Você está na página 1de 28

Relações Étnico Raciais

Luciene Maria Pires Pereira


INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR

Luciene Maria Pires Pereira

● Graduada em História

● Especialista em História Econômica]

● Mestre em História]

Sobre o Autor

Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Especialista em História


Econômica pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Especialista em Educação Especial
pela Faculdade América do Sul e Instituto Paranaense de Ensino. Especialista em Psicopedagogia
Institucional pela Faculdade América do Sul e Instituto Paranaense de Ensino. Especialista em
Atendimento Educacional Especializado pela Unicesumar. Mestre em História pela Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho-UNESP/FCL de Assis/SP. Doutoranda no Programa de
Pós-graduação em História da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Docente no curso de
História, modalidade EAD, da Unicesumar. Membro do Grupo de Apoio à Pesquisa e Docência
em História (GAPDH Unicesumar). Membro do Laboratório de Estudos do Império Português
(LEIP-UEM).
INTRODUÇÃO DO LIVRO

Prezado(a) acadêmico(a),

Apresentamos a você um material cuja proposta é compreender as relações étnico-


raciais que marcaram e ainda marcam o processo de formação da sociedade brasileira.
Para tanto, discorreremos acerca de conceitos importantes como raça, etnia, grupos
étnicos e etnicidade a fim de levá-los a um maior entendimento das questões que
envolvem a diversidade cultural no Brasil.
Dessa forma, na primeira unidade deste livro, abordaremos o processo de formação
das sociedades brasileira e africana, buscando evidenciar as semelhanças e diferenças
entre esses processos. Na segunda unidade, percorreremos o desenvolvimento das
relações entre Brasil e África, com o intuito de identificar as conjunturas que
caracterizaram tais relações, além de identificar como o contato entre os dois países
ocorre na atualidade. Na terceira e última unidade, discutiremos o contexto educacional
brasileiro na perspectiva da pluralidade cultural, uma vez que a educação é, ou ao menos
deveria ser, instrumento por meio do qual a superação das diferenças e preconceitos
chegará ao fim.
Esperamos que você aproveite as discussões apresentadas e contribua com a ampliação
do debate sobre a temática.

Bons estudos!
UNIDADE III

História, Cultura e Educação Indígena no Brasil


Professora Me. Luciene Maria Pires Pereira
INTRODUÇÃO

Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) a nossa unidade III. Para iniciarmos,
destacaremos os estudos referentes à história e cultura dos povos indígenas do Brasil,
que têm ganhado cada vez mais espaço nas produções acadêmicas, o que possibilita a
ampliação das discussões acerca das contribuições e influências da cultura indígena na
formação da sociedade brasileira. Além disso, tais produções têm como resultado uma
maior aproximação da história destes povos com o público leigo, por meio do ensino
sobre história e cultura indígena na educação básica.
Tendo em vista a relevância dos povos indígenas para a construção da sociedade
brasileira e seu caráter indenitário e a necessidade de aprofundar os debates sobre a
questão indígena, amenizando os discursos preconceituosos e excludentes, presentes em
nossos dias atuais, apresentamos a você, aluno(a), alguns pontos importantes para o
conhecimento de nossa história, baseada na presença indígena no Brasil e enfocando os
aspectos culturais destes povos, que tanto contribuíram para nossa história.
1. ETNO-HISTÓRIA INDÍGENA: CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESTUDO
DA HISTÓRIA DAS POPULAÇÕES INDÍGENAS

Caro(a) aluno(a), é fácil observar que a historiografia tradicional tem como


característica marcante a análise dos homens e das sociedades a partir de uma
perspectiva que privilegia as concepções ocidentais e europeias. Ao pesquisarmos a
respeito dos processos colonizadores, por exemplo, podemos observar o enfoque
conferido à visão dos colonizadores, enquanto a história ou ponto de vista dos
colonizados – considerados povos inferiores ou sem cultura – são relegados a segundo
plano.
Segundo Mota (2014), essa perspectiva da história consolidou-se no campo das
ciências humanas e sociais no século XX, reforçando um olhar eurocentrista em relação
ao passado. Dessa forma, a partir dessa vertente de estudos, somos levados a conhecer
povos e nações a partir de uma visão parcial e tendenciosa, o que, no que concerne à
história, representa o perigo da formação de opiniões preconceituosas e que não
representam a diversidade dos homens e sociedades.

Figura 3.1 - Povos Indígenas do Brasil


Fonte: Procuradorias asseguram… (2015, on-line)
PENSE NISSO
É preciso tomar cuidado com estudos e análises que privilegiam versões orientadas a
partir de conceitos europeus e ocidentais, uma vez que estes estudos resultam em
análises parciais, preconceituosos e superficiais da história.

