Você está na página 1de 5

Marcelo Andrade Camacho

“self-help”
Qual é a proeminência desse termo no
Sistema Internacional atual?

Trabalho referente à disciplina Teoria das

Relações Internacionais II do segundo período da

Universidade Candido Mendes

Prof.ª Nayara Andrade Maia

Campos dos Goytacazes

2020
1
INTRODUÇÃO

Os primeiros conceitos do Realismo político sucederam a Primeira Guerra


Mundial, quando toda deliberação sobre o aparato teórico próprio da área
efetivamente começasse a ganhar vida. Naquela época o conhecido “primeiro
debate” entre os idealistas e os primeiros realistas ainda se segmentava de uma
troca de ideias muito instintiva e sem atribuições metodológicas ou cientificas, tudo
se apresentava apenas como manifestações sobre política internacional que
surgiram por meio de intelectuais sobre o assunto. Houve a transição desse
momento experimental introduzindo-se numa fase em que alguns autores irão
efetivamente se apresentar como os produtores desse segmento, onde surge o
Realismo Político Clássico por meio da obra do seu principal interlocutor, Hans
Morgenthau que escreveu nos anos 40 o livro “Política entre as Nações”.

A adequabilidade desse paradigma tão valioso se fez presente por toda


história dessa narrativa que analisa o sistema internacional. De fato, há muitos
debates e segmentações para esse tópico sobre a relevância do Realismo nos dias
atuais, sendo de extrema importância as análises e concepções estarem sendo
sempre atualizadas e repensadas. Numa totalidade, acho que aplicar o Realismo
atualmente é possível, todavia, há questões importantes a serem discutidas e
analisadas em um contexto hegemônico entre as nações.

A ideia de que estamos em um sistema internacional que é anárquico ainda é


lúdica, onde não existe nada acima do Estado, instituição ou organização, afinal
esse conceito embasa de uma ideia que juridicamente os Estados são iguais. De
uma forma simplificada, o Estado apenas cuida de si porque não pode confiar ou
delegar sua própria segurança á outro Estado, não há confiança porque não há
punição, não existe uma organização que, de fato, tenha poder coercitivo de impor
sobre os demais, logo, cada Estado ocupa e protege seus próprios interesses.

2
CORPO DO ENSAIO

China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia são exemplos de


países que seguem a lógica do interesse nacional, esses cinco países possuem
aptidão bélica nuclear e são os maiores exportadores de armamentos do mundo. O
paradigma realista não incita a guerra e não é desejável. O ponto é que, como o
sistema é anárquico e os Estados buscam os seus próprios interesses por uma
questão de racionalidade, em última instância no pior dos cenários um conflito
generalizado pode acontecer. Na medida que o Estado está sujeito à possibilidade
mesmo que não pretendida, tudo que possa ser realizado como salvaguarda ou
garantia para evitar a destruição em massa para segurança própria é buscar
mecanismos via acúmulos de capacidade militares como uma forma de
asseguramento, esse interesse Nacional é influenciado pela lógica de Maquiavel “A
razão do Estado acima de qualquer outra razão”. É invalido usar o poder
simplesmente à revelia de outros fatores, tem que haver algo de fato que interfira em
sua posição no Sistema Internacional. No mundo de competição extremada é natural
que a proteção ocorra, portanto busque mais poder, investindo em capacidades que
garanta esse interesse Nacional.

Todo ganho relativo de uma potência x em relação a uma potência y, significa


uma decadência relativa, afinal, é um poder que futuramente o Estado x poderá usar
contra o Estado Y. Para que isso não aconteça, as grandes potências irão acomodar
seus interesses de forma que o poder entre elas seja em média parecido, essa é
uma lógica que é utilizada agora, mesmo com fracassas. Essa ótica entende que a
se algum Estado está ameaçando os demais, seja visto como um interesse de
desequilibrar essa balança de poder, ou seja, os Estados que estão se sentindo
ameaçados irão se unir, criando alianças para combater a potência x que em última
instância não aceita a lógica do “Estado das coisas”, porque não se sente
contemplado, por querer mais aquisição de poder ou por sentir seu interesse
nacional ameaçado.

3
Muitas pautas da invalidação do Realismo atual carregam-se como premissas
as alianças que existem nos dias atuais e as cooperações entre as nações. Porém,
o Realismo não rejeita a cooperação, só abordam essa cooperação com certo
ceticismo, visando que do ponto de vista da racionalidade do Estado em alguns
momentos vai fazer sentido sim se associar a outros países, acordos, parcerias ou
até mesmo fundar Organizações Internacionais, contudo, isso sempre está sujeito
seu próprio benefício e vontade individual, é algo apenas estratégico e não
benevolente.

CONCLUSÃO

Em minha análise, esse paradigma se sustenta e adequa nos dias atuais


inserido nas questões do Sistema Internacional. O Realismo por um longo período
foi base das Relações Internacionais, é inegável o avanço da construção de política
externa dos países, as falhas existem como existe em variadas teorias e paradigmas
desse estudo, uma delas é não reconhecer a ação de atores não estatais como
importantes nas decisões.

É complexo falar de Estados que priorizam os seus interesses de forma


espontânea, principalmente levando em consideração que todas as condições para
que essas escolhas sejam estabelecidas são relacionadas a movimentos europeus e
estadunidenses. Entretanto dentro dessas dinâmicas é notório que mesmo o Estado
em segundo plano, até os subdesenvolvidos exprimem certos acordos que se auto
beneficiam o que gera e confirma a busca pelo próprio interesse individualista.

Hans Morgenthau continua sendo um clássico. Sua obra entusiasmou


variados autores contemporâneos de correntes teóricas diversas. Mesmo que seus
principais destaques sejam as grandes potências, presentemente suas elaborações
são pertinentes também para países com aspiração internacional, mesmo com
restritos recursos de poder.

4
REFERÊNCIAS BIBLÍOGRAFICAS

 LIMA, Maria Regina Soares de. A atualidade do pensamento de


Hans Morgenthau. Relações Internacionais,  Lisboa ,  n. 58, p. 27-40,  jun. 
2018 .   Disponível em <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1645-91992018000200003&lng=pt&nrm=iso>.
acessos em 11  out.  2020.  http://dx.doi.org/10.23906/ri2018.58a03.

 MORGENTHAU, Hans. A Política entre as nações. Brasília, Ed.


da UnB/ IPRI, 2003.

Você também pode gostar