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TRABALHO DE HISTÓRIA E FILOSOFIA

I. Na carta, Pero Vaz de Caminha mostra como foi o primeiro encontro


entre os portugueses e os indígenas:

“Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam
arcos nas mãos, e suas setas. Vinham todos rijamente em direção ao batel. E
Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os depuseram.”

“A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons


narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso
de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara.
Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado
e metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da
grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como um furador. Metem-nos
pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes
é feita a modo de roque de xadrez. E trazem-no ali encaixado de sorte que não
os magoa, nem lhes põe estorvo no falar, nem no comer e beber.”

https://querobolsa.com.br/enem/literatura/carta-de-pero-vaz-de-caminha

https://novaescola.org.br/conteudo/2097/a-carta-de-pero-vaz-de-caminha-
como-interpretar-nosso-primeiro-documento

II. Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas.
[...] tomou dois daqueles homens da terra, mancebos e de bons corpos [...] A
feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons
narizes, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de
cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em
mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus
ossos brancos e verdadeiros. Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento
de proveito, por o mar quebrar na costa.

http://www.uel.br/eventos/estudosliterarios/pages/arquivos/Marcelo
%20Silveira%20e%20Damaris%20Kaninsanh%20Felisbino_texto
%20completo.pdf

III. Sim, nesses trechos, é possível identificar que os portugueses


trouxeram consigo os padrões de beleza eurocêntricos e os usaram
ao dizer que os índios tinham “bons rostos e bons narizes, bem feitos.”
Além disso, eles inferiorizam o povo indígena ao considerá-lo
ingênuo.

Pero Vaz de Caminha descreve como é a relação entre esses dois


povos de costumes tão diferentes: os índios não entendem o motivo
pelo qual os portugueses apreciam o sabor do vinho; por outro lado, os
portugueses não entendem a cultura e a forma como os índios usam
seus adereços.

IV. Na visão de Caminha, as terras a que chegara eram um achamento, exatamente por na
constarem nas cartas de navegação oficiais da época. O desconhecimento das terras
apontado por Caminha, no entanto, não invalida o fato que de aqui existiam populações
indígenas estruturas e que, portanto, eram os habitantes locais. Em sua carta ao
rei, datada de 1° de maio de 1500, Caminha tece considerações
sobre a terra encontrada e seus habitantes. O escrivão da frota de
Cabral faz elogios a natureza Brasílica, diz ele: “em tal maneira é tão
graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-ia nela tudo”. Esta
célebre frase, aponta para as potencialidades da nova terra,
formando imagem da exuberância da natureza enaltecida em outros
trechos.
V. Pero Vaz de Caminha tinha impressão de uma terra muito formosa, muito extensa,
cheio de árvores e um longo mar, para ele a terra tinha bons ares frescos e clima
temperado. Podendo ver no seguinte trecho “ De ponta a ponta é toda praia...
muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar,
muito grande; porque a estender olhos, não podíamos ver senão terra e
arvoredos -- terra que nos parecia muito extensa.Até agora não
pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou
ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares
frescos e temperados...”

VI. Na passagem, o termo  "salvar esta gente" utilizado pelos


portugueses ao referir-se aos povos nativos brasileiros, diz
respeito a alimentá-los, já que os europeus consideravam que
os indígenas passavam fome, ou não comiam direito, uma
inverdade, pois, estes povos se alimentavam de frutos
extraídos da natureza, além de pescarem e alguns grupos
também caçarem.
 Salvar os indígenas para os portugueses era importante, pois isto
os faria leais, ou seja, eles respeitariam e obedeceriam aos
europeus que os alimentavam.

VII. O Período Pré-Colonial é aquele que se inicia com a chegada dos


portugueses ao Brasil em 1500. Ele prevalece até 1530, quando a
Colonização é implantada por meio da instituição de capitanias
hereditárias.
Esse período foi marcado por ter atividades econômicas bem
específicas de extração do pau-brasil e novas relações sociais com os
indígenas. 
O Período Pré-Colonial compreende desde a chegada dos portugueses ao
Brasil, em 1500, até meados da década de 1530. Essa fase encerrou-se com a
implantação do sistema de capitanias hereditárias e ficou conhecida dessa
forma pela ausência de uma política de colonização e de ocupação por parte
de Portugal em relação ao Brasil.
A chegada dos portugueses ao Brasil estava relacionada com o pioneirismo de
Portugal e, depois, da Espanha, durante o desenvolvimento das grandes
navegações marítimas. Primeiramente, nesse processo, deve-se levar em
consideração a consolidação da monarquia em Portugal no século XIV, a qual
garantia maior centralização de poder e estabilidade política.
Essa centralização do poder garantiu a Portugal um crescimento da sua
atividade mercantil, e isso está muito relacionado com a sua proximidade com
importantes centros do mundo islâmico. Além disso, Lisboa recebeu grandes
investimentos de genoveses, interessados em desenvolver o comércio daquela
região.
O impulso comercial que esse território sofreu, aliado à condição geográfica da
região, possibilitou aos portugueses o desenvolvimento da navegação
marítima.

