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ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE
DIRIGENTES FAZENDÁRIOS - PDFAZ
MÓDULO GERENCIAL
MARCOS PAULO PEREIRA MILAGRES

DESENVOLVIMENTO DE EQUIPE:
O PAPEL DA LIDERANÇA NO DESENVOLVIMENTO DE EQUIPES DE
TRABALHO

MINAS GERAIS/2010

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MARCOS PAULO PEREIRA MILAGRES

DESENVOLVIMENTO DE EQUIPE:
O PAPEL DA LIDERANÇA NO DESENVOLVIMENTO DE EQUIPES DE
TRABALHO

Trabalho de conclusão apresentado ao Curso Programa de Desenvolvimento de Dirigentes


Fazendários, da Escola de Administração Fazendária, como requisito para obtenção da média final.

Orientador: Débora Maria Victória de Barros

MINAS GERAIS/2010

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, Pai de todas as coisas visíveis e invisíveis, a


quem consagro minha recente superação de um problema pessoal.
Aos meus pais por terem me formado enquanto ser humano. Suas vidas de
sacrifícios e dedicação a mim e meus irmãos jamais serão esquecidos por mim.
E a meus filhos e esposa, por estarem sempre ao meu lado no dia a dia da vida. A
felicidade da constituição de uma família é base do desenvolvimento profissional.

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RESUMO

As organizações cada vez mais estão preocupadas com o processo de alteração de


paradigmas dos grupos de trabalho e das chefias a sua frente, para modernos conceitos
de equipes conduzidas por líderes. O objetivo deste artigo é realizar pequeno
levantamento destes conceitos, suas aplicabilidades nas organizações e os benefícios
esperados pelas organizações na adoção destes novos conceitos. A partir deste
levantamento, traçar um perfil mínimo adequado ao líder e a equipe que desejem se
adaptar a estas novas formas de organização das pessoas no ambiente de trabalho. Este
trabalho descreve algumas habilidades do líder e da equipe consideradas por alguns
autores como fundamentais ao novo modelo organizacional.

Palavras-chave: Grupo. Chefe. Equipe. Líder

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ABSTRACT

Increasingly organizations are concerned with the process of changing paradigms of


workgroups and managers their front, to modern concepts of teams led by leaders. The objective
of this paper is to conduct small lifting of these concepts, their aplicabilidades in organizations
and the benefits expected by organizations in adopting these new concepts. From this survey,
mapping a minimum profile suited to the leader and the team wishing to adapt to these new
forms of organization of persons in the workplace. This work describes some skills of team
leader and considered by some authors as fundamental to the new organizational model.

Key-Words: Group. Head. Team. Leader.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................pág 7
CAP. I – ORIGEM DO CONCEITO MODERNO DE LÍDER............................... pág 9
CAP. II – CONCEITOS................................................................................................pág 10
II.1 Equipes e Grupos.......................................................................................................pág 10
II.2 Chefes e líderes..........................................................................................................pág 12
CAPÍTULO III – EQUIPE E LIDERANÇA.............................................................. pág 14
CAPÍTULO IV – PERFIL NECESSÀRIO AO LÌDER DE EQUIPES.................. pág 16
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... pág 17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ pág 19

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INTRODUÇÃO

Um dos temas mais discutidos atualmente em relação ao ambiente de trabalho seja ele
de caráter empresarial, filantrópico ou mesmo no serviço público, se refere ao papel exercido
pelas pessoas que compõem este ambiente na consecução dos objetivos estabelecidos nas
organizações.
Dentre vários itens que compõem esta discussão, cada vez mais a doutrina tem se
debruçado em tentar detectar tendências e fórmulas apropriadas para as pessoas se
organizarem na realização de tarefas que levem a mais eficiência, eficácia e efetividade. A
tendência praticamente unânime dentre os autores consultados para este artigo, é de que o
trabalho em equipe1 se constitui como a estrutura que mais reúne características necessárias a
atual forma de atividade produtiva.
Partindo deste princípio, autores como Idalberto Chiavenato, Milton Luís Figueiredo,
Vitor Morgensztern, John C. Maxwell, Antônio Celso Mendes são eloquentes ao enfatizar o
papel decisivo do líder, em seu conceito modernizado e alinhado a sociedade contemporânea,
tem no nível de sucesso das equipes de trabalho.
Este artigo tem por objetivo reunir teses, técnicas e pesquisas acerca do papel do líder
na formação e condução de equipes de sucesso no ambiente organizacional.
_______________________
1 - Para fins de elucidar os conceitos de equipe e Grupo, temos que “Equipe é um grupo que compreende seus
objetivos e está engajado em alcançá-los, de forma compartilhada. A comunicação entre os membros é
verdadeira, opiniões divergentes dos membros possibilitam alcançar resultados, os objetivos compartilhados
determinam seu propósito e direção. Respeito, uma mente aberta e cooperação são elevados. O grupo investe
constantemente em seu próprio crescimento. (Beneti apud Moscovici; dissertação de mestrado; 2007; pág 54)”.
Ao contrário sensu, portanto, podemos concluir que grupos são reuniões de pessoas que não tem um foco
definido, a comunicação é baixa cada membro pode se colocar em uma direção diferente. Estão reunidos por
forças legais ou por mera circunstância.

