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São sete horas: acordo. Hoje será um ótimo dia.

Finalmente ganharei
aquela promoção que tanto mereci.

Levanto, lavo o rosto. Não consigo esconder minha felicidade. Encaro o


espelho por alguns segundos para ter certeza de que está tudo em ordem. Tomo
meu café, coloco meu melhor terno. Tudo está perfeito.

O ônibus lotado e o trânsito normalmente me irritariam, mas hoje, não.

Chego ao trabalho, espero o elevador. Ele chega lotado, mas não me


incomodo.

Dirijo-me à sala de reuniões, sento em minha cadeira e escuto os elogios.

Recebi a minha tão esperada promoção, serei o novo gerente.

São oito horas da noite, vou para casa.

Estou caminhando, escuto passos. Olho para trás. Não vejo nada, nem
ninguém. Ando mais rápido. Os passos cada vez mais próximos e intensos. Olho
novamente. Nada. Chego perto do ponto de ônibus. Estou sozinho, mas alguém
se aproxima e senta ao meu lado: um adolescente, alto, usava um casaco
escuro, com capuz. Não pude ver seu rosto. Suas roupas estavam sujas. Isso me
incomodou. Afastei-me um pouco, seu cheiro não me agradava.

Passa das nove, o ônibus ainda não chegou. Acho melhor ir andando.
Levanto, continuo andando, e novamente escuto os passos.

- Ei, senhor.

- Sim?! –viro-me rapidamente

(Disparos)

Nem consegui aproveitar a promoção...

Giulia e Lianna 2,0


Foi aquele tiroteio que o acordou. Levantou-se da cama com o pé direito e,
como de costume, fez o sinal da cruz. Vestiu sua cueca laranja da sorte e seu
terno. Colocou seu amuleto, um colar de ouro com um pé de coelho. Começou a
caminhar até seu escritório, que ficava a duas quadras de sua casa.
Inesperadamente, cruzou com um homem mascarado, que retirou uma faca de
seu bolso e roubou o seu amuleto.

Ele passou o resto do seu dia trabalhando e pensando como ele estaria em
apuros sem o objeto da sorte.

No dia seguinte, fez todos os seus costumes supersticiosos e, com medo de


ser novamente assaltado, levou seu revólver.

Ao sair de casa, viu de costas um homem bem vestido com o seu colar da
sorte. Não pensou duas vezes, sacou o revólver e deu dois tiros nas costas do
homem, o que foi suficiente para ele morrer. Quando foi pegar seu amuleto de
volta, percebeu que havia acabado de matar seu próprio filho, que tinha um colar
igual ao dele.

Recarregou seu revólver e deu apenas um tiro em sua própria cabeça.

Alexandre Bevilacqua

Giovana Tak 1,8


Acordei em uma linda manhã de outono, com o sentimento de que naquele
dia minha vida iria mudar. Coloquei minha melhor roupa e saí da simplicidade do
meu apartamento rumo à joalheria mais cara da cidade.
Entrei na loja com todas as minhas economias no bolso e minha
consciência pesada dizendo que não podia comprar aquele anel, mas meu
coração falou mais alto, a mulher que eu amava merecia o melhor.
Ao caminhar em direção ao parque, sentia a caixa do anel pesando em meu
bolso, mas ao avistá-la caminhando em minha direção, com as folhas ressecadas
voando em sua volta e com aquele sorriso que iluminava todo o meu mundo,
soube que valera a pena.
Aproximei-me e ajoelhei aos seus pés, abrindo a caixinha onde gastara tudo
o que tinha, mas ao olhar em seus olhos, soube que, naquele momento, ela era
tudo o que tinha. Antes das palavras saírem da minha boca, senti o suor
escorrendo pela minha testa e meu coração batendo cada vez mais rápido. Era o
momento. Quando finalmente tomei coragem, ouvi um disparo.
Fiquei desorientado, só percebi o que havia acontecido quando senti meu
sangue escorrendo do buraco que havia agora em meu coração. A seguir, veio a
dor, e não consegui evitar que uma lágrima escorresse pelo meu rosto. Caí no
chão deixando a caixinha com o anel rolar até seus pés. Ela se abaixou com toda
a sua graça e, após me olhar com olhos vazios, pegou o anel e se levantou.
A última coisa que vi foi a mulher que eu amava caminhando para longe, de
mãos dadas com o homem que tirara a minha vida.