Para não incorremos no risco de reproduzirmos equívocos históricos e que


reforçam preconceitos e comprometem o entendimento da história como um todo, torna-
se indispensável a compreensão de que a história dos homens e das sociedades é
resultado de uma série de relações e influências entre diferentes tipos de indivíduos,
grupos, ideias e culturas. Como exemplo, tomemos as discussões apresentadas nas
unidades anteriores, na qual defendemos a ideia das contribuições das diferentes
culturas que habitavam o Brasil no início do processo de colonização. Reforçamos a
importância de se compreender como as populações indígenas, os africanos e europeus
e as relações estabelecidas entre esses três grupos foram essenciais para o
desenvolvimento da sociedade brasileira até os dias atuais.
Foi na década de 1980 que as discussões acerca da questão indígena ganharam
espaço no cenário brasileiro, no contexto de elaboração da Constituição de 1988. Nesse
contexto, David Maybury-Lewis destacou que era “chegada a hora do Brasil enfrentar o
fato de ser uma sociedade multiétnica e de agir de acordo com este fato” (MAYBURY-
LEWIS, 1982, p. 12).
A partir desse momento, então, estudiosos de diversas áreas como a História,
Antropologia, Direito e Arqueologia contribuíram para a sistematização de pesquisas
em torno da questão indígena no Brasil a fim de que os estudos sobre o tema
superassem a concepção de que as populações indígenas, sua história e sua cultura
estavam destinadas à total integração à nova realidade brasileira ou ao esquecimento.
Para que este objetivo fosse alcançado, era preciso superar obstáculos e
diferenças referentes a questões metodológicas dos profissionais das áreas relacionadas
à pesquisa científica e acadêmica. Segundo Cunha (2009), para os historiadores era
difícil pensar em uma história indígena, visto que não deixaram registros escritos. Já
para os antropólogos que se apoiavam na teoria evolucionista consideravam as
populações indígenas como povos sem passado, enquanto os funcionalistas e
estruturalistas, os métodos históricos não eram uma opção.
A mudança nesse cenário foi possível a partir das discussões que envolveram a
escrita da História desde a década de 1970. Entre as décadas de 1970 e 1980 o método
histórico foi questionado e a cientificidade da História colocada em xeque. A fim de
responder as críticas das quais eram alvos, os historiadores promoveram uma revisão de
seus métodos de análise que possibilitou a ampliação de suas fontes e objetos de estudos
e a consequente aproximação e diálogo com outras disciplinas, como a Antropologia, e
a Sociologia. Dessa forma, a tradição oral e assuntos relacionados à cultura dos homens
e das sociedades passaram a ocupar um lugar maior nos estudos históricos. Como
resultado, os estudos relativos aos povos indígenas foram ampliados.0

Figura 3.2 - Pluralidade Indígena


Fonte: Lecen / Wikipedia.

Cabe ressaltar que os estudos relativos à questão indígena no Brasil seguiram as


diretrizes propostas pelos estudos norte-americanos e estabelecidas a partir das
pesquisas da Sociedade Americana de Etno-história e publicadas na revista
Ethnohistory (MOTA, 2014).
2. HISTÓRIA, CULTURA E IDENTIDADE DOS POVOS INDÍGENAS DO
BRASIL

Caro(a) aluno(a), as relações entre os povos indígenas do Brasil, outras culturas


presentes em nossa sociedade e o próprio Estado são marcadas pelo desprezo pela
cultura e história dos primeiros. O processo de formação e desenvolvimento do Brasil
teve – e ainda tem – como característica a ocupação e diminuição das terras indígenas
em prol de uma suposta necessidade desenvolvimentista. Segundo o professor e
historiador Lúcio Tadeu Mota,
Os procedimentos dos governos coloniais e dos colonizadores
que aqui aportavam, levaram ao extermínio muitas das
populações indígenas no Brasil colônia. Grandes contingentes
dessas populações no Nordeste foram aniquiladas por ordem da
coroa: no Sul, elas foram capturadas ou mortas pelas bandeiras
paulistas, e a política de extermínio continuou no Império e na
República com a ocupação dos territórios dos grupos Jê,
situados nas províncias de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e
Rio Grande do Sul (MOTA, 1998, p. 150-151).

Além disso, ainda de acordo com este pesquisador do tema,


No século XIX, a construção do Estado nacional foi levada
adiante pela eficácia da persuasão ou pela força da guerra. A
expansão agro-pastoril, em territórios ainda não conquistados
aos índios, fez parte dessa construção. Novas áreas foram
ocupadas, novos territórios incorporados, e o Estado nacional
trabalhou no sentido de demarcar essas novas fronteiras,
fazendo-se presente nesses territórios. A ocupação de territórios
indígenas, a modernização e as idéias de europeização foram
práticas que marcaram a sociedade nacional no século XIX.
Dessa forma, as populações indígenas tornavam-se um
obstáculo para a consolidação desse Estado em expansão
(MOTA, 1998, p. 149).
Dessa forma, como nos mostra o autor, enquanto o Brasil crescia e se
desenvolvia, os povos que ajudaram a moldar a sociedade no período colonial,
imprimindo seus costumes e conhecimentos junto aos europeus e africanos, foram
sendo esquecidos e vistos como obstáculos ao desenvolvimento deste território.

