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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC

FACULDADE DE EDUCAÇÃO - FACED


CAMPUS DO BENFICA
CURSO DE PEDAGOGIA

Francisco Fagner Ventura Alves


Jordana Gadelha Regis
Rebeca Souza Pita

HOWARD GARDNER:
As Inteligências Múltiplas

Fortaleza – CE
2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC
FACULDADE DE EDUCAÇÃO - FACED
CAMPUS DO BENFICA
CURSO DE PEDAGOGIA

Francisco Fagner Ventura Alves


Jordana Gadelha Regis
Rebeca Souza Pita

HOWARD GARDNER:
As Inteligências Múltiplas

Projeto de Pesquisa apresentado ao professor da


disciplina de Psicologia da Educação I, no Curso
de Pedagogia da Faculdade de Educação da
Universidade Federal do Ceará, Campus do
Benfica.

Orientador: Prof. Dr. Wagner Bandeira Andriola


Fortaleza – CE
2014

SUMÁRIO

01 Introdução ....................................................................................................... 01

02 Biografia de Howard Gardner .........………………………………………... 0


2

03 Definição de Inteligência .......................................................................... 0


3

04 As Inteligências Múltiplas 0
…………………………………........………….... 4

05 O Desenvolvimento das Inteligências Múltiplas ……….....................…….. 0


5
5. Fatores Genéticos e neurológicos ................................................................. 0
1 5
5. Condições Ambientais – Escola e Cultura ..................................................... 0
2 6
5. Estágios do Desenvolvimento ...................................................................... 0
3 6
4.3.1 Habilidade Padrão Cru ........................................................................ 0
4.3.2 Simbolizações Básicas ........................................................................ 6
4.3.3. Sistemas de Segunda Ordem ............................................................... 0
4.3.4 Ocupações Vocacionais ou Não Vocacionais ......................................... 7
0
7
0
7
06 Adaptações de sua Teoria às Escolas ...........………………………………... 0
8
6. Métodos e Técnicas ......................…………………………………………….. 0
1 8
6. Preparo do Professor ....................…………………………………………….. 0
2 8
6. Preparo da Escola .........................................………………………………….. 0
3 Modo de Avaliar ................................................................................................. 8
6. 0
4 9
07 Conclusão ..........................…………………………………………………… 1
0

08 Referências …………………………………………………………………… 1
1
1 – INTRODUÇÃO

É incansável a procura por educadores de fórmulas e métodos práticos para conseguir a


estimulação das várias formas de inteligências de modo a valorizar todas as habilidades
de seus aprendizes. Howard Gardner traz à tona a teoria das inteligências múltiplas e
todas as preocupações de como estimular essas inteligências nos alunos para que
possam servir a si próprio e a favor da sociedade que ele esta inserido.
Em seus estudos ele afirma que todos nós nascemos com pelo menos sete inteligências e
que ao longo da vida e através de influências, principalmente culturais, o individuo
tende a aperfeiçoar determinada ou determinadas inteligências. Ele ainda propõe uma
nova visão em relação a como os professores e educadores em geral podem contribuir
para o aperfeiçoamento dessas inteligências com praticas que podem mudar os rumos
das formas que o aluno absorve o conhecimento limitado que lhe é repassado
implicando também no contexto do âmbito escolar e na sociedade em que se situa o
aluno.
O que podemos obter da teoria de Gardner é uma nova visão sobre o conceito de
inteligência e os fatores que podem ser usados pra o seu enriquecimento, valorizando o
poder intelectual de todo ser sem descriminação ou limitações.
2 – BIOGRAFIA DE HOWARD GARDNER

