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1°) “O aparecimento da polis, que se pode situar entre os séculos VIII e VII a.C.,
constitui, na história do pensamento grego, um acontecimento decisivo. Ela marca um
começo, uma verdadeira invenção; por ela, a vida social e as relações entre os homens
tomam uma forma nova, diferente de tudo o que havia existido até então”. (Jean Pierre
Vernant, As origens do pensamento Grego.) A partir do que foi discutido em nossas
aulas e o que defende Jean Pierre Vernant no restante do texto de onde foi extraída a
citação acima descreva e explique as mudanças trazidas pelo aparecimento da polis
que justificam a seguinte tese do autor:
“Surgimento da polis, nascimento da filosofia: os vínculos entre esses
dois acontecimentos são demasiado estreitos para que a filosofia (o pensamento
racional) não apareça, em suas origens, como um desdobramento natural das
estruturas sociais e mentais próprias da polis grega. (…) A filosofia grega é uma criação
da razão que de maneira positiva, refletida e metódica, permite agir sobre os homens,
não transformar a natureza. Dentro de seus limites como em suas inovações, ela é filha
da cidade.
R: Nesse período, iniciou-se a estabilização da sociedade grega e das cidades
estado, caracterizadas pelo aparecimento de uma classe mercantil politicamente
muito influente, graças ao desenvolvimento da atividade comercial e da expansão
marítima. Por outro lado, tornou-se imperiosa a criação de uma base institucional
sólida para essa nova sociedade. Essa solidez se refletiu nas reformas políticas,
que introduziu as primeiras regras democráticas. Nesse contexto, a democracia
surge como possibilidade de se resolverem as diferenças por meio do
entendimento mútuo e de leis que primassem pela isonomia entre todos. Estás
cidades gregas se centrava em debater os problemas de interesse comum em
reuniões que aconteciam na pólis. A linguagem, por meio do diálogo e da
discussão, passa a ocupar um papel importante para conviver-se na pólis, pois
por meio dela se rompe com a violência, com o uso da força e do medo, na medida
em que todos os falantes tem no diálogo os mesmos direitos: interrogar,
questionar, contra argumentar, etc. A razão passa a se sobrepor à força, tornando-
se uma forma de controlar o exercício do poder. A expressão da individualidade,
por meio do debate, que faz nascer a política, libertando o homem dos exclusivos
desígnios divinos, e permitindo a ele mesmo tecer seu destino em praça pública.
O cidadão participava dos destinos da cidade por meio do uso da palavra.
2°) Descreva quem eram os sofistas e qual a sua importância no cenário cultural grego
do séc. V a. C, distinguindo os diversos grupos em que se constituíam, tal como aparece
no capítulo respectivos da obra de Giovanni Reale & Dario Antiseri - História da
Filosofia-Volume1.
R: Os sofistas eram professores profissionais itinerantes e intelectuais que
frequentavam Atenas e outras cidades gregas. Em troca de uma taxa, os sofistas
ofereciam a jovens gregos ricos educação, obtendo assim riqueza e fama ao
mesmo tempo que despertavam uma antipatia. São eles que procederão a uma
reflexão mais propriamente sociológica da vida relacional dos homens,
centrando suas atenções nos âmbitos da moral e da política. Foram importantes
pois acabaram sendo os responsáveis por preparar o cidadão para a
participação na política por meio do ensino da retórica, ou seja, da arte do bem
falar, da utilização de um discurso persuasivo. As principais diferenças dos
grupos, de acordo com Reale e Antiseri são:
R: Para Górgias não há o ser, muito menos uma essência que se perceba através