Figura 3.3 - Grupo Indígena Brasileiro


Fonte: Raphael Cortezao / amazonia.org.

Do período colonial até hoje, pouca coisa mudou no que diz respeito ao
reconhecimento e valorização da história e cultura indígena. Ainda somos o país da
exclusão, embora, como dito anteriormente, as discussões e movimentos de defesa da
preservação da cultura, história e direitos dos povos indígenas tenham conquistados
alguns avanços junto a sociedade e ao Estado.

SAIBA MAIS
No início do século XXI, os estudos demonstraram existir aproximadamente 215 etnias
indígenas no Brasil, dentre as quais era possível identificar 170 línguas diferentes. Estas
etnias indígenas encontram-se em terras que foram ocupadas ao longo do
desenvolvimento do Brasil e que não as pertenciam originalmente.
Para entender um pouco mais sobre a visão que se tem das populações indígenas no
Brasil, acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=ScaUURAJkC0>.
O descaso em relação à história e cultura indígena remontam ao nosso passado
colonial, na medida em que desde o primeiro contato com esses povos, os europeus os
consideraram “incivilizados”, isto é, não souberam ou não se preocuparam em
reconhecer os costumes, valores e tradições dos habitantes do Brasil como cultura. Para
os primeiros europeus que aqui chegaram, a diferença nos hábitos dos indígenas
representou um choque entre duas formas de viver e entender o mundo. Esse choque
entre diferentes concepções de mundo fez com que os portugueses procurassem impor a
sua concepção de cultura e civilização a povos cuja forma de vida não se adequavam à
realidade pretendida pelos portugueses. Nesse contexto, na segunda metade do século
XVI, a Companhia de Jesus instalada no Brasil, iniciou a organização das chamadas
missões jesuítas, com o objetivo de catequizar e “civilizar” a população indígena
brasileira. Esse processo tinha por base forçar a assimilação da cultura e costumes
europeus pelos povos indígenas brasileiros.

PENSE NISSO
As missões jesuítas representaram em grande medida a tentativa da coroa portuguesa de
forjar uma nova identidade para as populações indígenas do Brasil, a partir da
descaracterização da sua cultura.

Dando continuidade ao nosso estudo, prezado(a) aluno(a), cabe aqui colocar que
no período imperial, as discussões a respeito das populações indígenas do Brasil e suas
contribuições para a formação da sociedade e da identidade nacional ganharam um
pouco mais de espaço devido, em grande medida, pela publicação da Revista do
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a partir de 1839. De acordo com Moreira,
em contraste com a pequena inserção dos índios na
historiografia mais recente sobre o Império, existem os
testemunhos deixados pelos contemporâneos do regime, que
atestam ter sido a “questão indígena” um dos assuntos centrais
do processo de estruturação do Brasil como nação
independente (MOREIRA, 2010, p. 55).
Segundo a autora, o interesse na questão indígena dos estudiosos do período imperial
relaciona-se com o fato de que

[...] muitos contemporâneos reconheciam que os índios


representavam um dos mais complexos setores da
geopolítica imperial que, àquela altura, estava centrada na
consolidação do território do Império. Nas regiões de
fronteira internacional, fatias importantes do território
estavam povoadas por populações indígenas tribais e
relativamente independentes. A soberania do Estado
nesses lugares só estaria assegurada se, de fato, o Império
fosse capaz de controlar e submeter aquela população e
demonstrar posse efetiva sobre o território. A criação de
uma política indigenista capaz de integrar os índios ao
sistema social e político do Império era, portanto, uma
questão estratégica que, além disso, justificava-se por
meio dos ideais e princípios humanitários e filantrópicos
do período. Muitas das novas missões religiosas para a
“catequese e civilização’” dos índios “selvagens”, criadas
ao longo do Segundo Reinado, foram, por isso mesmo,
localizadas em regiões de fronteira [...] (MOREIRA,
2010, p. 55-56).
Figura 3.4 - Tribo Indígena
Fonte: Daiane Mendonça / Alainet.

Mesmo diante da ampliação da discussão acerca da questão indígena a partir da


circulação da revista do IHGB, os índios no Brasil continuavam a ser considerados
como indivíduos pertencentes a uma categoria social que deveria ser submetida a um
processo de readequação social, isto é, deveria ser inserida na sociedade a partir da
substituição de suas crenças e costumes originais.
Foi apenas no século XX, mais especificamente após a promulgação da
Constituição de 1988, que as populações indígenas brasileiras passaram a ser
reconhecidas como populações com direitos especiais e devido às particularidades de
suas estruturas políticas, econômicas e socioculturais, entendeu-se que o Estado deveria
reconhecê-las como e respeitá-las a partir destas distinções (AZEVEDO, 2008). Em
outras palavras, a partir do final da década de 1980 as políticas voltadas para a questão
indígena no Brasil passariam a seguir a orientação de que os povos indígenas não
deveriam ser integrados ao plano nacional, mas sim ter suas particularidades e cultura
respeitadas e preservadas.
Figura 3.5 -Artesanato Indígena

Fonte: Cmacauley / Wikimedia Commons.

