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TERMO DE REFERÊNCIA

SUMARIO

1. APRESENTAÇÃO

2. POLÍTICA CULTURAL PARA O CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR

3. CONTEXTUALIZAÇÂO DO PROJETO DE REQUALIFICAÇÂO NO CENTRO


HISTÓRICO

4. ESPAÇOS LIVRES: LARGOS E PRAÇAS SITUADAS NO CENTRO HISTÓRICO

5. ÁREA DE ABRANGENCIA E LOCALIZAÇÃO

6. DIRETRIZES GERAIS PARA ELABORAÇÂO DAS PROPOSTAS

7. QUADRO DAS DEMANDAS DAS ATIVIDADES NOS LARGOS

8. RECOMENDAÇÕES A SEREM CONSIDERADAS PARA MELHOR


ESTRUTURAÇÃO DO ESPAÇO

9. DIAGNÒSTICO

10. ESTIMATIVA DE CUSTO DAS OBRAS DE REQUALIFICAÇÂO

11. ANEXOS
Planta geral de localização
Levantamento cadastral dos largos;
Perfis e seções dos largos;
DVD com o diagnóstico dos largos e Arquivo Fotográfico.

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Concurso Público nº xxxxxxx/2011
1. APRESENTAÇÃO

O presente Termo de Referência tem por objetivo orientar os candidatos no processo de


seleção por meio do Concurso Nacional de Idéias para elaboração dos Projetos de
Requalificação dos Largos: Pedro Arcanjo, Teresa Batista e Quincas Berro D’Água,
localizados no Centro Histórico de Salvador, formados nos miolos dos quarteirões 10M, 06M
e 02M, respectivamente.
A parceria entre o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural – IPAC e o Instituto dos
Arquitetos do Brasil Departamento da Bahia – IAB / BA para realização do referido concurso
vem coroar a decisão do Governo do Estado em intervir nessa área, por meio de um
processo de seleção mais participativo, com qualidade, criatividade e, principalmente,
envolva profissionais que expressem a relação simbólica e cultural que esse projeto deve ter
com o lugar, chancelado pela UNESCO como Patrimônio Mundial.
A proposta de Requalificação dos Largos em questão visa programar um conjunto de
operações destinadas a melhorias de qualidade dos espaços livres, de modo a atingir
exigências funcionais, estéticas, de uso e gestão. Será exigida uma proposta que seja
coerente com a situação e a demanda da população local e flutuante que utiliza os espaços.
A presente seleção seguirá os critérios definidos no Edital de Licitação na modalidade
Concurso em que o julgamento será feito por uma Comissão Julgadora formada
previamente por representantes de segmentos pertinentes, com reconhecido conhecimento
da matéria em exame e conforme descrito no corpo do Edital.
A proposta vencedora, após os trâmites legais, será contrata e receberá a Ordem de
Serviço para dar continuidade ao processo de desenvolvimento do Projeto Executivo onde
deverão constar todos os elementos necessários e suficientes para a perfeita compreensão
e execução da obra e serviços, de acordo com as Normas Técnicas Brasileiras, pertinentes.

Salvador 1 de novembro de 2011

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IPAC

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Concurso Público nº xxxxxxx/2011
2. A POLÌTICA CULTURAL PARA O CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR

O Centro Histórico de Salvador (CHS), coração da primeira capital do Brasil, ocupa


lugar vital na cultura brasileira além de ser um ícone da cultura afro-baiana. Durante longos
anos, sofreu um processo de degradação e abandono, fruto de intervenções que
desconheceram a relação desse lugar com seu entorno imediato, do seu patrimônio
construído e do seu potencial na cadeia produtiva da cultura.
A revitalização restrita ao Pelourinho, ocorrida na década de 1990, transformou a
região num dos maiores destinos turísticos do país, graças à riqueza do seu patrimônio
artístico e cultural. No entanto, ela minimizou o significado e o compromisso social de
proteção ao patrimônio ambiental urbano, promovendo uma ocupação induzida e fortemente
influenciada pela lógica de substituição de usos e moradores originais.
O modelo implementado se mostrou insustentável do ponto vista social e econômico,
sobrevivendo, apenas, devido aos massivos investimentos públicos realizados anualmente.
Na primeira gestão do Governador Jacques Wagner, foi firmado um Acordo de
Cooperação Técnica entre diversos ministérios do Governo Federal, o Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Governo do Estado da Bahia e a
Prefeitura Municipal de Salvador, com vistas à elaboração e implementação do Plano de
Reabilitação Integrado e Participativo do Centro Antigo de Salvador.
O referido Acordo de Cooperação teve como objetivo central a promoção de um
processo de planejamento participativo que apontasse os projetos prioritários para
responder às questões socioeconômicas, urbanas, ambientais e institucionais, com seus
respectivos rebatimentos na produção e infraestruturação do espaço edificado e,
principalmente, nas áreas de educação, saúde, segurança e serviços públicos. Conforme o
referido plano, o grande desafio que está colocado é reinserir aquele tecido urbano no
contexto geral da cidade através de uma nova dinâmica para o lugar.
Nessa perspectiva, a Secretaria de Cultura tem dado grande atenção ao Centro
Histórico, balizando sua atuação sob a ótica do fortalecimento e consolidação da área com
respeito às suas especificidades e ao seu potencial para o desenvolvimento de um ambiente
cultural.
Medidas efetivas demonstram a contribuição da SECULT para a reabilitação do
CHS, dentre as quais, sua atual instalação no Palácio Rio Branco e de suas instituições
vinculadas em imóveis de valor patrimonial na área, como o Instituto de Patrimônio Artístico
e Cultural da Bahia (IPAC), Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB) e o recém-