Ana Luiza Greco

Maria Eugênia Patara 2,0


Feixes de luz entravam pelas cortinas floridas, anunciando a manhã e me
acordando para um novo dia. Soltei um longo suspiro, já pensando em minha boa
e velha rotina: levantar, comprar flores, ir à padaria, pegar o ônibus do Zé. Dar as
flores para Dona Eliana, ir ao mercado, comer no parque, ir ao psiquiatra, voltar
para casa antes da novela das seis e dormir às 09h30min para, no dia seguinte,
fazer tudo de novo. Levantei-me da cama com dificuldade, minhas velhas costas
já não colaboram muito, e fui ao banheiro. Lavei minhas mãos cinco vezes, como
toda manhã, e fiquei feliz ao constatar que tudo estava em seu devido lugar.
Dentadura alinhada ao lado direito e pasta de dentes, perfumes, e sabonetes na
esquerda. Vesti meu vestido favorito e penteei os cabelos para a esquerda, pois
aquele dia era um sábado. Certificando-me duas vezes de que as luzes estavam
apagadas, as portas e janelas fechadas e trancadas, saí para o agradável dia.
Passei na padaria, comprei cinco pães e uma orquídea amarela, rapidamente
para não perder o ônibus. Esperei dez minutos contatos, e lá estava o ônibus de
Seu Zé. A porta do ônibus se abriu e me deparei com Zézim, que me deu o
tradicional “Bom dia, Dona Margarida”, e eu retribuí com o meu sorriso mais
meigo. Dirigi-me à minha poltrona de idoso de sempre, na qual sento há pelo
menos vinte longos anos.

Mas havia algo errado. Uma avassaladora e repentina onda circulava pelo
meu sangue, tomando conta de mim. Um homem displicente se encontrava em
minha poltrona. Seu uniforme de trabalho estava amassado e puído. Minha visão
ficou vermelha, e gritei “Meu lugar!”. O homem não me deu ouvidos e minha mão
correu à bolsa, involuntariamente, e o último som que ele ouviu foi o disparo de
meu revólver. Empurrei o corpo inerte ao chão, antes que o sangue sujasse a
poltrona. Peguei um dos meus lenços umedecidos e limpei o suor do assento,
ignorando a parada do ônibus e os gritos desesperados dos passageiros. Sentei
em minha poltrona, guardei meu revólver e a paz voltou a mim.

Luiza C. e Thaís

2,0
Às 8:00 horas da manhã toca o despertador. Ele não acorda. Depois de
uma hora a sua mulher o chama, dizendo que está muito atrasado para o
trabalho

Rapidamente, ele se levanta e, irritado, se arrasta para o banheiro, troca de


roupa e vai tomar café. Afobado, derruba leite em sua camisa e se queima.

Indo para o carro, percebe que deixou sua lanterna acesa e que a bateria
acabou. Furioso, chuta tudo o que vê pela frente e a sua mulher, vendo o que lhe
ocorreu, sugere que não vá ao trabalho naquele dia, mas ele não concorda com a
sugestão e diz que dinheiro não cai do céu. Ela, ainda preocupada com a
alteração do marido, implora a ele que não vá e começa a chorar, pois está com
um mau pressentimento.

Chateado com o tudo o que lhe aconteceu, vai ao trabalho a pé. No fim do
dia, voltando para casa, ele pensa em tudo o que sua mulher lhe disse e acha
tudo uma bobeira, pois nada vai lhe acontecer. Já na rua de sua casa, um
homem o aborda por trás e pede a sua carteira, mas ele não dá, pois tinha
acabado de receber seu salário. O ladrão o mata com um simples tiro.

Bianca Miranda

Larissa Valente

1,4
Maria acorda às 5 da manhã, e toma seu café junto com o seu filho e
marido que havia deslocado os ossos da perna e, por isso, não podia trabalhar
por um bom tempo. Depois do café, se apronta para o trabalho, e se despede do
seu filho e seu marido dando-lhes um beijo no rosto.

