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Desenvolvimento Psicossocial na Vida Adulta Intermediária

Os cientistas do desenvolvimento consideram o desenvolvimento psicossocial da


meia-idade de duas formas: objetivamente, em termos das trajetórias ou caminhos, e
subjetivamente, em termos da percepção que as pessoas têm de si mesmas e da forma como
elas construíram ativamente as suas vidas. Mudança e continuidade devem ser vistas no
contexto e em termos da vida como um todo.
Embora alguns teóricos afirmem que a personalidade está essencialmente formada
na meia-idade, há um consenso crescente de que o desenvolvimento da meia-idade mostra
tanto mudança como estabilidade. Teóricos humanistas, como Maslow e Rogers, viam a
meia-idade como uma oportunidade para mudança positiva.
O modelo dos cinco fatores de Costa e McCrae mostra uma mudança mais lenta após
os 30 anos de idade. Outra pesquisa do traço encontrou mudança positiva mais significativa
com diferenças individuais.
Carl Jung afirmava que homens e mulheres na meia-idade expressam aspectos da
personalidade antes reprimidos. Duas tarefas necessárias são abandonar a imagem de
jovem e reconhecer a mortalidade.
O sétimo estágio psicossocial de Erikson é a gene atividade versus estagnação. A
geratividade pode ser expressa por meio da parentalidade e por tornar-se avô, de ensino ou
aconselhamento, da produtividade ou criatividade, do autodesenvolvimento e da
“manutenção do mundo”. A virtude deste período é o cuidado. A pesquisa atual sobre
geratividade a considera mais prevalente na meia-idade, mas esse padrão não é universal.
Vaillant e Levinson encontraram mudanças importantes na meia-idade no estilo de vida e na
personalidade.
A maior fluidez do ciclo de vida hoje tem enfraquecido parcialmente a suposição de
um “relógio social”.
Problemas e temas psicossociais cruciais durante a vida adulta intermediária dizem
respeito à existência de uma crise de meia-idade, desenvolvimento da identidade (incluindo
identidade de gênero) e bem-estar psicossocial. Pesquisas não apoiam uma crise normativa
da meia-idade. É mais correto referir-se a uma transição que pode ser um momento
psicológico decisivo.
De acordo com a teoria do processo de identidade de Whitbourne, as pessoas
continuamente confirmam ou revisam as suas percepções sobre si mesmas com base na
experiência e no retorno dos outros. Os processos de identidade característicos de um
indivíduo podem prever adaptação ao envelhecimento. Geratividade é um aspecto do
desenvolvimento da identidade.
A psicologia narrativa descreve o desenvolvimento da identidade como um processo
contínuo de construção da história de vida. Pessoas altamente generativas tendem a
focalizar-se em um tema de redenção.
Algumas pesquisas encontraram uma crescente “masculinizarão” das mulheres e
“feminização” dos homens na meia-idade, mas isto pode ser largamente um efeito de coorte.
As pesquisas não confirmam o cruzamento de gênero proposto por Gutmann. Emotividade e
personalidade estão relacionadas a bem-estar psicológico.
Pesquisa baseada na escala de seis dimensões de Ryff revelou que a meia-idade é
geralmente um período de saúde mental positiva e bem-estar, embora o nível
socioeconômico seja um fator.
Duas teorias sobre a importância da mudança dos relacionamentos são a teoria do
comboio social de Kahn e Antonucci e a teoria da seletividade socioemocional de
Carstensen.
De acordo com ambas as teorias, o apoio socioemocional é um elemento importante
na interação social da meia-idade em diante. Os relacionamentos na meia-idade são
importantes para a saúde física e mental, mas também podem apresentar demandas
estressantes.
Pesquisa sobre a qualidade dos casamentos sugere umaqueda na satisfação conjugal
durante os anos de criação de filhos, seguida por uma melhora no relacionamento após os
filhos deixarem a casa dos pais.
A coabitação na meia-idade pode afetar negativamente o bem-estar dos homens.
Divórcio na meia-idade pode ser estressante e pode acarretar uma mudança de vida. O
capital conjugal tende a dissuadir o divórcio na meia-idade.
O divórcio hoje pode ser menos ameaçador ao bem--estar na meia-idade do que no
período adulto jovem. As pessoas casadas tendem a ser mais felizes na meia-idade do que as
pessoas em qualquer outro estado civil.
Em razão de alguns homossexuais adiarem assumir sua orientação sexual, na meia-
idade eles podem estar apenas começando a estabelecer relacionamentos íntimos. As
pessoas de meia-idade tendem a investir menos tempo nas amizades do que os adultos mais
jovens, mas dependem do apoio emocional e da orientação prática dos amigos.
Pais de adolescentes têm de enfrentar a perda do controle sobre as vidas de seus
filhos. O esvaziamento do ninho é libertador para muitas mulheres, mas pode ser estressante
para casais cuja identidade depende do papel de pais, ou para aqueles que agora têm de
enfrentar problemas conjugais anteriormente ignorados.
Pais de meia-idade tendem a permanecer envolvidos com seus filhos adultos, e a
maioria, em geral, é feliz com o rumo das vidas de seus filhos. Podem surgir conflitos sobre
a necessidade de os filhos adultos serem tratados como tais e os pais continuarem a se
preocupar com eles.
Atualmente, mais adultos jovens estão adiando a partida da casa dos pais ou estão
retornando a ela, algumas vezes com suas próprias famílias. Os ajustes tendem a ser mais
tranquilos quando os pais veem os filhos adultos se encaminhando para a autonomia.
Relacionamentos entre adultos de meia-idade e seus pais são geralmente
caracterizados por uma forte ligação afetiva. As duas gerações geralmente mantêm contato
frequente e oferecem e recebem assistência. O auxílio flui dos pais para os filhos.
À medida que a vida passa, mais e mais pais idosos se tornam dependentes dos
cuidados de seus filhos de meia-idade. A aceitação dessas necessidades de dependência é a
marca da maturidade do filho e pode ser o desfecho de uma crise filial. As chances de
tornar-se um cuidador de um pai idoso aumenta na meia-idade, sobretudo para as mulheres.
Cuidar pode ser uma fonte de considerável estresse, mas também de satisfação.
Programas de apoio da comunidade podem ajudar a evitar o esgotamento do cuidador.
Embora os irmãos tendam a ter menos contato na meia--idade do que antes e depois,
a maioria dos irmãos de meia-idade permanece em contato, e seus relacionamentos são
importantes para o bem-estar.
A maioria dos adultos norte-americanos tornam-se avós na meia-idade e têm menos
netos que as gerações anteriores. A separação geográfica não afeta necessariamente a
qualidade dos relacionamentos entre avós e netos. O divórcio e um novo casamento de um
filho adulto pode afetar o relacionamento entre avós e netos. Um número cada vez maior de
avós está criando netos cujos pais são incapazes de fazê-lo. Criar os netos pode acarretar
tensões físicas, emocionais e financeiras.

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