Nascido em 11 de julho de 1943 em Scranton, estado norte-americano, na


Pensilvânia. A família de Howard Gardner se refugiou do nazismo no ano de 1938 por
serem judeus. Em 1961, ele ingressou na Universidade de Harvard com a intenção de
estudar direito e história, mas como se aproximou bastante do psicanalista Erik Erikson
(1902-1994), ele se colocou a estudar a educação e a psicologia.
Tendo como influência as descobertas de Jean Piaget (1896-1980) e
aprofundou e pesquisou os sistemas simbólicos através da inteligência humana sobre a
orientação do educador Jerome Bruner (1915-até hoje). Junto com esses
acontecimentos, ele integrou o Projeto Zero de Harvard, que tinha como intuito de
pesquisar a educação artística. Em 1971, ele se torna codiretor do projeto e permanece
até hoje.
O livro que foi seu passaporte para o reconhecimento integrou Gardner a
seus amigos, trazendo contribuições para tal obra. Realizado a partir de pesquisa sobre o
potencial humano, projeto da Fundação Bernard Van Leer de Haia, uma instituição
internacional não lucrativa que se dedica a causa de crianças e adolescentes que são
desprivilegiados e direcionados a educação para que esses jovens possam atingir seus
potenciais. A pesquisa durou cerca de quatro anos, usando a filosofia, sociologia e a
história do assunto tratado. Tal livro denominou-se “Estruturas da Mente”, que se
objetivou a trazer à tona a teoria das inteligências múltiplas e por Gardner contra os
testes de Q.I.
Em 1993, Gardner lança o livro “Inteligência Múltipla: a teoria na prática”
que tem como finalidade de aprofundar e explicar de forma mais coesa a prática das
inteligências. Esse livro foi campeão de vendas da mesma forma como a obra
“Estruturas da Mente”.
Até hoje, ele lançou 28 livros que foram traduzidos em 32 idiomas. Além de
suas obras, ele ainda leciona neurologia na escola de medicina na Universidade de
Boston e em Harvard na área de cognição, pedagogia e psicologia. Em 2005, foi eleito
um dos 100 intelectuais mais influentes do mundo segundo a revista ForeignPolicye
Prospect. Dentro das variadas homenagens, recebeu um prêmio MacArthurFellowship
em 1981. Só de títulos honoris de faculdades e universidades, está incluso as
instituições na Bulgária, Chile, Grécia, Itália, Coréia do Sul, Espanha, Irlanda e Israel.
Recentemente, em 2011, recebeu o Prêmio Príncipe das Astúrias para as Ciências
Sociais.

3 – DEFINIÇÃO DE INTELIGÊNCIA

A teoria de Gardner (1985) é uma alternativa para o conceito de inteligência como uma
capacidade inata, geral e única, que permite aos indivíduos uma performance, maior ou
menor, em qualquer área de atuação. Abordando a ‘inteligência’ como uma faculdade
humana, que torna o homem capaz de transformar ideias em coisas. Sua teoria reate a
visão de que a inteligência é uma faculdade singular, que no caso pode ser mensurada
por métodos lógico-linguísticos, ele chegou a essa conclusão através da observação de
seres de um mesmo ambiente social, de mesma idade e que se submeteram a testes deste
modelo.
Ele esclarece como os diversos arranjos e grupos de inteligência se formam
simultaneamente nos seres humanos e que estas, existem em múltiplos contextos
incluindo a estimulação. Parte-se da ideia que a competência cognitiva humana, que se
pode chamar de ‘inteligência’, é mais bem descrita em termos de um conjunto de
capacidades, talentos ou habilidades mentais.
Através das pesquisas no campo de desenvolvimento cognitivo e neuropsicologia ele
afirma que o sistema nervoso não é um órgão infinitivamente plástico com um único
propósito. Acredita-se, hoje, que o sistema nervoso seja altamente diferenciado e que
diferentes centros neurais processem diferentes tipos de informação (GARDNER,
1987).
Com bases nessas pesquisas, Howard Gardner, busca a quebra de uma visão que
enfatiza as habilidades linguísticas e lógico-matemática. Para ele todas as pessoas
podem atuar em no mínimo sete habilidades diferentes. Essas habilidades já nascem
com o ser humano e ao longo do seu crescimento ele vai descobrindo-as e
aperfeiçoando-as.
Segundo Gardner, uma criança pode ter um desempenho precoce em uma área e estar na
média ou mesmo abaixo da média em outra. Num plano de análise psicológico, cada
área ou domínio tem seu sistema simbólico próprio; num plano sociológico de estudo,
cada domínio se caracteriza pelo desenvolvimento de competências valorizadas em
culturas especificas.
Criticando sempre o modelo de medição da aprendizagem chamado de Quociente de
Inteligência (Q.I.), Gardner introduziu seu ponto de vista alternativo, em que uma
inteligência implicaria na capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que
são importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural. A capacidade de
resolver problemas permitiria a pessoa abordar uma situação em que um objeto deve ser
atingido e localizar a rota adequada para esse objetivo. A criação de um produto cultural
seria crucial nessa função, na medida em que captura e transmite o conhecimento ou
expressa as opiniões ou os sentimentos da pessoa.