Embora o texto da Constituição de 1988 destaque a importância da preservação e


respeito da cultura indígena, na prática, no que diz respeito a esta questão, o descaso e a
falta de respeito com a história e a cultura das populações indígenas continuaram a
existir, motivados ou sendo justificados por ações políticas, econômicas e culturais. É
por essa razão, que ainda hoje a realidade de muitos povos indígenas continua sendo a
perda de seus territórios e o esquecimento de suas contribuições para a formação e
desenvolvimento da história e da sociedade brasileira em seus mais diversos aspectos.

3. ENSINO E APRENDIZAGEM BRASILEIRA NA PERSPECTIVA DA


PLURALIDADE CULTURAL
Caro(a) aluno(a), discutimos até o momento as relações entre os grupos que
formaram a base da sociedade brasileira atual, destacando a contribuição e influências
que cada um deles exerceu sobre nosso processo formador. Procuramos focar nossa
abordagem sobre os dois grupos que foram frequentemente deixados à margem da
sociedade e também dos estudos acadêmicos em nosso país: os africanos e as
populações indígenas. Nesse momento, a ideia é que possamos refletir sobre a maneira
como esses grupos são representados no sistema educacional brasileiro e também a
forma como é oportunizado o acesso à educação em nosso país.

Figura 3.6 - Educação Indígena


Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social / Wikimedia Commons.

Não é difícil perceber que, mesmo nos dias atuais, o racismo e o preconceito
ainda são valores que se encontram presentes no seio da sociedade brasileira. Para além
das inúmeras maneiras como esses valores se apresentam em nosso país, destacamos a
prática e disseminação na área da educação.
De acordo com Dias (2005), vários estudos têm por objetivo discutir a questão apresentada
anteriormente. Segundo a autora, como resultado desses estudos foi possível identificar
algumas questões inerentes ao racismo no nosso sistema educacional, como a maneira
como os livros didáticos reproduzem práticas e metodologias racistas e preconceituosas,
como o aluno negro se vê e está representado nas escolas e como são desenvolvidas as
relações entre gestores, educadores e alunos das chamadas minorias no ambiente
educacional.
Ainda segundo a autora, os estudos a respeito elaborados por Ricardo Henriques
no final da década de 1990 demonstram que

a escolaridade de brancos e negros nos expõe, com nitidez, a


inércia do padrão de discriminação racial. (...) apesar da
melhoria dos níveis médios de escolaridade de brancos e
negros ao longo do século, o padrão de discriminação, isto é, a
diferença de escolaridade dos brancos em relação aos negros se
mantém estável entre as gerações. No universo dos adultos
observamos que filhos, pais e avós de raça negra vivenciaram,
em relação aos seus contemporâneos de raça branca, o mesmo
diferencial educacional ao longo de todo o século XX
(HENRIQUES, 1990 apud DIAS, 2005, p. 2).

No Brasil, as discussões em torno do racismo, do preconceito e da igualdade


representam os diversos momentos históricos pelo quais nossa sociedade passou, isto é,
o contexto político, econômico e sociocultural que marcou a trajetória do Brasil desde o
seu nascimento enquanto nação independente das amarras coloniais ecoaram no
desenvolvimento de debates e políticas acerca da questão. Assim, dependendo do
momento histórico e das vozes levantadas nesse momento, tivemos uma maior ou
menor preocupação por parte do Estado em relação à disseminação de práticas racistas e
preconceituosas dentro do contexto educacional.

Figura 3.7 - Diversidade Cultural Brasileira

Fonte: Pesquisa comprova… ( 2017, on-line).


