Você está na página 1de 86

A Arte de Expor um Sermão

Jeverson Nascimento
Projeto Editorial

www.editorapistis.com.br

N244a Nascimento, Jeverson - 1982 A arte de expor um sermão Florianópolis: Editora Pistis, 2018
130 p, 21 cm
ISBN 978-85-64801-75-2

1.Homilética . 2. Teologia cristã 1. Título


CDD: 230
AGRADECIMENTOS
Eu agradeço em primeiro lugar, ao mais Nobre, ao mais Poderoso, Eterno e
Santo que vive, meu Senhor Jesus Cristo. Que deu sua vida por mim na Cruz
do calvário mostrado esse grande amor por mim e pela humanidade, a ele
seja a honra e a glória para todo sempre amém. Ao Deus Pai que permitiu que
seu filho fosse entregue por nós e mesmo assim ficou calado. Obrigado meu
nobre criador e criador de tudo que há, ao doce Espirito Santo que con-sola
ajuda, conforta e está presente nas tomadas de decisões da minha vida e têm
me orientado nos momentos mais difícieis, ele é que têm me orientado e me
ajudado a escrever esse pergaminho.

A minha família, esposa Débora M.L. da Silva Nascimento. Que sempre


esteve ao meu lado nos momentos mais difíceis acredi-tando no meu
potencial incentivando, obrigado minha eterna namorada. E aos meus filhos
Micael Nascimento e Natham Nascimento Que sempre compreenderam o
chamado de Deus na nossa vida. Os meus sinceros agradecimentos filhos,
pois, compreenderam minha ausência na dedicação deste pergaminho. A
minha querida mãe Leonita por suas orações que o senhor lhe de muita saúde,
para ver as promessas se cumprirem em nossas vidas.

Meus agradecimentos ao meu nobre Pastor Ezequiel Montanha e toda a junta


executiva da nossa convecção CIADESCP e CGADB e também minha igreja
local AD São José / Sc. Que Deus vos abençõe poderosamente em nome de
Jesus.
RECOMENDAÇÃO
Toda palavra traz em si, vários sentidos, mas carrega também em si mesma,
uma razão em especial. A Palavra de Deus, tem um sentido supremo
– nos trazer a Vida! “Porque esta palavra não vos é vã; antes, é a vossa vida;
e por esta mesma palavra prolongareis os dias na terra...” (Dt 32.47). Pregar,
antes de mais nada, exige este interesse maior – a parturição da vida nos
ouvintes, pela Palavra!

A ferramenta do ministro de Deus é a pregação, a Igreja primitiva se


desenvolveu porque a mensagem do Cristo ressurreto era pregada (At 1). Se
negligenciarmos a pregação da Palavra, não haverá salvação (Rm 10.14-15) e
o povo não só se corromperá; como nunca experimentará a Vida plena! Hoje
mais do que nunca precisamos da verdadeira homilia, pois muitos outros
“evangelhos” (Gl 1.8) estão sendo pregados.

Pr. Jeverson Nascimento soma-se a muitos escritores que desejosos de ver – e


ouvir - pregadores mais habilitados e afinados com homilética, preparados
não só no exercício do “muito falar”, mas de extrair a Vida da Palavra na
preparação de seus sermões. Escreveu este livro prático que trás diversos
assuntos de fácil assimilação aos pregadores, podendo ser utilizado também
por alunos e professores de seminários, que queiram crescer nos fundamentos
da pregação.

Que Deus os abençoe nesta árdua mas prazerosa arte, de estudar o Verbo e de
ser a voz que proclama pelo Espírito as “palavra da vida eterna” (Jo 6.68)!

Pelos laços da cruz, Presidente da CEADESCP


Pr. Ezequiel Montanha RESUMO
O presente trabalho propõe uma reflexão acerca da arte de fazer e pregar um
sermão, aplicando o Antigo e o Novo Testamento na atualidade. Para
progressão do objetivo geral, foram propostos os seguintes objetivos
específicos: 1) Conhecer os requisitos básicos para ser um pregador; 2)
Conhecer os modelos de sermões; 3) Pesquisar como pregar o Antigo
Testamento nos dias atuais; 4) Pesquisar como pregar o Antigo Testamento
nos dias atuais. Diante da abordagem reflexiva que contempla a relação do
pregador com a pregação, surge a seguinte questão: como fazer e pregar um
sermão, aplicando o Antigo e o Novo Testamento na atualidade? Considera-
se como o principal e maior objetivo da pregação oferecer à sociedade o
comunicado acerca da Boa Nova. Dessa forma, a preocupação pela pessoa
situa-se dentro de um dinamismo globalmente vitalizante: a missão de
evangelizar, embora esta missão enfrente muito desafios. A metodologia
utilizada consiste em uma pesquisa bibliográfica e servirá para contribuir na
ampliação da compreensão a respeito dos aspectos que envolvem o tema em
foco, sendo de fundamental importância, visto que suscita questionamentos
de interesse acadêmico e social. Por fim, conclui-se que o sermão deve ser
bem elaborado, contemplar tanto o Antigo quanto o Novo Testamento,
contextualizando-os e buscando enfrentar os desafios pertinentes, e que os
pregadores são os agentes da graça de Deus, os que espalham a fé, a
esperança e o amor, e anunciam as “boas novas”.

Palavras-chaves: Sermão. Antigo Testamento. NovoSermão. Antigo


Testamento. Novo Testamento. Pregador. Boas Novas.
SUMÀRIO
INTRODUÇÃO .......................................... 11

CAPÍTULO I
Requisitos básicos para ser um pregador .......... 19
1.1 O pregador precisa ser batizado ............... 25
1.2 O pregador precisa ser discipulado ............ 27
1.3 Oração e meditação na Palavra de Deus ...... 29
1.4 A importância da atualização
para o bom pregador ............................ 30
1.5 Comportamento do pregador: ética, vestimentas adequadas e boa higiene
........ 31

CAPÍTULO II
Modelos de Sermões .................................. 45
2.1 Sermão Temático ................................. 45
2. 2 Sermão textual .................................. 48
2. 3 Sermão expositivo ............................... 51
CAPÍTULO III
Como Pregar o Antigo Testamento
na Atualidade ....................................... 57 3.1 O bom pregador deve conhecer
os
princípios da missão cristã ..................... 68

CAPÍTULO IV

Como Pregar o Novo Testamento


na Atualidade ......................................... 79
4.1 Considerações sobre a
sociedade na atualidade............................. 97
4.2 Estratégias utilizadas pelo
bom pregador nos dias atuais .................... 103

10 Lições de vida ensinadas pelo


príncipe dos pregadores dessa geração:
Billy Graham ......................................... 108

CONCLUSÃO .......................................... 117 REFERÊNCIAS


BIBLIOGRÁFICAS .................... 123
INTRODUÇÂO
A presente obra versa sobre a arte de elaborar e pregar um sermão, aplicando
o Antigo e o Novo Testamento na atualidade. Neste capítulo introdutório,
serão apresentadas a contextualização do tema, a problematização, a
definição do problema, a justificativa, o objetivo geral e os objetivos da
pesquisa ora apresentada.

A cada dia vem à tona a necessidade de que os pregadores preparem melhor


seus sermões, ainda que enfrentem muitos desafios. Ao assumir sua
responsabilidade de evangelizar, evita que muitas pessoas continuem
voltando
-se para as ciências ocultas e misticismos, buscando algo no qual possam se
apoiar, pois o homem, em sua confusão, clama por uma direção. A
evangelização é a missão própria do pregador. A história da igreja é,
fundamentalmente, a história da evangelização dada pela palavra do Senhor
Jesus Cristo.

Tal missão consiste em tornar as verdades cristãs possíveis às pessoas, afastar


a dificuldade de entender o amor de Deus e, numa ação do Espírito Santo,
levá-las a se entregar integralmente ao amor do Pai revelado no Filho.

Já apareceram grandes pregadores neste mundo, mas Jesus Cristo é o modelo


de pregador eficiente. Seu segredo era que Suas mensagens não vinham dEle.
Ele mesmo afirmou:

“Porque eu não tenho falado por Mim mesmo, mas o Pai, que me enviou,
esse Me tem prescrito o que dizer e o que anunciar”.

O segredo do êxito de Jesus em mudar vidas com Sua forma de pregar é que
Sua fonte de inspiração era Deus. Suas palavras surtiam efeito e
transformavam vidas. Através das palavras, Jesus conseguia atrair as pessoas
e levá-las a uma nova experiência de vida, esperança e confiança em Deus.

É preciso pregar, porém, o Espírito Santo deve ser o guia a iluminar a mente
do pregador para que este compreenda as necessidades dos ouvintes e possa
ajudá-los a supri-las através do poder da pregação bíblica.

“Assim diz o Senhor!”. Essa deve ser a tônica da pregação, mostrando aos
ouvintes, qual a vontade de Deus para eles e como podem colocar suas vidas
em conformidade com esta vontade. O bom pregador precisa atender a alguns
requisitos:

● desejo sincero de trabalhar para Cristo e de apressar Sua volta;


● humildade e disposição para aceitar a direção do Espírito Santo;
● disposição para auxiliar espiritualmente outras pessoas;
● disposição para doar-se (tempo, talentos, recursos);
● gostar de aprender;
● gostar de ensinar;
● capacidade para observar e entender as reações dos ouvintes.

A seguir, as qualidades imprescindíveis em um pregador:

● conhecer bem o assunto que vai apresentar;


● ser fiel à Palavra de Deus;
● dar sempre destaque à mensagem, sem chamar a atenção para si mesmo;
● ser reverente na exposição do assunto e fazer bom uso do tempo;
● usar de tato e bom senso na exposição de assuntos delicados,
particularmente quando houver visitas ou pessoas de outras denominações;
● ser humilde para com seus irmãos (nunca tentar ser o “dono da verdade”);
● prestar a devida atenção às reações e necessidades dos ouvintes;
● vestir-se e portar-se de maneira condigna com seu caráter cristão;
● usar um vocabulário simples e compreensível a todos, evitando uso de
gírias;
● desenvolver boa dicção e um timbre de voz agradável.
O principal e maior serviço que o sermão deve oferecer à sociedade é
comunicar-lhe a Boa Nova, convidando-a para participar da vida divina,
iluminando – a partir dessa vocação fundamental – toda a realidade humana.
Dessa forma, a preocupação pela pessoa situa-se dentro de um dinamismo
globalmente vitalizante: a missão de evangelizar, embora esta missão
enfrente muitos desafios.
Considerando a problemática de uma pesquisa científica, pode-se afirmar que
“o problema é uma dificuldade, teórica e prática, no conhecimento de alguma
coisa de real importância, para a qual se deve encontrar uma solução” .
Diante da abordagem reflexiva que contempla a relação do pregador com a
pregação, surge a seguinte questão: como elaborar e pregar um sermão,
aplicando o Antigo e o Novo Testamento à atualidade?
Para responder à questão da problemática desta pesquisa, delineou-se como
objetivo geral o fazer e pregar um sermão, aplicando o Antigo e o Novo
Testamento à atualidade.
Constituem objetivos específicos: 1) conhecer os requisitos básicos para ser
um pregador; 2) conhecer os modelos de sermões; 3) pesquisar como pregar
o Antigo Testamento nos dias atuais; 4) pesquisar como pregar o Novo
Testamento nos dias atuais.
A metodologia utilizada consiste em uma pesquisa bibliográfica e servirá
para contribuir na ampliação da compreensão a respeito dos aspectos que
envolvem o tema em foco, sendo de fundamental importância, visto que
suscita questionamentos de interesse acadêmico e social. Do ponto de vista
teórico, este estudo se sustenta nas obras de vários autores que tratam sobre a
temática em questão. O primeiro capítulo, como já mencionado, busca
introduzir o tema direcionando o leitor com objetivo de esclarecer as
premissas da pesquisa ora apresentada. No segundo capítulo, foi exposto o
que se refere à fundamentação teórica, onde os conceitos foram destacados e
contrapostos para uma melhor análise dos temas e subtemas que representam
este estudo.
No capítulo terceiro, foram contemplados os procedimentos metodológicos
que a pesquisa seguiu para alcançar sua finalidade, onde está descrita cada
etapa da metodologia adotada. Por fim, foram dispostas as conclusões
pertinentes ao trabalho realizado.
CAPÍTULO I
Requisitos básicos para ser um
pregador
Muitas vezes, os sermões apresentam-se fracos e pobres em transformar
vidas, não conseguem levar as almas contritas aos pés de Jesus e não
provocam mudanças na vida dos ouvintes.

Isso ocorre quando falta ao pregador o poder da Palavra de Deus. Jesus


estava sempre em harmonia com a vontade da Palavra de Deus. Deus era Sua
fonte em todos os momentos.

“Não tenho falado de Mim mesmo”. Jesus possuía uma mensagem vinda de
fora dEle. O Pai conduzia o que Ele deveria falar. “O Pai, que me enviou, tem
prescrito o que dizer e anunciar”.1

O bom pregador precisa lembrar que o púlpito é um lugar sagrado; preparar-


se espiritualmente para ocupá-lo, examinar seu coração e entregar-se a Jesus.
Deve sempre fazer tudo quanto estiver ao seu alcance e trabalhar com
confiança.

1 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. João 12:49.

É aconselhável evitar a abordagem de assuntos polêmicos, que possam dar


origem a discussões desnecessárias, separar o melhor de seu tempo,
pesquisar, estudar muito, escrever, informar-se, buscando, também,
aperfeiçoar sua leitura em voz alta, para que consiga ler de forma tão natural
como se estivesse contando o assunto, como se fosse um apresentador de
televisão.

Se possível, poderá usar um gravador para ouvir sua própria voz, para
encontrar possíveis pontos a serem melhorados. É importante também
investir em preparo. É imprescindível ter tempo com Deus, leitura e estudo da
Bíblia, muita oração e consagração, além de fazer bons cursos de pregação.
Para ser um bom pregador é preciso muito mais do que vontade. É preciso
entender o chamado de Deus e fazer a sua parte. Nada vai cair do céu. As
dificuldades irão aparecer, mas vencer cada uma delas e entregar a mensagem
de Deus às pessoas vale cada luta.

Conforme Meister2, serão considerados como requisitos essenciais:


2
MEISTER, Mauro. Lei e Graça. São Paulo. Editora: Cultura Cristã, 2004. p.51.
a) Avaliar o chamado para o ministério.

Todos têm o chamado de Deus para pregar o Evangelho, para anunciar as


Boas Novas da salvação.3 No entanto, algumas pessoas são chamadas por
Deus para pregar esse Evangelho de uma forma especial, através da
exposição da Palavra de Deus, seja num púlpito de uma igreja, num pequeno
grupo, numa célula ou até mesmo em uma reunião evangelística ao ar livre.