4 – AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

Gardner começa seu livro Estruturas da Mente mencionando que:

(...) há evidências persuasivas para existência de várias competências


intelectuais humanas relativamente autônomas abreviadas daqui em
diante como “inteligências humanas”. Estas são as estruturas da mente
do meu título. A exata natureza e extensão de cada ‘estrutura’
individual não é até o momento satisfatoriamente determinada, nem o
número preciso de inteligências estabelecido. Parece-me, porém, estar
cada vez mais difícil negar a convicção de que á pelo menos algumas
inteligências, que estas são relativamente independentes umas das
outras e que podem ser modeladas e combinadas numa multiplicidade
de maneiras adaptativas por indivíduos e culturas. (GARDNER, 1994,
p. 7)

Reconhecer tais inteligências nos leva a valorizar de forma mais ampla a multiplicidade
da sociedade e tratar igualitariamente os seres dotados de capacidades diferentes.
Percebendo que todos são eficientes e funcionais na resolução de problemas e na
elaboração de produtos, mostrando que todos se beneficiam das diversidades
intelectuais.
A teoria teve seu crescimento principalmente devido a preocupação de todos com a
qualidade educacional. Primeiramente o desenvolvimento das I.M. interessou mais o
“público em geral” do que os psicólogos da área do desenvolvimento humano. Depois,
os profissionais da área educativa e comunicativa, cujo campo de atuação é a educação
e o diálogo, começaram a dar mais atenção a tal teoria.
Gardner identificou oito inteligências: a linguística, a lógico-matemática, espacial,
musical, cinestésica, interpessoal, intrapessoal e naturalista. Ressalta que, embora todas
as inteligências sejam, até certo ponto, independentes uma das outras, elas dificilmente
funcionam de forma isolada. É preciso uma combinação de inteligências para a
ocupação e realização de um determinado produto. Toma-se como exemplo um
engenheiro civil que mescla a inteligência espacial quando trabalha com o planejamento
de seus projetos residenciais e a lógico-matemática para poder conduzir seu trabalho de
forma qualificada.

● Inteligência Linguística
Os componentes para tal habilidade são uma sensibilidade para sons, ritmos e
significados das palavras. Manifesta-se na capacidade de construir imagens verbais. Em
muitos casos, essa inteligência não se manifesta só em mensagens escritas, como no
caso dos trovadores, oradores e pregadores que sensibilizam com a clareza que
transmitem seu conhecimento. Sua presença está intrínseca ao homem, porém é bem
mais vista em alguns indivíduos. Gardner afirma que esta é a inteligência vista em
poetas, pois se utilizam dela para penetrar no ser e despertar emoções. Para facilitar e
fortalecer o desenvolvimento gradual dessa habilidade deve-se se utilizar de meios
como a contação de histórias, debates, interpretação de textos e jogos educativos.

● Inteligência Musical
Caracteriza-se pela habilidade à estímulos musicais, conseguindo apreciar, compor e
reproduzir. Incluindo discriminação de sons, tanto musicais como os sons do dia-a-dia,
como ruídos e barulhos. Por meio de atividades de composição musical, aplicação de
músicas contextualizadas, improvisações e estabelecer relações entre a musicalidade e
fatos históricos, sendo esses métodos que fomentam o gradual desenvolvimento da
inteligência.
● Inteligência Cinestésico
Essa forma de inteligência se manifesta pela capacidade de resolver problemas ou
elaborar produtos, utilizando o corpo para uma comunicação expressiva. Presente em
dançarinos, atletas, cirurgiões, artistas e artesões. O corpo também se expressando é
uma evidência dos aspectos cognitivos do corpo. Hoje, decorrente do avanço
tecnológico acaba por interferir na construção dessa inteligência, já que afastam da
experimentação e convivência externa. Para modificar isso é necessário criar conexões
com a entre comportamentos mentais e corporais, como na aplicação de encenações
mímicas, danças, esporte, jogos de tabuleiro, passeios educativos e espaços interativos.