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Concurso Público nº xxxxxxx/2011
criado Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), responsável pelo projeto
Pelourinho Cultural.
A atração e instalação de novas instituições públicas, centros culturais, residências
artístico-culturais e a criação de uma instituição público-privada voltada para o carnaval
baiano, são medidas a serem implementadas para estimular e renovar, de modo contínuo, o
potencial criativo do Pelourinho, pois a movimentação permanente de pessoas, atrações e
recursos, propiciada por estas organizações, ampliará a dinâmica daquela região da cidade.
Por sua vez, o recurso previsto às tecnologias de informática, possibilitará garantir
uma zona livre para a utilização da internet, visando atrair usuários e permitir a instalação de
um pólo de empreendimentos de economia criativa sintonizado com as políticas mais
contemporâneas de dinamização cultural.
O projeto do Palco Articulado, em fase de construção, localizado no Largo do
Pelourinho - espaço presente em todas as imagens do mundo quando se fala da Cidade de
Salvador -, expressa a relação do espaço com as possibilidades das manifestações
culturais, sem que haja a interferência desse equipamento no dia a dia das pessoas que ali
vivem e circulam, além de não interferir na composição do cenário e volumetria do entorno
existente, marcado pelos elementos arquitetônicos que atestam a nossa história.
A realização do Concurso Nacional de Idéias para Elaboração do Projeto de Reabilitação
dos três Largos do Pelourinho, compõe mais uma ação que, em conjunto com outras
iniciativas de governo, deverá contribuir para que o CHS reforce sua condição de referência
cultural da memória social brasileira, baiana e soteropolitana.

3. CONTEXTUALIZAÇÂO DO PROJETO DE REQUALIFICAÇÂO NO CENTRO


HISTÓRICO

O Centro Histórico de Salvador, importante conjunto arquitetônico do país, constituído


por sobrados, igrejas e casas térreas, faz parte do núcleo primitivo da cidade, que foi
fundada em 1549, dando inicio efetivo à colonização portuguesa do Brasil. O Centro
Histórico representa o primeiro núcleo urbano da Cidade do Salvador, tendo sido edificado
na cumeada e a cavaleiro da Baia de Todos os Santos, entre muros, nos moldes das
cidades fortificadas portuguesas.
Durante os séculos seguintes, ocorreram transformações nas técnicas construtivas,
no uso dos materiais, no gosto e nos costumes nesse núcleo primordial da cidade. Uma
variedade de estilos foi anexada às edificações e à dinâmica urbana gerando uma paisagem
nova e característica que, dentro da diversidade e do uso, identifica o patrimônio cultural

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Concurso Público nº xxxxxxx/2011
baiano.
Como primeira capital da colônia portuguesa no novo mundo, a cidade permaneceu
por muito tempo como importante centro comercial e único entreposto de gêneros
alimentícios, principalmente, o açúcar e o fumo para a exportação e variados produtos
manufaturados trazidos da Europa, na importação. Além de ter sido, também, o maior
mercado de escravos do país.
O século XVI não apresentou grandes acontecimentos, entretanto, do século XVII ao
XX, ocorreram mudanças físicas, sociais e urbanas que impactaram no desenho da cidade:

Século XVII
Reconhecido como o período de reconstrução e ampliação das edificações antes
construídas de forma precária e, também, da construção de importantes edifícios públicos e
religiosos.

Século XVIII
A capital do país é transferida para o Rio de Janeiro, deslocando o poder para uma
região mais central do país. Até esse período, era no Centro Histórico que se concentravam
as atividades econômicas e culturais. Aí existiam as residências da aristocracia e
funcionários de alto escalão.

Final do Século XIX


Transformação da cidade de economia colonial e escravocrata em economia de
mercado, fato que irá influenciar toda a dinâmica urbana, onde se buscam novos gostos e
costumes nos modelos de cidades como Londres e Paris.
Intensifica-se o processo de transformação urbana com obras de ajardinamento e
embelezamento de vários largos e praças que, antes, se apresentavam como grandes
espaços abertos sem pavimentação. Desde então, esses espaços são cercados por grades
e portões, têm incorporados equipamentos como fontes, coretos e estatuetas, muitas vezes
trazidos da Europa, criando o que se pensava ser uma feição de modernidade e civilização.
O Século XIX foi o que trouxe mais avanços com a implantação da iluminação a gás, a
mudança no tipo de transporte, a abolição da escravatura e a proclamação da Republica,
entre outros. Também neste século, surgiram as doenças que eram facilmente
transmissíveis por conta das condições higiênicas determinadas pelo modo de morar da
época. Em busca de melhorias nas condições de moradia, as famílias mais abastadas
mudam-se para os novos bairros do Campo Grande, Vitória, Graça e Barra, iniciando-se o

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esvaziamento do centro e a ocupação gradativa dos sobrados e casas por pequenos
comerciantes, entre estes, muitos imigrantes.

Século XX
O Governo de J. J. Seabra implanta um novo modelo urbano nos molde do efetivado no
Rio de Janeiro. São executadas as obras de remodelagem do Bairro da Sé, a abertura da
Avenida Sete de Setembro, mudanças no bairro do Comércio, inclusive, com o grande
aterro que ampliou a área da Cidade Baixa e a demolição de importantes prédios históricos
para a passagem do novo sistema de transporte público.
O Século XX traz a criação da polícia de costumes e a retirada da prostituição de outras
zonas e a concentração dessa atividade na área do Maciel, miolo primitivo da cidade. As
edificações da área foram então ocupadas com atividades menos nobres, por profissionais
autônomos, artífices, biscateiros, desempregados, etc.
Esse modelo de ocupação, de caráter provisório, determinou a aceleração do processo
de degradação dos imóveis até que, em 1967, com a criação do IPAC, ações de reabilitação
urbana e a preocupação com a preservação da memória cultural, passaram a ser
incrementadas.
As primeiras atuações que visavam a recuperação do patrimônio foram executadas de
forma pontual, não conseguindo deter a deterioração do conjunto.
Em 1992, o Programa de Recuperação do Centro Histórico de Salvador apresentado
pelo Governo Estadual , utilizava os quarteirões como unidades de intervenção. Apesar de
ter contido, em parte, a degradação de vários imóveis, o Programa interferiu de forma
crítica no uso e ocupação dos mesmos, priorizando os serviços e atividades ligadas à
função turística do local.
A atual malha urbana do Centro Histórico é definida por quarteirões que apresentam, na
sua parte central, uma área livre descoberta, resultado da conjunção e desocupação dos
antigos quintais dos imóveis que os compunham e que foram desobstruídos com a
demolição dos anexos, das construções espúrias e da retirada do entulho existente.
Originalmente, o Programa de Recuperação do CHS objetivava criar espaços de
vizinhança nas áreas internas para atender aos ocupantes das casas que compunham o
quadrilátero formado pelas ruas de confluência. Esses “miolos” de quadras, criados após a
revitalização impulsionada pelo Governo do Estado, na década de 1990, transformaram-se
em largos, com nomes que reverenciam personagens do escritor Jorge Amado: Quincas
Berro D’Água, Teresa Batista, Pedro Arcanjo e Jubiabá. Eles são identificados através de
placas em azulejo produzidos por Udo Knoff, com desenhos do artista plástico Carybé.