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Inicialmente procurou-se obter informações sobre a origem e causas que conduziram a
este novo papel dos antigos “gerentes”, hoje chamados líderes. Posteriormente, foram
relacionadas algumas características detectadas como fatores de sucesso para equipes, e por
último, relatadas as características das mais variadas ordens necessárias ao líder de sucesso.
Sem a pretensão de esgotar tema tão rico em estudiosos, teses, livros e programas de
sucesso, este artigo tem tão somente o condão de conduzir o leitor à visão da relevância e
complexidade que o tema se reveste nos dias atuais.
Espero contribuir com este trabalho para despertar de alguma forma a preocupação dos
colegas servidores públicos para a importância atual do tema liderança dentro das instituições
públicas.

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CAPÍTULO I – ORIGEM DOS CONCEITOS MODERNOS DE EQUIPE E LÍDER

A origem histórica da figura da equipe advém da necessidade histórica do homem de


somar esforços para alcançar objetivos que, isoladamente, não seriam alcançados, ou seriam
de forma mais trabalhosa ou inadequada; e ainda da imposição que o desenvolvimento e a
complexidade que o mundo moderno tem imposto ao processo de produção, gerando relações
de dependência e/ou complementariedade de conhecimentos e habilidades para o alcance de
objetivos (Piancastelli e outros; 2010).
Deparamo-nos constantemente em consulta aos vários livros sobre gestão de pessoas
com a comparação entre o conceito de chefe, aquele que tem como foco os processos de
trabalho e busca os resultados sem se preocupar com as pessoas, e o conceito de líder, aquele
que cada vez mais é formado e exigido de múltiplos conhecimentos, habilidades e atitudes
que o diferenciam para o exercício da condução de equipes.
Em busca de fatos, ou pelo menos de indícios, que apontassem qual a origem do
surgimento de novos paradigmas relacionados à mudança dos conceitos de chefe para líder,
deparei-me com um capítulo do Manual de pessoas e equipes (Bogg, 2002) no qual relata que
tudo tem origem por volta dos anos 80 no modismo chamado de downsizing (reduzir
tamanho) das estruturas das organizações.
Este novo processo empresarial, fruto da crescente competitividade estabelecida à
época em virtude do processo de globalização, deflagrou um verdadeiro encolhimento das
estruturas de Recursos Humanos (RH) das empresas. Estes setores se viram impelidos a
transferir parte de suas atividades relacionadas à gestão de pessoas para os gerentes dos
demais setores das organizações. “O que parecia ser, depois, estratégia de sobrevivência da
área de RH se tornaria a solução fundamental para o processo de transformação da
empresa” (Bogg, 2002).
Débora Barros (2006, pág. 42) nos traz um relato abrangente e objetivo sobre a
evolução deste processo organizacional:
As teorias das diversas escolas administrativas vêm se
sucedendo, no decorrer das décadas, até os dias de hoje,
quando temos em pleno vigor a Teoria da Contingência, que
enfatiza o caráter funcional e relativo de tudo nas

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organizações. Como tudo é contingencial, não absoluto e
mutável, não serve mais aquele funcionário que executa
sempre as mesmas tarefas e sempre da mesma forma, porque
as tarefas também são cambiantes e os problemas complexos
e diversificados. Não é mais suficiente dominar o corpo do
funcionário, isso era útil quando havia extrema divisão de
tarefas. Agora é necessário dominar a alma e a mente
também, porque se necessita de funcionários que pensem em
prol da empresa e do funcionamento organizacional, levando
ideias e soluções sempre novas e criativas, a fim de dar conta
da complexidade sistêmica.
Enfim, podemos afirmar que o líder vem a tomar o papel do chefe, no sentido de que
agora a necessidade se constitui em pessoas que consigam potencializar ao máximo todas as
características de outras pessoas que atuam em equipe, substituindo assim a figura do mero
gerenciador de tarefas.