Maria chega ao ponto. Vendo que o ônibus com o seu destino estava para
chegar, separa o dinheiro da passagem. Dentro do ônibus, estava muito
aglomerado. Maria paga sua passagem, e tendo acontecido isso, começa um
tiroteio violento perto de uma comunidade perigosa, e o pneu do ônibus acaba
sendo atingido. Muito assustada, começa a entrar em desespero e reza para
Deus que não a leve, pois, ela tinha que cuidar do seu filho e do seu marido. Com
o ônibus parado e as pessoas deitadas no chão, Maria reconhece uma vizinha
que era uma grande amiga e elas se abraçam e ficam deitadas juntas.

A polícia chega junto com os paramédicos, e pede para descer um de cada


vez para não haver confusão. Os passageiros vão descendo, e Maria acaba
sendo a última. Quando parecia que estava tudo tranquilo, um tiro sem destino,
acaba acertando o peito de Maria. Paramédicos socorrem rapidamente a atingida
e veem que não tinha salvação. Sua amiga vai até Maria e começa a chorar.
Maria pede com muito carinho a sua amiga que ela cuide de sua família.

Maria fecha os olhos vagarosamente e falece nos braços de sua amiga.

Daniel e Samuel 1,2


Aquela sirene o acordou. Estava sozinho em casa, as roupas sujas e
rasgadas que mal o aqueciam. Foi fechar a janela, mas quando olhou por ela, viu
uma multidão confusa e desorientada.
Desceu rapidamente as escadas e empurrou o portão enferrujado.
Viu-se surpreso com a multidão que se aglomerava em volta do velho
restaurante.
Pensando em seus pais, tirou o celular do bolso e discou o número. A
algazarra era tamanha que o menino teve de afastar-se para ouvir a voz da mãe.
Antes que pudesse lhe perguntar onde estavam, recebeu a notícia de que
seu pai havia sido assassinado. O menino estava em choque.
Perguntou onde e como, e a mãe respondeu que ele havia sido vítima de
um assalto enquanto almoçava.
A essa altura, o menino estava muito aturdido para entender as palavras de
sua mãe, abatida, mas conseguiu ouvir que a polícia estava à procura do
assaltante.
– Entre em casa, filho, pois o assaltante ainda está nas redondezas.
O menino, apressado, guardou o celular no bolso e foi, correndo, para o
velho portão.
Não teve tempo suficiente para abri-lo pois, antes que o fizesse, o tiro o
acertou.
A polícia estava certa de que era ele o assaltante.
– Desculpe, pai. – Foram as últimas palavras do garoto.

Ana Olívia, nº 3
Gabriela Gérios, nº 12 1,8
Eram 7 da noite, quando os irmãos João e Gabriel foram acordados com
pressa por seus pais que estavam atrasados para o casamento de sua amiga.
Eles lhe disseram:

- Queridos, vocês terão de ficar sozinhos em casa por algumas horas, tudo
bem?

- Está tudo bem, mamãe.

Então eles apenas esperaram seus pais saírem e começaram a brincar.


Durante suas brincadeiras eles quebraram vasos, copos, pratos e tudo o que
viam pela frente, desarrumaram suas gavetas e suas camas. Aquela noite
parecia tranquila, como todas as outras da vida desses pequenos irmãos. Depois
de bagunçar tudo, chegaram ao quarto de seus pais. Discretamente remexeram
as gavetas de seu pai, e encontraram um estranho objeto parecido com uma
arma.

Contentes com o novo brinquedo, os irmãozinhos foram até a sala para


brincar. Gabriel pegou a arma, colocou na cabeça de João, e apertou o gatilho,
porém a arma não disparou. Quando Gabriel atirou novamente, a arma acertou
em cheio o peito de sua mãe que acabara de abrir a porta.

Já fraca e com voz baixa, ela sussurrou para eles:

- Já falei para não brincarem com fogo...

Gustavo Milano

Lucas Novaes

1,7
Acordei em minha barraca, sozinho, não há ninguém em volta. Ainda é de
manhã, estou saindo para trabalhar.
Pego minha maleta e minha melhor amiga. Saio, o campo está sem
ninguém, mas entre as árvores vejo um homem, como eu, carregando sua melhor
amiga. É Ghost, meu colega de trabalho.
Estamos andando até o ponto de encontro onde iremos para casa,
enquanto conversamos sobre família e amigos que perdemos. De repente, ele
exclama:
- Olhe! É o Shepherd!
Ele está se aproximando, devagar, andando como se estivesse em um
parque. Quando chega, ele encosta em meu ombro e diz:
- Vocês têm a maleta?
Com orgulho, respondo
- Sim!
Ele me olha com uma cara fria e diz:
- Ótimo, isso acaba aqui.
Quando eu relaxo meus músculos, Shepherd puxa um revólver e dá um tiro
no peito, e outro no ombro de Ghost. Depois que já estamos no chão, quase
mortos, ele fala:
-Essa guerra não acaba aqui...