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Concurso Público nº xxxxxxx/2011
De uma maneira geral, o modelo adotado para utilização desses largos estava de acordo
com a proposta para o “novo” Centro Histórico, com a oferta de praças de alimentação
formadas por bares, restaurantes, áreas para shows ao vivo, utilizados por baianos e
turistas, nacionais e internacionais. Esse era tido como um modelo de grande apelo e
vocação da área e que foi reproduzido em vários lugares do mundo.

Século XXI
Os limites apresentados pelo modelo adotado levaram o Governo do Estado a elaborar o
Plano de Reabilitação Integrado e Participativo do Centro Antigo de Salvador em
consonância com as diretrizes do Programa Nacional de Reabilitação de Áreas Centrais do
Ministério das Cidades.
No documento elaborado e publicizado, “espera-se que o referido Plano seja capaz de:
contemplar a diversidade e complexidade da área, em diferentes dimensões; desenvolver as
atividades econômicas e de serviços, bem como a função habitacional, visando, por um
lado, ampliar e diversificar as faixas de renda de moradores atendidos na área do Centro
Antigo e, por outro lado, possibilitar que a população residente no local seja mantida” 1.

4. ESPAÇOS LIVRES: LARGOS E PRAÇAS SITUADOS NO CENTRO HISTÓRICO

A existência de espaços de convivência favorece o processo de socialização. Nesses


lugares acontecem os encontros, que possibilitam a integração e a reafirmação da
identidade e diversidade cultural nas suas diversas formas de manifestação. Promovem,
ainda, no seu entorno, o desenvolvimento de atividades comerciais e de serviços e o
exercício do lazer para crianças e adultos.
A seguir, são apresentados os espaços existentes no Centro Histórico, onde moradores
e visitantes podem vivenciar tanto os acontecimentos culturais, quanto aqueles ligados ao
simples convívio social para os que moram ou circulam no Centro Histórico.

4.1 LARGOS e PRAÇAS DO PELOURINHO (em projeto)

O Palco Articulado tem a função de atender as atividades culturais múltiplas da cidade


de Salvador e está localizado no Largo do Pelourinho, local de referencia do Centro
Histórico. O projeto revela a sintonia entre a arquitetura contemporânea e a preexistente,
traduzida pelo mecanismo utilizado de mobilidade do palco em estrutura metálica. Este

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Plano de reabilitação do Centro Antigo – Governo do Estado da Bahia /2010

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equipamento não interfere no dia a dia da cidade e no cenário formado pelo casario, quando
recolhido, e apresenta-se como uma estrutura grandiosa, quando avançado sobre a ladeira,
por ocasião dos espetáculos. O imóvel que “guarda” o palco móvel constitui um centro
cultural com seus pavimentos destinados a salas multiuso, cafeteria, sanitários e
administração.

Perspectiva do Projeto Atual “Praça do Reggae”

Imagem do Palco Fechado Imagem do Palco deslocado

4.1.1 - Largo de JUBIABÁ (implantado)

Localizado na esquina da Rua Ribeiro dos Santos (antiga Rua do Passo), foi reformado para
atender ao lazer das crianças e idosos que ali moram. Funciona como um playground a céu
aberto, onde são encontrados brinquedos infantis, mesas para jogos, cantinas e uma mini-
quadra.

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4.1.2 - Largo DO ARTESANATO (implantado, em processo de requalificação)

Localizada na Rua Gregório de Matos, num espaço aberto após o desmoronamento de


um casarão na década dos anos 1990, funciona como uma feira permanente de artesanato,
com barracas de lona para a comercialização de produtos. O projeto de requalificação
propõe a utilização de dois pavimentos, a serem ocupados por boxes comerciais distribuídos
ao redor de um pátio central. São previstos acessos através de escadas, rampas e um
ascensor.

Fachada do projeto de reforma da Praça do Artesanato

4.1.3 - PRAÇA DAS ARTES, CULTURA E MEMÓRIA


Delimitada pelas ruas Gregório de Matos, Frei Vicente, Ladeira do Ferrão e Baixa dos
Sapateiros, a Praça das Artes, Cultura e Memória foi implantada com uma volumetria
escalonada em terraços, emoldurada pelos casarios do entorno. Ao longo dos platôs
alternam-se fontes, áreas ajardinadas, escultura de diversos artistas e achados
arqueológicos surgidos durante a escavação.

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Vista da Praça das Artes

4.1.4 - PRAÇA DO ESTACIONAMENTO DA 7ª ETAPA DO PROGRAMA MONUMENTA


NO CENTRO HISTÓRICO (em projeto)
Localizada na quadra 28S, foi projetada na laje de cobertura do estacionamento previsto
no Perfil do Projeto de Recuperação da 7ª Etapa do Centro Histórico de Salvador,
enquadrado no Programa MONUMENTA. O projeto prevê a implantação de uma praça e de
equipamentos coletivos, resultado da negociação com a Associação dos Moradores e
Amigos do Centro Histórico / AMACH.

4.1.5 - PRAÇA PASTORES DA NOITE


Localizada na laje do último pavimento do estacionamento da quadra 14M, ela dá
acesso às pessoas provenientes da Rua José Joaquim Seabra ( Baixa dos Sapateiros) e se
destinam ao Centro Histórico, deixando seus veículos no estacionamento. Estuda-se a
utilização do amplo espaço criado na referida laje para a implantação de uma de área
destinada às escolas que funcionam no Pelourinho, para práticas esportivas constantes da
grade curricular.