CAPÍTULO II – CONCEITOS

II. 1 – Equipes e Grupos.

São vastos os conceitos formados por estudiosos organizacionais, a respeito das


figuras do grupo e da equipe, suas particularidades, semelhanças e disparidades.
Para Paulo Roberto Mota (2001), grupos são formados pela associação de pessoas que
interagem para compartilhar informações e tomar decisões, com a pretensão de desempenhar
melhor suas tarefas individuais. É uma simples soma das partes. A responsabilidade
permanece individual, e as habilidades individuais são variadas e se juntam quase ao acaso.
Ainda segundo Mota, as equipes, no entanto, são formadas pela associação de pessoas
que geram um espírito comum e positivo através de esforços coordenados. Procuram um
desempenho coletivo, e o resultado é maior que a soma das partes individuais. A
responsabilidade é tanto individual quanto coletiva, e as habilidades são vistas como
complementares.

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Segundo John Maxwell, em seu livro “As 17 incontestáveis leis do trabalho em
equipe” uma equipe sozinha não pode melhorar naturalmente, ela precisa do chamado
catalisador (aquele que faz com que as coisas aconteçam).
Partindo deste princípio, Maxwell propõe um fluxo a ser seguido para a formação de
uma verdadeira equipe de sucesso:

Estabelecer Diagnóstico Estabelecer


qual o sonho da situação situação Desenvolver
a ser atual da desejada da a equipe
alcançado equipe equipe

Para a fase de desenvolvimento da equipe, as recomendações do autor são: ajudar cada


membro individualmente; incluir na equipe pessoas com o talento desejado; diante de cada
situação diferente de desafio deve-se franquear a liderança a outros líderes mais capazes de
enfrentá-lo momentaneamente; e ainda promover a remoção de membros comprovadamente
ineficientes.
Maxwell apud Wilkes (2001) afirma como algumas características das equipes as
seguintes:
•As equipes envolvem mais pessoas, reunindo, assim, mais recursos, ideias e energia
do que uma única pessoa.
•As equipes maximizam o potencial de um líder e minimizam suas deficiências. Os
pontos fortes e as deficiências ficam mais expostos em indivíduos sozinhos.
•As equipes apresentam múltiplas perspectivas sobre como atender a uma necessidade
ou alcançar um objetivo, divisando várias alternativas para cada situação. Raramente o
discernimento de um indivíduo é tão amplo e profundo quanto o de um grupo quando este
assume um problema.
•As equipes cobram do líder a responsabilidade pelo objetivo. Indivíduos que não
mantém relações com ninguém podem mudar seus objetivos sem responsabilidade final.
•As equipes simplesmente podem fazer mais do que um único indivíduo.
Segundo depreende-se do livro “Handbook de estudos organizacionais” em seu
segundo volume, a diversidade é um misto de pessoas com identidades grupais diferentes
dentro do mesmo sistema social. É na diversidade que reside uma das virtudes da equipe. A

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diversidade deve ainda se basear em relações interpessoais bem construídas, com alto grau de
maturidade, em que a mesma possa ser utilizada para potencialização da equipe e dos
indivíduos que a compõem, proporcionando resultados maiores.
Enfim, a partir dos conceitos expostos, pode-se afirmar que a equipe é a evolução do
grupo. Seu aprimoramento em nível mais focado nas pessoas e em suas características, onde
suas competências técnicas e principalmente emocionais são potencializadas em nível mais
intenso, gerando com isso resultados mais significativos do que na mera formação de grupos.

II. 2 – Chefes e Líderes

O conceito de chefe foi convencionado por muitos autores em um termo para retratar
uma figura nas organizações ligada ainda à administração vinculada a escola de administração
científica, na qual pessoas são meros recursos das organizações, decisões são tomadas de
forma autoritária e sem o cuidado com o alcance sistêmico das decisões.
Já conceituar liderança é algo que todos os estudiosos do tema igualmente se dedicam,
cada qual com seu ponto de vista, o que causa certa dificuldade em estabelecer um conceito
único. Pessoalmente me identifiquei com um estabelecido por Chiavenato, em seu livro
“Gestão de Pessoas” (Chiavenato, 1994).

“Liderança é a influência interpessoal exercida numa dada


situação e dirigida através do processo de comunicação humana
para a consecução de um ou mais objetivos específicos”.