João e Gabriel 1,3


Seis horas da manhã, acordei e fui tomar o meu café, quando o meu celular
tocou. Ao atendê-lo, uma voz estranha me mandou imediatamente ao meu
trabalho, onde algo errado havia ocorrido. Sem falar mais nada, desliguei o meu
celular e peguei o carro. No trajeto, havia uma barreira policial e viaturas aéreas.
Fiquei intrigado, e sem poder ultrapassar, desci do meu carro em direção a uma
viatura. Alguns policiais me cercaram, avisando-me:

- Vá embora agora!

- Mas o que aconteceu? – Perguntei, intrigado.

- Não é do seu interesse!

E no mesmo instante, um dos policiais caiu ao chão, jorrando sangue em


toda a minha roupa. Chegaram ambulâncias, e um médico rapidamente mediu a
frequência cardíaca do policial, e avisou sua morte.

Quando me toquei, estava sendo levado por policiais até uma das viaturas.

Injetaram “drogas” em mim.

Acordei, estava dentro de uma cela com algemas em meus pulsos.

Leonardo e Luiza Falcade

1,2
Um executivo chamado Valter Debei acorda e toma o seu café da manhã
em uma padaria que frequenta. Ele mora em um apartamento alugado, na zona
leste, perto de seu trabalho. Ele terminou o café e partiu ao seu trabalho,
passando na banca para comprar um jornal que, em destaque, alertava o
aumento de violência na cidade.

O chefe dele manda-o ir para a sede da empresa, para uma reunião. Então
ele sai do prédio, muito irritado com seu chefe, e pega um trem a caminho da
sede, que fica no outro lado da cidade. Na troca de linhas, ele percebe que está
atrasado, quando recebe uma ligação de seu chefe, falando que vai deixar mais
serviço para ele, pois os outros funcionários haviam tirado férias. Ele diz que está
bem, desliga, apertando o botão com muita força, e pega o trem.

Ao chegar à sede, Valter tem dificuldade para entrar, pois não tinha o cartão
daquele prédio, só podendo entrar quando chega um segurança, que estava
almoçando. Quando ele chega, já está 15 minutos atrasado. Na reunião, ele não
consegue se concentrar, pois estava cansado e irritado com seu dia.

Já terminada a reunião, ele sai do prédio para o apartamento, e no caminho


do trem, passando por uma rua pouco movimentada e sem iluminação, ele é
surpreendido por um assaltante armado, Valter então, muito irritado, reage e
tenta chutar a arma do assaltante, que vacila rapidamente. Uma bala dispara
contra o criminoso, que havia acordado naquela manhã e levantado para ir
ganhar a vida.

Bruno César Apostolo e Luca M.C.

1,5
- Meu marido, meu querido marido... Tão carinhoso comigo. Todos os dias
acordo com tulipas amarelas em minha cabeceira, as toalhas do banheiro,
cuidadosamente alinhadas e meu copo de água, cheio ao lado da pia. A louça do
jantar anterior, limpa e guardada, perfeitamente organizada na cristaleira por ele.
Como todas as manhãs, ele estava sentado em sua poltrona, ouvindo seu rádio a
pilha, lendo o caderno de economia do jornal, com as pernas repousando acima
do banquinho velho e desgastado. Como sempre, dei-lhe um beijo apaixonado e
pedi que fosse à padaria comprar croissants e leite...

Enquanto arrumava os croissants em uma cestinha, forrada com


guardanapos floridos, fui até o quarto pegar um presente para recompensá-lo por
todos os maravilhosos anos que passamos juntos. Voltei à cozinha, onde ele
estava em pé, de costas para mim, acabando de ajeitar a mesa do café da
manhã.

(Disparos).

Seu corpo estava frio e duro, assim como o chão que o sustentava. Seus
cabelos grisalhos, manchados com o sangue que de suas costas escorria.