4.2 LARGOS DO PELOURINHO, OBJETO DO CONCURSO NACIONAL DE IDEIAS.


O Projeto de Recuperação do Centro Histórico de Salvador, iniciado em1992,
introduziu a figura dos lagos através de Decreto de Desapropriação, que permitiu a
realização das obras de urbanização no centro desses quarteirões. Eles mantêm relação
espacial com os dois grandes largos que os polarizam: o Terreiro de Jesus (onde se situa a
Catedral Basílica, âncora para celebrações religiosas católicas, incluindo o Natal) e o
Pelourinho (onde se localiza a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, é
palco das celebrações da festa de Santa Bárbara e onde está sendo construído o palco
articulado).

Dos 67 (sessenta e sete) imóveis que delimitam os três largos (Pedro Arcanjo, Quincas
Berro D’Água e Tereza Batista), cerca de 50% foram desapropriados pelo governo do
Estado e incorporados ao patrimônio imobiliário do IPAC. Este Instituto utiliza o instrumento
de Autorização e/ou Cessão de Uso, por tempo determinado, aos interessados em
desenvolver atividades no Centro Histórico. A prerrogativa de remuneração ou não pelo uso
do imóvel se dá em função do alcance dos serviços prestados à comunidade e do interesse
público.

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Os restantes dos imóveis são de propriedade privada e a utilização do espaço dos largos
por esses proprietários é regulada por acordo com o IPAC.
Com a criação do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), no âmbito da
SECULT, a gestão dos largos e praças do Centro Histórico, bem como sua programação
cultural, anteriormente a cargo do IPAC e do Pelourinho Cultural, respectivamente, estará
centralizada nessa unidade recém criada pela Lei n° 12.212 de 4 de maio de 2011. Dentre
outras atribuições, o CCPI tem o objetivo de planejar, promover, acompanhar, apoiar, avaliar
a utilização, dinamização e gestão cultural do Centro Antigo, levando diversidade cultural de
forma acessível ou gratuita aos espaços de administração do Governo do Estado no Centro
Histórico.
Portanto, além dos espaços de festas e apresentações artísticas, pretende-se
estabelecer uma programação que fortaleça e crie um processo contínuo e criativo de
expressões culturais.
Combinar as atividades a serem desenvolvidas à vocação e potencialidades dos
espaços projetados, evitando-se o conflito de convivência, trará, certamente, resultados
positivos a dinâmica cultural do local.

4.2.1 LARGO PEDRO ARCANJO


O largo está circunscrito pelos casarões do quarteirão definido pelas ruas Gregório de
Matos, Inácio Acioly, das Laranjeiras e Frei Vicente. O seu palco é de formato italiano e o
espaço do corredor no acesso ao largo é utilizado para exposições de trabalhos artísticos.
LARGO PEDRO ARCANJO- ÁREA 1.083,00 m2
ENDEREÇO- Quarteirão 10M – Acesso principal pela Rua Gregório de Matos

ESPACIALIDADE MÉDIA DE
ATIVIDADES CARACTERÍSTICAS
NECESSÁRIA PÚBLICO
Apresentações Espaços para atividades Apresentação de teatro, dança 1.200
Culturais múltiplas, lúdicas e e música, de pequeno impacto pessoas
culturais sonoro

Praça de Espaços para lanches Elementos móveis Flutuante


alimentação rápidos e iguarias.
Área de Áreas livres Mobiliário urbano (bancos, Flutuante
convivência lixeira, telefone público) e
paisagismo
Espaço Hall de acesso Galeria expositiva nas paredes Flutuante
expositivo laterais
Mirante Área aberta Local para contemplação do Flutuante
casario do entorno

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Este largo possui múltiplos acessos através dos estabelecimentos comerciais e do
estacionamento, cuja laje de cobertura é parte da área do referido largo, fatores estes que
dificultam o controle do acesso.
Devido a sua espacialidade, a prioridade para sua utilização é como uma praça de
múltiplo uso e de alimentação, com eventos compatíveis com sua área e localização,
admitindo estrutura removível de palco, área adequada para guarda de equipamentos que
podem ser utilizados em eventos de baixo impacto sonoro e área prevista para estruturas
removíveis que substituirão os atuais quiosques. A possibilidade de demarcação das áreas
externas utilizadas pelos restaurantes por meio de marcos visuais, bem como a proteção
dessa área contra a incidência do sol e da chuva é desejável, desde que não interferia
negativamente na ambiência e na visibilidade do largo para com seu entorno.

PRINCIPAIS PROBLEMAS DO LARGO PEDRO ARCANJO

SITUAÇÃO FÌSICA
Falta de acessibilidade para portadores de necessidades especiais
Sistema deficiente de captação de águas pluviais, gerando problemas de infiltração
Inadequação dos materiais de revestimentos de piso
Localização inadequada do Quadro de Energia
Rede Hidráulica dependente dos reservatórios dos casarões
Inadequação da cobertura da área do palco e platéia em relação ao material utilizado e a sua relação
com o entorno, gerando um conflito visual com a paisagem.
Inadequação da estrutura dos Quiosques
Inexistência de áreas de apoio às produções.
Inexistência de saídas de emergência
Número insuficiente e situação hidrossanitárias precárias
Inexistência de tratamento acústico, mesmo para produções de baixo impacto

QUESTÕES SOBRE A GESTÂO DO ESPAÇO


Existência de múltiplas entradas e saídas, que atualmente geram falta de controle da produção nos
dias de eventos e, ao mesmo tempo, necessidade de permitir acesso ao público no cotidiano do local

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Concurso Público nº xxxxxxx/2011
Quadro 1 :Regime de Propriedade e Uso e Ocupação

LARGO PEDRO ARCANJO

ACESSO
N° DO REGIME DE
RUA USO/ OCUPAÇÃO DIRETO AO
IMÓVEL PROPRIEDADE
LARGO
16 Propriedade do IPAC Comércio SIM
ACIOLY
INÁCIO

26 Privado Institucional NÃO


28 Privado Institucional NÃO

Misto ( Comercio/
26 Propriedade do IPAC
Institucional)

Comércio(Bar/Restaur
24 Privado SIM
ante)
LARANJEIRAS

Misto
22 Propriedade do IPAC (Institucional,Residenc SIM
ial)
18/20 Privado Comércio SIM
Misto( Comercio
16 Propriedade do IPAC
/Institucional)
Misto ( Comercio/
14 Privado NÃO
Residencial)
12 Propriedade do IPAC Institucional NÃO
GREGÓRIO DE MATOS

Misto (Comércio/
15 Propriedade do IPAC NÃO
Serviço)
17 Propriedade do IPAC Comércio SIM
19 Propriedade do IPAC Comércio NÃO

21 Propridade do IPAC Institucional NÃO


Misto (Serviço/
25 Propriedade do IPAC NÃO
Comércio)
27 Propridade do IPAC Institucional NÃO

15 Propriedade do IPAC Institucional NÃO


VICENTE
FREI

13 Propriedade do IPAC Institucional NÃO

11 Privado Comercio NÃO

A maioria dos imóveis (68%) é de propriedade do IPAC que utiliza o instrumento de Cessão
de Uso, por tempo determinado.