A liderança, segundo Chiavenato, envolve dois aspectos: a capacidade de motivar as


pessoas a fazer o que precisa ser feito e a tendência dos seguidores de acompanharem o líder
apenas se entenderem que estes podem ser instrumentos para a satisfação de seus próprios
objetivos.
Também de acordo com Chiavenato, a liderança constitui uma necessidade típica do
trabalho em equipe. Nesse contexto, se torna uma das principais responsabilidades do
gerente, pois é através dela que se pode atingir o principal ativo da organização: as pessoas.
No entanto, para Chiavenato a liderança não é exercida de uma única forma. Várias
formas e estilos são passíveis de adoção e nenhum deles pode ser desprezado ou idolatrado:

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todos devem ser considerados em conjunto ou separadamente, a depender do contexto vivido.
Assim, a eficácia da liderança não está em uma única forma ou estilo, mas sim na reunião de
um conjunto de características.

As principais responsabilidades do gerente

Escolha a
equipe

Desenho Liderança Motivação Avaliação


dos cargos da equipe da equipe de
desempenho

Treinamento Remuneração
em equipe da equipe

Fonte: Livro gestão de pessoas, Chiavenato.

Para Knickerbocker (1948, pág. 148, traduzido), em artigo publicado no Journal of


Social Issues, o líder surge como uma consequência das necessidades de um grupo de
pessoas e da natureza da situação dentro da qual este grupo está tentando operar. O autor
descreve o papel do líder da seguinte forma:

“A função do líder é organizar as atividades dos membros do


grupo em direção à realização de alguma finalidade, através do
controle de meios para a satisfação de importantes
necessidades dos membros do grupo.”

Os tipos de liderança descritos por Knickerbocker podem ser resumidos no quadro a


seguir.

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Métodos de Liderança

Tipo de liderança Característica


Força Controle dos meios de satisfação
Paternalismo Ligado à satisfação e gratidão
Barganha Relação de troca de meios
Meios Recíprocos Realização conduz a satisfação
Fonte: Adaptado de Knickerbocker, artigo no Journal of Social Issues, 1948.

Para James Hunter, autor do livro “O Monge e o Executivo” (2004, pág. 25) a
liderança é uma exercício da servidão ao semelhante, como podemos ver em um trecho de sua
obra:

“Liderança é a capacidade de influenciar pessoas para


trabalharem entusiasticamente na busca dos objetivos
identificados como sendo para o bem comum”

Enfim, a partir dos conceitos expostos, pode-se afirmar que, a exemplo dos conceitos
de grupo e equipe, o líder é a evolução do chefe. Seu aprimoramento está mais direcionado a
abordagem comportamental e sistêmica, com alto de grau de envolvimento com as pessoas e
em suas características, onde suas competências residem não somente na parte técnica, mas
igualmente também na formação e condução de equipes.

CAPÍTULO III – EQUIPE E LIDERANÇA

Já nos idos do século XVI, havia a preocupação em se valorizar as características


individuais das pessoas, e utilizá-las para complementar suas próprias. Machiavel em seu
livro “O Príncipe” dizia que “A primeira conjectura que se faz da inteligência de um Senhor,
resulta da observação dos homens que o cercam”.
Segundo Vitor Morgensztern, em seu capítulo do livro Manual de Gestão de Pessoas e
Equipes, o desenvolvimento de uma equipe se dará em função do estilo do líder, dos liderados
e da situação da organização, esta última se materializa através dos modelos mentais, crenças,
valores e a cultura da organização.
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Partindo deste pressuposto, podemos citar quanto ao papel do líder, também segundo
Vitor Morgensztern, que o mesmo deve ter como características a capacidade de inspirar as
pessoas do grupo, ser sábio e compreensivo, ser estimulador de potenciais adormecidos e ser
profundamente inspirado.
Para Antônio Celso Mendes Webber, em seu livro “Afinal, onde estão os líderes”, foi
muito feliz ao afirmar que “O líder é escolhido pela sua competência, capacidade de
relacionamento, motivação e ética.”.
As dez habilidades mais importantes para o líder, também na visão de Antônio Celso,
são a comunicação, a motivação, os objetivos comuns, formador de novas lideranças,
conhecimento técnico, bom negociador, ser paciente, ter comprometimento, empatia e
segurança.
Para o objetivo a que se propõe este artigo, pessoalmente considerei adequadas as
considerações a respeito das características necessárias às equipes propostas por Paulo
Gaudêncio em seu Manual de bolso “Super dicas para se tornar um verdadeiro líder”, a saber:
- Tenha uma equipe com estilos complementares – tenha na equipe membros que possuam
competências complementares às suas, e caso isso não seja possível, procure incentivar o
desenvolvimento destas competências nos membros da equipe.
- A equipe deve ser criativa – é necessária a busca incessante do equilíbrio entre o medo e a
agressividade nos membros da equipe no que tange a novos projetos e alternativas aos
processos de trabalho.
Para Sun Tzu, ainda nos remotos 500 AC, em seu famoso tratado militar “A arte da
Guerra” (Bushidô, 2007, pág. 61), já se tinha um conceito da equipe de sucesso:

“O sábio comandante possui verdadeiramente a arte de liderar


aqueles que souberam e sabem potencializar sua força, que
adquiriram uma autoridade ilimitada, que não se deixam abater
por nenhum acontecimento, por mais desagradável que seja”.

Mais uma vez, a partir dos conceitos expostos, pode-se afirmar que, um paradigma
organizacional vem sendo alterado atualmente, passando das crenças envoltas nas figuras de
grupos e chefes, para a implantação galopante das concepções de equipes e líderes.

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CAPÍTULO IV – PERFIL NECESSÀRIO AO LÌDER DE EQUIPES DE SUCESSO

John Maxwell (2001) conseguiu sintetizar muito bem as principais características que
uma equipe de trabalho deve almejar sempre para a busca do sucesso:
1. “Um” é um número muito pequeno para se alcançar a grandeza
2. O objetivo é mais importante que a função
3. Todos os participantes têm um lugar em que contribuem mais
4. Quanto maior o desafio, maior é a necessidade de se trabalhar em equipe.
5. A força de uma equipe é determinada por seu elo mais fraco
6. Equipes vencedoras possuem membros que fazem as coisas acontecerem
7. A previsão orienta e dá confiança aos membros da equipe
8. Atitudes ruins estragam a equipe
9. Os membros da equipe devem ser capazes de contar uns com os outros quando
necessário
10. A equipe deixa de alcançar seu potencial quando não paga o preço
11. A equipe pode fazer ajustes quando sabe onde está
12. As grandes equipes têm grande amplitude
13. Valores em comum definem a equipe
14. A interação leva a ação
15. A diferença entre duas equipes igualmente talentosas é a liderança
16. Quando estamos vencendo, nada nos perturba.
17. Investir na equipe produz dividendos em longo prazo.

Segundo Antônio Webber conceitua em seu livro “Líderes, onde estão eles?”, o perfil
necessário ao líder pode ser equiparado a um moderno radar. O líder deve ser capaz de
mapear condições do ambiente, do objeto observado, e ainda poder localizá-lo no espaço,
podendo assim definir o melhor caminho a seguir. Através do correto diagnóstico da soma de
todos estes fatores, o líder poderá reunir condições de promover um estilo adequado a cada
situação que lhe é proposta.
Em outras palavras, o estilo de liderança é ditado pelos fatores externos ao líder.
Dentre estes, sem dúvida, o que mais influencia e dita o comportamento do líder são os
liderados, onde o nível de maturidade dos liderados dita a forma de atuação do líder.
Ainda segundo Antônio Webber, o líder pode desenvolver comportamentos que
ajudam a equipe, quando realiza com exatidão o diagnóstico da maturidade dos liderados. Em
contrapartida, se o líder equivocar-se neste diagnóstico, pode vir a implantar comportamentos
que podem prejudicar a equipe. Trata-se, portanto, da chamada teoria da liderança situacional,
desenvolvida por Paul Hersey e Kenneth Blanchard, na qual cada comportamento do líder é
ditado, em suma, pela situação vivenciada.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente o desempenho no mundo organizacional está cada vez mais calcado no