É muito importante que a pessoa que deseja ser uma pregadora da Palavra
entenda se tem realmente esse chamado. Uma das formas de se saber, é
analisando o próprio coração:

● Há um grande desejo de ensinar as pessoas sobre as coisas de Deus?


● Gosta muito de estudar a Bíblia e de aprender os significados das passagens
bíblicas?
● Fica torcendo para que alguém te chame para ministrar a palavra de Deus
em algum lugar?

● Ora muito a Deus, pedindo ajuda para ser um bom pregador?

3 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. Marcos 16:15.

Se as respostas a essas perguntas forem sim, é porque dentro do coração arde


a chama que Deus coloca na pessoa para ser um pregador da Palavra.

b) Vida com Deus em ordem.

Aquele que deseja ser um pregador deve saber que terá muita
responsabilidade sobre si. Isso porque o pregador tem maior conhecimento
sobre as verdades de Deus e, por isso, tem muito mais responsabilidade de ser
um praticante delas.

O pregador não é alguém que apenas comunica a mensagem de Deus, antes,


ele a vive. Por isso, para ser um grande pregador é essencial que a vida do
mesmo esteja em ordem.

É preciso ter comunhão constante com Deus, proximidade com o Pai, pois
Deus é a fonte de onde o pregador recebe as suas mensagens. O pregador sem
uma vida cheia do Espírito Santo fatalmente pregará mensagens vazias e
ficará envergonhado.

Por isso, vale alertar que as disciplinas espirituais como oração, meditação na
Palavra, jejum, comunhão, serviço, etc., precisam fazer parte da vida do
pregador.

c) Estudo diário da Bíblia.

A fonte das mensagens do pregador é Deus. E, Deus deixou a Sua Palavra


como a base do trabalho do pregador. Por isso, para ser um bom pregador é
preciso muita, mas muita leitura da Bíblia.

A vida de um bom pregador deve conter o estudo sistemático da Bíblia, ou


seja, o estudo da Palavra deve fazer parte da rotina, do dia a dia dele, mesmo
que não tenha uma mensagem para preparar naquele momento.

O estudo da Bíblia prepara o coração do pregador para viver na presença de


Deus e também para entregar a mensagem dEle com unção e poder quando
for solicitado pelo Senhor.

d) Pedir a Deus oportunidades.

Um bom pregador não pode ser alguém passivo, ou seja, que fica à espera de
oportunidades para expor a Palavra de Deus.

O bom pregador é ativo; busca continuamente em oração oportunidades para


ministrar a palavra da salvação e sempre se coloca à disposição de seus
líderes e da sua igreja para ser usado quando surgirem oportunidades.
Sabendo disso, o bom pregador estuda a Bíblia diariamente, sempre buscando
a direção do Senhor, anotando o que Deus fala com Ele para estar preparado
para entregar uma pregação cheia das verdades da Palavra aonde o Pai o
enviar.

e) Preparo com bons recursos.

Um bom pregador não pode achar que já nasceu pronto. Deus concede o
Espírito Santo, mas também deseja que os humanos avancem como
cooperadores.4 Isso implica em estudar e se preparar. Toda pesquisa bíblica
serve como base para sermões. Todavia, é verdade incontestável que, quanto
mais instrução tem uma pessoa, tanto mais condições terá para preparar e
apresentar sermões. Toda pessoa que deseja ocupar-se na obra do Senhor, e
especialmente falar diante do público, deve formar paulatinamente uma
biblioteca segundo suas capacidades financeiras. Os quatro primeiros livros a
serem adquiridos e que devem servir como base da sua biblioteca são: Bíblia
de estudo; Dicionário bíblico; Concordância e Comentário bíblico. Depois,
adquira outros, de acordo com suas necessidades.

4 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. I Coríntios 3:9.

1.1 O pregador precisa ser batizado

A primeira coisa a se esclarecer é que ser batizado com o Espírito Santo não
tem nada a ver com o que muitos têm pregado mundo afora, quando dizem
que a pessoa tem que ter uma espécie de experiência sobrenatural, falar
línguas estranhas e coisas do tipo. Em nenhum lugar a Bíblia afirma isso. Ser
batizado com o Espírito Santo não tem nada a ver com falar em línguas
estranhas como muitos acreditam.

A Bíblia afirma claramente que todo crente verdadeiro – aquele que foi
alcançado por Deus, que foi convencido de seu estado pecaminoso pelo
Espírito Santo5, que recebeu Jesus como seu Salvador e, assim, foi
regenerado6 – é selado pelo Espírito Santo, ou seja, o Espírito Santo habita
nele: “em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o
evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o
Santo Espírito da promessa”.7 Observa-se que os crentes verdadeiros foram
selados “com o Espírito Santo” e não “pelo Espírito Santo”. Isso mostra que
o Espírito

5
Idem. João 16:8.
6 Idem. I Pedro 1:23.

Santo habita nas pessoas e não apenas realiza uma obra nelas e vai embora.
Paulo deixou isso ainda mais claro: “Não sabeis que sois santuário de Deus e
que o Espírito de Deus habita em vós?” 8

A Bíblia não admite o pensamento de que essa obra inicial de regeneração


realizada por Deus tenha de ser completada por experiências sobrenaturais,
principalmente o que alguns chamam de falar em línguas, para que a pessoa
realmente tenha o Espírito Santo de forma plena em sua vida.

Pelo contrário, a Bíblia afirma: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos


batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres.
E a todos nós foi dado beber de um só Espírito.”9 Pode-se, então, observar
claramente nesse texto, que todos os crentes foram batizados em um só
Espírito. Eles têm o Espírito Santo em suas vidas.

Por semelhante modo, Efésios10 ensina que não existem vários batismos a
serem buscados, mas apenas um: “há um só Senhor, uma só fé, um só
batismo”. Sem dúvida alguma, esse batismo é aquele

8 Idem. I Coríntios 3:16.


9 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. I Coríntios 12:13.

que o crente experimenta quando na sua conversão, ao reconhecer que há um


só Senhor, usando a fé dada por Deus, sendo inserido no corpo de Cristo;
batismo esse ordenado por Jesus.11

1.2 O pregador precisa ser discipulado


O pregador deve buscar a santidade através da obediência à Palavra de Deus.
A cada dia será edificado pela ação divina e sua cooperação com Deus nesse
processo.

O primeiro passo, quando se quer começar um grupo de discipulado, é a


motivação. As pessoas devem ser motivadas em duas direções: interna e
externa. A motivação interna é a que leva as pessoas a se comprometerem
com o Senhor Jesus Cristo.

Todo processo deveria ser executado com muita oração e reflexão, da mesma
maneira que o projeto de um novo prédio precisa ser bem planejado antes de
ser edificado. É necessário saber as implicações de ser um discípulo de Jesus
Cristo e como levar uma pessoa a formar essas características em sua vida.

11
Idem. Mateus 28:19.

A primeira necessidade que um novo convertido tem é de certeza de


salvação.” Há pessoas tomando “decisões”, porém não são discipuladas por
cristãos mais maduros na fé para que possam crescer no conhecimento de
nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo, sendo assim, permanecem na prática
do pecado.”

Não têm vida espiritual alguma. A mudança de comportamento precisa ser


visível. Elas agora veem a Jesus sob o ângulo da luz12 e passam a desterrar o
pecado.13

A segunda necessidade de um novo convertido é ser aceito. Ele precisa de


duas coisas: amor e atenção. “Sentindo, assim, tanta afeição por vocês,
decidimos dar-lhes não somente o evangelho de Deus, mas também nossa
própria vida, porque vocês se tornaram muito amados por nós”.14

Paulo amava seus filhos na fé e por eles nutria grande consideração, por isso
sentiam-se amados e aceitos. “Tanto vocês como Deus são testemunhas de
como nos portamos de maneira santa, justa e irrepreensível entre vocês, os
que creem. Pois vocês sabem que tratamos cada um como um pai trata seus
filhos”.15
12 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. I João 5:11-12.
13 Idem. I João 1:9.
14 Idem. I Tessalonicenses 2:8.

O novo crente necessita crescer em três dimensões: em conhecimento bíblico,


em qualidade de vida espiritual e em serviço para Deus e para a Igreja. Assim
como cresceu em conhecimento, qualidade de vida e está crescendo em
serviço, é dever e privilégio de todo novo crente também fazer outros
crescerem.

1. 3 Oração e meditação na Palavra de Deus

O pregador precisa ter uma vida de oração contínua, ter comunhão com Deus.
Jesus disse: “Sem Mim nada podeis fazer” 16; muito menos em se tratando de
levar as pessoas a Deus.

O pregador deve estar espiritualmente preparado, por meio de uma vida de


testemunho prático, de estudo criterioso e sistemático das Escrituras e de
oração. Sem vida de oração, não é possível ser um bom pregador, ou seja,
transmitir aos outros “o que Deus quer”. A pregação de quem não ora, é
vazia, não toca as pessoas.

15
Idem. I Tessalonicenses 2:10-11.
16 Idem. João 15:5.

Na pregação, é preciso passar aos outros “aquilo que se recebe de Deus na


oração”; e isso só é possível através da intimidade com Deus, da meditação
na Sua Palavra, da leitura de bons livros cristãos, dentre outras disciplinas
espirituais. Paulo, quando escreveu a Timóteo, disse:

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”.17

A prática da Palavra não deve ser esquecida. Faz-se necessária também a


leitura de outros livros, além de ouvir sermões e ensinamentos, meditando
sobre eles para ensinar aos discípulos o que se aprendeu.
1.4 A importância da atualização para o bom pregador

No dicionário, o adjetivo bom é definido primeiramente como o “que


corresponde plenamente ao que é exigido, desejado ou esperado quanto à sua
natureza, adequação, função, eficácia, funcionamento”.18

17 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. II Timóteo 2:15.

18 HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

É também moralmente correto, de acordo com quem julga. Seguindo a leitura


do dicionário, pode-se recolher os seguintes sentidos: bom é o que agrada, o
que corresponde, que é caridoso, que desempenha bem o seu papel,
caracterizado pela cortesia, confiável, superior em qualidades, o que se
deseja.

O pregador de hoje precisa estar “antenado” ao que acontece ao seu redor, na


sociedade e na igreja. Precisa ter gosto pela leitura, pesquisar, a fim de usar
melhor os dons que Deus lhe deu e aprofundar seu conhecimento geral.
Estudo, pesquisa, cultura geral, domínio e conhecimento sobre o tema
proposto vão enriquecer o sermão e melhorar o entendimento dos ouvintes. O
mundo contemporâneo cada vez mais adota explicações científicas sobre a
realidade que o cerca. Por isso, deve-se estudar e pesquisar a respeito do tema
da pregação.

1.5 Comportamento do pregador: ética, vestiComportamento do pregador:


ética, vestimentas adequadas e boa higiene

O contra-testemunho decepciona as pessoas. O mundo quer mais testemunhas


do que mestres. O pregador está a serviço de Cristo e da Igreja, sua
responsabilidade é grande.

“Vigiai e orai, porque o espírito é forte, mas a carne é fraca”; essa verdade
também é uma realidade na vida do pregador. Mas, nem por isso, o pregador
deve deixar de pregar por causa de seus pecados; a menos que seja algo
muito grave e que se tornou um contra-testemunho muito sério para as
pessoas.
O bom pregador deve pregar com ética e bom conhecimento, ler e falar
adequadamente, evitar gírias e falsos comentários, ter uma boa higiene e
vestimenta para apresentar-se diante as pessoas.

Ética, do grego ethike, é o estudo por parte da filosofia e da teologia que


busca identificar o certo e o errado. A ética busca oferecer discernimento,
princípios ou mesmo um sistema de orientação na busca pela boa vida ou
pela forma correta de agir nas situações gerais e específicas.19

De modo geral, os sistemas éticos são deontológicos (guia o comportamento


identificando ou descobrindo o que intrinsecamente é certo ou errado) ou
teleológicos (buscam guiar o comportamento, entendendo os resultados ou os
efeitos causados).20

19 COLLINS, Gary. Aconselhamento cristão – edição século


21. São Paulo: Vida Nova, 2004. p. 43.
20 Idem. p. 44.

Ética cristã, então, é o conjunto de princípios baseados nas Sagradas


Escrituras, principalmente nos ensinos de Cristo e de Seus apóstolos, cujo
objetivo é orientar a conduta do cristão em seu relacionamento com Deus,
com o próximo, consigo mesmo e com a natureza.

Segundo Dever21, ética ministerial é composta pelo conjunto de princípios


que fundamentam e orientam a conduta do obreiro nas seguintes áreas:

a) Sua vida particular.


- Espiritual: devoção, consagração, comunhão, sinceridade.

- Pessoal: o cuidado com a saúde física (exercício, descanso, alimentação),


emocional (estresse, ansiedade, fadiga, angústia, medo, depressão) e mental
(estudos, leitura).
- Familiar: o cuidado com o lar, a esposa e os filhos (comunicação,
participação e atenção).

“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque,


fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem”.22
21
DEVER, Mark. Nove Marcas de Uma Igreja Saudável. São José dos Campos: Fiel, 2007. 160 São
Paulo: Vida Nova, 2004. p. 27.

22 ALMEIDA, João Ferreira de. ABíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
1 Timóteo 4: 16.

b) Sua vida em sociedade.


- Em relação aos não crentes.
- Em relação às autoridades constituídas.

“Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há


autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele
estabelecidas. Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se
colocando contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem
condenação sobre si mesmos. Pois os governantes não devem ser temidos, a
não ser pelos que praticam o mal. Você quer viver livre do medo da
autoridade? Pratique o bem, e ela o enaltecerá. Pois é serva de Deus para o
seu bem. Mas se você praticar o mal, tenha medo, pois ela não porta a espada
sem motivo. É serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o
mal. Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades, não apenas
por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de
consciência. É por isso também que vocês pagam imposto, pois as
autoridades estão a serviço de Deus, sempre dedicadas a esse trabalho. Deem
a cada um o que lhe é devido: Se imposto, imposto; se tributo, tributo; se
temor, temor; se honra, honra”.23

23
Idem. Romanos 13: 1-7.

“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo
para glória de Deus. Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos
judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus. Como também eu em tudo
agrado a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para
que assim se possam salvar”.24

c) Sua vida congregacional.


- Com os irmãos em geral (crianças, adolescentes, jovens, adultos e anciãos).
- Com o sexo oposto.
- Com os seus companheiros de ministério.
- Com o seu líder.
- Com os seus liderados.
- Nas visitas pastorais.
- No gabinete pastoral.
- No púlpito.
- Na pregação.
- No ensino.
- Na administração.

24
dem. 1 Coríntios 10: 31-33.

“Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra,


no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza”.25

Como ser moral, social e ético, o líder cristão, nos tempos pós-modernos,
precisa continuar primando e observando os princípios norteadores da
Palavra de Deus, não se rendendo às ditaduras relativistas, filosóficas,
antinomistas, ideológicas e culturais de nossa época.

Todo pregador sabe que o chamado para pastorear igrejas é um chamado para
realizar múltiplas tarefas: pregar, ensinar, aconselhar, visitar, administrar,
promover, recrutar, dirigir os cultos, trabalhos comunitários, etc. Espera-se
do pastor de hoje que desempenhe vários papéis. No entanto, o perigo oculto
para o obreiro cristão atarefado é a “agnosia ministerial” (agnosia é um termo
psiquiátrico que descreve a perda da capacidade de reconhecer objetos
conhecidos), que pode levá-lo a se tornar um pastor que confunde o membro
da igreja com um de seus papéis.26

25 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. I Timóteo 4: 12.

26 CARTER, James. Ética Ministerial. São Paulo: Vida Nova, 2010. p. 62.

Espera-se do pastor que ele esteja seguro das funções que deve desempenhar;
que se esforce para encontrar maneiras de tornar a fé relevante numa
sociedade relativista; que esteja seguro de sua autoridade espiritual; que no
trato com os membros da sua igreja não enverede pelo caminho do
mercantilismo, não se preocupando com “números” ou estatísticas, mas sim
com pessoas; e que tenha convicção do seu chamado para o sacerdócio
pastoral.

O sigilo é muito importante. O que um obreiro ouve deve morrer com ele. Ele
não passa a informação para frente, nem mesmo com pessoas interessadas no
assunto. Poucas coisas são tão ruins para um pastor ou para um conselheiro
do que ser conhecido como fofoqueiro, como alguém que passa adiante
coisas que ouviu em confidência. Há pastores que contam de púlpito
experiências de gabinete. Não citam o nome da pessoa, mas deixam pistas
claras de quem sejam. Isto é muito ruim.27

O pregador deve evitar dar ordens. Inconscientemente, tem o desejo de


dominar e exercer controle na vida das pessoas. Até porque se sente em
condições de orientar a outra parte. Seu papel

27
KALLER, Donaldo. Aconselhamento cristão – uma introdução. Patrocínio: CEIBEL, 1975. p. 76.

é levar a pessoa a ver a vontade de Deus para vida dela, e precisa ser humilde
para reconhecer que nem sempre a vontade de Deus é a sua.28

O pregador é um comunicador da mensagem divina, por isso deve usar a sua


boca com sabedoria e graça para proclamar a “boa notícia” e, assim, conduzir
vidas aos pés de Jesus. Outrora, ele apresentava os seus “membros ao pecado
por instrumento de iniquidade”, agora, porém, os seus membros são
apresentados “a Deus, como instrumentos de justiça”. 29

A recomendação do apóstolo é assim, que não mais “ofereçamos o nosso


corpo ao pecado” (6.13a), porque já morremos para ele; devemos sim,
oferecermo-nos a Deus, como ressurretos dentre os mortos. Assim ele nos
exorta a não permitirmos que o pecado “reine em nosso corpo mortal”, ou
seja, ele diz que agora devemos lutar em Cristo, para que o pecado não exerça
mais sua soberania sobre o nosso corpo físico. Antes, diz ele, “oferecei
-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos” (6.13b), pois o nosso firme
fundamento é que em Cristo nós passamos da morte para a vida. O que antes
era “instrumento de iniquidade” agora passou a ser “instrumento de

28 NEWTON, Phil. Pastoreando a Igreja de Deus. São José dos Campos: Fiel, 2005. p. 98.
29 Id. pg 100.

justiça”, oferecidos a Deus. Paulo conclui com um poderoso contraste entre


Lei e Graça. Em Adão nós estamos debaixo da lei, sujeitos assim, a sua
condenação. Em Cristo, nós estamos debaixo da graça, certos agora da nossa
justificação, da nossa dependência da obra de Cristo, e, portanto, da nossa
libertação do pecado. A graça baseia-se na responsabilidade da santidade.
Como disse William Tyndale: “Agora, leitor, considera bem... Lembra-te de
que Cristo fez a sua expiação, não para que irasses a Deus outra vez; nem
morreu ele por teus pecados para que pudesses continuar vivendo neles; nem
purificou a ti para que pudesses retornar (como um porco) ao teu velho
lamaçal – mas sim para que pudesses ser uma nova criatura e viver uma nova
vida de conformidade com a vontade de Deus e não segundo os desejos da
carne” 30.

Portanto, ele deve evitar as gírias, as palavras torpes e obscenas. Ao servo do


Senhor não convém palavras de baixo calão. “Não saia da vossa boca
nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação,
para que dê graça aos que a ouvem”.31

30 BRASILEIRA, B. et al. Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)


www.monergismo.com. Theology, v.
4, p. 1–13, 1994.
31 Idem. Efésios 4: 29.

“A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais
como vos convém responder a cada um”.32

É requerido do pregador uma linguagem sã e irrepreensível.


“Use linguagem sadia, contra a qual nada se possa dizer, para que aqueles
que se lhe opõem fiquem envergonhados por não terem nada de mal para
dizer a nosso respeito”.33
É um alto privilégio fazer parte do ministério cristão. Não há nada na terra
que se compare a esta nobre missão. Assim, um bom relacionamento entre os
colegas de ministério faz-se necessário.
A honra, o respeito e a consideração mútuos é salutar, inclusive para a igreja
num sentido mais amplo. Nunca se deve dar informações negativas de
colegas. Como também, ao assumir uma nova igreja, deve-se ter o máximo
de cuidado para não denegrir a imagem do antecessor.34
Como ministro da casa de Deus, recebe do Senhor a responsabilidade de
cuidar do “seu” cam

32
Idem. Colossenses 4: 6.

33 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. Tito 2: 8.

34 NEWTON, Phil. Pastoreando a Igreja de Deus. São José dos Campos: Fiel, 2005. p. 101.

po de ação. Os pastores que dirigem igrejas sabem muito bem disso. Portanto,
precisam ser cautelosos, prudentes e fiéis para não entrar “maldosamente” em
atribuições alheias. A ingerência em campo de outrem, sem a devida
autorização do presidente do campo, constitui-se, em grave assédio, um
“golpe” que nenhum pastor gostaria de sofrer.35

Paulo dava graças a Deus na pessoa do Senhor Jesus Cristo, porque foi tido
por fiel e admitido ao Santo Ministério.
“Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo;
o que anda num caminho reto, esse me servirá”. 36

35 DEVER, Mark. Nove Marcas de Uma Igreja Saudável. São José dos Campos: Fiel, 2007. 160 São
Paulo: Vida Nova, 2004. p. 29.
36 Op. Cit. Salmos 101: 6.
CAPÍTULO II
Modelos de Sermões
Há muitos tipos de sermões e vários meios de classificá-los. Alguns
classificam os sermões de acordo com o conteúdo ou assunto. Outros
classificam os sermões de acordo com a estrutura. Outros classificam os
sermões quanto ao método psicológico.

Os modelos de sermões são classificados em: temáticos, textuais e


expositivos.37
Sermão Temático

O sermão temático é aquele cujas divisões principais derivam do tema,


independentemente do texto. As divisões principais devem ser extraídas do
próprio tema do sermão. É uma mensagem bíblica, embora a fonte do sermão
temático não seja um texto bíblico. Deve principiar com um assunto ou
tópico tirado da Bíblia.

37 NEWTON, Phil. Pastoreando a Igreja de Deus. São José dos Campos: Fiel, 2005. p. 36.

Consiste no sermão com tema escolhido, exemplo: “Razões para a oração não
respondida”. Deste tema, devem derivar todas as principais divisões do
sermão. O passo seguinte é descobrir o que a Bíblia apresenta como “razões
para a oração não respondida”. Alguns textos bíblicos indicam o porquê que
certas orações ficam sem respostas.38

Com a ajuda destas referências, descobrimos as causas: pedir mal; pecado no


coração; duvidar da Palavra de Deus; vãs repetições; desobediência à palavra;
procedimento irrefletido nas relações matrimoniais.

O sermão deve ter unidade de pensamento e o pregador deve ser fiel à


definição do sermão.
As divisões principais devem vir em ordem lógica e cronológica. De acordo
com a definição de sermão temático, as divisões não são tiradas do título, mas
do tema ou assunto. As divisões principais podem apresentar as várias provas
de um tema e é preciso ter conhecimento da Palavra de Deus, pois o
conhecimento das Escrituras:
· torna a pessoa sábia para a salvação;39 · nos impede de pecar;40
· produz crescimento espiritual;41 · resulta num viver vitorioso.42

38 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. Tiago 4:3; Salmos 66:18; Tiago 1:6-7; Mateus 6:7; Provérbios
28:9, I Pedro 3:7.

As divisões principais podem tratar um assunto por analogia ou contraste e


podem ser repetições de uma palavra ou frase tirada da Bíblia.

As vantagens do sermão temático são:

a) é mais fácil de dividir um tema do que um texto, visto que este é mais
complexo;
b) conserva melhor a unidade;
c) permite ao pregador discutir qualquer assunto que julgue necessário, seja
moral, evangelístico, doutrinário, ocasional, etc.;
d) é uma excelente oportunidade para o aperfeiçoamento retórico do discurso;
e) agrada muito as pessoas intelectuais, por seu apelo ao raciocínio, à lógica e
à razão; f) evidencia a unidade e harmonia da Bíblia Sagrada.
Porém, também existem algumas desvantagens neste tipo de sermão:

39 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. II Timóteo 3:15.

40 Idem. Salmos 119:11.


41 Idem. I Pedro 2:2.
42 Idem. Josué 1:7-8.

a) pode conduzir à negligência da Palavra de Deus. Usa-se o texto como


mero pretexto, sem se importar com uma exegese completa e exata;

b) pode desmotivar o estudo das Escrituras; c) corre-se o risco de despertar a


atenção do ouvinte para o pregador, em detrimento da Palavra
de Deus;
d) pode encorajar o secularismo, a argumentação filosófica e a criação
intelectual, satisfazendo apenas o ego humano;
e) não alimenta o povo com a Palavra de Deus,
exceto se internamente estiver recheado pelas Escrituras;
f) pode afastar o pregador das Escrituras, fixando-o em temas seculares.

Sermão Textual

O sermão textual é estruturado a partir de um texto escolhido. Desenvolve-se


um tema com as divisões do mesmo. Geralmente, trabalha-se com uma
pequena porção de texto e, depois, faz-se a divisão lógica e natural dele. É o
sermão cuja divisão baseia-se no texto. Neste caso, divide-se o texto e não o
tema.

O sermão textual deve girar em torno de uma ideia principal (retirada do


texto), e as divisões devem ampliar ou desenvolver essa ideia. Primeiro, o
pregador faz um estudo minucioso do texto, verifica a ideia principal e depois
encontra suas divisões naturais.

As divisões são o desenrolar lógico e natural do assunto. Observa-se que o


próprio texto sugere cada uma dessas divisões. Exemplo de sermão textual:

Tema: O amor de Deus é uma dádiva

I – É uma dádiva de amor – “Porque Deus amou o mundo de tal maneira..43.”


Subdivisão: Porque Ele é amor. 44
II – É uma dádiva sacrificial – “...que deu seu filho unigênito...”
Subdivisão: Assim como Abraão entregou o seu único filho.45
III – É uma dádiva eterna – “...não pereça, mas tenha a vida eterna.”

43 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. João 3:16.

44 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. I João 4:8.

Subdivisão: Temos a vida eterna por Jesus Cristo.46


No sermão textual, as divisões principais devem obrigatoriamente brotar do
texto. Diferente do que ocorre com o sermão temático. Contudo, as
subdivisões podem nascer de outros textos, a fim de ampliar a base bíblica
para o tema. Os tópicos nascem do texto base e os subtópicos nascem de
outros textos da Bíblia.

A seguir, as vantagens do sermão textual:

a) as próprias palavras das Escrituras são levadas ao conhecimento do povo;


b) um texto curto é mais facilmente lembrado;
c) torna a pregação mais variada.

45
Idem. Livro de Gênesis, cap. 22.

46 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. João 17:3.

As desvantagens do sermão textual são:

a) a unidade da Bíblia pode não ficar tão aparente;


b) o uso constante deste tipo de sermão, torna-se enfadonho para os ouvintes.

Sermão Expositivo

O sermão expositivo é estruturado em torno de um texto, que normalmente é


mais extenso que o usado no sermão textual. O tamanho do texto já
diferencia o sermão expositivo do textual. O grupo de versículos que forma o
texto base da mensagem expositiva é chamado de “unidade expositiva”.

A “unidade expositiva” consiste em um número de versículos dos quais


emerge uma ideia central e completa do sermão expositivo.

O assunto de que se trata o texto é desenvolvido conforme o contexto, o livro


e o argumento teológico em que se encaixa. Ele é visto de forma muito mais
abrangente, numa tentativa de descobrir o seu sentido original.

É preciso trabalhar bem a introdução e a conclusão do sermão expositivo para


que ele seja bem entendido. Para isso, deve-se ter uma boa experiência e
conhecimento bíblico. Os grandes pregadores, que têm a Bíblia em alto
apreço, pregam expositivamente.

As diferenças entre o sermão textual e o sermão expositivo são:

● normalmente, o texto do sermão expositivo é maior que o do textual;


● o sermão expositivo está intimamente amarrado ao contexto, já o textual é
mais livre;
● o sermão textual admite que suas subdivisões sejam apoiadas em outros
textos da Bíblia para fundamentar o tema; porém, o sermão expositivo é
inteiramente voltado para o texto que está sendo estudado, sendo este a
origem de todas as subdivisões;
● o sermão textual – assim como, o temático – é mais vulnerável à uma
eixegese (quando eu tenho uma ideia e a ponho no texto), que é totalmente o
oposto da exegese, que extrai o assunto do texto. Dessa forma o sermão
expositivo é normalmente exegético: toda ideia para o sermão é extraído do
próprio texto em apreço;
● no sermão expositivo há tudo o que o pregador precisa para desenvolver a
ideia central. Ele não precisa embasar seus pontos em outros textos da Bíblia.
E, essa é a razão de se usar textos maiores para esses tipos de sermões.

A seguir, um exemplo de sermão expositivo, a partir de um trecho do livro de


Isaías47:

● Precisamos ver o que Isaías viu.48 a) Ele viu a posição de Deus (v.1); b) Ele
viu os atributos de Deus (v. 2,3); c) Ele viu a presença de Deus (v.4).

● Precisamos sentir o que Isaías sentiu.49 a) Ele sentiu a sua própria condição
(v.5); b) Ele sentiu a sua própria purificação (v.6,7).