Caro(a) aluno(a), já mencionamos anteriormente a importância da promulgação da
Constituição de 1988 para uma maior abrangência de assuntos relacionados a grupos, que
até aquele momento, não recebiam a mesma atenção dos estudiosos e que tinham sua
história escrita baseadas em concepções eurocentristas e que não necessariamente
mostraram-se fiéis à sua realidade histórica.
O final da década de 1980 e início da década de 1990 foram importantes, porque a
Constituição de 1988 – e antes de sua promulgação as discussões sobre sua essência –
refletia o clamor de movimentos sociais que tinham por base a retomada das liberdades
individuais e da instalação de uma sociedade mais justa e igualitária. Esses movimentos
reivindicam maior atenção em relação à educação como um todo e, em especial, à questão
da diversidade cultural brasileira.
Embalada pelas celebrações em torno do Centenário da Abolição (1988) e dos
trezentos anos da morte de Zumbi dos Palmares, celebrados em 1995, em 20 de dezembro
de 1996 é promulgada a Lei 9.394/96, ou seja, a nova Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, a qual refletia o debate intenso dos movimentos sociais e educadores nos anos
anteriores à sua implementação.
Embora nascida em um contexto marcado pela ampliação do debate em torno da
diversidade cultural do Brasil e da luta pela igualdade social, a Lei 9.394/96, em seu texto
original, não foi suficiente para garantir práticas concretas que possibilitassem a todos os
brasileiros, independentemente de qualquer coisa, uma educação que primasse pela
qualidade, respeito e valorização da história e da cultura dos diferentes grupos que
compõem a base da sociedade brasileira.
Um importante passo na conquista de uma educação voltada para a pluralidade
cultural foi a implementação da Lei 10.639, em 2003, a qual torna obrigatória a inclusão
no currículo das instituições de ensino no Brasil o tema História e Cultura Afro-
brasileira. A promulgação dessa lei deve ser entendida como um avanço no cenário
educacional brasileiro sem, no entanto, compreendermos que sua eficácia depende
também de uma reorganização do planejamento dos educadores, uma vez que não é raro
observamos que o conteúdo previsto na lei fica relegado, na prática, a umas poucas
aulas durante o ano letivo da educação básica.
Diante disso, devemos entender que a prática pedagógica de um educador deve
estar atrelada a uma constante busca pelo aperfeiçoamento profissional e por novos
conhecimentos que lhe possibilite tratar a questão de uma forma completa e que coloque
fim aos preconceitos e estereótipos que encontramos no interior de nossa sociedade.

SAIBA MAIS
Para conhecer o conteúdo da Lei 10.639, acesse o link:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm>.

Figura 3.8 - Educação no Brasil


Fonte: Maglara / 123RF.

Caro(a) aluno(a), o contato entre os diversos grupos presentes no Brasil no início


do processo de colonização do território teve como resultado o desenvolvimento de um
país com elementos únicos e que contribuíram para sua transformação diante dos
desafios do crescimento. Esse deveria ser o aspecto marcante de nossa história e o
elemento que justificaria os esforços tanto do governo quanto da sociedade civil para a
busca incessante do conhecimento e valorização de nossa história e das culturas que nos
fizeram como somos. No entanto, a realidade brasileira não é essa.

O sistema educacional brasileiro, instituição que deveria, dentre todas as outras,


se destacar pela valorização da história e da cultura do povo brasileiro na sua
complexidade e totalidade não o faz. Não o faz na medida em que deixa de fora ou em
segundo plano as contribuições de povos que foram essenciais para nossa formação,
como as afrodescendentes e os indígenas. A criação de legislação específica que inclua
no currículo escolar o estudo da história e cultura africana não é suficiente para sanar a
deficiência do sistema.
Apenas com a compreensão de que o Brasil é um país singular, com uma
pluralidade cultural que o coloca à frente de outras nações, é que a realidade marcada
por preconceitos e desigualdades poderá ser transformada.

DICA DE LEITURA

Nome do livro: Índios do Brasil

Editora: EDUSP

Autor: Júlio Cézar Melatti

ISBN: 978-85-314-1013-0

Comentário: O livro apresenta aspectos relativos à organização econômica, política e


sociocultural de populações indígenas no Brasil, bem como uma discussão acerca dos conceitos
de raça, etnia e etno-história.

ATIVIDADE OBJETIVA

1. Conhecer e compreender a história dos diferentes povos que formaram a


sociedade brasileira é imprescindível para que conheçamos nossa própria história.
A partir deste entendimento, assinale a alternativa correta.

a. Os estudos tradicionais, em relação aos povos e culturas que se encontram na


base de nossa formação, são resultados de análises que respeitam os contextos históricos
e elementos próprios desses povos e culturas.
b. As produções historiográficas que tratam dos processos colonizadores têm por
característica a preservação e valorização das populações que foram colonizadas.
Justificativa: As análises dos processos colonizadores têm por característica apresentar
os povos colonizados como sem cultura ou não-civilizados, em uma clara tentativa de
valorizar as nações dominadoras.
c. O perigo dos estudos cuja visão da história representa uma visão eurocêntrica
reside na disseminação de uma história parcial e tendenciosa.
d. No século XX é possível observar uma mudança nos estudos na área das
ciências humanas, uma vez que análises eurocêntricas deram lugar a estudos que
primavam pela pluralidade cultural.
e. Historiadores, antropólogos e demais estudiosos da área devem primar em
suas análises por uma história que represente as suas concepções de valores e ideias.

2. A partir das discussões apresentadas, leia as afirmativas abaixo, considerando-as


verdadeiras ou falsas.