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Concurso Público nº xxxxxxx/2011
Registro de algumas situações do Largo Pedro Arcanjo2

Acesso ao Largo Pedro Arcanjo - Estruturas móveis existentes e o visual do entorno

Palco e Cobertura

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Fotos; arquivo próprio do IPAC. Maiores detalhes de registro fotográfico dos largos verificar no Arquivo –
Bases para o Concurso

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Concurso Público nº xxxxxxx/2011
4.2. 2 LARGO QUINCAS BERRO D’ÁGUA

O largo está circunscrito pelos casarões do quarteirão definido pelas ruas Leovigildo de
Carvalho, Alfredo de Brito, João de Deus e J. de Castro Rabelo.

LARGO QUINCAS BERRO DÁGUA- ÁREA 1.505,00 m2


ENDEREÇO - Quarteirão 02M – Acesso principal pela Rua J. Castro Rabelo

ESPACIALIDADE
ATIVIDADES CARACTERÍSTICAS PÚBLICO
NECESSÁRIA
Apresentações Palco, área para Apresentação de teatro, dança e 800
Culturais guarda de materiais música de baixo impacto pessoas
sonoro. Apresentação de grupos
de capoeira, samba de roda
Exposições de Toda a área do largo Uso de expositores móveis Flutuante
artes temporárias
Área de Áreas livres Mobiliário urbano (bancos, Flutuante
convivência lixeiras, telefone público, etc.) e
paisagismo
Prestação de Área para Local de fácil acesso e
serviços implantação de segurança
eletrônicos Caixas Eletrônicos

Além da sua localização, entre ruas de grande fluxo de pedestres que trafegam entre o
Terreiro de Jesus e o Largo do Pelourinho, esse largo se diferencia dos demais em relação
à área disponível e a existência de um grande número de restaurantes que circudam o
espaço, consolidando-o como uma praça de alimentação. A fim de dar maior flexibilidade ao
espaço, permitindo outras atividades, poderá se prever que a estrutura do palco, assim
como de outros equipamentos de apoio, estejam localizados em áreas que não
comprometam o espaço livre, ou seja, de rápida instalação e remoção, quando necessário.
Em função da sua distribuição espacial, é importante que seja proposto um tratamento
paisagístico para valorizar determinados recantos e reentrâncias do referido largo. Quanto à
necessidade de proteção contra a incidência do sol e da chuva, esta é desejável, desde que
seja compatível com a preservação da ambiência e da visualização do largo.

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Concurso Público nº xxxxxxx/2011
PRINCIPAIS PROBLEMAS DO LARGO QUINCAS BERRO D’ÁGUA

SITUAÇÃO FÌSICA
Falta de acessibilidade para portadores de necessidades especiais
Inexistência de Tratamento Acústico
Não existe rampa de acesso para subida de equipamentos
Inadequação da cobertura da área do palco e em relação ao material utilizado
Inexistência de áreas de apoio às produções
Não existem sanitários públicos
Inadequação dos materiais de revestimentos de piso
GESTÂO DO ESPAÇO
Atualmente a existência de múltiplas entradas e saídas ( estabelecimentos comerciais ) gera falta de
controle da produção nos dias de eventos.

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Concurso Público nº xxxxxxx/2011
Quadro 2 :Regime de Propriedade e Uso e Ocupação

LARGO QUINCAS BERRO D'ÁGUA

ACESSO
N° DO
RUA REGIME DE PROPRIEDADE USO/ OCUPAÇÃO DIRETO AO
IMÓVEL
LARGO
2 Privado Comércio (Restaurante) SIM
4 Privado Misto (Serviço/Comercio) SIM
J. CASTRO REBELO

6 Privado Comercio (Bar) SIM


Misto (Comercio
8 Propriedade do IPAC NÃO
/Institucional)
10 Propriedade do IPAC Comércio SIM
16 Privado Comércio (Bar) NÃO

Misto (Comercio/Institucional/
18 Propriedade do IPAC NÃO
Residencial

20 Privado Comércio NÃO


22 Privado Comércio NÃO
24 Privado Comércio NÃO
26 Privado Comércio NÃO
JOÃO DE DEUS

28 Propriedade do IPAC Comércio SIM

30 Propriedade do IPAC Comércio SIM

32 Propriedade do IPAC Comércio (Restaurante) SIM

34 Propriedade do IPAC Comércio NÃO


Misto ( Comércio/
36 Propriedade do IPAC NÃO
Residência)

43 Propriedade do IPAC Misto ( Comércio e Serviços) NÃO


41 Privado Comércio ( Bar) SIM
39 Propriedade do IPAC Comércio NÃO
37 Privado SIM
ALFREDO DE BRITO

35 Privado SIM
33 Privado Comercio (Restaurante) SIM
31 Propriedade do IPAC Comercio (Bar/Restaurante) SIM

29 Privado Comércio (Bar) SIM


Misto ( Comércio /
27 Propriedade do IPAC SIM
Residência)
25 Privado Comércio (Bar) SIM
23 Privado SIM
21 Privado Comércio (Restaurante) NÃO

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Concurso Público nº xxxxxxx/2011
A maioria dos imóveis (57%) é de propriedade privada, enquanto os demais são de
propriedade do IPAC. Nestes últimos, é utilizado o instrumento de Cessão de Uso, por
tempo determinado, aos interessados emdesenvolver atividades no Centro Histórico.
Constata-se que mesmo envolvendo outros usos, a atividade comercial está presente em
todos os imóveis.