47 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. Isaías 6:1-8.
48 Idem. Isaías 6:1-4.
49 Idem. Isaías 6:5-7.
● Precisamos dizer o que Isaías disse.50 a) Ele disse: “estou disponível”
(posso ir) (v.8); b) Ele disse: “envia-me” (eu quero ir) (v.8).

Nota-se que todo o sermão é estruturado com o próprio texto. O elaborador


do sermão expositivo usa somente o texto como referência bíblica para
argumentação (nos tópicos e subtópicos só há versículos de Isaías 6), o que
caracteriza um sermão expositivo padrão.

As vantagens do sermão expositivo são:


a) suprema ênfase é dada à Palavra de Deus;

b) favorece a discussão de certos assuntos, que de outra forma seriam


negligenciados; c) proporciona suficiente material para o pregador pelo resto
da sua vida.

A desvantagem do sermão expositivo é que o mesmo poderá se tornar


enfadonho ao auditório. Há uma forte defesa de que o sermão expositivo seja
o que melhor consegue expor as verdades bíblicas, o mais saudável para a
igreja e o menos suscetível a erros de interpretação devido ao fato de olhar
para o texto dentro do seu contexto.

50
Idem. Isaías 6:8.
CAPÍTULO III
Como Pregar o Antigo Testamento
na Atualidade
Há quem tenha observado que pouco se prega sobre o Antigo Testamento.
Possivelmente, existem pessoas que acreditam que o Antigo Testamento é
uma parte superada da Bíblia, tendo se tornado peça de antiquário ou de
museu. Dr. Page Kelley, disse hiperbolicamente “que se os livros do Antigo
Testamento fossem substituídos por páginas em branco, a maioria dos
pastores sequer notaria a diferença”. 51

A cada quatro sermões pregados apenas um é no Antigo Testamento, mesmo


ele sendo maior que o Novo. A maioria das pessoas lê e estuda mais o Novo
Testamento que o Antigo. Há uma supremacia do Novo Testamento e um
desprezo do Velho.

51 BAPTISTA, Walter Santos. O Antigo Testamento e a Pregação. Disponível em:


<http://www.pesformosos.org/estudos/o_antigo_ testamento_e_a_pregacao.pdf > Acesso em: 16. abr.
2018.

As razões para este desequilíbrio são diversas. Uns dizem não conseguir
entendê-lo. Outros dizem que ele não é tão importante, pois estamos “no
tempo da graça”. Ainda outros vão mais longe e o consideram obsoleto.

Todavia, o Antigo Testamento é tão relevante quanto o Novo. O Autor das


Escrituras é o próprio Deus. Ele as inspirou de Gênesis ao Apocalipse. Essa
verdade está explicitamente descrita no capítulo I da Confissão de Fé de
Westminster quando diz:

“Sob o nome de Escritura Sagrada, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se


agora todos os livros do Velho e do Novo Testamento, que são os seguintes,
todos dados por inspiração de Deus para serem a regra de fé e de prática
[...]”52

Deus não se revelou apenas em parte da história, mas em todas as épocas, e


isto mostra a unidade das Escrituras como revelação progressiva, lógica e
coerente. Desprezar o Antigo Testamento é ferir a unidade das Escrituras.

Há várias razões pelas quais os cristãos não estudam ou pregam com


frequência no Antigo Testamento53:

52 FILHO, Isaltino Gomes Coelho. A Confissão de Fé de Westminster. 3 ed. São Paulo: Cultura
Cristã, 1997. Capítulo I.
53 Idem. Capítulo I.

a) Interpretação teológica equivocada.

Uma das principais razões para a falta de pregação no Antigo Testamento é a


má interpretação da pessoa de Deus, no que diz respeito à progressividade da
revelação, que teve seu início com Marcião, um herege gnóstico que viveu na
Ásia Menor no segundo século d.C.. Para ele, o Deus do Antigo Testamento é
diferente e, até mesmo, inferior ao do Novo Testamento.

Ele acreditava que o “Deus” carrasco e mal da antiga aliança não pode ser
conciliado com o Deus amoroso e gracioso do novo pacto da graça. Essa
interpretação de Marcião ganhou força com os racionalistas e trouxe uma
dicotomia bíblica entre Lei e Graça, na qual a última passou a ser exaltada e a
primeira desprezada.

Alguns chegam a dizer: “para que se preocupar com a lei se nós estamos no
tempo da graça?”. Esse pensamento traz a ideia de que o Antigo Testamento
é pouco importante e obsoleto.

Essa má interpretação da revelação de Deus tem levado muitos pregadores a


negligenciarem a pregação das verdades contidas no Antigo Testamento. Eles
pregam muito sobre a graça, mas se esquecem da importância da lei para a
compreensão da mesma. Assim, é necessário entender que “não se pode
cometer o erro de criar uma dialética: AT = Lei e NT = Graça. O Antigo
Testamento contém lei, mas também contém evangelho em forma de
promessa e graça, e vice-versa”.

b) Ignorância quanto ao contexto, costumes e línguas.

Pregar a Bíblia exige um esforço muito grande, mas pregar no Antigo


Testamento exige uma dedicação maior ainda. Há algumas razões para essa
dedicação:

● Contexto:
para estudar e pregar no Antigo Testamento é necessário
compreender o contexto histórico, cultural e social do Antigo Testamento.

● Costumes: estudar e pregar no Antigo Testamento exige mais cuidado e


mais atenção que no Novo. Exige um bom conhecimento da cultura daquela
época. Precisa-se saber dos costumes.

● Língua: talvez essa seja a principal razão pela qual os cristãos evitam o
Antigo Testamento. A falta de conhecimento do Hebraico (língua em que o
Antigo Testamento foi escrito) tem levado muitos a não estudar e expor os
textos do Antigo Testamento.

● Falta de familiaridade com o texto: muitos cristãos evitam o estudo do


Antigo Testamento por causa do abismo que há entre ele e o texto. A
diferença de tempo, idioma, escrita, costumes e outros aspectos fazem do
Antigo Testamento um texto não tão familiar para os cristãos
contemporâneos. Pelo fato do AT não apresentar histórias e narrativas do dia-
a-dia, muitos optam por desprezá-lo, alegando não conseguir entendê-lo.

Dessa forma, as diferenças de tempo, idioma, escrita, costumes e outros


aspectos como já citado, tornam o Antigo Testamento de difícil interpretação
nas Escrituras Sagradas. Um livro, ou até mesmo um trecho, do Antigo
Testamento constitui apenas uma das muitas formas literárias que se acham
nele.

Muitas pessoas nem sequer tem consciência de que as Escrituras contêm


vários tipos de literatura, tais como: poesias, provérbios, orações, discursos,
histórias, leis, biografias e profecias. Cada um deles deve ser interpretado de
forma diferente.

Não se interpreta poesias como se interpreta profecias. Compreender o


gênero é fundamental para o entendimento da passagem do Antigo
Testamento que se está estudando.
Para entender o Antigo Testamento, assim como qualquer outra parte da
Bíblia, é necessário considerar o contexto cultural, social e religioso da época
na qual o mesmo foi escrito. Saber o que está à volta do texto é fundamental
para uma boa compreensão do mesmo. Além disso, é necessário analisar os
seguintes contextos54:

● contexto imediato – diz respeito às sentenças que vêm antes e depois do


texto que está sendo estudado;

● contexto remoto – descreve o material bíblico nos capítulos ao redor e mais


distantes. Por meio deste, é possível pesquisar uma ideia ao longo de todo o
Antigo Testamento;

54
FILHO, Isaltino Gomes Coelho. A Confissão de Fé de West

● contexto histórico – refere-se ao momento da história em que o autor


escreveu determinada passagem da Bíblia, formando o pano de fundo sobre o
qual o autor bíblico compôs seu texto.

Ao ler o Antigo Testamento, não se deve esquecer que o mesmo aponta para
Cristo. Ele é o tema central tanto do Novo como do Velho Testamento. Cristo
é “a suma de toda Bíblia, profetizado, tipificado, prefigurado, exibido,
demonstrado, a ser encontrado em cada folha e em cada linha” (CADEA,
[s.d.]). “Cristo é a substância, escopo e essência da revelação bíblica, e só é
possível compreender as Escrituras, se elas forem lidas ‘com o propósito de
encontrar Cristo nelas’”.55 Sendo assim, o Antigo Testamento só será
entendido de forma clara e completa se lido na perspectiva cristocêntrica56.

“Prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta,


com toda longanimidade e ensino”.57 A verdade expressa por

55 ANGLADA, Paulo. Introdução à Hermenêutica Reformada. Ananindeua: Knox Publicações. 2006.


p. 125.
56 CADEA, T. E. M. Bíblia de Ref.Thompson. p. 1599, [s.d.].

57 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. II Timóteo 4:2.

Paulo a Timóteo é a de que ele deve pregar a Palavra. Ele não diz “pregue
parte da Palavra”, mas a Palavra. Observam-se algumas razões pelas quais se
deve pregar todo o conselho de Deus”, inclusive os revelados no Antigo
Testamento.

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, convencer, corrigir
e educar na justiça [...]”58. O autor das Escrituras é o próprio Deus. Foi Ele
quem as inspirou de Gênesis a Apocalipse. Essa verdade está explicitamente
descrita no capítulo I da Confissão de Fé de Westminster quando diz:

“Sob o nome de Escritura Sagrada, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se


agora todos os livros do Velho e do Novo Testamento, que são os seguintes,
todos dados por inspiração de Deus para serem a regra de fé e de prática
[...]”.59

Deus não se revelou apenas em parte da história, mas em todas as épocas, e


isto mostra a unidade das Escrituras como revelação progressiva, lógica e
coerente. Os escritos do Antigo Testamento são tão Palavra de Deus quanto
os do Novo.

58 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. II Timóteo 3:16-17.

59 FILHO, Isaltino Gomes Coelho. A Confissão de Fé de West

Todas as mensagens pregadas por Cristo tiveram como base o Antigo


Testamento. O famoso Sermão do Monte, pregado por Jesus, teve como base
as verdades já reveladas no Antigo Testamento, sendo não apenas uma
interpretação da Lei, mas também uma citação da mesma.

Durante todas as suas mensagens, Jesus fazia citações ou alusões da


revelação da Antiga Aliança. Quando tentado, usou o Antigo Testamento.60
Aos escribas judeus, Ele disse: “Examinem as Escrituras, pois achais ter a
vida eterna através delas, e elas testemunham sobre Mim”.61 Nosso Senhor
disse ainda aos discípulos: «há de se cumprir tudo, o que foi dito sobre Mim
na lei de Moisés, nos profetas e nos salmos”.62 Conversando com os
desanimados discípulos no caminho de Emaús, “começando por Moisés, e
por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as
Escrituras”.63

As palavras do Salvador e seu exemplo são suficientes para que a igreja


estude e pregue a lei

60 Op. Cit. Mateus 4:1-11.


61 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. João 5:39.
62 SCHULTZ, Samuel J., A História de Israel no A.T. Ed. Vida Nova, 1986, p 413 .
63 Idem. Lucas 24:27.

de Moisés, os profetas e os salmos. O Antigo Testamento foi a “Bíblia” que


Jesus usou, e, se o próprio Cristo o usou e dele tirou os mais profundos
ensinamentos, o pregador também deve usá-lo.

De igual modo, a base da pregação dos apóstolos era o Antigo Testamento. É


provável que eles usassem a LXX (Septuaginta – Tradução do Antigo
Testamento para o grego) em suas pregações. Quando Pedro pregou seu
primeiro sermão, sua base foi a revelação de Deus dada na Lei e nos Profetas:

“Homens irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo


predisse pela boca de Davi”; “Porque no livro dos Salmos está escrito: Fique
deserta a sua habitação, E não haja quem nela habite, e: Tome outro o seu
bispado”.64

De maneira semelhante, o sermão de Estevão é um resumo interpretativo da


Lei e dos Profetas. A Carta aos Hebreus teve como fundamento as verdades
reveladas aos patriarcas. As cartas de Paulo são uma interpretação da Lei e
dos profetas.

Assim, a base da pregação dos apóstolos e da Igreja primitiva foi o Antigo


Testamento. E, se o AT foi o alicerce da pregação de Cristo, dos Apóstolos

64 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. Atos 1:20.

e dos Pais da Igreja, não pode ser desprezado nos púlpitos de hoje.

O último testamento lança luz sobre o primeiro e amplia a compreensão do


mesmo. Da mesma forma, é impossível entender o segundo testamento sem o
amparo do primeiro. Desprezar a pregação do Antigo Testamento é ferir a
unidade da Bíblia.

Um evento na vida dos patriarcas, um episódio da vida de Davi, uma


experiência dos profetas não deve ser apresentada como uma cena isolada.
Todavia, todos os fatos históricos do Antigo Testamento são na verdade
fragmentos da grande obra da revelação de Deus. Estudar e pregar apenas o
Novo Testamento é uma “meia verdade”, e uma “meia verdade” está a um
passo de uma “meia mentira”.

Sendo assim, estudar e pregar a Bíblia sem considerar o Antigo Testamento é


como assistir a um filme a partir da metade: você até vê o final, mas não
entende a história por completo. Desprezar o estudo aprofundado e a
pregação do Antigo Testamento é ferir a unidade da Bíblia. Portanto, o bom
pregador deve evangelizar pregando, também, o Antigo Testamento, em
conformidade com os princípios da missão cristã.

3.1 O bom pregador deve conhecer os princípios da missão cristã

A igreja cristã constitui um sistema estruturado de percepções e conceitos


sobre o mundo, fazendo assim um sistema de “estrutura estruturante”, sendo
objeto de conhecimento e construção do mundo dos objetos, como formas
simbólicas. Esse sistema de valores, que se projeta sobre o mundo real,
contribui para dar-lhe forma, significado e direção65.

Compreender a missão cristã sob o prisma da representação de um grupo, de


uma classe social ou de uma sociedade inteira, é considerar suas expressões
por meio de seus elementos sociológicos, históricos e devidamente
contextualizados, assim como incorrer no equívoco de explicá-las por si
mesmas sem analisar o contexto onde estas se constituem.66

Contudo, para uma melhor definição sociológica do que seria um


comportamento cristão, deve ser considerada sua dimensão simbólica em
relação aos indivíduos e sua manifestação nos planos indi

65 RELIGIOSITY, T.; FUNCTION, S. AReligiosidade e sua Função Social. p. 249–255, 1997.

viduais e coletivos. Nesse contexto, a missão cristã deve abordar a relação de


Deus com o universo e mais propriamente com o homem.67

Os princípios da missão cristã não são princípios de caráter natural e geral,


mas sim de caráter espiritual e especial. Com isto, não se está eliminando a
importância do conhecimento científico; ele tem o seu valor indispensável,
afinal, toda verdade é verdade de Deus e, como exemplo prático disso, temos
Lucas, que se valeu provavelmente de métodos científicos.

“Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que
entre nós se cumpriram; Segundo nos transmitiram os mesmos que os
presenciaram desde o princípio, e foram ministros da palavra; Pareceu-me
também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo, por sua
ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio;
Para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado”.68

67 CAMILO, Janaina. Ensino religioso na escola pública: uma mudança de paradigma. São Paulo:
Revista de Estudos da Religião,
2004. p. 26-36.

68 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 3 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. Lucas 1: 1-4.

O que se quer dizer, é que não se pode criar uma suposta categoria científica
a qual se torne mágica para a interpretação da Palavra. A Palavra de Deus se
interpreta pela Palavra. Quando se estuda a Bíblia, roga-se a iluminação do
mesmo Espírito Santo que a revelou e inspirou os autores secundários quanto
ao registro das Escrituras, para que se possa conhecê-la como ela de fato é: a
Palavra de Deus.69

Os princípios cristãos devem estar subordinados a esta verdade e devem ser


derivados, portanto, da própria Palavra: a harmonia do seu todo e das suas
partes estabelecem uma unidade, por meio da qual, formulam-se os princípios
de interpretação, tendo como mestres, os profetas – que interpretaram os
acontecimentos passados e a história dos seus dias –, Jesus Cristo e os
apóstolos, os quais deram lições práticas de hermenêutica, interpretando o
Antigo e o Novo Testamento.70

As missões pautam-se em muitos versículos bíblicos:

69 SEGUNDO, Juan Luís. Que mundo? Que homem? Que Deus? Aproximações entre ciência,
filosofia e teologia. São Paulo: Paulinas, 1995. p. 50.

“… não escolheu Deus os que são pobres aos olhos do mundo para serem
ricos em fé e herdarem o Reino que ele prometeu aos que o amam?”71

“... e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e


até os confins da terra”.72
“Muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece é o
propósito do Senhor”.73

“Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu ordenei a vocês. E eu
estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”.74

“O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu,


para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de
coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos
presos”.75

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”.76


71 Op. Cit. Tiago 2: 5.
72 Idem. Atos 1: 8.
73 Idem. Provérbios 19: 21.
74 Idem. Mateus 28: 18-20.
75 Idem. Isaías 61: 1.
76 Idem. Marcos 16: 15.

Os missionários devem aprender através das escrituras, partindo do


pressuposto de que a Bíblia é o registro fiel da revelação de Deus. Por isso,
pode-se dizer como Paulo:

“Fiel é a Palavra. Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado,


excelente obra deseja”.77

É por intermédio das Escrituras que aprenderão que o melhor intérprete da


Palavra é o Espírito falando na Escritura. “Jesus, porém, respondendo, disse-
lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”.78

“Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade;
porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos
anunciará as coisas que hão de vir”.79

“Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome,


esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho
dito”.80

O Espírito Santo deve ser para o missionário o que o próprio Jesus foi para os
discípulos enquanto estava na terra. Jesus caminhou, conversou e teve
comunhão com eles; Ele os dirigiu, instruiu e protegeu

77 Idem. I Timóteo 3: 1.
78 Idem. Mateus 22: 29.
79 Idem. João 16: 13.
80 Idem. João 14: 26.

A evangelização pode ser compreendida como uma realidade presente e ao


mesmo tempo uma esperança futura. Neste sentido, o Reino de Deus não é o
melhoramento social progressivo da humanidade. Antes, ele é o poder de
Deus, liberto na história, que traz boas novas aos pobres, libertando aos
cativos, dando vista aos cegos e libertação aos oprimidos.81

Nesse sentido, a missão primordial da igreja cristã para essa dimensão é a


proclamação do evangelho transformador de Cristo, apresentando as boas
novas do evangelho, inserindo novos missionários nos grandes centros,
renovando-se, revitalizando-se e, dessa forma, perdurando por várias
gerações.82
A evangelização tem certa prioridade. Não se trata de uma prioridade
temporal, mas de uma prioridade lógica, pois há situações em que o
ministério social precisa vir primeiro.

Não são poucos e nem pequenos os desafios sociais e a igreja tem uma
responsabilidade enorme
81 PADILLA, René. Missão Integral - Ensaios sobre o Reino e a Igreja. São Paulo: Temática
Publicações, 1992. p. 81.

82 COSTAS, Orlando. Amissão da Igreja: uma visão panorâmica sobre os desafios e propostas de
missão para a igreja na antevéspera do terceiro milênio. Belo Horizonte: Missão Editorial, 1994. p. 68.

nesta área. Contudo, seu maior desafio é o compromisso com a propagação


da Palavra de Deus.83 Cabe à igreja cristã ser construtora da realidade futura
e não apenas intérprete da história. À igreja de Cristo é delegada a tarefa de
esforça-se para trazer o futuro ao presente.

Isso significa que, sendo a igreja a portadora do futuro, a promessa do Reino


de Deus torna-se fundamento para a missão do amor pelo mundo.84

Ela não deve ser passiva, nem omissa aos acontecimentos sociais, mas cabe a
ela ter uma consciência ética e responsável por seu contexto social; contar
com o comprometimento de todos na missão pelo mundo, tornando patente o
seu plano de amor ao mundo; incentivando o uso das vocações para a
transformação da sociedade, por meio dos valores do Reino de Deus;
procurando ser a sinalização da graça de Deus; tornando realidade, nela
mesma, a presença amorosa de Deus, por meio do cuidado fraterno;
alimentando a fé de um mundo melhor, por meio da esperança, e ser uma
igreja que consiga fazer uma leitura de seu contexto.85

83 STOTT, John. O Incomparável Cristo. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 55.

84 GONÇALVES, Paulo Sérgio Lopes. AConsciência Histórico


-hermenêutica na Teologia Contemporânea. São Leopoldo: Usininos,
2009. p. 78.

Após a morte e ressurreição de Jesus, seus discípulos fizeram o trabalho


missionário, dando prosseguimento ao ministério da pregação da Palavra de
Deus, primeiro entre os judeus e, por fim, a todas as nações.
Para eles, a pregação não era simplesmente um dever e nem consistia
meramente em proferir uma mensagem formal. Tal atitude emanava da fé.
Eles pregavam com o desejo de honrar a Deus e com a amorosa esperança de
levar salvação aos outros.

“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus


para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do
grego”.86

A verdade é que todas as coisas que estão registradas nas Escrituras Sagradas
são suficientes para crer no poder do Pai e do Filho, que agem através do
Espírito Santo, oferecendo ciência das revelações bíblicas que devem ser a
única regra de fé e prática do missionário cristão.

85 Idem. p. 81.

86 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 3 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. Romanos 1: 16.

Assim sendo, deve-se pregar a Palavra de Deus, e não ideias de homens. A


pregação da Palavra de Deus é uma das maiores necessidades da presente
hora, pois ela é indispensável para a formação do caráter cristão. 87

87 ALVES, Eduardo Leandro. Que Evangelho é esse? São Paulo: ABBA, 2003. p. 43.
CAPÍTULO IV
Como Pregar o Novo Testamento na Atualidade

O Reino de Deus não era só um tema do Novo Testamento, mas sim, o tema
de todo o Novo Testamento; é o foco de todas as pregações de Jesus e Seus
ensinos. Todos os outros assuntos são decorrentes desta grande temática: o
Reino de Deus. Existem expressões paralelas na Bíblia que falam do Reino
de Deus e do Senhorio de Cristo:

“O teu reino é o de todos os séculos, e o teu domínio subsiste por todas as


gerações. O SENHOR é fiel em todas as suas palavras e santo em todas as
suas obras.” 88

Isaías profetizou qual seria o evangelho que Jesus pregaria: “Que formosos
são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a
paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu
Deus reina!” 89

88 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 3 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. Salmos 145:13.
89 Idem. Isaías 52:7.

E, assim foi: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” 90


“Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está
próximo o reino dos céus.”
91

“Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o


evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o
povo. 92

“O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e


crede no evangelho.” 93
“Sendo dia, saiu e foi para um lugar deserto; as multidões o procuravam, e
foram até junto dele, e instavam para que não os deixasse. Ele, porém, lhes
disse: É necessário que eu anuncie o evangelho do reino de Deus também às
outras cidades, pois para isso é que fui enviado.” 94
Jesus enviou os doze para pregar a mesma mensagem do Reino: “Tendo
Jesus convocado os doze, deu
-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para efetuarem curas.
Também os enviou a pregar o reino de Deus e a curar os enfermos.95”
“Depois disto, o Senhor designou outros setenta; e os enviou de dois em dois,
para que o precedessem em cada cidade e lugar aonde ele estava para ir.
Quando entrardes numa cidade e ali vos receberem, comei do que vos for
oferecido. Curai os enfermos que nela houver e anunciai-lhes: A vós outros
está próximo o reino de Deus.” 96

90 Idem. Mateus 3:2.


91 Idem. Mateus 4:17.
92 Idem. Mateus 4:23.
93 Idem Marcos 1:15.
94 Idem. Lucas 4:42-43.
95 Idem. Lucas 9:1,2

“A Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo
anunciado o evangelho do reino de Deus...” 97

“Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se


multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém,
que perseverar até o fim, esse será salvo. E será pregado este evangelho do
reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o
fim.” 98

Jesus ensinava de duas maneiras: em forma direta e por parábolas. O


Evangelho de Mateus99 resume os ensinos diretos de Jesus em três capítulos:
5,6 e 7, conhecido como o Sermão do Monte.

No capítulo 5:2, o verbo “ensinar” no grego é didaskein. De modo que, este


sermão é um ser

96 Idem. Lucas 10:1,8-9.


97 Idem. Lucas 16:16.
98 Idem. Mateus 24:11-14.
99 Idem. Livro de Mateus.

mão de ensino e não somente do monte. Em sua conclusão, no capítulo 7:28,


o texto diz: “estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina”. Este
substantivo, traduzido por “doutrina” ou “ensino”, é o termo grego didaquê,
que provém do verbo didaskein.

O conceito bíblico de doutrina não é teologia ou credo, senão ensino. São os


ensinos do Reino. Em sua maior parte, constam como mandamentos (no
modo imperativo) e revelam a vontade de Deus para a vida e conduta de Seus
discípulos e todas as pessoas.

Nos três capítulos (5, 6 e 7) de Mateus, Jesus ensina sobre o Reino:


● nas bem-aventuranças (5:3; 5:10);
● no Pai nosso (6:10,13);
● nas prioridades da vida (6:33);
● ao ensinar sobre quem seria salvo (7:21-23).

Em todas as parábolas de Mateus (um total de 14), o tema foi o mesmo. As


sete parábolas do capítulo 13 de Mateus são:

1. A semente é a palavra do Reino (Mt 13:3-9).


2. O Reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente (Mt
13:24-30). 3. O Reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda (Mt
13:31,32).
4. O Reino dos céus é semelhante a um fermento (Mt 13:33).
5. O Reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido (Mt 13:44).
6. O Reino dos céus é semelhante a um comerciante que procura pérolas
preciosas (Mt 13:45,46).
7. O Reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar (Mt 13:47,48).

As outras 7 parábolas no evangelho de Mateus são:

1. O Reino dos céus é semelhante a um rei que quis ajustar contas (Mt 18:23-
35).
2. O Reino dos céus é semelhante a um pai de família que plantou uma vinha
(Mt 20:1-16).
3. O Reino dos céus é semelhante a um pai que tinha dois filhos (Mt 21:28-
30).
4. O Reino dos céus é semelhante a um pai de família que arrendou sua vinha
(Mt 21:33-41).
5. O Reino dos céus é semelhante a um rei que fez festa para as bodas de seu
filho (Mt 22:2-14).
6. O Reino dos céus é semelhante a dez virgens (Mt 25:1-13).
7. O Reino dos céus é como um homem que, ao sair de viagem, chamou seus
servos e confiou-lhes os seus bens (Mt 25:14-30).

Jesus, durante seus três anos e meio de ministério, pregou e ensinou sempre o
Reino de Deus. Após morrer na cruz, ressuscitou ao terceiro dia e apareceu
aos Seus discípulos por quarenta dias.

Jesus ressuscitado – Qual foi o assunto de Jesus com os seus durante 40 dias?

“A estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas


provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das
coisas concernentes ao reino de Deus”.100

As expressões Reino de Deus, Reino dos céus ou, simplesmente, Reino


aparecem 133 vezes no Novo Testamento. Na maioria das vezes, nos quatro
evangelhos e no livro de Atos.

100 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 3 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. Atos 1:3.

Nas epístolas, o tema segue sendo o mesmo, porém o que muda é a


expressão. A síntese do Kerigma (proclamação) de Jesus Cristo era: “O
Reino de Deus é chegado”. A diferença da proclamação do Kerigma dos
apóstolos era: “Jesus Cristo é o Senhor”. Estas duas expressões: Reino e
Senhorio são sinônimos, como podemos observar a expressão do Salmo.101

A palavra Senhor, referindo-se a Cristo, se repete mais de 600 vezes no Novo


Testamento. Dessas, 260 estão nas epístolas do pregador Paulo, o qual se
dedicava com admiração à evangelização.
A evangelização exerce um papel que vai além de tudo aquilo que a
sociedade pensa e observa. Desde os primórdios da humanidade, a
religiosidade faz parte da essência do homem, na busca constante da
existência e vivência de Deus.

Com o advento da revolução tecnológica e da própria globalização, a


evangelização surge como uma válvula de escape no que diz respeito ao
consolar e transformar as pessoas em seres diferenciados e melhores a cada
dia.102

101 IIdem. Salmos 145:13.


102 WOLLF, Elias. Humanismo e Religião. São Paulo: Paulus,

A evangelização é o primeiro sentido da pregação destinada à sociedade. O


sentido de sociedade surge devido à experiência comum com os outros.

Quando o sentido evangelizador de sociedade é destruído, e com ele a fé e a


integridade autêntica, então a sociedade torna-se como um castelo de areia
incapaz de se defender do mar inexorável.103

Sob o aspecto social, a evangelização cimenta a união entre grupos humanos,


sejam tribos, povos ou países, atuando como elemento de coesão social,
mantendo as relações sociais. Ao mesmo tempo – baseado em um conjunto
de crenças
– a evangelização embasa estruturas sociais, leis, costumes e práticas.104

A evangelização também auxilia a educação, revelando-se como


transformadora no contexto do que podemos chamar de “males do mundo”, a
saber: drogas, prostituição, transtornos psíquicos, estresses, etc., trabalhando
de forma que alivia estas ações avassaladoras da espécie humana e suas
principais consequências, uma vez que é um “religar” do homem com algo
que está muito além do seu campo de visão.105

103 FERNANDES, Madalena. Afinal, o que é o Ensino Religioso? São Paulo: Paulus, 2000. p. 77.
104 Idem. p. 77-78.

Evangelização e sociedade são realidades que se interpenetram, onde a


evangelização concorre de algum modo para a formação social na medida em
que favorece a convivência dos cidadãos e apresenta-se como um
empreendimento humano que está sempre se configurando culturalmente.106

No âmbito do indivíduo, a evangelização desempenha um papel importante,


sempre evidente, quando observado que ela é o apoio mais que preciso às
pessoas e à sociedade num todo e que seu caminho – por mais intransitivo ou
difícil que seja – visa sempre perdurar como uma importante ferramenta no
processo de desenvolvimento social do ser humano.