-Foi a melhor recompensa por aturar aquele velho desgraçado por tantos
anos.

Maïtê Guillard, nº 24

Victoria S. P. Godoy Perpetuo, nº 31

2,0
São 05h30min da manhã, ainda é escuro em São Paulo, hoje será o meu
primeiro dia de aula no novo colégio. Acordei entusiasmado, tomei o café da
manhã e fui pro meu quarto, me arrumar para o meu grande dia. Eu chamo meu
pai, o apresso, não quero me atrasar já no primeiro dia.

Entro no carro, ponho o cinto de segurança, escolho minha música favorita


e me dirijo ao colégio, roendo a unha de nervoso.

Chegando lá, amarro o meu tênis, arrumo o meu cabelo, respiro fundo e
entro na classe. Quando entrei, fiquei muito sem graça, sem saber o que fazer.
Todos me olharam de modo diferente, e logo sentei no fundo. Estava tão nervoso
que não sabia nem onde colocar as mãos. Então, para me enturmar, lembrei que
havia na minha mala um saco de balas, e resolvi distribuir. Comecei pelas
meninas, e com isso fiquei sabendo que havia um tal de Juninho que era
diabético. Resolvi não distribuir para os meninos, para o Juninho não ficar
constrangido. Porém, no recreio, Juninho voltou para a classe para pegar seu
lanche, quando viu embaixo da minha carteira o pacote de balas que eu havia
perdido. Ele olhou bem e resolver comer, achando que não lhe faria mal.

O recreio acabou e, com isso, percebi que Juninho não estava na classe.
Perguntei a um amigo. Foi aí que fiquei sabendo que Juninho estava passando
mal, na enfermaria .

No dia seguinte, a diretora entrou na classe e nos informou que Juninho


havia falecido.

1,3 Pedro, Rafael e Cadu


Às 10:30 da manhã, no edifício n°235 na rua Presidente Washington, ouvia-se de
longe uma discussão turbulenta do casal Jane e Peter.
-Peter, por que você não confia em mim? - Jane fala, com ar decepcionado.
-Jane, você que me deixa desconfiado, não tenho culpa de nada... Quer
saber? Eu tenho mais o que fazer, a gente resolve isso mais tarde. - Peter fala
com pressa de querer sair da casa de Jane, e sai batendo a porta, que fechou
lentamente.
Jane, depois de sentir o vento frio da porta que fechava, mexendo as
pontas de seus cabelos ainda molhados com suas lágrimas, senta-se em sua
cama, ainda não conformada com a cena.
No final da tarde, quando o sol estava se pondo, via-se a sombra de Peter,
com a cabeça inclinada para baixo, com a mão no bolso, chutando as pedras
pelo caminho e se sentindo culpado pela acusação feita por ele a Jane. Decide
se desculpar e muda de rumo, aumentando cada vez mais seus passos.
Quando chega, levanta a mão para a maçaneta da porta de Jane e escuta a
voz dela falando:
-Mas é claro, Robert, que eu vou estar aí, não perderia esse encontro por
nada, faz tanto tempo que não nos vemos, mal posso esperar! – Jane fala, com a
voz animada.
Peter tira a mão que estava prestes a abrir a porta da casa de Jane, faz um
gesto de raiva e vira as costas andando pelo corredor e se afastando cada vez
mais da porta. Mas não consegue escutar o final da ligação de Jane:
-Até, Robert, e manda um beijo para a mamãe.
Depois de algumas horas, Peter volta à casa de Jane para se desculpar.
-Jane, me desculpe, eu fui um tolo em desconfiar de você, vamos prometer
que nunca mais brigaremos!
-Mas é claro, Peter, fui uma tola também, prometerei que nunca mais
brigaremos! - Jane fala com um sorriso mostrando seus dentes.
-Eu sei, porque não vai ser mais possível nós brigarmos. -Peter tira uma
arma do bolso e dá um tiro no peito de Jane. Ouviu-se o eco do disparo de longe.
No dia seguinte, Peter acorda com o alarme de seu celular em que estava
escrita a seguinte mensagem: ”Tomar remédio para a psicose” e, ao ler, exclama:
-Será que aconteceu alguma coisa com Jane? Ou foi apenas uma ilusão
minha?

Daiana Ji Ae Kim n°8 / Maria Clara F. Q. n°25 1,6

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