( ) As discussões acerca da questão indígena foram fomentadas a partir da década de


80.
( ) Os estudos elaborados a partir do contexto da década de 1980 buscaram superar
visões tendenciosas e que menosprezavam as contribuições culturais e sociais das
populações indígenas no Brasil.
( ) A renovação historiográfica ocorrida entre as décadas de 1970 e 1980 foi essencial
para que a história e culturas das populações indígenas do Brasil fossem resgatadas e
entendidas a partir de suas características próprias.
( ) Os estudos das populações indígenas no Brasil seguiram as diretrizes da
historiografia inglesa.

A sequência correta é:
a. F, V, V, V.
b. F, F, F, V.
c. V, F, V, F.
d. F, F, V, V.
e. Alternativa correta: V, V, V, F.
3. Leia o texto a seguir:

Com efeito o homem no estado selvático e mormente o índio


bravo do Brasil, deve ser preguiçoso, porque tem poucas, ou
nenhumas necessidades; porque sendo vagabundo, na sua mão
está arranchar-se sucessivamente em terrenos abundantes de
caça ou pesca, ou ainda mesmo de fructos silvestres, e
espontâneos; porque vivendo todo o dia exposto ao tempo não
precisa de casas, e vestidos commodos, nem de melindres do
nosso luxo; porque finalmente não tem ideia de propriedade,
nem desejos de distinções, e vaidades sociais, que são as molas
poderosas, que põem em atividade o homem civilizado”

CALDEIRA, J. (Org.). José Bonifácio de Andrada e Silva. São Paulo: Ed. 34, 2002, p.
184.

O documento acima apresenta a visão de José Bonifácio sobre os índios do Brasil. A


partir de sua leitura, analise as afirmativas abaixo:
I. O documento apresenta uma visão tendenciosa das populações indígenas
do Brasil.
II. Os indígenas do Brasil são descritos como povos sem cultura e inferiores,
se comparados às elites brasileiras.
III. A imagem descrita das populações indígenas brasileiras são apresentadas
como povos desprovidos de civilização, que não possuem as mesmas necessidades da
elite brasileira, insultando um sentido pejorativo ao modo de vida indígena.

Estão corretas apenas as afirmativas:


a. I.
b. II.
c. III.
d. Alternativa: II e III.
e. I, II e III.
4. A educação no Brasil é alvo constante de debates e projetos que visam sua
reorganização. Com relação ao respeito da diversidade cultural brasileira na área da
educação, analise as afirmativas abaixo:

I- O sistema educacional brasileiro tem se mostrado eficaz no que diz respeito à


reprodução de práticas racistas e preconceituosas.
II- Um dos principais recursos metodológicos utilizados pelos professores em suas
aulas, o livro didático, é um exemplo claro de como visões tradicionais e
preconceituosas são reproduzidas diariamente no contexto educacional brasileiro.
III- O contexto econômico de um indivíduo ou população é um dos elementos que
influenciam na educação no que se refere à igualdade de oportunidades.
IV- Com relação à escolarização de brancos e afrodescendentes no Brasil, não se pode
afirmar que exista diferenças significativas quanto ao acesso à educação de qualidade e
representatividade.

Estão corretas as afirmativas:


a. I e II apenas.
b. II e III apenas.
c. III e IV apenas.
d. I, II e III.
e. I, III e IV.

5. Nas últimas décadas, os movimentos populares e sociais que representam grupos que
historicamente foram negligenciados pelo governo e suas políticas ganharam espaço.
Com relação a estes movimentos, assinale a alternativa correta:

a. A história dos movimentos sociais no Brasil acompanham a história da sociedade


brasileira, sendo reflexo para os anseios de grupo em um determinado contexto
histórico.
b. A sociedade brasileira não conseguiu organizar grupos que apoiassem os anseios dos
afrodescendentes diante da realidade marcada pela desigualdade em nosso país.
c. Os grupos indígenas, ao longo da história do Brasil, não encontraram meios para
organizar estratégias ou formas de lutar pelo reconhecimento de sua história, seus
direitos e preservação de sua cultura.
d. Os movimentos sociais no Brasil foram enfraquecidos diante da ação do governo
brasileiro para silenciar a voz das chamadas minorias.
e. A realidade brasileira na atualidade é marcada pela prevalência de políticas
afirmativas e inclusivas que garantem a todos os grupos e culturas a igualdade de
oportunidades em todos os níveis.
CONCLUSÃO DO LIVRO

Caro(a) acadêmico(a), chegamos ao final de mais uma etapa no processo de sua


formação. As discussões apresentadas nesse material tiveram por objetivo fazer com que
você refletisse acerca de questões importantes do processo de construção da sociedade e
identidade brasileira no decorrer de nossa história.
Compreender as relações estabelecidas entre os diversos grupos étnicos, povos e
culturas que estão na base da nossa formação é essencial para entendermos nossa
realidade atual. Como é possível que o Brasil, sendo um país marcado pela miscigenação,
seja um país com atitudes racistas, preconceituosas e discriminatórias que estão no seio
da sociedade? A resposta para esta questão pode ser encontrada na falta de conhecimento
pela maioria significativa dos brasileiros em relação ao seu passado. Por essa razão, as
discussões presentes são de grande importância.
O debate que envolve as relações étnico-raciais no Brasil precisam de cada vez mais
espaço para que possam se desenvolver, e é papel das instituições de ensino, em todos os
níveis, contribuir para que isso aconteça. Por isso, caro(a) aluno(a), esperamos que você,
a partir de agora, olhe para o tema com um novo olhar e contribua para que os discursos
tradicionais, parciais e tendenciosos não continuem sendo difundidos.
REFERÊNCIAS