Registro de algumas situações do Largo Quincas Berro D’Água3

Acesso e corredor de entrada ao largo

Área interna utilizada pelos restaurantes e recantos com vegetação

3
Fotos; arquivo próprio do IPAC. Maiores detalhes de registro fotográfico dos largos verificar no Arquivo – Bases
para o Concurso

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4.2.3 LARGO TEREZA BATISTA

O largo está circunscrito pelos casarões do quarteirão definido pelas ruas Gregório de
Matos, José Castro Rabelo, Laranjeiras, João de Deus. Nesse largo é realizado o “Ensaio
do Olodum” e foi construído em cima de um reservatório de água. O Palco atual tem forma
semi circular.

LARGO TEREZA BATISTA- ÁREA 774,00m2


ENDEREÇO- Quarteirão 06 M – Acesso principal pela Rua Gregório de Matos

ESPACIALIDADE
ATIVIDADES CARACTERÍSTICAS PÚBLICO
NECESSÁRIA
Apresentações Palco, Camarim e Apresentações de shows, 800 a 1.000
Culturais demais estruturas de teatro e dança de baixo e pessoas
apoio médio impacto sonoro.
Exposições Toda área do largo Uso de expositores móveis Flutuante
temporárias
Área de Áreas livres Mobiliário urbano (bancos, Flutuante
convivência lixeiras, telefone público etc.)
paisagismo.
Informações Turistas do
Turísticas Centro
Histórico
Prestação de Caixa eletrônico Local de fácil acesso e População
serviços segurança local e
flutuante

Diferenciando-se dos demais, este é o único largo com possibilidades de controle efetivo
de acesso, o que facilita a realização de shows musicais, inclusive, com a cobrança de
ingressos. Nesse espaço, atualmente, realiza-se os ensaios do Bloco Olodum e outros
grupos musicais. Sugere-se que em complementação a essa atividade principal sejam
previstos, em horários alternativos, outros usos ligadas à cultura afro baiana (capoeira,
Samba de roda, etc.), dentro de uma programação compatível com a gestão dos largos.
Portanto, a presença de um palco fixo com toda a estrutura de apoio é uma exigência
do programa para esse largo, bem como a cobertura para a área desde que atenda aos pré-
requisitos de manutenção da ambiência do local.

19
Concurso Público nº xxxxxxx/2011
PRINCIPAIS PROBLEMAS DO LARGO TEREZA BATISTA

SITUAÇÃO FÌSICA
Falta de acessibilidade para portadores de necessidades especiais
Sistema deficiente de captação de águas pluviais
Localização inadequada da subestação
Inadequação da cobertura da área do palco e platéia em relação ao material utilizado
Inexistência de saída de emergência e rota de fuga
Inexistência de áreas de apoio as produção: coxia, backstage e depósito, cabine/housemix
Camarim inadequado
Número insuficiente e situação hidrossanitárias precárias
Inexistência de tratamento acústico
Problemas de infiltração
Inexistência de rampas de acesso para subida de equipamentos
Inadequação dos materiais de revestimentos de piso
Caixa eletrônico localizado no acesso ao largo

Quadro 3 :Regime de Propriedade e Uso e Ocupação

LARGO TEREZA BATISTA

N° DO REGIME DE ACESSO DIRETO AO


RUA USO/ OCUPAÇÃO
IMÓVEL PROPRIEDADE LARGO
1 Privado Comércio( Bar/ Restaurante) SIM
JOÃO DE

3 Privado Comércio SIM


DEUS

5 Privado Comércio( Bar) SIM


7 Privado Comércio( Bar) SIM
9 Privado Comércio( Bar) SIM
11 Privado Residencial NÃO

1 Privado Misto (Comércio/Residência) NÃO


VICENTE
FREI

3 Propriedade do IPAC Institucional (Museu Udo Knoff)


5 Propriedade do IPAC Serviço NÃO
7 Privado Comercio

10 Propriedade do IPAC Comércio SIM


LARANJEIRAS

8 Propriedade do IPAC Serviço NÃO


6 Propriedade do IPAC Serviço( SESC) NÃO
4 Privado Serviço( SEBRAE) NÃO
2 Privado Serviço( SEBRAE) NÃO

14 Propriedade do IPAC Comercio NÃO


GREGÓRIO DE

16 Propriedade do IPAC Institucional( Posto Policial) NÃO


MATOS

18 Propriedade do IPAC Comercio NÃO

20 Propriedade do IPAC Misto(Comercio/Institucional) NÃO

20
Concurso Público nº xxxxxxx/2011
Dos 19 (dezenove) imóveis do entono do largo , 10(dez) são de propriedade privada,
enquanto as 9 (nove) restantes são de propriedade do IPAC.

Registro de algumas situações do Largo Tereza Batista4

Acesso e área do palco

Espaço interno e localização dos sanitários químicos atualmente utilizados

4
Fotos; arquivo próprio do IPAC. Maiores detalhes de registro fotográfico dos largos verificar no Arquivo – Bases
para o Concurso

21
Concurso Público nº xxxxxxx/2011
5. ÁREA DE ABRANGENCIA E LOCALIZAÇÃO

O Largo Pedro Arcanjo está localizado no miolo do Quarteirão 10M – 1ª Etapa de


Recuperação do Centro Histórico de Salvador, formado pelas ruas: Gregório de Matos, Frei
Vicente, Inácio Accioly e Francisco Muniz Barreto ou Rua das Laranjeiras, o Largo Teresa
Batista está localizado no Quarteirão 06M – 1ª Etapa, formado pelas ruas: Gregório de
Matos, Francisco Muniz Barreto, João de Deus e Frei Vicente e o Largo Quincas Berro
D’Água, no Quarteirão 02M – 1ª Etapa, formado pelas ruas: Alfredo Brito, J. Castro Rabelo,
João de Deus e Leovigildo de Carvalho (Beco do Mota).5
O projeto deverá abranger toda a área definida dos largos em estudo, bem como seus
acessos e fachadas posteriores dos casarões que compõem os espaços livres. O IPAC irá
fornecer as informações pertinentes, disponibilizando aos participantes os seguintes
documentos referentes a cada largo individualmente:
 Planta geral de localização dos largos;
 Planta com indicação dos investimentos que estão sendo realizados e os previstos
no CHS;
 Plantas de situação dos largos, imóveis e ruas que compõem o quarteirão;
 Levantamento cadastral dos largos;
 Perfis e seções dos largos;
 DVD com o diagnóstico dos largos
 Arquivo Fotográfico.