● Inteligência Espacial
Gardner descreve a inteligência espacial como a capacidade para perceber o mundo
visual e espacial de forma precisa. É a habilidade para manipular formas ou objetos
mentalmente, percebendo essas formas iguais ou diferentes em objetos apresentados sob
outros ângulos. Para fortalecer essa competência a introdução de jogos como
quebra-cabeças, pinturas, esculturas, utilização de gráficos e uso de mapas constrói tal
inteligência.

● Inteligência Lógico-Matemática
A inteligência lógico-matemática se manifesta através da facilidade para o cálculo, na
capacidade de se perceber a geometria nos espaços, na satisfação revelada por muitos
em criar e solucionar problemas lógicos e perceber que tudo que está no mundo está
escrito em símbolos matemáticos. Essa é habilidade que explora as relações, categorias
e padrões através da manipulação de objetos ou símbolos, lidando com séries de
raciocínio, reconhecendo e solucionando problemas. Atividades como a elaboração de
problemas com probabilidade, gráficos matemáticos, observação de formas
geométricas, elaboração de análise de conjuntos, são meios que propiciam o
desenvolvimento de tal inteligência.

● Inteligência Naturalista
A inteligência naturalista ou biológica ou ecológica, a última identificada por Gardner,
refere-se à competência para perceber a natureza de forma completa, sentindo os
processos de acentuada empatia, sentimentalismo por animais e vegetais. Logo, é
formada uma percepção de ecossistemas e habitats, podendo se estender a um
sentimento ecológico. Essa inteligência tem como exemplo impar, o Darwin, construtor
da obra “A origem das espécies”. Para dar um ênfase a essa inteligência, pode-se
cultivar hortas, pomares, jardins, fazer visitações a zoológicos, aquários, parques
ecológicos, fotografar animais e vegetais e utilização de instrumentos de guia.

● Inteligência Interpessoal
Descrita como a habilidade de entender e responder a sentimentos e humores,
temperamentos, motivações e desejos de outras pessoas, reagindo apropriadamente a
partir dessa percepção. Ela é bem explicitada nas atividades profissionais de um
psicoterapeuta, professores, políticos, vendedores. Para estimular e promover esta
inteligência é necessário a utilização de círculos de debates, busca de outras
perspectivas para a realização da solução dos problemas e desenvolvimento de
pesquisas e discussões sobre pessoas que participaram relevantemente da história ou do
grupo inserido.

● Inteligência Intrapessoal
Esta inteligência refere-se ao próprio eu, ao próprio conhecimento dos aspectos
internos, sonhos, ideias, para assim discriminá-los e lançar mão deles na solução de
problemas pessoais. Sendo o reconhecimento de habilidades, necessidades desejos,
formula assim uma imagem precisa de si própria, utilizando tal inteligência para atuar
efetivamente na sua própria vida. Como esta inteligência é a mais pessoal de todas, ela
só é observável através dos sistemas simbólicos das outras inteligências, ou seja, através
de manifestações linguísticas, musicais ou cinestésica.

Embora todos os seres humanos possuam todas as inteligências, diferenciando-se


somente em níveis de atuação em cada inteligência, certos indivíduos são considerados
“promissores”. Eles são extremamente bem dotados com as capacidades e habilidades
essenciais daquela inteligência. Este fato se torna importante para a cultura como um
todo, uma vez que, em geral, esses indivíduos excepcionalmente talentosos realizarão
feitos notáveis nas manifestações culturais de cada inteligência.

5 – O DESENVOLVIMENTO DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

5.1 – Fatores Genéticos e Neurológicos


Na sua teoria, Gardner propõe que todo individuo tem a habilidade para
questionar e procurar respostas usando todas as inteligências. Todos os seres humanos
possuem como parte de uma bagagem genética, certas habilidades básicas para todas as
inteligências. Logo, está intrínseco ao homem o conhecimento por parte de todos as
inteligências, deixando que cada um selecione aquelas que mais estão presentes e em
uso. A linha de desenvolvimento de cada inteligência, no entanto, será determinada
tanto por fatores genéticos e neurológicos quanto por condições ambientais, de
estímulo.

