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Métodos Matemáticos

Método Iterativo
Linear
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Método Iterativo Linear
 Vamos nos atentar aos seguintes procedimentos:
1. 𝑓(𝑥) tem de ser transformada em 𝒇(𝒙) = 𝒈(𝒙) − 𝒙, sendo 𝑔(𝑥)
uma função iterativa;
2. Se f(x)=0, temos 𝑥 = 𝑔(𝑥);
3. Determina-se: 𝑥𝑛+1 = 𝑔(𝑥𝑛 );
4. Sendo 𝑎 = 𝑥0 , calcula-se 𝑓(𝑥0 );
5. Se 𝑓 𝑥𝑜 ≤ 𝜖 → 𝑥0 é raiz;
4
6. Se 𝑓 𝑥𝑜 > 𝜖 → busca por 𝑥1 ;
7. 𝑥1 é obtido ao utilizar 𝑥𝑛+1 = 𝑔(𝑥𝑛 ), sendo 𝑥1 = 𝑔 𝑥0 ;
8. Retorna-se ao passo 4, sendo 𝑎 = 𝑥1 .
5
Exemplo
Seja f uma função contínua em R, definida pela seguinte lei
de formação: 𝑓 𝑥 = 𝑥 3 − 2𝑥 + 3. Determine a função
𝑔 𝑥 de modo que 𝑓 𝑥 = 𝑔 𝑥 − 𝑥 .
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Pela definição devemos escrever: f(x)=0


𝑥 3 − 2𝑥 + 3 = 0
Vamos isolar x de maior índice:
𝑥 3 = 2𝑥 − 3
3
𝑥 = 2𝑥 − 3
Logo:
3
𝑔 𝑥 = 2𝑥 − 3
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Atividade
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Atividade
Dada a função 𝑓 𝑥 = 𝑥 2 − 3𝑥 + 2, apresente uma
aproximação para uma raiz que está localizada no intervalo
I [1,5;4,5] com x0=3, ϵ=0,01 e no máximo 2 iterações no
Método Iterativo Linear.
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Para a aplicação do MIL tem-se :


𝑓 𝑥 =𝑔 𝑥 −𝑥
Como 𝑓 𝑥 = 𝑥 2 − 3𝑥 + 2 e fazendo 𝑓 𝑥 = 0, temos:
𝑥 2 − 3𝑥 + 2 = 0 → 𝑥 2 = 3𝑥 − 2 → 𝑥 = ± 3𝑥 − 2
Determina-se que 𝑔 𝑥 = ± 3𝑥 − 2, atende a condição
x=g(x).
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Vamos assumir somente a lei de formação positiva.


𝑥𝑛+1 = 𝑔 𝑥𝑛 → 𝑥𝑛+1 = 3𝑥 − 21º iteração: Sendo
𝑥0 =3, temos:
𝑥1 = 3 ∙ 3 − 2 = 9 − 2 = 7 = 2,645
Teste de |𝑓 𝑥1 |
𝑓 𝑥1 = 𝑓 2,645 = 2,6452 − 3 ∙ 2,645 + 2
= 6,996 − 7,935 + 2 = 1,061
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Como a imagem de x1 é maior que o erro, deve-se realizar


mais uma iteração:
2º iteração: Sendo 𝑥1 = 2,645, temos:
𝑥2 = 2,645 ∙ 3 − 2 = 7,935 − 2 = 5,935 = 2,436
Como a questão somente exige duas iterações, finaliza-se a
questão com a determinação de 𝑥2 .
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Método Newton-
Raphson
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Método Newton-Raphson

 Esses são os passos do método:


1. Se 𝑓 𝑥𝑛 ≤ 𝜖 → 𝑥𝑛 é Zero da Função;
2. Se 𝑓 𝑥𝑛 > 𝜖 → 𝑥𝑛 não é Zero da Função;
 Devemos, assim, determinar 𝑥𝑛+1
3. Para determinar esse valor utilizaremos:
𝑓 𝑥𝑛
 𝑥𝑛+1 = 𝑥𝑛 − ;
𝑓′ 𝑥𝑛
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Se 𝑓 𝑥𝑛+1 > 𝜖 → 𝑥𝑛+1 não é zero. Retornaremos ao
passo 3.