desempenho das equipes. Grande parte das atividades desenvolvidas nas empresas, órgãos
públicos, cooperativas, ONG e outras, tem no trabalho em equipe sua grande base. Cada vez
mais as organizações deixam velhos paradigmas, como por exemplo, o trabalho baseado na
definição e controle dos processos, da hierarquização vertical das chefias com base em poder
formal, e ainda a consideração dos trabalhadores apenas como mais um recurso necessário à
produção.
Os novos conceitos em vigor estão ligados ao trabalho em equipe, na qual recebe novo
foco e novo papel nas organizações. As equipes são a célula inicial dos projetos, dos
objetivos, da cultura organizacional e principalmente são as responsáveis pelo
desenvolvimento dos objetivos organizacionais.
Neste novo cenário, o antigo paradigma do chefe enquanto ser dissociado dos demais
trabalhadores, proprietário dos meios e informações necessárias ao desenvolvimento do
trabalho, fica totalmente ultrapassada. Esta figura é substituída pelo conceito de líder, este
ocupando um novo papel dentro das organizações e principalmente das equipes. Este novo
papel envolve ainda proximidade, conhecimento dos processos, das rotinas e atividades da
empresa; no entanto fica enriquecido com novas responsabilidades para com as equipes, tendo
papel contemporâneo de ser facilitador do crescimento da equipe, se portar com um
comportamento de colaboração, facilitação e crescimento da organização e das pessoas que a
compõem.
O líder deve mostrar caminhos, alocar competências ou buscar desenvolvê-las, ter
visão de futuro e sistêmica, construir relações profissionais harmoniosas e tudo isso sem
perder o foco nos objetivos da organização. Enfim, o líder deve ter grande sagacidade na
condução de equipes competentes e interdisciplinares, tendo como grande virtude a
capacidade de diagnóstico de maturidade de sua equipe.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Chiavenato, Idalberto; GERENCIANDO PESSOAS: O PASSO DECISIVO PARA A


ADMINISTRAÇÃO PARTICIPATIVA; 3º edição; São Paulo; Editora Makron Books; 1994.

Boog, Gustavo e Magdalena (coordenação); MANUAL DE GESTÃO DE PESSOAS E


EQUIPES Vol. 1; São Paulo; Editora Gente; 2002.

Boog, Gustavo e Magdalena (coordenação); MANUAL DE GESTÃO DE PESSOAS E


EQUIPES Vol. 2; São Paulo; Editora Gente; 2002.

Maxwell, John C., tradução de Emirson Justino; AS 17 INCONTESTÁVEIS LEIS DO


TRABALHO EM EQUIPE; Rio de Janeiro; Editora PocketOuro; 2010.

Webber, Antônio Celso Mendes; AFINAL, ONDE ESTÃO OS LÍDERES? ; Porto Alegre;
Editora Bookman; 2010.

Stewart R. Clegg, Cynthia Hardy, Walter R. Nord (organização da edição Americana),


Miguel Caldas, Roberto Fachin, Tania Fischer (organização da edição brasileira);
HANDBOOK DE ESTUDOS ORGANIZACIONAIS vol. 2; São Paulo; Editora Atlas; 1998.

Machiavelli, Niccoló, tradução de Ciro Mioranza; O PRÍNCIPE; 3º edição; São Paulo;


Editora Escala; 2008.

Bushidô, Nikko; A ARTE DA GUERRA, OS 13 CAPÍTULOS ORIGINAIS/SUN TZU; São


Paulo; Editora Jardim dos Livros, 2007.

Hunter, James C.; O MONGE E O EXECUTIVO; Rio de Janeiro; Editora Sextante; 2004.

Gaudencio, Paulo; SUPER DICAS PARA SE TORNAR UM VERDADEIRO LIDER; 2


edição; São Paulo; Editora Saraiva; 2009.

Barros, Débora Maria Victória de; DINÂMICA DOS GRUPOS COMO PEDAGOGIAS
CULTURAIS : UMA ANÁLISE DAS RELAÇÕES DE PODER E PRODUÇÃO DE
SUBJETIVIDADES/Débora Maria Victória de Barros. – Canoas, 2006.157 dissertação de
Mestrado.

Knickerbocker, Irving; LIDERANÇA, UMA CONCEITUAÇÃO E ALGUMAS


IMPLICAÇÕES; Journal of Social Issues; vol. 4; n 3; 1948; pág. 23-40.

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Motta, Paulo Roberto; DESEMPENHO EM EQUIPES DE SAÚDE: MANUAL / PAULO
ROBERTO MOTTA. — Rio de Janeiro: Editora FGV, 2001.144p

Piancastelli, Carlos Haroldo e outros. TRABALHO EM EQUIPE. Acessado em 10/08/2010;


http://www.opas.org.br/rh/

Benedetti, Marcello; PROPOSTA DE ESTRUTURA PARA IMPLMENTAÇÃO DE


EQUIPES DE TRABALHO EM ORGANIZAÇÕES; dissertação de mestrado; Curitiba;
2007. Pág. 54 e 55.

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