5.2 – Condições Ambientais – Escola e Cultura


É de extrema importância para a compreensão de como se desenvolve as
inteligências múltiplas no ser humano, termos a noção de cultura. De acordo com
Edward Tylor (1832-1917), defini-se cultura como:

“todo um complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, leis,


costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem
como membro de uma sociedade” (Laraia, Roque de Barros, 1932)

De acordo com a definição de inteligência de Gardner, o homem desenvolve


suas habilidades influenciadas também pelas condições, não apenas genéticos ou
neurobiológicos, mais também pela condição ambiental cultural. O meio em que está
inserido é o que lhe induzirá a aperfeiçoar determinadas inteligências em favor ao
próprio meio. Gardner sugere que alguns talentos só se desenvolvem porque são
valorizados pelo ambiente e que cada cultura valoriza alguns talentos que devem ser
dominados e repassados para gerações futuras.
5.3 – Estágios do Desenvolvimento
Segundo Gardner, cada domínio pode ser visto em termos de uma sequência
de estágios. Enquanto todos os indivíduos normais possuem os estágios mais básicos em
todas as inteligências, os estágios mais sofisticados dependem de mais trabalho ou
aprendizado.

5.3.1 – Habilidade Padrão Cru


Ele é visto em bebês quando começam a perceber o mundo a sua volta.
Nesta fase, os bebês apresentam a capacidade de processar diferentes informações
possuindo potencial para desenvolver sistemas simbólicos.
5.3.2 – Simbolizações Básicas
Ocorre em torno dos dois aos cinco anos e se revelam através dos sistemas
simbólicos. A criança demonstra sua habilidade em cada inteligência através da
compreensão e do uso de símbolos, como: a musica através de sons; a linguagem por
meio de conversas ou histórias; a inteligência espacial a partir de desenhos.
Após esse estágio, a criança, depois de ter adquirido alguma competência no
uso das simbolizações básicas, ela evolui para níveis mais elevados do domínio da
inteligência em meio a influencias de valorização em sua cultura.

5.3.3 – Sistemas de Segunda Ordem


À medida que as crianças progridem na sua compreensão dos sistemas
simbólicos, elas aprendem os sistemas que Gardner chama de sistemas de segunda
ordem, ou seja, a grafia de sistemas como a escrita, os símbolos matemáticos, músicas
escritas e cifras. Nesse estágio o fator cultural tem impacto essencial para o
desenvolvimento de certas inteligências. Elas demonstram ter maior eficácia do
desempenho de atividades valorizadas pelo grupo social.

5.3.4 – Ocupações Vocacionais ou Não Vocacionais


Finalmente, na adolescência e idade adulta, as inteligências se revelam
através de ocupações vocacionais ou não vocacionais, adota-se um campo específico de
atuação e o foco maior se torna ele. Assim, o individuo se realiza em papéis que são
significativos e valorizados em sua cultura.

6 – ADAPTAÇÕES DE SUA TEORIA ÀS ESCOLAS

As implicações da teoria de Howard Gardner para a educação são claras


quando se analisa a importância dada às diversas formas de pensamento, aos estágios de
desenvolvimento das várias inteligências e à relação existente ente esses estágios, a
aquisição de conhecimento e cultura.

6.1 – Métodos e Técnicas


Segundo sua teoria, Gardner, mostra algumas alternativas para algumas
práticas educacionais atuais como visualizar o indivíduo de forma integral, valorizando
sua multiplicidade sem diferenciá-lo, favorecendo a diversidade em sala de aula;
trabalhar com uma educação focada na criança, com currículos específicos para cada
área do saber, trabalhando assim com atividades para cada inteligência; como raramente
essas inteligências trabalham isoladamente, trabalhar unindo os domínios é o essencial
para desenvolver o conhecimento; o meio escolar também teve um peso considerável
dentro da sua teoria, pois ele deve ser mais amplo e variado, que dependa menos do
desenvolvimento exclusivo da lógica e da linguagem.

6.2 – Preparo do Professor


O autor ressalta a capacidade que o professor deve ter em lidar com a
pluralidade das inteligências, a fim de obter melhores resultados, tentando estimular
todas as habilidades potenciais do aluno quando se está ensinando determinado
conteúdo. Da mesma forma que se deve trabalhar o domínio primordial, deve-se
trabalhar as fraquezas encontradas, pois as inteligências são utilizadas em conjunto.