Fonte: elaborado pelo professor pelo software GeoGebra.


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Atividade
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Seja f, uma função contínua em R, definida pela seguinte


lei: 𝑓 𝑥 = 𝑥 3 − 2𝑥 + 2. Considerando e = 0,1, x1= -2 e no
máximo 1 iteração, determine uma aproximação para a raiz
em I = [-2;-1].

Fonte: elaborado pelo professor pelo software GeoGebra.


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𝑓 𝑥 = 𝑥 3 − 2𝑥 + 2; 𝑓 −2 = −2
𝑓 ′ 𝑥 = 3𝑥 2 − 2; 𝑓 ′ −2 = 10
𝑓 𝑥0 2 2
𝑥1 = 𝑥0 − = −2 − − = −2 + = −1,8
𝑓′(𝑥0 0 10 10
𝒇 −𝟏, 𝟖 = −𝟏, 𝟖 𝟑 − 𝟐 ∙ −𝟏, 𝟖 + 𝟐
𝒇 −𝟏, 𝟖 = −𝟓, 𝟖𝟑𝟐 + 𝟑, 𝟔 + 𝟐 = −𝟎, 𝟐𝟑𝟐
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Polinômio
Interpolador
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Polinômio Interpolador
 Considere (n+1) pontos ordenados: (𝑥0 , 𝑓 𝑥0 ; (𝑥1 , 𝑓 𝑥1 ;
(𝑥2 , 𝑓 𝑥2 … (𝑥𝑛 , 𝑓 𝑥𝑛 . O método que será estudado consiste em
determinar um polinômio de grau ≤ 𝑛 obtidos com base nos
pontos conhecidos. O polinômio interpolador tem a forma:

𝑝 𝑥 = 𝑎0 + 𝑎1 𝑥 + 𝑎2 𝑥 2 + ⋯ + 𝑎𝑛 𝑥 𝑛

e é obtido por meio da solução do seguinte sistema


linear. Destaca-se que p(x) é uma aproximação que se realiza d e f(x).
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𝑎0 + 𝑎1 𝑥0 + 𝑎2 𝑥02 +∙∙∙ +𝑎𝑛 𝑥𝑜𝑛 = 𝑓(𝑥0 )


𝑎0 + 𝑎1 𝑥1 + 𝑎2 𝑥12 +∙∙∙ +𝑎𝑛 𝑥1𝑛 = 𝑓(𝑥1 )

𝑎0 + 𝑎1 𝑥𝑛 + 𝑎2 𝑥𝑛2 +∙∙∙ +𝑎𝑛 𝑥𝑛𝑛 = 𝑓(𝑥0 )
Note que é em função do número de pontos conhecidos
que vamos determinar o grau do polinômio interpolador.
Para resolver o sistema, pode-se utilizar vários métodos.
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Exemplo
Considere os seguintes pontos: A(0, 4) e B(2,6). Determine
o polinômio que interpola os pontos A e B.
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Vamos utilizar os sistemas lineares para determinar o


polinômio interpolador. 𝑥0 = 0; y0 = 4; 𝑥1 = 2 e y1 = 6
𝑎∙0+𝑏 =4 2𝑎 + 4 = 6
𝑎∙2+𝑏 =6 2𝑎 = 6 − 4
Note que: 2𝑎 = 2
𝑎 = 1 𝑒 𝑏 = 4, 𝐿𝑜𝑔𝑜: 𝑎=1
𝑝1 𝑥 = 𝑥 + 4
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Forma de Lagrange
para o polinômio
interpolador
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Definição
Vamos considerar, novamente, um conjunto formado por (n+1)
pontos distintos: (𝑥0 , 𝑓 𝑥0 ; (𝑥1 , 𝑓 𝑥1 ; (𝑥2 , 𝑓 𝑥2 … (𝑥𝑛 , 𝑓 𝑥𝑛 .
Com base nesses pontos é que o polinômio interpolador é
determinado e seu grau é menor ou igual a n: 𝑝 𝑛 =
𝑛
𝑘=0 𝑓 𝑥𝑘 𝐿𝑘 (𝑥), onde:

𝑥 − 𝑥0 𝑥 − 𝑥1 … 𝑥 − 𝑥𝑛
𝐿𝑘 𝑥 =
(𝑥𝑘 − 𝑥0 )(𝑥𝑘 − 𝑥1) … 𝑥𝑘 − 𝑥𝑛

𝑝 𝑥 = 𝑓 𝑥0 𝐿0 𝑥 + 𝑓 𝑥1 𝐿1 𝑥 + 𝑓 𝑥𝑛 𝐿𝑛 𝑥 .
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Exemplo
Considere os seguintes pontos: A(1, -2) e B(2, 0) e C(3, 2).
Determine 𝐿0 𝑥 𝑒 𝐿2 (𝑥)
𝑥 − 2 (𝑥 − 3) 𝑥 2 − 3𝑥 − 2𝑥 + 6 𝒙𝟐 − 𝟓𝐱 + 𝟔
𝐿0 𝑥 = = =
(1 − 2)(1 − 3) −1 ∙ (−2) 𝟐
𝑥 + 2 (𝑥 − 2) 𝑥 2 + 2𝑥 − 2𝑥 − 4
𝐿2 𝑥 = = =
(3 − 1)(3 − 2) 2∙1
𝒙𝟐 − 𝟒
=
𝟐
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Fórmula
Newton-Cotes
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Definição
A integração pela fórmula Newton-Cotes é baseada no
polinômio interpolador de Lagrange.
𝑏 𝑏
𝐼𝑛𝑐 𝑓 = 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 ≅ 𝑝𝑛 𝑥 𝑑𝑥
𝑎 𝑎
𝑛
Sabe-se que: 𝑝𝑛 𝑥 = 𝑖=0 𝑓 𝑥𝑖 𝐿𝑖 (𝑥) .
Logo,
𝑏 𝑏 𝑛
𝐼𝑛𝑐 𝑓 = 𝑎
𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 ≅ 𝑎 𝑖=0 𝑓 𝑥𝑖 𝐿𝑖 (𝑥) 𝑑𝑥.
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𝑥𝑖 é definido pela variação de

𝑏−𝑎
ℎ=
𝑛
Onde n é número de subintervalos em [a,b]. Logo,

𝑥0 = 𝑎; 𝑥1 = 𝑥0 + ℎ; … ; 𝑥𝑛 = 𝑥𝑛−1 + ℎ = 𝑏
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Exemplo
Calcule a área limitada pelo conjunto do plano limitado
pelas retas x=0, x=1, y=0 e pelo gráfico de f(x)= 𝑥 2
Utilizando a Fórmula Newton-Cotes.
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1 2+1 1 3 1
2
𝑥 𝑥
𝐴= 𝑥 𝑑𝑥 = = =𝐹 1 −𝐹 0
0 2+1 0 3 0
13 1 03 1 1
𝐹 1 = = eF 0 = =0 𝐴 = −0=
3 3 3 3 3
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Vamos interpolar os pontos A(0,0) e B(1,1), utilizando


sistemas lineares. = 𝑝1 𝑥 = 𝑎𝑥 + 𝑏
𝑎∙0+𝑏 =0
Note que: b=0 e a=1 𝑝1 𝑥 =𝑥
𝑎∙1+𝑏 =1
Vamos então integrar 𝑝1 (𝑥)
1 2 1
𝑥 1 1
𝑥 𝑑𝑥 = = −0=
0 2 0 2 2
33

Regra do
Trapézio
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Regra do Trapézio
A integração pela Regra do Trapézio consiste em subdividir
a região de integração em trapézios e calcular o somatório
𝑏
dessas áreas, aproximando-se do valor de 𝑎 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 .

Fonte: Santos e Gibim (2015, p.190).