37 ANOS de luta contra o preconceito racial. CUT - Central Única dos Trabalhadores.
Disponível em: <https://www.cut.org.br/noticias/37-anos-de-luta-contra-o-preconceito-racial-
d02a>. Acesso em: 26 nov. 2018.

A ESCRAVIDÃO africana. MultiRio – a mídia educativa da cidade. Disponível em:


<http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/estude/historia-do-brasil/america-portuguesa/80-
ocupa%C3%A7%C3%A3o-litor%C3%A2nea/8738-a-escravid%C3%A3o-africana>. Acesso
em: 26 nov. 2018.

A ESCRAVIDÃO no Período Colonial do Brasil: Transporte e Trabalho. Diariohistoria.


Disponível em: <http://diariohistoria.blogspot.com/2008_02_21_archive.html>. Acesso em: 26
nov. 2018.

A VIAGEM de Vasco da Gama. Português on-line. Disponível em:


<http://oportugues.freehostia.com/espacomais/websitlusiadas/viagemdevascodagama.htm>.
Acesso em: 26 nov. 2018.

ATA geral da Conferência de Berlim. Casa de história. Disponível em:


<http://www.casadehistoria.com.br/sites/default/files/conf_berlim.pdf> Acesso em: 17
jan. 2018.
AZEVEDO, M. M. Diagnóstico da população indígena no Brasil. In: Ciência e Cultura,
v. 60, n .4, out. 2008.
BOXER, C. R. O Império Colonial Português (1415-1825). Lisboa: Edições 70, 1969.
CALDEIRA, J. (Org.). José Bonifácio de Andrada e Silva. São Paulo: Ed. 34, 2002.
CARDOSO, C. F. S. Agricultura, Escravidão e Capitalismo. Petrópolis: Vozes, 1979.
______. Escravo ou Camponês? O protocampesinato negro nas Américas. São Paulo:
Brasiliense, 1987.
______. As concepções acerca do “sistema econômico mundial” e do “antigo sistema
colonial”: a preocupação obsessiva com a “extração de excedente”. In: LAPA, J. R. do
A. (Org.). Modos de Produção e Realidade Brasileira. Petrópolis: Vozes, 1980.
CARVALHO, A. Preconceito e discriminação, estereótipos e estigmas. In:
CARVALHO, A. P. C. et al. Desigualdade de gênero, raça e etnia. Curitiba:
InterSaberes, 2013, p. 141-154.
CHANDEIGNE, M. (Org.). Lisboa Ultramarina, 1415-1800: a invenção do mundo
pelos navegadores portugueses. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1992.
CHAGASTELLES, T. M. S. As sociedades africanas e o colonialismo. In: MACEDO,
JR., (Org.). Desvendando a história da África [on-line]. Porto Alegre: Editora da UFRGS,
2008. Diversidades series, pp. 111-122. Disponível em
http://books.scielo.org/id/yf4cf/epub/macedo-9788538603832.epub. Acesso em: 17 jan.
2018.
COSER, M. C. A dinastia de Avis e a construção da memória do reino português: uma
análise das crônicas oficiais. Cadernos de Ciências Humanas - Especiaria. v. 10, n.18,
jul. - dez. 2007, p. 703-727.
CUNHA, M. C. da. Cultura com aspas e outros ensaios. São Paulo: COSAC NAIFY,
2009.
DIAS, L.R. Quantos passos já foram dados? A questão de raça nas leis educacionais –
da LDB de 1961 à Lei 10.639, de 2003. In: ROMÃO, J. (Org.). História da educação
dos negros e outras histórias. Brasília, DF: MEC, Secad, 2005. p.49-62.
FERLINI, V. L. A. Açúcar e Colonização. São Paulo: Alameda, 2010.
FONSECA, T. da. Don Afonso Henriques e a Fundação da Nacionalidade
Portuguesa. Coimbra: Coimbra Editora, 1949.
FRAGOSO, J. L. e FLORENTINO, M. O arcaísmo como projeto. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2001.
FREYRE, G. Casa Grande e Senzala: formação da família brasileira sob o regime da
economia patriarcal. 34. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998.
GODINHO, V. M. A Expansão Quatrocentista Portuguesa: problemas das origens e
da linha de evolução. Lisboa: Empresa Contemporânea de Edições Ltda., 1944.
GORENDER, J. O Escravismo Colonial. 2. ed. São Paulo: Ática, 1978.
GUIMARÃES, A. S. A. Depois da democracia racial, p. 269-270. In: Revista Tempo
Social, v. 18, n. 2, São Paulo, 2006, p. 269-287.
HOLANDA, S. B. de. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
HOW did the Belgians justify their miserable treatment of Congolese? Justification of
Africa. Disponível em: <https://sites.google.com/site/justificationofafrica/>. Acesso em:
26 nov. 2018.
MACEDO, JR., org. Antigas civilizações africanas: historiografia e evidências
documentais. In: Desvendando a história da África [on-line]. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2008. Diversidades series, p. 13-27. Disponível em:
<http://books.scielo.org/id/yf4cf/pdf/macedo-9788538603832-02.pdf.> Acesso em: 15
jan. 2018.
MAYBURY-LEWIS, D. Prefácio. In: SANTOS, S. C. (Org.) O índio perante o direito.
Florianópolis: Editora da UFSC, 1982, p. 9-13.
MENDES, C. M. M. Construindo um Mundo Novo. Os escritos coloniais do Brasil
nos séculos XVI e XVII. São Paulo: USP, 1996. (Tese de Doutorado).
MOREIRA, V. O ofício do historiador e os índios: sobre uma querela no Império. In:
Revista Brasileira de História, v. 30, n. 59, jun. 2010.
MOTA, C. G.. Ideologia da Cultura Brasileira: 1933-1974. São Paulo: Ática, 1980.
MOTA, L. T. Etno-história: uma metodologia para abordagem transdisciplinar da
história de povos indígenas. In: São Paulo, Unesp, v. 10, n. 2, p. 5-16, julho-dezembro,
2014.
MOTA, L. T. O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e as propostas de integração
das comunidades indígenas no estado nacional. In: Diálogos, vol. 2, n. 1, Maringá, 1998,
p. 149-175.
MUNANGA, K. . Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e
etnia. Cadernos PENESB (Programa de Educação sobre o Negro na
Sociedade Brasileira). UFF, Rio de janeiro, n. 5, p. 15-34, 2004.