Se, por um lado, as missões evangelizadoras têm atuado como elemento de


pacificação social, por outro, em determinadas situações sociais, a
evangelização tem servido para motivar ou canalizar comportamentos de
modificação das estruturas sociais.107

105 CARVALHO, Anderson Marques de. A Religião e seu Papel Social. 2016. Disponível em
http://www.webartigos.com/artigos/a-religiao64146/#ixzz4N0hxF0DJ. Acesso 06 abr. 2018.

106 WOLLF, Elias. Humanismo e Religião. São Paulo: Paulus,

A sociedade atual é marcada por algumas características que desafiam as


missões:
a)
indiferença – estado de tranquilidade da

quele que não se envolve com as situações, desprendimento, falta de


interesse, de atenção, de cuidado, de consideração, descaso; desdém;

b) individualismo – tendência, atitude de quem vive exclusivamente para si,


demonstra pouca ou nenhuma solidariedade; egoísmo, egocentrismo;

c) cultura do efêmero – que dura uma dia, passageiro, temporário;


d) discriminação social – refere-se a processos relacionais na sociedade que
têm o efeito de limitar ou prejudicar o status de um determinado grupo, classe
ou círculo social;
e) relacionamentos superficiais – onde a superficialidade constitui uma
barreira para qualquer relacionamento genuíno. As pessoas mudam, se
reinventam, não conse
107 Op. Cit. Disponível em http://www.webartigos.com/artigos/a
-religiao64146/#ixzz4N0hxF0DJ. Acesso 06 abr. 2018.
guem ficar em um mesmo estado por muito tempo, precisam se adaptar;
f) consumismo – prática de consumir (comprar

em demasia);
g) imediatismo – tendência a agir em função
do que oferece vantagem imediata, sem
considerar as consequências futuras; h) alienação – no sentido de perturbação
mental na qual se registra uma anulação da
personalidade individual, arroubamento de
espírito;
i) relativismo – conceito de que os pontos de
vista não têm uma verdade absoluta ou validade intrínsecas, mas eles têm
apenas um
valor relativo, subjetivo, de acordo com diferenças na percepção e
consideração;

j) coisificação – consiste na transformação de conceitos, ideias, etc., em


objetos concretos (coisas);

k) hedonismo – é cada uma das doutrinas que concordam na determinação do


prazer como o bem supremo, finalidade e fundamento da vida moral, embora
se afastem no momento de explicitar o conteúdo e as características da plena
fruição, assim como os meios para obtê-la;

l) antropocentrismo – forma de pensamento comum a certos sistemas


filosóficos e crenças religiosas que atribui ao ser humano uma posição de
centralidade em relação a todo o universo, seja como um eixo ou núcleo em
torno do qual estão situadas espacialmente todas as coisas (cosmologia
aristotélica e cristã medieval), seja como uma finalidade última, um télos que
atrai para si todo o movimento da realidade (teleologia hegeliana).108

O mundo da modernidade, que começou por valorizar o sujeito, acabou por


mergulhar a humanidade num individualismo exacerbado; a razão humana
não chegou a resolver os problemas da guerra, da fome e das injustiças
sociais; a sociedade evoluída de hoje se fecha de uma maneira bárbara no
espetáculo da morte, seja na guerra, seja no esquecimento do outro.109
108 GONÇALVES, Alonso. A igreja da Esperança. Campinas: Revista Theos, 2011. p. 27-30.
109 SEGUNDO, Juan Luís. Que mundo? Que homem? Que Deus? Aproximações entre ciência,
filosofia e teologia. São Paulo: Paulinas, 1995. p. 71.

Para o atual público, ou melhor, a grande seara que está diante dos
missionários, a única verdade seria a ausência de verdade, o único bem a
ausência de bem, e assim por diante. São estas, de uma forma ou outra, as
pessoas a quem se devem levar as boas novas.110

Na atualidade, mais que antes, a concentração de pessoas em grandes cidades


chama a atenção para a necessidade de evangelizar. A missão da pregação em
meio ao avanço demográfico no mundo implica em conhecer o contexto atual
e criar estratégias evangelizadoras para alcançar a todos, em todos os lugares.

Esta evangelização exige grande percepção e qualidade da pregação, pois o


contexto urbano é muito inconstante, público muito diverso, com
particularidades que precisam ser levadas em conta. É necessário quebrar a
indiferença e procurar responder com seriedade às angústias e clamores das
pessoas em vista de novas possibilidades de vida digna e solidária.111

110 Op. Cit. p. 27-30.

111 FERREIRA, Damy. Evangelismo Total: um manual prático para o terceiro milênio. 4 ed. revista e
ampliada. Duque de Caxias: Unigranrio, 2001. p. 195-196.

A tarefa do pregador de levar o evangelho a todos os povos, línguas e nações


perpassa por todos os lugares, incluindo todos os grupos sociais. Embora o
acesso a um grande número de pessoas seja facilitado, as cidades apresentam
condições específicas que requerem planejamento estratégico para alcançar as
pessoas.

Nas últimas décadas, o Brasil vem passando por um processo acelerado de


mudanças. Uma das características mais fortes deste processo é o crescimento
das cidades, sobretudo, dos grandes núcleos urbanos. Usa-se hoje a expressão
“explosão urbana” para caracterizar este movimento.

Quem se apresenta para atuar como pregador neste contexto precisa ter como
objetivo claro o entendimento do que está diante de si, grande sensibilidade e
situar bem o desafio da missão urbana no conjunto das questões religiosas
contemporâneas, procurando contextualizar a mensagem evangélica, a
evangelização na realidade e as características urbanas.112

Para isso, é necessário se apoderar de instrumentos de análise e pesquisa do


contexto urbano para melhor incidir nele a partir das práticas ecle

112 GONÇALVES, Alonso. A igreja da Esperança. Campinas: Revista Theos, 2011. p. 27-30.

siais. Não se pode ficar alienado, é preciso buscar informações e conhecer a


legislação pertinente à realidade urbana e às possibilidades que se abrem para
trabalhos, por exemplo, de ação social, inclusive em parcerias com outras
instituições, públicas ou privadas.113

Também se faz importante um aprofundamento da reflexão ética e a


necessidade de uma espiritualidade madura e equilibrada que assuma a
realidade urbana como prioridade eclesial e vivencial.

Consiste, portanto, em ir ao encontro dos novos desafios que se apresentam,


como a realidade da mídia e outras formas de divulgação da mensagem
evangélica no mundo atual, e estudar modelos ou propostas de missão urbana
que sirvam de estímulo para novos projetos nessa área da atuação eclesial e
que possam ser colocados em prática pela igreja local.114

Há uma complexidade contextual que envolve a sociedade e evangelização.


No Brasil, principalmente nas cidades grandes, há um bom contingente de
estrangeiros. São pessoas que passarão a

113 Idem. p. 27-30.


114 AMORESE, Rubem. Fábrica de missionários: nem leigos, nem santos. Viçosa: Ultimato, 2008. p.
108.

fazer parte da lista de preocupações evangelísticas e que merecerão, sem


dúvida, um tratamento muito especial.115

Com um crescimento assim, rápido, e que será, por isso mesmo,


desordenado, o tecido social torna-se muito complexo. Surgem as favelas e os
bairros extremamente pobres; aumenta a mendicância; proliferam a
criminalidade, a prostituição, o consumo de drogas.

Ainda mais, complica-se o sistema de transportes, uma vez que a cidade


tende a se espraiar para a periferia, mas o povo procura os centros em busca
de trabalho e de ganho de vida. Por outro lado, a parcela da população que
foge aos compromissos cívicos, aliada à corrupção, leva o poder público a
não dispor de recursos no sentido de estruturar a cidade para o seu
crescimento adequado. E, então, falta água, falta luz, falta saneamento básico.
Toda essa situação exerce uma enorme pressão sobre o povo da cidade
grande:

● os mais ricos se enclausuram em seus palacetes e suas fortalezas, com medo


dos

115 FERREIRA, Damy. Evangelismo Total: um manual prático para o terceiro milênio. 4 ed. revista e
ampliada. Duque de Caxias: Unigranrio, 2001. p. 195-196.



assaltos e sequestros, e são de difícil abordagem evangelística;

os de classe média correm dia e noite para se manterem num certo status e
não dão tempo à religião;

os mais pobres recorrem à religião com interesses materiais básicos, muitas


vezes. Não raro, procuram a cura para suas doenças, ou pão para seu
estômago.116

Embora o acesso a informações seja muito maior em relação a épocas


passadas, as pessoas estão cada vez mais individualistas, e a aglomeração em
grandes cidades faz com que elas se tornem mais carentes, inseguras,
confusas e solitárias, necessitando da atenção dos cristãos e de receber a
verdade bíblica que lhes dá a esperança de salvação.

A necessidade de bem pregar para evangelizar, tentando responder aos


anseios do homem moderno, exige uma atitude de enculturação. Ir ao
encontro da cidade é enculturar-se. O pregador deve respeitar as
manifestações culturais, os fenômenos, as opções do mundo urbano,
buscando har
116 GONÇALVES, Alonso. A igreja da Esperança. Campinas: Revista Theos, 2011. p. 27-30.
monizar os seus valores com sua identidade cristã, que não pode ser
dissimulada.

O evangelismo exige minuciosos estudos sobre a complexidade sociocultural


de cada comunidade, e é com o resultado destes estudos e análises que se
pode adaptar métodos e estratégias eficientes. Por causa da grande
diversidade de características que cada região possui, é precário achar que
uma estratégia desenvolvida, e até bem-sucedida, numa cidade alcance êxito
em outra.117

O que se percebe é que o maior desafio da evangelização é dispor de pessoas


especializadas e com grande amor e interesse na evangelização. Pessoas que
não sejam limitadas a apenas apresentarem alguns chavões evangelísticos ou
doutrinas denominacionais; pelo contrário, precisa-se de pessoas que
conheçam os princípios gerais da evangelização e a Palavra de Deus e
possuam a capacidade de criar métodos, adaptar a mensagem nas pregações e
formular técnicas adequadas.118

117 BARRO, Jorge. De cidade em cidade. Londrina: Descoberta Editora, 2004. p. 73.
118 FERREIRA, Damy. Evangelismo Total: um manual prático para o terceiro milênio. 4 ed. revista e
ampliada. Duque de Caxias:
4.1 Considerações sobre a sociedade na atualidade

Para a realização da evangelização, englobando todos os desafios que esta


apresenta, faz-se necessário entender a situação das pessoas, seus modos de
agir, pensar e crer, pois todas sofrem um enorme bombardeio de mudanças e
influências de toda espécie e é óbvio que isso lhes afeta (mente, sistema
emocional, comportamento social e espiritual). Ferreira119 apresenta a relação
de manifestações que auxiliam o entendimento sobre esse tema.

a) Ateísmo (doutrina ou atitude de espírito que nega categoricamente a


existência de Deus, asseverando a inconsistência de qualquer saber ou
sentimento direta ou indiretamente religioso, seja aquele calcado na fé ou
revelação, seja o que se propõe alcançar a divindade em uma perspectiva
racional ou argumentativa): o ateísmo está aumentando cada vez mais no
mundo. Por um lado, o homem alcança recursos científicos e pensa que é
todo poderoso. Por outro lado, ele vê o fracasso da religião e fica
decepcionado. Em 1990 havia 233 milhões de ateus no mundo.

119
FERREIRA, Damy. Evangelismo Total: um manual prático para o terceiro milênio. 4 ed. revista e
ampliada. Duque de Caxias:

b) Materialismo (doutrina que identifica, na matéria e em seu movimento, a


realidade fundamental do universo, com a capacidade de explicação para
todos os fenômenos naturais, sociais e mentais): em 1990 o número de
materialistas declarados era de 866 milhões e está crescendo. O materialismo
desvia o homem do sentido espiritual da vida.

c) Satanismo (composto por várias crenças ideológicas e filosóficas e


fenômenos sociais. As características comuns entre elas incluem associação
simbólica, admiração e até veneração ao personagem Satanás ou de outras
figuras rebeldes similares, como Prometeu, e figuras libertadoras): ao
contrário do que se poderia imaginar, o satanismo, em diversas modalidades,
vai crescendo no mundo. A igreja de Satã está se multiplicando por todos os
lados e muitas pessoas, por revolta e incredulidade, estão se entregando ao
satanismo.

d) Ceticismo (doutrina segundo a qual o espírito humano não pode atingir


nenhuma certeza a respeito da verdade, o que resulta em um procedimento
intelectual de dúvida permanente e na abdicação, por inata incapacidade, de
uma compreensão metafísica, religiosa ou absoluta do real): povo que duvida
de tudo, não crê em nada. Vai vivendo a vida.

e) O endeusamento do homem: o corpo, as emoções, o sexo, a sabedoria –


tudo tem sido idolatrado e continuará sendo.

f) A ênfase da vida emocional: percebe-se que o homem deste tempo, em vez


de ser mais racional, tende a ser mais emocional. Talvez o próprio sofrimento
resultante da velocidade do progresso tenha criado este apelo à emoção. Um
dos exemplos é o excessivo apelo às emoções sexuais dos dias atuais.

g) O homem e a máquina: por outro lado, uma boa parte do homem do século
XXI viverá como máquina e com as máquinas, o que o fará frio para certas
questões sociais e espirituais.
h) Pobreza: esta continuará grassando pelo mundo, em virtude das
dificuldades com a produção da natureza.

Tudo isto fará desenvolver um ser humano muito peculiar para ser alcançado
pelos missionários, pela pregação do Evangelho. Porém, o desafio da
velocidade do aumento populacional e das dificuldades de se localizar o
pecador é tremendo. Olhando para as páginas das Sagradas Escrituras,
percebe-se, de modo especial em Jesus, que sua forma mais comum de
evangelizar era pessoalmente, a exemplo do encontro que teve com a mulher
samaritana.