A chegada dos portugueses ao Brasil ocorreu com a expedição liderada por


Pedro Álvares Cabral, composta por treze caravelas que partiram de Lisboa no
dia 9 de março de 1500. Essa expedição tinha como destino final a Índia,
porém, durante o trajeto, desviou-se do caminho original e acabou alcançando
o Brasil, na região de Porto Seguro, em 22 de abril de 1500.Essa chegada foi o
marco do início do Período Pré-colonial e, somente depois desse período,
é que as estruturas coloniais foram implantadas. Nesses primeiro anos,
os portugueses enviaram dois tipos de expedições para as terras
brasileiras:

 Expedições exploratórias: tinha o objetivo de fazer o levantamento de possíveis


riquezas, mapeamento do litoral 
 Expedições de patrulha: eram responsáveis por fazer a proteção do território,
como guardas-costas
Essas expedições levaram ao desenvolvimento das principais características do
Brasil Pré-colonial:
 Pouco interesse da Coroa portuguesa
 Exploração do Pau-brasil
 Trabalho indígena a partir do escambo
 Construção de Feitorias
 O primeiro impacto que os portugueses tiveram foi encontrar outros
seres humanos. Houveram estranhamentos da parte de ambos os
povos, inclusive alguns portugueses foram vítimas de canibalismo e
antropofagia. 
 Contudo, também houveram recepções pacíficas. Alguns indígenas
viram nos portugueses a figura de possíveis aliados, uma vez que as
tribos viviam em conflito entre si 

Os povos nativos andavam nus, não falavam a mesma língua, tinham


uma cultura completamente diferente e marcada por técnicas primitivas
de caça e confecção de objetos. Mesmo assim, seus saberes eram
valiosos porque só eles conheciam bem aquele território.
Os europeus ofertavam objetos que os nativos nunca tinham visto,
como espelhos, jóias e roupas. Essa troca é chamada historicamente
de escambo e foi adotada como pagamento do trabalho indígena.
Foi aí que descobriram um tipo de madeira tipicamente brasileira que
possuía muitas aplicações comerciais para os portugueses.

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/periodo-
precolonial.htm#:~:text=Os%20anos%20iniciais%20da%20coloniza
%C3%A7%C3%A3o,ind%C3%ADgena%20a%20partir%20do
%20escambo.&text=O%20Per%C3%ADodo%20Pr
%C3%A9%2DColonial%20compreende,meados%20da%20d
%C3%A9cada%20de%201530.

VIII. A chegada dos europeus a solo brasileiro provocou consideráveis mudanças na


organização social, política, cultural e espacial dos povos ameríndios. As
relações sociais estabelecidas entre colonizadores e indígenas ao longo dos 500
anos da história do Brasil acarretaram uma profunda transformação dos modos
de viver e dos hábitos social dos índios. Durante o período do Brasil
Colonial foram extintas muitas sociedades indígenas, sejam por meio das
guerras e extermínios ou em consequência também das doenças trazidas
pelo colonizador, que vitimaram sociedades inteiras, seja pelo convívio
pacífico de índios já catequizados ou impostos pela escravidão
estabelecida no contato com o colonizador. Entre os anos de 1500 e 1530
o Brasil fica praticamente abandonado, com poucas expedições sendo
realizadas e a colonização ou “ocupação do nosso território é
praticamente inexistente, porém, em 1501 já se inicia a exploração do
pau-brasil sendo arrendada ao mercador Fernando de Noronha.

Segundo os Historiadores, o comércio do pau-brasil foi a principal


atividade econômica de Portugal na América até 1530 e sua exploração
continuou ativa durante todo o período colonial. Com o sucesso do
“negócio” do pau-brasil foram criadas as feitorias, onde se destacam as de
Cabo Frio (RJ), Rio de Janeiro (hoje Cidade) e Pernambuco. Sua
exportação era regulada por normas da Coroa Lusitana, cuja principal
característica era obter o maior volume de carga pelo menor custo de
despesa. O pau-brasil crescia no que hoje chamamos de Mata Atlântica,
entre o Rio Grande do Norte e o Rio de Janeiro, mas sua extração era
concentrada no Rio de Janeiro, sul da Bahia e Pernambuco. O
desmatamento ocasionado pela sua exploração levou a sua quase
extinção, pois, nos primeiros trinta anos da colonização portuguesa foi a
principal atividade econômica, resultando em quilômetros de florestas
sendo devastadas, sendo que no séc. XVI mais de 2 milhões de árvores
tenham sido derrubadas. 

Em decorrência da exploração predatória do Pau-brasil, a produção


entrou em queda e foi necessário desenvolver outra atividade econômica
que desse lucro. Tem início então o ciclo da cana de açúcar, baseado na
doutrina mercantilista, onde a colônia existia exclusivamente para atender
os interesses do colonizador, em regime de monocultura, seguindo as
regras do pacto colonial, onde a colônia só podia vender para Portugal e
comprar de Portugal. O açúcar possibilitou um intenso comércio entre
distribuidores e consumidores lusitanos. No século XV, o açúcar deixou
de ser especiaria para se tornar um produto de consumo cada vez mais
requisitado.

Com a crise no mercado de açúcar brasileiro, Portugal começa a buscar


novas fontes de renda, pois, com o açúcar, lucrava muito com impostos e
taxas, então, como meio de pesquisar novas fontes, cria campanhas
exploratórias com os objetivos de desbravar as terras dos chamados
“sertões” até então desconhecidas, capturar índios para serem usados
como escravos (ainda) juntamente com os africanos e o mais importante
objetivo: procurar por pedras e metais preciosos. 

De ponta a ponta é toda praia... muito chã e muito formosa. Pelo sertão
nos pareceu, vista do mar, muito grande; porque a estender olhos, não
podíamos ver senão terra e arvoredos -- terra que nos parecia muito
extensa.

Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de
metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons
ares frescos e temperados

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