PAULA, B. X. A educação para as relações étnico-raciais e o estudo de história e


cultura da África e afro brasileira: formação, saberes e práticas educativas. 2013. Tese
(Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de
Uberlândia. 2013. Disponível em: <https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/13652>.
Acesso em: 23 nov. 2018.
POUTGNAT, P.; STREIFF-FENART, J. Teorias da etnicidade: seguido de grupos
étnicos e suas fronteiras, de Fredrik Barth. São Paulo: UNESP, 1998.
PESQUISA comprova que preconceito atinge 99,3% do ambiente escolar no Brasil. AVIPAE.
Disponível em: <http://avipae.org.br/pesquisa-comprova-que-preconceito-atinge-993-ambiente-
escolar-no-brasil/>. Acesso em: 26 nov. 2018.

PRANDI, R. De africano a afro-brasileiro: etnia, identidade, religião. In: Revista USP,


n.46, São Paulo, junho/agosto 2000, p. 52-65.
PROCURADORIAS asseguram permanência de indígenas Tupinambá no sul da Bahia.
Advocacia Geral da União. Disponível em: <http://www.agu.gov.br/noticia/procuradorias-
asseguram-permanencia-de-indigenas-tupinamba-no-sul-da-bahia>. Acesso em: 26 nov. 2018.
RAMOS, F. P. No Tempo das Especiarias: o império da pimenta e do açúcar. 3. ed. São
Paulo: Contexto, 2006.
ROCHA, A. C. História e cultura afro-brasileira: delineando novas práticas pedagógicas.
In: Aedos, Porto Alegre, v. 7, n. 16, p. 131-148, jul. 2015.
ROCHA, E. Jogo de Espelhos: ensaios de cultura brasileira. 3. ed. Rio de Janeiro:
Mauad, 2003.

SANTOS, Y. L. dos. História da África e do Brasil afrodescendente. Rio de Janeiro:


Pallas, 2017.
SILVA, A. C. O vício da África e outros vícios. Lisboa: Edições João Sá da Costa, 1989,
p. 23
SOUZA, M. L. História da África. In: PEREIRA, A. A. (Org.). Educação das relações
étnico-raciais no Brasil: trabalhando com histórias e culturas africanas e afro-brasileiras
nas salas de aula. Brasília: Fundação Vale, 2014.
VEIGA, P. M. A África na agenda econômica do Brasil: comércio, investimentos e
cooperação, p. 05. Disponível em:
<http://www.funcex.org.br/publicacoes/rbce/material/rbce/116_PMV.pdf.>. Acesso em:
12 fev. 2018.

VILLAR, D. Uma abordagem crítica do conceito de "etnicidade" na obra de Fredrik


Barth. Revista Mana Estudos de Antropologia Social, vol.10, n.1, Rio de Janeiro. p.
165-192, apr. 2004.

Você também pode gostar