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Decorrente dessa estratégia, tem-se:
n = nº de trapézios que serão utilizados;
𝑥𝑛 −𝑥0 𝑏−𝑎
h = altura de cada trapézio ℎ = = ;
𝑛 𝑛
Classifica-se:
Extremos: 𝑓 𝑥0 e 𝑓 𝑥𝑛 ;
Internos: 𝑓 𝑥1 , 𝑓 𝑥2 … 𝑓(𝑥𝑛−1 ).
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 De um modo geral, a regra pode ser generalizada:


𝑏
𝑓 𝑥 𝑑𝑥 ≅ (0,5 𝑓(𝑥𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠 ) + 𝑓(𝑥𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜𝑠 )) ∙ ℎ
𝑎
37

Atividade
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Calcule a seguinte integral


5
ln 1 + 2𝑥 𝑑𝑥
3
Pela Regra dos Trapézios, considere h=0,5.
Arredonde pelo simétrico na segunda casa decimal.
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i 𝑥𝑖 𝑓(𝑥𝑖 )
0 3 ln 1 + 2 ∙ 3 = ln 7 = 1,95
1 3,5 ln 1 + 2 ∙ 3,5 = ln 8 = 2,08
2 4 ln 1 + 2 ∙ 4 = ln 9 = 2,2
3 4,5 ln 1 + 2 ∙ 4,5 = ln 10 = 2,3
4 5 ln 1 + 2 ∙ 5 = ln 11 = 2,4
40
𝑥𝑖 𝑓(𝑥𝑖 ) Extremo Interno
Extremo 3 1,95 1,95
Interno 3,5 2,08 2,08
Interno 4 2,2 2,2
Interno 4,5 2,3 2,3
Extremo 5 2,4 2,4
Soma 4,35 6,58

5
ln(1 + 2𝑥) 𝑑𝑥 ≅ 0,5 ∙ 4,35 + 6,58 0,5 = 4,38
3
41

Regra de
Simpson
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Regra de Simpson
A Regra de integração de Simpson se vale de aproximações
de pequenos trechos de curvas por meio de pequenas
parábolas, conforme apresenta a figura abaixo:

Fonte: Santos e Gibim (2015, p.202).


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Para o calculo da integral são utilizados os seguintes elementos:
𝑥𝑛 − 𝑥0 𝑏 − 𝑎
ℎ= =
𝑛 𝑛
 Simplificando, tem-se:
𝑏

𝑓 𝑥 𝑑𝑥 ≅ [ 𝑓 𝑥𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠 + 4 (𝑥𝑖=𝑖𝑚𝑝𝑎𝑟 ) + + 2 𝑓(𝑥𝑖=𝑝𝑎𝑟 )]
𝑎 3
44
Exemplo
Considere a seguinte tabela que Tempo(s) Posição(m)
mostra a velocidade de um móvel em 0 4
um determinado instante. 1 5
Determine o espaço percorrido 2 8
utilizando a Regra de Simpson. 3 15
4 20
5 30
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h=1
i 𝑥𝑖 𝑓(𝑥𝑖 ) Extremo Interno impar Interno par
Extremo 0 0 4 4
Interno 1 1 5 5
Interno 2 2 8 8
Interno 3 3 15 15
Interno 4 4 20 20
Externo 5 5 30 30
Soma 34 20 28
46

𝑏 ℎ
𝑎
𝑓 𝑥 𝑑𝑥 ≅ [ 𝑓 𝑥𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠 + 4 𝑓(𝑥𝑖= í𝑚𝑝𝑎𝑟 )+ 2 𝑓(𝑥𝑖=𝑝𝑎𝑟 )]
3
1 1
𝑓(𝑥)𝑑𝑥 ≅ (34 + 4 ∙ 20 + 2 ∙ 28) = (34 + 80 + 56)
3 3
1 170
= ∙ 170 = = 56,67
3 3

O móvel percorreu 56,67 m


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Referências
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ARENALES, S.; DAREZZO, S. Cálculo numérico: aprendizagem com apoio de


software. São Paulo: Thompson Learning, 2008.

BURDEN, R. L.; FAIRES, J. D. Análise numérica. São Paulo: Pioneira Thompson


Learning, 2003.

CANTÃO, L. A. P. Cálculo numérico e computacional. Disponível em:


<http://www2.sorocaba.unesp.br/professor/luiza/CNC/apostila.pdf>.

FRANCO, Neide Bertoldi. Cálculo numérico. São Paulo: Pearson, 2006.

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