Certamente, folhetos, internet, TV, rádio e grandes eventos têm seu mérito e
devem acontecer, mas o evangelismo pessoal ainda se apresenta como a
forma mais eficaz do trabalho missionário: cada cristão em seu contexto, no
seu dia a dia, levando a palavra de salvação aos que estão ao seu redor. O
trabalho do pregador precisa romper drasticamente com a alienação e
perceber que hoje, neste exato momento, há milhões de pessoas sofrendo com
problemas pessoais, familiares e sociais dos mais variados tipos. Algumas
pessoas erroneamente se entregando ao alcoolismo, às drogas, à violência
contra os outros e até contra si mesmo.120

Em outros casos, há uma infinidade de pessoas que sofrem e que enchem os


leitos hospitalares. Já se comprovou que, na maioria das vezes, elas não estão
lá por causa de doenças físicas, mas por serem pessoas emocionalmente
perturbadas, inclusive gente carente, solitária, que procura al

120 GONÇALVES, Alonso. A igreja da Esperança. Campinas: Revista Theos, 2011. p. 27-30.

guém que o perceba. Outros tantos são criminosos, uns foragidos ou ainda
não descobertos; estes põem medo e tornam a sociedade insegura, sem paz.
Alguns já detidos e encerrados em prisões que pouco contribuem com uma
efetiva transformação.121

Esta sociedade apresenta também um alto índice de divórcios, que


desestruturam famílias, deixando sequelas principalmente nos filhos –
crianças inocentes que são forçadamente amadurecidas pelo sofrimento,
desencadeando problemas psicológicos, gerando um círculo vicioso que
desemboca em depressão, drogadição e até em suicídio. Estes são apenas
alguns desafios apresentados, sem falar no desemprego, na fome, na falta de
moradia, nas doenças físicas, acidentes, estresse, entre outros.122

O estresse tem acometido de maneira preocupante a sociedade atual. No que


se refere às consequências psicológicas, o indivíduo cronicamente estressado
pode apresentar cansaço mental (reduzindo a capacidade de pensar com
clareza e objetividade); perda de memória imediata; dificuldade de
concentração; apatia; indiferença emocional;

121 FERREIRA, Damy. Evangelismo Total: um manual prático para o terceiro milênio. 4 ed. revista e
ampliada. Duque de Caxias: Unigranrio, 2001. p. 192.
122 Idem. p. 194.

além de problemas de ordem física. As pessoas podem parecer menos


capazes ou mais fracas do que são na verdade, além de acharem que a sua
situação é muito pior do que realmente é.123

O estresse pode manifestar prejuízos à saúde, biológica e psicológica, e nas


ações do comportamento do indivíduo, podendo deixar uma série de
consequências e impactos psicológicos, tais como frustração, insatisfação,
ansiedade, angústia, estafa, apatia, depressão, entre outros.124

A igreja precisa agir, precisa ser relevante e significativa. Sob esse prisma, as
missões apontam para uma verdade: os pregadores são os agentes da graça de
Deus, os que espalham a fé, a esperança e o amor, anunciando as “Boas
Novas”. Talvez como em nenhum tempo anterior, percebe-se nos dias atuais
que existe uma profunda necessidade de experiência religiosa, experiências
estas que poderiam ajudar milhares de pessoas a sair do abismo em que se
encontram. Mas, as respostas não lhes são dadas, parece que ninguém aponta
uma boa direção. E, no decurso do dia, milhares de pessoas darão seu último
suspiro, passarão adiante e morrerão sem esperança.125

123 RANGÉ, Bernard. Psicoterapias cognitivo-comportamentais:um diálogo com a psiquiatria. Porto


Alegre: ArtMed, 2001. p. 436.
124 MARRAS, Jean Pierre; VELOSO, Henrique Maia. Estresse Ocupacional. Rio de Janeiro:
Elsevier editora Ltda, 2012. p. 157.

O mundo continua esperando que homens e mulheres estejam dispostos a


desligar o televisor, investir um pouco de tempo, reorganizar a agenda e
render-se ao desafio para o qual nasceram: evangelizar. João registrou estas
palavras de Jesus em um incisivo lembrete:

“Enquanto é dia, é preciso realizar a obra daquele que me enviou. A noite se


aproxima, quando ninguém pode trabalhar”.126

4.2 Estratégias utilizadas pelo bom pregador nos dias atuais

Na evangelização, pode-se utilizar tanto o evangelismo pessoal como o de


massa, todavia fazse necessária a aplicação de estratégias e técnicas
apropriadas. De uma forma concisa, Ferreira127 apresenta estratégias de
evangelização que são importantes ao bom pregador:

125 BARRO, Jorge. De cidade em cidade. Londrina: Descoberta Editora, 2004. p. 69.

126 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 3 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. João 9: 4.

127 FERREIRA, Damy. Evangelismo Total: um manual prático para o terceiro milênio. 4 ed. revista e
ampliada. Duque de Caxias: Unigranrio, 2001. p. 175.

a) evangelismo de casa em casa – dependendo do bairro, principalmente os


mais simples (e/ ou carentes), ainda é possível obter bom resultado com o
evangelismo de porta em porta. Dependerá de treinamento dos participantes;

b) pregação ao ar livre – este tipo tradicional ainda é bem aceito, desde que
bem feito;

c) série de conferências – igualmente um método tradicional que dá certo, se


a igreja for devidamente preparada;

d) conferências simultâneas – igrejas da mesma denominação, quando são


muitas numa mesma cidade, poderão juntar-se para conferências simultâneas;

e) campanhas ou cruzadas evangelísticas de grande porte – em grandes


cidades, onde igrejas de mesma fé e ordem se multiplicam e crescem em
número, grandes campanhas ou cruzadas são de valor inestimável. Nada
melhor do que um impacto para despertar o mundo que dorme no pecado. No
entanto, tais campanhas exigem muito esforço e muita organização;
f) pregação para grupos específicos – classificam-se aqui pessoas envolvidas
com a homossexualidade, tribos urbanas, etc. Também entram como grupos
específicos pessoas que estão na prostituição, envolvidas em vícios (drogas,
álcool), grupos que sofrem grande discriminação, entre outros. Estas pessoas
precisam de um tratamento evangelístico especial, estratégias bem elaboradas
e grande preparo do evangelista;

g) o uso dos meios de comunicação – numa cidade grande, o evangelismo


deve lançar mão de todos os recursos de comunicação para atingir todas as
pessoas, em todos os lugares. Neste caso, não podem ser deixados de lado o
rádio, a televisão, o telefone, a internet, o outdoor, as revistas e os jornais.
Tudo, no entanto, deve ser feito com sabedoria, planejamento e poder de
Deus;

h) pregação para pessoas portadoras de necessidades especiais (exemplo,


cegos ou surdos
-mudos ou pessoas que possuam alguma deficiência física) – este também é
um grupo muito especial e que se avoluma numa cidade grande. Precisam ser
percebidos e alcançados em amor, para isso é necessário um tratamento
especial sensível às necessidades destas pessoas;

i) projetos especiais – o evangelismo numa cidade grande precisa ser feito


com muita criatividade e dependência do Espírito Santo (como qualquer
evangelismo). A situação de certos projetos, que possam atingir as pessoas
em seus contextos próprios, é de grande valor. Aqui se fala de assistência
social, impactos no centro das cidades, estudos bíblicos nos lares e células
(algo já difundido em muitas igrejas);

j) estudantes – esta também é uma classe muito especial, principalmente, os


universitários. Nem sempre os métodos comuns de evangelismo atingem os
estudantes, é necessária uma estratégia atualizada e muito preparo dos
missionários;

k) presidiários – a população carcerária é muito numerosa no Brasil e está


localizada geralmente na periferia das grandes cidades, em presídios. Aqui é
exigido todo um preparo e conhecimento da legislação e das normas do
presídio (as quais precisam ser respeitadas). A palavra de salvação precisa
chegar até eles e, igualmente, aos seus familiares, que estão fora do ambiente
presidiário, muitas vezes, sem qualquer apoio ou amparo.

Diante de uma variedade enorme de públicos, é necessário sensibilidade e


preparo para atingi-los com o Evangelho de forma significativa. Não se pode
ficar preso a uma estratégia única, sendo assim, todos os métodos e
estratégias são aplicáveis, desde que se estude caso a caso.128

Na verdade, é preciso procurar usar a diversidade metodológica na


diversidade cultural. A razão de não se obter frutos é exatamente porque, às
vezes, os missionários ficam parados, insistindo num ponto apenas, num
mesmo jeito, num único método129.

Primeiramente, deve haver o exercício de uma espiritualidade, numa busca do


sagrado. Em seguida, a ação missionária entra dando as diretrizes para a
construção de uma sociedade harmoniosa. Não se trata de um engajamento
por qualquer sociedade. É do Reino de Deus que se fala, e então o projeto é
de uma sociedade fraterna que busca vivenciar a paz.130

Jesus Cristo peregrinou de cidade em cidade, pregando e ensinando o


evangelho do Reino de Deus. Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito

128 AMORESE, Rubem. Fábrica de missionários: nem leigos, nem santos. Viçosa: Ultimato, 2008. p.
112.
129 Idem. p. 116.

130 SEGUNDO, Juan Luís. Que mundo? Que homem? Que Deus? Aproximações entre ciência,
filosofia e teologia. São Paulo: Paulinas, 1995. p. 44.

Santo e com virtude, o qual andou fazendo o bem e curando a todos os


oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.131

“Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos
outros, mais do que a si próprios”.132

“Façam todo o possível para viver em paz com todos”.133


O cristão é ungido pelo Espírito Santo e nascido de Deus, devendo cumprir a
vontade divina; e a igreja é o corpo espiritual e vivo de Cristo, a qual
continua o trabalho de Seu Senhor aqui na Terra.134
Porém, é preciso considerar que o método pode mudar, ser atualizado, mais
eficiente e relevante, porém, a mensagem cristã não. Na direção do Espírito
Santo e na Graça do Senhor, a pregação é o anúncio das Boas Novas, poder
de Deus para a transformação de vidas. 135

131 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 3 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. Atos 10: 38.
132 Idem. Romanos 12: 10.

133 Idem. Romanos 12: 18.


134 Idem. Gálatas 2: 20.
135 AMORESE, Rubem. Fábrica de missionários: nem leigos, nem santos. Viçosa: Ultimato, 2008. p.
99.
10 lições de vida ensinadas pelo
príncipe dos pregadores dessa
geração: Billy Graham
Integridade

“Quando Deus me chamou para pregar o Evangelho […] o modelo para a


integridade sempre foi primeiro o de Jesus, depois de Paulo e nessa geração
em especial o ministério era Billy Graham. A sua integridade permaneceu em
vigor desde que chegou à proeminência nacional em 1949. Agora, essa é a
fidelidade de longo prazo. No início de seu ministério, o Sr. Graham e seus
associados assinaram o ‘Manifesto Modesto’, que impõe salvaguardas
voluntariamente sobre dinheiro, sexo e veracidade. Mais tarde, ele seria
decisivo na formação do Conselho Evangélico de Responsabilidade
Financeira, do qual a Global Advance é membro” evitando assim dúvidas
sobre o ministério de Graham mantendo sua integridade intacta portanto um
modelo a ser seguido e imitado.

Simplicidade

“Billy viveu uma vida de simplicidade – e evitou o estilo de vida luxuoso que
alguns de seus pares viveram – apesar do fato de seu ministério ter trazido
centenas de milhões de dólares. Ele tinha uma casa modesta, um modesto
salário e vivia uma vida modesta, apesar de seu significado e status de
celebridade”.

Ele vivia uma vida de simplicidade exatamente como afirma Jesus: Naquela
ocasião, Jesus disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor dos céus e da terra, porque
escondeste estas coisas dos sábios e cultos, e as revelaste aos pequeninos136.

Comprometimento com a Bíblia

“Enquanto ainda era um jovem pregador, o Sr. Graham decidiu levar Deus
em Sua Palavra e confiar na veracidade das Escrituras. Uma vez contei o
número de vezes que o Sr. Graham citou um texto bíblico, completa ou
parcialmente, em uma única mensagem. Naquele sermão em particular, o Sr.
Graham citou a Bíblia sessenta e nove vezes. Billy Graham tinha confiança
na promessa de Deus: ‘Assim será a minha palavra aquilo que sai da minha
boca; não se tornará nulo, mas realizará o que eu quiser, e prosperará na coisa
pela qual eu a enviei (Isaías 55:11)’”, constatou o líder da Global
Advance137.

136 ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 3 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. Mateus 11:25.

Foco no chamado evangelístico

“Durante 70 anos de ministério, sua mensagem nunca mudou. ‘Deus amou


tanto o mundo que Ele deu o Seu Filho’ foi o seu tema singular. ‘Cristo e Ele
crucificado’ era sua palavra de ordem. Seu apelo a seus ouvintes para colocar
sua fé em Cristo nunca vacilou. O Sr. Graham poderia tomar qualquer texto
ou qualquer assunto e relacioná-lo com o Evangelho. Ele era muito parecido
com Filipe, o primeiro evangelista da Igreja. Quando Filipe viu o etíope
lendo Isaías, ‘começando com a mesma Escritura, pregou Jesus a ele’ (Atos
8:35). Billy Graham fez o mesmo. Quando a América sofreu depois dos
atentados terroristas de 11 de setembro,

137
Global Advance. Disponível em: http://www.globaladvance. org/who-we-are/ascesso
em 21/06/2018.

a clara apresentação do Evangelho do Sr. Graham no Serviço Nacional de


Oração permitiu que a mensagem do amor de Deus em Cristo fosse ouvida
por mais pessoas – incluindo terroristas mais radicais – do que nunca na
história”138.

O Evangelho é para todos

Billy não só pregou ao ‘povo’, mas também para os ‘poderosos’, e foi


pastor/amigo de praticamente todos os presidentes dos Estados Unidos nas
últimas quatro décadas. Ele também se encontrou com muitos chefes de
estado internacionais, incluindo vários líderes que representam várias
religiões. “Billy Graham foi gracioso mesmo com aqueles que se opuseram a
ele. Para muitos, sua vida definiu o cristianismo evangélico no seu melhor.
Sem comprometer o Evangelho, ele fez amizade com os pobres e as pessoas
mais poderosas do mundo. E ninguém poderia reunir todas as listras de
cristãos em todos os tipos de divisões melhores do que Billy Graham. Sem
ser julgador, ele não suavizou as exigências do Evangelho e do senhorio de
Cristo”139.
138 Idem.

Inovação

“Ele lançou iniciativas audaciosas de evangelismo. Desde os primeiros dias


de seu ministério […] Billy Graham usou abordagens inovadoras para
compartilhar a Boa Nova. Ele foi um dos primeiros a usar filmes para
espalhar o Evangelho. A trilha sonora de Ralph Carmichael para The Restless
Ones
– um lançamento de Billy Graham WorldWide Films em 1967 – ajudou a
lançar o gênero inteiramente novo da música cristã contemporânea. Foi ideia
do Sr. Graham criar a revista Christianity Today como um veículo
intelectualmente forte para combater o liberalismo teológico. E sua cruzada
transmitida por satélite de Porto Rico foi o primeiro evangelismo
verdadeiramente global, em tempo real”140.