6. DIRETRIZES GERAIS PARA ELABORAÇÂO DAS PROPOSTAS

Dentre as diretrizes traçadas pela SECULT para o Pelourinho, está o uso e ocupação
dos espaços livres disponíveis para, dentre outras atividades, permitirem a organização de
um calendário anual de festas periódicas.
A palavra “festas”, aqui utilizada, está inserida no conceito mais amplo e que engloba o
poder de mobilizar os indivíduos e grupos de indivíduos no sentido de preservar e promover
o seu caráter cultural mais fundamental que é a sua identidade cultural, incluído aí todas as
expressões da cultura, a exemplo dos grupos de capoeira , samba de roda e etc.

5
Ver Anexos que compõem os arquivos “Bases do Concurso”

22
Concurso Público nº xxxxxxx/2011
“Em sua diversidade, as festas expressam os imaginários e sentimentos
de nações, povos, cidades, comunidades e indivíduos. Elas, como
instantes extraordinários, alteram comportamentos, valores e rotinas da
vida ordinária. A depender de sua potência, em vastas circunstâncias
societárias, as festas produzem identidades marcantes. Enfim, as festas
são fenômenos culturais fundamentais na história e na
contemporaneidade. Por certo, as festas são comemorações complexas
e, por conseguinte, possuem múltiplas dimensões. Elas aglutinam,
dentre outras, variáveis políticas, econômicas, sociais, espaciais,
comunicacionais e lúdicas. Deste modo, elas podem ser capturadas por
diversos tipos de políticas. Entretanto, as políticas culturais são aquelas
que tomam as festas em toda sua complexidade e em seus aspectos
mais essenciais, como expressão viva de um coletivo humano,
6
demasiadamente humano” .

Um conceito que deverá ser associado ao de “Identidade Cultural” é o da “Diversidade”,


enquanto possibilidade de novos encontros, de diferentes nuance e formas de
representação e circulação dessas manifestações.
Esta é a diretriz maior que deve prevalecer na concepção dos espaços que
abrigam os largos, objeto dessa seleção e que devem refletir fisicamente essas intenções.
No entanto, as limitações e/ou potencialidades desses espaços, decorrente dos vários
aspectos avaliados, devem ser conceitualmente absorvidos pela proposta urbanística a fim
de contribuir com a estruturação de uma programação cultural perfeitamente adequada ao
espaço projetado.
Tratando-se de uma proposta para um projeto de requalificação, outras diretrizes devem
ser incorporadas, a saber:

 Integração com a imagem e volumetria do seu entorno, formado pelo casario e pela
possibilidade desses espaços descortinarem visuais dos bairros limítrofes ao
Pelourinho;
 Definição técnica da capacidade de cada largo em absorver atividades culturais, em
função da sua proximidade com os monumentos e equipamentos do entorno, facilidade
de fluxos e acessos, espaço interno e relação com os imóveis que limitam e se

6
POLÍTICAS CULTURAIS E FESTAS de Antonio Albino Rubim – Secretário de Cultura do Estado da Bahia

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Concurso Público nº xxxxxxx/2011
articulam com esses espaços;
 Alternativas técnicas que possibilitem a conservação e utilização dos espaços, com um
gerenciamento compartilhado entre os proprietários e gestores, públicos e privados, e
as representações comunitárias;
 Considerando esses espaços de miolo de quadras como de “uso comum privativo”, em
função do controle de acesso (portões) e da utilização fortemente vinculada aos
estabelecimentos comerciais instalados (bares e restaurantes), a proposta deve
espacializar alternativas de apropriação por moradores e visitantes, ainda que
permaneça o controle do acesso e áreas destinadas aos estabelecimentos comerciais;
 Propostas adequadas para realização de diversas atividades culturais, incluindo a
contemplação, pausa nas atividades turísticas, escolares ou de trabalho, apreciação de
shows de música de baixo impacto, teatro, dança, exposições de artes;
 Relação (imagem e volumetria) do projeto com seu entorno imediato, composto pelo
casario que delimita os largos e sua integração com as demais edificações que
compõem o Centro Histórico (regulamentado por legislação específica);
 Uso de estruturas com racionalidade construtiva, volumes compatíveis com o espaço de
atuação da proposta, materiais que demonstrem a contemporaneidade da intervenção,
a facilidade de execução e que interfira o mínimo possível no conjunto edificado
adjacente, que compõe o patrimônio cultural tombado pelo Governo Federal e
reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO;
 Utilizar materiais que auxiliem o destaque dos elementos arquitetônicos existentes e
mobiliários urbanos que condigam com sua contemporaneidade e comunguem com os
conceitos estabelecidos para o projeto como um todo.

 As soluções e materiais propostos deverão ter a relação custo/benefício que favoreça a


qualidade, sobriedade, robustez e durabilidade, apropriados ao uso em espaços
públicos, implicando em baixo custo de manutenção, boa resposta ao desgaste e
envelhecimento e longevidade;

 Definição e solução para os fluxos gerados pelo uso e ocupação desses espaços,
integrando-os ao seu entorno imediato;
 Alternativas técnicas que assegurem o conforto ambiental (incluindo o sonoro) da
população que irá utilizar esses espaços, tanto a flutuante, quanto a que vive e trabalha
nos seus arredores;
 Conter solução para os usos e atividades conflitantes, adequando os espaços a sua
vocação em função dos aspectos avaliados;
 Conter soluções de logística na área dos largos ou em espaços adjacentes, quando

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Concurso Público nº xxxxxxx/2011
necessário, para o uso, guarda e conservação de todo o arsenal de equipamentos
necessários a produção de espetáculos, mesmo de baixo e médio impacto sonoro;
 Criação de marco visual com indicação do percurso para o acesso ao largo, pequeno
histórico e local para exposição da programação.

