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Aula 3- as liberdades publicas: a declaração de 1789

Dentre todas as declarações de direitos humanos que conhecemos, não


importando seus precedentes históricos, sem dúvida, a mais famosa é a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

Foi na Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, que os


Direitos Humanos foram consagrados e universalizados.

Em meados do final do século XVIII, a França passa a construir toda a política e


a ideologia que dominariam as democracias nos séculos seguintes.

Ao final do século XVIII, nascia o Estado Contemporâneo da luta do Povo contra


a opressão, caracterizada pela miséria e pelo poder despótico das sucessivas e
fracassadas monarquias absolutistas.

O povo desejava liberdade, igualdade e fraternidade por meio da


representatividade e do Sufrágio Universal, com vistas à construção de um
pacto social que estivesse acima do pacto político daquele país.

A filha desta revolução, chamada de Declaração dos Direitos do Homem e do


Cidadão, foi uma das primeiras a ser considerada universal e instituiu um
Estado juridicamente organizado por meio da sistematização das normas em
forma de leis. Mais um Estado de Direito estava nascendo.

O poder passa a comandar os homens por meio de leis imbuídas dos princípios
de generalidade e impessoalidade para garantir o justo, e a lei torna-se a
expressão da vontade de todos.

A partir desta ideologia, surge a superioridade da Constituição, como limitadora


do poder e instituidora de um governo não arbitrário. Percebe-se aqui, mais
uma vez, o sistema de freios e contrapesos idealizado por Montesquieu, como
fórmula de limitação do poder em face da garantia dos direitos dos indivíduos
contra a ação do próprio Estado.

A finalidade imediata da Declaração é proteger os Direitos do Homem contra os


atos do Governo e o objetivo é instruir os indivíduos de seus direitos para que
se recordem deles, pois esta é sua natureza: ser declarado para ser recordado.

As características dos direitos previstos na declaração são: naturais, abstratos,


imprescritíveis, inalienáveis, individuais e universais.

Destes acontecimentos históricos, surgem os Direitos Humanos de primeira


geração, ou seja, as Liberdades Públicas, que além de universais e individuais
são imprescritíveis e inalienáveis e se consagram em duas grandes categorias:
as liberdades do homem, como, por exemplo, a liberdade de ir e vir e as
liberdades do cidadão, como, por exemplo, o direito de participar da vida
política de seu país.
Um dos avanços da Declaração é o Princípio da Isonomia, previsto até hoje na
nossa Constituição ao Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso I. Atualmente,
o Princípio da Isonomia é visto como tratar igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais, na medida das suas desigualdades.

Glossário

Abstrato: que são dos homens, e não apenas de pessoas determinadas.

Despótico: tirano, arbitrário e absoluto.

Imbuídas: impregnadas, convencidas.

Imprescritível: direitos que não se perdem no tempo.

Inalienável: que não pode ser tomado ou vendido.

Naturais: que derivam da natureza humana.

Universais: que pertencem a todos os homens.

Monarquia Absolutista – a Monarquia é o governo de um só. Era absolutista


quando o Monarca (Rei, Rainha ou Imperador) governava sem limites jurídicos,
sem leis ou regras e não respondia por seus atos.

Pacto Social – consolida-se nas partes da Constituição, que trazem as regras


de Direitos Humanos Fundamentais.

Pacto Político – pode ser entendido como a Constituição em si, dividida em


suas funções, que, separadas em Títulos, Capítulos e Seções, sistematiza a
principal e mais importante legislação brasileira.

Princípio da Generalidade – é o que se aplica a todos os casos.

Princípio da Impessoalidade – que não faz diferença entre as pessoas.

Representatividade – desejo e direito de ser representado junto ao Governo,


por homens que representem seus anseios e necessidades.

Sufrágio Universal – consolidação a representatividade por meio do direito ao


voto.

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