Linguagem simples

“Billy teve apelo de massa com suas cruzadas evangelísticas, principalmente


porque ele tinha um dom incomum de comunicar o Evangelho no vernáculo
do povo. Já se ouviu pregadores mais eloquentes e talentosos – mas não
houve em nossa geração quem pudesse reunir uma multidão de pessoas com
os resultados efetivos como Billy”141.

Amor pela esposa e família

“Numa época em que os casamentos dos ministros muitas vezes se


mostraram menos exemplares, Billy e Ruth Graham retrataram uma história
de amor inabalável. O fato de que todos os cinco de seus filhos amam Jesus
Cristo e cada um deles esteve envolvido em algum ministério fala muito”,
elogiou o fundador do ministério Global Advance142.

Carinho por outros pregadores

“Além de seu ministério evangelístico pessoal em 185 países, ele ajudou a


treinar evangelistas internacionais em muitas nações. Em destaque na
formação de novos pregadores cita-se três conferências em Amsterdã da
Associação Evangelística Billy Graham, que atraíram milhares de
evangelistas itinerantes de todo o mundo. Em 6 de agosto de 2000, o Sr.
Graham emitiu este desafio para todos 141 Idem.
os pregadores do mundo: ‘Deixe-nos acender um fogo de compromisso para
proclamar o Evangelho de Jesus Cristo no poder do Espírito Santo até os
confins da Terra, usando cada recurso a nosso comando e com cada grama de
nossa força143’”.

Confiança na Palavra

“Em todos os seus anos, ele nunca perdeu sua confiança na fidelidade das
Escrituras, apesar do impulso das tendências e correntes teológicas liberais.
Embora ele acompanhasse a cultura contemporânea e lesse amplamente, ele
sempre foi, principalmente, um homem de um livro: a Bíblia. Talvez essa
tenha sido a principal razão pela qual Deus conseguiu levantá-lo e confiar a
ele uma plataforma histórica e global”144.

143 Idem.
CONCLUSÃO
Esse estudo permitiu compreender que faz-se necessário, cada vez mais que
os pregadores preparem sermões ainda que enfrente muitos desafios,
assumindo sua responsabilidade de evangelizar, evitando que muitas pessoas
continuem se voltando para as ciências ocultas e misticismos buscando algo
no qual possam se apoiar, pois o homem em sua confusão clama por uma
direção.

A problemática do presente estudo consistiu na seguinte questão: como fazer


e pregar um sermão, aplicando o Antigo e o Novo Testamento na atualidade?

Com a pesquisa concretizada, notou-se que foram atingidos os objetivos


propostos, pois foi possível compreender que é preciso pregar permitindo que
o Espírito Santo seja o guia, iluminando a mente do pregador para que esse
compreenda as necessidades dos ouvintes e possa ajuda-los a supri
-las através do poder da pregação bíblica.

Diante desse quadro, a sociedade carece de pregadores, de uma evangelização


sólida e eficaz. Porém, está marcada por algumas características que desafiam
as missões: indiferença, individualismo, cultura do efêmero, discriminação
social, relacionamentos superficiais, consumismo, imediatismo, alienação,
relativismo, coisificação, hedonismo e antropocentrismo.

Para a realização da evangelização, englobando todos os desafios que estes


apresentam, ficou claro que é importante entender a situação das pessoas,
seus modos de agir, pensar e crer, pois todos sofrem um enorme bombardeio
de mudanças e influências de toda espécie e é óbvio que isso lhes afeta.

Nessa pesquisa, foram apresentadas manifestações presentes na sociedade


atual e que se mostram como obstáculos para a pregação do evangelho na
atualidade: ateísmo, materialismo, satanismo, ceticismo, o endeusamento do
homem, a ênfase da vida emocional, o homem e a máquina, a pobreza a qual
continuará grassando pelo mundo, em virtude das dificuldades com a
produção da natureza e a violência.
Tal missão consiste em tornar estas verdades cristãs possíveis as pessoas,
afastar a dificuldade de entender o amor de Deus e, numa ação do Espírito
Santo, levá-las a entregarem-se integralmente ao amor do Pai revelado no
Filho. Tudo isto promove o desenvolvimento de um ser humano muito
especial para serem alcançado pelos pregadores, pela pregação do Evangelho.

Através do presente estudo, ficou claro que o bom pregador precisa obedecer
alguns requisitos e que o principal e maior serviço que o sermão deve
oferecer à sociedade é comunicar-lhe a Boa Nova, convidando-a para
participar da vida divina iluminando, a partir dessa vocação fundamental,
toda a realidade humana.

Nesse contexto, há uma verdade: os pregadores são os agentes da graça de


Deus, os que espalham a fé, a esperança e o amor, e anunciam as “boas
novas”.

Esta evangelização, por sua vez, exige grande percepção e qualidade da ação
pastoral e eclesial, pois o público é muito inconstante, diverso, e com
particularidades que precisam ser levadas em conta. É necessário quebrar a
indiferença e procurar responder com seriedade às angústias e clamores das
pessoas em vista de novas possibilidades de vida digna e solidária.

O pregador que se apresentar para trabalhar neste contexto precisa ter como
objetivo claro o entendimento do que está diante de si, grande sensibilidade e
situar bem o desafio da evangelização contextualizando a mensagem
evangélica em suas pregações.

O trabalho ora apresentado mostrou que a evangelização exige minuciosos


estudos sobre a complexidade sociocultural de cada cidade, e é com o
resultado destes estudos e análises que se podem adaptar métodos e
estratégias eficientes.

Foi possível perceber que o maior desafio do é dispor de pessoas


especializadas e com grande amor e interesse na evangelização. Pessoas que
não sejam limitadas a apenas apresentarem alguns chavões evangelísticos ou
doutrinas denominacionais, pelo contrário, precisa-se de pessoas que
conheçam os princípios gerais da evangelização e a Palavra de Deus e
possuam a capacidade de criar métodos, adaptar a mensagem em seus
sermões e formular técnicas adequadas.

Algumas estratégias de pregações para a atualidade foram levantadas:


pregação de casa em casa, pregação ao ar livre, série de conferências,
conferências simultâneas, campanhas ou cruzadas evangelísticas de grande
porte, pregação para grupos específicos, o uso dos meios de comunicação,
pregação para pessoas portadoras de necessidades especiais (cegos ou surdos-
mudos ou que possuam alguma deficiência física), projetos especiais,
pregação para estudantes e presidiários.

Diante de uma variedade enorme de públicos, é necessário sensibilidade e


preparo para atingi-los com o Evangelho de forma significativa. Não se pode
ficar preso a uma estratégia única, sendo assim, todos os métodos e
estratégias são aplicáveis, desde que se estude caso a caso.

Primeiramente deve haver o exercício de uma espiritualidade, numa busca do


sagrado, em seguida a ação missionária entra dando as diretrizes para a
construção de uma sociedade harmoniosa.

Jesus Cristo peregrinou de cidade em cidade pregando e ensinando o


evangelho do Reino de Deus e andou fazendo o bem, o que comprova,
conforme este estudo, que a estratégia pessoal de evangelização é mais
eficaz.

Por fim, conclui-se que o sermão deve ser bem elaborado, contemplar tanto o
Antigo quanto o Novo Testamento, contextualizando-os e buscando enfrentar
os desafios pertinentes, e que os pregadores são os agentes da graça de Deus,
os que espalham a fé, a esperança e o amor, e anunciam as “boas novas”.

Também foi possível concluir que pregar no Antigo Testamento exige mais
cuidado e mais atenção que pregar no Novo. Exige um bom conhecimento da
cultura daquela época, precisa-se saber dos costumes e ter um bom
conhecimento do contexto histórico, cultural e religioso.

Sob o ponto de vista acadêmico, o desenvolvimento deste trabalho


proporcionou a aquisição de conhecimentos teóricos, os quais são possíveis
de aplicabilidade em situações reais.
Essa pesquisa também poderá ser utilizada como material de pesquisa e fonte
de dados, especificamente para alunos do curso de Teologia, que apresentem
interesse em aprimorar seus conhecimentos sobre a temática abordada neste
trabalho.
Referências bibliográficas
ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. João 12:14.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. I Coríntios 3:9.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. João 12:49.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Marcos 16:15.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. I Coríntios 12:13.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. I João 5:11-12.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. II Timóteo 2:15.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Romanos 6: 13.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Tito 2: 8.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 3 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Atos 10: 38; Romanos 12: 10,18; Gálatas 2: 20.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. 1 Timóteo 4: 16.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. I Timóteo 4: 12.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Tiago 4:3; Salmos 66:18; Tiago 1:6-7; Mateus 6:7; Provérbios 28:9,
I Pedro 3:7.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. II Timóteo 3:15.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. I João 4:8.
ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. João 17:3.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Isaías 6:1-8.
ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. II Timóteo 4:2.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. II Timóteo 3:16-17.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. João 5:39.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 2 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Atos 1:20.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 3 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Romanos 1: 16.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 3 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Lucas 1: 1-4.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 3 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Isaías 61: 1.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 3 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Salmos 145:13.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 3 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Marcos 1:14-15.
ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 3 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Livro de Mateus.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 3 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Atos 1:3.

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. Revista e atualizada no Brasil. 3 ed. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. João 9: 4.

AMORESE, Rubem. Fábrica de missionários: nem leigos, nem santos. Viçosa: Ultimato, 2008. p. 108.
AMORESE, Rubem. Fábrica de missionários: nem leigos, nem santos. Viçosa: Ultimato, 2008. p.
99,112.
ALVES, Eduardo Leandro. Que Evangelho é esse? São Paulo: ABBA, 2003. p. 43.
ANGLADA, Paulo. Introdução à Hermenêutica Reformada. Ananindeua: Knox Publicações. 2006. p.
125.
BARRO, Jorge. De cidade em cidade. Londrina: Descoberta Editora, 2004. p. 73.

BRASILEIRA, B. et al. Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)


www.monergismo.com. Theology, v. 4, p. 1–13, 1994.

BAPTISTA, Walter Santos. O Antigo Testamento e a Pregação. Disponível em:


<http://www.pesformosos.org/estudos/o_antigo_testamento_e_a_pregacao.pdf > Acesso em: 16. abr.
2018.

BARRO, Jorge. De cidade em cidade. Londrina: Descoberta Editora, 2004. p. 69.


CARTER, James. Ética Ministerial. São Paulo: Vida Nova, 2010. p. 62.

CARVALHO, Anderson Marques de. A Religião e seu Papel Social. 2016. Disponível em
http://www.webartigos.com/artigos/a-religiao64146/#ixzz4N0hxF0DJ. Acesso 06 abr. 2018.

CADEA, T. E. M. Bíblia de Referência Thompson. p. 1599, [s.d.].

CAMILO, Janaina. Ensino religioso na escola pública: uma mudança de paradigma. São Paulo: Revista
de Estudos da Religião, 2004. p. 26-36.

COSTAS, Orlando. A missão da Igreja: uma visão panorâmica sobre os desafios e propostas de missão
para a igreja na antevéspera do terceiro milênio. Belo Horizonte: Missão Editorial, 1994. p. 68.

COLLINS, Gary. Aconselhamento cristão – edição século 21. São Paulo: Vida Nova, 2004. p. 43.
DEVER, Mark. Nove Marcas de Uma Igreja Saudável. São José dos Campos: Fiel, 2007. São Paulo:
Vida Nova, 2004. p. 27, 29.

FERREIRA, Damy. Evangelismo Total: um manual prático para o terceiro milênio. 4 ed. revista e
ampliada. Duque de Caxias: Unigranrio, 2001. p. 191,192,194.

FERNANDES, Madalena. Afinal, o que é o Ensino Religioso? São Paulo: Paulus, 2000. p. 77.

FERREIRA, Damy. Evangelismo Total: um manual prático para o terceiro milênio. 4 ed. revista e
ampliada. Duque de Caxias: Unigranrio, 2001. p. 195,196,199.

FILHO, Isaltino Gomes Coelho. A Confissão de Fé de Westminster. 3 ed. São Paulo: Cultura Cristã,
1997. Capítulo I. GONÇALVES, Alonso. A igreja da Esperança. Campinas: Revista Theos, 2011. p.
27-30.GONÇALVES, Paulo Sérgio Lopes. A Consciência Histórico-hermenêutica na Teologia
Contemporânea. São Leopoldo: Usininos, 2009. p. 78.

GODOY, Christiane Kleinübing. Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas,


estratégias e métodos. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 337.

HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
LAKATOS, Eva Maria; ANDRADE, Marconi Marina. Metodologia Científica. 2 ed. São Paulo: Atlas,
1999. p. 48.
MARRAS, Jean Pierre; VELOSO, Henrique Maia. Estresse Ocupacional. Rio de Janeiro: Elsevier
editora Ltda, 2012. p. 157. MEISTER, Mauro. Lei e Graça. São Paulo. Editora: Cultura Cristã, 2004.
p.51.
NEWTON, Phil. Pastoreando a Igreja de Deus. São José dos Campos: Fiel, 2005. p. 101.
NEWTON, Phil. Pastoreando a Igreja de Deus. São José dos Campos: Fiel, 2005. p. 98.
NEWTON, Phil. Pastoreando a Igreja de Deus. São José dos Campos: Fiel, 2005. p. 36.
PADILLA, René. Missão Integral - Ensaios sobre o Reino e a Igreja. São Paulo: Temática Publicações,
1992. p. 81.

RANGÉ, Bernard. Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria. Porto


Alegre: ArtMed, 2001. p. 436.
RELIGIOSITY, T.; FUNCTION, S. A Religiosidade e sua Função Social. p. 249–255, 1997.
SEGUNDO, Juan Luís. Que mundo? Que homem? Que Deus? Aproximações entre ciência, filosofia e
teologia. São Paulo: Paulinas, 1995. p. 50.

SEGUNDO, Juan Luís. Que mundo? Que homem? Que Deus? Aproximações entre ciência, filosofia e
teologia. São Paulo: Paulinas, 1995. p. 71.

SEGUNDO, Juan Luís. Que mundo? Que homem? Que Deus? Aproximações entre ciência, filosofia e
teologia. São Paulo: Paulinas, 1995. p. 44.

STOTT, John. O Incomparável Cristo. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 55.


KALLER, Donaldo. Aconselhamento cristão – uma introdução. Patrocínio: CEIBEL, 1975. p. 76.
WOLLF, Elias. Humanismo e Religião. São Paulo: Paulus, 2005, p. 21-24.

Você também pode gostar