7. QUADRO DAS DEMANDAS DAS ATIVIDADES NOS LARGOS

O perfil dos eventos realizados nos espaços é de baixo e médio porte. Atualmente, os
largos possuem uma configuração propícia para realização de eventos que necessitam de
formato específico de palco: dança, teatro, orquestras, musica popular, pop-rock, afro e
outros.
Outra especificidade na conjuntura dos eventos realizados refere-se à necessidade de
ser montada platéia para cada atividade que exige a relação palco / platéia.
Os três largos se caracterizam como espaços para apresentações culturais que agregam
atividades e eventos. Trata-se de espetáculos realizados com delimitação de barreiras que
organizam o trânsito das pessoas, abrangendo atividades escolares, festas típicas, ensaios
de grupos folclóricos, grupos de capoeira, dança e teatro de pequeno porte, apresentações
musicais de grupos, quartetos de cordas, filarmônicas e exposições de arte.
Deverá ser observado e atestado, para cada caso, a estrutura física existente quanto
aos conceitos de estabilidade estrutural, cálculo das estruturas, limites sonoros nas áreas
determinadas para a utilização pelo público, músicos e equipamentos.
Alguma das demandas descritas abaixo se refere às atividades que já são realizadas
nos largos e devem ser estruturadas de forma a estarem perfeitamente adequadas aos
espaços disponíveis. Independentemente do programa proposto para os referidos largos,
não deverá ser perdida de vista sua utilização para convívio social, contemplação ,
circulação e observação pela população que vive, trabalha e circula pelo Centro Histórico.
A seguir são listadas as “festas” incorporadas ao CHS e que fazem parte do calendário
Cultural da SECULT.

 O Festival de Artes do Olodum já aparece como uma tradição do Pelourinho. Ele


aglutina um conjunto de manifestações relevantes da cultura afro-baiana. O umbilical
enlace do Pelourinho com a cultura afro-baiana configura sua singular identidade. Os
ensaios do Olodum têm sido realizados no Largo Tereza Batista.
 As Festas Juninas – Santo Antonio, São João e São Pedro.
 Festivais contribuem para complementar este calendário anual, a exemplo do:

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Concurso Público nº xxxxxxx/2011
Festival Literário (Flipelô), concebido pela Fundação Casa de Jorge Amado para o
próximo ano como parte das comemorações do Ano Jorge Amado; Festival Cultural
da Diáspora Africana no mundo; feiras de artesanato e de antiguidades, bem
como encontros e seminários.
 O Carnaval do Pelourinho, coordenado pela Secretaria Estadual de Cultura, vem
se afirmando como um carnaval da diversidade, onde seus diferentes largos e
praças comportam estilos musicais e atrações variadas, contemplando públicos e
gostos bastante diferenciados.

8. RECOMENDAÇÕES A SEREM CONSIDERADAS PARA MELHOR ESTRUTURAÇÃO


DO ESPAÇO:

8.1. Espaço para as apresentações culturais descritas neste Termo de Referência com toda
a estrutura de apoio necessária – palco, camarins, iluminação, som etc., de acordo com as
propostas para cada largo individualmente;
8.2. Estrutura de proteção contra a incidência direta do sol e da chuva: concepção plástica,
localização, material etc., quando couber;
8.3. Pavimentação – definição de materiais, tipo de piso, drenagem e diagramação que
facilite a circulação, limpeza e manutenção;
8.4. Drenagem das águas pluviais – captação, com a possibilidade do uso de calhas e
beirais ao longo dos telhados, e sua destinação final;
8.5. Sanitários públicos – em número e concepção apropriada, inclusive, com a adoção de
sanitários especiais para portadores de deficiência, com sistema hidráulico e elétrico de
baixo consumo e fácil manutenção;
8.6. Ambiência
8.6.1. Paisagismo (incluindo estrutura de irrigação que facilite sua manutenção);
8.6.2. Iluminação pública e cênica;
8.6.3. Mobiliário urbano – conjunto de equipamentos destinados à prestação de
serviços à comunidade e ao conforto exterior dos usuários, composto de: bancos, lixeiras -
inteligentes para reciclagem -, telefones públicos, relógio e termômetro, equipamentos de
concessionárias, totens interativos, placas de direcionamento e identificação, etc.;
8.6.4. Sinalização e programação visual - identificação interativa do patrimônio
cultural, dos equipamentos e dos eventos;
8.6.5 Tratamento e pintura das fachadas dos imóveis que circundam o Largo;
8.7 Mobilidade e acessibilidade – acessos, rampas, pista tátil, sanitários adaptados,
telefones especiais e demais equipamentos necessários para permitir o acesso e o uso a

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Concurso Público nº xxxxxxx/2011
todos os cidadãos, de forma autônoma e segura, como determina a legislação;
8.8 Previsão que as entradas e saídas alternativas de acesso ao largo estejam sobre o
controle da produção que opera o local, com pontos estratégicos para câmeras de filmagem
(monitoramento) e segurança;

8.9 Segurança Patrimonial – elementos físicos de segurança para a proteção nas áreas
mais vulneráveis (como balaustradas, escadas, etc.);
8.10 Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico - equipamentos, rotas de fuga, saídas de
emergência, detecção e alarme contra incêndio;
8.11 Fornecimento de energia elétrica e telefonia - reformulação do sistema de alimentação
com a separação dos medidores por usuário;
8.12 Fornecimento de água - reformulação do sistema com a separação dos medidores por
usuário;
8.13 Zoneamento espacial – delimitação de áreas de uso definição física dos espaços
destinados aos diversos estabelecimentos comerciais, com as devidas faixas de circulação,
localização e quantidade de mesas possíveis; dos espaços destinados à apresentação de
atrações individuais e sistema de proteção aérea (cobertura se for a opção escolhida).

9. DIAGNÒSTICO DOS LARGOS


O diagnóstico preliminar da situação atual dos largos em pauta, realizado pelo IPAC,
identifica os problemas e que deverão ser considerados na proposta e estão relatados no
DVD, integrante deste Termo de Referencia.

10. ESTIMATIVA DE CUSTO DAS OBRAS DE REQUALIFICAÇÂO


Com o objetivo de estabelecer um parâmetro para a elaboração das propostas a serem
apresentadas neste Concurso Nacional de Idéias o custo previsto para realização das obras
de requalificação dos largos é de até sete milhões de reais, admitindo-se uma variação de
15%, levando-se em consideração tratar-se de estudo preliminar. Portanto, as soluções
projetuais deverão considerar a viabilidade econômica e a sua exeqüibilidade compatível
com o parâmetro aqui estabelecido.

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