido
como título executivo, cabendo execução da multa ajustada na Justiça Comum.
Gabarito: A
Comentários: As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito
suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o

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Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de


Conciliação Prévia serão executadas pela Justiça do Trabalho – Art. 876 da CLT.
Nos termos do Art. 877-A da CLT, é competente para a execução de título executivo extrajudicial o
juiz que teria competência para o processo de conhecimento relativo à matéria.

Questão 80
Na reclamação trabalhista X, é parte reclamada a Ordem dos Advogados do Brasil - Santa Catarina -
OAB/SC; na reclamação trabalhista W, é parte reclamante o Ministério Público do Trabalho; na
Reclamação Trabalhista Y, é parte reclamada o Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina -
CREMESC; e na Reclamação Trabalhista Z, é parte reclamada o Sindicado dos Empregados na
Indústria Alpha. Estão isentos do pagamento de custas as entidades relacionadas
a) em todas as reclamações trabalhistas.
b) nas reclamações trabalhistas X e W.
c) nas reclamações trabalhistas X, W e Y.
d) somente na reclamação trabalhista W.
Gabarito: D
Comentários: Nos termos do artigo 790-A, caput e parágrafo único da CLT, a isenção de custas não
alcança as entidades fiscalizadoras do exercício profissional. Neste sentido, no caso retratado,
ficará isento de custas processuais tão somente o Ministério Público do Trabalho.

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XXXII Exame de Ordem Unificado 30/05/2020

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B A D C D D D D A B

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

C D C B A A B B A C

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

A C C B D A C C D A

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

B C D D D D C C B A

41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

B C D C C D B B B A

51 52 53 54 55 56 57 58 59 60

C D B C C A C D C D

61 62 63 64 65 66 67 68 69 70

B C D C B D B A D A

71 72 73 74 75 76 77 78 79 80

C A D D C A B B A D

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