6.3 – Preparo da Escola


Gardner chama atenção para o fato de que as escolas, embora elas declarem
que preparam seus alunos para a vida, a vida com certeza não vai limitar apenas a
raciocínios verbais e lógicos. Ele propõe que as escolas favoreçam o conhecimento de
diversas disciplinas básicas, que encorajem seus alunos a utilizar essas aprendizagens
para resolver problemas e fazer atividades relacionadas a vida na comunidade a que
pertencem e que favoreçam o desenvolvimento de combinações intelectuais individuais.
Além desse ponto proposto por Howard, é que antigamente o conhecimento
tinha como propósito ser universal, mas hoje é difícil trabalhar com o mesmo
pensamento já somente com um domínio já se torna complicado, imagine com os
diversos. Desse modo, as escolas brasileiras vêm modificando sua atuação a partir das
descobertas de Gardner. Tal modificação necessitou para uma maior ampliação e
variação que a criança possa ter contato com os diversos objetos que o meio lhe
proporciona. A escola deveria procurar adequar os indivíduos não apenas a áreas
curriculares, mas também a maneira particular de ensinar esses assuntos. Logo, uma
escola que vise a utilização da teoria dele deve desenvolver no individuo as diversas
inteligências e auxiliá-los a atingir o bom convívio em seu espectro de competências,
lembrando que todas as pessoas tem suas diferentes habilidades.
6.4 – Modo de Avaliar
Primeiramente, a avaliação não deve medir a inteligência, pois ela é
complexa demais para que um teste a meça. Devem-se procurar atividades que levantem
informações que vão além do interior dos alunos. De acordo com Howard Gardner, os
meios de avaliação deveriam buscar fundamentalmente as capacidades de resolver
problemas ou elaborar produtos nos indivíduos, através de uma variedade de materiais.
Ele faz uma distinção entre avaliação e teste. Segundo ele, a avaliação
favorece levantamentos de informações durante atividades do dia-a-dia, enquanto os
testes acontecem fora do ambiente conhecido do individuo testado. Tirando assim um
maior proveito da pluralidade das inteligências, a fim de obter melhores resultados, e
para tanto, ao invés de usar a avaliação apenas como uma maneira de classificar,
aprovar ou reprovar os alunos, esta deve ser usada para informar o aluno sobre sua
capacidade e informar o professor o que está sendo aprendido.
Para Gardner, a avaliação de ser realizada em ambientes conhecidos e com
materiais conhecidos ao aluno. Ele também enfatiza a necessidade de avaliar as
diferentes inteligências em termos de suas manifestações culturais e ocupações
específicas.
7 – CONCLUSÃO

A partir dessa pesquisa, voltada e dedicada a teoria das inteligências


múltiplas do psicólogo humanista Howard Gardner, que o estudo dos seus
conhecimentos sobre o assunto deve ser analisado pelos educadores de modo a
desenvolver e usar as I.M’s a favor de uma aprendizagem voltada ao enriquecimento
intelectual múltiplo de conhecimento e inovações para a vida pessoal e social dos alunos
praticam de forma guiada pelo educador.
8 – REFERÊNCIAS

ANTUNES, Celso, 1937 – Jogos para estimulação das múltiplas inteligências / Celso
Antunes. 14. Ed. – Petrópolis, RJ:Vozes, 2007.

LARAIA, Roque de Barros, 1932 – Cultura: Um conceito antropológico / Roque de


Barros Laraia. – 16. Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003

BLYTHE, T.; Gardner, H. A school for all intelligences. Educational Leadership, v.47,
n.7, p.33-7, 1990.

GARDNER, H.; Giftedness: Speculation from a biological perspective. In: Feldman,


D. H. Developmental approaches to giftedness and creativity. São Francisco, 1982,
1982. P.47-60

GARDNER, H.; Hatcb, T. Multiple intelligences go to school: Educational


implications of the theory of Multiple Intelligences. Educational Researcher, v.18, n.
8. P.4-10, 1989

WALTER, J.M.; GARDNER, H. The theory of multiple multiple intelligences: Some


issues and answers. In: Stemberg, RJ.; Wagner, R.K. (ed.) Pratical intelligence: nature
and origins of competence in the every world. Cambridge University Press, p. 163-82

GARDNER, Howard. Inteligências múltiplas: a teoria na prática / Howard Gardner;


trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese. – Porto Alegre: Artes Médicas, 1995

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